O nome do programa que passa no canal Discovery é "Aventura à Flor da Pele". Uma tradução muito soft e politicamente correta para "Naked and Afraid XL" - um show sobre sobrevivência de pessoas na selva havendo muitos poucos recursos.
A tradução á letra do título americano seria "Nus e amedrontados" mas, ao contrário do que costuma ser a tendência portuguesa, o título foi alterado para algo "politicamente correcto", que não vá chocar o espectador, já que podia chocar a inclusão da palavra "nu". (Ah, que retrocesso!).
Adiante: presentemente em exibição está a série 7. Nesta série, vários grupos de sobrevivencialistas são espalhados por selvas pelo mundo para ver como se conseguem safar. Não têm roupas, andam nus e descalços. Têm de viver, dia e noite, por 30 ou 60 dias naquele ambiente inóspito, mortal, perigoso. Têm de caçar o próprio alimento, encontrar ou fazer abrigos e aquecerem-se de noite com fogueira. É-lhes permitido uma ferramenta e, julgo que, uma panela. De resto, virem-se! São seguidos por cameras e tem um walkman para chamar um médico caso exista necessidade.
Formigas e insectos costumam ser o suficiente para eliminar logo uns tantos. Mas existem outras ameaças bem reais, principalmente de noite: leopardos, leões, elefantes, crocodilos, onças... A série 7 passa-se na Amazónia. Um dos grupos é constituido por três mulheres: Amber, Trish e Jen.
Jen e Trish
Amber
Depressa se cria um clima de hostilidade forte contra Amber. Que é a que pesca, a que constrói, a que pensa mais à frente. A principal difamadora é Trish, uma mulher que quem olhasse cá fora, toda maquilhada e sorridente, poderia cair no erro de achar que era muito simpática. Mas ali na selva, mostrou cores que ninguém gostou de ver. Começou por se posicionar como uma adversária de Amber, criticando esta por tudo e por nada. Recusando-se a trabalhar, dizendo que Amber era "mandona". Que sabia fazer tudo melhor que ela mas não fazia porque não queria. Amber ia pescar e quando chegava pedia a uma das duas para arranjar o peixe, e elas ficavam a escrever o nome do abrigo numa placa, mostrando-se ingratas diante de quem lhes estava a providenciar alimento essencial para a sobrevivência do grupo. Depois Jeff, um homem juntou-se ao grupo e, percebendo o clima de hostilidade das duas contra uma, juntou-se aos números, adicionando mais asco a uma situação injusta. Isto durou 30 dias e foi penoso de ver como o Ser Humano é capaz de se virar contra o único elemento do grupo que tem bom senso, é correcto e está genuinamente a trabalhar para o bem de todos.
Isto fez-me lembrar uma situação pessoal.
Antes do Confinamento por causa do Covid, estava a semanas de completar 3 meses de trabalho numa empresa onde o chefe dizia-me que me queria lá a contrato com a companhia, porque eu era boa trabalhadora. Porém, quando surgiu o confinamento, perguntei se podia ir em frente com umas férias que tinha marcadas devido a uma consulta médica em Portugal. Mas decidi encurtá-las para apenas dois dias úteis, ao invés de duas semanas. Tudo para não faltar ao emprego. Comprei uma nova passagem de regresso e perdi a data anteriormente marcada. O gerente falou com o o seu superior e disse: "Tudo bem, não tem problema", acho que te queremos manter aqui depois dos três meses passarem. Quero treinar-te para fazer (uma função) mas não é garantido, agora que há menos trabalho devido ao Covid. Mas pelo menos até para a semana queremos-te cá de certeza. Trabalhei numa quarta-feira de manhã e saí a meio da tarde para o aeroporto. Regressei numa segunda de manhã. Naquele emprego, não se trabalhava às sextas-feiras a tempo inteiro. Só até ao meio-dia. Portanto, na realidade, só estava a perder a quinta-feira. Assegurada que o meu emprego estava salvaguardado fui e voltei com um sorriso no rosto. Quando chego à porta, a pessoa fica muito surpreendida por me ver e diz:
-"Não devias estar aqui. Nós dissemos à agência que não precisávamos mais de ajuda".
Aquilo foi um choque. E o homem estava embaraçado diante da minha presença. Talvez até receasse que eu produzisse uma cena e fosse evidenciar o óbvio: Como é que mudaram de ideias tão rapidamente quando eu tive garantias diretas da boca do gerente? Não sabiam disso antes de eu partir, em apenas 24h mudaram de opinião?
Claro que a agência não me disse nada. Não me ligou, não enviou um SMS nem um email. Fui eu que tive de lhes ligar a pedir uma justificação. A tipa da agência era fria, agressiva, arrogante, não admitia um erro e relutantemente pronunciava palavras como "peço desculpa" de forma obviamente vazia de sinceridade. Se uma pessoa insistisse ainda te culpava a ti da sua omissão.
Nessa manhã já não pisei mais no interior do emprego e fui para casa. Subitamente desempregada. Tirando o meu segundo emprego - é claro. Que sempre estava ali, a cair às pinguinhas, por vezes nenhumas por uma semana inteira, mas que eu sabia que não iam cessar. Por isso nunca o larguei, por mais frustrante que fossem alguns momentos.
Adiante... Os meses passam. Chegou a época do Natal. Eu sou novamente "convocada" pela mesma tipa da agência para trabalhar na mesma empresa. Digo logo que sim. Mesmo sabendo que não fui bem tratada, não quis focar-me nisso mas na minha vontade de trabalhar e voltar a fazê-lo num lugar do qual gostei e, pelo que senti, também gostaram de mim.
Comigo surgiram mais três mulheres. Nós íamos ser a equipa. Só eu tinha trabalhado ali previamente. Factor ao qual não quis dar qualquer importância mas que, quando as outras perceberam, pareceu ser um grande foco para as outras, principalmente a mais velha. Uma mulher Romena (julgo) nos seus fins de 40 anos ou mesmo 50 e tal que, até então, trabalhava a "cuidar de idosos" mas que desistiu porque já não lhe apetecia. Achava que merecia fazer melhor e encontrou ali uma hipótese que ambicionava. Julgando logo que poderia existir a possibilidade de um contrato, ainda que não tivesse qualquer experiência.
Percebi quase de imediato que ela procurou ficar "amiga" de pessoas ali dentro, apelando à nacionalidade em comum e ao fato de se conhecerem de vista. Existia uma gerente romena e sempre que ela aparecia na área, a mais velha, juntamente com a mais nova, também romena, focavam a sua atenção na sua presença e iniciavam sempre uma conversa, convidando-a a "praticar uma modalidade desportiva" da qual ambas eram adeptas. Percebi que o facto de outras pessoas que ali trabalham virem me cumprimentar ou falar deixava a mais velha incomodada. Então ela procurou rapidamente encontrar uma ligação semelhante, recorrendo à ligação nacionalista com a gerente. Achando que tinha mais vantagem sobre mim, porque ela era gerente e as pessoas com quem eu conversava não eram.
Notei muita coisa nesta mulher. Por exemplo: uma personalidade controladora de Alfa-Macho. Ela dizia à mais nova o que devia fazer, quando, como. A mais nova era uma seguidora. Pensava, dizia e se comportava de acordo com as instruções da mais velha. Mas nós eramos quatro - perguntam. O terceiro elemento da "equipa" era uma mulher de origem.... portuguesa!
Imaginem. A minha nacionalidade. Mas digo-vos: nós, portugueses, somos o povo menos unido que já encontrei lá fora. Também somos traiçoeiros. Pelo menos é o que acabei por concluir pelo que observo. Vejo as outras culturas a unirem-se de forma serrada mas nós, somos muito cautelosos com os nossos e traiçoeiros. Mordemos a mão que nos deu alimento - entendem?
A Portuguesa era uma mulher insegura e receosa. Percebendo isso o que fez a vossa Portuguesinha? Encheu-a com palavras de motivação e crença nas suas capacidades. Ajudou-a. Explicou-lhe a ela e às outras como se faziam as coisas. Quando chegou a altura de responder a um inquérito a portuguesa ficou em Pânico, dizendo não saber ler inglês. Quem a ajudou? Mas de um modo que a puxou para cima, a fez acreditar nas suas capacidades cognitivas para responder ao inquérito? Eu.
Em apenas dias, na realidade, logo no segundo dia de trabalho, senti que a mulher Romena mais velha estava a tentar criar uma divisória. Em ensinava-lhes tudo, partilhava, dizia-lhe mesmo: "O que eu souber partilho com vocês", eu vos explico. Os restantes da empresa, já me conheciam então sabiam que podiam contar comigo. A mais velha parecia ficar incomodada com essa ligeira sensação. Eu NUNCA tomei ares de líder - aliás, fiz mesmo questão de realçar que não era ninguém, apenas igual a elas, apenas já tinha trabalhado ali uns meses. Elas encheram-me de perguntas: quantos meses? Quanto tempo? O que fazias? E pareceram vir ter comigo cada vez que tinham dúvidas - o que a mais velha não gostou nem um bocado. Ela queria ser a LIDER. Era a boca dela que ela queria ouvir pronunciar um som quando alguém tinha uma questão. Passou a vigiar-me cada vez que eu fazia algo novo, para me copiar de seguida. Lançava-se ao projeto dizendo "já saber como se faz" sem me deixar explicar até o final. Depois tirava a tarefa das minhas mãos e dizia que também sabia fazer. E, claro, o tempo todo estava a falar mal de mim nas minhas costas, incentivando as outras - incluindo a PORTUGUESA, a se virarem contra mim.
Os pontos em comum com o que vi neste episódio de "Naked and Afraid" são surpreendentes. Trouxe à tona a memória deste infeliz episódio.
O tempo todo esperei que a Portuguesa ganhasse alguma coluna vertebral e não fosse apenas mais uma maria-vai-com-todas. Esperava que tivesse decência e fosse sincera comigo. Que me viesse avisar do que se estava a passar. Eram só impressões minhas. Sensações. Senti a energia negativa no ar. Fiz "testes". Estava tudo a trabalhar em silencio. Ausentava-me para ir ao WC e assim que virava as costas, a romena mais-velha começava a falar. Depois notei era quando aproveitava para tentar conversar com a portuguesa - até então não lhe dirigia a palavra. E tentava ser mostrar-se cheia de "cordialidades" para com a Portuguesa. Na realidade só a estava a USAR nos seus propósitos mesquinhos. Envenenava-lhe a mente, dizendo-lhe que elas as três trabalhavam mais que eu, que eu e eu não merecia ter aquele emprego. Isto no terceiro dia!!!
Da portuguesa, não tanto pela nacionalidade mas pela forma como a apoiei e me mostrei disponível a ajudar esperava que me abordasse para contar o que se estava a passar. Afinal, ninguém a ajudou mais ali do que eu. Certamente não aquela gorda e velha romena. Ela duvidou das suas capacidades em cada tarefa que era para executar e eu, mais que ninguém, fi-la ver que tinha de confiar, que eu confiava, que ela era capaz, que desse tempo que não ia aprender tudo de uma vez só. Tinha receio de ser demitida por não ter experiência e eu dissipei-lhe esses medos. Caramba! Esperava dela, sim, um pouco de retribuição amigável.
Ao fim de uns dias já tinha apanhado o jeito a uma tarefa e pouco depois comecei a perceber que me olhava como se estivesse um pouco acima de mim na sua execução. Percebi que o seu jeito de falar comigo mudou. Já não me abordava. Respondia apenas por necessidade, de forma curta e que era mais uma "recruta" da Romena mais velha, pois assim que a outra lhe dava uma ordem, as outras reagiam ao som de voz!
Percebi que tentava minar a minha integração na equipa. Quando eu me punha a fazer as mesmas tarefas que elas, a mais-velha ordenava que as três mudassem para outra tarefa. E as duas obedeciam. Eu nunca fui muito de chefiar. Não sei como levar os outros a fazer o que eu quero que façam. Mas o que ela estava a fazer não é chefiar. É dividir, causar mau estar numa equipa. E o que era pior: na minha frente continuava a elogiar-me, a dizer que eu sabia as coisas ao que eu sempre frisei que era apenas igual a elas, estava no mesmo patamar, não era a chefe delas.
Ao quarto dia chego a casa e recebo uma mensagem diria que... enigmática de parte da mulher da agência. Dizia algo do género: "Portuguesinha, chegou-me aos ouvidos que não está a ser eficiente, é só para avisar que tem de trabalhar mais, se não é dispensada blá, blá, blá...." . Ora... não sou de todo idiota. Sou na forma como sou PASSIVA e não reajo às coisas mas aquela mensagem deixou-me chateada.
Vinha de parte de uma pessoa que não sabia NADA de NADA. NUNCA me viu trabalhar para poder me criticar. Não faz IDEIA do que o trabalho é! Nunca mo soube descrever. E estava a enviar-me uma mensagem daquelas - insinuantemente ameaçadora, com que AUTORIDADE?
Se alguém teria de criticar a minha performance seria o gerente ou qualquer uma das pessoas com autoridade DENTRO da empresa. Esses sim, observavam a minha performance. Não seria a recrutadora da agência, com toda a certeza. Que, aliás, como não é de surpreender, era da MESMA NACIONALIDADE que a velha romena. Esta só conseguiu aquele emprego devido a esse contacto. As duas eram também amigas próximas.
A velha romena, não satisfeita com o sucesso em minar as mentes dos dois elementos da equipa, ou melhor: já tendo atingido esse objectivo, ia agora "espalhar" os seus tentáculos do mal para outro alvo. Mais uma vez, recorrendo à "vantagem" da nacionalidade e "amizade":
De seguida, seria a chefe romena. E depois um colega português que lá andava e todos os outros. Ela queria era sentir-se no comando, a dar ordens. Não estava a contribuir para a formação de uma equipa, mas para a destruição de uma.
Decidi colocar tudo em pratos limpos. Pedi para falar com o meu chefe e expliquei a situação. Que havia recebido uma mensagem muito estranha de parte da agência e perguntei se haviam se queixado do meu trabalho com a entidade patronal. Eles ficaram surpresos, muito surpresos, porque desconheciam de todo o que se estava a passar.
Expliquei-lhes que não podia continuar a trabalhar ali diante do sucedido. Eles PEDIRAM para que eu ficasse mas eu respondi que havia acabado de tentar chegar a uma conversa com a tipa - e havia mesmo. Cheguei perto dela e disse-lhe: "Vamos falar. Eu sinto que existe qualquer coisa negativa no ar e como somos uma equipa, quero esclarecer as coisas".
-"Estou a trabalhar. ." - responde, sem se dignar a olhar na minha direcção.
Ainda tentei novamente, sublinhando que temos de trabalhar juntas como uma equipa. A reação:
-"Não tenho de falar contigo. Chegas-te e começas-te aí a falar. Não tenho nada para te dizer."
Só lhe disse mais isto:
-"OK. Recusas falar. Não digas por aí que és uma boa pessoa. Não és". (porque ela estava sempre a auto-proclamar-se boa pessoa)
Eu fiz a minha tentativa. Não resultou. As outras, caladas, temerosas. Autonomas. Parecendo Robots. Com medo da "chefe" delas. Umas cordeirinhas... que dizem amén a quem as intimida, ao invés de se imporem e, pelo menos uma, devia ter-se pronunciado antes, quando me deu como resposta "Não sei de nada" quando lhe perguntei se sabia quem havia se queixado do meu trabalho.
Mas quiseram, tal como nesta série de "Aventura à Flor da Pele", aliar-se à figura que gera os desentendimentos e controversa. A pessoa egocêntrica, com personalidade controladora.
Neste episódio, Amber pescou peixes durante 30 dias para toda a equipa comer. Também construiu a jangada e arranjou a melhor lenha para queimar. Trish só fazia "entraçados" com folhas, para usar como adereço estético. De início, Jen ainda pareceu colaborar e disposta a aprender com a mais experiente Amber mas depressa deu para perceber que se estava a virar para o lado de Trish. Em poucos dias, diria até que em apenas um dia, Trish já tinha conseguido colocar Jen contra Amber, hostilizando-a e separando-a dos restantes. Tal como a Romena fez comigo.
Contudo, como existem CAMERAS A FILMAR... a opinião do público é totalmente diferente daquela que vigora no acampamento. Ainda por cima, quando um homem se junta Às três mulheres, ele depressa percebe que duas delas falam mal da outra. Ao invés de se isolar da situação e não tomar lados no que ele próprio verifica ser um "ninho de vespas", aproxima-se das duas maledicentes para falar mal de Amber! Dizendo que quando as duas não estão por perto, Amber desabafa que sente relutância em receber ajuda quando pede que lhe fervam água. Dando a entender que a intriguista é Amber - quando na realidade ela é a vítima das intrigas. Ele claramente se junta às verdadeiras vespas, dizendo que concorda com elas, afirmando que Amber é "mandona". Depois quando Amber chega da pescaria e pede que lhe tratem do peixe, acabando por ter de ser ela a tirar a cabeça, mas pede para que outro lhes tirem as escamas - o homem tira-lhe o peixe das mãos, mas sabe-se logo que é para parecer bem visto e não dar a entender que já escolheu o seu lado.
Os três: Trish, Jen e Jeff estão a conspirar para abandonar Amber e deixá-la sozinha. Iam fazer isso mesmo quando o homem fica doente, é preciso chamar o médico e é decidido que a experiência dele termina ali. Amber então toma uma decisão: Vai partir e deixar o acampamento e todo o seu material para as outras duas. E é ela que abandona o grupo que havia conspirado para a abandonar!
Tal como eu abandonei o emprego, deixando como legado todo os ensinamentos que de bom grado facultei para aquelas estranhas e que acabaram por ser usados para dar a entender que eu era imprestável e dispensável.
Quando percebi que não tinha equipa, mas um bando de paus-mandados que se deixavam intimar por um macho-alfa com necessidade de mandar, seria fútil continuar a tentar. Depois também sabia que, assim que abri a boca para perguntar aos meus chefes se tinham queixas do meu trabalho, expus a existência de um conflito que é a última coisa que eles querem ter de lidar ali dentro. Eu sabia isso e disse-lhes isso mesmo: Se eu ficar as coisas nunca vão andar direitas, eu sei, acabei de tentar dialogar com ela e ela recusou-se a falar comigo. Por isso como podemos ser uma equipa? Não dá, ela não o permite. Como sei que voces tem mais o que fazer, não tem de estar a ter problemas destes, eu saio. Peço desculpa, voces sabem que eu gosto de trabalhar aqui mas não dá. É pelo melhor."
E saí.
Mais tarde vim a saber que, a pesar de todas as suas intrigas e esforços, a Romena mais-velha foi mandada embora, assim como a Portuguesa. A Portuguesa primeiro - parece-me. Não percebeu que, depois de mim, seria também um alvo, a parvinha. Nenhuma das duas teria hipotese de ficar mais que um contrato curto, até o natal. No máximo, três meses de trabalho GARANTIDO, se tivessem sabido trabalhar em equipa, ao invés de a envenenar. Eu posso não ter jeito para líder - ou interesse em ser uma. Mas sei que a força de uma equipa vai até onde está a força do seu elo mais fraco. E instintivamente injecto confiança nas pessoas receosas e temerosas. Foi uma autêntica PARVOÍCE não terem se esforçado para, nesse curto espaço de tempo, manterem os seus empregos. Foi mais importante concentrarem os seus esforços para eliminarem a pessoa que só fez foi as ajudar.
Se eu fosse outra, teria guardado os conhecimentos para mim e, desta forma, sabotado as suas performances. Teriam sido substituídas por outras pessoas dentro de uma semana. Porque foi a mim que perguntaram se a equipa estava a ir bem. Devia ter dito logo que aquela Romena não devia regressar... Eu ficaria, porque a qualidade do meu trabalho e dedicação foi mais que comprovado durante três meses. Não era decerto uma garantia, como bem o constatei mas, nos primeiros dias, era certamente. Eles sabiam que tinham em mim uma trabalhadora árdua. Elas tinham TRÊS dias ali e já queriam saber mais que os restantes. Deram um tiro no próprio pé.