Nos últimos dias vi alguns filmes: A lenda de Tarzan (2016), Meet the Blacks (2016), O bebé de Bridget Jones (2016), Snowden (2016) e Passengers (2016).
A ordem é proposital: começando pelo filme que menos gostei até ao preferido.
Vim falar de Passengers. Um filme de ficção científica, que se passa no espaço. Ora, como contar uma história deste género sem usar uma fórmula muito esgotada? É dificílimo!
Mas logo no ínício, gosto do filme porque ele faz uma boa exploração do dilema do «mocinho» em acabar com a sua solidão. Sabendo que isso implica condenar outra pessoa a ver o seu sonho destruído para sempre. O quanto ele fica ali a duelar-se com a ideia, já me agrada. Noutro filme qualquer, seria um segundo de momento para esse dilema e depois, num ímpeto, o mocinho ia fazer o que tinha a fazer e pronto: Passa para a cena do romance.
Até nisto o filme surpreende um bocado, porque permite que a corte seja feita normalmente. Na maioria dos filmes, já que a intenção do mocinho é conhecida, geralmente ele vai logo direto ao assunto. A fêmea sente-se um pouco chocada com o atrevimento, rejeita-o mas depois de muita insistência, lá cede. Aqui não se passa isso.
O que gostei no filme - sem querer entregar muito sobre a história, é que o mocinho é um verdadeiro príncipe encantado.
Jennifer Lawrence e Chris Pratt |
E como príncipe encantado que é, aceita quando a descoberta do seu gesto é recebida com raiva. Aceita levar porrada, inclusive. Porque entende... Entende as implicações do seu gesto.
Ele apaixonou-se. Por uma mulher antes mesmo de a ter consigo. E não resistiu.
O filme continuou a surpreender-me porque deu aquelas «pequenas coisas» que nos fazem prever o que vai acontecer mais à frente no enredo. Por exemplo: é mencionada a existência de uma parteira a bordo. Uma mulher de quem a protagonista diz «saber que ia ser amiga». Logo por estas duas frases deduzi que mais á frente.... Por acaso eles usaram preservativos quando transaram? Ah, pois!. Então seria de esperar que ia aparecer uma gravidez na história e uma parteira seria necessária. Aviso já que isto não acontece. Pelo menos... não no primeiro filme.
O final também surpreende. Porque seria de esperar que estes novos Adão e Eva populassem o seu mundo. Mas nada a esse respeito é mencionado.
Não vou contar mais sobre o filme mas gostei. É um romance, e eu, que nem sou muito de gostar de os ver, adorei este, gostei dos argumentos que situaram estas duas pessoas naquele ambiente e tudo o que aconteceu. Lamentei muito o que aconteceu a Gus! (Laurence Fishburne). A sua presença no filme é curta mas forte. Suficientemente duradoura para não querermos que sofra o destino que sofreu. Ele sim, teve um final trágico! Mal acaba de... e já descobre que... Um grande homem.