sábado, 31 de março de 2018

Tenho boas novidades!


Tenho boas notícias.

Mudei de casa e comecei num novo emprego.
Tudo isto aconteceu de um momento para o outro, mas posso dizer que acho que teve dedo do destino. Quem me segue no blogue teve de suportar muitos desabafos sobre a minha então situação doméstica. Problemas, receios, conflictos.

Pois agora deixem-me partilhar as alegrias.

Gosto imenso da casa que encontrei. E mais ainda das pessoas que cá estão a viver. É como sair da escuridão para a luz. Uma situação que eu não estava bem a ver, enfiada que estava naquele buraco. 

Agora estou a viver numa casa ampla, com pessoas decentes, simpáticas e prestativas. Tenho um jardim muito jeitoso que convida a relaxar quando o sol e o calor derem ares da sua graça. Mas mesmo a chuva não me impediu de, por exemplo, começar o dia de hoje a beber um chá quente e um bolinho, sentada na mesa do jardim. 

Entrei numa casa limpa, cheirosa, perfumada, arrumada. O oposto da anterior. E sinto que, pela primeira vez, a casa "cuida" de mim, ao invés de ser eu que tenho de cuidar da casa. Aqui cada um limpa atrás de si - não digo que sempre mas existe esse cuidado. O chão em parquet, limpo. Os sofás em pele, modernos com divisórias para colocar copos e revistas. Um televisor com vários canais e uma internet com uma conecção decente, um pouco melhor que a anterior. O senhorio é impecável, tem as suas manias, mas entendo o seu papel. Gosta de arranjar a casa e pessoalmente sinto-me grata por isso. É uma mudança refrescante, até nesse sentido. Têm sido só vantagens. Até começo a recear que me tirem estas alegrias, tão acostumada que estou a viver longamente em desgraças.


Das trevas para o sol


Que seja para sempre.

domingo, 25 de março de 2018

Comunicação visual e a mensagem

Gosto bastante destes símbolos que dizem tudo de forma simplista.

A minha ideia de há uns anos é criar um blogue ilustrando cada temática somente com eles.
Mas não há tempo para tudo :)



Adivinham o tema abordado em cada um deles?

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sexta-feira, 23 de março de 2018

Sr Extraterrestre


Encontrei por acaso na internet o fado «sr. extraterrestre». Ainda não o conhecia e fiquei surpresa com isso e com o facto da sua autoria remeter para o Carlos Paião e a interpretação da Amália.

Gosto bastante desta animação gráfica, por si só conta a história toda. Mas, pela primeira vez prefiro largamente a versão da Amália.

Deixo-vos as duas!
Enjoy.




O fado que carregamos na alma...
Esse fado que ameaça apagar o sorriso que mostramos
Que assombra a felicidade
Que nos define como povo de um jardim à beira mar plantado


terça-feira, 20 de março de 2018

Guardada no baú

... estava esta fotografia.

Título:
ROUBAR A CENA



As crianças são sempre adoráveis mas vamos ser verdadeiros:
Ninguém lhe está a prestar atenção alguma! 


Porque será?
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Entretanto o tempo abriu um pouco. A neve derreteu e saí à rua. Parece de propósito. Mal sai, o sol apareceu, como que para me fazer companhia. É assim quase sempre. É bom saber que transporto o sol e não uma nuvem escura e chuvosa. Nada contra o tempo do inverno. Mas simbolicamente falando, claro. 

domingo, 18 de março de 2018

Ontem e Hoje


Bastou publicar fotos da árvore florida e das flores, para no dia seguinte poder fazer isto.


Imaginem o que é acordar de manhã, sair de casa em direcção ao carro e descobrir que durante a noite foi feita uma magia que lhe mudou a cor.


Passam-se uns minutos a raspar, raspar, raspar :) 

sábado, 17 de março de 2018

Contagem decrescente para a PRIMAVERA


Para quem acha que ainda não existem sinais dela...


E as flores? Daffodiles por toda a parte.




BOM FIM DE SEMANA!

quinta-feira, 15 de março de 2018

Tiram-me do sério!



Situação constante:

Um colega na casa termina o seu duche e depois abandona a casa-de-banho. Nisto, escuta-se o som de água a correr, sinal indescutível de que deixou a torneira da banheira aberta. O que acontece?

1) A pessoa percebe a situação e fecha a torneira.
2) A pessoa ignora e deixa a água continuar a correr.

Pois nesta casa os colegas preferem deixar a água a correr.

É algo que me tira completamente do sério!


Agora mesmo aconteceu o seguinte: a rapariga entrou na casa-de-banho e pôs-se a escovar os dentes. Eu passei pela porta logo a seguir e consegui escutar o som da água a correr com toda a facilidade. É impossível que ela, lá dentro, não percebesse que tinha deixado a torneira aberta!

Ontem, depois de tomar banho, também deixou essa torneira aberta. E saiu de casa, deixando a água a correr.

No Domingo, o indivíduo, que só trabalha aos fins-de-semana por cerca de 12 horas, também deixou a água na banheira a correr. E para mim era impossível ele não escutar o barulho que a água faz ao cair. Principalmente sendo um quarto para as sete da manhã, altura em que a casa está mergulhada em silêncio total. Ele ainda perde tempo a passar pela porta semi-aberta umas tantas vezes, enquanto anda pelo corredor. Ficou cerca de um minuto no fundo das escadas, estando o banheiro mesmo ao cimo dos degraus. É IMPOSSÍVEL eles não darem conta dos seus próprios atos. 

Impossível.
E isto está a deixar-me doida!


Ao invés de tratar da minha vida, perco tempo a desabafar sobre estes comportamentos absurdos  que me estão a perturbar. Subitamente dei por mim a perceber que me impõem o papel de educadora de infância e dou por mim a presenciar comportamentos que só existem em creches. É aos miúdos de cinco anos de idade que se tem de ensinar que uma torneira não se pode deixar aberta, que eles têm de a fechar depois de terminarem de as usar e são estas educadoras de infância que têm de ir onde os meninos estiveram para organizar, limpar e arrumar a bagunça que eles deixam para trás.

Mas o que sou eu?
Vivo numa creche??

No sábado, fechei a torneira. A muito custo e incomodada. Porque o indivíduo deixa sempre a torneira aberta, é muito enervante. Tem preferencia pelos dias em que vai trabalhar, o que significa que, não fosse estar outra pessoa em casa para se dar conta do sucedido, a água ficava a correr por 12 horas. 

Uma vez irritei-me tanto por ele fazer isto duas vezes consecutivas, que decidi não fechar a água. Ele que aprendesse a girar a torneira até esta prender e fechar, caraças! Eu não sou mãe deles. Fiquei a imaginar que, eventualmente, acabaria por se dar ao trabalho de fechar a torneira ele mesmo. Mas qual quê. Não o fez. Voltou a ignorar.

Agora a rapariga fez o mesmo. Deixou a torneira a correr ontem de manhã. E eu decidi que não ia corrigir o que ela intencionalmente deixou de fazer, não ia ser a maezinha dela. Já me basta ter de andar a fechar torneiras atrás de um, agora dois?? 


E isso incomoda-me, porque sei o quanto a água é preciosa e que em certas partes do planeta escasseia. Por isso mesmo a revolta por eles a deixarem a correr é ainda maior! Eu sou capaz de afirmar que é um crime ecológio e humanitário mas neste país, aparentemente, o desperdício é algo que não lhes pesa na consciência.  Tanto ela como ele percebem muito bem que deixaram a água a correr porque não são surdos e andam pela casa até eventualmente sairem só para regressarem horas depois. A água não está incluida nas contas que pagamos, talvez daí esta total despreocupação com o seu desperdício. 

Perturba-me o estômago.


quarta-feira, 14 de março de 2018

Diferenças entre Portugal / Inglaterra


Um dos costumes britânicos que mais me tira do sério é a falta de noções básicas de como se caminha em espaços públicos. Se andar no passeio e nos corredores dos supermercados ou lojas fosse comparável a conduzir um automóvel na estrada, eu seria aquela condutora que chega em casa exausta de tantas travagens bruscas que tem de fazer e de tantos obstáculos que teve de contornar.

Aqui não parecem existir comportamentos que os portugueses tomam por adquiridos. Nós temo-los tão assimilados, que nem pensamos neles, só os reproduzimos. Vou dar exemplos:

NO SUPERMERCADO

1) Estás a ver uma produto numa prateleira, a dois passos de distância do mesmo. Vem alguém que quer algo do mesmo sítio. O que acontece?

Em Portugal: A pessoa tira o que lhe interessa e vai-se embora.
Em Inglaterra: A pessoa põe-se entre a tua visão e os produtos e fica ali parada.

2) Queres alcançar um produto numa prateleira mas umas pessoas estão a bloquear parcialmente o produto. Esticas-te para o alcançar. O que acontece?

Em Portugal: As pessoas que estão a estorvar desviam-se, sem ser preciso dizer algo ou pedir que o façam.
Em Inglaterra: As pessoas que estão a estorvar não se desviam, ignoram-te e se tentares alcançar o produto elas sentem-se incomodadas, lançam-te um olhar de reprovação e são capazes de atirar para o ar que faltou pedir-lhes para que se desviassem "por favor". 

3) Estás a caminhar com o teu carrinho de compras em linha recta no corredor principal do supermercado, na faixa da esquerda. Aproximas-te de um cruzamento com um corredor secundário. Nisto surge a ponta de um carrinho, vindo da esquerda. O que acontece?

Em PortugalA pessoa que vai entrar no corredor principal com o seu carrinho de compras, para e não avança até perceber que pode virar para o corredor central.
Em Inglaterra: A pessoa que vai entrar no corredor principal com o seu carrinho de compras não pára antes de virar para o corredor principal e sem hesitações vira na direcção que bem que apetece, não se importando se vem alguém ou não. 

4) Estás a meio de um corredor de compras, quase a chegar ao fim. Nisto entram três pessoas, na direcção oposta, cada qual com o seu carrinho de compras e cada uma paralela à outra. O que acontece?

Em PortugalUma das pessoas que percebe que outra vem na direcção oposta e não tem espaço para passar, escolhe encostar-se atrás de outra, deixando assim o caminho livre para quem surge na direcção oposta.
Em Inglaterra: As três pessoas que acabaram de fazer uma curva para entrar num corredor avançam com os seus carrinhos, achando-se com prioridade sobre a pessoa que vem na direcção oposta e que está quase a chegar ao fim do corredor. Não se desviam, continuam a avançar, como que à espera que outro tome uma atitude.


Podia dar mais exemplos de comportamentos em supermercados que acho aberrantes. Mas fico por aqui. Há coisas enervantes que nem têm a ver com o civismo dos fregueses, mas com o supermercado em si. Uma dessas é o deixarem carrinhos e trolleys de material por arrumar por toda a parte. Seja a que hora for - não precisa ser no fecho nem na abertura. É muito comum os supermercados deixarem, por longos minutos, uma gaiola metálica de dois metros de altura por um de largura, cheia de caixão de cartão vazias, ou com material para colocar nas prateleiras. No meio dos corredores ou encostadas junto a prateleiras com produtos que podem interessar a freguesia, mas que ficam tapados e inacessíveis. Os empregados, nem vê-los. Supostamente não podem deixar o material ao abandono. É também comum eles reservarem uma parte do supermercado para atolarem produtos ou caixas vazias. E se um dia calhares espreitares para o armazém, até te assustas. É "tudo ao molhe e fé em Deus". Uma coisa pavorosa, que em Portugal não é vista com bom olhos e uma maravilhosa instituição chamada ASAE certamente reprovaria.

Só para fechar com chave de ouro, aqui fica outra situação:

5) Estás a relaxar em casa quando subitamente percebes que precisas de ir ao supermercado comprar uma coisa. O que é que acontece? 


Em PortugalA pessoa sai de casa e dirige-se ao supermercado - vestida com roupas para ir à rua. 
Em Inglaterra: A pessoa sai de casa e dirige-se ao supermercado - veste pijama e pantufas, não está para se dar ao trabalho de trocar de roupa. 

Para descrever num futuro post fica o comportamento cívico dos britânicos na rua ou nas lojas. Spoiller: não difere muito do aqui descrito. São uns self centered




sábado, 10 de março de 2018

Os nossos avós sabiam tudo! (e na ponta dos dedos)




Em muitos sentidos tornamo-nos mais ignorantes à medida em que vamos confiando mais na tecnologia para nos orientar na vida. 

sexta-feira, 9 de março de 2018

A melhor PROMOÇÃO que uma região pode ter


Já têm um ano mas nunca antes tinha encontrado estes fantásticos vídeos que aproveitam o slogan americano "America First" (A américa primeiro) e a recente eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, para promoverem uma outra região/país, com gags (graçolas) contemporâneas e contextualizadas na história mundial e na política atual. 

Muito bom. Muito bom mesmo. Todos vão querer visitar qualquer lugar no planeta, menos os EUA depois de verem estes vídeos. 

Deixo-vos com o primeiro que, claro, é sobre Portugal. Muito salgado, audaz e cómico! 
A parte em que sugere que levem o Engenheiro Sócrates para construir o muro nos EUA está brutal.


Aqui está outro (delicioso) comparando os EUA aos Açores


E a lista continua: Japão, Namíbia, MoldavaUK, Slovenia, Áustria (excelente) Suiça, Croácia, (muito bom) Alemanha (final bombástico)
 Madeira... 

 
A da declaração da independência ser brindada com o vinho da Madeira, o trocadilho às pequenas bananas da madeira... está muito bom.

                              ENJOY!

quinta-feira, 8 de março de 2018

Eurofestival - o que os internautas dizem


No youtube já estão disponíveis as músicas apuradas para o Eurofestival, que este ano realiza-se de 8 a 12 de Maio no Altice Arena, Lisboa, Portugal, país anfitrião graças à vitória de Salvador Sobral, no ano anterior, com a canção "Amar pelos Dois".


As primeiras reacções à música que Portugal vai apresentar parecem ser positivas. Com internautas a dizer que a canção lhes toca na alma. Contudo, outros não a têm em grande consideração e qualificam-na baixo no quadro dos favoritos.









terça-feira, 6 de março de 2018

Esmiuçar a Claudia PASCOAL


E como parece que pode a vir a ser uma tradição, uma vez escolhida a vencedora para representar portugal na Eurovisão, está na altura de fazer uma retrospectiva das presenças artísticas da candidata em programas televisivos.

O que lamento é que Portugal não os conhece, mesmo após tantas provas dadas. O estrelato só chega com um rótulo como este de "vencedor do Festival da Canção". Pois, tal e qual o Salvador, vejam a Cláudia nos Ídolos e depois, no De Voice.

E agora? Ainda acham que é pouca coisa?








O que agora gostaria de ver era os dois vencedores a interpretarem uma música juntos. Têm vozes tão boas!  

segunda-feira, 5 de março de 2018

A vida é um pouco ao contrário dos filmes


A vida é um pouco ao contrário dos filmes. Embora estes mostrem tudo como realmente é. Só que existe um pouco de inversão da realidade. Ou exagero. Vou dar como exemplo as telenovelas brasileiras. Há sempre o núcleo de personagens pobres - que moram na favela. E os ricos, que moram por toda a parte onde há luxo. 

Tirando poucas excepções, em termos de carácter, o rico e poderoso quase sempre tem de ser o vilão. Ruim, mau, vingativo, até assassino. O pobre da favela quase sempre em termos de carácter é um santo, cheio de ética e valores. Lá porque é pobre não quer dizer que seja safado, sacana (tudo expressões do brasil). Não! Ele não rouba para comer. Ele trabalha duro. É explorado, é enganado, mas os seus princípios morais ninguém lhos tira! Mantem-se digno.

Nas novelas, a proporção de pobre digno é inversamente equacionada com o que parece ser a realidade. Sim, há pobre que não é ladrão, nem drogado. Mas não são tão poucos como nas novelas. Infelizmente a pobreza traz sim muito mau carácter, por influência do ambiente, se se frequentar os piores. E a riqueza? A riqueza não é toda conquistada pelo roubo de colarinho branco e safadeza. Ou melhor: há quem trabalhe duro e o mais honesto que consegue e daí vem uma fortuna. Há quem se preocupe com os menos afortunados. Há quem tente ajudar e contribua financeiramente para apoiar os que precisam. 

Nas novelas, séries, filmes, são as proporções que estão erradas. 

Estava a pensar na quantidade de pessoal que conheci de origem pobre (eu não sou rica), pouco culta (também não sou de família muito culta) e que não conseguem sair da pobreza de espírito. Resmungões com a vida, com a mania da perseguição e vitimização, mas o pior defeito é que tem como passatempo andar a infernizar a vida dos outros. 

Eu não quero que este tipo de pessoas - que conheci qb, saiam vitoriosas a meu respeito. Não quero que os seus maus-bofes me estraguem a alegria, a felicidade. 

Estou sempre a deixar que isso aconteça. E também estou sempre rodeada de mais pessoas de baixo carácter do que de pessoas mais informadas e cultas. Não que em termos de carácter estas não possam também exibir um muito baixo, porque podem. Mas, pronto: sinto falta de falar com pessoas que sabem um pouco mais do que o mediano. Eu própria deixei-me arrastar para o mediano. Porém, quando me aproximo um pouco de uma atmosfera mais propícia a conversas interessantes (não serem todas pautadas por parvoices) sinto mais no meu ambiente.

Conclui que nunca procurei as pessoas com quem sentia mais afinidade. 
Isolava-me do que mais me atraía - pessoas, lugares. Rebaixava-me. Diminuía-me. Por vezes o carácter da pessoa é mesmo o da dita "classe" a que dizem pertencer. Com soberba, arrogância, malícia - pertença à dos ricos, medianos ou pobres - as pessoas de baixo carácter povoaram demasiado a minha vida. Está na hora de procurar afinidades. 

domingo, 4 de março de 2018

Uma boa lição de vida - o céu é o limite


Estava a guardar este vídeo para um Domingo.


Tantas vezes pensamos que «estamos "mortos"» para tanta coisa na vida, e depois a vida mostra-nos que essa morte é uma escolha pessoal. Cultural, social. Enquanto vivos, a céu é o limite :D

sábado, 3 de março de 2018

Um livro, três frases


A semana passada terminei de ler um livro um tanto ruim e aborrecido. Como gosto de histórias de investigação, acabo sempre por dar uma oportunidade de leitura, mesmo tendo percebido na primeira página que era enfadonha e mal escrita. Não querendo ser precipitada, dei uma oportunidade aos esforços do autor e continuei a ler, determinada a ir até ao fim. Tinha esperança de, mais adiante, ser surpreendida com brilhantismo no enredo e nas personagens, história verosímil apresentada numa escrita dinâmica e bem articulada. Não aconteceu. 

Contudo, entre tantas palavras, sempre se descobre umas com que nos identificamos ou que, naquele preciso instante, nos diz alguma coisa. 

"Quando menos se diz, mais depressa se emenda"
"Manter tudo fechado dentro de nós não funciona"
"São as palavras não faladas que causam estragos
"

Encontrei este livro no aeroporto (foi abandonado propositadamente e assim que o comecei a ler entendi porquê) e soube de imediato o que queria fazer com ele: lê-lo rapidamente para voltar a deixá-lo num lugar público. Pretendia escrever uma nota nas primeiras páginas, contando que encontrei o livro, li-o e agora disponibilizava-o ao próximo, para que fizesse o mesmo. 

Acabei por deixá-lo dentro de um autocarro. O lugar ideal, se for a pensar bem. Só tive tempo - às pressas porque tinha chegado à minha paragem - de escrever "achei este livro, é seu, espero que goste". Faltou mencionar que a ideia era quem o encontrasse devia fazer o mesmo. E datei a nota.

O prazer está em imaginar o livro a circular livremente, tal e qual um turista, entre muitas mãos e  muitos lugares do mundo, a servir para matar o tempo de alguém aborrecido ou a precisar de uma leitura.


sexta-feira, 2 de março de 2018

Aparentar o que não se é para se conseguir o que se pretende


Dos candidatos que apareceram para ver o quarto do andar de baixo, a única que não conheci foi exatamente esta que o veio a ocupar. Claro, tinha de ser assim. Quem "escolhe" as pessoas é o Ditador. E o ditador escolheu uma rapariga que estava a morar umas casas ao lado com o namorado. Disse ela que continua a namorar com ele, mas tinham decidido "viver em casas separadas".

Tão separadas que faz duas noites que ele cá dorme.
Exatamente o número de noites que ela cá vive.


O anúncio diz claramente que o quarto é para ser ocupado por uma só pessoa. Não se aceitam casais. 
Uma casa de não fumadores, para pessoa singular, que tem de contribuir para parte das despesas e ser responsável pela limpeza e manutenção das áreas.


E esta é que é a melhor candidata?

Para alguém tão esquisito e sempre tão insatisfeito com quem lhe aparece à frente, o indivíduo voltou a escolher mal. Existiram alguns candidatos ao quarto e, sinceramente, parece-me que qualquer um deles teria sido, até no escuro, uma opção mais segura.

Detesto ter de passar por tudo de novo.
Está a começar igualzinho: consumo sem contribuição, usufruto imediato sem demonstrações de socialização ou respeito pelas regras da casa, desinteresse total pelo calendário das limpezas e, no topo disto tudo, são "dois em um". Dois a consumir, nenhuma ainda a pagar.


A ironia veio pela cozinha


Desisti de me mudar para outra casa por temer ter de levar com os cheiros dos cozinhados, pois o quarto ficava na cozinha.

A ironia é que a nova rapariga nesta casa faz comida com um odor muito intenso que demora bastante a desaparecer. Na primeira noite, um cheiro adocicado invadiu a casa e era possível de sentir até a manhã seguinte. São agora quase 3h da manhã e eu não consigo dormir direito porque o cheiro dos seus cozinhados não me permite.

Já abri a janela e deixei o ar fresco, frio e o vento entrarem. Já usei o ambientador com aroma a flores. Borrifei também um pouco de perfume a até vinagre. Mas o cheiro dos cozinhados dela sobrepõe-se a qualquer outro.

E a ironia disto é que acho cómica.
Então desisto de um por temer cheirar a comida e agora cheiros a comida passa a ser o meu karma noturno diário?

Oh vida...

PS: Alguém conhece alguma forma de eliminar um odor persistente?

quinta-feira, 1 de março de 2018

Mais orações e coincidencias


Resumindo dois temas em um curto post -  outra rejeição. Não consegui o emprego.
A pesar de tudo ter corrido bem - passei nos testes, tive uma pontuação de 98,9% no teste e fiz uma boa entrevista. 

Só consigo ver um motivo para isso acontecer -"o rótulo" que o empregador anterior me colocou. Eu é que fui a vítima de abusos de poder, de bulling e difamação e no final, eu é que saí prejudicada. É difícil descrever o sofrimento que isto me causa. Vim de Portugal onde sofri tanto na busca de emprego e agora essa angústia que pensei ter deixado para trás está de volta. É demais. 

Dizem que é uma questão de tempo, mas que coisas boas finalmente acontecem com pessoas que merecem. Estou quase a atingir a metade de século em idade e ainda aguardo por essas coisas boas. 

Cansada de andar por uma estrada tão atribulada. Altos e baixos posso bem com eles. É a injustiça e a malícia de todos que me derrotam por dentro. 
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Sobre a nova colega so sei que tem um riso parecido à da sua antecessora. Por coincidência assemelha-se a ela na quantidade de pertences que transportou consigo, na forma como os espalhou pela cozinha sem se incomodar em os arrumar, e também pelo uso imediato das utilidades na casa sem se importar em contribuir para os gastos. A pilha de roupa que ela lavou à socapa durante a noite é impressionante. E tem de tudo: desde lençóis de cama a todo o tipo de roupa de uso exterior e interior. Nada disto seria muito surpreendente não fosse pelo facto desta "nova" colega ter vindo de uma casa situada a duas ou três portas ao lado desta. Seria de esperar que transportasse roupa já lavada. Mas não, trouxe-a suja para lavar logo no primeiro dia em que ocupa uma casa para a qual ainda não contribuiu para qualquer despesa de gás ou electricidade.

As semelhanças com a antecessora não terminam aqui. Ela trabalha no mesmo restaurante da outra, na mesma função. Só está a faltar daqui a três meses ser promovida de simples empregada para gerente, ahaha

O indivíduo continua a "rondar" a rapariga sempre que pode. Acho que esta já começa a mostrar comportamentos iniciais semelhantes à da sua antecessora. Fala, ri mas quer afastar-se. Ele é um pouco "melga". Porém, pode ser que daqui saia outra união de interesses. O maior impedimento para que isso aconteça é que esta rapariga tem namorado - que mora na casa que ela abandonou. Este não é um bom motivo para sair de uma casa e entrar noutra. O meu instinto diz-me que ela está a esconder a verdadeira razão pela qual teve de abandonar o lar anterior. Mas isso não me diz respeito. É só uma curiosidade que estou a partilhar.

O que me diz respeito é a minha vida. E essa está de mal a pior.
Orações e inscrições a empregos não têm resultado.
Preciso de um milagre, da sorte grande ou de um ataque cardíaco fulminante que ponha um fim a esta luta ingrata.