Metereologia 24 h

Mostrar mensagens com a etiqueta tempestade. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta tempestade. Mostrar todas as mensagens

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Passeio por Londres -1


Decidi ir a Londres. Chegando lá, foi mais fumo que fogo. Como toda a tempestade batizada com nome masculino, o Dénis, previsto para este fim-de-semana, assusta mais por antecipação do que por factos. Ainda assim, a certa altura, achei melhor aproveitar o tempo chuvoso para visitar um museu. 

Fui a um dos meus favoritos: O Victoria e Albert. A entrada é gratuita, (excepto para exposições pontuais) e não pensem que ficam mal servidos. Este museu é enorme, tem um espólio fantástico, de peças originais e reproduções (como todos hoje em dia). Deixo-vos uma amostra.


Este foi o primeiro retrato que vi. Não tinha identificação.
Gostei tanto da expressividade do retratado, certamente à décadas falecido, que o fotografei para mostrar aqui no blogue. Não vos parece que está vivo? 


De seguida observei esta escultura, a única feita em talha ou um material semelhante.
Olhando para o rosto, percebe-se cada sulco. Esta foi a aparência REAL de alguém.
Capturada por mãos impressionantemente habilidosas. 


Metros à frente, estava esta escultura. Fotografei deste ângulo porque a jovem rapariga oriental sentada no banco aqui na direita da imagem, estava a desenhá-la.
Poucos minutos depois, ela protestou para o ar a presença do homem na foto, por lhe bloquear a visão e interromper-lhe o momento. Ergueu os olhos para o tecto proferindo algumas palavras em chinês para o ar. Gostava de lhe ter pedido permissão para fotografar o desenho, mas não tive coragem. Estava muito bom. 

Mas o que me atraiu inicialmente nesta escultura tumular foram estas palavras, com as quais me identifiquei:

                                          
"Toda a minha vida os dias passaram frios e tristes. Eu, que sonhei selvagem e doida, estou feliz por falecer". "Muito antes do meu coração vir a despedaçar-se, a sua dor passará. Uma altura foi enviada para a sua dor. Paz virá, finalmente".

Não é bonito?
É exatamente sobre o que eu tenho vindo a reflectir. A vida, os sonhos, o fim.

Esta estátua foi mandada erguer postumamente ao falecimento de Emily Georgiana, aos 39 anos. Era esposa de George William. Imaginei que foi o marido que mandou erguer esta imagem - de um extremo bom-gosto, da falecida esposa. Que deve ter falecido ao dar a luz - imaginei eu. E ele deve ter gostado verdadeiramente dela (ou sentir remorso?), para fazer-lhe esta homenagem. 
Na imagem, ela encontra-se reclinada sobre uma longue-chair, lendo uma espécie de papiro, onde só pude perceber as palavras impressas "God is waiting" (Deus está à espera). 


Colocando ali um livro, é o tipo de escultura póstuma à minha pessoa que ia apreciar.



Este é outro exemplo de um monumento mandado erguer aos falecidos. 
A figura principal mencionada é a mulher à direita. Mas não se façam confusões: ela foi a filha DE... (medalhão acima?) e esposa DE... (busto ao lado?). Daí aparecer esculpida, em corpo inteiro, mas chorosa. A mão no rosto, segurando um pano para lhe secar as lágrimas da dor da perda, boca triste e olhos fechados, a chorar. É tristeza em memória dos ilustres homens com quem se relacionou por sangue ou matrimónio. Uma espécie de três-em-um. Maria Martin - de seu nome, mandou erguer este monumento em memória do falecido sobrinho e irmão mais novo, de 70 anos. Daí as suas lágrimas. Nada menciona a data e falecimento dos progenitores ou esposo. Pelos vistos, filhos ela não teve. Ela mesma, aqui retratada na mais pura dor, faleceu anos mais tarde, quem sabe sentindo-se totalmente só, sem um familiar por companhia, com a bela idade de 97 anos. 

Achei um monumento bem feito e fiquei a imaginar se existe algum simbolismo maçónico na escolha dos elementos, tão "piramidais". 

Continuando nas esculturas representativas, chamou-me a atenção o rosto em mármore "saindo"de um medalhão. E quando olhei para ele, talvez pela "mancha" no rosto, surgiu-me na mente o que poderá significar a expressão vaga e triste, deste belo e jovem rosto.


Acho até que deviam adoptar esta imagem para logotipo internacional da Violência Doméstica.


E pronto. 
Vi muito mais, fotografei mais ainda, mas irei partilhar noutro post.
Para este ficam as esculturas.

Descobri uma coisa a meu respeito: gosto de arte e gostaria de fazer parte de uma.
Não me incomodaria nada de ter o meu rosto (jovem) num medalhão semelhante.

Algum artista precisando de uma musa?

:D

Bons prazeres

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Tempestade Sanei



Tão rápido quanto chegou, foi-se.
Enquanto ficou, só deixou destruição e causou lágrimas.


Podia estar a falar de um furacão, de alguma catástrofe natural. Mas estou a fazer referência à «nova» - a rapariga que veio partilhar esta casa em Abril. 

Começou por não respeitar as limpezas - recusando-se a fazê-las. E nunca perguntou se tinha de dar dinheiro para as despesas. Passaram-se dois meses de duches, cozinhados, luzes acesas, caldeira ligada, água a correr e... tudo de graça. Andou a servir-se dos bens alimentares de outras pessoas sem ao menos avisar que o fazia. Quebrou coisas pela casa e permaneceu calada. E hoje foi-se embora. Como parece ser o modus-operandi de todo o preguiçoso, ensacou todos os seus pertences de véspera em diversos sacos plásticos e pela manhã os paizinhos vieram de automóvel ajudar a filha a transportar as suas coisas para a sua nova morada.

Uma que ela diz ser deslumbrante, com uma cozinha moderna, amplo quarto e tudo novo.

Irá ela comportar-se de forma desrespeitadora com os colegas lá como o fez aqui?

Receio pessoas que ocupam uma residência partilhada com outras com a mentalidade "um buraco temporário". Porque para muitas, isso significa que não estão para se dar ao trabalho. Foi o caso desta.

Agora que fez os estragos todos que podia fazer, vai embora. Feliz. E isso incomoda porque, no final, ela "sai" por cima, leve e contente, causando a outros, pessoas realmente de bom coração, duradoiros danos emocionais e stress. Ela esquece-nos num segundo. Nós temos as marcas das ferradas.

E sai deixando zero libras por gastar nas contas para a energia. Ficamos a zero ontem. E ela saiu hoje. Foi-me dito que ela não ia contribuir por se ir embora. Belo timming. Escolheu estrategicamente sair agora, no inverno, quando as contas quase triplicam. E antes de precisar de dar mais algum! Acabou por cá morar por dez meses, tendo conseguido dois e meio de graça. É um excelente negócio. 



Sinto que fiquei muito mais perturbada com estas circunstâncias domésticas do que contava poder ficar. Não esperava regressar de dois meses de ausência e ser alvo de perseguição. Vinha tão feliz.

A pesar de todos os desabafos que fiz aqui sobre o que me desagradava na sua postura como colega de casa, sempre a tratei bem, com simpatia e cortesia. Fui tolerante. Demasiado, até. Porque agora, quando ando pela casa e vejo o chão aspirado, sem sujidade ou os seus cabelos por todo o chão do WC, sinto-me triste e enganada. Porquê fiquei sujeita a viver numa casa que mais parecia uma pocilga durante tanto tempo se, afinal, quando querem eles até sabem limpar?

Porquê agiram assim? Porque não foram capazes de limpar sempre, de limpar após usar? Teriam evitados todos os conflitos. Teriamos nos dado todos bem. Recusaram-se. Para serem egoístas e preguiçosos. Impuseram a sua sujidade ao quotidiano de quem limpava, tornando as suas vidas miseráveis. E depois dos danos emocionais e psicológicos que as suas atitudes causaram, "voam" que nem borboletas para outro local.

E o que é pior: quando chegaram estavam na mó de baixo - até profissionalmente. Foram maus colegas, tiraram o sossego e a paz de espírito de quem isso possuía, sugaram-lhes a felicidade. E depois partem, melhor do que chegaram, com uma promoção no emprego, como se precisassem de fontes de boa energia humana para sugar e só então prosperar. Deixando os corações das vítimas mirrados como uvas secas, cheios de marcas de destruição.

Tal e qual um furacão.

Agora entendo porque é que a grandes tempestades e tornados é-lhes dado doces nomes femininos
É que tal como certas mulheres, são fenómenos lindos de se olhar, belos em si, mas que só causam destruição e deixam estragos, mágoas e sofrimento por onde passam.