domingo, 26 de fevereiro de 2023

SOS talhante: Quem sabe que parte é?

 

FÍGADO.

Este delicioso prato de culinária tradicional portuguesa, as Iscas, feitas de fígado de animal - sendo o de porco talvez o mais apreciado, é um prato com um gosto particular, adorado por uns, repugnante para outros. 

Já estive nos dois espectros. Em criança, só o cheiro...  dava-me nauseas. Mas em adulta, o cheiro dá-me prazer! Já aqui contei: fiquei anémica e, se calhar, visto que é a melhor fonte de ferro para o sangue, nesse instante iscas passou a ser algo que o corpo desejava com ardor. 

Mas acontece uma coisa. Um mistério. Peço aqui a vocês para me ajudarem. O SABOR do fígado e a forma como era feito antigamente. Segundo uma investigação familiar, antigamente o gosto e molho que o fígado libertava no prato era outro. Era melhor. Ora eu, curiosa, quis saber porquê. Parece que, antigamente, o fígado vinha com "buço", ou seja, era cortado de outra maneira e trazia uma espécie de "apêndice". Esse pedaço misterioso de entranhas libertava um gosto e  um molho muito bom. Quem se lembra ainda procura encontrá-lo cada vez que leva iscas a provar no palato, mas decepciona-se. Ora, os animais continuam a nascer com todas as partes. Portanto esta parte existe. Mas que mistério! Que parte é? Alguém aí se lembra o que costumava vir juntamente com o fígado que permitia este gosto dito tão booooooom?

Algum talhante entre os meus leitores, para me esclarecer isto? 
Ahah.

Boas comidas!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

20 euros em Junk food e porquê

 Gastei 20 euros na compra de comidas de plástico. Aqui está o que comprei:


Primeiro trouxe uma caixa inteira de noodles. Depois, noutra loja, trouxe o resto: 



Chocolate, batatas fritas, bolos cremosos, pepsi e uvas. Falta mostrar duas embalagens de pizza ultracongelada. Num restaurante de fast-food trouxe frango com batatas fritas (pacote castanho). 

Tudo isto comprei a preços o mais reduzidos que pude encontrar. Só fiz opções económicas. Por exemplo, os noodles na totalidade custaram 4 euros. A maioria das marcas de noodles tem um valor acima de um euro por unidade. Já que vou consumir isto, mais vale não dispensar tanto dinheiro só porque parece que a qualidade melhora um bocado. Junk por Junk, vou para o barato. Mesmo assim, 20 euros voaram da carteira num piscar de olhos. E não trouxe nada!

Fiquei a pensar se esse valor - os 20 euros, teria sido melhor empregue numa refeição realmente nutritiva.

Existem duas excepções às minhas compras habituais: a pepsi - que nunca bebo e as uvas, que voltei a comprar por ter gostado muito da variante Candy Cotton, vindas da Nabimbia. Infelizmente já não tinham essa variante então trouxe outra para experimentar. Não é algo que habitualmente compre. Geralmente falando, todas as minhas escolhas pretendem ficar pela casa do 1€ por unidade. O que significa junk food de marca branca, quase do mais reles (e por vezes perigoso) que há. 

Acima desse valor só trouxe as uvas (1.45€), a cocha de frango com batatas fritas (2.50€), dois pacotes de batata frita por 1.50€ cada.  De resto tento ficar pelo limiar de 1€ a unidade. O que, hoje em dia, é difícil. Por exemplo: o tablerone tenho de o ir comprar na loja dos "300" por 1€, já que por todos os outros lados subiu 15 centimos.

Se não fizesse isso, os noodles, o tablerone, as pizzas que me custaram 1€ ou menos, teriam custado mais e em vez de gastar 20€ teria gasto 30€ ou mais. 

É a realidade da vida. Esta nunca foi barata. O preço de tudo subiu em flecha depois que o Covid terminou. Parece até que decidiram fazer-nos pagar pelos lucros que deixaram de fazer durante a pandemia. O que antes comprámos barato porque eles queriam era vender, agora compra-se inflacionado. 

Porquê compro Junk food?
Porque não tenho realmente escolha. A situação em que vivo impõe este estilo de vida. Não é aquele que gostaria para mim, não é aquele que procuro. É aquele que me é permitido. 


Fui fazer torradas à cozinha. Tinha acabado de acordar. Quase meia-noite. Entrei na cozinha, estava vazia. Mal lá coloco os pés, sai a M. da casa de banho. Com uma toalha na cabeça e de robe (a sua vestimenta habitual). Tinha reparado que o hub da internet estava fora do sítio e ia para ajeitar mas prefiro apressar-me e dirijo-me direta para o frigorifico onde tenho o pão fateado. Tiro-o para a bancada. Ela passa e sobe para o quarto. Abro o pacote e coloco o pão na torradeira. Esta não liga porque alguém sempre desliga o interruptor da tomada. Ligo-o e coloco o pão a torrar.

Volto à bancada para fechar o saco do pão e começo a escutar o ruído da M. a sair do quarto, já a descer as escadas. Foram segundos, que me levaram para colocar o pão na torradeira. E ela já vem aí. Mesmo de toalha na cabeça, acabada de sair do banho. 

Depois de ter atingido o meu limite no dia 26 de Janeiro, agora voltei a não me deixar afectar tanto pelos seus muitos comportamentos sociopatas. Ela é nacisista. E como a percebo assim e tudo se ligou na minha cabeça, a mentalidade dela não mais me vai me atingir ao mesmo nível que chegou a atingir. 

Ela entra na cozinha e sinto de imediato os seus olhos cravados nos meus. A energia dela é má, negativa. Mas a minha não é. Fico na minha paz. Ela anda de um lado para o outro que nem uma barata tonta, sempre o mais colada a mim possível. Só me mexi do frigorífico, onde arrumei o pão, para a mesa onde peguei no prato e direta para a torradeira. Estes passos foram praticamente com ela a fazer o mesmo. Fiquei parada, quieta, tranquila e em paz, à espera que o pão torrasse. Ela, que tinha algo no forno mas estava pouco se importando com isso, estava era incomodada com a minha presença. Não ligou ao forno, como qualquer pessoa normal faria. Em segundos diz-me: "Porque é que tens de estar aqui quando eu cá estou?". Não respondo. "Foi o que me disses-te" - acrescenta ela, provocando.  Não respondo. Nem me mexo. Fico a aguardar o pão torrar e os meus olhos não se desviam do pão.

Fazer torradas é uma tarefa tão corriqueira, não demora tempo algum. Nada em fazer torradas faz adivinhar motivos para situações de conflicto. No entanto, com pessoas como a M. qualquer movimento que outra pessoa faça lhe dá razões para criar um drama. Os restantes devem passar pelo mesmo, pois todos ficamos pelos quartos. Ela já torrou a paciência de TODOS. Mas tem uma coisa: sempre tem um alvo preferencial. Quando está a particularizar, faz por não ostilizar todos. Isso iria contra os seus propósitos. Que são eliminar essa pessoa. Então finge que está tudo bem, que é amiga, para depois introduzir veneno e colocar os restantes contra a pessoa que realmente quer eliminar. Quando consegue afastar a pessoa, passa para outro. 

Foi assim que fez com todos. Agora é a minha vez, tornei-me o seu alvo. Porque não concordo com o que ela faz e, do meu jeito, fiz-lhe frente. Quem ousa não concordar com um narcisista e não faz o que ela quer sobe imediatamente para a topo dos indesejados. Ao invés de se remover de uma atmosfera tóxica, porque ela é que a faz tóxica, insiste em ficar e intoxicar todos. Por mais que a situação se repita em todos os ambientes à sua volta: emprego, passadas casas, todas as pessoas no mesmo ambiente. Nunca que o Narcisista acha que o problema é ele, serão sempre os outros. E ele vai querer PROVAR isso. Para o conseguir, terá de provocar até causar uma ruptura, até obter uma reacção que, descontextualizada dos meses, anos de abuso, dá a parecer que a vítima é o carrasco e o carrasco, a vítima. Diria que é isso que a faz ter gosto pela vida. Atazanar os outros, implicar com pessoas. Dar-lhes ordens e esperar que lhe obedeçam faça o que fizer, é o sonho dela. Sabem aquele senhor feudal das histórias de terror? Que tem escravos e os tortura sem qualquer empatia? Pois ainda bem que esses tempos já passaram e melhor ainda que ela não nasceu numa família feudal. Há pessoas que, se tivessem nascido a provar o poder que o dinheiro proporciona, seriam tão más quanto Hitler. Cruéis monstros! A M., com as suas obsessões, mania das aparências e rituais estranhos envolvendo velas e rezas, faria "time" com aquela senhora feudal que matava as criadas jovens e virgens para lhes beber o sangue e se manter jovem.

Mas esperem: não acabou. Ela voltou a subir ao quarto, voltou a descer - tudo enquanto as torradas torravam. Sem propósito, que nem barata tonta, a lançar-me olhares de raiva, a ajustar a toalha que mal teve tempo de prender na cabeça já que ficou obesecada comigo, ao invés de se dar um tempo para secar o cabelo ou vestir alguma coisa! 

O pão torrado saltou da torradeira. Peguei nas duas fatias ao mesmo tempo, coloquei no pratinho e subi ao quarto. Ela tinha sentado na cadeira onde nunca quer sentar, usando-se para me intimidar e a mostrar descontentamento. Passo por ela com o prato na mão e subo as escadas. Ela não demora muito tempo, e vem atrás de mim. 

Como é que eu sei que ela olha para mim, que faz caretas, que ajusta a toalha se os meus olhos nunca olham na sua direcção? Bom, eu estou a tentar capturar estes comportamentos. Então carrego sempre o meu telemóvel comigo. Tive a boa lembrança de o colocar a gravar video antes de descer à cozinha. Apanhe bem ou mal, espero sempre que apanhe alguma coisa. Depois fui espreitar a captura e comprovei que os olhos dela estavam cravados nas minhas costas o tempo inteiro. Percebe-se o ódio, a raiva, e também a pequenes e insignificância da M. 

aqui está o "retrato" da monstra, no segundo que teve antes de se virar e voltar a cravar seu olhar na minha nuca. Como em todas as más embalagens, parece inofensiva, não é? 

Queria a cozinha só para ela, mesmo não lá estando quando eu lá entrei. Comportou-se como uma criança birrenta e mimada, com comportamentos egoístas e infantis e assim que o consegue, não o quer. Não ficou na cozinha, em paz, sozinha, como deu a entender que pretendia. Não foi sequer capaz de conjecturar AGUARDAR que o pão torrasse. Tornou esses curtos minutos num drama de novela mexicana. Subiu praticamente atrás de mim. Típico. O que realmente queria era causar uma briga. Eu não estando lá, tem de brigar sozinha. 


domingo, 19 de fevereiro de 2023

Alguém anda pelo EBAY ou AMAZON?

 

Fiquei mesmo triste. Nunca tinha participado num leilão no ebay. Para quem não sabe, Ebay é um site online onde pessoas singulares podem vender coisas. Existem métodos diferentes de venda: um é colocar um preço fixo e esperar que apareça um comprador disposto a dar esse valor (mais portes de envio), outro método é pedir um valor mas aceitar uma proposta e o terceiro método é por leilão. 

Interessei-me por um objecto em leilão. Os leilões duram sete dias. Os interessandos fazem ofertas ( mínimo, 50 centimos). Cada vez que alguém oferece um valor, o preço sobe. 
Há anos disseram-me que os leilões online são fajutos: uma pessoa faz uma oferta mas, no último segundo, automaticamente o sistema aumenta esse valor. E assim, uma pessoa está a "lutar" para adquirir um produto que continua a subir de valor, sem ter necessariamente outro comprador a licitar. 

Por isso esperei até a contagem decrescente chegar quase a zero. Esperei que chegasse aos 11 segundos. De imediato surge um pop-up a dizer que a minha oferta foi aumentada. Quando fui para licitar novamente, não deu. Expirou. 

Não comprei o artigo!!
Sinto tristeza. 

Teria me deixado feliz. Porque já o quis comprar no Domingo passado. Mas com a correria do trabalho, o cansaço, esqueci. Quando fui ver, tinha expirado. A sorte é que NINGUÉM licitou. Não houve interessados. O artigo renovou e ficou em leilão por mais sete dias. 

A semana passada ninguém o quis. Esta semana, muito conveniente, aparece uma pessoa no último segundo! Arg, que tristezaaaaa....

Trabalhei a semana inteira, seria como ter ganho uma recompensa, um presente. Saí hoje do trabalho contente por, pelo menos, o leilão não terminar durante um dos muitos dias ou horas que estou a trabalhar. Estava disponível para o processo. 

O artigo estava bem barato. Tenho observado que as pessoas colocam à venda coisas pelo preço que custariam nas lojas. E a isso acresce os portes de envio. A peça acaba por não sair barata. No meu entender, vendas em segunda mão não servem para ficar milionário, mas para comprar pechinchas. 

PECHINCHAS...

E isso ainda existe?

Tou triste. 
Se vir este artigo a ser vendido novamente no site, pelo dobro do preço, por quem o comprou, ainda me zango!


Agora vou ali, tentar comprar outro cujo leilão expira em 10 minutos. Este vai custar 15 euros... Não vale mais de seis. Mas o que fazer? O preço fixo é de 25! Há que tentar o leilão. 
Ah, tanta coisa para comprar um presente para a mãe...


ADENDA: 
Bolas! Também não comprei o segundo artigo!
So licitei 4 segundos antes do leilão terminar. Logo de imediato surgiu uma mensagem a dizer que alguém colocou mais 0.50 centimos. Fui verificar o historial de licitações. Sabem o que foi? Uma licitação automática! 

Só podia. Porque manualmente nem dá tempo para a pessoa inserir os valores numéricos da oferta. Em quatro segundos NÃO DÁ. Mas à velocidade de um algoritmo, claro. 

Sabem o que me entristece? É que estas pessoas que sabem como ganhar sempre (velhacos!) têm em vista o LUCRO próprio. São comerciantes. Revendem o que compram quando encontram artigos mais baratos que podem produzir lucro. 


São um CANCRO capitalista. Ganância pura e calanzice. Aposto que não trabalham!
Já não se pode comprar uma coisa por gosto. 
O online está conspurcado de esquemas. 


sábado, 18 de fevereiro de 2023

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Gosto por velharias

 

Gosto de coisas antigas. Mas parte-me o coração encontrar tantas ofertas em sites como o OLX em que se torna evidente que os produtos etiquetados são espólios de alguém que os amou muitos mas faleceu. Os panos rendados da mãe, o objecto decorativo da avó, as decoraçõeszinhas espalhadas pela casa - tudo o que foi a ALMA de alguém e recebeu o seu afeto e preferência. 

imagem retirada de um anúncio no OLX


Agora reduzidos a meros símbolos de ganância do descendente.

Você se apressaria a vender online tudo o que encontrar dentro da casa da sua mãe/avó quando esta bater as botas?

Olhar para cada objecto e pensar: "Aqui estão cinco euros. Este vale pelo menos 10. Este maior será 25. Esta velharia porque é "antiga" vale 30". Sem sequer pensarem: Qual daqueles objectos foi o presente da filha que faleceu cedo? Qual foi dado por aquele amigo especial? Aquele que é guardado com especial carinho? O que celebra uma data importante? Aquele que a própria pessoa comprou encantada e lhe trouxe felicidade instantanea?

Mostrando não valorizarem essas coisas, colocam cada um à venda e nem é por valores baixos - para que possam encontrar um novo lar. Não os oferecem - porque não há dinheiro nisso. Decidem colocar uma etiqueta de preço em cada artigo, por mais inútil ou danificado que possa ser/estar. 

A ideia gananciosa de tirar proveito financeiro nestas circunstâncias, repugna-me. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

E voltou!

 

Não quero celebrar muito antes do tempo mas a verdade é que voltei a ler um livro! Olhei para ele, que tinha caído da pilha de livros que guardo a um canto e chamou a minha atenção. Novinho. Por abrir. Com um título interessante e, por ironia, bem apropriado. 

Peguei, sabendo que se tratava de mais um mistério envolvendo um assassinato e não consegui largar. Tal como era o meu hábito. Antes, lá em 2019. Depois algo mudou. A leitura de livros tornou-se quase impossível. Não, não quase, realmente impossível. Lia capítulos inteiros com outras coisas na mente. Palavras soltas mas encadeadas umas atrás das outras incutiam uma dor aguda no peito. Parei. 

Mas pode ter existido outro motivo pelo qual parei e pelo qual recomecei. Desta vez, fiz a leitura com óculos. Já os tenho prescrito há quatro anos. Era só para usar para poupar a vista. Mas nunca usei. Agora fui buscá-los e já não me sinto bem sem eles. Sei que já estão desactualizados na graduação, preciso de um valor superior. Mas pretendo tratar disso mais tarde. 

Aqui está o livro que marcou o meu regresso à leitura regular de histórias impressas em papel: 



Conhecem?
Desta vez também dei início a um hábito que sempre me apeteceu ter mas nunca ousei fazer, porque, de certa forma, tenho a sensação que é quase como profanar um livro: fiz anotações à margem, sobre o que me ia ocorrendo sobre a história. Tentar adivinhar o que se está a passar nos muitos mistérios apresentados. Quase sempre adivinho o "assassino" - desde o tempo em que tinha uns 11 anos e lia livros da colecção "Uma Aventura". 

Desta feita adivinhei o malfeitor, suspeitei de outros, mais ou menos que entendi quem estava a fazer o quê, mas não posso dizer que foi a 100%. Tinha suspeitas. Acho que a história precipita-se muito rapidamente para um final e de forma muito conveniente. Mas ainda assim, gostei. 


Para sempre essas impressões ficaram marcadas no livro. 


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Os batons da Marilyn e da Audrey

 

ADORO coisas antigas. 

Pelo menos era assim que se chamavam. Agora o termo é "vintage". Caro leitor acima dos 20 anos: você é vintage!

Vejo anúncios de venda de objectos diversos com este título: "Vintage, ano: 1999". Penso com os meus botões: "Alguém diga a esta gente que coisas datadas dos anos 90 não são vintage!" São apenas datadas. Com umas décadas em cima. Como nós! Vintage de uma década somente, só se usa para falar de vinhos. Para objectos acho que se tem de esperar mais tempo. 

Bom, mas isto para dizer que andei a navegar num mundo que gosto muito: o de coisas antigas com história pessoal e valor simbólico e artístico. Uma vez descobri que, através de um frasco de perfume recuperado do fundo do oceano - tirado dos restos do navio Titanic, foi criada uma fragância. Fiquei tão maravilhada que fui investigar. Este tipo de coisa é a "minha praia". Agora fui parar a vídeos de maquilhadoras, uma a dizer que COMPROU o batom da Marilyn Monroe e outra que comprou o suporte para baton da Audrey Hepburn


Estamos a falar de artigos que as próprias actrizes usaram e guardavam no seu estojo de maquilhagem. Não só usar, mas como, se calhar, estavam dentro dos seus favoritos. A maquilhadora que comprou o batom USADO da Marilyn Monroe (deu cerca de 18.000 dolares por ele) andava à procura da COR específica. Nas suas investigações anteriores à compra, encontrou um maquilhador reformado da época do cinema de Hollywood. Ele explicou que o código numérico presente na base de uma fotografia contendo batons de Marilyn, tratava-se de AMOSTRAS que a companhia Max Factor fornecia aos maquilhadores para usarem nas artistas. 


Se estas gostassem, o artigo entrava em produção. Depois o próprio processo cinematográfico para projectar um filme: preto e branco, Techinocolor, Cinemascope, Cada um fazia uma leitura de cor diferente e, devido a isso, as cores do batom mudavam novamente.

Foi muito interessante! A maquilhadora acabou por descobrir que o batom usado da Marilyn que ela comprou era um tom de laranja, que actualmente já não é produzido. Comparando com outras marcas, o mais semelhante é este: 

 

AUDREY HEPBURN:

A maquilhadora que comprou a caixa de batom de Audrey Hepburn num leilão, não disse quanto pagou por ele. Mas pela disputa acérrima que descreveu, podem colocar um valor absurdo nisso. Ainda por cima, a caixa para batom era em ouro, com uma safira, feita pelo conceituado Cartier. 

Adicionem a isso as iniciais gravadas de Audrey Hepburn (AF porque na altura era casada com Mel Ferrer) e ter pertencido a ela e nem eu consigo imaginar por que preço foi comprada. (Pesquisa: $68,919). Quando a foi buscar, descobriu que tinha um resto de batom dentro. Ficou maravilhada, tirou uma análise para observar ao microscópio e, tendo uma marca própria de cosméticos, criou o tom idêntico.  

Pessoalmente, acho maravilhoso poder reproduzir a cor de batom que alguém usou anos antes. Principalmente se recuar-mos milénios, à altura dos faraós! Até não resisti e comprei o laranja de Marilyn - embora não use batom algum. Acho que vou oferecer. Mas tanto o laranja quanto o rosa meio elétrico, parecem-me tons já não tão adequados às preferências actuais. 


E vocês? Usariam estes tons?

domingo, 5 de fevereiro de 2023

Abuse Recovery

 


(texto do dia 30 de Janeiro)

Este vaso com flores coloquei a entrada da porta do meu quarto. Chamaram-me a atenção agora, quando reparei que tinham murchado subitamente. Mas não de forma igual. Traçando uma linha imaginária vertical, parecem só ter morrido as do lado esquerdo. Surpreendentemente, asdo lado direito, que estão viradas para a porta do meu quarto,  permaneciam floridas.

Do lado esquerdo fica o quarto da M.

Acho que é um comprovativo da energia que cada uma de nós traz à casa. 


Não tenho dito nada mas tem estado infernal A M. funciona por alvos. Vai abatendo-os um de cada vez. O rapaz que ela mais queria ver pelas costas, foi embora a meio de Dezembro. Eu? Fui de férias. Voltei em Janeiro e desde então, ela não pára de me atormentar. Nesta semana que passou tive 4 discussões com ela. Foram "só" quatro, porque ela me "apanhou" quatro vezes. Tivesse eu passado a sorrir na sua direcção ou ficado mais tempo em casa em vez de ter ido trabalhar duas semanas sem um único dia de folga,  e as brigas teriam sido umas 20.  Ela transitou de um alvo para outro. Subitamente as discussões passaram de raras a constantes. E isso não partiu de mim, mas dela, que é uma NARCISISTA. 

Cheguei a essa conclusão por mim mesma, depois de ligar todos os traços da sua personalidade e comportamento. Contudo, ao surfar pelo youtube, encontrei vídeos de profissionais a explicar o que é o Narcisista. E tudo, mas absolutamente TUDO, encaixa-lhe que nem uma luva!!



Assistir a vídeos como este acima já me fez um bem enorme. É que tenho estado muito afectada com esta situação. Não estava a conseguir abstrair-me dela. Ocupa o meu pensamento o tempo todo, esteja no emprego, no autocarro, na rua, nas compras. Faz-me recear o momento de entrar em casa. Fui forçada a adoptar comportamentos que não devia necessitar adoptar. 

O que a M. mais faz é seguir-me onde quer que eu vá. Assim que entro em casa, ela sai do quarto. Como sei o que se segue, faço tudo em segundos. Já entro a correr para o WC para tomar um duche. Se perder tempo a descalçar os sapatos ou a agarrar a toalha, ela passa-me na frente. Não importa a hora a que chegue a casa. Anteontem foi às 23.30, ontem foi às 22h. Ela sempre tem vontade de ir para o duche nesse instante. Mesmo tendo estado em casa o dia inteiro sem nada para fazer. O mesmo acontece durante o dia, quando saio do WC, ou quando desço à cozinha, ou até mesmo, quando vou ver a caixa do correio... SEMPRE. A M. segue-me. Quer, com isso, me destabilizar. Fez o mesmo com outros. Até estou a registar isto num diário. Em 48h, ela apareceu atrás de mim 100% das ocasiões. 

Fá-lo também para espionar, para encontrar algo com que implicar e originar uma briga. Ela provoca, insinua, mente, distorce, impõe-se, exige, usando itencionalmente um tom de voz baixo. Já não consigo ignorar as suas malícias e perdi a calma. Estava tranquila a tentar cozinhar e ela aparece. Não uma vez, não duas, mas umas dez! Na última, mexo-me um bocadinho no sofá e pronto: de imediato, ela começa a implicar. Não aguentei e disse alto: "Mas o que se passa contigo M? Estás doida da cabeça?". 

Durante esta interacção, notei aquele sorriso nos lábios, a face mais relaxada, os olhos brilhantes e... felicidade. Percebi que ela estava a gostar de me tirar a calma. Começou a fazer comigo o que fez com outros: Provocar até conseguir algo que recrimine a pessoa. Um insulto, dois, três. Quem sabe até uma ameaça. Quando ela dá três passos na minha direcção pondo o seu rosto quase colado ao meu, retiro-me. E ignoro-a. Não lhe falo mais. Ela resmunga, resmunga e sobe ao quarto. Nisto aparece a nova rapariga (tomou o quarto do rapaz que saiu) e desenvolvo uma rápida conversa com ela. A M. aparece a correr, abre a porta da cozinha (que ela própria fechou "incomodada" com o meu cozinhado) e exige saber o que eu perguntei. A outra responde-lhe! - Para minha surpresa.  A M. já a impor medo, receio, obediência imediata. INCRÍVEL. Para não terem problemas com ela, afastam-se e fazem-lhe as vontades. 

Não pode ser assim, alguém tem de tentar por cobro nisto. A M. não só interrompeu a minha conversa com a nova inquilina, como não me deixou continuar a conversar. Que nem uma criança mimada, egoísta. Fez barulho com as panelas, exigiu falar comigo imediatamente a respeito do meu cozinhado eu digo-lhe para esperar. Não consigo dialogar uma frase com a nova inquilina tal é a interrupção. A M. não me dá um instante de sossego. Então levanto-me, fecho a porta e tento terminar de falar com a rapariga do lado de fora da cozinha. A M. não é de cerimónias: abre a porta, chama o meu nome e não pára de me chatear, inventando que o que coloquei no forno tinha "queimado". (Mais uma vez, quem é ela para abrir a boca, ela que sempre queima tudo?). Já que não consigo falar com a rapariga tentei trocar números de telefone com ela, mas a M. não estava a deixar. 

Não é a primeira vez que noto que ela faz de tudo para impedir qualquer interacção minha com alguém cá de casa. Os narcisistas, como explicam os profissionais em vídeos no youtube, procuram minar a imagem da pessoa diante dos olhos dos outros. Daí a M. não desejar conversas minhas com ninguém. Fico meses a aguardar uma oportunidade, nunca chega. 

Por isso, quando notei o rapaz do andar de cima a sair de casa ao mesmo tempo que eu, acabei por apanhá-lo pelo caminho. Faz mais de UM ANO que não tenho uma conversa sozinha com ele. A M. sempre está por perto e ambos trabalhamos muito, acabando por ficar pelo quarto nos tempos livres. 

A situação em que me encontro estava insustentável. A M. quer me fazer crer que eu é que estou errada e sou a vilã.

Então perguntei ao rapaz se achava que eu contribuia com conflictos para a casa. A sua reacção tirou-me uma montanha de peso nos ombros. Disse-me que a M. está sempre a brigar com todos, que ele só lhe diz "bom dia" e com pessoas assim não se interage mais que isso. Aconselhou-me a não mudar de casa. "Se mudares cada vez que encontras uma pessoa como ela, vais mudar sempre" - disse. 

Fez sentido. Na noite seguinte, entro em casa, decido tomar um duche. Tinha estado a privar-me deles ha dias, por causa da M! Cheirava... mal. Já estava a evitar a proximidade com outras pessoas. Entrei em casa a sentir o mau odor nas roupas, na pele e percebi o absurdo que é temer entrar no duche por ela me seguir. 

Tomei o duche, limpei a água que salpicou no chão e desci à cozinha para ver se existiu infiltração (mais uma "dádiva" da M. para a casa). Ainda no corredor já estou a ouvir a M. a abrir a porta do seu quarto. E vai para onde? Para o WC de onde eu tinha saído há cinco segundos. É sempre assim! Quando estou a passar para ir à cozinha a M. provoca-me: "Não sabias limpar o chão? Porquê não limpas-te o chão? Tens de limpar isto melhor, não pode ficar assim".

Passei-me. A tipa que andou meses a deixar aquilo ALAGADO (daí a infiltração para o piso inferior e a ferrugem no piaça metálico), que ignorou vários pedidos e recados para não se deixar o chão molhado, aquela que toma banho e vai para o quarto SEM secar o chão... vira-se para mim que não deixo uma coisinha fora do seu lugar e ousa abrir aquela pérfida boca?

Soltei em voz alta: «Acabei de entrar em casa, tomei um duche rápido, limpei tudo direitinho e já tenho a M. enfiada do meu rabo!» 

Nisto o rapaz com quem só pude trocar umas rápidas palavras FORA de casa, abre a porta do seu quarto e pergunta se está tudo bem. A M. começa a sua encenação. Muito calma e sorrindo com satisfação diz: "Eu só fiz uma pergunta. Tu é que estás a gritar. Estás a ver o que tu fazes, Portuguesinha? Estás a gritar."

-"O que eu faço??"

No quarto, o rapaz gesticula para eu não lhe responder. Compreendo-o e recuo. Ela tem uma sorriso no rosto e está visivelmente satisfeita consigo mesma. No entender dela, acabou de conseguir uma testemunha do meu "mau temperamento". Fecha-se no WC e o rapaz pergunta-me baixinho: "Estás bem?". 

Percebi que ele tentou ajudar-me. Deve ter percebido o meu desespero. Eu lhe disse que ela me segue por todo o lado, eu vou à casa de banho, ela vai à casa de banho, vou à cozinha, ela vai à cozinha... 

E o que tinha acabado de acontecer? Precisamente isso. 


Entrei no quarto e lágrimas começaram a cair do meu rosto. O que estou a viver é muito sério. É grave. Contactei a agência que está a par de tudo mas nada faz e tem ignorado meus pedidos de ajuda, até para encontrar outra casa. Liguei o computador e pesquisei "esquadra da polícia, denúncia de bullying". Infelizmente era fim-de-semana. 

Se não tivesse sido, sei que teria ligado para aquele número, exposto a situação e dito: "Olhem, preciso de ajuda. Gostaria de falar com um psicanalista, alguém que me possa ajudar": 

A ideia da esquadra surgiu-me por causa da M. Ela mesma tentou aliciar-me a juntar-me a ela numa queixa contra o rapaz que-se-foi-embora. Os policiais nada puderam fazer, porque ele nunca foi físico. Mas ela me disse que da próxima vez ia até o fim. Sabia que nunca ia fazer o que me pedia, porque sempre a achei a instigadora. Bem que ela tentou que ele fosse físico. Não me surpreenderia nada que tanta provocação fosse para atingir esse fim. Essa "próxima vez" que mencionou, provavelmente era ela já a planear algo. 

Quando lhe perguntei o que aconteceu para ela ir à esquadra, não me soube responder. Insisti. Não respondeu

Um dos traços dos narcisistas é não responderem a perguntas

Infelizmente os restantes aqui na casa não se querem envolver. Estou sozinha a lutar contra uma Narcisista e, possivelmente, também uma sociopata. Outro vídeo no youtube facultou-me esta informação:

O Psicopata leva um estilo de vida de parasita. Isso encaixa na M perfeitamente: não trabalha e arranjou um esquema - pedir um empréstimo monetário de estudante durante três anos. É com esse valor que é superior ao que usualmente ganho por ano (12.000), que ela continua a viver como a parasita que é. Não acredito que esteja a estudar. Está matriculada, mas estudar? Não vejo nada disso. Quando chegar a hora de ter de pagar o empréstimo - não vai fazê-lo. Aqui no UK pode sair impune. Muitos fazem-no, nunca chegam a pagar o empréstimo e, a única consequência é "ficarem sem crédito". LOL!

Às tantas ainda vai conseguir que lhe perdoem a dívida, alegando outra manipulação qualquer. O curso que está a fazer não podia ser mais desajustado ao seu carácter: Gestão de pessoas e negócios. Ela, que não gosta de ninguém e a todos enerva! Nota-se mesmo que o que almeja é uma ocupação onde possa mandar e não ter de trabalhar. Mas sendo como é, será sempre uma péssima escolha. Um gerente não deve ser isso. Ela devia ir era para guarda prisional. Porém, coitados dos outros guardas e até, dos prisioneiros. Não, é melhor que não. Imaginem a sua patalogia em terreno fértil...

Não é de admirar que eu esteja muito afectada com a situação. No emprego, este sábado, não consegui deixar de ficar triste e em espécie de pânico, com a ideia de não ir trabalhar no dia seguinte, Domingo. 


A ideia de passá-lo em casa... como explicar? A sensação é terrível. Há três semanas, passei quatro dias em casa. Não fiz nada, mal saí do quarto. Senti-me impedida de usufruir do espaço para além das quatro paredes do quarto e impedida de encontrar algo prazeroso para fazer. Só fiz dormir e pouco mais. Esse desperdício de tempo me incomodou mas sabia que, com ela cá dentro, só dá assim. 

Deve também ser por ela que os outros não saiem dos seus quartos. 

Estava tão mal, tão mal, a sentir-me sozinha nesta "luta" contra uma pessoa tão tóxica, a duvidar de mim mesma. Queria trocar ideias com alguém. Tirando a agência que nos aluga a casa, não contei isto a outros. A agência acabou por lavar as mãos e ignorar meus emails. Só soube responder: "Pague mais 75 libras de aumento de renda". 

Como bem disse alguém num comentário, ser o alvo de um narcisista é excruciantemente doloroso. Estes vídeos acabaram por ser o que me permitiu distanciar-me um pouco dos actos da M. Têm estado a ajudar.