sábado, 30 de novembro de 2019

O que vi foi isto:



Um corvo.
Se bem que quando prestei mais atenção ao formato e direcção do "bico" e cabeça, sem dúvida que esse é o de um abutre!! Hoje faria abutre. Um casal apaixonado seguido de um abutre. Sinal de que algo vai correr mal?

Ahah.
Lá vou eu.... para os "sinais".

Ainda se lembra o que viu?

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Previsível

Yap!
Logo na primeira oportunidade que teve, no primeiro contacto com o gajo novo, já lhe proporcionou o relato audio-tour da versão italiana: "falar mal da Portuguesinha".

"Ela não trabalha", "Está em casa o dia todo", "Teve este emprego por estes meses, depois outro por estes meses, depois não esteve a trabalhar por estes meses, depois trabalhou por estes meses",  Não se junta a nós para ver televisão", "Não gasta dinheiro em comida", "trouxe um rapaz cá para casa"....



Fico a torcer (mas com pouca esperança) que este seja mais íntegro que os outros e a maledicência com que ela os presenteia durante as refeições para repelir simpatias a meu favor, se vire contra ela mesma. Tanto veneno. Só maledicência! Nenhum refreio imposto por bom carácter, valores... 

Vi isto no blogue da Elvira, e guardei. É a ilustração certa para este tema.


quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Não gosta que lhe enviem mensagens se podem falar cara a cara


Almocei com o novo inquilino. Parece simpático. Mas tenho receio que o veneno que habitualmente é servido pela mais-velha com um risinho e a partilha de uma refeição caseira "à moda da pátria" o venha a contaminar. 

O que mais gostei nele foi ter-me descrito que odiava pessoas que se comportam como... ela!
É que tudo o que relatou, encaixa-lhe que nem uma luva.
Mesmo! Parecia estar a descrevê-la ao detalhe. 
Fazia referência aos britânicos mas, aos meus ouvidos e na minha mente, reproduziam-se situações vividas nesta casa, no mais ínfimo detalhe.  

Tanto que não resisti e perguntei-lhe:
-"E se essa pessoa for da tua nacionalidade?"

Mas não vou alimentar expectativas. Até hoje o "sangue" tem falado mais alto e, claramente, esta tem sido uma casa italiana onde só aqueles que eles permitem são bem vindos. Nunca fui convidada ou informada sobre a realização de um desses "jantares" que o rapaz mencionou durante a conversa. Ele percebeu na minha confirmação sobre a existência desses jantares, que havia algo errado. Mas não sou de falar mal de ninguém e certamente não é do meu carácter denegrir a imagem de outras pessoas a um elemento que acabou de chegar. É uma indecência que não combina comigo mas que descreve ao detalhe a tipa mais-velha

Ele ter sido seduzido a mudar-se para cá com a alusão a jantares de convívio entre todos os inquilinos, dá a entender que esta é uma casa de família - que é - mas no relato excluem o detalhe que esses jantares são exclusivamente italianos. Em nenhuma ocasião ou circunstância incluíram-me. E isso, por definição, já contradiz o clima de "harmonia e familiaridade" que a italianada pretende passar para os de fora. Mesmo das muitas vezes em que lhes ofereci o que preparava perguntando se queriam jantar comigo, mesmo quando me estava a jantar ao mesmo tempo que eles - ainda assim, nem uma vez foram capazes de me oferecer um lugar à mesa. Não só nunca me estenderam um convite, como nunca me informaram que estavam a combinar um jantar/convívio que fosse. Facultaram muitos. Deram-me conhecimento de nenhum. Eu entrava em casa ou descia à cozinha, e deparava-me com uma multidão sentada à mesa, na maior alegria e diversão. Muitos nem me falavam quando nos cruzávamos. Era como se uma pessoa que vive na casa onde eles estavam de convidados não existisse, fosse invisível, insignificante. Muitas vezes suspeitei que estavam a organizar algo, pelos silêncios e cautelas nas palavras ao me ver aproximar. A cada dia que passava ficava mais claro que não pretendiam integrar-me e repeliam todas as minhas tentativas nesse sentido. Deixaram claro que praticavam a segregação. Talvez no intuito de que o mal-estar me levasse a sair deste ambiente. Só que não... Isso não abona nada a seu favor, só comprova que tenho razão no que alego. Mas como se prova? Sem vídeo? Sem imagem e som? Será a palavra de uma pessoa contra sete, oito, nove... O número tende a aumentar, conforme a eficácia da"recruta". 

Mas têm de ter cuidado, para que não sejam descobertos. Não podem permitir que eu consiga trunfos que comprovem as minhas alegações, caso as queira tornar públicas. Ao manipularem e seduzirem a rapariga mais-nova que cá esteve, têm-na como trunfo. Podem sempre alegar, como "bandeira" a seu favor, caso eu venha a denunciar os seus comportamentos vis, que as minhas alegações "não são verdade" e podem prová-lo, porque cá morou uma não-italiana que sentava à mesa com eles e ficaram amigos íntimos.

Com esse trunfo, fica fácil de acreditar que o problema "é meu". Sei que a rapariga ia confirmá-lo com prazer. Afinal, foi para isso que ela foi por eles usada. E ainda hoje, não faz ideia da verdadeira origem desse "gostar" que eles lhe dedicaram. Claro que ela, ao tornar-se fervorosa simpatizante da causa "vamos odiar a portuguesinha", acabou mesmo por conquistar alguma simpatia. Principalmente da parte da mais-velha, com quem partilhou colúdios e arquitectou formas de me deixar mal vista. Fui constantemente vítima de denegridação de carácter, perseguição e conspiração. 

Não foi um período fácil.

Mas espero sinceramente que venha a acabar. 
Só não posso é ficar esperançosa, só no desejo. Também tenho de começar a ficar esperta. Alerta. Não basta "ficar na minha" e deixar as coisas rolarem. A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco. 

Este novo inquilino já conhecia as duas pessoas nesta casa que menos esforços fazem para se dar comigo: a mais-velha e a grande-amiga-do-que-saiu. São todos italianos e trabalham no mesmo lugar. É natural que se cruzem. Mas ele só as conhece superficialmente, de convívios em casas de outras pessoas. Onde todos são sempre simpáticos, ou assim parecem ser. Claro que isso já ajuda. Falam todos com uma naturalidade familiar. Sabem que são bem-vindos, que não existe má vontade, hesitações ou dúvidas. Uma naturalidade que talvez, comigo, não seja tão fácil de manter. Mas já falamos de coisas pessoais. Por exemplo, ele tanto voltou a fazer-me perguntas sobre as horas e dias em que vou trabalhar, que eu simplesmente perguntei-lhe:
-"Queres ficar sozinho na casa?"

Ele ficou um pouco sem acção mas lá acabou por me dizer que ia trazer uma rapariga cá para casa daqui a umas horas. E não sabia se eu ia estar bem com isso. Epá, se é isso, só tem de dizer! Basta dar a entender, que, como adultos que somos, sabemos dar espaço ao outro. Seja para isso, seja por outro motivo qualquer. É preciso saber dar espaço. Seja numa casa partilhada, seja numa relação conjugal. O que não quero é que me andem a metralhar com perguntas não-objectivas sobre as minhas horas de trabalho porque isso dá-me a entender que me querem fora, não sou desejada, não são capazes de ser sinceros e claros na mensagem. 

Sabem o que mais?
É preciso dar tempo ao tempo...
Tudo pode mudar, um dia. Para pior, é verdade, mas também para melhor. 

Se fosse desistir sempre na primeira contrariedade, nunca ia deixar de estar sempre a passar pelo mesmo. Aprendi isso há uns anos, quando me demiti de um estágio que adorava fazer, por estar a ser alvo de bullying serrado por parte de uma gaja insignificante que trabalhava em proximidade comigo. Ao invés de valorizar-me e centrar-me nos (poucos) que ali, como eu, sabiam da coisa e prestavam, deixei o veneno e pura inveja daquela pessoa e da trupe que estava a reunir, ditar o meu afastamento. Decidi que não valia a pena passar por desilusões com estranhos e conviver com gente tão cínica, maldizente e maliciosa e ainda por cima passar por isso de graça, pois o estágio era não remunerado e o fazia pelo prazer, nada mais.

A vida me dirá que esta minha resiliência é a atitude correcta para mim.
Lamento que ele não tenha se mostrado assim, ainda não tenha aprendido a ser assim...

Mas "dele" não vou falar!
Ele vai ser passado. E vai tornar-se uma lembrança querida, pelo afecto que lhe nutri, mas também patética, por não ter estado à altura.

Sejam felizes. 


A Portuguesa


Não me refiro ao nosso Grande Hino e sim à forma como os cá de casa, entre si, fazem referência a mim. Ao invés de me chamarem pelo nome, dizem "a portuguesa", o que comprova a postura pejorativa.

Mas não me afecta. É só um facto que quero partilhar e registar. Sei que tenho de enfrentar o que vier pela frente com a mesma postura que tive até agora. Estóica, resistente, a levar porrada de todos os lados e ter de lidar com o cinismo e falsidade. Tudo bem. Os intentos de me colocarem fora daqui é que não lhes vou conceder. Não sem luta. Mesmo sendo uma guerra travada não com balas, mas com cravos. 

Partilho isto por já fazer algum tempo que não actualizava a situação doméstica. Temo que nada mude, porque o trato depreciativo que adoptaram é transmitido de velho inquilino para novo inquilino. E é essa a novidade: Um novo inquilino chegou ontem. 

Não posso já dizer como é o seu carácter mas é cauteloso de minha parte presumir que será como todos têm sido. Existiu apenas uma coisa que me fez lembrar por demais "o que saiu" e enviou-me uma vibração de alarme. Ele entrou em casa e ao me ver diz:
-"Não vais trabalhar hoje?"

Arrepios... Fez por demais lembrar o outro. 
Foi a única interacção por iniciativa própria que ele se prestou a ter comigo, no início, antes de cessar qualquer comunicação: "Vais trabalhar hoje? Vais trabalhar hoje??"

Até arrepia! Existe lá maneira mais camuflada para sondar uma coisa, fingindo que é outra? Não é preciso uma mente muito inteligente para o perceber.

O novo inquilino trouxe dois amigos para o ajudarem na mudança. Mas eu não soube, até eles passarem pela porta e se apresentarem como tal. E o que é que a rapariga me pergunta? Isto:
-"Não vais trabalhar hoje?".

Sem os conhecer - nem os nomes fiquei a saber, a primeira informação que quiseram sacar de mim foi os horários de trabalho. 

Irra! Tanta insistência transmite a sensação de que pretendem algo e não me querem por perto. O ambiente vai ser sempre assim na casa onde vivo? Vou continuar a sentir-me uma indesejada? Este rapaz acaba de chegar. Só o cumprimentei e dei-lhe umas dicas. Percebi que é vivido, sabido e esperto. Capaz de ser tão cínico ou fingido como os que já cá estão. Ele sai e quando retorna, ao me ver em roupa de estar por casa dispara a questão "não vais trabalhar hoje?"

Mais um que mal pisa este chão, se sente tão seguro, tão no seu direito, como se já cá vivesse há anos. Porque é imediatamente integrado, de uma forma que eu não fui, não sou, nem serei. Sendo a origem desse facto xenofobia disfarçada, não é situação que me aflija. Porque, claramente, não ser integrada não é realidade de responsabilidade minha, fruto de acções erradas, mal intencionadas, infelizes. Não fui cínica, nem falsa, nem mentirosa. Não excluí ninguém da minha companhia e afecto. Muito pelo contrário. Estes comportamentos partiram todos deles. Isso me conforta. 




quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Que nome dariam ao poema?

Sugestões:
                                                                lágrima

1) - "A Lágrima" - Ana
2) - "Lágrima sentida ou Quando o coração chora" - Elvira (eterna poetisa)


Concordei também com o comentário do Joaquim Rosário. O nome está sempre lá, no poema.
Aquele que lhe dei, ou que ele próprio se dá. Deixei-o aqui escrito com sumo de limão. Basta aproximar do calor e encontram-no.





terça-feira, 26 de novembro de 2019

Poema que não rima e não tem nome mas todos conhecem bem


Olhos tristes.
Vontade lânguida.
Ainda me é fácil deixá-los encher de água.
Que teima a cair.
Tristeza habita no meu olhar.
Bem que gostaria que assim não fosse, mas meu olhar se recusa a trair meu coração.

Vontade para as coisas, não tenho.
Ou tenho pouca, momentânea.
Preciso de as fazer - as coisas.
Mas elas não são feitas.
E quero fazê-las.
Mas elas não são feitas.
E quero parar de estar assim.
Mas nada acontece.

É patético - tento convencer-me.
É perda de tempo - tento convencer-me.
É ridículo.
Tento que as palavras me tragam alento ao coração.
E me tirem de vez desta situação.
É inútil.

Perdi a dor do desejo.
Ajudou.
Mas não perdi o resto da dor.
O que não ajuda em nada.

E cá está ela, a lágrima...


segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Comunicação através de flores



Plantei-as há meses no jardim. Sobreviveram ao frio, à chuva, ao sol, continuando vivaças e brancas. Até a semana passada. Até aquele dia em que senti que algo havia mudado na minha condição de sofredora por amor. 

As begonias brancas morreram todas. 


Há quase três meses, escondida a um canto, plantei um rebento sem raiz que havia sido cortado pelo descuidado do senhorio ao limpar o jardim. E pedi. Pedi para o esquecer e que o sinal fosse aquela flor morrer.

Sem raiz, com o pé enfiado num pedaço de algodão manchado, pensei que era certeiro: a flor ia murchar, morrer. Era uma questão de dias, senão, horas.


Só que não. Manteve-se tão roliça e vistosa como as outras com raiz. Três meses! Por vezes ia lá ao canto, remover as folhas caídas e espreitar, desejando encontrá-la seca, extinta. Sinal de que o meu sofrimento ia ter um fim. 

E encontrava-a bela, branca, vistosa.

Morreram todas a semana passada, durante a noite.

RIP.


PS: Decidi investigar o significado da Begónia. Heis o que encontrei:
A flor da begônia significa felicidade, delicadeza e cordialidade, é também indicada para namorados apaixonados, já que estão associadas à inocência e à lealdade do verdadeiro amor. Relativamente ao Feng Shui, a begônia é um símbolo de fertilidade.
(A variedade mais conhecida da begónia é “begónia sempre-florida” (begonia semperflorens) que tem a característica de florescer durante todo o ano).

domingo, 24 de novembro de 2019

Garanto que vai assistir o tempo todo de boca aberta


Passei uma delícia de noite a escutar grandes composições de música clássica. E depois encontrei este vídeo intitulado as 10 peças para piano mais difíceis de tocar. É de ficar de boca aberta!! Vejam.

Na descrição, o pianista diz que não é bem esta a lista de composições mais difíceis, existem outras, mas que o youtube embirra com algumas e por isso teve de selecionar as 10 mais difíceis que o youtube não vai apagar (ahah). 

Vale a pena seguir os links das 10 realmente mais difíceis e ler, gargalhar mesmo, com os comentários nesta que é apontada como a composição impossível de tocar de Beethoven: Hammerklavier. A secção de comentários é hilária, eheh



Gosta de melodias clássicas? Qual a sua favorita, a que mexe mais consigo, o compositor clássico que prefere? Quais as composições mais recentes, geralmente para banda sonoras de filmes, considera que deve constar no mesmo patamar que estas maravilhosas composições? 

Já agora, porque acidentalmente coloquei a tocar, escutem aqui esta voz a dar palavra a uma das mais tocantes melodias compostas por Chopin. 

sábado, 23 de novembro de 2019

Musicoterapia da Semana

Como mencionei anteriormente, descobri que costumo cantarolar e que a música é terapêutica. Não sou muito de escuta música amiúde, mas tenho sempre umas músicas ou refrões a passar na cabeça, como uma espécie de playlist diária automática. Decidi registar estes eventos e anotar quais as músicas que me vêm à cabeça por puro acaso e a ordem de chegada. Curiosos? Aqui fica a playlist da semana.

Playlist de Sábado:


1) Nella Fantasia - Ennio Morricone /Nathan Pacheco

2) Linger - The Cranberries
3) Feel - Robbie Williams

Playlist de Sexta-feira:

1) Ha, ha, ha minha machadinha - Cantiga Popular

(autor desconhecido)
2) Somebody That I Used To Know - Gotye

3) Frozen - Maddona 

4) Yes - Tim Moore 
5) Baby Can I Hold You Tracy Chapman 


Playlist de quinta-feira:

1) Ó Abre Alas - Chiquinha Gonzaga
2) Conquistador - Da Vinci
3) Depois - Mariza Monte
4) Valsa do Desejo - Simone

Playlist de quarta-feira:

1) Busy (For Me) - Aurea 
2) Quem de Nós Dois - Paulo Gonzo e Ana Carolina
3) O Teu Nome - Miguel Gameiro feat Mariza 
4) Homem do Leme - Xutos e Pontapés


Qual a sua favorita?


sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Terei ficado curada?


Sinto-me diferente. Curada, ouso arriscar.
Refeita de uma paixonite que só ficou mais intensa devido ao corte radical da qual foi vítima. Algo em mim sabia disto, mas de nada adiantou para diminuir o sofrimento. Ao contrário: o que fez foi aumentar o desejo, a paixão, a saudade. (A falta de diálogo só causa males).

Ao final de três torturosos e sofridos meses, não existiu qualquer alteração no meu estado. Continuava igual: a sofrer, a ter o pensamento constantemente na pessoa, em dor! Dor... que não havia forma de acabar. Estava a sentir desespero! Afastei-me do país, ajudou um pouco mas, ao regressar, foi como se tudo tivesse sido ontem, foi avassalador. Todas as emoções regressaram, as lembranças, a necessidade. 

Mezinhas, orações, igrejas... tanta coisa fiz. Nada surtiu efeito, nada apagou a dor ou sequer a suavizou. Pareceu maldição. Arranjo. Não será o gostar de alguém isso mesmo?

Até que, em angústia, apelei pela primeira vez a pessoas queridas que já não estão entre nós. Sentindo tanta dor, pedi para que me ajudassem. Que a tirassem de mim, que mo fizessem esquecer caso não pudesse voltar a lhe falar. Ao menos que me dessem amnésia selectiva, para o apagar da memória!


Acho que me ouviram. Quando cheguei a casa, estava melhor. E diferente, com uma sensação menos dolosa. Mas esperei uma semana, só para ter certeza que esta nova sensação não era um acaso e dela não devia reter muita esperança. Uma semana depois, ainda a pensar nele, mas algo diferente. Já conseguia libertar-me. Porém, ainda teimava: queria falar-lhe.

Voltei a apelar aos meus auxiliares, que se compadeceram daquela dor dilacerante, mordaz. Mas não creio que aqui vão actuar. Existe algo, que eu só sinto pela intuição, que não quer que isso aconteça. Não sei para proteger quem: se eu, se ele. A ausência de uma conversa é o que magoou. Preciso disso. Para seguir em frente. E pedi para que isso me fosse concedido. Como aliás, pedi tantas outras vezes. Mas não sinto que aconteça. Continuo a intuir que nunca mais o vou ver na vida. E tenho essa sensação desde o corte.

Quarta-feira à noite, lembrei-me de ir ver fotografias dele mantidas no telemóvel. Não fazia isso há que tempos! Lá estava o seu rosto. Um rosto tão... de rapaz. E voltei a não sentir nada que não um afecto quase maternal por ele. Não fez sentido para mim que pudesse fazer sentido para ele que nós os dois fazíamos sentido. Não por este prisma mas, no calor do desejo, disso não quis saber. O que senti ao ver a sua foto - a tal da qual não gosto - foi um carinho de pessoa que gosta e quer cuidar. Mas não de pessoa que deseja. Que era o que vinha a sentir e de que maneira! Voltei ao início, à emoção inicial, caridosa, de quem se preocupa e quer o bem. 

Fui ver outra fotografia, que tirei em grupo, ainda ele não me dizia nada. Ao seu lado está uma rapariga jovem, bem bonita. E pensei cá comigo: "Combinam tão bem!".

Isto não é pensamento de quem ainda sente paixão!
É? De alguma forma torturosa?

Faz sentido vê-lo ao lado de uma miúda tão jovem quanto o é ele. Não comigo. Embora fosse comigo que ele quis estar, disso não tenho dúvida alguma. Foi essa possibilidade parecer tão remota, tão inconcebível, tanto pela idade quanto principalmente, pela minha convicção e decisão de que tais coisas estavam fora de coagitação na minha vida, que fez com que levasse mais tempo a perceber onde estavam as minhas autênticas emoções: desejava-o. Mas na minha mente, isso não era possível. Já havia cortado essa eventualidade fazia muito tempo. Até que me bateu forte como uma tonelada de tijolos em cima.

Ah,ah,ah,
Nunca, mas NUNCA se diga: "desta água não beberei".
Nunca.


SIM, gosto dele. Irei sempre sentir um carinho especial por aquela pessoa. Mas o milagre que pedi acho que veio a concretizar-se. "Apagou-se" de mim o desejo, a "doença" da paixão e voltei a ficar "normal". A que gosta, cuida, quer bem, quer ajudar. Sem passar a linha que separa "uma coisa da outra".

(Não sei é se o "normal" é agora o que quero para mim. A solidão dói e amar sabe bem).

Quero-lhe bem. Gostava de estar por perto para ver como a sua vida vai rumar. Vejo tanto potencial nele. Tanta coisa que ele não vê em si mesmo. Se souberem como lho mostrar, vai ter uma vida melhor do que a profetiza para si. Vejo-o pai, a descobrir emoções que hoje jura a pés juntos não vir a ter nem desejar. Talvez me reveja a mim mesma quando mais nova: perdida, a necessitar de um guia, um mestre. Que nunca apareceu. Espero que ele rume por direcções certas e não perca muito tempo a rumar por caminhos sem saída... Cortar comigo e com todos com quem falha em comunicar já é, nesse sentido, um bom sinal. Sinal de que se coloca a si mesmo em primeiro lugar, priorizando as suas vontades e "cagando" na dos outros. Tem é de aprender a fazer isto com classe, respeito, caridade. Sem intencionalmente ferir e deixar tudo devastado atrás de si. Desejo verdadeiramente que ter-me conhecido tenha-lhe servido para um bem melhor. Para procurar para si um objectivo de vida, um rumo mais definido e que tenha aprendido a acreditar mais em si e no afecto que pode despertar nos outros. 


Pena é que, não sendo a primeira pessoa a quem ajudo, parece que todos, para serem ajudados, precisam de me deixar pisada, esmagada, ferida. Essa é a parte lamentável e que, sem dúvida, tenho de aprender a não deixar acontecer. Para "dar" boas energias a alguém, não devia no processo arrasar com as minhas.

Sejam felizes.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Saiu como um rato e à francesa


O rapaz já foi embora. Sorrateiramente, como sempre foi a sua postura. 
Toda a gente que é normal, quando muda de casa, enche caixas, faz barulho, arma confusão. Ele não. Tal era a vontade de o fazer sem eu dar conta, escutei-o em ruídos contínuos, em acções quando virei as costas, tirou tudo da dispensa da cozinha sem eu dar conta, tudo do quarto sem se notar, etc. Por mais que eu queira, tanta vez, ir à cozinha buscar algo no frigorífico sem ninguém notar, raras vezes sou agraciada com essa sorte. Não dá. Há sempre alguém a cuscar. Alguém na espreita. 

Ele conseguiu remover até todos os produtos do WC sem que fosse perceptível. E eu sou a única que nada guarda dentro dessa divisão! Devia ser a única capaz dessa destreza impressionante mas não sou. Nem quando fui de férias uma semana sem avisar fui capaz de o fazer sem que a minha ausência fosse quase de imediato detectada. 

As gravações que deixei na box intencionalmente cheia, foram todas apagadas em menos de 24h da minha partida. Fui verificar há poucos dias. Quarta vez consecutiva que isso acontece. Maus hábitos não morrem nunca. E aquela tipa não consegue deixar de os ter. 

Estou aqui há semanas a tentar ter tempo só para mim para poder começar a tirar coisas do quarto - que vai ser alvo de uma expansão daqui a menos de um mês - e não tenho como! Há sempre alguém por perto, sempre alguém no caminho a querer passar ou a observar um movimento por menor que seja. 

O senhorio também anda estranhamente desaparecido. 

Nem apareceu para verificar o estado do quarto ao ser abandonado. Coisa que sempre fez!!
Tal é a confiança (cega) que deposita no rapaz.

Um controlador de primeira que sempre necessitou de ditar quem vinha morar para a casa. Até escolheu o seu substituto. 


E é assim. 
Uns conseguem, outros não. 


Musicoterapia e o além


Este post é longo. Mas leiam até ao fim Sff.

Nos posts anteriores dei dicas de como recuperar de um intenso sofrimento amoroso e falei do quanto ainda tenho o pensamento dominado por lembranças e desejos. O que não sabem é que a ordem de publicação está inversa. Primeiro escrevi o texto sobre a recuperação. Depois, aquele em que menciono o quanto ainda penso no "gajo". 

Pode parecer que um anula o outro, mas não. Creio que esta "bipolaridade" emocional faz parte do processo. Há momentos esperançosos em que se está para cima e momentos de recaídas. 

Vim aqui escrever sobre um dos momentos "up!".
Estranhamente, surgiu na tarde de uma manhã devastadora: Terça-feira. 
(este post será publicado mais tarde para não existir demasiada quantidade diária).


Nessa manhã fui trabalhar de madrugada e durante o turno foi difícil não ter o pensamento invadido por ele. Senti imenso a sua falta. Fiquei em baixo, sem energias para dedicar a outra coisa. Às seis da manhã, fui para casa, comi e dormi quatro horas, acordando pelo meio umas seis vezes. Ao despertar de vez, o pensamento e o sentimento ainda estavam fixados nele. Dou por mim a desejar tanto lhe falar, que decido apelar à oração aos "dois que partiram". Não querendo abusar, que estas coisas não são para ser usadas amiúde. Mas tinha de suplicar para o voltar a ter à minha frente, para podermos falar. Então Pedi... pedi-lhe

O que também não sabem é que algo no meu instinto está a dizer-me que existe uma razão desconhecida que não quer que isto aconteça. Daí nenhuma oração ou desejo resultar. Ainda não entendi o motivo, ou a lição. Por isso apelei a quem acho que podia conceder-me essa graça. Ficaria tão grata pela oportunidade! O ter ou não um envolvimento com ele já não está em causa. O que me faz falta é entender o que se passou. Porquê passar por todo este sofrimento? A ausência de uma conversa de esclarecimento que tudo podia evitar? O que lhe deu? Por isso pedi. Com jeitinho, a "ela". 

Depois decidi cumprir com o que havia dito a mim mesma que ia fazer durante a tarde: sair de casa. Mesmo não tendo uma razão para tal. Foi um esforço, para ver se encontro outra coisa que me ocupe a mente. Talvez pudesse esbarrar com ele... Não é uma coisa tão patética? O gajo sabe onde moro, tem o meu número de telefone e o meu email! Só não contacta porque não quer. Ainda assim, aposto que todos nesta situação pensam o mesmo.

Senti-me deprimida na loja onde entrei. As decorações de Natal.. tudo parece-me sombrio. Não me apetece o Natal... e é talvez a primeira vez na vida que não o sinto como habitualmente. E nada tem a ver com o "gajo", mas com a força bruta e consumista com que o comércio usa a quadra religiosa para impingir produtos e por terem-no feito ainda no verão. Desejo que ele tenha um feliz natal, mesmo tendo-me dito que odeia a quadra e detesta estar com a sua família, preferindo não o fazer. Como será que se está a preparar para a ocasião? Terá agendado uma viagem para fugir?

Ver prateleiras com produtos não surtiu qualquer efeito. Toda a pressão para nos tornarmos pessoas consumistas de bens inúteis causa-me cada vez mais asco. Ainda assim decidi esforçar-me para não me enfiar novamente em casa e fui para a paragem de autocarro, rumo a um supermercado que fica noutra localidade. (Quem sabe o encontrasse lá?). Foi outra decepção. Nada me distraiu. Ele e a dor estavam a ocupar cada vez mais espaço no meu ser, como uma bola a ser insuflada... Foi então que escutei o telemóvel tocar. Chamada não identificada. Atendo. É da agência de emprego, a disponibilizar um turno de trabalho às seis da tarde. "Do you whant it?" - perguntou-me a voz masculina. -"Yes, I'll do it". 

Ao desligar a chamada, olhei para o céu, soltei um suspiro profundo e agradeci por ter algo com que ocupar-me. Não teria de passar o resto do dia somente à mercê do tempo livre e das emoções. 

Fui para casa, para descansar um pouco antes de rumar ao segundo turno de trabalho. Foi a primeira vez que me pediram, no mesmo dia, para ir trabalhar no mesmo local. Fiquei verdadeiramente grata e contente.

Chegada a casa tenho a sensação de estar melhor. Menos pesada com pensamentos dolosos. O facto de me saber necessária e ter de ir trabalhar faz-me bem. Ligo o computador e, quando dou por mim estou a cantar. A cantar e a trabalhar no computador. Canto em voz alta uma música inteira três vezes, até que dou conta o quão inusitado é AQUELA melodia. De onde terá surgido? Porque surgiu na minha cabeça? Deu-me prazer cantá-la, fez-me sentir bem. Mas ninguém canta aquilo. Só em ocasiões solenes. Achei intrigante, mas relevei.


Minutos depois, estava a sorrir. É que estabeleci a ligação. Lembrei-me. Algo que já não lembrava e dificilmente ia relacionar uma coisa com a outra. A pessoa a quem mais cedo "orei", pedindo para que providenciasse um encontro entre mim e ele, estava a cantar esta mesma canção antes de falecer. Foi o último som que emitiu em vida, a sua despedida. Não é espantoso?!?

Coincidência? Não creio. É uma das formas de comunicação a que temos de estar atentos. Talvez quisesse dizer que este amor tem de morrer... que não mo vai trazer porque não é suposto. Sei lá... Digo eu. Só sei que comecei a sentir-me melhor. Passei um batom dourado nos lábios e um lápis castanho nos olhos, ambos "mal dá para ver". Pela altura de sair de casa, estava a sorrir (sem sofrer)

Não deixei de pensar na bipolaridade disto tudo...  Estou de rastos, estou a rir.... Como??

A música continuou a acompanhar-me no percurso até o emprego. Fui ouvindo-a através dos phones pela rua e estava a fazer-me bem. Mas certeza mesmo só tive quando saí do autocarro e comecei a cantarolar e a abanar o "capacete" ao som do Efectivamente, do Rui Reininho. Até dei umas risadinhas com partes como "Cágados de pernas pró ar". 


Uma letra que não faz nenhuma referência a amores ou desamores. Um factor raro, cuja importância mencionei no texto com dicas para recuperar de um intenso desgosto amoroso. Todas as músicas ao acaso que surgiram daí adiante na playlist, tiveram essa particularidade de não falarem de amor.  António Variações com o seu "O Corpo é que Paga" a dizer que a cabeça precisa ter juízo, seguido de melodias sem qualquer letra - que referi serem importantes para ajudar a curar um desamor. 

Durante o trabalho não desliguei os phones e continuei a cantarolar as músicas que escutava. Cantei, gesticulei... ajudou-me a trabalhar mais focada e bem disposta. Mostrei-me mais eficiente, mais segura do que fazia, atenta, prestativa, bem humorada e sem hesitações. Uma grande diferença de pessoa em relação ao turno da madrugada. 

Contudo, existiu uma peculiaridade, peculiaridade essa que há muito tem vindo a incomodar. Todos me perguntaram se estava a sentir-me bem. Assim, de "tiro". Finalmente sinto-me verdadeiramente bem disposta, leve, livre do sufocante amor ferido a dominar-me o pensamento e à minha volta mencionam que aparento estar cansada ou triste. Fui metralhada com: "Estás bem? Tudo bem contigo?". "Pareces cansada... o teu rosto....".

Que onda...! A sério. Tenho mesmo de investir na minha aparência. Foi um dos motivos que me levou a agir (além do principal). Estar farta e desgostosa de escutar regularmente estes comentários. Principalmente porque parecem aumentar quando me sinto bem, não o contrário.

Será que os sinais de sofrimento têm efeitos retardados? Chegam ao rosto depois do seu pico? É que estava a sentir-me realmente bem. Como tal, achei que só podia estar radiante. Mas pelos vistos não. Ou foi o cansaço que realmente surgiu no rosto, ou então a minha falta de talento para a maquilhagem foi responsável pelos "olhos inchados" - como me disseram. (E nesse dia nem chorei!).


É uma droga... a idade. Os sinais de envelhecimento. A falta de mais horas de sono. Quando estou tão mal que penso em terminar com tudo, sou até capaz de receber elogios e galanteios. Ou fico sexy nestas alturas depré ou andam aqui fios cruzados,  Kkkkk.

Ao longo do dia daí para adiante, tenho estado a cantarolar. (escrevo terça-feira, depois do segundo turno). Espanta-me o tipo de músicas que me vêm à cabeça. São muito inusitadas! Devem vir de algum lugar... Melodias infantis que agora não recordo quais, cantares populares e também esta marchinha aqui:


Serei eu? 
Será ela?
Musicoterapia no seu maior!


PS: Amanhã um novo e surpreendente post sobre a evolução desta coisa...  Mas não tema! O blogue não será só sobre isto. É sobre a vida. E, neste momento, a minha está nesta fase. Sejam felizes! 

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Como recuperar de um (intenso) desgosto amoroso


Não tenho nenhuma fórmula milagrosa mas descobri técnicas que ajudam.


 QUEM CANTA OS SEUS MALES ESPANTA  


Esta é uma verdade. Cantar ajuda. Sei que parece difícil, mesmo impossível, porque tudo o que se tem vontade é de chorar. Mas cantar ajuda a afastar o pensamento, que teima em se fixar na pessoa e naquilo que viveram juntos. Disso a extrapolar para o que o/a terá afastado/a é um instantinho e a dor intensa que daí advém chega à velocidade-luz. 

Não permita! Por isso, CANTE. Escute músicas que ANIMAM, batuques sem letras, porque, indubitavelmente, as líricas são quase todas sobre amores que não deram certo. Dessas você precisa fugir. Por isso, fuja! Escute coisas aceleradas, rock pesado, preferência só instrumental. 


Esta é uma das dicas que acho mais úteis.

Não permitir que a cabeça se ocupe a pensar no que só nos traz sofrimento. 


2º) APROVEITE OS MOMENTOS UP

Não são muitos - são raros, mas se por um instante sentir-se em cima, não permita que as lembranças o empurre para baixo. Quando gargalhar, tente que hajam mais gargalhadas. Tentar divertir-se é essencial, mas muito complicado e não apetece de todo quando queremos é ficar sós para chorar. Por isso contradiga essa tendência. Não o/a leva a lado algum. Se tiver amigos que a/o puxam para cima, não os largue. Insista, mesmo estando a sentir-se miserável e triste. Aproveite cada instante de alegria, seja porque o seu animal de estimação fez algo engraçado, seja porque ele se enroscou a si. Mas concentre-se no bem que isso lhe faz, não na falta que sente do carinho e da alegria da pessoa de quem sente falta. 


3º) ACREDITAR NO SEU VALOR

Não é fácil vermos-nos a nós próprios com bons olhos, quando deprimidos e derrotados, a sentir que nada na vida faz sentido. Será que Deus tem um plano para nós? Porquê estamos a sofrer desta maneira? Qual o motivo? Qual a lição que daqui temos de tirar?

Não sei as respostas para tudo mas sei que aos poucos chegam. Deve-se afastar a vontade de morrer, a sensação de que está tudo perdido. Porque nós temos valor! Alguém nos ama, ainda que não sintamos assim. Algures alguém tem por nós um amor autêntico, puro, que nos é dirigido. Para quem tem fé, pode auxiliar-se no amor do Senhor - eterno e incondicional.  Para quem não tem, há que acreditar no próprio valor. 


terça-feira, 19 de novembro de 2019

Analogias da vida e o frio


Menos dois graus, carros cobertos de gelo lá fora e saio à rua com umas finas calças de polyester. Uns jeans não facultam o mesmo nível de protecção térmica. Uso-as sempre, seja inverno ou verão, na praia ou na cidade. Sem meias de algodão, collans de lycra ou qualquer outra coisa que forneça uma extra camada protectora entre mim e o frio.

Não há como não pensar que em Portugal isto nunca foi possível. Gelei e congelei por anos e anos, a caminho da escola, vindo da escola, indo a qualquer parte. As temperaturas em Portugal não descem tanto, no entanto o frio é de rachar e sair à rua uma experiência desgastante. Tudo porque o frio tem no vento o seu melhor aliado. Aqui quase não o há, e por isso aguenta-se muito bem temperaturas baixas. 


Continuo a pensar (bastante) nele. Mas sinto que começo a ficar resignada. Contudo, dói-me. Lembranças são agora mais do que aquelas que pensei possível. Por vezes rio, porque lembro de algo que ele disse em que tinha razão. Por vezes sofro, porque sinto falta da sua companhia. Quero falar-lhe e saber coisas sobre si. Foi muito pouco tempo, por incrível que pareça. Não cheguei a saber quase nada do todo que agora necessito. Sinto falta do seu olhar. Que não encontro no dos outros. Um olhar intenso, facilmente confundido como inexpressível e difícil de ler. Em simultâneo seguro e extremamente inseguro de si. Saudades desse olhar a adocicar para mim. E o riso, que nunca queria dar a ninguém, mas não continha comigo.

Fui estúpida. Devo ter sido, algures. Ele também. Fomos ambos e não há como voltar atrás. O pior é que ainda sou, para estar a pensar e a sentir assim. Não consigo não pensar. É pior que doença que se cura com medicamentos ou cirurgia. O desejo machuca. E tudo isto é, ao mesmo tempo, bonito e patético. Fosse ele permanecer um pouco mais de tempo comigo e este idealismo saudosista encontraria resistência nos seus defeitos que agora pouco se fazem lembrar. Detectei alguns, mas não tive tempo de lhos fazer ver pela perspectiva de terceiros e acabei por ser vítima deles. 

Não dei o devido valor às qualidades. Que também tive pouco tempo para perceber. Mas que foram responsáveis por agora estar neste estado. Qualidades essas que não tenho como saber ao certo se estavam ali geradas por mim e, no dia a dia, eram pouco usadas por ele. Não deu tempo. Só sei que, um momento a mais que tivesse comigo, e ele ia apaziguar o que quer que seja que o tumultuou. 

Não sei até hoje, se a ideia sempre foi fazer-me uma coisa casual ou se gerou-se ali qualquer coisa autêntica. Foi totalmente inesperado. Pelo menos para mim, que até só o entendi tarde demais. Esquecê-lo... nã. Substituí-lo? Quem é mulher sabe que não acontece assim. Agora mais do que nunca, não existem outros na face da terra. Dele lembro todos os dias, a toda a hora. Isto é errado! Eu sei. Posso estar a perder a chance de  conhecer muita gente bonita por estar fixada numa só. Mas tiro conforto no facto de sentir que estou a começar a ficar um tanto resignada. Já não era sem tempo! Enquanto isso, ainda fantasio. Um dia encontro-o na rua, ele vai fugir vamos falar, esclarecer tudo e fica tudo bem... 

Que desperdício!!!
Que sina desgraçada a minha, tudo dá sempre tão errado tão inesperadamente.

Ainda querem que não acredite que existe aqui bruxedo dos fortes?

Nem adianta tentar avançar com o comboio... algo está seriamente a sabotar os trilhos pelo caminho.
Viver com a vida sabotada requer uma coragem do caraças!



O que me ajudou a recuperar (do sofrimento)



Três meses de sofrimento diário e uma intensa dor que, não tendo origem física, é ainda mais devastadora e maléfica do que uma maleita na carne. Dia e noite, qualquer instante de consciência, foi passado a pensar nisto. A senti-lo. A disfarçá-lo quando em público com pessoas conhecidas, a senti-lo intensamente a cada distracção dos seus olhos. A chorar por ter soltado um riso e estar triste. 

Pensei que não ia parar nunca. Mas rezei para que isso acontecesse. Orei a santos, a Deus, a Jesus, a Maria, a várias Nossas senhoras, aos pássaros, às árvores, às flores, ao vento, à chuva, ao sol, ao mar, à lua, às estrelas, às nuvens, ao céu, aos gatos vadios que me miravam na rua... Fui a igrejas, acendi velas, orei, pedi, supliquei. Supliquei muito, com muita fé, angústia e desespero.

Mas por algum motivo, não estava a surtir efeito. Ninguém me escutou, nenhuma mezinha resultou. Era suposto sentir-me assim por quanto mais tempo? Talvez se ele se dignasse a aparecer e me contasse o que lhe deu, talvez só assim passasse. Mas ele não o ia fazer. Sabia disso. Restava-me continuar a orar, mas também isso não estava a resultar!

Na noite de terça-feira passada, chovia bastante e decidi ir a pé a hora e meia do emprego para casa. Chuva, vento, o caminho todo em lama, pés e pernas ensopados... nada disso me afectava. O meu pensamento estava nele e só nele, como sempre. Como água que escorre para terreno mais baixo. É inevitável.

Mais sofrimento, mais lembranças, mais e mais dor! Parecia que não ia terminar nunca. Três meses haviam passado e eu nisto! Queria que terminasse. Se ele não vai aparecer-me à frente e dignar-se a conversar comigo, então que algo me fizesse esquecer que ele alguma vez existiu! Que me desse uma amnésia selectiva e pudesse esquecê-lo a ele, só ele. A dor, tão intensa, fez-me novamente rogar, suplicar, pelo fim desta emoção tão dolorosa.

Foi então que dirigi as minhas preces diretamente a pessoas de quem muito gostei e há muito partiram. E disse do fundo do coração e cheia de emoção: "Por favor, (....), acaba com isto, faz com que a dor pare!" "Por favor, (....), não posso mais com este sofrimento! Faz com que pare!".


Talvez um minuto depois, por uns instantes, consegui perceber uma mudança. Ténue. Mas senti-a. Por uns instantes, o meu pensamento voou para outro lado, deixou de se fixar nele. E isso foi o sinal. A dor, ainda que presente, pareceu pela primeira vez, que ia transformar-se em não dolosa. Ia ser ultrapassada.

Foi há uma semana. De lá para cá, continuo a tê-lo na minha mente quase 24h por dia. Ainda faço "filmes" sobre o que poderá acontecer caso o encontre e lhe consiga falar. Mas tenho agora pequenos e breves instantes em que o consigo afastar. Não totalmente, mas do consciente ele passa para o sub-consciente e mantenho-o lá o máximo de tempo que conseguir.

Segunda-feira pela manhã, ele acordou comigo e logo com intenções de dominar-me o pensamento e encher-me de mais uma sessão de "porrada" emocional. Mas quando desci para a sala, a paz e o sossego que lá senti, fez-me querer ficar por ali. Senti que o quarto está povoado de lembranças e era o pior lugar para me enfiar. Fiquei pela sala, onde estava a sentir-me bem. Mesmo quando outros logo apareceram para marcar lugar, esperando que saísse dali, não o fiz. Se voltasse ao quarto, ia fazer o mesmo que na véspera: a clausura ia fazer-me pensar, sentir, chorar e ia terminar a desabafar horas em vídeo tudo o que quero dizer. Não queria isso. Já tenho uns 100 vídeos... Precisei contar esta história em voz alta, contar o meu ponto de vista, o que penso, o que sinto. Não para alguém, mas para mim mesma.

Ainda não estou curada, mas sinto que também já não estou totalmente presa. Começo a pensar que sou alguém e preciso cuidar de mim. Não por dor, mas por merecer. Por ser uma pessoa, por já não ter muito tempo de vida na terra, e por isso ter de aproveitá-la melhor, para ser feliz, não miserável. Já chega de tristezas. Esta dor também irá ser (mais) uma que vai passar (?). Espero não esquecê-la, para que possa aprender a não voltar a cair em nada parecido. Mas quero, sinceramente, começar a viver a vida pelo prisma oposto àquele que me é mais oferecido: O sofrimento. Quero explorar as alegrias, o bem-estar, a felicidade.

Tenho esta dor como entrave e muitas outras contrariedades também. Mas faz parte da vida. Não se pode deixar que nenhuma delas tenha mais importância ou se sobreponha à vontade/necessidade de se viver feliz.

E acredito mesmo que "eles" é que me ajudaram.
Eles escutaram-me. E logo a bondade neles se compadeceu.
Onde estão só há amor e amor é o que sentem por mim.

Temos de nos sentir abençoados.

domingo, 17 de novembro de 2019

Piadas para alegrar o Domingo



Sabia que todos os bebés nascem com pénis?
Quando o médico bate-lhes no rabinho, o pénis cai aos mais inteligentes.





sábado, 16 de novembro de 2019

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Histórias de amor na telinha


Uma novela que me apaixonou há uns anos está em reprise. Uma mulher e um homem perto dos 30 conhecem-se e perdem-se de amores. Mas por contratempos e interferência de terceiros, os dois separam-se, acreditando que foram traídos pelo outro. 

Ela é a primeira a sofrer. Já se imaginava casada e com filhos - sonho que havia enterrado e que, por aquele sentimento que ele lhe despertou, voltou a ser real e tornou-se desejado. É nesse instante que se dá o golpe emocional: é subitamente atirada para a lama ao receber uma carta de rompimento (que não é dele mas pensa ser por não ter tido tempo de lhe conhecer a caligrafia). Julga-se abandonada, percebe-se usada de forma vil e cruel. Isso praticamente a destrói. 

Ela não vê mais sentido para continuar a viver! A menos que encontre o sacana para se vingar das mentiras e da forma vil como a usou e brincou com os seus sentimentos. O tempo que teve para viver o romance foi tão curto, que não deu para saber nada realmente sério sobre ele: quem era a sua família, onde morava. Só lhe sabia o nome, nada mais!

Ela faz disso o seu motivo para continuar viva e fica obcecada: quer descobrir onde ele anda, qual o seu paradeiro. "Vingar-se" - diz ela.

Começa a gastar rios de dinheiro - todas as suas poupanças (de mulher rica), em investigações que não levam a lado algum e quase colocam a sua vida em risco. Fica à beira da falência. Até que decide aceitar o afecto de um cavalheiro igualmente sofrido, que lhe oferece o casamento e a vida com a qual passou a sonhar e que viu ser brutalmente esmagada.


Revejo-me um pouco nesta história. Removendo a parte da vingança, pois já não sou dada a esses impulsos juvenis. Tenho maturidade suficiente para não ir por aí e a minha inclinação é desejar bem às pessoas, mesmo as que me ferem. Pelo menos costumava ser assim. Agora talvez abra excepções.

Revejo-me também na parte em que ela gasta rios de dinheiro - todas as suas economias, para o tentar encontrar. Ainda não tive tempo para contar essa parte da minha actual história. Continuo a rever-me na de ficção, mas optei por um caminho diferente, embora o resultado seja o mesmo: esbanjar as poupanças.

No pico daquele desespero de lágrimas sem fim e angústia no coração, sei que mencionei aqui que fiz umas compras por impulso. Soube de imediato porquê as fiz. Foi a minha maneira de me agarrar a algo. um impulso que nunca antes tive. Assim como ela se agarra à vingança, eu decidi investir em mim. Por impulso, entrei numa loja oculista e fiz um teste à vista. Que, claro, acusou necessidade de usar uns para combater o "cansaço e esforço" ocular. Deixei-me levar e paguei por algo que não uso e coloco em causa que faça falta. Depois comprei roupa, acessórios. Uns estão ainda por usar. Logo de seguida decidi ir em frente com algo interrompido, e optei por arranjar os dentes, não importa quanto me fossem cobrar. E depois, decidi seguir os concelhos de uma especialista, para melhorar a minha aparência. E decidi afastar-me viajar mais. Comprei mais passagens de avião. Ao todo, desde que tudo aconteceu há pouco mais de dois meses, já esbanjei 15.000€. 

E não teria gasto um centavo, não fosse pelo impacto emocional causado pelo seu comportamento inexplicável.

Podia tão bem ter gasto o mesmo em coisas tão melhores, feitas a dois... ai.


Mais gastos podem vir a caminho. Não vejo resultados alguns no "aperfeiçoamento" da imagem e isso pode levar-me a fazer experiências ainda mais caras. Nesse sentido, sei não ter economizado o suficiente para tamanha ambição. 15.000€ é muito dinheiro, mas não é nada se pretender enveredar pelo caminho dos tratamentos estéticos. Por exemplo: se um especialista dizer-me que necessito de implantes mamários, isso não faz parte dos meus planos mas, se ficar convencida que faz sentido e como sei que não estou satisfeita com a direcção para a qual os seios estão a ir, ele poderá convencer-me que é o melhor. E eu vou considerar essa opção. Estou disposta a isso. 

Tudo por causa do que me motiva a investir em mim: recuperar-me e esconder uma dor, um conjunto de muitos sofrimentos de uma vida inteira, decepções a perda de sentido em continuar respirando. Uma última forma de vir à superfície em busca de ar. 

Ao mesmo tempo, talvez não queira fazer nada. Não tive grande saída: ou era isso, ou desistir de vez. As duas decisões em si podem parecer opostas, mas não estão afastadas. Ambas são um acto extremo para um sentimento idêntico: uma dor tão poderosa, que se torna incapacitante e remove o sentido a tudo.


A história da novela não tem qualquer hipótese de acontecer nos dias de hoje - podem estar a pensar. Enganam-se. Basta substituir a carta por um SMS e é tão contemporânea quanto sempre será. Decepções amorosas são eternas e, pessoas a querer intervir numa história de amor e alterar a vida das outras também. 


Agora que estou a ficar mais velhota (e menos observada na rua), cheguei a contemplar a ideia de um dia vir a saber o que é ser rejeitada. Não que nunca tenha acontecido gostar de quem não gostasse de mim, e ser ignorada, ou preterida ou ter sofrido antes... Mas assim, de chapada na cara, seca, agressiva... Nunca. (Ou quase nunca, não sem ficar com uma ideia de um possível motivo).

Cresci a ser assediada, a ser mirada, achei que era assim com todas as mulheres. Não sabia que não era. (sorte das que não são, aproveitam melhor a vida). Aprendi a fazer cara feia, para dissuadir esses comportamentos, que sempre me deixaram desconfortável ou irritada. E descudei-me, apreciando a alteração de comportamentos que isso trouxe. Embora bastasse vestir-me um pouco melhor, para os ver regressar. Porém, a flacidez idade não perdoa nem a mais bela das mulheres (não, não me considero uma, nunca considerei). Acho que devo começar a contemplar coisas melhores, pois, mesmo na fantasia, o cupido sádico só sabe apanhar as partes que lhe interessam.

Sejam felizes.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Cortar pessoas... quem é o próximo?


Dei por mim a perceber que queria falar com o homem que me dá boleia do emprego até ao parque do supermercado. E não gostei de perceber isso. Acho que ele terá de ser um dos que "vou cortar".

A última vez que ele me deu boleia, foi no dia 29 de Outubro, aquela que mencionei aqui. Foi ele que ma ofereceu por mensagem, sem sequer me ter visto no emprego. Nessa noite que ele ficou a conversar comigo no parque de estacionamento até depois da meia-noite, mostrou-me fotos da sua viagem em família e contou-me muito sobre si. Daí para cá, têm existido troca de mensagens, todas elas começando pela oferta da boleia. 

Desde que fui seguida por um indivíduo numa dessas ocasiões em que não apanhei boleia com ninguém e fui a pé, pensei em contar-lhe. Na segunda-feira, ele viu-me no trabalho, chamou por mim e falámos brevemente. Nessa noite porém, preferi apanhar boleia com uma colega que me deixa a meio do caminho e o resto faço a pé. Na terça-feira, também foi ele que meu viu sentada na área de convívio e cumprimentou-me, embora eu tenha estranhado a frieza. Nem parou, continuou percurso - o que nunca antes tinha feito. Tal como na véspera, no final do turno, se eu esperasse um quarto, meia-hora, ele disse-me que podia dar-me boleia. Mas preferi vir a pé e enviei-lhe uma mensagem nesse sentido. Ele ligou-me, para dizer-me que estava perto e perguntar se eu já tinha saído. Disse que sim, que me apetecia caminhar e que não queria que ele se apressasse. "Eu nunca tenho pressa" - respondeu-me. 

Ainda me perguntou se queria que apitasse se me visse a caminhar na estrada no seu regresso, mas respondi-lhe que não devia ver-me, pois tinha cá para mim que ele ia demorar-se e pelo tempo que ia levar, eu já devia estar perto de casa. Decido entrar no supermercado para uma compra urgente (mais um grande doce de chocolate quase todo comido nessa noite) e nisto acho que o vejo num dos corredores. Era bem possível, já numa outra ocasião encontrei-o ali. 

Decido cumprimentá-lo. Ele mostrou quase indiferença e pareceu não querer conversa, continuou a olhar para as embalagens de comida que segurava, aparentemente indeciso quanto ao que levar. Já na primeira vez que o encontrei no supermercado, logo no dia a seguir à primeira segunda boleia, altura em que me contou que pela manhã ia justificar-se sobre um incidente no emprego, ficou claro que não queria muita conversa. Bastava-lhe um simples cumprimento, algo quase imperceptível, de colegas que não trocam mais que isso em palavras. 

Também com vontade de chegar a casa, não puxei conversa, não perguntei se havia chegado à muito tempo, se me viu na estrada... Decidi deixá-lo em paz e despedi-me: "Bom, vemos-nos amanhã... ou não". E fui embora. 

Antes das 11h da manhã seguinte um novo SMS dele: "Olá. Chego tarde esta noite e eles querem que faça um pouco mais de horas. Provavelmente vou terminar pelas 23, 23.30. Se ainda estiveres por perto, és bem vinda a uma boleia". 

Uma coisa que registei na grande conversa que me deu naquela noite no parque de estacionamento, foi ter-me dito que, se achasse que eu lhe dava sinais de interpretar a boleia como outra coisa ele ia inventar uma desculpa e dizer que já não estaria disponível. 

Disponível ou não, eu é que não quero confusões. Chega-me aquela pela qual passei, que até hoje não sei o que me atropelou. Já lhe disse que pego boleia dele se o vir no trabalho. Se não o vir, não conto com ele. Não me parece bem. Ao que ele respondeu: "Somos amigos, não tem problema, eu dou-te boleia". 

O que percebi é que já tinha coisas que lhe queria contar, não pude e já estava a adiar essa ideia para uma melhor ocasião. NÃO GOSTO DISSO. É-me demasiado familiar. E depois... se ele é todo afável dentro de um contexto e não o é diante de outro em que há pessoas e/ou CCTV por perto... dá que pensar.

Por via das dúvidas... só com uma vara de 10 metros!



terça-feira, 12 de novembro de 2019

Mais a tal das coincidências

Vou contar-vos tudo: Tive hoje o primeiro dia numa nova função. Fui para experimentar se gostava e para ganhar algum dinheiro. Como estas empresas que precisam de pessoal por um curto período de tempo ficam longe, em locais isolados, a agência de emprego combinou que um dos seus agenciados que já lá trabalha vinha apanhar-me de carro. 

Um aviso: Para compreenderem melhor o que vou relatar tem de ler o post A Troca de Gary e Um Domingo Produzindo

Um rapaz chamado Craig vinha apanhar-me de carro e o veículo era um mini cooper vermelho. Voces lembram-se de ter falado que conheci um rapaz giro no "novo" trabalho e assim que me decidi a conhecê-lo, aquele era o seu ultimo dia?

Foi trabalhar para outro lado. Chamava-se Greg e o que não contei foi que ele conduz um mini cooper vermelho. Igualzinho a este:

Quando escutei o nome Craig lembrei-me do Gary, mas até este instante não havia percebido que o nome não era o mesmo. Nessa empresa também existia um Greg e já não recordada do nome do "rapaz giro" e lembrando-me de um Greg, associei Craig ao afinal Gary. (São parecidos, quase de pronúncia idêntica eheh). 

Sabia que não devia tratar-se da mesma pessoa por saber que a empresa para a qual o Gary se mudou é de outro ramo. Mas ainda assim criei uma certa expectativa. Ia sentir-me mais confortável se me aparecesse alguém conhecido. 

Apareceu um rapaz jovem, com um carro idêntico ao do Gary, com a excepção de que estava tão  sujo, tão imundo, por fora e por dentro, que mal dava para perceber as cores.

O rapaz pareceu porreiro, despreocupado, mas conduziu de forma imprudente nas manobras, na velocidade e até no facto de gostar de escrever mensagens no telemóvel ao mesmo tempo que manobra o volante. Além disso, aprecia escutar música rap com letras muito sugestivas, em som alto, a viagem inteira. No regresso, foi pior, porque outras pessoas a quem também deu boleia começaram a fumar e como havia escutado as conversas que tiveram durante o expediente sobre o consumo de drogas que gostavam de fumar e de como um deles preferia escolher os charros, caso voltasse a ser apanhado a conduzir drogado e tivesse de optar, comecei a recear ter a vida em risco e não chegar viva ao Natal, ehehe!


Mas depois, a música alta, o fumo em segunda mão... aquilo até começou a saber bem. Deve-me fazer falta umas passas! E eu não conduzo, putz! Porque não? (pergunta: Será que ajudava a esquecer??)


No final do dia, indecisa entre o ficar e o ir embora, escutei o cansaço e decidi dizer à agência que não ia voltar para aquele trabalho. Não fiquei muito segura quanto à minha opção, mas o trabalho em si é de lascar! Ainda assim pensei em aguentá-lo, pelas duas semanas que me foi proposto. Mas foi o trato da gerente que me fez considerar abandonar a função antes que me arrependesse. Passadas algumas horas, com dores nas costas por estar há horas de pé, apoiei-me ligeiramente na mesa e continuei o trabalho. Era o meu primeiro dia, caramba! Até estava a sair-me bem e a ser veloz para alguém que acabou de começar e estava cheia de dores - pelo menos assim achei. A gerente chega-se ao pé de mim e diz:
-"Não podes estar assim e tens de ser mais rápida porque vocês as duas têm tudo isto para embrulhar".

E foi-se embora. Ao que desabafei:
-"E querem que as pessoas fiquem? Nem sugeriu uma técnica para ser mais rápida, só disse tens de ser mais rápida".

Ora, gerentes assim... não quero eu. Se tenho de mostrar eficácia, espero que a gerência saiba mostrar competência e aptidões na abordagem para com as pessoas. Tem de saber falar e dar o exemplo. Não exigir resultados sem sequer ensinar como se faz o que seja. 

O trabalho é fabril, não é difícil, mas consiste na repetição cansativa de gestos. E existem cotas a alcançar. Números exorbitantes para a quantidade de pessoas a executar as tarefas e mais ainda para duas iniciantes, como eu e a outra a quem ela fez referência. Para quem estava no seu primeiro dia de trabalho, achei que a gerente mostrou ter uma atitude infeliz.

Quero isso para mim??
Ou vou começar a cortar com o que discordo?

Decidi cortar.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Outro teste: O de Kinsey


Andei pelos post no blog um jeito manso e deparei-me com a autora a dizer que fez o quizz de Kinsey cujo resultado deu "certinha que nem uma flecha". 

Ora, tendo eu visto o filme sobre Kinsey dezenas de vezes, não precisei de introdução ao que se tratava. Um estudo sobre a sexualidade humana. Por curiosidade, fui fazer o teste. E gostei do que deu. Acho que é verdadeiro.

ESCALA: entre 1 a 2.

CONCLUSÃO: MENTE ABERTA


Você está entre um 1 ou um 2 na escala de Kinsey. Isto quer dizer que você sente-se predominantemente atraída por membros do sexo oposto, mas têm existido ocasiões em que a ideia de um encontro entre o mesmo sexo a intriga. Independentemente de já ter agido sobre esses pensamentos ou não, isso mostra que você tem a mente aberta e é tolerante perante as preferências das outras pessoas. Ainda bem para si!


AMEI!
Sou tolerante e compreensiva desde que nasci e desde que me conheço como gente que algumas pessoas acham esse traço admirável. 

Capaz até de ser tolerante com coisas que ainda estão classificadas como indecentes. Tudo depende, claro, do contexto

Faça aqui o teste de Kinsey.
(O tamanho das imagens no monitor podem influenciar o resultado)


Nota: A dizer a verdade, achei-o pouco fiel ao que imagino poder ter sido os reais testes. É fácil de perceber que tudo o que basta é detectar um corpo humano para que o resultado jamais possa ser idêntico ao da nossa comadre Um jeito Manso.