domingo, 27 de agosto de 2023

Acusei Positivo

 

Acusei positivo para Covid faz dois dias. Tenho me sentido... como uma pessoa com Covid se sente. Embora presentemente consiga respirar pelo nariz, o sintoma mais problemático é mesmo a forma como nos sentimos. Dor de cabeça, suor pelo corpo, tosse, nariz a pingar, garganta a arranhar, olhos inchados. Mas o pior dos sintomas é mesmo a sensação incómoda na base das costas. Consigo continuar a rotina mas é essa impressão lombar que não me permite ser muito eficiente. Para piorar a situação, ao mesmo tempo apareceu também "aquela altura do mês". O que acho que não é coincidência, pois jamais esqueço que ambas as vacinas anteciparam " a altura do mês" assim que as levei. 


De momento estou com as costas viradas para o sol. Quando este não desaparece atrás de uma nuvem. O malandro escondeu-se e não me deixa usá-lo para me curar. 

Pensa-se que o Covid "já foi" mas não. Ele nunca vai desaparecer. Em Inglaterra o clima está misto: chove e faz sol várias vezes ao dia. Já é inverno, sem nunca ter sido verão ou primavera. A minha necessidade por férias de verdade abrange tudo isto. Mas não vai acontecer. 

Estou à espera... só o tempo fará com que me sinta melhor. O bom em apanhar novamente Covid é que, penso eu, agora não apanho mais! São duas semanas a um mês - se bem me lembro, para recuperar em pleno. Mas eu quero recuperar de imediato. Sexta-feira quando fiz o teste - daqueles caseiros pois adquiri bastantes e armazenei-os, fui trabalhar. Tentando passar por pessoa saudável e mantendo as distâncias. Na realidade, estava a sentir-me estranha mas apta. A febre tinha desaparecido e senti-me, tirando o peso nas costas, bem. Quando entrei no autocarro regresso a casa não tossi. Controlei-me. Não respirei para cima de pessoas. Não abri a boca. Mas uns tipos que sentaram atrás de mim não paravam de falar e um tossiu sem cobrir a boca. Olhei para trás. Queria que tivesse consciência do gesto. Eu estava positiva e se tossisse provavelmente teria transmitido o virus. 

Ninguém aprendeu NADA com o Covid! Inglaterra jamais terá o civismo da China ou do Japão neste sentido. Aqui tudo é para "inglês ver". 

Regressei ao uso da máscara - o que aqui continua a conceder-te "funny looks" como disse um colega que diz que a usa quando vai às compras. E é mesmo verdade. Se colocas uma máscara no rosto, as pessoas olham para ti como se tivesses lepra. Alguns, se pudessem, atirariam pedras. Não se aprendeu NADA com os 2 anos de pandemia. 

Trabalhei o sábado inteiro e teria ido hoje, Domingo, também. Não fosse terem-me PROIBIDO. 

Sim, proibido... Hoje era o Domingo que eu mais ansiava. 9 horas de trabalho garantidas! Um doce. Eu adoro trabalhar aos Domingos e não fiz nenhum segredo disso. Talvez tenha sido o meu erro, pois sempre que podem, os tipos fazem de tudo para me tirá-lo. 

A JUSTIFICAÇÃO  que me deram é que não posso trabalhar 7 dias seguidos sem teruma folga. Até acreditaria nisto, não fosse o estar a trabalhar todos os dias faz três semanas. Então porquê só agora é que lhes está a fazer espécie? Desde que me deixem, eu vou trabalhar. Não sou uma pessoa que quer "apanhar tudo". Tenho um horário de merda - que não me permite pedir overtime muitas vezes. Então só posso fazer OT três dias da semana + o Domingo. Os outros dias não tenho como. Eles não dão overtime a quem trabalha de tarde. Se derem, é para a noite e fazem-te esperar 4 horas entre um turno e outro. Ridículo, passar 12 horas no emprego para receber apenas 8.

Isso sim, é que não te deixa descansar adequadamente. Anda-se sempre cansado, com a sensação que só se faz é trabalhar mas depois, financeiramente, não se vê o resultado porque as horas pagas não foram muitas. 

Não gosto dos turnos de 4h - são exasperantes para mim. O tempo não passa, parecem que duram sete dias! São monótonos. turnos de 8h, adoro. Por vezes chegam ao fim e nem dei conta do tempo a passar. Porque foi intenso. 

 
Por uns instantes fez-se luz. Encontrei um alojamento que parece ser perfeito! 
Só precisava que alguém mencionasse como era a deslocação do aeroporto para o local. Então fiz a pergunta no website. Não comprei antes de receber a resposta. Com a resposta feita, tratei de ir logo fazer a reserva. De um dia para o outro, deixou de estar disponível.


Se de facto não estiver disponível, desisto da minhas férias na Madeira. Sinto-me profundamente dececionada com este contratempo. Foram 3 dias a pesquisar alojamentos no Funchal, sem esperança de encontrar um que não mencione algo bastante negativo e medonho. 

Encontrei um ontem - poucos detalhes dados, uma referência a sujidade de pó mas de resto, coisas positivas. Nada muito alarmante. Devia ter comprado de imediato. Não o fiz, alguém se aproveitou da minha hesitação para tomar o lugar para si. Foram uns três dias de busca, sempre com os mesmos resultados disponíveis. SEMPRE os mesmos. Ninguém pegou. Foram logo pegar naquele que me agradou? Cambada de metediços! Se não estiver  disponível espero que a estada lhes seja super desagradável. Pode não ser um desejo bonito, e os meus desejos são fraquinhos, nunca se realizam. Mas caramba! Estou cansada de ficar só com a ponta podre. 



 


sábado, 26 de agosto de 2023

Férias na ilha do calor, mosquitos e sujidade

 

Buracos nos lençóis, extremo calor sem ventalização, muito ruído, falta de limpeza, mosquitos e baratas, noites sem dormir, cães a ladrar dia e noite, discoteca ou vizinho que escuta música alta... Até agora não consegui encontrar alojamento na Madeira que não assuste!

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

 

Eu nao compreendo estas pessoas.

Um puto de certeza menor de idade parado na rua frente ao supermercado a enfiar na mochila cada uma das latas de cerveja laguer que comprou em pack de seis. 

Uma grávida com uma barriga que parece que a criança está pronta para nascer, a fumar cigarros.

Duas amigas no autocarro sentam em bancos opostos do corredor mas não páram de falar. Sentar a janela para quê se ficam de costas e olham uma para a outra?

Esta cidade nao faz sentido.


quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Férias - a dor de cabeça

 
Desde as 2 da tarde até agora, 8 da noite, à procura de alojamento na Madeira, Funchal. Planeio uns dias de férias lá, mas como não conduzo e pretendo caminhar, tenho de escolher bem a área onde vou dormitar. Tem de estar perto de transportes e, ao mesmo tempo, ser silenciosa, agradável. Tarefa que, em seis horas, não consegui completar. 

Alguém por aí que seja muito viajado e conheça a Madeira - o Funchal em particular, pode dar umas dicas? Até encontro alojamento a rondar as 300 libras por uma semana. Inclusive pequenos estúdios de 25 m2, que me vão facultar uma outra necessidade: ser a única a usufruir de um espaço. Tudo depende das reviews. E pelo que percebi, todos os locais turísticos na madeira sofrem de um mal comum: humidade, bolor, ausência de ar condicionado, muito mosquito. 

Já sei que vou levar comigo um daqueles "mata-mosquitos" eletrónicos, uma pulseira repele-insectos, talvez até leve uma mosqueteira. Levo também uma bateria portátil para o telemóvel. Quando descobrir como o fazer, pretendo tornar o meu telemóvel rastreável a enviar sinais de PIN - caso desapareça vítima de crime e seja preciso localizar-me entre o mato. Rezo para que escolha um alojamento com boa conecção de WIFI, porque, aparentemente, por toda a ilha esta é muito pobre. 

Pretendo caminhar nas levadas. Quais, não sei. Porque presumo que nenhuma fica no centro do Funchal - ahah, e caminhar até elas é em si uma tarefa de meio-dia. A menos que haja transporte. Mas vi um site que disponibilizava transfers por 145€ e achei um roubo! Além de que, na prática, não disponibilizava nada, não estava funcional. 

Para não mencionar a deslocação do aeroporto para o alojamento e vice-versa. Preço da viagem de avião para finais de setembro está razoável, menos de 100 libras ida e volta, desde que a partida e regresso seja em Lisboa. Não dá para ir nesta aventura de Londres - os valores triplicam. Alojamento entre 300 a 500 libras - tentando diminuir esta valor, ainda assim, já faz uns 600 em gastos. Mais uns 1500 que vou gastar em Lisboa por três semanas. E os 100 que gastarei por ter mudado as datas de vôo, pois as minhas férias eram para ter começado na passada segunda-feira. 

Vontade para fazer isto, tenho. Necessidade e desejo também. Pessoas a dizer-me para não o fazer- sempre. (família). Nem está caro - embora vá regressar das férias com menos uns 2500 euros no saldo. 

Porém para visitar a ilha da Madeira estou limitada à minha incapacidade para conduzir um automóvel. Dizem-me que, para conhecer a Madeira, só mesmo de carro. Não tenho ninguém para me acompanhar, embora o alojamento que estou à procura ofereça o mesmo valor para 1 ou 2 pessoas. Então vou comprar para duas, ahaha. Pode ser que se dê algum milagre e surja uma companhia inesperada. (não). 

Para conhecer a ilha minhas pernas terão de fazer o serviço - com gosto. 

Alguém sugere algo??


Montras

 Já é Natal!

Pois é. O comércio já começa a por ca fora o seu stock natalício.


Já está a mostar as oferendas habituais...


Os cofrets de banho, higiene e afins. 
Prateleiras sem fim!

Embora antes do Natal ainda exista o Halloween
 

Este tinha pouco destaque na loja e nem esperaram a data passar para tirar as de Natal.

Estamos em Agosto.
Halloween: 31 de Outubro (2 meses)
Natsl: 25 de Dezembro (4 meses)

E se querem comprar passagens de avião para este natal, apressem-se!! Os preços também já avançaram 4 meses.
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Quando era criança ofereceram-me uma boneca que eu queria muito: uma do meu tamanho!

Vi estas na loja e logo reparei no mal que se está a fazer às crianças.


Conseguem perceber ao que me refiro? Vejam bem:

No meu tempo, garanto-vos: as pernas das bonecas eram mais cheínhas. Aqui sao dois paus, que nem se tocam. E a cintura? Bonecas magras mas mamalhudas.


Estamos a dizer às meninas que isto é belo. È o mais desejável. Perninhas finas, praticamente só ossos e umas salienças para o peito. 

No meu tempo as bonecas tinham também mais cabelo! Bonito. Estas estão, de facto, mais fiéis a realidade actual: pessoas com pouco cabelo, fios finos e penteados sem graça.




terça-feira, 22 de agosto de 2023

Pessoas com deficiencia

 Em dias de sol subitamente surgem pelas ruas um maior numero de pessoas com deficiencias que os torna dependentes de terceiros. Desde crianças em carrinhos de bebé empurrados por membros da família a adolescentes e adultos acompanhados de cuidadores.

Esses cuidadores, aqui ma zona, quase sempre sao emigrantes vindos de africa. É um traço comum, não sei a razão. 

Vêm-se muitos. Subitamente, com a presença do sol e do bom tempo, vejo-os em maior numero pelas ruas e começo a reflectir sobre como é suas vidas quando nâo está sol. Percebo que o número de pessoas com atraso cognitivo é bem significativo - ao contrário da impressão que o dia-a-dia pode causar.

Como não saem muito de suas casas, não os vemos. E como não os vemos, achamos que não são muitos. Mas são. Inclusive crianças o que significa que ainda continuam a nascer bebés com problemas de formação.

Deve ser uma realidade muito intensa que muda a perspectiva de tudo. Confesso que sempre temi um pouco ao imaginar que podia acontecer a um filho meu. Como ia eu agir? Acho que, se ja tivesse tido um filho saudavel, conseguiria lidar melhor. Mas se nao tivesse, acho que precisaria de passar por essa experiencia, igual a da maioroa dos pais e, tal como muitos que tem filhos com problemas, acabaria por providenciar outro, receando mas esperando que este nascesse totalmente saudavel.

Quando me imaginei mãe, um ser saudável sempre foi o que me surgia no pensamento como desejo. Desde que viesse saudável, o resto se arranjaria. Do resto me encarregava eu.

A pesar de ter crescido com algum contacto com pessoas com deficiencia fisica, e, por consequencia, por vezes avistar e partilhar espaços com pessoas em cadeiras de rodas tetrapelegicas e com deficiencia cognitiva, não sei quem eu seria se essa fosse a minha realidade. Se tivesse de cuidar de alguém nessas condiçôes ou se subitamente algo limitativo acontecesse a mim ou a um dos meus.

Reapeito quem vive esaa realidade.

Não sei como eu lidaria com ela.

Acho que ninguém sabe, até lhe acontecer.



quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Vejam a extenção das consequ^ncias dos jogos online

 

Se conseguirem sintonizem o canal ACM Crime e vejam o quinto episódio de Web of Lies - sobre SWATTING.

Um crime hediondo que, claro, só pode acontecer nos EUA...

Mas não se iludem. O que acontece por lá, depressa surge noutros cantos do mundo. 


SWATTING consiste no crime de realizar um telefonema para a polícia de emergência reportando um crime sério que precisa de intervenção imediata. A polícia especial SWAT aparece em minutos. Uma polícia que foi desenvolvida para lidar com ameaças de terrorismo, perigo imediato. Ou seja: pronta a disparar. 

Em 2019 esta polícia recebeu um telefonema de um homem que afirmou ter acabado de assassinar o pai. E preparava-se para assassinar a restante família, que mantinha refém. Depois de dar o endereço, em minutos a polícia surgiu aos berros e armada, para que o homem surgisse fora de casa. 

Usando uma T-shirt azul e calças brancas, um homem surge no alpendre e, ao baixar um braço, o polícia julga que ele vai apanhar uma arma e dispara um tiro fatal direto no coração. Tratava-se de uma chamada FALSA de sequestro e homicídio. 

Descobriu-se que tudo não passou de uma técnica de vingança usada por adolescente, que ficou chateado quando foi morto num jogo online por fogo amigo. Sempre interagindo no computador, procurou descobrir o verdadeiro endereço do jogador que o "prejudicou". Os dois trocavam mensagens provocatórias, instigando e desafiando. Estavam a medir "pilinhas", a ver quem era o mais inteligente e apto. Tyler Barris chegou mesmo a oferecer os seus serviços como SWATTER para que outros, em troca de dinheiro, pudessem exercer uma espécie de vingança a quem os prejudicou. Ex-namoradas viram suas casas invadidas pela polícia, naquela violência súbita, de algemas nos pulsos e armas apontadas. 


Em 2019, por causa de um estúpido jogo online e uma aposta de menos de 2 euros, Tyler jurou vingança. Descobriu a morada do seu alvo e fez a chamada que resultou na morte de Andrew Finch, pai de família. A pessoa que ele queria prejudicar já tinha mudado e a casa fora ocupada por outras pessoas. Infelizmente, com uma fatalidade. 

Fiquei PASMA com as ramificações de um simples jogo online. De facto as coisas podem tomar proporções gigantescas e devastadoras. Swatting é um crime federal - e deve ser mesmo. É um crime que tem aumentado nos Estados Unidos e que põe muitos adolescentes na cadeia. 


Fico a pensar na criança que tenho na família. Típico miúdo agarrado ao telemóvel a jogar o dia inteiro. Faz-se de tudo para que saia de casa, mas não quer. Fica chateado por largar o vício. Não gosta de ir à escola. Não gosta de acompanhar alguém às compras. Porque implica não ficar a jogar. Ainda é novo - 10 anos. Mas tem sido uma batalha desde muito cedo. Esta sua tendência não parece querer alterar - só faz é crescer. 

Quando lhe perguntei sobre o futuro e o trabalho, respondeu muito rapidamente que nunca ia trabalhar. Que ia ser um desempregado. Ia só viver dos jogos. Desafiei-o. Ele respondeu que tem quem viva de jogos. Eu a dizer para ele ir para o parque brincar com outras crianças, esfolar os joelhos, cair, machucar-se... faz parte. Mas ele nunca foi criança para isso. É a única criança que se destaca entre muitas, por não mostrar o mesmo tipo de energia para a brincadeira. Energia ele tem, e muita! Mas não tem aquele à vontade e desembaraço. Não tem ímpeto. Retem-se. Tem receio. Uma vez naquelas máquinas de exercício físico, ele viu um insecto. Teve uma instantânea reacção de medo e afastou-se. Uma menina com metade do tamanho e idade dele, aproximou-se e começou a usar a máquina, sem receio da presença do insecto. E nisto diz à mãe:
"Mãe, olha está aqui um bicho amarelo. Eu não tenho medo. Não precisamos ter medo dele porque ele não faz mal se eu não lhe fizer mal". - um recado claro à reacção que eu, tal como ela, tinha notado no rapaz. 

Ele até pode escalar uma pequena parede e andar no escorrega e diverte-se. Mas enquanto os outros, mais pequenos que ele inclusive, o fazem num movimento contínuo, destemido, ele é todo cuidadoso, moroso. Tem receio de se magoar. Um simples arranhão pode ser um drama. Então ele é receoso, fica mais afastado, embora se note que gostaria de estar a interagir mais com os outros meninos. Numa ocasião não se agarrou bem ao escorrega e roçou os dedos na beira, aterrando de joelhos e mãos na areia. Quase chorou. Quase desistiu. Mas como não fizemos caso, não o chamámos para "curar o dói-dói", ele ignorou e voltou a brincar. 

Outras crianças nem se importavam. Riam, riam, riam, decidiam descer do escorrega em grupos de quatro e cinco ao mesmo tempo, aterravam na areia de qualquer jeito, e riam. 

Infelizmente esta sua natureza não parece ter muita vontade de brotar. Agora estou longe e, para ser sincera, já me desgastei demais em esforços feitos para lhe despertar este gosto pela brincadeira, pelo ar livre, para a descoberta - para uma vida fora do monitor de um jogo. Acho que os pais aceitam bastante este lado e por isso ele sente que não precisa de mudar, os pais não se importam que ele seja recluso, viciado em jogos, não goste da escola, não tenha amigos fora de um ou outro de turma e que os que os una seja os jogos online. 

Esta geração é diferente. Alguns já nascem sem sentir qualquer atracção pelas "brincadeiras de criança" que fizeram parte da vida de todas as gerações anteriores. Mesmo pobres e miseráveis, a ter de trabalhar na infância, sempre se inventava uma brincadeira. 

Ele não tem interesse por bonecos, carrinhos, colecções, livros, nunca gostou de escrever nem o próprio nome. Tinha que ser convencido através de muita, muita e cansativa persuasão. Nunca gostou de rabiscar e para fazer um desenho de uma bola ou mesmo escrever uma frase para um trabalho de escola, sempre foi uma tarefa demasiado exaustiva, que tinha de ser pedida constantemente, incentivada e levava horas para quem um rabisco ou palavra surgisse dali. 

Acho que não tenho de me preocupar mas... nunca se sabe. 
Esta geração dos jogos só vive em torno daquela fantasia. Num outro caso que já mencionei aqui, uns adolescentes deram um tiro na cabeça de uma menina de 14 anos porque era só isso que faziam nos tempos livres: jogar jogos de tiros. E queriam fazer aquilo numa pessoa de verdade. Agora este Tyler, cometeu homicídio por Swatt - tudo adolescentes que vibram com os jogos. 

Cada vez que escuto o miúdo a gritar ou a dar murros no sofá porque o jogo não correu como queria, digo-lhe para se acalmar, que não é preciso exaltar-se tanto. Mas vê-se que ele vive aquilo. 

Porém, acredito que não vai sair dali nenhum criminoso. Não tem tendências para isso. Contudo, pode sair uma pessoa meio reclusa. O que para mim, que fui criada em reclusão involuntária, consigo ver a desgraça a longo prazo. Mas se for escolha dele - então a experiência será diferente da minha, que não tive escolha, foi-me imposto. 

Mas se calhar, vai ser apenas um período da sua vida e outras coisas no futuro também vão chamar o seu interesse. A ver vamos. Uma coisa, contudo, todos nós na família - aqueles que sabem do "segredo", gostaria que terminasse. O miúdo não tem problemas alguns. Os pais também não! Mas nós... avós e tios, não vemos com bons olhos que o miúdo se recuse a dormir na casa de um amigo, ou na casa dos avós, com os primos, ou que vá uns dias de férias com os meninos de escola, ou seja o que for - ele RECUSA dormir fora de casa. Diz logo que não! Recusa aqueles passeio que em criança todos gostavam de fazer - com outros meninos, dormir em camas boliche, brincar, ir para a praia. Não tem interesse. Ele recusa dormir fora de casa porque ele só dorme com o pai e a mãe.  


Uma história bonita e inspiradora - que existe mas é rara

 Leia aqui: 

Feitos um para o outro


Ah, é tão melhor quando se é jovem!
Tudo acontece. Até mesmo uma longa separação. Quando se dá o re-encontro a boa notícia é que... ainda são jovens! A vida inteira pela frente, tempo. Tempo para esperar, decidir, planear, adiar. TEMPO. 

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Uma história INCRÍVEL de sobrevivência

 O canal AMC Crime está a passar alguns documentários de histórias de crimes e homicídios que ainda não conhecia. (O que é um feito). Fiquei maravilhada com o último a que assisti. Se puderem, vejam. É o episódio nº5 da série "Text me when you get home" - Avisa Quando Chegares - tradução para português.

Estive em lágrimas grande parte do tempo. A torcer para que o desfecho de uma adolescente de 14 anos que não regressou a casa após a escola fosse diferente do habitual. E foi. Fiquei feliz, em lágrimas mas contente. Aquela menina, agora mulher, é um espanto. Fantástica! Uma pessoa maravilhosa, linda por dentro e deslumbrante por fora. 

Vão ver e vão entender. 



A HISTÓRIA:
A adolescente não regressou a casa após a escola. A mãe ficou preocupada pois a filha era muito responsável. Em cerca de duas horas, colocou no facebook um apelo: para lhe avisarem se vissem a filha, que não tinha regressado a casa e não respondia a mensagens. 

A comunidade viu o post e começou a interessar-se. Chegando a noite, ela foi ter com a polícia. Que não respondeu "ainda é cedo, tem de esperar 48h". Como entendeu que aquele comportamento era atípico da adolescente, decidiu ir investigar. Falaram  com quase 50 amigos dela. Conseguiram um nome de um rapaz, por quem a adolescente tinha um fraquinho. Falaram com ele que respondeu que não se comunicavam há meses. 

A pista não deu em nada. Aí a mãe, ainda no facebook, leu um comentário que lhe deu esperança: "Vi a Desiré a caminhar na estrada da vala". A polícia foi ao local investigar, mas não encontrou nenhuma pista. 

Umas mulheres que acompanhavam o caso no facebook, moravam perto do local. Era de noite e as temperaturas geladas. Mas juntaram-se e ofereceram-se para ir ver o local. Estava totalmente escuro. Negro, preto. Levaram uma lanterna e, por precaução, um canivete, água, snacks. Afinal, eram mulheres sozinhas de noite num local ermo. Quando subitamente, a luz de uma das laternas apanha um movimento que lhes chama a atenção. É uma mão, vinda do chão, e se mexe. 

É Désiré!!

As duas aproximam-se da criança, verificam que está gelada, sofre de hipotermia - cobram-lhe o corpo com os seus casacos. Uma telefona para a ambulância, pois desiré está viva mas está mal. Tem o rosto inchado, está a falar mas é um sussurro e incoerente. Queixa-se de dor de cabeça. 

A polícia, médicos chegam e no hospital, começam a tratar da sua hipotermia. Uma enfermeira apercebe-se que existe sangramento craneano. Fazem uma tac e... descobrem que ela tem uma bala alojada no cérebro! A adolescente levou um tiro com entrada na nuca. 

Claramente, não o fez a si própria. 

A investigação continua, com a polícia a tentar descobrir, através dos telemóveis, o que poderá ter acontecido. Foi o rapaz que ela gostava mais o amigo deste. Levaram-na para aquele local, enganaram-na dizendo que tinham perdido um anel e enquanto ela estava a olhar para o chão, de cabeça baixa, tentando achar algo que não existe, deram-lhe um tiro na nuca. 

Depois tiraram-lhe o telemóvel e a mochila. Deitaram o telemóvel num rio e ficaram com a mochila e com o dinheiro. Foram comprar álcool e outras coisas mais. 


MIRACULOSAMENTE a menina sobreviveu. A probabilidade é de 3%! E não só sobreviveu como conseguiu sobreviver com sequelas reduzidas para quem levou com uma bala no cérebro! Teve de re-aprender tudo: falar, andar, mexer o braço, a perna, tudo. Não é fácil e nunca será. Para sempre, mesmo que queira esquecer, a bala está no seu cérebro, a lembrá-la do sucedido e a fazê-la temer que lhe cause uma morte súbita.

O documentário conta com o depoimento da jovem e surge uma mulher linda, deslumbrante, com um discurso coerente, preciso, adulto. Fiquei apenas triste por ela ainda sentir-se magoada com a "justificação" apontada para levar com uma bala: o rapaz de quem ela gostava e a quem enviava mensagens disse que ela era "irritante". Então o amigo disse para acabarem com ela. Os dois passavam as suas vidas a jogar jogos na playstation, não faziam outra coisa. Os seus cérebros consumiam aquilo e mais nada. Jogos esses, de extrema violência, onde disparar contra pessoas é o habitual. 

Eles decidiram não separar a ficção da realidade. Sem emoção, sem motivo. 

Sim, porque dizer que ela é "irritante" não é motivo. Espero que Desiré tenha percebido isso desde a altura deste documentário. Tratavam-se de dois jovens sem apatia ao próximo. Infelizmente ela, imatura como todos nós somos aos 14 anos, sentiu atracção pelo "tipo calado e sossegado", sendo que ela era mais ativa. Até mesmos em adultos, muitas vezes, esquecemos esta lição: só muito poucos jovens "calados e quietos" o são mantendo uma natureza pacífica. Muitas vezes, os que têm uma raiva oculta, os que vivem em total escuridão interior, também agem assim. O sol quer sempre incidir sobre a sombra. Achando que deixa todos felizes. Mas alguns vieram das trevas e tudo o que for luz os incomoda. 


Desiré é luz. Não foi apagada. Brilha ainda mais agora, que provou a garra que tem em viver, em sobreviver, em ultrapassar as estatísticas e prosperar. 
Fiquei a admirar muito esta pessoa. Desejo-lhe tudo de bom. Uma vida longa e próspera, com muitos amigos que decerto tem e um amor digno da pessoa que ela é.  

Mas tem sequelas para a vida, está semi-cega e semiparalisada, assim como a vida na corda-bamba, uma vez que a bala permanece no cérebro.


LIÇÕES A TOMAR:
 A importância de agir em comunidade. Penso que é isso. Acredito também no poder da reza colectiva. Subitamente a energia de tantas pessoas focou-se nela. A mãe pedia que rezassem muito. Já vi documentários incríveis em que o resultado sempre foi milagroso e sempre envolveu este mesmo ambiente: pessoas com fé, a rezar com fé e a inter ajudarem-se. Uma rapariga com uma doença terminal de pura agonia e paralisante, subitamente "viu um anjo" e curou-se. Noutro caso, uma mãe teve uma premonição agarrou-se à bíblia e pôs-se a rezar pela filha. Esta tinha caído numa ravina e não tinha como se salvar. Diz que sentiu um anjo levantá-la e colocá-la na topo da ravina. Que foi onde subitamente apareceu.  

Como não acreditar em milagres quando se a fé for forte e as pessoas estiverem conectadas com esta energia especial, coisas fantásticas realmente acontecem?

Não foi por acaso que as duas mulheres sentiram um impulso de ir procurar pela adolescente. Algo as empurrou para isso. Era de noite e estava frio e a nevar! Mas elas sentiram que TINHAM de ir... 

Se tivessem refreado seus ímpetos, hoje estariam a lamentar-se e a imaginar se teria feito a diferença entre a vida e a morte de Desiré. 


Teria. 


segunda-feira, 14 de agosto de 2023

 

"Aquele que dá mas não existe nem a pó chega". 

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Nagasaki e Hiroshima: O aniversário a que poucos dão destaque

 Hoje é dia 9 de agosto. Tal como a 6 de Agosto, no ano de 1945 não uma mas DUAS BOMBAS ATÓMICAS foram lançadas pelos americanos sobre o Japão. O povo sofreu. O povo foi vítima de uma atroz arma de destruição em massa. 140.000 pessoas morreram de imediato no local do primeiro impacto:  Hiroshima. Milhares faleceram em sequência dos graves e dolorosos ferimentos. Mas os números iam aumentar: três dias depois os americanos voltaram a usar a A-Bomb na localidade de Nagasaki. Mais milhares de inocentes civis foram massacrados. 

Os Americanos sempre se "desculparam" do uso da arma nuclear, pintando o Japão como uma ameaça séria, um inimigo feroz e que foi "absolutamente necessário". Porém o Japão estava a ser fortemente atacado com armamento incendiário nas semanas anteriores e não existe indicações de que não estaria à beira da ruptura.

Faz-me lembrar o bombardeamento a Pearl Harbor - tantos filmes feitos sobre os "pobres" americanos desprevenidos. Serviu, tal como as Torres Gémeas, para desculpar aos olhos do público todos os actos mais agressivos que os americanos tiveram à posteriori. Como se a retaliação desproporcional fosse justificada. 

Quando estudarem HISTÓRIA, procurem muitas fontes de informação e façam um trabalho de investigação exaustivo porque a história é contada pela versão dos não derrotados. Esses pintam o inimigo como um monstro e justifica todas as suas acções como absolutamente necessárias. Procure todas as versões.   


O Japão, infelizmente, encarou os sobreviventes como "radioativos" e as pessoas tornaram-se párias. Afastavam-se para cantos como leprosos e muitas perderam as suas vidas com o passar dos anos. Outras sobreviveram longo tempo e muitos que eram vivos na altura, tiveram complicações de saúde derivadas da radioatividade. 

Que simpáticos foram os Americanos! Tanto medo tiveram que os russos lhes metessem uma bomba Atómica durante a guerra-Fria, que incutiram medo na população, mandaram construir abrigos anti-bomba e faziam treinos nas escolhas primárias para ensinar as crianças. A MAIOR preocupação daquela geração era serem atacados por uma Bomba Atómica vinda dos Russos. Hoje octagenários, muitos se espantam com essa realidade que, se provou, infundada. 


Os filmes americanos mostram bem como foi, na América, o MEDO  que os Russos lançassem a A-Bomb mas não existe quase nada na ficção que aborde a sua contribuição para o PRIMEIRO e até agora único (conhecido) bombardeamento de bomba atómica em civis. Parecem interessados em recordar os seus medos como potenciais vítimas, mas nada interessados em expressar vergonha, horror, pesar pelos actos que cometeram contra a humanidade no contexto de guerra. 

 Já os Alemães, que na 2ª GG criaram os campos de concentração e o extermínio em massa, sentem vergonha e, como nação, fazem de tudo para se redimirem. Não há ano que passe que não seja uma data recordada. Sentem pesar dessa parte de sua história e, ao mundo, pedem perdão. 

Os americanos... não os percebo humildes. 

Fique a saber muito mais sobre os efeitos da Bomba Atómica em Hiroshima (6 de agosto 1945) e Nagasaki (9 de Agosto 1945) nestes muitos interessantes links:


Sobreviventes do primeiro teste da Bomba Atómica - 16 Julho 1945

Justificativas e críticas, efeitos da bomba atómica, radiação, rendição, guerra-fria

O homem que sobreviveu às duas bombas Atómicas

Explosões nucleares pós-guerra, animais em Bikini, navios afundados em 1946

Filmes mantidos em secretismo, censura e recusa à entrada de jornalistas

Porquê a explosão de uma central Nuclear mata e contamina tudo ao redor por centenas de anos e espalha-se pelos continentes em nuvens radioativas mas não a Bomba Atómica usada em 1945.









terça-feira, 8 de agosto de 2023

Qual o seu programa de TV Favorito?

 

Ainda a respeito do post anterior  - "não viaje para a Tailândia" - no dia seguinte surgiu uma notícia de outro homicídio cruel. Um homem foi morto, teve o corpo esquartejado e metido em sacos plásticos. Mais uma vez, tanto vítima como criminoso são estrangeiros. A realidade é que o país é o mesmo: a criminalidade violenta parece ter ali chão fértil. Se calhar é esse o maior problema! A Tailândia - conhecido paraíso para pedófilos, deve ter também muito outros tipos de paraísos para a corrupção e a violência. 

Agora ao tópico: 
QUAL O SEU PROGRAMA DE TV FAVORITO?


Actual ou do passado. Pense e escreva. Quero conhecer! 

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Tailândia: terra sem-lei, perigosa onde turistas são assassinados

 

Ele disse-me que queria conhecer Portugal, o Algarve. Mas mudou de ideias depois do sucedido com Maddie MacKain, ficou com medo. 

Foi um colega inglês que mo disse e não mais esqueci. Pondero sobre isto: as impressões que as pessoas têm de lugares, sua segurança e beleza

A TAILÂNDIA é, para mim, um país que não é seguro. Porém escuto bastante pessoas a dizerem-me que é maravilhoso e que querem ir morar para lá. Principalmente britânicos.  Mas pondero se sabem para onde realmente estão a ir. Faz décadas - mesmo DÉ-CA-DAS que vejo documentários sobre o quanto aquilo é um estado de sítio, onde não existe lei e onde o povo é explorado, principalmente para a prostituição. 

É como desejar ir à ìndia... pelo misticismo e pela beleza dos lugares, que sem dúvida têm essa magia - porém à que fechar os olhos ao resto. Ignorar os problemas sociais, a extrema pobreza, a exploração praticamente esclavagista e os muitos perigos de segurança, principalmente para as mulheres, muitas vezes vítimas de violação e assassinato. 

"Nick" foi encontrado morto na Tailândia. A polícia disse tratar-se de um acidente. Como tinha episódios de sonambulismo, a polícia afirmou que ele se afogara no mar. Um feito e tanto, que o jovem rapaz teve de conseguir fazer no seu suposto estado de sonambulismo, já que teria de ter muita sorte para não cair dos muitos rochedos que obstruiam o percurso do hotel no cimo de uma colina até à praia. Sobre esta morte, OFICIALMENTE, a "polícia" tailandesa diz: "Acidente".

"Luke" estava a andar na sua bicicleta, parou para urinar e ups: caiu dentro de um poço e morreu. Oficialmente, a "polícia" tailandesa diz: "Acidente". Acontece que o corpo foi encontrado em posição fetal e o "poço" não era um poço nem tão pouco tinha água. 

"Ben" deu um pulo para uma piscina cheia de gente, bateu com a cabeça e morreu. OFICIALMENTE, a "polícia" tailandesa diz: "Acidente". O médico que o assistiu na altura disse: "só se ele tiver batido com a cabeça várias vezes na piscina". 

Em 2015 "Christina" mencionou querer conversar sobre os assassinatos que ocorreram no ano anterior no local. Encontraram-na sem vida, a sangrar da boca e do nariz, alegadamente deitada na cama no seu quarto de hotel. A "polícia" concluiu que a causa de morte foi acidental, uma overdose de comprimidos com álcool.  

Na passagem de ano de 2015 Dimitri Povse foi encontrado enforcado. A "polícia" disse que foi suicídio. Mas não apresentou nenhuma explicação para o facto das suas mão estarem atadas atrás das costas. Já imaginaram o quão difícil deve ser cometer suicídio por enforcamento, numa festa de passagem de ano no "paraíso na terra", com as mãos atadas atrás das costas??? 

Elise Dallemange foi encontrada sem vida, com o corpo semi-comido por lagartos. A "polícia" disse que ela se suicidou, enforcando-se com uma corda no meio da selva. O seu corpo foi encontrado entre rochas, graças ao lagarto, que era monitorizado e foi seguido para se descobrir o motivo das suas "viagens". Elise tinha comprado uma passagem para outro local. As suas malas chegaram, mas ela não. Além disso, a cabana onde morou "misteriosamente" pegou fogo. Ela recusou dar o seu nº de passaporte ao se registar, como se temesse algo, dizendo que ia dar depois e também mudou de ideias e riscou o último nome, colocando um outro no lugar. Depois mostrou ter pressa em deixar o local. Oficialmente, acreditava-se que tinha conseguido. Mas o cadáver encontrado foi identificado como seu, através de análise dentária. Ora, uma pessoa que viaja pelo mundo inteiro há dois anos, está agora no "paraíso" que é a Tailândia, compra passagem para outro local e... suicida-se atrás de umas rochas?

Mencionei apenas alguns exemplos de uma lista que creio chegar às CENTENAS de nomes de "turistas" que viajam à tailândia para se divertirem e regressam às suas famílias num caixão

Histórias destas se repetem vezes sem conta, principalmente numa certa ilha da Tailândia. Não tenho dúvidas que estas pessoas, e muitas outras, foram assassinadas e o facto foi encoberto com "acidente", para que não entrassem nas estatísticas que prejudicam o país aos olhos dos estrangeiros. 


ASSASSINATOS COMPROVADOS:

Em 2014, Hannah Witheridge e David Miller foram encontrados brutalmente assassinados numa praia tailandesa. Ele foi espancado e o corpo AINDA COM VIDA lançado à agua, ela foi brutalmente assassinada, estava totalmente nua, foi VIOLENTAMENTE violentada. O caso tomou proporções internacionais. Subitamente a Tailândia estava a ser retratada como um destino perigoso, pouco recomendável.  

Eis um caso que a "polícia" não podia afirmar tratar-se de um "acidente" por overdose, enforcamento, afogamento nem nada parecido. Quando não pode rotular um óbvio assassinato de ACIDENTE, acaba a "investigar" um outro turista, de preferência um amigo próximo ou alguém VINDO DE FORA visto a interagir com a vítima, fabricando que existiu uma discussão e uma agressão PASSIONAL. Trata-se de uma técnica bem conhecida para suportar a ideia de que nenhum local faria um crime hediondo e manter o seu país com a reputação intacta. 


A "polícia" não existe na Tailândia. O que existe é um bando de fardados pau-mandados às ordens dos poderosos. Plantam evidências que não existem, mentem, incompetentes nem é palavra que se possa aplicar porque para isso é preciso ter vontade de fazer o trabalho e a "polícia" trabalha para outro patrão, que não é a LEI. Lança falsas imagens de péssima visibilidade afirmando se tratar da vítima momentos antes, só para tentar fundamentar uma narrativa inventada. Como a sua autenticidade é contestada - principalmente pelos familiares, logo a seguir encontra um ou mais bodes expiatórios não-nativos de preferência migrantes ilegais para arcar com as culpas e silenciar a curiosidade internacional. E
stes jovens assustados, torturados e ameaçados são USADOS e SACRIFICADOS à morte, que era a pena aplicada.

A "PAZ" volta e o TURISMO continua... 


O que o "governo" local quer é que a massa de turismo continue a chegar, cegos com a beleza natural e crentes nos sorrisos dos locais. 

Notícias de que ali é um local perigoso onde pessoas são assassinadas em troco de NADA,  incomoda os políticos e poderosos da Tailândia. A imagem da Tailândia fica manchada. Pode TERMINAR com os seus lucros. Os tailandeses sabem que as suas receitas provém TODAS do turismo. Se as pessoas descobrirem que aquilo é terra sem ordem, desgovernada, corrupta, onde não estão seguras e onde podem ser assassinadas POR DESPORTO das famílias locais privilegiadas - deixariam de visitar as ilhas!! Lá se ia o dinheiro... 

A Tailândia soa a uma terra perigosa, regida por uma máfia invisível, onde podes vir a ser assassinado e o facto encoberto, onde não há lei, és ameaçado, vives com medo de abrir a boca e dizer algo que pode te sentenciar à morte e ninguém te vai ajudar. E nós, outsiders, caímos que nem patinhos!!

Na Tailândia não se usam armas de fogo mas, conforme se pode ver, para matar e encobrir assassinatos, os métodos selvagens são bastante eficientes. Ninguém precisa de recorrer ao método rápido e indolor da bala do faroeste Americano. 

Não viaje para a TAILANDIA. 

Nâo suporte um governo corrupto, indiferente às mortes de outsiders, que tortura e ameaça de morte e oculta CRIMES HEDIONDOS. São CRIMINOSOS. 

sábado, 5 de agosto de 2023

Oh! Outra morte!


 Queria dar destaque também a esta morte... que passa despercebida entre tanta notícia. Apenas 22 anos e morreu num acto de altruísmo. Não pensou em si, só pensou em salvar uma amiga que se estava a afogar. 


Não tem nome, não tem rosto, não é portuguesa... 
Mas algures neste mundo uma mãe e um pai, irmãos, avós, amigos, estão em choque, a sentir uma profunda tristeza e perda... sem querer acreditar e a questionarem-se "Como? Porquê?".




sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Quem morreu??

 

O Feed de notícias avança um nome e diz que a pessoa de 28 anos morreu. 

E fica nisto. Não explica sequer quem é esta "celebridade" - pois está classificado como tal. Só mostra slides fotográficos de um homem que, presumo, ser a vítima.


Estranhamente a melhor notícia vem na revista maria. Deve ter sido cópia-cola da press release. Algumas classificam o rapaz como "influencer". Ou seja: alguém que divulga o que faz nas redes sociais. 

Não sei porquê os meios sociais tanto usam a palavra como se de uma profissão se tratasse. Parece redutor. Tudo na notícia parece redutor. Faleceu um jovem e, é celebridade, porque faleceu. Os tais 20 minutos de fama que tantos almejam, por vezes, chegam assim: na partida definitiva. 

Mas quem era o rapaz? Não se sabe. Só a família e amigos, a quem envio meus pêsames, devem saber a vida que se foi. Para a imprensa, era um influencer a dar a volta ao mundo em mota. E isto nos basta - a nós, "público". É triste que tenha tido uma vida tão curta. Mais triste ainda que tenha terminado na mota - numa colisão não explicada, sem detalhes. De quem terá sido a culpa? Terá sido frontal? Terá sido... horrível?

Motas são viaturas maravilhosas mas, sem dúvida, extremamente perigosas. Quando algo corre mal as probabilidades da vida de alguém se ficar por ali são altas. 

Foi o caso deste Nuno Castanheira - que, como disse, tudo o que se sabe é que tinha o sonho de dar a volta ao mundo de mota. E estava nesse instante a tentar realizá-lo. No primeiro dia no Paquistão, colidiu com outra viatura e, pelos vistos, foi a única fatalidade. Seria muito mau não mencionarem que outras pessoas também faleceram em resultado deste acidente! Afinal, vidas são vidas. Mas não me espantaria se se focassem apenas numa. 

Prefiro pensar que ele não ficou com um sonho por realizar. Mas que agora é que está a realizar o seu sonho. Porque nunca se viaja por todo o lado, em toda a parte, a todo o tempo, a não ser quando se transita para o mundo espiritual. Aí tudo está acessível, tudo se visita, tudo maravilha e tudo se absorve como nunca se pode conseguir neste plano terrestre. 

Então Nuno - que não conheci nem tenho pretensões de achar que sei alguma coisa de alguém de quem nunca ouvi falar - espero que estejas a fazer uma viagem que vai muito além do que podias sequer desejar!

Felicidades. 

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Souvenir ou nao souvenir? Heis a questão.

 O que eu gosto destes Papas!

Mas o preço...

Não é, de certo, um artigo essencial para se ter em casa. Apenas mais um acumulador. Porém, se forem a reflectir nisso, nao é 99% das nossas posses coisas não essenciais das quais seria bom priscindir?

Ai que isto parece conversa de Papa!

😁😆😆

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Fui visitar o Oceanário!

 

Tenho de agradecer à Fatyly (Uma nova cubata) porque foi quem comentou que o Oceanário estava a fazer um preço especial para entradas durante a Jornada da Juventude. 

Não podia desperdiçar tal oportunidade. Eram 4 da manhã quando li o comentário e pouco depois comprei o bilhete. De tarde, lá fui ao Oceanário. Fazia muitos anos que não lá ia. 

Até dia 11 de Agosto, quem comprar o bilhete online com o codigo JMJ23OCEAN, em vez de €25 PAGA 10 euros. Ah, mas eu sou senior.... 10 euros. E eu tenho uma criança.... 10 euros. Tudo fica por 10 euros. 

Depois de o ter visitado, infelizmente, não posso dizer que o valor habitual é justo. Por 10 euros não se perde muito, mas mais do que isso julgo mesmo que não satisfaz. Quem conhece sabe que o aquário tem um tanque central, visto em todas as salas dos dois pisos, e depois quatro pequenos habitats: O Ártico, o Pacífico, o Tropical e o Atlântico.   


Queria muito ver os pinguins, mas quando lá cheguei não me pareceram muitos e quase que fiquei decepcionada com a única espécie presente no primeiro piso. Confudem-se por patos. Levei tempo até lhes detectar movimentos de pinguim. Grande parte do tempo estavam a tratar da higiene, tal como patos. Foi preciso aguardar e avistar que saltitam e nadam como... pinguins. 


Encontrei mais pinguins no piso superior mas quem chamou mais a minha atenção, tal como recordava, foram as aves que com os pinguins coabitam nesse espaço. Fantásticas criaturas, cheias de energia e de uma aparência invulgar, que vale a pena observar.

Porém achei curioso que, a determinada altura, os pinguins ficaram muito tempo de pé, imóveis, todos a olhar na mesma direcção. Como se a obedecer a um chamada só conhecido para eles. Fiquei a pensar qual o significado daquilo. Será que alguém notou?


Senti bastante a falta de aves no habitat do Pacífico. Assim como as Lontras! O tanque estava vazio. Simplesmente vazio. Este ecossistema estava bastante pobre, representado apenas por uma estrela do mar. Contudo, a estrela foi "a" estrela daquele espaço e não existiu uma pessoa a passar por ali que não tivesse tirado uma fotografia à estrela do mar agarrada ao vidro.

Olhando de perto, diria que as ventosas da estrela-do-mar são semelhantes à aparência de uma carpete. Ou melhor; uma toalha de banho, cheia de filamentos. 


Os ecossistemas mais pobres, foram, sem dúvida, o Pacífico, sem Lontras ou aves e a a Floresta Tropical. Apenas com alguns peixinhos coloridos e vegetação vazia da algazarra de qualquer ave ou insecto. A pesar de passar pelo caminho das cordas, um espaço para se caminhar entre diferentes espécies verdes, não consegui distinguir nada de muito diferente do que avisto no dia-a-dia. É um ecossistema que não me agrada pela sua humidade e calor. Respirar fica penoso e prefiro muito mais o ar fresco do Ártico, ao qual decidi regressar. 

Mas antes... não é que se via perfeitamente, no habitat dos pinguins, também peixes no fundo do aquário? Passei que tempos a observar as raias que mal se distinguiam do fundo. Com as suas pintinhas e cor idêntica à superfície na qual repousavam, eram quase invisíveis. 


Sucesso tão grande quanto a estrela do mar só mesmo a deste "amiguinho": uma espécie de tubarão. Qual não sei, porque onde o pobre decidiu repousar não existia o seu retrato e nome. 

Ficou quase imóvel, diante de centenas de pessoas que lhe esticavam o dedo em direcção à boca. De ar dócil, com olho redondo, ponderei no que pensava. Se era manso ou se a quietude disfarçava a necessidade de caçar com agressividade. Fiquei curiosa sobre a sensação de toque na sua pele. Através do vidro pareceu ser feito de... pelúcia. Deduzi que era macio como algodão.


O meu lugar favorito contudo, não foi no Aquário central, mas num aquário à parte: o japonês, que fica no segundo piso, antes de se entrar no edifício-mãe - o ventre do aquário em si. Tem uma atmosfera que me apraz. Aparentemente é o maior do género, embora eu o considere pequeno. São três paredes todas em vidro, todas um único aquário, com fauna e flora marítima. Sereno, pacífico e belo. 


Com música ambiente, uma melodia serena, que acho que combina com o que os olhos vêm e a alma sente. A exposição também conta com vídeos a demonstrar como este aquário foi construído, os materiais usados, por exemplo, 80 toneladas de areia... Se é que foi mesmo tanto. Tem também uma entrevista com o criador, que faleceu em 2015. 

Gostei de voltar ao Oceanário. Mas se considero que vale €25? Não. De todo. É um valor melhor gasto no Zoo de Lisboa, por exemplo, onde a diversidade é maior e a maioria dos animais encontra-se ao ar livre - o seu habitat natural. Tem crocodilos, girafas, macacos, ursos, aves, pinguins, leões, leões marinhos, golfinhos e muito espaço para se caminhar.   



Pessoas invejosas que deturpem e usurpam o carácter e feitos dos outros

 O nome do programa que passa no canal Discovery é "Aventura à Flor da Pele". Uma tradução muito soft e politicamente correta para "Naked and Afraid XL" - um show sobre sobrevivência de pessoas na selva havendo muitos poucos recursos.

A tradução á letra do título americano seria "Nus e amedrontados" mas, ao contrário do que costuma ser a tendência portuguesa, o título foi alterado para algo "politicamente correcto", que não vá chocar o espectador, já que podia chocar a inclusão da palavra "nu". (Ah, que retrocesso!).

Adiante: presentemente em exibição está a série 7. Nesta série, vários grupos de sobrevivencialistas são espalhados por selvas pelo mundo para ver como se conseguem safar. Não têm roupas, andam nus e descalços. Têm de viver, dia e noite, por 30 ou 60 dias naquele ambiente inóspito, mortal, perigoso. Têm de caçar o próprio alimento, encontrar ou fazer abrigos e aquecerem-se de noite com fogueira. É-lhes permitido uma ferramenta e, julgo que, uma panela. De resto, virem-se! São seguidos por cameras e tem um walkman para chamar um médico caso exista necessidade.

Formigas e insectos costumam ser o suficiente para eliminar logo uns tantos. Mas existem outras ameaças bem reais, principalmente de noite: leopardos, leões, elefantes, crocodilos, onças... A série 7 passa-se na Amazónia. Um dos grupos é constituido por três mulheres: Amber, Trish e Jen

Jen e Trish

Amber


Depressa se cria um clima de hostilidade forte contra Amber. Que é a que pesca, a que constrói, a que pensa mais à frente. A principal difamadora é Trish, uma mulher que quem olhasse cá fora, toda maquilhada e sorridente, poderia cair no erro de achar que era muito simpática. Mas ali na selva, mostrou cores que ninguém gostou de ver. Começou por se posicionar como uma adversária de Amber, criticando esta por tudo e por nada. Recusando-se a trabalhar, dizendo que Amber era "mandona". Que sabia fazer tudo melhor que ela mas não fazia porque não queria. Amber ia pescar e quando chegava pedia a uma das duas para arranjar o peixe, e elas ficavam a escrever o nome do abrigo numa placa, mostrando-se ingratas diante de quem lhes estava a providenciar alimento essencial para a sobrevivência do grupo. Depois Jeff, um homem juntou-se ao grupo e, percebendo o clima de hostilidade das duas contra uma, juntou-se aos números, adicionando mais asco a uma situação injusta. Isto durou 30 dias e foi penoso de ver como o Ser Humano é capaz de se virar contra o único elemento do grupo que tem bom senso, é correcto e está genuinamente a trabalhar para o bem de todos. 

Isto fez-me lembrar uma situação pessoal.  

Antes do Confinamento por causa do Covid, estava a semanas de completar 3 meses de trabalho numa empresa onde o chefe dizia-me que me queria lá a contrato com a companhia, porque eu era boa trabalhadora. Porém, quando surgiu o confinamento, perguntei se podia ir em frente com umas férias que tinha marcadas devido a uma consulta médica em Portugal. Mas decidi encurtá-las para apenas dois dias úteis, ao invés de duas semanas. Tudo para não faltar ao emprego. Comprei uma nova passagem de regresso e perdi a data anteriormente marcada. O gerente falou com o o seu superior e disse: "Tudo bem, não tem problema", acho que te queremos manter aqui depois dos três meses passarem. Quero treinar-te para fazer (uma função) mas não é garantido, agora que há menos trabalho devido ao Covid. Mas pelo menos até para a semana queremos-te cá de certeza. Trabalhei numa quarta-feira de manhã e saí a meio da tarde para o aeroporto. Regressei numa segunda de manhã. Naquele emprego, não se trabalhava às sextas-feiras a tempo inteiro. Só até ao meio-dia. Portanto, na realidade, só estava a perder a quinta-feira. Assegurada que o meu emprego estava salvaguardado fui e voltei com um sorriso no rosto. Quando chego à porta, a pessoa fica muito surpreendida por me ver e diz:
-"Não devias estar aqui. Nós dissemos à agência que não precisávamos mais de ajuda". 

Aquilo foi um choque. E o homem estava embaraçado diante da minha presença. Talvez até receasse que eu produzisse uma cena e fosse evidenciar o óbvio: Como é que mudaram de ideias tão rapidamente quando eu tive garantias diretas da boca do gerente? Não sabiam disso antes de eu partir, em apenas 24h mudaram de opinião? 

Claro que a agência não me disse nada. Não me ligou, não enviou um SMS nem um email. Fui eu que tive de lhes ligar a pedir uma justificação. A tipa da agência era fria, agressiva, arrogante, não admitia um erro e relutantemente pronunciava palavras como "peço desculpa" de forma obviamente vazia de sinceridade. Se uma pessoa insistisse ainda te culpava a ti da sua omissão. 

Nessa manhã já não pisei mais no interior do emprego e fui para casa. Subitamente desempregada. Tirando o meu segundo emprego - é claro. Que sempre estava ali, a cair às pinguinhas, por vezes nenhumas por uma semana inteira, mas que eu sabia que não iam cessar. Por isso nunca o larguei, por mais frustrante que fossem alguns momentos.

Adiante... Os meses passam. Chegou a época do Natal. Eu sou novamente "convocada" pela mesma tipa da agência para trabalhar na mesma empresa. Digo logo que sim. Mesmo sabendo que não fui bem tratada, não quis focar-me nisso mas na minha vontade de trabalhar e voltar a fazê-lo num lugar do qual gostei e, pelo que senti, também gostaram de mim. 

Comigo surgiram mais três mulheres. Nós íamos ser a equipa. Só eu tinha trabalhado ali previamente. Factor ao qual não quis dar qualquer importância mas que, quando as outras perceberam, pareceu ser um grande foco para as outras, principalmente a mais velha. Uma mulher Romena (julgo) nos seus fins de 40 anos ou mesmo 50 e tal que, até então, trabalhava a "cuidar de idosos" mas que desistiu porque já não lhe apetecia. Achava que merecia fazer melhor e encontrou ali uma hipótese que ambicionava. Julgando logo que poderia existir a possibilidade de um contrato, ainda que não tivesse qualquer experiência. 

Percebi quase de imediato que ela procurou ficar "amiga" de pessoas ali dentro, apelando à nacionalidade em comum e ao fato de se conhecerem de vista. Existia uma gerente romena e sempre que ela aparecia na área, a mais velha, juntamente com a mais nova, também romena, focavam a sua atenção na sua presença e iniciavam sempre uma conversa, convidando-a a "praticar uma modalidade desportiva" da qual ambas eram adeptas. Percebi que o facto de outras pessoas que ali trabalham virem me cumprimentar ou falar deixava a mais velha incomodada. Então ela procurou rapidamente encontrar uma ligação semelhante, recorrendo à ligação nacionalista com a gerente. Achando que tinha mais vantagem sobre mim, porque ela era gerente e as pessoas com quem eu conversava não eram. 

Notei muita coisa nesta mulher. Por exemplo: uma personalidade controladora de Alfa-Macho. Ela dizia à mais nova o que devia fazer, quando, como. A mais nova era uma seguidora. Pensava, dizia e se comportava de acordo com as instruções da mais velha. Mas nós eramos quatro - perguntam. O terceiro elemento da "equipa" era uma mulher de origem.... portuguesa!

Imaginem. A minha nacionalidade. Mas digo-vos: nós, portugueses, somos o povo menos unido que já encontrei lá fora. Também somos traiçoeiros. Pelo menos é o que acabei por concluir pelo que observo. Vejo as outras culturas a unirem-se de forma serrada mas nós, somos muito cautelosos com os nossos e traiçoeiros. Mordemos a mão que nos deu alimento - entendem?

A Portuguesa era uma mulher insegura e receosa. Percebendo isso o que fez a vossa Portuguesinha? Encheu-a com palavras de motivação e crença nas suas capacidades. Ajudou-a. Explicou-lhe a ela e às outras como se faziam as coisas. Quando chegou a altura de responder a um inquérito a portuguesa ficou em Pânico, dizendo não saber ler inglês. Quem a ajudou? Mas de um modo que a puxou para cima, a fez acreditar nas suas capacidades cognitivas para responder ao inquérito? Eu. 

Em apenas dias, na realidade, logo no segundo dia de trabalho, senti que a mulher Romena mais velha estava a tentar criar uma divisória. Em ensinava-lhes tudo, partilhava, dizia-lhe mesmo: "O que eu souber partilho com vocês", eu vos explico. Os restantes da empresa, já me conheciam então sabiam que podiam contar comigo. A mais velha parecia ficar incomodada com essa ligeira sensação. Eu NUNCA tomei ares de líder - aliás, fiz mesmo questão de realçar que não era ninguém, apenas igual a elas, apenas já tinha trabalhado ali uns meses. Elas encheram-me de perguntas: quantos meses? Quanto tempo? O que fazias? E pareceram vir ter comigo cada vez que tinham dúvidas - o que a mais velha não gostou nem um bocado. Ela queria ser a LIDER. Era a boca dela que ela queria ouvir pronunciar um som quando alguém tinha uma questão. Passou a vigiar-me cada vez que eu fazia algo novo, para me copiar de seguida. Lançava-se ao projeto dizendo "já saber como se faz" sem me deixar explicar até o final. Depois tirava a tarefa das minhas mãos e dizia que também sabia fazer. E, claro, o tempo todo estava a falar mal de mim nas minhas costas, incentivando as outras - incluindo a PORTUGUESA, a se virarem contra mim. 

Os pontos em comum com o que vi neste episódio de "Naked and Afraid" são surpreendentes. Trouxe à tona a memória deste infeliz episódio. 

O tempo todo esperei que a Portuguesa ganhasse alguma coluna vertebral e não fosse apenas mais uma maria-vai-com-todas. Esperava que tivesse decência e fosse sincera comigo. Que me viesse avisar do que se estava a passar. Eram só impressões minhas. Sensações. Senti a energia negativa no ar. Fiz "testes". Estava tudo a trabalhar em silencio. Ausentava-me para ir ao WC e assim que virava as costas, a romena mais-velha começava a falar. Depois notei era quando aproveitava para tentar conversar com a portuguesa - até então não lhe dirigia a palavra. E tentava ser mostrar-se cheia de "cordialidades" para com a Portuguesa. Na realidade só a estava a USAR nos seus propósitos mesquinhos. Envenenava-lhe a mente, dizendo-lhe que elas as três trabalhavam mais que eu, que eu e eu não merecia ter aquele emprego. Isto no terceiro dia!!! 

Da portuguesa, não tanto pela nacionalidade mas pela forma como a apoiei e me mostrei disponível a ajudar esperava que me abordasse para contar o que se estava a passar. Afinal, ninguém a ajudou mais ali do que eu. Certamente não aquela gorda e velha romena. Ela duvidou das suas capacidades em cada tarefa que era para executar e eu, mais que ninguém, fi-la ver que tinha de confiar, que eu confiava, que ela era capaz, que desse tempo que não ia aprender tudo de uma vez só. Tinha receio de ser demitida por não ter experiência e eu dissipei-lhe esses medos. Caramba! Esperava dela, sim, um pouco de retribuição amigável. 

Ao fim de uns dias já tinha apanhado o jeito a uma tarefa e pouco depois comecei a perceber que me olhava como se estivesse um pouco acima de mim na sua execução. Percebi que o seu jeito de falar comigo mudou. Já não me abordava. Respondia apenas por necessidade, de forma curta e que era mais uma "recruta" da Romena mais velha, pois assim que a outra lhe dava uma ordem, as outras reagiam ao som de voz! 

Percebi que tentava minar a minha integração na equipa. Quando eu me punha a fazer as mesmas tarefas que elas, a mais-velha ordenava que as três mudassem para outra tarefa. E as duas obedeciam. Eu nunca fui muito de chefiar. Não sei como levar os outros a fazer o que eu quero que façam. Mas o que ela estava a fazer não é chefiar. É dividir, causar mau estar numa equipa. E o que era pior: na minha frente continuava a elogiar-me, a dizer que eu sabia as coisas ao que eu sempre frisei que era apenas igual a elas, estava no mesmo patamar, não era a chefe delas. 

Ao quarto dia chego a casa e recebo uma mensagem diria que... enigmática de parte da mulher da agência. Dizia algo do género: "Portuguesinha, chegou-me aos ouvidos que não está a ser eficiente, é só para avisar que tem de trabalhar mais, se não é dispensada blá, blá, blá...." . Ora... não sou de todo idiota. Sou na forma como sou PASSIVA e não reajo às coisas mas aquela mensagem deixou-me chateada. 

Vinha de parte de uma pessoa que não sabia NADA de NADA. NUNCA me viu trabalhar para poder me criticar. Não faz IDEIA do que o trabalho é! Nunca mo soube descrever. E estava a enviar-me uma mensagem daquelas - insinuantemente ameaçadora, com que AUTORIDADE?

Se alguém teria de criticar a minha performance seria o gerente ou qualquer uma das pessoas com autoridade DENTRO da empresa. Esses sim, observavam a minha performance. Não seria a recrutadora da agência, com toda a certeza. Que, aliás, como não é de surpreender, era da MESMA NACIONALIDADE que a velha romena. Esta só conseguiu aquele emprego devido a esse contacto. As duas eram também amigas próximas.

A velha romena, não satisfeita com o sucesso em minar as mentes dos dois elementos da equipa, ou melhor: já tendo atingido esse objectivo, ia agora "espalhar" os seus tentáculos do mal para outro alvo. Mais uma vez, recorrendo à "vantagem" da nacionalidade e "amizade": 

De seguida, seria a chefe romena. E depois um colega português que lá andava e todos os outros. Ela queria era sentir-se no comando, a dar ordens. Não estava a contribuir para a formação de uma equipa, mas para a destruição de uma. 

Decidi colocar tudo em pratos limpos. Pedi para falar com o meu chefe e expliquei a situação. Que havia recebido uma mensagem muito estranha de parte da agência e perguntei se haviam se queixado do meu trabalho com a entidade patronal. Eles ficaram surpresos, muito surpresos, porque desconheciam de todo o que se estava a passar. 

Expliquei-lhes que não podia continuar a trabalhar ali diante do sucedido. Eles PEDIRAM para que eu ficasse mas eu respondi que havia acabado de tentar chegar a uma conversa com a tipa - e havia mesmo. Cheguei perto dela e disse-lhe: "Vamos falar. Eu sinto que existe qualquer coisa negativa no ar e como somos uma equipa, quero esclarecer as coisas". 
-"Estou a trabalhar. ." - responde, sem se dignar a olhar na minha direcção. 

Ainda tentei novamente, sublinhando que temos de trabalhar juntas como uma equipa. A reação: 
-"Não tenho de falar contigo. Chegas-te e começas-te aí a falar. Não tenho nada para te dizer."

Só lhe disse mais isto:
-"OK. Recusas falar. Não digas por aí que és uma boa pessoa. Não és". (porque ela estava sempre a auto-proclamar-se boa pessoa)

Eu fiz a minha tentativa. Não resultou. As outras, caladas, temerosas. Autonomas. Parecendo Robots. Com medo da "chefe" delas. Umas cordeirinhas... que dizem amén a quem as intimida, ao invés de se imporem e, pelo menos uma, devia ter-se pronunciado antes, quando me deu como resposta "Não sei de nada" quando lhe perguntei se sabia quem havia se queixado do meu trabalho. 

Mas quiseram, tal como nesta série de "Aventura à Flor da Pele", aliar-se à figura que gera os desentendimentos e controversa. A pessoa egocêntrica, com personalidade controladora. 

Neste episódio, Amber pescou peixes durante 30 dias para toda a equipa comer. Também construiu a jangada e arranjou a melhor lenha para queimar. Trish só fazia "entraçados" com folhas, para usar como adereço estético. De início, Jen ainda pareceu colaborar e disposta a aprender com a mais experiente Amber mas depressa deu para perceber que se estava a virar para o lado de Trish. Em poucos dias, diria até que em apenas um dia, Trish já tinha conseguido colocar Jen contra Amber, hostilizando-a e separando-a dos restantes. Tal como a Romena fez comigo.


Contudo, como existem CAMERAS A FILMAR... a opinião do público é totalmente diferente daquela que vigora no acampamento. Ainda por cima, quando um homem se junta Às três mulheres, ele depressa percebe que duas delas falam mal da outra. Ao invés de se isolar da situação e não tomar lados no que ele próprio verifica ser um "ninho de vespas", aproxima-se das duas maledicentes para falar mal de Amber! Dizendo que quando as duas não estão por perto, Amber desabafa que sente relutância em receber ajuda quando pede que lhe fervam água. Dando a entender que a intriguista é Amber - quando na realidade ela é a vítima das intrigas. Ele claramente se junta às verdadeiras vespas, dizendo que concorda com elas, afirmando que Amber é "mandona". Depois quando Amber chega da pescaria e pede que lhe tratem do peixe, acabando por ter de ser ela a tirar a cabeça, mas pede para que outro lhes tirem as escamas - o homem tira-lhe o peixe das mãos, mas sabe-se logo que é para parecer bem visto e não dar a entender que já escolheu o seu lado. 



Os três: Trish, Jen e Jeff estão a conspirar para abandonar Amber e deixá-la sozinha. Iam fazer isso mesmo quando o homem fica doente, é preciso chamar o médico e é decidido que a experiência dele termina ali. Amber então toma uma decisão: Vai partir e deixar o acampamento e todo o seu material para as outras duas. E é ela que abandona o grupo que havia conspirado para a abandonar! 

Tal como eu abandonei o emprego, deixando como legado todo os ensinamentos que de bom grado facultei para aquelas estranhas e que acabaram por ser usados para dar a entender que eu era imprestável e dispensável. 

Quando percebi que não tinha equipa, mas um bando de paus-mandados que se deixavam intimar por um macho-alfa com necessidade de mandar, seria fútil continuar a tentar. Depois também sabia que, assim que abri a boca para perguntar aos meus chefes se tinham queixas do meu trabalho, expus a existência de um conflito que é a última coisa que eles querem ter de lidar ali dentro. Eu sabia isso e disse-lhes isso mesmo: Se eu ficar as coisas nunca vão andar direitas, eu sei, acabei de tentar dialogar com ela e ela recusou-se a falar comigo. Por isso como podemos ser uma equipa? Não dá, ela não o permite. Como sei que voces tem mais o que fazer, não tem de estar a ter problemas destes, eu saio. Peço desculpa, voces sabem que eu gosto de trabalhar aqui mas não dá. É pelo melhor."

E saí. 

Mais tarde vim a saber que, a pesar de todas as suas intrigas e esforços, a Romena mais-velha foi mandada embora, assim como a Portuguesa. A Portuguesa primeiro - parece-me. Não percebeu que, depois de mim, seria também um alvo, a parvinha. Nenhuma das duas teria hipotese de ficar mais que um contrato curto, até o natal. No máximo, três meses de trabalho GARANTIDO, se tivessem sabido trabalhar em equipa, ao invés de a envenenar. Eu posso não ter jeito para líder - ou interesse em ser uma. Mas sei que a força de uma equipa vai até onde está a força do seu elo mais fraco. E instintivamente injecto confiança nas pessoas receosas e temerosas. Foi uma autêntica PARVOÍCE não terem se esforçado para, nesse curto espaço de tempo, manterem os seus empregos. Foi mais importante concentrarem os seus esforços para eliminarem a pessoa que só fez foi as ajudar. 

Se eu fosse outra, teria guardado os conhecimentos para mim e, desta forma, sabotado as suas performances. Teriam sido substituídas por outras pessoas dentro de uma semana. Porque foi a mim que perguntaram se a equipa estava a ir bem. Devia ter dito logo que aquela Romena não devia regressar... Eu ficaria, porque a qualidade do meu trabalho e dedicação foi mais que comprovado durante três meses. Não era decerto uma garantia, como bem o constatei mas, nos primeiros dias, era certamente. Eles sabiam que tinham em mim uma trabalhadora árdua. Elas tinham TRÊS dias ali e já queriam saber mais que os restantes. Deram um tiro no próprio pé.