quinta-feira, 29 de junho de 2023

1000 posts por fazer e sanita

 Todos os dias tenho alguma refleccao para colocar aqui. Devo ter mais de 1000 posts adiados, guardados na gaveta da boa intenção e memória. 

Mas acaba que não o faço, porque outras coisas surgem e consomem tempo. O meu ultimo post sobre filmes, imaginei que me tomaria 5 minutos a fazer. Levou uma hora. Escrever, pesquisar, salvar e fazer o upload das fotos uma a uma, etc. Parece coisa simples e ate pode ser. Mas consome tempo como uma faminta máquina insaciavel.

Tudo no blogger requer dedicacao e tempo. Reflecti o quanto mais simples e colar uma sinopse e o cartaz de um filme e aguardar que chovam comentarios.

A sinopses qualquer um tem acesso. Se nao for para partilhar o que achei de um filme depois de o ver, que graça tem?

Ainda me falta comentar noticias com meses de atraso partilhar instantaneos, etc. Pretendo faze-lo. Mas...

Para não desperdiçar este post, decidi que vou partilhar duas coisas do dia de "hoje" que surgiram inesperadamente:

1) - comi um pastel de nata portugues

2) - encontrei a sanita assim:


Fico triste. Foi o mau cheiro a n.2 que me conduziu ao WC. Abri a boca de espanto quando vi o estado da tampa de sanita! Sete horas antes estava normal.

Como é que alguém pode ser tão destrutivo?
E a sujidade... 
Existem salpicos castanhos na beirada e na parede. 

Chato ter de partilhar casa e encontrar coisas de formas que sabes que NUNCA aconteceriam contigo.

Na minha vida inteira nunca parti ou vi partir uma tampa de sanita. Esta é já a segunda nesta casa. 😪


 


 

È

terça-feira, 27 de junho de 2023

Filmes vistos recentemente

 Após uma abstenção prolongada, eis que "enchi a barriga" com filmes. Vi alguns lançados este ano: "The Covenant", "65", "Renfield", que gostei moderadamente, "The Artifice Girl" - aquele que gostei mais e "Ready or Not" - que gostei realmente. 


Desta lista, o mais fraco para mim é Covenant. Apenas mais um filme standard, de soldados e um resgate que acaba sempre com todos mortos excepto os protagonistas. Muitos tiros, os habituais planos de acção. Nada o distingue dos demais. Destaco o que mais notei logo no primeiro plano: o ator principal (que fez o homem aranha) estava sempre ou quase sempre sentado em quase todas as cenas. Ou então de pé e os outros sentados, sendo que o protagonista é filmado de baixo para cima. Ou com outros em primeiro plano, ele no meio e mais alguns atrás, dando a falsa sensação que são todos da mesma altura ou o protagonista maior. Desconfio até que existiu uso de plataforma. Um truque chato, para o fazer parecer mais alto e forte do que realmente é. Já parece o Tom Cruise! 

65 é uma mistura de viagens espaciais futuristas com Parque Jurássico. Mais um filme standard, com tiros e gigantes animais querendo "comer" humanos. Miraculosamente estes escapam sempre. A correr, mesmo perseguidos, tudo acaba bem, mesmo à última da hora. Banal e pouco interessante mas melhor interpretado. O protagonista sabe carregar um filme. Tanto este como o anterior vi saltando partes. 

"Renfield" redimiu os outros dois. Não é um filme brilhante. Nicolas Cage entrega uma interpretação não diria medíocre, mas banal e mal conseguida. Nota-se que tenta homenagear todos os clássicos antecessores que consumiu maravilhado enquanto crescia. Mas é quase uma caricatura, falta carisma e terror ao seu Drácula. Para colmatar, a prostética dentária é ridícula. Deram-lhe uma dentição animal, grotesca, semelhante ao de uma piranha. Nada a ver. 

Desta lista de filmes Renfield é, de longe, o mais sangrento e violento. Não pelo Drácula que morde pescoços para suga sangue, até porque o faz pouco - Drácula está quase sempre a virar fumaça ou centenas de morceginhos. As interpretações são medíocres no geral - ou melhor, caricaturas. Excepção para a personagem renfield - uma versão mais jovem de uma qualquer personagem de Hugh Grant e muitas das personagens secundárias, estão bem conseguidas. O vilão, a sua mãe, o grupo de apoio - tudo bem conseguido.

A violência é muito gráfica, mentirosa, mas interessante. Como puxar os braços a alguém e estes se desprenderem pelas axilas, atirar os braços contra uma parede e estes ficarem espetados como varas de aço, pisar a cabeça de alguém e esta explodir que nem uma melancia, etc.  


Temendo não encontrar um filme com mais conteúdo ou qualquer interesse, surgiu "The Artifice Girl" que, na sua premissa, pode não trazer nada de novo mas entrega uma história sólida, que mantêm o espectador agarrado, ao que as interpretações sublimes ajudam. O guião está bem conseguido e a história aguenta-se o tempo todo. Aposto que a maioria das pessoas nem se dão conta, de tão envolvidas que ficam pela história, que toda ela se passa dentro de uma sala. Sem corredores, sem janelas, sem panorâmicas. Sempre dentro de uma sala. Não é um filme com um grande orçamento e umas centenas de cenários. No total todo o filme se passa dentro de duas salas. A mesma sala anos depois e uma sala numa casa mais ampla. O filme aguenta-se e as interpretações são fortes, entregam o diálogo de forma muito convincente e sentida. Fiquei satisfeita com este. 


Um pouco reticente, fui ver "Ready or Not" (2019). Dava a entender tratar-se apenas de mais um slash-film, com uma premissa um tanto absurda mas dei-lhe uma hipótese e logo a começar nota-se que o filme tem conteúdo. Um bom guião, excelentes interpretações por parte de todo o cast. Inclusive as crianças! Pude ver uma Andie Macdowell mais envelhecida (a senhora defende manterem-se as rugas e os cabelos brancos) que, de início incomodou mas depressa se acostuma e gosta. É tão raro, diria até que só existe um caso em toda Hollywood, em que uma mulher assume as rugas. E elas estão todas no rosto de Andie Macdowell neste filme, na cara da atriz. Entretanto, o vídeo que disponibilizo acima, já a mostra sem muitas delas. 

Voltando à história de "ready or not", um thriler cómico mas sem ser ridículo, com sangue e suspense. Muito bem feito, a história agarra. Bem melhor que "Renfield", igualmente sangrento mas feito com melhor gosto e a violência mostrada é menos gratuita estando melhor enquadrada. 

Vão ver algum destes filmes?



domingo, 25 de junho de 2023

Partida de Carnaval

Hoje colei o dispensor de sabonete líquido ao lavatório. 

Passadas duas horas, oiço a M. a fazer um grande estardalhaço com a embalagem. E rio-me. Lá foi ela tirar novamente o dispensor dali. Por pura maldade. Não esperava era encontrá-lo fixado! Puxou, puxou, desprendeu, mas desistiu. AhahahRi e achei divertido. Com essa ela não esperava!


apenas duas horas depois...


Fui de imediato confirmar as minhas suspeitas. Encontrei o dispensor descolado quase na totalidade mas ainda no lugar onde é suposto estar e, de forma muito desajeitada, forçada, a M. impôs o dispensor dela entre a torneira e a minha embalagem. 

Como se o lavatório não tivesse DOIS LADOS, podendo o dispensor de uma ficar de um e o da outra no outro. Para quê "disputar" uma parvoíce destas? 


Se não fosse isto seria outra coisa porque não se trata do que é. Trata-se de quem é. A quem pertence. Ou quem decidiu. 

Tenho que partilhar aqui que isto de "dois dispensores" também é coisa NOVA. Criada pela "M". Até aqui só tem existido UM DISPENSOR. Que ela escolhe, compra e decide onde deve ficar. E SÓ PODE FICAR onde ela decide. Se alguém muda de lugar, ela enfurece-se. Aliás, qualquer coisa de outra pessoa naquele espaço a faz "passar-se" dos carretos. Como Narcisista que é, a única coisa que "está bem" são as coisas dela, como ela decide as ter. E se o armário do WC está CHEIO de embalagens vazias (contei oito), está tudo bem. Porque são todas DELA. 

Ela usa sabonete líquido tão depressa que em menos de uma semana acabam. Depois não os deita fora. Não. É mais uma embalagem vazia - ou quase vazia, a juntar-se a outras. 

O último dispensor que comprou, usou quase até ao fim. Não o deitou fora. Colocou-o no parapeito da janela meio aberto e aguado, deixou-o cair, o líquido vazou para o parapeito, deixou tudo vermelho com consistência de gosma mas limpar é que não.  

Deixei que passasse tempo. Geralmente ela é que DECIDE que sabonete líquido vai colocar. Passou mais de uma semana, depois duas. Então percebi que desta vez, ela não quis colocar nenhum. Talvez para "castigo". Já que diz "não usar" esta WC - o que é mentira, porque ainda há dias encontrei a sanita com vestígios de cocó e o fundo com sangue. Para quem "não usa" acordou-me três vezes a noite passada, entre a 1 da manhã e as 2 horas. A bater portas e a ir sucessivamente ao WC.  Sempre que lá vai, de alguma forma estraga alguma coisa: ou não limpa a merda que deixa na sanita, ou deixa cair sangue menstrual, ou deita o papel higiénico usado no chão. 

Coisas que a minha ingénua pessoa, de início, pensava serem casuais, fruto de uma mente descuidada, que não recebeu uma educação apropriada. Mas hoje, já sem qualquer névoa de bondade a filtar meus olhos, sei que é consciente e intencional. 

Assim que viu que eu havia colocado um dispensor de sabonete no WC, fez-lhe espécie. Tirou-o do lavatório umas tantas vezes, para o deixar em cima do parapeito. Só passado uns dias é que "lembrou-se" daquele que negligênciou e estava ainda detarrachado e tombado quase a cair pela janela. 


Foi buscá-lo, fechou-o e desde então, quer substituir aquele que lá coloquei pelo seu. Que não está a usar. Pois continua com a mesma quantidade minúscula de líquido. Remove o que lá pus, deixando-o no cimo da janela e o dela aparece no lavatório onde antes estava o meu. 

Há uns tempos, fingindo desconhecimento de causa, ela encorralou-me no corredor depois de eu sair do WC para me dizer: "Não sei se és tu ou é ele, não quero que tirem o meu sabonete do lugar, é para ficar ali.". Ao que lhe respondi: "Estou mais preocupada com a merda deixada dentro na sanita". 
- "Merda?" - diz ela, fingindo inocência. 

-"Sim. Merda. Dentro da sanita e também no assento. Salpicos de merda"

Sabia muito bem que tinha sido ela, logo pela manhã, porque é bastante sonora. E o rapaz - o único que também poderia ter usado a sanita, tinha-se ausentado por uns dias. Ela percebeu que o dedo só podia apontar numa direcção. Abordou-me para apontar-me o dedo, mas virou-se o feitiço contra o feitiçeiro. 

Coloquei o dispensor ali para todos usarem-no. Ela inclusive. Não me incomoda. Para quê um conjunto de sabonetes líquidos num WC minúsculo? Já havia vivido com uma pessoa com um comportamento semelhante na casa anterior: embalagens vazias por todo o lado, não tocava nas coisas que eu comprava para a casa, como esponjas da louça, detergente da louça, e ia comprar ao seu gosto, impondo o uso simultaneo e instruindo os "amigos" para não usarem os que comprei. Por essa experiência percebi que é melhor deixar a pessoa tomar as decisões. Porque contraliá-la vai deixá-la enfurecida e vai retaliar. 


Aposto que o sabonete líquido não vai sobreviver muito mais tempo lá. Vai "saltar" para o parapeito da janela ainda esta noite. Tal como a jarra saltitante....


A ideia de fazer isto surgiu do nada mas acho que, inconscientemente, tirei inspiração de uma memória humorística de uma partida de carnaval de meu pai. Ele colou numa tampa de esgoto algumas moedas de escudo e depois ficámos à janela a observar o comportamento das pessoas. Algumas tentavam muito puxar a moeda, sem conseguir. Outras tentavam com uma chave. Aos poucos alguém foi conseguindo e as moedas desapareceram. Algo nessa memória me faz sentir um tanto feliz. Uma brincadeira inocente tanto como eu. 


PS: Fui ao WC e percebi que um fio de cola ia do lavatório até o parapeito da janela. Isso só seria possível se a dispensor, depois de colado, tivesse sido colocado ali. Ficou claro para mim que foi isso mesmo que aconteceu. Depois de o fazer, a M. deve ter percebido que o seu gesto ia ficar comprometido e não quis ser identificada ao acto. Voltou a colocar o dispensador e enfiou o dela entre os dois. Resta saber o que vai inventar de seguida. Seja o que for, será dentro das linhas da inversão de papéis. 

domingo, 18 de junho de 2023

Tirando o pó à leitura pausada

 Os livros que mantive na prateleira durante os últimos quatro anos (!) Começaram a ser "devorados" a velocidades de um a cada tres dias. 

Isso deixa-me feliz. (E um pouco triste). 

Só eu sei o quanto temi ter perdido o gosto, a capacidade para o fazer. A sério: pegava num, tentava lê-lo mas colocava-o de lado. Desinteressada, sem vontade.

Tão incaracterístico que temi ter perdido algo que sempre fez parte de mim, como se um braço, uma mão ou um qualquer outro membro se tratasse.

Se calhar deveu-se também à vista, que agora nao vive sem uns oculos à frente. Como percebo melhor a Elvira (bloguista do sexta-feira e autora de livros). É admirável e a comparação perde por muitos pontos quando se coloca na balança as diferenças de falta de boa visão. Mas falta é falta e mesmo um valor mínimo gera alterações no quotidiano.

A adicionar a isto, atribuo grande parte desta situação, que temi vir a ser permanente, ao que me aconteceu na altura em que tudo começou. Até aquele instante estava sempre a ler. Onde quer que fosse, transportava livros na mochila. E depois tudo isso cessou.

Como se algo tivesse sugado a minha alma e me deixado apenas um.invólucro, acostumado apenas a seguir rituais quotidianos, como levantar, andar, sentar, respirar. O resto vivia embebido numa intensa sensação de sofrimento e perda. Como se a vida nao fisesse sentido.

Incrivel que tenha sido ja ha quatro anos. Dois depois de ter chegado a Inglaterra. De certa forma, sinto que estes ultimos 4 anos nao existiram. Nao deviam contar no tempo. Nem  os proximos. Foram os dois anos de Covid que praticamente forçou a população mundial a uma vida de clausura e precauções. Ninguém os quer contar porque sentem que foi tempo desperdiçado.

Quatro anos volvidos (espantoso!!) E continuo a desejar o mesmo. Yeap. Nenhuma diferença aí.

Que naba! Nesse sentido, os anos serão sempre um desperdício.

Mas o que fazer? Não se pode fazer nada. Nesse tempo sinto que nada mudou. Tanto mudou em dois anos e nada mudou nos quatro seguintes. Nem vai mudar. Porque ainda preciso de fechar o que ficou aberto. Por mais que o tente fazer sozinha, nao está nas minhas mãos. Outro alguém se apossou dessa habilidade.

Aqui estão três livros que li recentemente. Todos.estes estão na prateleira desde ha quatro anos. 

Acostumada a ler obras de mistério envolvendo assassinatos e investigadores, acabei por ler um romance (esquerda) onde existiu um desaparecimento que podia ou nao ser um assassinato. Mas a historia nao se centra aí. Mas na vida se uma mulher nos seus 40 anos. Foi refescante.

Há direita, na primeira leitura dos três, outra historia com mistério, mas sem assassinatos. Embora se estivesse a arquitectar um. Interessante. Porém achei esta narrativa menos hábil que as outras.

No centro, a última leitura e a que gostei mais. Um mistério, inserindo num torneio de golfe.  



.


quarta-feira, 14 de junho de 2023

Senti-me equilibrada, lúcida, mais leve e a viver num mundo que, afinal, faz sentido e interpreto-o bem!

 
Descobri que o meu mal é querer ver as pessoas por um lado bom. Mesmo quando a minha intuição logo me diz que algo nelas está errado, reescrevo essa impressão, e coloco-lhe por cima um verniz de optimismo, do género: "cada pessoa tem direito a ser diferente, não quer dizer que não tenha coisas boas". 

E a todas concedo o benefício da dúvida. Principalmente quando as evidências apontam para o contrário. Ainda busco a "coisa boa".  

A M. dizia-me, irritada, que eu "sou muito boazinha". 

Pois nisso ela era capaz de ter razão. Enfurecia-se comigo, porque ela, zangada com um dos outros colegas, queria que eu ficasse zangada também e lhe desse toda a razão. Eu escutava-a mas se demonstrasse querer entender o lado dela e também o da outra pessoa, ela se enfurecia, dizendo-me: "You are too nice. You think everyone is nice. You can't be like that!". 

Pois foi por ser assim - constatei, que ignorei os muuuuuitos dos sinais de que ela não era flor que se cheirasse. Sempre a lhe conceder atenção e o benefício da dúvida. Ninguém mais que ela beneficiou tanto deste meu lado. E se, mesmo assim, a M. conseguiu remover qualquer valor que pudesse ter pela sua pessoa erradicando tudo, duvido muito que ao longo da sua ainda longa vida vá conseguir encontrar alguém que goste dela. 

-------------

Esta conclusão partiu de uma conversa - a primeira que consegui ter - com a rapariga que se mudou para a casa em Dezembro. Estamos em Junho e, pela primeira vez, surgiu uma oportunidade de conversar. A constante presença da M é a razão, decerto, que impediu esta casualidade de acontecer mais cedo.  

Estava eu na cozinha - a aproveitar a raríssima ausência da M. para ali estar a almoçar (e fugir do calor abrasador do meu quarto) quando esta rapariga entra em casa. Passado um pouco, entra na cozinha. Cumprimenta-me e começa a falar comigo. A conversai flui fácil, amigável, com risos e humor.

O assunto depressa - nem sei como - entra na M. Ela começa a dizer-me que a M. é doente da cabeça e só não sabe se ela tem consciência disso e percebe que precisa de ajuda. 

Só essa constatação de alguém que praticamente não lidou com ela faz-me perceber os meses que passei a dar à M. o "benefício da dúvida". Emprestando-lhe os meus ouvidos, a minha presença, dando-lhe horas que deviam ser para o meu descanso e para a minha higiene - já que sempre "precisava" ir tomar duche exatamente quando eu entrava em casa vinda de um exaustivo turno. 

A energia que despendi em alguém que nunca dela ia tirar algum aprendizado. Porque já sabe tudo. É mais inteligente que todos. É como oferecer pérolas a porcos, na verdade. Todo o meu tempo, o cansaço que tive de ignorar para a escutar, os problemas dela que tive de ouvir e de me preocupar para tentar ajudar... tudo DESPERDÍCIO de tempo na minha vida. 

A rapariga também me disse que a M. nunca vai mudar.  Concordo em absoluto. Aquilo não tem remédio, não tem solução, é totalmente impossível. Porque a M. acha-se realmente melhor que todos que a cercam. TODOS. E nunca está errada, nem nunca faz nada de mal. Parte, suja, danifica, ofende, persegue, hostiliza - mas afirma que não faz nada disso. Se eu lhe der um pouquinho de atenção, basta olhar-lhe nos olhos, ela logo recomeça a mostrar-se incapaz de agir normalmente. Recomeça com as suas as atitudes de autoridade,  superioridade e perseguição obsessiva. Por isso sei que a doença que tem - se é que não é condição, o NARCISIMO que a assola - não tem concerto.

Depois a nova rapariga contou-me que a M. foi demitida em apenas uma semana. No Natal, a M. havia trabalhado na mesma empresa que ela, num departamento, claro, em que é só logística e nada de trabalho manual - pois a M. só "aceita" "trabalhar" se for em algo que não envolva trabalho físico e seja "digno" das sua autointitulada superioridade. Acabou demitida ao final de UMA SEMANA. O chefe desse departamento disse à nova rapariga, que trabalha faz anos nessa empresa, que a M. é o tipo de pessoa que "A culpa é sempre dos outros, ela tem sempre razão". 

A minha resposta foi: "Nossa! Não lhes levou muito a perceberem isso. Eu levei que tempos!"

A própria rapariga deixou claro que a evita ao máximo. E contou-me algumas situações de interações que teve com a M., as quais consegui perfeitamente visualizar. Como por exemplo, ela está na cozinha a preparar chá e a M. chega-se ao pé dela para lhe dizer que o cheiro daquele chá a incomoda. Para ela deixar de o fazer. 

Mas quem é que faz isto?? Por causa de um chá? Que a pessoa só ferveu ali, de resto, vai levar consigo para o quarto? Quanto a M. , ela própria, todos os dias, deixa a casa empestada de odores fortes e desagradáveis? O pior de todos, o de peixe? 

A nova inquilina também gostava de ver a M. fora desta casa.

No fundo, todos o desejam! Ninguém está é a falar disso. Ela perguntou-me se a agência sabe dela. Confirmei que sim. Sabem tudo. Mas não fazem nada. Mesmo com a agravante da M. deixar de pagar a renda por meses e meses. 

Isso nos espanta às duas. Podia-se estar a viver nesta casa em total ou quase total harmonia. Descontraidamente. Sem receio de circular ou conversar por uns minutos. Ao invés disso, fica claro que cada um se aprisiona nos quartos. Só saindo, quando a "costa está livre" da M. O que é muito raro.

Perguntou-me porque será que a M. não se vai embora. Ao que lhe respondi: "Porque aqui tem força, faz o que quer. Se for para outra casa, com um novo set de pessoas, provavelmente não vai conseguir levar a dela adiante. E aqui já conseguiu, porque nós permitimos. Se for para outro lado, vai ter de fingir ser quem não é, vai ter de recomeçar tudo de novo e provavelmente vão-lhe fazer frente. Não vai ser tão fácil". 

Mas eu rezo. Para que a M. desapareça. Acho mesmo que vou ser agraciada com esse momento. Rezo todo o dia para que esse momento seja amanhã!


 Outra coisa que muito me agradou foi que, pela manhã, saía do quarto quando vejo no corredor uma senhora idosa, que vem para limpar a casa. Deduzo que é a nova senhora da limpeza. Ela logo me pergunta do lavatório - cuja peça central que tapa o buraco ficou para baixo e não saía (inconvenientes dos lavatórios com tapa-ralo metálico). Nem a conheci antes, mas acabámos também por falar, ao mesmo tempo que tentámos maneiras de remover aquela peça para que a água pudesse circular. Foi ela que iniciou a conversa sobre o estado da casa. Disse-me que nunca viu alguém meter lixo no chão quando tem o contentor da reciclagem mesmo ao lado da porta e só tem de a abrir ou manter tanto rolo de papel higiénico VAZIO no WC. 

Nossa! Ouvi-la mencionar estas coisas que tanto me enervam foi um bálsamo para mim! Uma pessoa já começa a achar que esta bagunça e estas atitudes é normal... 

Até que escuta outra pessoa a reclamar do mesmo.
Adorei conhecer a pessoa. Ela, se calhar já nos seus 70s, conseguiu, com perseverança e genica, remover a peça, tanto a do WC de cima, como a de baixo que - afinal, também estava presa!

O técnico que cá veio nem perdeu muito tempo com aquilo. Disse apenas para esperar uns dias e, se não saísse, era preciso "remover tudo" (lavatório inclusive). 

Santíssima trindade!
Digo sinceramente: o que seria de uma casa sem uma mulher? São elas que acabam por resolver tudo. Principalmente coisas relacionadas com faz-tudo. Tradicionalmente atribuidas a actos do Homem mas que, suspeito pelas evidências que me cercam, que há muito que eles ficam com os louros, e elas com os trabalhos. 


terça-feira, 13 de junho de 2023

Pensamentos espontâneos

 


Foi ontem. 
Numa rua aqui perto. 

De mãos dadas, a caminhar lado a lado.
Distintos. Conversando e andando. 
Ele carrega os sacos. Ela, segura nele. 
Ambos já com idade avançada. 
Ele alto, ela baixa.
Ela agora corcunda, com um andar um tanto balançante. 

Que rico casal!
Têm-se um ao outro. 

"Ate que a morte os separe".

terça-feira, 6 de junho de 2023

sábado, 3 de junho de 2023

Cuidado com os ANZOL !!!

https://www.msn.com/pt-pt/entretenimento/tv/jovem-abusava-de-meninas-de-7-anos-e-filmava-abusos/vi-AA1bfL4j?ocid=msedgntp

Ontem passei umas horas a ver um documentário no canal ID investigation Discovery, intitulado: "Jared da Subway". A história de Jared data ao ano de 2018 e estranhei muito não me recordar sequer ter ouvido falar dela. 

O assunto é PEDOFILIA.


Jared era um homem em obesidade mórbida que ficou magro, dizendo que o fez comendo apenas sandwishes da loja "Subway". A cadeia de lojas contactou-o, pretendendo usá-lo como representante da marca e aí Jerry faz um anúncio contando a sua história e tornou-se muito popular, conhecido por toda a américa, adorado, idolatrado, amado. Ele criou uma instituição de caridade e viajava pelas escolas do ensino médio por todo o país, fazendo palestras para lembrar aos jovens e crianças a importância de uma dieta equilibrada.  

O que esta história tem em comum com a notícia que acabei de ver no link acima - que se passou este ano em Portugal, é que fazem uma breve descrição do pedófilo que atacou, em Almada, duas crianças de sete anos, abusando sexualmente delas. A descrição feita na peça é esta: 

"Muito simpático, prestável, oferecia-se à comunidade para ajudar os vizinhos".

CUIDADO com HOMENS (e mulheres) ANZOL.

ANZOL - quero dizer com este termo inventado, que são pessoas que estão à pesca. Como o que querem é proibido e criminoso, são sempre prestáveis e supersimpáticos. Porquê? Porque é VITAL para os seus propósitos ganhar a CONFIANÇA de todos. 

É parte do jogo. Que visa chegar à meta: perpétua excitação através de relações sexuais com crianças, pornografia, nudismo infantil. 

Já diz a sabedoria popular: "Quando a esmola é muita, o santo desconfia"

Amigo

Necessário

Zeloso

Oferecido

Labioso 

C-u-i-d-a-d-o! 

Jared, do documentário, era tudo isto. Nem era muito esperto - o que é revoltante. Parece inato ao pedófilo enveredar por uma segunda pele, para mostrarem-se com ela ao mundo. Contudo, este homem "porreiro" descreveu as suas preferências sexuais: como adorava colocar câmeras de filmar nos balneários de crianças e vê-as despirem-se, pediu à amiga para ver os filhos nus, perguntou-lhe qual deles ela queria usar para sexo, afirmou que as suas idades preferidas eram entre os 7 anos e os 11, porque as meninas já têm "Peitinhos" e contou que fez uma viagem para a Tailândia onde um rapazinho lhe fez sexo oral. 

Sempre que escuto um homem jovem, maturo ou idoso a dizer que quer viajar sozinho para a Tailândia ou lá quer ficar a viver uns meses, logo me ocorre que procura o turismo da prostituição infantil ou tentar arranjar uma mulher-quase-criança que saiba ultrapassar a repulsa e aceite ser a sua queca constante, disposta a tudo. A Tailândia é o paraíso dos pedófilos. E o governo local faz nada... é ver meninas e meninos às portas e às beiras, até mesmo a correr até os carros que passam, oferecendo seus préstimos. Todos tão jovens e totalmente viciados em drogas pesadas, cheios de doenças venéreas, fazendo sexo para comerem, sobreviverem e calculando que não vão sobreviver muito mais tempo naquele estilo de vida, podendo mesmo "desaparecer", ser assassinadas por um perverso qualquer. CRIANÇAS. Já enfiadas num tal pesadelo.

A minha percepção sobre a Pedofilia é que se enquadra numa condição. A mesma da homosexualidade - por exemplo. E todas as definições e sub-categorias de atracção sexual que da LDBT++++. 

Porém, a minha aceitação da prática sexual não é idêntica. Porque uma das partes não tem consciência do acto, não o deseja, não o procura e está a lhe ser imposta. Trata-se de uma violação. E isso não pode ser aceite. 

Aceito sim, que existam pessoas que nasçam com esta condição. Não é culpa delas. Serão para sempre frustradas nesse departamento. Mas têm de se controlar e nunca seguir seus desejos de sexo com menores. Se existem homens e mulheres que renunciam a sexualidade por motivos de crença, religião, ou falta de vontade, sei que existem milhares de celibatários por aí, escondidos, caladinhos, com receito do julgamento social que hoje em dia é mais severo para quem não tem sexo do que para quem tem (ao contrário da geração dos meus avós, por exemplo, da virgindade ser bem vista até o casamento) - todas estas pessoas não priorizam a sua sexualidade. Logo, o pedófilo deve fazer o mesmo. 

Se agir sobre esse respeito, então comete um crime. 

" A Idade é só um número!" - era a frase muito repetida na casa de uma ex-devota e divorciada mãe de duas meninas, que se juntou com um novo homem. Acabaram-se as idas à igreja todos os domingos e foram substituidas por festas constantes, autorização e incentivo para que as meninas bebessem álcool, fumassem e falava-se de sexo abertamente. E, no privadinho, esta mãe ex-religiosa dedicava-se a todo o tipo de actos perversos, existindo vídeos de pratica de bestialidade.

" A Idade é só um número!" - o perigo que esta frase representa quando sai da boca de certas pessoas! 

Tomem atenção. 

Peço-vos. Parece que cresce este flagelo, que nunca diminui, nunca tem um fim. 


quinta-feira, 1 de junho de 2023

A idade tem cheiro

 

Já me sinto a envelhecer de uma forma com a qual não me identifico. Nunca pensei que envelhecer ia perturbar-me, porque presumi que se vivia cada momento da vida em pleno. Só que não aconteceu assim. Agora a idade "apanha-me" algo desprevenida. 

O que descobri é que não gosto do meu cheiro. O cheiro da minha pele é uma das últimas constatações sobre mudanças em mim que a idade me traz. Não é falta de higiene - nunca tive mais do que agora. É alteração biológica.  Estranho isto, não é? Não me identificar com o meu próprio odor corporal! 

Não tresando - sosseguem. Mas tenho um suave trave a algo que estranho, me desagrada e não me é familiar. Tomo banho e visto roupas perfumadas, acabadas de lavar na máquina, deito-me em lençóis lavadinhos. 

Será que é das máquinas de lavar? Todos sabemos mas escolhemos ignorar, que são reservatórios imundos por dentro cheias de bactérias e contaminantes. Experimentem lavar as roupas sem recorrerem a amaciadores perfumados e vão sentir um odor desagradável, que detergente e água não elimina. 

Com tudo lavado e fresco, sinto-me bem. Mas isso pode durar apenas umas horas. Em menos de um dia, já não sinto as roupas agradavelmente aromáticas e o odor das mesmas mistura-se com um outro que não me agrada. Busco perceber de onde vem. Quero eliminá-lo. Lavo tudo: lençóis de cama, toda a roupa, colchão, passo detergente aguado na carpete e salpico os cortinados com aroma de lavanda. OK. Agora sim! Vou viver num espaço permanentemente agradavelmente perfumado - penso. Passadas umas horas, depois de estar deitada na cama com lençois lavados, vestindo roupa lavada e fresca, principalmente se adormecer, ao despertar já sinto um suave "trago" a cheiro corporal que me desagrada. Só pode emanar de mim, mas não o reconheço.

Será isto a que chamam "cheiro de velho" ?


Pensava que "cheiro de velho*" era apenas uma expressão para a falta de higiene mais regular que a terceira idade exige, em particular em casos de incontinência. Uma vez que a pessoa está mais cansada e debilitada, é completamente compreensível que deixe de conseguir manter essas rotinas tão amiúde. Agora já não sei se assim é.  Se calhar, não é bem uma escolha, assim como o próprio envelhecimento. "Cheiro a velho" é, na realidade, cheiro a decadência. A podridão. Não me levem a mal, refiro-me ao ciclo da vida.  Somos como uma flor: nasce botão, floresce perfumada e apodrece. 

Subitamente me lembrei de um outro cheiro que quase todos adoram - inclusive eu: "Cheiro a bebé". Nossa! Como o cheiro a recém-nascido é uma coisa maravilhosa. Gostosa. Costumava ser um odor desse género a emanar da minha pele por muitos anos, até quase aos 30, fresquinho, sempre presente, mesmo quando ficava uns dias sem tomar banho e os hábitos de higiene não seguiam as normas da altura. Cheirava sempre bem, adorava "snifar" meu próprio odor. Dava-me prazer. Outros me diziam que cheirava bem e queriam saber que perfume usava. Lembro-me de responder que não usava nenhum e também não usava cremes para o rosto ou produtos para o cabelo sem ser champôo normal - o que os surpreendia.  E não, não eram perguntas irónicas. Eram sinceras. 


Santa ignorância! Porque desaprendemos a nos familiarizar com o ciclo da vida? Lições que pais passavam aos filhos por gerações - desapareceram ou estão a desaparecer. Estes dizeres nos tornava  conscientes, conhecedores, simpatéticos, caridosos. Foi tudo substituído pela falsa sensação de que se pode manter a juventude a todo o custo, se se comprar bons cremes, se submeter a procedimentos cirúrgicos, etc. Como se "ser velho" fosse indesejável e para evitar, quando, na realidade, é inevitável - para todos os que vivem. 

Encontrei uma fotografia onde estou debruçada sobre um bolo com velas acesas e um gigante número indicando: "35". 

O que me lembrei ao ver aquela fotografia, foi que já me sentia no final da vida, sem muita esperança. Uma autêntica parvoíce! Mas também recordei-me das razões que me levavam a sentir assim: Naquele instante de celebração que devia ser feliz, todos na família me disseram que estava velha. Lembro-me em particular de uma frase habitual, sempre dita pela minha irmã com um tom de prazer na voz: "Estás a ficar velha, vais ficar para tia". e que os outros repetiam. Neste instante desta foto em particular, lembro-me que reforçaram a dose e me disseram isto, que instantaneamente senti como uma ferroada em mim: "Tu nunca vais ter filhos!



Porquê deixei? Porquê me abandonei? Porquê não combati eu esta opressão? Porque não me rebeliei - que é o que a juventude DEVE fazer? 

O tempo passou e eu fui deixando que passasse. Agora estou desfasada do mesmo e o que ele me traz é justíssimo - só não foi justo não ter vivido com o tempo.

Podem até me ter dado vinte e poucos anos recentemente. Podem achar que estou ainda na casa dos trinta. Podem dizer-me que pareço mais nova. (será que pareço? Não acho mais!). Mas é o meu corpo que escuto, que vive comigo e que me mostra, por vezes de forma cruel, que o que as pessoas dizem não corresponde à realidade. 

Um destes dias o corpo colapsa de vez, tudo fica flácido, mostrando todo o seu horror e desmistificando de uma vez só o real tempo que estou sobre esta terra.


https://www.campograndenews.com.br/colunistas/em-pauta/-cheirando-a-velho-o-odor-corporal-que-comeca-aos-30

https://www.uol.com.br/tilt/ultimas-noticias/redacao/2016/08/16/clique-ciencia-o-que-causa-e-por-que-os-idosos-tem-um-cheiro-diferente.htm