segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

O melhor dia da semana é...

 Para mim, o melhor de Domingo, é que a seguir é segunda-feira. 


sábado, 27 de janeiro de 2024

AVISO sobre as aldrabices da estética - eu como show case!

 

Acordei com o meu pulmão dorido, abri o computador, fui ao Whatsapp e nisto surge uma mensagem de um contacto que acabou de atualizar o seu estatus. Geralmente significa que a pessoa colocou foto nova, ou video novo... 

Fiquei surpresa, porque só tenho um contato naquele número. Porém, conheço a entidade: a clínica de estética onde fiz o último procedimento à papa do pescoço. Carreguei para ver qual era a atualização. Surpresa: Uma foto MINHA!

Não aparece o rosto inteiro, surge apenas o pescoço. DUAS imagens do meu pescoço, uma com o "antes" e outra com o "depois". Não está lá especificado, com os nomes (antes/depois), mas as pessoas já se habituaram a associar este género de imagens e a fazer esta leitura. Imediatamente comentei - porque apareceu um retângulo em baixo, que a imagem era enganadora, «como visada na mesma, a foto do antes refere-se DURANTE o procedimento, após ter levado bastante injecções». 


Aqui fica a foto que a clínica publicou, para vocês julgarem por vocês mesmos. 


Acham que isto é correto? A foto do antes é o resultado da injecção de um líquido que me colocaram com umas 40 alfinetadas. Fiquei tão preocupada com o resultado, por ter triplicado de pescoço, que tirei esta foto em cima e enviei-lhes.

 E aqui fica a foto do AGORA, presentemente. 


Sinceramente, não noto diferenças. Apenas uma... acho que tenho mais pele "solta", menos elasticidade na pele diretamente por debaixo do pescoço. Há ali uma pregazita que não me agrada. E que não reconheço como estando lá antes.


O anunciado é que desaparece TUDO. Mas o resultado - a pesar de dizerem que é esse, não surge com o impacto prometido. Como disse, quero acreditar que, internamente, melhorei. Mas será que não é tudo fogo de vista?

E aqui está o detalhe do pescoço numa foto de frente que tirei em 2022. 

Parece perfeito, certo? Parece idêntico ao da foto do pós-procedimento. 

Dependendo do ângulo, tenho as mesmas pregas que me desagradavam ver. Mas em fotos de frente - o pescoço parece perfeito. 

E aqui está o que me incomoda(va): as pregas! Quando se baixa ligeiramente a cabeça, quando se olha para o telemóvel ou quando os olhos vão para baixo ainda que ligeiramente. Era isto de que me queixei e é isto que ainda cá está. A diferença é que agora, depois de ter feito o tratamento, já não me incomoda tanto estarem aqui. Aceito-as. Podia ser pior: podia ter aquele papo! Ou pele solta a balançar... Que foi o "vislumbre" que o tratamento me deu. 

Entretanto, a esteticista que me fez o tratamento já me respondeu. Disse que o intuito é mostrar o efeito da queima - ou seja: injectaram um produto e depois com uma máquina queimam. Mas, ao colocarem imagens assim - não estão a explicar essa parte, não é? Dá a entender que o meu pescoço estava daquela forma enorme para começar. O tratamento é suposto melhorar tudo mas... olhe, cada um que tire as suas conclusões. Para a esteticista, este procedimento foi de um enorme sucesso. Melhorei consideravelmente. Eu sou leiga... não sei. 

Nota: SEMÂNTICA!
A esteticista voltou a escrever, dizendo que não está escrito que é uma foto do antes. 
Claro, não está. Eu mesma mencionei isso a começar este texto. Como pessoa informada sobre estas "melandrices" da publicidade, o detalhe deve ter logo sobressaído. Então tudo se resume a semântica. COMO não está escrito - o que a pessoa deduzir é com ela. É como esta foto aqui, também não está escrito nada! E o que está implícito? Não conta?? 


 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

UM NOVO BLOGUE! Venha visitar.

 E pronto. Nasceu um novo blogue!

Nele vou falar exclusivamente de LIVROS. Obras literárias, histórias e... bibliotecas. Todos os dias, de segunda a sábado - uma história será contada. 
Aos Domingos, é para a divulgação de bibliotecas e factos sobre as mesmas. A não perder!

Peço-vos que visitem e divulguem.
Mas não deixem de vir aqui. Aqui é a minha casa...

Um abraço a todos. 

Ah, e aqui fica o endereço do novo blogue:

https://historiasescritoslivros.blogspot.com/



quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Pequenos sinais... de que podem te estar a seduzir com falsidade

 

Estava sentada num assento na carruagem do metro. De pé, mesmo atrás do meu ombro, escutava as vozes de um casal a conversar. Acabei por apanhar o tom de voz e o que era dito. O rapaz escutava-a com interesse e pouco falava. Fazia questões à rapariga, pelos vistos para a conhecer um pouco melhor. Sugeriu sairem juntos. Ele não era dali e ela era lisboeta e podia lhe mostrar os melhores lugares. Ela logo avançou que não conhecia muita coisa porque não cresceu a ir a muitas festas e ia "polvilhando" aqui e ali, o rapaz com informações da sua vida . Uma vida de abnegação, "dedicada" aos outros. Pude sentir o interesse dele a crescer. E pude perceber a perícia da miúda, que conduzia a conversa pintando-se de uma maneira tão benéfica, que se julgaria tão santa como a madre Teresa de Calcutá. 

Disse-lhe que cresceu sem sair à noite. Não conhecia muita coisa. Teve de cuidar do irmão, de quem gosta muito, como se fosse um filho. Tinham uma diferença de idade de alguns anos. Era como se fosse mãe dele. Só começou a sair já era mais adulta, mas poucas vezes e em ocasiões especiais. Cada vez que ela falava, o interesse dele continuava a crescer.  Demonstrava que queria estar com ela e dedicava-se a escutá-la. Ela tinha uma voz doce, tão serena e calma, que deu-me vontade de olhar para trás só para perceber como era. O que fiz muito rapidamente, disfarçando olhar para o mapa do metro. 

Nisto percebo que ela está bastante atenta a tudo o que a rodeia de uma forma possessiva, porque assim que movo a cabeça, e apanho a forma como está vestida - espanto-me. Pela voz, esperava uma mulher normal, simples. Como todas as outras que se vêm no metro. Mas encontrei uma jovem produzida de forma a parecer simples mas também a seduzir. Parecia a Marge Simpson - a dona de casa "look", mas era deslumbrante. Apresentava-se mesmo para agarrar o peixe. Tinha o cabelo solto e liso, super brilhante e sedoso, um vestido justo ao corpo a revelar apenas o que é de decoro mas a revelar exatamente o que é preciso para deixar um homem doidinho de desejo: boas pernas, boas curvas e um peitinho curioso. Usava um colar a sobressair no decote não demasiado modesto mas não revelador. O vestido a marcar-lhe o contorno do corpo era o suficiente. 

Mas o meu espanto - e a minha suspeita começou aí, foi o ser surpreendida, não tanto com a imagem, que percebi de relance, mas com o que a vi fazer de seguida. Mal olhei para ela - e certamente para ele quase nem olhei, mas ela, ao ver um movimento de virar a cabeça na direcção dos dois, tocou no rapaz. Fez questão de esticar o braço, sorrir-lhe, agarrá-lo, chegar-se perto. Esse tipo de comportamento é tão típico de mulheres que estão no processo de sedução, não gostam de distrações de qualquer espécie e vêm "rivais" em tudo. Nada nem ninguém devia interferir com os planos que tinha na cabeça. Nem a carruagem, nem os transportes, nem um animal na rua. Estava determinada a conquistar aquele rapaz - mas fingindo que não era nisso que estava focada.  

Aquela súbita aproximação física, o toque no ombro dele, com a mão a escorrer para o peito, o sorriso - aquilo foi um convite e deve tê-lo deixado ainda mais em brasa. Já eu, fiquei com a sensação que ela estava a enganá-lo. Fazendo-se passar por aquilo que ele desejava encontrar. Todas aquelas palavras tinham sido cuidadosamente arquitetadas, o vestido cuidadosamente escolhido - cada detalhe da sua indumentária foi alvo de especial atenção e se alguma coisa ao redor ousar sequer interferir no seu processo, não ia permitir, recorrendo a comportamentos mais "diretos" ao ponto. 

O rapaz devia estar a pensar "que sorte tenho em encontrar alguém assim", "Jackpot", "Fantástica". 


O meu cérebro refletia nas aparências. Acho que os homens continuam a sentir bastante atracção pelo "protótipo" da "mulher para casar". Muitos conseguem ver as miúdas a divertirem-se, querem ter miúdas para gozarem, beijarem, pegarem, amassarem. Mas para um relacionamento sério, procuram, ainda a "mulher para casar". Se antigamente esta linha era bem distinta - definida, muito vincadamente pela virgindade mas não só - existia também um código de conduta e uma aptidão para as lides domésticas - hoje em dia a coisa só varia um pouco mas, no ADN do homem, penso que ainda persiste a procura da mesma coisa. Aceitam, claro, que uma mulher possa não ser mais virgem e ter tido namorados. Mas tem de ser um ou dois apenas. E depois tem todo um código de conduta de recatez, simplicidade, modéstia que ainda os seduz bastante e torna a mulher atraente a seus olhos. Isso, e a aparêmcia física. Vos digo: aquela rapariga sabia muito bem como o agarrar.


Depois reflecti no que descrevia dela própria e percebi que estava a descrever-me. Só que eu jamais ia conseguir retratar-me com aquela capacidade incrível de sequenciar tudo de forma tão eloquente e benéfica. Para mim, cabelo apanhado com uma mola, sem maquilhagem, usando roupas banais, sem adornos à excepção do meu anel, com uns quilinhos a mais e rugas a surgir - o rapaz jamais olharia. No entanto, se fosse por conteúdo apenas, o que ele estava a escutar era a minha vida. Talvez mais minha do que a dela.... que só faltou dizer que foi criada num convento. 

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Estética ou Cirurgia? - O que recomendo e porquê


Na sala de espera, é onde uma assistente nos vai abordar, para assinar-mos os termos. Basicamente, várias páginas a livrar a clínica de qualquer responsabilidade caso algo no tratamento corra mal. Também tem as perguntas médicas e se permitimos o uso de imagens, fotografias, vídeos nossos. Quis dizer não a tudo isso e escrevi NÃO. Porém, caso algo mau aconteça, a clínica está salvaguardada de responsabilidade. Uma metodologia cada vez mais comum.

Depois de me pedir umas doze páginas de análises - muitas pagas sem compartição, quando finalmente as fiz e fui entregar-lhe os resultados - fez pouco caso. Nem as viu. Fiquei logo aí um tanto incrédula: tinha-me dito que precisava de TODAS, porque tudo estava ligado entre si. Viu as banais, aquelas mais específicas não olhou. Então para quê mas pediu? E fez-me gastar muito mais dinheiro do que o necessário? Só em análises, julgo que gastei uns 90 euros- porque consegui que algumas me fossem passadas pelo médico de família, reduzindo assim os custos.

O tratamento passou também pela compra de uns 6 produtos para o rosto. Um deles, de uns 10 ml, com o custo de 100 euros. Nuna irei esquecer que, quando precisei de esclarecer uma dúvida e me disseram que, para falar com a doutora tinha de pagar novamente 100 euros por uma nova consulta - achei, claro está, uma prova de que tudo ali era extorsão. Mas falei com ela rapidamente e ela logo arranjou tempo para me dedicar, depois de esclarecida a dúvida em 1 minuto, desta forma:
-"Ainda tem o produto X?" -que era um produto que ela tinha de ir ao laboratório misturar. (Ou pelo menos assim o dizia).

-" Já não sobra muit..."

-"Eu resolvo já isso, prescrevo-lhe outro". 

E qual o valor? 100 euros! 
Não paguei nova consulta - mas paguei o valor da consulta na mesma. 

Disseram-me muitas vezes, as assistentes, que a doutora fez-me "um favor" em me falar naquele intervalo de tempo. Um minuto! Pois nunca tem disponibilidade e geralmente à que pagar nova consulta. Quero frisar que estava ainda a fazer o procedimento. Era sua paciente. Acho normalíssimo ter questões a colocar ao médico. Tinha uma sobre a aplicação correta dos produtos - e só ela podia esclarecer, visto que as assistentes não sabiam as instruções dadas. Que ela só estivesse disponível para esclarecer qualquer questão apenas na consulta inicial e depois se eclipsasse, não é, decerto, o que um paciente quer ou espera.

Ainda tenho esse segundo frasco intacto. Nunca precisei de usá-lo.  A quantia que tinha no primeiro era suficiente. Era um frasco tão minúsculo que, ao manuseá-lo, pareceu sempre ter pouco. Foram 100 euros que gastei sem necessidade. Talvez para o fazer parecer grande, lembro-me que o minúsculo frasco era colocado dentro de uma caixa-cubo bem grande. Causa impacto, tem apresentação. Quando se dá tanta importância à apresentação... é porque se quer justificar a cobrança elevada do conteúdo com a embalagem!

Bom, vou tentar resumir mais, um dom que não possuo.
Fiz o tratamento, que consistiu em queimar a pele ao redor dos olhos, com lazer. Fi-lo por duas vezes, se não estou em erro. Também levei injecções. Aliás, quero frisar que TUDO, mas TUDO o que diz respeito a estética, envolve AGULHAS. Raro é o que não e se não, pouco eficaz deve de ser. 

Pelo menos foi a conclusão a que cheguei. NINGUÉM menciona a AGULHA quando descreve o tratamento, até para colocar o vulgo "botox", dizem "aplicação" - não mencionam a seringa. 

Quando me esclareceu o que ia fazer naquela primeira (e única) consulta- fiquei com a impressão que a ruga de expressão nos cantos da boca estava incluída, pois ela frisou-me isso, foi o que julgou que eu queria eliminar no meu rosto. Durante um tratamento de laser, quando perguntei sobre isso - a reacção foi um tanto "calorosa", ficou enervada e disse, com irritação: "isso não foi o que ficou acordado! Não vou fazer isso, não faz parte". 

Podia tê-lo dito de tantas outras formas generosas, educadas, gentis. Afinal, era marinheira de primeira viagem, estava ali a fazer algo pela primeira vez na vida... Mas as palavras, a atitude... RED FLAG. 

Ao todo, acho que o tratamento ficou por uns 2000 euros - sem contar o absurdo de alguns produtos para o rosto - que foram comprados "cá fora" mas a maioria, só existiam na clínica dela. 

Durante toda a experiência, quis acreditar no que me diziam. Embora não sentisse nada. Nada diferente. Quando o tratamento terminou, a médica apareceu e perguntou-me se notava a diferença. Respondi-lhe que ia ser sincera, mas não notava nada. Ao que ela praticamente "explodiu". Ficou irritada e meio agressiva. "Como não nota nada?!?!". O truque era "beliscar" a pele e ver que ganhou mais elasticidade. Mas eu belisquei e não notei nenhum elástico a contraí-la de volta com a rapidez que não a que tinha antes. Ainda assim, respondi-lhe que, devia ser eu que conheço pouco do assunto e ela, se é especialista e o diz, ia acreditar. 

Também recebi umas injecções de botox - na testa e canto dos olhos - que, sinceramente, não notei nada. Mas como as rugas só apareciam durante expressões, se calhar fez efeito eu é que não notei. Como não ia lá com essa intenção - so mesmo me ver livre das olheiras - não me importei com o resultado. Mas por ela ter decido aplicar "botox", foi aí que pensei que as rugas labiais estavam incluídas. Pois ela, mostrando-me ao espelho, esticou o meu rosto para que percebesse "como" ia ficar.

Fiquei com os olhos escuros como se tivesse sido esmurrada mas, da segunda aplicação de lazer, senti que a intensidade estava fraca. Talvez por isso, em 24h, a pele queimada começou a cair. Foi algo muito superficial. 

No final, senti-me bem em fazer o tratamento, sabe bem receber massagens no rosto e ter um profissional a limpar a pele. Mas o resto, versus o resultado final?

Com sinceridade, não notei diferença alguma. 

E ASSIM foi a PRIMEIRA experiência na estética. 

Ao mesmo tempo que marquei esta consulta, também tinha marcado outra com um CIRURGIÃO PLÁSTICO. A sua consulta ficou a um preço mais barato e, quando tive dúvidas e precisei marcar uma outra consulta - porque já tinha tido a primeira, existiu um "desconto" de 20 euros. 

Expliquei-lhe o que me incomodava, ele viu o meu corpo e disse-me o que podia fazer. A parte que mais gostei foi ter-me dito que podia tirar gordura localizada e injectá-la em áreas onde não se querem sulcos, como as rugas e as nádegas. Achei o MÁXIMO. O valor, seria quase o mesmo, porque a cirurgia podia ser feita por partes - ou toda num só. Se fosse tudo num só, poupavam-se uns 1500 euros. 

O valor total por todos estes procedimentos - lifting de pálpebras, preenchimento de rugas, levantamento de seios - sem aplicação de silicone ou qualquer material - pois eu não queria - rondava entre os 6.000 e 12.000. 

Não achei caro - para o que envolvia. Mas tive receio. Senti que era impossível fazer o procedimento porque requer um recobro de um mínimo de quatro a seis semanas e alguém que cuide de nós. Se alguém soubesse que ia me sujeitar a tal coisa, não iam parar de me criticar, insultar, diminuir, etc. E ninguém ia ficar a cuidar de mim. Além disso, não podia ausentar-me do emprego por tanto tempo - pareceu-me. 

Outro fator que me fez hesitar - a única RED FLAG de tudo, é que o cirurgião, afamado que é, pareceu-me muito competente, sem dúvida alguma. E uma pessoa bem simples e afável, que dispensava todo o tempo que precisasses para ti, durante a consulta. Mas era uma pessoa de idade avançada. Cujos procedimentos que efectuava ainda eram os que havia aprendido décadas antes. Falei-lhe que tinha visto, anos antes na TV, um procedimento que levantava as pálpebras com cola. Ele desconhecia e disse que ele fazia com um corte e deixando uma costura na parte onde o olho dobra - por isso seria impercetível. Eu procurava tratamentos o MENOS invasíveis possível. pelo que, se podia colar - sendo a recuperação mais rápida, porque haveria de ter pontos? E ficar toda marcada?

Mas nunca cheguei a confirmar este procedimento, que vi ser anunciado por um médico brasileiro num desses programas matinais ou da tarde da SIC ou TVI. 

  A RED FLAG maior - aquela que não consegui contornar, foi o portfólio. Ele mostrou um book com "antes e depois" de cirurgias feitas por si. Em TODAS as imagens notava-se a passagem do TEMPO. Eram fotos datadas. Dos anos 80 e 90. Perguntei se podia ver imagens de procedimentos mais recentes, foi-me dito que essas imagens existiam, mas estavam todas no computador e ele não sabia aceder a elas nos "computadores", tinha de ser a secretária a fazer isso. Esse detalhe reforçou ainda mais o receio de que o cirurgião tivesse "parado no tempo" no que respeita aos avanços da sua área, visto que "parou" no que respeita a procurar imagens no computador. 

Bem sei que é coisa pouca. E não estou a diminuir nem um pouco o talento e capacidade do médico que, tanto quanto sei, ainda opera. O que é espantoso. Será que não sente necessidade de se reformar? Será que as mãos não tremem? A vista fica turva? O que o motivará a continuar? - pergunto-me. Será que é porque é característica da sua geração? Porque não acredito que seja necessidade monetária. DECERTA que não deve de ser. E filhos, estão criados. Família, toda deve estar bem. Fiquei na dúvida se ele seria capaz de perceber quando chegou a hora, quando tem de parar. 


E por isso - e pela quantia final mais o tempo de recobro - continuei a optar por tratamentos estéticos. Fiz depois um tratamento que injecto "gás" nas pernas, fiz aquele que "congela a gordura" e fiz, mais recentemente, aquele que visava tratar aquilo que mais me incomodava: a pele do pescoço com dobras. 

E hoje gastei TODO o dinheiro que tinha disponível. Pelo meio ficou um aparelho de dentes Invisalign - também em 2019 - bem antes da pandemia (outra razão para ter adiado o procedimento cirúrgico - o MEDO de contrair a doença "fatal e sem cura" que foi o Covid por dois anos) que correu mal, não gostei do médico e não resultou nada. Tendo eu ABANDONADO a tentativa. Paguei 2000 euros. 

Por estas experiências digo-vos: se estão a pensar fazer algo, o cirurgião tinha razão: ele dizia que a cirurgia era o caminho a seguir e, claro, as esteticistas dizem que não há motivo para gastar tanto dinheiro a ir à faca e sofrer horrores, se existem tantos tratamentos eficazes e indolores. 

Vão pelo cirurgião: mais vale!

Os resultados devem ir mais ao encontro do pretendido e o dinheiro é gasto UMA só vez. 

Dos tratamentos estéticos que fiz, NENHUM resultou. Não realmente. Elas, as estéticistas, dizem que sim. Uau! Maravilha? Está a ver? Resultados óptimos - dizem. 

Mas eu não vejo nada. 

Quero acreditar que são resultados INTERNOS - mas caramba! O dinheiro foi-se todo e esperava ter resultados EXTERNOS também. O tratamento que fiz para perder a barriga - o "queima gorduras", fi-lo numa altura em que estava magra mas tinha só um bocado de "chixa" que pensei, poder eliminar e, pela primeira vez na vida, ficar um aquela barriga LISINHA. Apetecia-me MUITO MUDAR. Se possível fosse, mudava de corpo, de imagem, de cor de pele, de altura! Estava com necessidade de me sentir numa nova etapa, com uma nova imagem. 

Engordei. O tratamento não me fez NADA. Acabei por engordar. Um ano mais tarde, fi-lo novamente, noutra esteticista, porque me haviam dito que tinha dado um impressionante resultado numa amiga de uma amiga, que era gorda e tinha perdido um absurdo de peso, estando magrela. Por ter "bom feedback", sujeitei-me novamente ao tratamento. Não tive resultados alguns. 

Concluí que, um mesmo tratamento, pode resultar para uns organismos mas não para outros. E o meu não ia nisso. Se calhar - pensei, não tenho gordura, tenho ar! Água! Daí nada a "queimar". 

A única coisa que recomendo é a aplicação de botox. Fi-lo em Setembro passado e logo que terminou notei a diferença. Foi como se a minha identidade tivesse voltado. Apliquei apenas uma pequena quantidade nas rugas de expressão dos cantos da boca. Apliquei uma seringa apenas - mas recomendam-se DUAS. Uma para cada canto. Preço? 500 euros cada seringa. 

Percebi de imediato que não tinha como sustentar tal luxo. A médica ainda me explicou que ia ficar muito bem aplicando botox no canto dos olhos, na testa e na zona labial - cima e baixo. Ao todo, 8 zonas. 

8 x 500.... 

O problema do Botox é que dura algo como seis meses... 
Quando a da primeira clínica me aplicou, disse que ia "fazer uma coisa" para que durasse "no mínimo dois anos". Diante disso, fiquei sempre com a impressão que era esse o tempo de duração da aplicação da toxina. Só que TODOS os especialistas que consultei à posteriori me disseram que não. Isso "é impossível". 

Seis meses.... Na realidade, foi-me dito que o ideal é aplicar quatro vezes ao ano. 

8 x 500 x 4 ....

Façam as contas. Percebe-se logo que o caminho a seguir é cirúrgico. 
Tivesse optado por isso e teria gasto MENOS e visto os resultados que pretendia!


Duvido muito que, pós covid, os valores continuem o que eram... O cirurgião tinha a sala de espera cheia de clientes, todas frequentes, a elogiá-lo. Uma sala com sofás, cadeiras estufadas, um televisor, um bom clima... bem diferente do que senti na clínica de estética da minha estreia. Os outros tratamentos estéticos que fiz, foi noutra clínica, que, também me parecendo credível, mostrou ter profissionais esclarecidos e simples, acessíveis a esclarecimentos até por mensagem de whatsapp. (agora já não, mas eu, por ser cliente antiga, apanhei essa vantagem). Porém, também notei que não gostam que se questione os resultados dos tratamentos. Dizem que iam fazer - mas nunca fizeram: a foto do ANTES. O que aconteceu desta última vez foi que me injectaram um líquido no pescoço e este duplicou de tamanho. Depois, quando ainda estava a recuperar, tiraram uma foto. E depois, no último passo, mostraram-me a foto do "antes" e "depois", sendo que o "antes" nunca foi o meu antes. Foi o "após 40 picadelas de agulha". 

Comecei a temer agulhas só pelo nome...  

  

E VOCÊS`?

No  quê já se aventuraram? 


  

 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Tratamentos estéticos: o que fiz e minhas conclusões (Parte 1)

 
Depois daquele impacto emocional sofrido em 2019, senti que tinha duas opções: desistir da vida ou fazer algo por mim. Por mais que me custasse, mais uma vez e como me é característico, escolhi a opção mais difícil: fazer algo por mim. 

Sempre dei prioridade aos outros. Não foi uma novidade mas foi um reforço da realidade. Enquanto estava ali, sentada na relva pronta a desistir de respirar, crente de que a vida não tem propósito e nela não estou a fazer nada, pesquisei números de telefone e liguei para... uma esteticista. Marquei logo consulta. Senti que tinha de me amar, fazer coisas por mim. Sempre tive vontade de me aventurar nestas coisas e, naquele instante, foi o que SENTI que queria fazer: melhorar-me por fora, em sinal de que me amo. Chamava-me muito à atenção as olheiras. As pessoas comentavam sempre que tinha um ar cansado. Diziam-mo tanto que começou a incomodar-me. Procedi então a marcar uma consulta com um especialista, a fim de determinar o que existe disponível para eliminar as olheiras e recuperar um olhar menos abalado. Por dentro podia ter os meus momentos de depressão e dúvidas, mas que, por fora, nunca ninguém o imaginasse! Queria que minhas dores continuassem minhas, escondidas num rosto sem marcas de infelicidade.

Mesmo estando a viver fora de Portugal, encontrei uma clínica médica esteticista que me pareceu segura e credível e marquei consulta. Viajei para Portugal e paguei o que tive a pagar. Sabia que seriam valores elevados, mas o meu espírito estava crente de que o dinheiro não valia nada, nada de nada... era só dinheiro. Não me incomodaria gastar todas as poupanças mantidas na conta corrente. Acho até que, estipulei que, se aquele dinheiro - cerca de 6.000, desaparecesse, era só dinheiro. Tudo, naquela altura, era supérfluo, sem valor. Principalmente dinheiro. Porém, claro, pretendia qualidade de serviço e não ser alvo de nenhuma extorsão ou tratamentos inúteis. 

Para o tratamento ao rosto fui a uma clínica de estética algures ali para os lados do Corte Inglés (agora já sabem eheh).

ENTRADA:

Ao entrar, nota-se a peculiaridade decorativa do candelabro (mais detalhes, vão logo perceber onde é). Elogiei às funcionárias ao balcão esse detalhe, enquanto facultava os meus dados pessoais e, provavelmente, procedia ao pagamento imediato do valor da consulta: 100 euros. E procedi para a sala de espera - uma sala normal como todas as outras, até bem simples, com cadeiras de plástico e uma fonte de água. Já lá estavam duas mulheres a conversar. Aguardavam consulta tal como eu e estavam expectantes sobre o que esperar. Percebi de imediato que se tratava de PRIMEIRA VEZ que lá iam. Foi, logo ali, um sinal vermelho que surgiu no meu consciente. Lembro-me perfeitamente de estar a pensar que não estava ali NINGUÉM que parecesse já ter estado outras vezes. Surgiu depois outra senhora e, pela postura, pelo sorriso, pelo deslumbramento - também era a primeira vez. 

Uma clínica de estética que não tem clientes que retornam não é positivo. Achei muito estranho que, tal como eu, todas ali eramos "marinheiros de primeira viagem". 

Vou tentar não me alongar nos detalhes. Fui chamada à consulta e atendida pela médica, que tem assistentes também mas que inicialmente te quer ouvir. Este detalhe é importante porque, tirando este primeiro contacto, seria muito mais difícil conseguir a atenção da médica daí adiante. Inclusive, quando tive uma dúvida e precisava a esclarecer com a médica - foi-me dito que para isso era preciso marcar uma nova consulta pelo valor de 100 euros, pois ela era muito ocupada. 

Tirando a primeira vez, todos os procedimentos eram feitos pelas assistentes e não pela médica- excepto os tratamentos que requerem a licença médica. Porém, devo explicar que me deixavam até mais que uma hora deitada numa maca a aguardar a disponibilidade da médica - que atendia outras pessoas na hora que havia marcado o tratamento com ela. Pareceu-me que NUMEROS era a prioridade. Cada NOVA pessoa que fosse lá bater à porta, recebia tratamento VIP pela própria. Depois de se comprometer aos tratamentos, aquela disponibilidade da médica deixava de existir. Era quase tudo feito por assistentes. Mas assistentes "especiais". Principalmente uma senhora de mais idade, que era muito, mas muito agressiva na postura e na forma de falar. Fazer uma pergunta sobre o tratamento ou um comentário sobre o estado - era quase como se tivesses a ofender ou a por em causa algo. A resposta que te davam era de rispidez, por vezes em forma interrogativa ou exclamativa, como se não pudesses questionar nada. Tinhas de ficar calada, aceitar o que te dizem, não questionar - porque só assim não demonstravam aquela rispidez. 

Achei a postura outra "bandeira vermelha". Isso e ser deixada numa sala a meio de um tratamento, à espera, espera, espera... A desculpa era sempre que a médica era uma grande profissional, tinha muitos clientes que só ela podia acudir, era muito premiada, em Portugal não lhe davam o devido valor mas que no estrangeiro tinha tido muito reconhecimento, etc, etc. Sempre a puxarem a brasa à sua sardinha - outra "red flag". 

Nessa primeira consulta expliquei-lhe o que me incomodava - as olheiras e ela respondeu logo que aquilo tinha solução simples. Deu-me logo um plano de tratamento. Lembro-me de ter perguntado algo ou comentado algo a respeito do que pretendia após ela ter explicado uns detalhes e ela ter ficado descontente, exibindo um pouco da agressividade - daquela forma passiva-agressiva - que mencionei ter detectado mais à frente, mas assistentes. 

Não tenho dúvidas que estão a trabalhar sobre pressão, têm muito em que pensar, muito na cabeça, muito trabalho... dei desconto por causa de ser uma pessoa capaz de entender tudo isto e mais alguma coisa. Podia ter esta postura, como sempre tive a vida toda, mas detectei estes comportamentos que, sem dúvida, são sinais negativos.

(tenho de ir trabalhar - esperem pelas partes seguintes)





 

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

segredo íntimo

 

A pessoa de quem sinto mais saudades não chegou a nascer.