Recentemente participei num passatempo daqueles do Facebook.
Ai jesus, o que fui fazer!
É que nunca mais, mesmo, me meto numa roubada dessas.
O passatempo até era simples: escrever uma frase criativa com dois nomes e ter a maioria dos likes de todos os comentários ali deixados.
Era tão simples que participei com ânimo, naquela da desportiva. Partilhei o concurso caso alguém quisesse ajudar ou mesmo tentar a sorte e com o tempo fiquei na liderança. Nem precisei «pedinchar» likes, coisa que não me via fazer até porque me parece o novo gesto de "falta de educação" por aquelas bandas.
Dois dias depois do início do concurso, alguém participa com uma frase que mais valia não ter escrito, de tão má e sem sentido que era, e em apenas 5 horas exibe de imediato 32 likes. Nem quis acreditar... Uma frase tão ruim! Entendi de imediato que a coisa não ia ser justa. Ia ser tudo à base de «amiguinhos». Um pouco de indignação surgiu quando percebi que havia passado algum tempo a construir a minha frase poética e elegante, para isso não valer de nada.
Entretanto os votos estagnaram na pessoa que escreveu aquela desgraça mas foram subindo na minha frase, tendo-me feito aproximar da outra. O que aconteceu? Em 1 minuto a frase medíocre recebeu 5 likes! Voltei a achar estranho... Foi então que, por uma questão de princípio, decidi fazer «guerrilha» e passei à divulgação com pedido de likes. Nem queria acreditar que o estava a fazer... Mas a causa era nobre.
Perfil do facebook |
Ao consultar o perfil da minha «rival», verifiquei que não era um perfil comum. Tudo o que se via publicado desde aquele instante até os anos anteriores era só PASSATEMPOS. Estava diante de uma papa-concursos... OMG! No que me fui meter... Não acham este tipo de gente tenebrosa?
O prazer com que participei na iniciativa estava a transformar-se para um desprazer. E quando finalmente ultrapassei a papa-concursos, heis que 48h depois surge outra! Numa estranha hora da madrugada, a «nova» papa-concursos consegue nada mais, nada menos, que 55 likes em apenas UMA hora. Nessas 48h a outra deixou de os receber e eu tive alguns. O perfil desta nova papa-concursos em tudo é idêntico à outra, com a diferença de ter, nada mais nada menos, que 5500 amigos. Pois é! Tudo gente que aparece neste Natal para a ceia... LOL.
"Pedinchar" votos não me trouxe nenhum a mais e muito sinceramente, desde o surgimento da primeira papa-concursos que havia desmotivado. A vontade era desistir, só não o fiz pelo sentimento de indignação e por uma questão de princípio, pois a minha frase tinha pés, tronco e membros. Merecia a preferência.
Claro que de imediato percebi que existia uma grande probabilidade de alguém esperar até a última da hora para criar outra frase mentecapta e lá plantar mais likes. Se ganhasse o prémio do passatempo, nem o ia poder ver à minha frente! Ia dá-lo a quem o quisesse. Sortear, dar ao primeiro que aparecesse, rifar, etc... É só uma coisinha de nada, nem vale o esforço, e estas papa-concursos não deixam pessoas normais ter uma hipótese. Vivem dos produtos que «cravam» em passatempos.
A coisa ainda decorre mas eu já desmotivei faz tempo. A 2ª papa-concursos deixou de receber likes faz 2 dias mas decerto é por minha causa, porque se a ultrapassasse, às tantas lá ganhava uns 100 em 50 minutos. E é por estas e outras razões que qualquer PASSATEMPO deixou de ter piada. A menos que as regras sejam exigentes, esta de se cingirem apenas ao número de likes não dá nada com nada... é só para os mesmos.
Mas ainda tenho outra teoria. A de que estes passatempos são FAJUTOS. Na medida em quem os divulga, só têm interesse em aumentar a própria quantidade de likes das suas páginas ou blogues pessoais. Assim sendo, basta-lhes SUPERAR qualquer um que tente a sorte, acabando por o suposto prémio nem sair do sítio. Até pode mesmo nem existir. Ganham com isto muita divulgação e publicidade, a custo ZERO.
Já não via com entusiasmo este género de iniciativas mas agora sei que JAMAIS volto a participar. Que saudades tenho dos concursos por sorteio com a presença de auditores, cuja participação era igualitária para todos os cidadãos e as diferenças só podiam estar na quantidade de envelopes dos CTT que a pessoa enviasse. Ao menos aí havia garantias de transparência, quem ditava as regras era a sorte e não a manipulação.