quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Mais um livro que entra na lista dos que não são lidos até ao fim.

Achei-o muito maçante mas estava determinada a termina-lo.


Trata-se de uma descrição exaustiva do quotidiano de uma mae, filha e pai. Alternadamente, cada qual dá a sua versão de um momento, como se fosse um diário interior. E aqueles com quem interagem mais, também têm direito a capítulos onde desabafam na primeira pessoa o que sentem e pensam. Ou seja: são capítulos de cada personagem a falar à vez. Fica difícil de acompanhar. Ainda por mais, por ser retroativo, mas não começa no fim, a história parece iniciar-se a meio.

O problema é que são  relatados eventos banais que tornam a leitura aborrecida. Descrições como mae e filha a passear de carro numa estrada no deserto encontrarem um motorista e irem almoçar, idas ao lago, mergulhos, etc.


Pode até ser que toda esta informação aparentemente banal e desnecessária venha a fazer sentido no finalzinho. Mas é penoso de acompanhar, principalmente os relatos da filha, que tem 15 anos e como toda a adolescente pensa e fala como uma.


A sinopse promete uma revelação bombástica. A esposa tenta deixar o marido. Pela segunda vez durante o casamento. As razões são desconhecidas. Deixa no ar a possibilidade de incesto que atravessa gerações.


Talvez salte para o fim para poupar-me a conjecturas. Nunca fiz isso com um livro. Pode vir a ser gratificante.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Relax(ando)


No escuro do quarto, descanso o corpo, escutando Chopin.
Ele está comigo, mas não me vai fazer chorar baba e ranho como ontem.
Hoje tenho Chopin, Beethoven, Vivaldi, Bach. Todos eles a fazer um trabalho fantástico na minha alma.

Há quem passe por esta terra deixando veneno para os outros.
Estes compositores clássicos deixaram bálsamos para a alma!

Bem-haja.



Em termos emocionais regredi ao mês de Setembro.

A China controla o planeta

Hoje um colega estava de volta da tomada de electricidade de um electrodoméstico que a empresa onde trabalho vende. Cheguei perto e perguntei o que fazia. 

-"Estás a montar ou a desmontar"? - perguntei, sem saber se fazia consertos em aparelhos avariados, ou se estava a montar um aparelho novo.

Ele mostra-se reticente em revelar muito mas acaba por me mostrar. Todos os electrodomésticos tinham tomada europeia. 

"Vem da China" - diz ele.

Como o UK tem tomada de três pinos (lembrem-se, este país quer sempre mostrar-se diferente), os electrodomésticos, "publicitados" ao grande público como "montados manualmente" no Reino Unido, não podem ter tomada europeia! 

Trata-se de criar a ilusão de que o consumidor paga mais, mas por um produto diferenciado. Algo nacional, que está a apoiar as empresa locais - não as chinesas. 

Tudo ILUSÕES.
Tal como os rótulos dos ingredientes dos alimentos. 

(Mas este é outro tema).

Estando o Reino Unido "mergulhado" numa febre de nacionalismo, tudo o que poder ter o rótulo de "nacional", agrada a muitos. Que não se importam de pagar mais por um produto, se o gesto significar estar a contribuir para a economia local, e não estrangeira. 

Estão a ser ludibriados!!




No primeiro emprego temporário que tive depois do verão, a firma pertencia a jovens Chineses e fazia exportação de diversos produtos para fora, nomeadamente para a China. Imagino que recorria a múltiplas plataformas online para o fazer. 

O que talvez ninguém tenha percepção, é que praticamente todos os produtos exportados daqui do Reino Unido para lá, eram feitos na própria China, país para o qual os re-exportavam!! Depois da importação para o Reino Unido, onde foram colocados à venda nos grandes armazéns como o Harrods, Selfridges, Debenhams, esta empresa Chinesa ia comprá-los a esses armazéns e revendia-os de volta para a China, com um preço mais elevado. 

Apanhei muitos recibos dessas compras. Os quais foi-me dito para "deitar fora". O principal produto exportado era modelos de ténis de marca cara, (ver aqui), quase todos Adidas. 


Os ténis eram simplesmente adquiridos por estes chineses do Reino Unido nas lojas caras do país - como o Selfridges, em Londres - e são revendidos para o cliente chinês, que certamente tem mais poder de compra e fica todo "contente" por ir comprar algo "estrangeiro de melhor qualidade". 

Posso garantir que apanhei muitos recibos de compra desses ténis ainda dentro das caixas e os preços apontavam para quase 200 libras de custo. Claro que, sendo revendidos e exportados, fosse para a China ou outro país qualquer, certamente que o valor cobrado vai com uma boa margem de lucro. 

A empresa também exportava peças de roupa - como os casacos da marca The North Face. Vinham em caixas todas bonitas originárias da China. Uma vez chegadas aos armazéns de cá, abriam-se as caixas de papelão, deitava-se todo o conteúdo extra fora, e volta-se a empacotar o casaco, sem cerimónias algumas, numa caixa simples, sem logotipo de loja. 

Tudo feito na China, comprado lá, enviado para cá, desempacotados, colocados em embalagens neutras e re-enviados de volta para a China.


Causa-me um pouco de asco. Mas é o mundo capitalista que temos. E é todo Chinês. 
Todas as firmas fazem algo semelhante - por mais que "arrotem" termos nacionalistas. Procuram "diluir" a intervenção chinesa na informação passada para o grande público. Seja no rótulo de roupa, seja na embalagem que embala o electrodoméstico de marca nacional. 




Agora estou numa empresa britânica, que diz que constrói manualmente os próprios electrodomésticos. E é verdade: vejo-os nas máquinas, a cortar as peças. Mas o que não é dito é que o material em si, vem de onde? Adivinharam: da China. 

As partes que eles não compram em "chapa" para cortar, compram já moldadas. Todo o exterior de um electrodoméstico em particular é feito na China. Aqui limitam-se a fazer a pintura. (Por vezes mal). Os restantes electrodomésticos não são montados cá: vêm por inteiros de lá e trocam-lhes as tomadas aqui.

Noutro dia estava a observar através da porta de vidro um colega a testar um electrodoméstico. O que me chamou a atenção não foi isso, mas o enorme caixote de cartão que estava ao lado. Fita adesiva com a palavra "quarentena" colada a toda a volta.

Veio da China - o país que começou a alastrar o vírus CORONA. 
O Corona está ativo e a alastrar-se.

Não é um risco menor aos que estão "longe" da China. Porque a China não está longe de lado algum: está em todo o lado.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Hipnotizante bela


Mais de 1h da manhã e estou aqui a olhar para o céu noturno através da janela. Não consigo desviar o olhar da brilhante estrela que cintila lá  no alto. Mas que beleza! Parece estar a enviar jatos de luz e a movimentar-se. Mas não. Está num só lugar. Linda e brilhante, impossível desviar o olhar.
Nessa contemplação percebo que necessito de me amar a mim mesma. Gostar de mim, com rugas, sem rugas... Valorizar-me.

A estrela no céu é tão brilhante que não  consigo deixar de a olhar. E tranquiliza-me. É tão bela que decido fotografá-la para vos mostrar.

Faço alguns disparos. Mas de imediato umas nuvens a escondem. Está até agora, escondida, invisível,  como se nunca ali estivesse estado.

Não gosta que lhe tirem o retrato. Como a entendo!!

Tivemos um momento - eu e ela.
Privado. Íntimo.

Ela não quer que o relate. Mantem-se escondida. Já não vai voltar. Convocou as nuvens para a ocultarem de mim. Porque apareceu apenas para os meus olhos, para falar com o meu coração. Desculpa-me estrela, mas és bela demais!


domingo, 23 de fevereiro de 2020

Sem cura


Vi estas placas na prateleira do supermercado e não pude deixar de pensar que são de muito mau gosto.


Pedras tumulares.

Já pensei menos na morte. Avistar esta ironia, não ajuda. Passei metade do dia a escutar música com phones nos ouvidos. Som bem alto, não estava pra ninguém. Só eu, a musica e os meus pensamentos dolosos.

Escureceu e chorei baba e ranho. 
Ainda devido ao mesmo.
Mas isto não tem fim??

Rezo, faço "acordos", para deixar de sentir, lembrar, sofrer. Mas não queria perder a vontade. Os unicos instantes em que estou bem é quando me parece que me foi concedida uma especie de castração emocional. Não queria assim. 

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Comprar uma scooter / trotinete

22_02_20
(data só com zeros e dois)

Quero comprar uma coisa destas:



Sei que em Lisboa existem aos montes - literalmente. Mas nunca me interessei por uma até caminhar para o emprego pela manhã e ser ultrapassada por uma rapariga que vinha numa trotinete. Super-silenciosa, diria até que muda. Nem dei por ela. Não tive tempo de reagir. Quis perguntar à rapariga que marca de trotinete tinha, mas aquilo anda impressionantemente rápido para algo que anda devagar. 

Tenho muitas questões para as quais quero uma resposta - razão pela qual esta compra vai ficar adiada por um período indeterminado. 


É o veículo para mim. Pelo menos para aqui, onde os passeios são remendos de betão desnivelados, esburacados, escorregadios e cheios de tampos metálicos. Gosto muito de caminhar. Mas quando vi a trotinete - e todas as que lhe seguiram desde então, percebi que era ideal para mim. Todos os dias, vejo-as a passar, sem dificuldade, por estes pisos enlameados. Portátil, pequena, rápido QB e o principal: silencioso! Não é poluente, não consome gasolina é electrico. Deslocar-me de casa para o emprego e vice-versa já não teria de ser uma caminhada de uma hora. A chuva, o vento frio, a vontade de chegar ao destino o mais depressa possível... E continua a dar para "ver as vistas", dá para parar, dá para transportar (cerca de 25Kg).


Agora resta-me saber que modelo vou comprar. Tipo de bateria: quantas horas a carregar e melhor: quantas horas de autonomia? Travões. Suspensão. Cabos à vista - por incrível que pareça, marcas como a Xiaomi têm-nos expostos. É uma opção estética da qual me iria custar aceitar, por o resto valer a pena. E temo que um mau-intencionado apareça com um alicate e decida cortar os fios, só porque "sim". Rodas com ar ou sólidas? Por muito que me apreça a ideia de nunca ter de fazer manutenção aos pneus, parece-me que para o tipo de piso aqui no UK se não tiver ar e suspensão a experiência pode ser até dolorosa...  Mas se furar o pneu ou esvaziar... deito a trotinete fora? Dobrar a dita... há dois sistemas. Gostei mais da Ninebot mas... essa tem pneus sólidos. Tem cabos ocultos. Mas não tem boa travagem elétrica, só a "pedal". Mas tem um óptima app para acompanhar a vida da bateria e luzes led debaixo da prancha. 


Alguém por aqui já esteve com estes dilemas e encontrou solução?

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Brexit e os emigrantes


20-02-2020 
(data só com zeros e dois)

Pela primeira vez desde que começou o circo do Brexit, temi ser "expulsa" do Reino Unido.


Definitivamente os Britânicos querem menos estrangeiros por estas bandas.
Abrem excepções aos muito qualificados - pois claro.

O novo sistema de pontos, ainda não está em vigor.
Se estivesse, não tinha chances de entrar.
Mas será que terei de sair?

Dá que pensar.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Em Londres - Sky Garden (guia)

O Sky Garden, em Londres, era o local que queria mesmo visitar, fazia já dois anos. A entrada é grátis, mas necessita de marcação com um mês de antecedência. Cada vez que tentei marcar, estavam esgotados. Achei isso muito estranho então entrei em contacto com o local. Fui informada que, chegando antes das portas abrirem, podia entrar, por a maior afluência dar-se depois. Chamam a isso um walk-in

Imagem retirada na internet
Foi a ver esta imagem na internet que me apaixonei... quem não?

O Sky Garden fica no 35º andar do "walkie-talkie", um edifício situado na 20 Fenchurch Street. Funciona como um ponto panorâmico, proporciona uma vista ampla de 360º por toda a margem de Londres, de frente e costas para o rio. Faculta restaurantes e bar. Tendo uma reserva para almoço ou jantar num deles, não é necessário comprar bilhete ou fazer marcação para visitar o espaço. Ele promove-se não só por ser um ponto panorâmico, mas por facultar um jardim dentro do edifício. Eu, «doida» por jardins, tinha de ver.... né?

Fotografia de minha autoria
Há algo que têm de saber desde já: os ingleses podem ser desnecessariamente... complicadinhos. Por vezes, gostam  de exagerar. Por exemplo: dizem que se deve chegar pelo menos meia hora antes de entrar, mas provavelmente estão a referir-se ao período de verão, cuja afluência acredito ser brutal. 

Meia hora depois de aguardar à porta, chegou um jovem casal britânico e uma jovem rapariga estrangeira. Somente nós quatro ali estávamos no momento de abertura das portas. A inglesa até "refilou", por não perceber que tinha de ficar cá fora na fila, ao vento e à chuva. 

Fui a primeira pessoa a entrar no edifício e a chegar ao 35º andar. Subi no elevador sozinha! Quando visitarem o espaço saberão perceber como isso em si é uma raridade. O que só demonstra o quanto a entrada fora de horas é acessível e o repetido «espaço limitado a um número de visitantes» tem uma interpretação relativa. É verdade: o espaço enche. Mas não pela manhã.

Outra dica: a entrada não é pela frente do edifício, que tem massivas portas rotativas. Mas pelas traseiras. Numa das laterais, onde encontram o logotipo do Sky Garden.  Tal como no aeroporto, tem de se despir o casaco, colocar os pertences num tabuleiro e passamos pelo raio-X. Com marcação está claramente escrito que, para entrar, a pessoa tem de transportar consigo um documento de identificação válido. Fui com o passaporte em riste e não quiseram saber do documento para nada, ignoraram-no por completo.

Voltando ao interior... 
Estava num jardim... aproveitei, claro, para colocar a leitura em dia.



O interior é um espaço agradável, com sofás, mesas, cadeiras, mas toda a atenção é puxada para fora, para a paisagem exterior. É inevitável:  as "paredes" são na realidade altas janelas panorâmicas: o olhar escapa sempre para fora. 

A minha ideia era ir para o terraço, mas para quem chega nas primeiras horas do dia, deve saber que este é mantido fechado. Mesmo com a tempestade Dennis no ativo, às 11h abriram-no e as pessoas puderam usufruir da vista do lado de fora.


Parece um cartão postal

A minha fotografia favorita: um senhor idoso a fotografar o Shard


Um pormenor que não escapou à minha atenção é o quanto o espaço é vigiado por CCTV.
Aqui vêm-se um número bem elevado de cameras, sendo que a primeira fica numa grua rotativa.


E pronto: aqui fica o testemunho da portuguesinha no Sky Garden
Espero que vos tenha despertado a vontade de o visitar.



domingo, 16 de fevereiro de 2020

Passeio por Londres -1


Decidi ir a Londres. Chegando lá, foi mais fumo que fogo. Como toda a tempestade batizada com nome masculino, o Dénis, previsto para este fim-de-semana, assusta mais por antecipação do que por factos. Ainda assim, a certa altura, achei melhor aproveitar o tempo chuvoso para visitar um museu. 

Fui a um dos meus favoritos: O Victoria e Albert. A entrada é gratuita, (excepto para exposições pontuais) e não pensem que ficam mal servidos. Este museu é enorme, tem um espólio fantástico, de peças originais e reproduções (como todos hoje em dia). Deixo-vos uma amostra.


Este foi o primeiro retrato que vi. Não tinha identificação.
Gostei tanto da expressividade do retratado, certamente à décadas falecido, que o fotografei para mostrar aqui no blogue. Não vos parece que está vivo? 


De seguida observei esta escultura, a única feita em talha ou um material semelhante.
Olhando para o rosto, percebe-se cada sulco. Esta foi a aparência REAL de alguém.
Capturada por mãos impressionantemente habilidosas. 


Metros à frente, estava esta escultura. Fotografei deste ângulo porque a jovem rapariga oriental sentada no banco aqui na direita da imagem, estava a desenhá-la.
Poucos minutos depois, ela protestou para o ar a presença do homem na foto, por lhe bloquear a visão e interromper-lhe o momento. Ergueu os olhos para o tecto proferindo algumas palavras em chinês para o ar. Gostava de lhe ter pedido permissão para fotografar o desenho, mas não tive coragem. Estava muito bom. 

Mas o que me atraiu inicialmente nesta escultura tumular foram estas palavras, com as quais me identifiquei:

                                          
"Toda a minha vida os dias passaram frios e tristes. Eu, que sonhei selvagem e doida, estou feliz por falecer". "Muito antes do meu coração vir a despedaçar-se, a sua dor passará. Uma altura foi enviada para a sua dor. Paz virá, finalmente".

Não é bonito?
É exatamente sobre o que eu tenho vindo a reflectir. A vida, os sonhos, o fim.

Esta estátua foi mandada erguer postumamente ao falecimento de Emily Georgiana, aos 39 anos. Era esposa de George William. Imaginei que foi o marido que mandou erguer esta imagem - de um extremo bom-gosto, da falecida esposa. Que deve ter falecido ao dar a luz - imaginei eu. E ele deve ter gostado verdadeiramente dela (ou sentir remorso?), para fazer-lhe esta homenagem. 
Na imagem, ela encontra-se reclinada sobre uma longue-chair, lendo uma espécie de papiro, onde só pude perceber as palavras impressas "God is waiting" (Deus está à espera). 


Colocando ali um livro, é o tipo de escultura póstuma à minha pessoa que ia apreciar.



Este é outro exemplo de um monumento mandado erguer aos falecidos. 
A figura principal mencionada é a mulher à direita. Mas não se façam confusões: ela foi a filha DE... (medalhão acima?) e esposa DE... (busto ao lado?). Daí aparecer esculpida, em corpo inteiro, mas chorosa. A mão no rosto, segurando um pano para lhe secar as lágrimas da dor da perda, boca triste e olhos fechados, a chorar. É tristeza em memória dos ilustres homens com quem se relacionou por sangue ou matrimónio. Uma espécie de três-em-um. Maria Martin - de seu nome, mandou erguer este monumento em memória do falecido sobrinho e irmão mais novo, de 70 anos. Daí as suas lágrimas. Nada menciona a data e falecimento dos progenitores ou esposo. Pelos vistos, filhos ela não teve. Ela mesma, aqui retratada na mais pura dor, faleceu anos mais tarde, quem sabe sentindo-se totalmente só, sem um familiar por companhia, com a bela idade de 97 anos. 

Achei um monumento bem feito e fiquei a imaginar se existe algum simbolismo maçónico na escolha dos elementos, tão "piramidais". 

Continuando nas esculturas representativas, chamou-me a atenção o rosto em mármore "saindo"de um medalhão. E quando olhei para ele, talvez pela "mancha" no rosto, surgiu-me na mente o que poderá significar a expressão vaga e triste, deste belo e jovem rosto.


Acho até que deviam adoptar esta imagem para logotipo internacional da Violência Doméstica.


E pronto. 
Vi muito mais, fotografei mais ainda, mas irei partilhar noutro post.
Para este ficam as esculturas.

Descobri uma coisa a meu respeito: gosto de arte e gostaria de fazer parte de uma.
Não me incomodaria nada de ter o meu rosto (jovem) num medalhão semelhante.

Algum artista precisando de uma musa?

:D

Bons prazeres

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

O olhar do homem da bicicleta e o dia de s. valentim

Passa por mim quase todos os dias, no mesmo lugar.
Vem de bicicleta na minha direcção, vestindo um casaco reflector, luvas e um gorro.

Olhamos-nos bem no olho, praticamente em simultâneo. Um a dar ao outro a certeza de que foi visto. Percebo apenas que tem barba rasa, talvez ruiva ou loura. Não dá para ver mais nada. Só os olhos. Desde a primeira vez gostei do seu olhar. Achei-o genuíno. Simpático. Puro. E passei a simpatizar com o olhar do «homem-da-bicicleta».

Hoje voltá-mos a ter aquele segundo de contacto visual. Mas tive de desviar o meu olhar do dele, quase de imediato, porque receei que conseguisse ler-me o pensamento. 

Da próxima vez talvez deva esboçar um sorriso.


Quando cheguei a casa tinha uma encomenda à minha espera. Achei que não podia ter sido mais oportuna - a compra que fiz há uns meses. Visto que é dia de S. Valentim. Pensei "É um sinal que vou ter de me contentar com isto. Se calhar nem funciona. Ou então ainda tenho uma noite de S. Valentim algo diferente".


Pus a carregar e carreguei no botão.
Não funciona.

Bom... tenho o olhar do homem-na-bicicleta.

Sejam felizes.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Caminhada deliciosa


Não sei como vos explicar, mas quando acabo a noite de trabalho e ainda tenho de caminhar uma hora para chegar a casa, não é um castigo, é uma satisfação. Já o fiz sobre chuva, ventos, lama, desgosto emocional, temperatura abaixo de zero, pés cheios de bolhas, a doerem horrores, já o fiz até sendo seguida por um desconhecido. 


E no entanto, nunca deixou de ser um prazer. Por mais cansada e exausta que me sinta. Não me custa caminhar. Agrada-me o percurso. Não sei ao certo no quê, mas vou a pensar o caminho todo. 

Hoje à noite vi DUAS lebres. No mesmo jardim onde vi a primeira no ano anterior. Duas. Casal, provavelmente. Mas também vi um rato. Também no mesmo sítio onde vi o primeiro. Novamente, correu da esquerda, para a direita.



Gaivotas também as vejo, logo pelas 7 horas da manhã quando estou a sair de casa. Ficam a sobrevoar o céu. Cumprimento-as mentalmente.



Há certas fracções do percurso que acho verdadeiramente belas. Uma delas é este caminho que antecede a entrada num parque. Há noite consegue-se ver muitas estrelas. Caminho a olhar para o céu e é uma sensação agradável. Afinal, quantos de nós tem tempo para olhar para elas?

Faz-me bem olhar para o céu estrelado.  




O telemóvel não faz milagres mas cada pontinho branco no fundo negro são estrelas que brilham à vista desarmada.

Também a semana passada, fiquei deslumbrada com esta imagem aqui.


Agora cada vez que passo por esta árvore, mentalmente falo-lhe. Ocorre-me imaginar o que já terá presenciado e quantos anos terá. Daqui a nada vou para o Júlio de Matos Kkkk.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Mind Reader


Há coincidências do «catano». Estava eu a pensar que não tenho casa comprada, quando oiço o som de mensagem no telemóvel. Vou ver e diz assim: "portuguesinha - um adolescente comprou uma casa". Seguido do link.

Claro que sei que é spam.
Mas a minha mente ficou P A S M A!

Foi como se tivessem lido o meu pensamento e nesse exato momento o transferissem para SMS. E o que é mais irreal, é que nunca, antes, recebi tal texto. Nunca sequer fiz pesquisas nos motores de busca. Nunca coloquei o meu número de telefone inglês em algum site e jamais dei o meu nome - escrito na grafia correcta, a nenhum site inglês.

Fiquei mesmo aparvalhada e decidi espreitar que tipo de spam era quando chegasse a casa.
É uma falcatrua online - que uma vez já denunciei, que faz as pessoas acreditar que, comprando Bitcoins, ficam milionários numa questão de horas.

E não foi a única ocasião neste dia em que o meu pensamento foi tranferido. Estava a contar umas unidades e quando chego ao número mentalmente, o loucutor da rádio pronuncia-o.

Eu a pensar no número, o locutor a pronunciá-lo!!!

Isto é macabro.

Infelizmente não é um número que exista no euromihões.
Mas se houvesse lotaria...

Já vos aconteceu coisas assim??

Máscaras e o Corona Virus



Tenho vindo a querer comprar uma coisa para uso próprio e tenho adiado. Inicialmente pensei em adquirir uma daquelas máscaras para motoqueiros, que só deixa à vista os olhos. Mas depressa mudei de ideias, porque as percebi pouco práticas e só me protegeriam do vento frio. Optei depois pelas golas altas, mas também mudei de ideias, eram demasiado caras para a simplicidade e nada dava garantias de que iam ficar seguras acima do nariz, sem escorrerem pescoço abaixo. Para isso, já me basta o gorro do casaco, que hoje ao soltar-se até fez cair ao chão um outro gorro que uso por dentro. Por sorte, dei conta e voltando atrás, foi possível apanhá-lo do chão.  



Como caminho muito, quase sempre perto de vias rápidas, incomoda-me bastante quando recebo baforadas tóxicas dos tubos de escape dos carros a passar. Pessoas a fumar, a mesma coisa. Mas de há uma semana para cá, tenho andado a tossir, sinto-me mal, tenho uma narina a querer entupir mais que a outra, espirro muito, fico com os olhos inchados, parece que sinto pó nas pestanas e por mais que passe água a sensação permanece. Incomoda-me todo o tipo de "pó" que me chega ao nariz. O pó do café, o pó da madeira lixada todo o fim-de-semana na casa, por o senhorio estar a fazer renovações, o pó no emprego - que é imenso e que, feita parva, decidi passar uma vassoura pelo chão. No dia seguinte, senti as amígdalas inchadas, falhava-me a voz, parecia ter vidro na garganta e estava adoentada. 

Mas não era início de constipação - como cheguei a temer por o local de trabalho ser frio. Ou melhor: a minha área, que fica perto de portas, é fria, mas cada vez que vou ao WC passo pela zona quente das máquinas de produção. Seria fácil deduzir que a exposição contínua a súbitas alterações de temperaturas resulta no que pode ser o início de uma constipação de inverno. 



Mas a intolerância ao pó... ao cheiros fortes, já me indica o verdadeiro culpado: POLUIÇÃO. Partículas agressivas na atmosfera.



E é por isso que decidi. Vou deixar a vergonha para trás - que neste país, a pesar de ninguém usar, usam burkas e outras coisas mais, velhotas pintam o cabelo nas cores do arco-íris, por isso não é caso de estranharem ver uma pessoa na rua a usar uma... máscara respiratória no rosto. 


Preciso proteger-me destas agressões!!!
É inacreditável, mas estou muito mais exposta aos perigos da poluição do que um fumador inveterado que vai e volta a todo o lado de carro. Sou fisicamente activa, gosto de andar na rua, mas isso não me traz mais saúde. Pelo contrário: pode tirar-ma. 


Na busca por uma máscara eficaz e de preferência, de uso múltiplo, calhei ler o que acontece quando se respira demasiado as partículas nocivas. O pulmão pode inflamar. Posso até ganhar cancro. Corro o risco de contrair a Doença Crónica obstrutiva dos Pulmões, que praticamente me retira TUDO aquilo que mais gosto em mim e me define: a minha energia. Acabam-se as caminhadas (se conseguir dar dois passos é muito), acaba-se qualquer esforço. Tudo o que quiser fazer não irei fazer. Vou precisar respirar por garrafas de oxigénio. E ver a vida passar por mim.

Não quero isso!
Não mereço isso. 

Mas estou à mercê, tudo indica que é provável. E o corpo está a dar os seus sinais. 
É melhor escutar.

Vergonha? Encabulada?
Que se lixe!!


E onde entra o Virus Corona nisto?
Simples. As máscaras de rosto esgotaram em TODO O LADO. Até online. O preço das mesmas também inflacionou bastante. Esta epidemia foi logo calhar na altura em que eu decidi-me definitivamente pelo uso de máscaras de protecção no nariz, sem me importar com as «aparências». Está tudo esgotado mas ainda se encontram online. Quase todas da China, claro... Foi a única alternativa que tive e acabei por comprar no Ebay uma máscara com respiradoro e de uso contínuo, porque penso que ma vão entregar antes que o fim-de-semana chegue, pois pretendo ir para Londres. 

Decidi ir passear lá e fui logo escolher ir para a cidade-grande num fim-de-semana de mais chuva e na altura em que o vírus Corona paira ameaçadoramente no ar... Mas não me vai travar. Se ficar em casa, vai ser o terceiro fim-de-semana com o pó das madeiras a correr livre, a vê-lo na mobília que acabei de limpar, na roupa da cama que quero lavar. Não me apetece. Mesmo. O que me apetece é subir ao topo de um edifício alto e olhar para baixo, ver tudo minúsculo, ir a jardins, conhecer locais por onde ainda não passei...

E por isso, Londres, aí vou eu!

E vocês?
Como andam a lidar com esta epidemia?

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Seguidores e folhear catálogos



Não entendo a coluna de seguidores aqui do lado, no blogue. Reparei que desceu de 73 para 72 e quase brinquei com isso. Hoje percebo que caiu de 72 para 71. Por acaso isso não interessa nada, porque desses «setentas», o número real nunca passou de cinco ou seis! O resto é gente que já desapareceu, segue para ser seguido ou publicitado. Lembro-me de fazer um post sobre este tema por a quantidade ter estagnado no número 69. Quando passou a mais quatro (lol) que isso, senti tristesse por perder o «número mágico». Mas alegria com a possibilidade de isso significar ganhar um leitor real, que vai ler e comentar. Por isso, valia a pena sair do número capitua. 

A questão de perder seguidores não está no número, mas na qualidade. Quem deixa de seguir, está ativo. Ou não? Não me agrada perder os comunicadores.

Gostava de apanhar mais gente na blogosfera, trocar mais ideias. Receber mais comentários. Não digo comentar mais porque sou das que comenta. Muito. Em comparação, sempre fui 85% mais ativa do que a «atividade» recebida em troca. 

Comento quase todos os assuntos, mas omito-me de alguns temas. Um desses, sem dúvida, é a política. Isso e desporto, quase sempre sou capaz de ler sem comentar, não por desinteresse total, mas por desconhecimento. Como opinar se falta mais informação para o fazer? Ás vezes, em situações pontuais, generalistas, ainda vá lá. Mas política de núcleo.... esqueçam.


E depois tem os temas que pouco me interessam. Roupas. Acessórios. Na realidade, se fizessem posts sobre estes temas de uma forma aprofundada e pessoal, com autenticidade e não como propaganda, aí interessava-me e ia comentar assiduamente. Mas postar imagens de roupa toda igual, só muda a cor... opá, se eu quisesse folhear  catálogos voltava aos idos tempos da La Redoute




domingo, 9 de fevereiro de 2020

Uma semana depois

Numa solarenga tarde 
ventosa e fria de Fevereiro...


No parque com este lago


Onde fui fazer isto


                 E acabei a ler neste banco.





sábado, 8 de fevereiro de 2020

Chovem pontos de interrogação



A boa notícia é que fui capaz de voltar a ler livros. Actividade que se tornou impossível lá por Setembro. Mas por volta de Dezembro, agarrei novamente um livro pela primeira vez. Não era bom, veio o Natal, e não o terminei. Estamos em Fevereiro. Faz sete dias que estou a ler Peter Swanson "Before she knew him". 

Estou a gostar. É uma escrita simples, sem grandes twists, mas que abre a mente para novas realidades interpretativas. O seu contributo maior é esse: por as situações sobre um outro ponto de vista.  

Contudo, aqui e ali, há partes que me remetem para o motivo que me fez largar as leituras. Esta frase sublinhada, por exemplo. Que no meu caso, vem com um ponto de interrogação no final. 

Não ia agir sobre uma fantasia se esta não fosse bem-vinda. 
Mas pensei ter uma amizade.

E por isso, pontos de interrogações caem sobre tudo, que nem chuva miúda (drizzle rain). 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Ah.


Entendo as Rebeccas deste mundo. E quanto mais vivo, mais admiro e vejo o quanto são necessárias.
Refiro-me à personagem criada por Daphne du Maurier. É tão interessante... uma mulher que não existe. Mas que é personagem mais forte de toda a história. E que usou os homens porque os achava uns idiotas, por se encantarem com a sua beleza. "São todos uns estúpidos!" - acho que a certa altura surge citada pela governanta.  



E eu entendi. Nesse instante, entendi Rebecca e entendi a admiração da empregada por aquela mulher especial. Ela tinha todos os homens na palma da mão. Porquê? Porque era lá que eles queriam estar. ELES lhe deram esse poder. 

Devia ser extremamente frustrante ser tão inteligente e a primeira coisa que um homem via era a beleza. Depois vinha o fascínio pela sua mente, mas sempre, sempre, todo o homem desejava ir para a cama com ela. Asco. Dessa forma nenhum homem poderia jamais interessar-lhe por muito tempo. Não dá "pica", por ser tão fácil. E por ser frustrante, a excitação está no castigo. Por isso ela encontrava outras formas de lidar com eles, excitava-a os jogos psicológicos e brincava com todos, desprezando-os. Deixava-os pensar que eram especiais mas não gostava de nenhum. Ela era feminista.


Essa reverência de que a personagem foi vítima desde criança, é-me fácil de entender. Assim como achei brilhante a forma como ela conseguiu "despedir-se" do mundo antes da sua beleza a trair. E ainda por cima, fazendo um homem acreditar que a assassinou. Oh, ele a matou, sim! Mas porque ela assim o quis. BRILHANTE.


Bom, mas toda esta introdução para contar que estava no supermercado e um homem atrás de mim fala comigo em inglês e quando se afasta, ainda a falar, reconheço de imediato que é português, de Lisboa, por sinal. Só então viro-me na sua direcção e, por simpatia, pergunto-lhe, em inglês:
-"É português?"
-"Sou".
-"Também eu"
-"Ah" - diz com uma expressão de incómodo e a afastar-se.

Entretanto meto-me numa fila de atendimento, que ele por sinal corta e passa na frente assim que termina de escolher o que quer e quando chega a minha vez, ele está a terminar de ser atendido, faz por não estabelecer contacto visual comigo e regressa para perto de um amigo (também tuga) a rir, e a dizer algo onde a palavra "ela" entra na frase. Não sai dali de imediato, como seria de esperar para quem mostrou tanta pressa que até se meteu na frente.

Fiquei com a sensação de que fez troça, incomodou-se. Não gostei dele. Caiu-me mal que se tenha metido à frente da fila, acho que demonstra que se acha acima dos restantes. E mostra falta de respeito por mim, que estava nela, e ele sabia muito bem para quê; precisamente pelo mesmo motivo que ele: meter o euromilhões. 

Presumo que é um desses tugas que vem trabalhar para uma empresa de informática ou dados. Têm sempre a mania que são mais do que são, que estão acima dos restantes emigrantes da nação. Não gostam de se "misturar".


Fiquei a pensar: "se me visses com menos 15 anos, aposto que ias derreter-te em simpatia". "Se eu fosse famosa, também ias gostar de me encontrar numa fila de supermercado". "Mas como não sou essas coisas, é como se não tivesse valor. Sentes-te incomodado e totalmente desinteressado em ser simplesmente simpático". 

E fiquei a pensar nisto... ali estava a razão de existirem «Rebeccas». 
E devem existir. Faz sentido. Espero que existam.

Sei o que é ser assediada por ser jovem com um palmo de rosto bonito. Ou por ter desenvolvido curvas precocemente. Sei o que é ser uma «Rebecca», no sentido de entrar numa sala e todas as atenções virarem-se para ti. Aconteceu-me algumas vezes. E depois apareciam rapazes, uns atrás dos outros... interessados em "conhecer-me", estendendo-me convites para tudo e mais alguma coisa, olhando de lado para outros rapazes, tentando ser aquele que agrada mais. Nunca gostei, nunca me senti confortável e por isso desenvolvi vontade e necessidade de ficar "apagada", ser discreta, não evidenciar nada, até mesmo de ocultar a minha inteligência, conhecimentos, interesses. Porque eram muitos, diversificados e isso parecia intensificar ainda mais o interesse masculino. Fiz-me de "parva" por me incomodar com as atenções recebidas. Aquilo que representas, acabas por te tornar! Sempre escondi a minha beleza, talentos e inteligência. Não foi muito inteligente de minha parte... Mas foi o que fiz. Não fiz uso do meu poder. Desse poder que me foi conferido por todos eles, mas que nunca desejei possuir. Rebecca usou-o com deleite. Fez ela muito bem!

Olhei para aquele homem português não muito atraente, quase careca, achando-se acima da minha pessoa e fiquei a pensar se ele soubesse...

O que faço profissionalmente hoje não tem nada de nada a ver com aquilo porque me interessei desde girino :). Mas nos meus 20s, 30s, andei a fazer coisas que amei de paixão. Coisas que tinham a ver com o grande público e que podiam facilmente ter-me catapultado para a fama, transformando-me numa figura pública. Muitos rostos, femininos e masculinos que andam nas revistas, que surgem na televisão, são dessa época. A diferença é que eu nunca perdi a necessidade de me apagar. O que me prejudicou. E esses que aparecem, sempre quiseram aparecer. Fazendo de tudo para o conseguir. Tudo...

Imaginem então se este tuga tivesse encontrado no supermercado a Catarina Furtado? Ou a Cristina Ferreira? Todas produzidas e maquilhadas, claro. Porque se estivessem de gorro na cabeça com o cabelo tudo lá enfiado como eu estava, se calhar nem elas teriam a sorte de serem tratadas com as simpatias de bajulação de que já devem estar mais do que acostumadas. 

Acham que este tuga ia ficar-se pelo "Ah" e fugir a milhas?

Coisas que me têm irritado


1) As reduzidas visualizações do blog. Nunca foram muitas, mas foram cortadas para mais de metade. I wonder why?

2) A falta de comentários aos conteúdos. Uma pessoa farta-se de escrever e pá, nem aqueles que só lêm o título e depois deixam um comentário generalista com três a cinco palavras andam por cá. O que se passa?

3) O meu telemóvel Samsung. Que porcaria de marca! Irrita-me que os botões do som estejam ao contrário do modelo anterior, também samsung. Os phones são uma porcaria e não gosto que não venham com a protecção de silicone. Estão sempre a cair das orelhas e não têm botão de volume.

3) Ainda o meu telemóvel Samsung. Que não me deixa escutar música em standby. Tenho de meter o menu das configurações no ecran para que a música possa tocar.

4) Ainda o meu telemóvel Samsung. Que não permite que as músicas toquem continuamente. Só consigo ouvir compilações.

5) Ainda o meu telemóvel Samsung. Que me pediu para actualizar a impressão digital por, supostamente, terem feito melhorias, e aquilo nunca, nunca, nunca funciona!!!

6) Ainda o meu telemóvel Samsung. Cada vez que quero tirar uma fotografia ou fazer um vídeo, aquilo salta sempre de posição. Nunca pára quieto, porra!

7) Ainda o meu telemóvel Samsung. Já que a música é uma bosta, lembrei-me de começar a escutar rádio. Não entendo porque é que só me deixa escutar um pouquinho e depois desliga-se! Nem uma canção inteira me deixa ouvir. Desliga-se e tenho de ligar novamente. Que coisa imprestável!

8) Ainda o meu telemóvel Samsung. A capa não serve para nada! Não fica de pé, não dá para posicionar o telemóvel e ainda por cima, os botões ficam DEBAIXO caso tente dobrá-la para visualizar um vídeo. Tenho sempre de encostar o aparelho contra alguma coisa. Mas as capas com tampa dobrável não serviam para isto???

9) Ainda o meu telemóvel Samsung. Cada vez que carrego Ficheiros/Audio para aceder ás músicas que ali coloquei, aparece-me um menu da Samsung a dizer que para continuar tenho de aceder à conta. Inconveniente. É preciso conta com password para escutar música que foste tu a colocar no telemóvel?

10) O gorro do meu casaco. Deve ter sido feito para a cabeça de um gigante! Preciso tanto de o ter apertadinho para o frio não entrar, e o diabo é que tenho de usar as mãos para o manter fechado, porque os botões de mola estão numa posição tão afastada que o gorro cai da cabeça. Não há meio de o conseguir manter ali sem ter de me maçar.


E pronto. Acho que é isto.
TODOS OS DIAS, mas todo o santo dia, é uma luta diária para ter estas pequenas coisas que nem deviam te fazer pensar nelas, a funcionar.

Excluindo o blog, claro!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Novo vício


Podia ser o meu novo vício, já que sinto-me tão mais propensa naquele momento do dia. Mas  as falhas constantes nos dados móveis vão impedir-me de dar continuidade a algo que receei vir a poder tornar-se um novo hábito: postar no blog enquanto marcho para o emprego.

Gostei de fazê-lo na primeira vez. Fez o tempo passar mais rápido, nem notei. No dia seguinte, nova inspiração, fez-me fazer o mesmo. E quase nem tive tempo para terminar o post, pois demora 20 vezes mais tempo a escrever no teclado de um smartphone do que num computador. Descobri que sou boa no texting and walking. Agora entendo a imagem em baixo!


Exercício físico pela manhã

Passou por mim a correr, de calções justinhos e tshirt. São sete e meia da manhã e o termômetro indica a temperatura de -1


Questiono-me: porquê as pessoas decidem fazer exercício, em particular correr, logo pela manhã com tanto frio? Provavelmente uma hora antes de se enfiarem num carro para o trabalho?

Depois penso em mim e entendo-as. Aqui estou eu, como todos os dias, em passo de marcha. Nas pernas visto umas calcas de fino tecido, que também uso no pico do calor.

Mas não me sinto desconfortável. Pelo contrário: sinto-me bem. Um imenso Bem estar.

Contudo, não sei se ia gostar de correr. Andar depressa agrada-me. Não gosto sequer de parar por ter de atravessar as ruas. Desenvolvi métodos para evitá-lo, sigo atalhos e corto caminhos. Dá-me gosto este "jogo" em que procuro melhorar a experiência dos percursos de sempre.

Esta é uma fotografia de outro "atleta" com que me cruzei logo a seguir ao outro.


Está tanto frio que ao entrar pela porta no emprego o visor do telemovel embacia de imediato formando-se pequenas gotas de condensação. E as minhas pernas parecem querer descongelar. Mas nem as sabia congeladas.

Às 7.34h o sol se pôs- disse-me hoje a previsão do tempo. Foi exatamente nessa altura que tirei esta foto.


Tenham um óptimo dia!


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Os dias já estão mais longos

Não gosto de perceber que está a amanhecer mais cedo. Fico com a sensação de estar muito atrasada para chegar pontualmente
ao emprego. Costumava estar escuro quando saía de casa.  Começava a clarear quarenta minutos depois, comigo já à porta do emprego, no qual só comecei há duas semanas e meia.

Esta súbita presenca do dia a substituir a noite mexe com o meu relógio biológico interno, tal e qual como aconteceu quando as noites apressaram-se a tirar horas ao dia.

O tempo com pressa de mudar e eu ainda a esperar ver chegar o pico do inverno. A neve não vem. E sem ela vou sentir-me novamente privada de um ciclo real desta estação.

Vi um rato


A caminho do emprego passou à minha frente, da esquerda para a direita, um rato.
Reacção: "Eu vi um rato. Hurray!" - levantando os braços ao céu.


terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Palavras e lembranças


Foi o que aconteceu comigo. 
Um downpour de emoções súbitas, intensas, fortes. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Mataram o terrorista - viva a polícia britânica!



Escutei na rádio a notícia do «terrorista» que fez uma maldade em Londres. E a polícia matou-o. 
A parte da intervenção policial foi mencionada em demasia e como que em tom de "urra!", "somos tão bons!".



De que vale um terrorista morto? Ou ter pessoas por ele magoadas?

Não é melhor viver num país onde ainda se tenta CAPTURAR um criminoso?
Sinal que se vive num país que RESPEITA O DIREITO À VIDA acima de tudo? E que sabe que é importante compreender as motivações do maior dos lunáticos, para se instruir e saber lidar com outros que possam surgir?


Que valentia tem a força policial? Muitos contra um, armado com uma faca e eles todos munidos de armas de fogo e outras tais? Fica feio, mesmo sendo um «terrorista» e a polícia, o mau e o bom, o "índio" e os "cowboys". Também foi um - sem arma de fogo- contra dezenas armados.

Não me parece que seja motivo para celebrar a  policia.


Primeiro, ela não conseguiu PREVENIR o ataque. Seria de louvar se o tivesse feito. Para as pessoas atacadas, diferença nenhuma fez a intervenção policial. Se o tipo tinha acabado de sair da prisão, o importante seria descobrir o que o levou para lá em primeiro lugar. E aí avaliar o comportamento da justiça. Se ele era considerado "terrorista" ou "extremamente perigoso" - não devia andar livre por aí, sem apertada vigilância. Se calhar a polícia não tem o currículo limpo nesta história. 


E se ele não era terrorista de todo? Se isso é apenas um cómodo rótulo que a poder inglês convenientemente coloca nos seus "ups! Levou com uma bala e jaz morto no chão... épá, não podem nos criticar por isso. Vamos dizer que além de perigoso, o atacante era terrorista. Ninguém se importa que se matem terroristas.".


Depois as notícias aqui são muito vagas, não são aprofundadas. Falta uma certa LIBERDADE DE IMPRENSA que é deveras preocupante. Não se sabem detalhes do atacante. Nacionalidade, por exemplo, é das coisas mais eliminadas das notícias para não ferir "susceptibilidades". E eu pergunto: o que é que isso tem a ver com o direito à informação e o que é que isso produz na LIBERDADE DE IMPRENSA???

Sabem a resposta? Nada destas condicionantes trás algo de BOM para a sociedade que se quer livre e informada. Em muitos aspectos, como por exemplo, nesta necessidade de se vangloriarem por matarem a sangue frio um "terrorista", achando que estiveram "bem", os recados e bilhetinhos por toda a parte a "lembrar" a pessoa comum que se levantar a voz ou mostrar-se descontente com algo é considerado um criminoso, pode ser chamada a polícia para o levar preso e pode ser multado por desacato e ofensa a terceiros - tudo isto que aqui é mostrado como «se nada fosse» são sinais de uma sociedade que está mais próxima do extremismo do que com o outro lado. 

Ainda não li nada sobre a notícia. Vou fazê-lo agora.
O relato que fiz é com base na notícia passada numa rádio. Ainda não pesquisei nada noutras fontes. É o que vou fazer agora. Estou cheia de curiosidade para saber como a imprensa britânica informa o público. Quero ver se alguma não esconde informação, como nacionalidade, idade, quanto tempo vivia no UK se não for natural, etc, etc. Todos os detalhes que eles nunca mencionam para não "ferir susceptibilidades" mas que apenas resultam em uma má imprensa.

Sinceramente, o bajular à acção policial, que matou um homem e nada fez para evitar que este que era criminoso não chegasse a cumprir os seus objectivos, silenciando-o para sempre de seguida... epá, não me caiu bem. Pronto.

Sejam felizes e tenham cuidado.
´
Actualização:
Já fui ler mais fontes. O que acho? Foi um puto de 20 anos, pouco inteligente, sentindo-a acoado por estar a ser vigiado pela polícia. Acho até que foi a polícia que o levou a agir assim. Mas isso é a minha opinião pessoal, após ler os detalhes na BBC.
Meu Deus, como eu adoro a BBC como fonte informativa! Cada vez que procuro algo, surpreendo-me como fazem bem o que têm de fazer. Acho até que se superam a si mesmos. Sempre com várias perspectivas,  várias abordagens, muitas fontes contactadas, boa informação. BRAVO!

O título preferido pertence ao jornal Daily Inter Lake- que diz simplesmente "Homem transportando bomba falsa, apunhala dois em Londres e é morto a tiro". Objectivo, direto, verdadeiro e sem "juízos de valor". Não era um "terrorista". Era um homem. E assim deve de ser. O que ele fez (armou-se em justiceiro de fantasia, nota-se bem que era influenciável e pouco inteligente. Puto: 20 anos apenas e cérebro fácil fácil de manipular) e o que lhe aconteceu. Sem juízos de valor. Fica ao encargo do leitor "ingerir" os dados e reflectir no significado.

O "The Telegraph" "salta" para a conclusão e coloca-a no título. Uma opção arriscada, mas inteligente, feita às 7 da manhã, quando tudo ainda estava a tentar entender o sucedido. Ele não explica o que se passou. Refere-se ao ataque e diz que este revela que punições mais severas são necessárias. Radical. Tomou uma posição e decidiu fazer a abordagem não tanto pelo lado factual, mas pela lição que se deve tirar destes ataques (o anterior foi semelhante, aconteceu em Novembro , as pessoas esfaqueadas foram MORTAS, e deu-se bem no centro, perto da movimentada London Bridge).

Eu não defendo terroristas. Nem criminosos. Defendo uma sociedade que preza a vida, que protege os seus cidadãos de elementos identificados como perigosos e uma sociedade de liberdade de imprensa. Eu mesma passei por uma situação na movimentada Oxford Street que me deixou com a pulga atrás da orelha. Um indivíduo encapuçado, sem qualquer necessidade, espetou-me algo no braço. E continuou a caminhar como se nada fosse, desaparecendo na multidão, entrando no metro. Sei que pode ser assim, fortuito. Consigo imaginar-me no lugar daquelas pessoas. Até mesmo no lugar das outras que faleceram em Novembro. London Bridge é um dos lugares onde mais acabo por ficar.

Na altura do meu "ataque" só me senti bem se partilhasse o sucedido com a polícia. Lá encontrei uns e expliquei-lhes o que acabou de acontecer. Disseram-me que "não podiam fazer nada" e que "é bom ter cuidado ao andar em lugares cheios de pessoas". Sou Lisboeta, sei disso muito bem. Quando perguntei sobre imagens de CCTV, disseram-me que não havia nenhuma câmara nas ruas. (A mais movimentada de Londres!!!). Só há a CCTV das próprias lojas. Incrível! Os Turistas estão por conta própria e nem o imaginam.

A presença de CCTV é DISSUADORA de bandidagem e crime. Mas não é eficaz se for inexistente. O criminoso sabe disso e sente-se livre para praticar o que lhe apetecer. É mau para o povinho de bem, que acha que essa tal de CCTV não está só nas lojas, mas também nas ruas. Já perceberam que a CCTV só está instalada em estabelecimentos públicos, como forma de violar a privacidade do cidadão? Se ao menos tivéssemos de levar com essa invasão por também estarmos protegidos... Mas o que a CCTV faz é proteger bens. Propriedade. Principalmente privada. Uma peça de roupa numa loja, uma peça de joalharia noutra... bens. Valores. Dinheiro. Não pessoas. Não quando se fala de circular na Oxford Street nem na outra que a cruza.

Eu queria que o corpo policial ficasse alerta para a eventualidade de existir um indivíduo ou mais que um a praticar violência com agulhas ou seringas. Que fizessem uma vigilância apertada. Só por isso contei o que aconteceu. Senti que era um dever, para bem de todos.

"Tenha um bom dia e tome cuidado".