segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Telefonema de Domingo


Afinal estava enganada. (será que alguma vez estive certa?).
Este Domingo, o Jason voltou a ligar.

Além do telefonema que atendi, depois reparei que tinha uma chamada perdida e duas mensagens não lidas dele no telemóvel.

Achei estranho.
Depois de, no Domingo anterior, termos conversado, pensei que tinha desistido. Mas o que eu entendo das pessoas? Pelos vistos nada!

Queria encontrar-se comigo. Mas fui clara a respeito do que podia sair dali. Amizade, nada mais. "Ao menos és honesta" - "Sim, claro". - respondi-lhe.

Não me custa nada ser honesta.
Custa-me mais o contrário.
Custa-me imenso (e pensei já estar curada) não saber o que o afastou radicalmente. 

Porque é que a honestidade, a franqueza e o diálogo não são ferramentas que todos gostem de usar?

Hoje sinto-me deprimida.

Os efeitos benéficos de ter andado pela praia à beira-mar já estão a desvanecer.
O espelho não ajuda, o tic-tac do relógio da vida também não. 

Enfim...

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Concordando ou discordando?


Não sei se concordo a 100% com a parte "abrir os olhos".
Mas o resto sim, concordo.
Nem que seja por um período de tempo.
E quando volta a abrir, talvez não abra da mesma forma.


quinta-feira, 26 de setembro de 2019

As melhoras fazem-se sentir


Acho que está a desaparecer. A paixonite, finalmente. Essa doença terrível facultada por um cupido sádico, que se mascara de querubim dos céus mas que na realidade é um diabinho dos Infernos.


Porquê ela vem e como se vai, só Deus sabe...

Há que dar tempo.
Tal como qualquer doença, o vírus apanha forte, os anticorpos precisam de tempo para restaurarem a saúde em pleno.


Paixonite fora do baralho, sinto falta de uma última conversa. 
Isso será incontornável, está na minha natureza tentar entender e resolver mal entendidos.

Mas para isso tem de existir reciprocidade. Acho que é o maior pecado dos tempos que correm: as pessoas não dialogam tanto quanto gostam de cessar de se relacionarem com as outras. Essa é a sua forma de "comunicar". 


Deu-nos Deus este dom fantástico da linguagem oral para o cérebro preferir desligar-se e fazer com que se regrida aos tempos neandertais. 


quarta-feira, 25 de setembro de 2019

terça-feira, 24 de setembro de 2019

O segredo do sucesso


Ela era a melhor aluna do colégio. Tirava as melhores notas, excedia-se nas actividades físicas e a minha irmã, que era sua colega de turma, sentia muita inveja. Dizia que ela era a preferida das professoras (o que podia bem ser o caso) e que recebia tratamento preferencial.


Hoje soube o paradeiro desta miúda, agora nos seus 40. Teve um filho, separou-se, praticamente cria o filho sozinha. Como trabalho dedica-se "ao que aparecer". A irmã dela, mais velha, nem emprego consegue. Entrou por isso em depressão e anda a ser medicada.


O QUE FAZ UMA PESSOA TER SUCESSO NA VIDA?

Não são as boas notas, nem a inteligência académica ou uma boa performance em actividades desportivas. É o quão segura de si consegue ser. Tem de ser forte e extremamente ambiciosa. Capaz de pensar em sim em primeiro lugar, sempre. Achar-se melhor que as restantes e acreditar realmente nisso. Porque se duvidar... os outros vão perceber.

E será "comida viva".




Acredito piamente nisto. Meus pais diziam que as minhas boas notas eram um excelente sinal de que ia facilmente obter um bom emprego e ser alguém na vida. Mas eu sentia que não era assim. Um outro lado de mim estava a ser negligenciado. Sentia-o e precisava urgentemente de encontrar-me. Ter liberdade, descobrir, decidir, achar-me como pessoa neste mundo. E isso não me foi permitido fazer porque existiu uma fixação pouco saudável no lado académico. Hoje em dia, nem esse me vale, porque parou de evoluir e foi mirrando.

Minha irmã, ao contrário de mim, não tinha boas notas. Estava quase sempre para chumbar e chegou a repetir um ano. Vivia frustrada, irada, revoltada. Isso fez com que os nossos pais a tratassem com paninhos quentes e, por a verem assim, faziam-lhe as vontades. Ela aprendeu a manipulá-los era ainda uma criança. Bastava-lhe mostrar-se doce, simpática, querida e obtinha o que desejava. E foi assim que conseguiu fazer coisas que, por mais perplexa que me sentisse, a mim não me era permitido fazê-las. 

De todas as pessoas da nossa infância, ela, assim como uma ou outra - aquelas que se mostravam mais egoístas e até invejosas, são as que hoje estão melhor na vida. Talvez existam excepções mas a realidade é que, ser-se uma criança boazinha e com boas notas não é sinónimo de nada. A vida está cheia de tubarões. Se não se mostrarem os dentes bem cedo e se começar a morder, é-se mordido.





segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Pisando o meu chão


Cheguei a Portugal.


Saí de casa tentando não deixar ninguém perceber onde ia. Em todas as outras viagens que fiz, deixei uma mensagem escrita no quadro, avisando que ia ausentar-me. Mesmo nunca tendo tido reciprocidade. 

Mas como já decidi que aquelas pessoas não me interessam, desta vez nada escrevi e fiz o mesmo que eles: saí. Como estão sempre a bisbilhotar, a comunicar uns com os outros e a trocar informações, fiz por não dar sequer possibilidade de me espreitarem pela janela e me verem a sair com uma mala de viagem.


Mas chegando ao aeroporto, vejo o inquilino-mais-recente a passar por mim. Olho para ele, faço cinco contactos. Ele tem o pescoço virado para a parede. Tenho cá para mim que me viu muito antes de eu o avistar a ele. E virou a cabeça para o lado, para fingir que não me viu. 

De seguida, ou enviou msg de texto pelo whatsapp tal como um puto adolescente a fofocar, ou esperou chegar a casa para contar a novidade: A portuguesinha foi viajar!

Ainda não é desta que vai aparecer ali dentro uma pessoa decente. Ele ser italiano já dificulta as coisas. Mas o problema é a cobra mais-velha. A italiana maledicente que começa logo a despejar veneno nos ouvidos de quem ali passa. É impressionante! Eu teria cuidado com uma pessoa assim, se viesse me encher os ouvidos de malícia sobre outras pessoas. Mas eles engolem tudo. Deve ser a força dos pares.

Acabei por sentir uma pontada de dor, por ser tratada como pessoa indesejada... 


Mas chegando a Portugal, com esta luz maravilhosa, essas pequenezas ficaram lá para trás!



Aqui também lembrei-me dele e imaginei como seria se tivesse vindo comigo. Sempre quis conhecer e podia ter-lhe dado a oportunidade. O meu telemovel, que se acendeu sozinho, foi logo parar à fotografia que tirei do seu número de telemóvel. Apaguei-o dos meus contactos. Não quero essa tentação ao alcance dos meus dedos.  
Ainda não estou curada. 


domingo, 22 de setembro de 2019

O homem do supermercado telefonou!


Estava eu na maior depressão, a sofrer de desejo, de rastos como se calhar conseguem imaginar. Tenho passado as semanas a tentar afastar estas emoções de mim, até já orei, fiz simpatias, mas assim que desperto, o meu cérebro leva-me de volta para a saudade. 

Decido enroscar-me no cobertor e dormir. Talvez passe o desânimo. A dor.
Nisto toca o telefone. 


Atendo. 
Na véspera ligaram-me no preciso momento em que também estava mergulhada no pico do sofrimento e saudade. Atendo na esperança de ser alguém que faça a diferença. Mas é uma chamada a perguntar "se estive envolvida num acidente de automóvel no qual não tenho responsabilidade".


Oh, Please!!! - exclamo em dor, e desligo a chamada.
Desato num misto de riso e choro. Riso por ter piada, choro por estar a rir e estar a sofrer.

Atendo mas não escuto nada. Desligo a chamada e voltam a ligar. Atendo. Não escuto nada novamente. Até que percebo que isso se deve ao facto de ter colocado os auscultadores. Removo-os e uma voz masculina de início imperceptível diz algumas palavras.

Ultimamente a únicas chamadas que recebo são todas relacionadas com empregos. Já nem imagino que me possam ligar por outro motivo. "Ele" não me vai ligar. Deve até ter apagado o meu número dos seus contactos. Portanto era mais um outro frete qualquer.

..."das promoções no supermercado. Estivemos a falar. Pedi-te o teu número de telefone e fiquei de te ligar".

Só uma única vez dei o número de contacto a alguém - foi ao tipo que há dois meses, mo pediu no supermercado. Já relatei a história neste post. Ele ficou de me ligar no fim-de-semana, de tarde, para irmos jogar ténis. 

Só que não o fez. Nem no fim-de-semana seguinte. Eu que estava relutante em aceitar por perceber que as suas intenções envolviam romance e até lhe confidenciei coisas privadas do foro íntimo para o fazer entender a alta improbabilidade disso vir a acontecer, não fiquei muito desapontada. Ele insistiu e quis saber: "Então se conheceres um tipo e desenvolveres sentimentos por ele, o que vais fazer?" -perguntou ele. Respondi: "Não sei. Tinha de passar por isso para saber".

Estava tão longe de sequer conjecturar essa hipótese!!!!!
E olhem agora onde estou. 

É tão surpreendente que se fosse a contar a alguém (que não vou), não iam acreditar.

Falo com o Jason (assim se chama) na boa. A conversa continua a sair fluída e sincera e frontal, como eu gosto. Perguntei-lhe se se lembrava do que me perguntou. Ele lembrava-se de muita coisa da conversa e rapidamente percebeu ao que me referia. 
-" Deves ser bruxo... porque... aconteceu.". 
-"O quê? Já tiveste sexo com um gajo?!?".

Entre explicar que foi totalmente surpreendente, não estava nada à espera por estar convicta que jamais ia voltar a envolver-me com alguém, ele revelou que achou que fui rápida demais e não esperei por ele. (??).
Voltei a relembrá-lo: Sessenta dias... Estás a ligar, mas passados sessenta dias!". Disse-me que o desapontei porque afinal não esperei tempo algum. Voltei a relembrá-lo: Sessenta dias!. Em que não deu notícias, não mostrou interesse, deixou de aparecer no supermercado. Que não me viesse dizer que achava normal que uma pessoa que tentou engatar esperasse 60 ou mais dias pelo telefonema que devia ter feito no fim-de-semana.
Mas eu estou a cumprir a minha palavra - diz-me, engatatão. Ao que lhe faço lembrar: "A tua palavra tinha um prazo. Disses-te que telefonavas no Domingo, à tarde". - digo em voz de brincadeira. 
-"Quis dar-te tempo. Percebi que estavas a colocar muitos obstáculos e que precisavas de pensar. Se eu tivesse te ligado logo, o que é que fazias? Não ias atender."
-"Ia."
-"Se eu tivesse ligado-te no Domingo, atendias?"
-"Sim".
-"E saias comigo?"
-"Sim".
-"Então e quando o Domingo chegou e eu não liguei, o que é que pensaste nos dias seguintes? Que eu deitei o teu número de telefone imediatamente no lixo?
-"Pensei que podias ligar no fim-de-semana seguinte, ou que podias ter mudado de ideias e deitado o contacto fora". 
-"E se me visses no supermercado. O que fazias?"
-"Se te visse no supermercado cumprimentava-te e perguntava: "Então, e esse telefonema?".
-"Mas onde e quando conheceste esse tipo?"
-" Há coisas de cinco semanas" "No emprego".
-"Cinco semanas?!? Mas isso foi quando me conheceste!"
-"Não sei. Não ando a contar... Mas não aconteceu há cinco semanas. É recente, foi gradual... "
-"Não esperaste pelo meu telefonema! Abriste logo as pernas. Sabes qual foi o mal? Foste para a cama com o gajo errado. Devias ter ido comigo".  

Ele ter-me dito que escolhi o gajo errado não me caiu muito bem. Quem se julga que é para saber? Mas deixei passar. Em honra da franqueza que logo se estipulou no primeiro contacto. A conversa estava a ser honesta e estávamos a usar termos honestos.

Ele entendeu que não sou de ir para a cama por dois tostões. Nem por um milhão. Tem de existir uma atracção e cumplicidade, caso contrário tudo me repele. O que estranhei foi ele insistir que cumpriu a palavra dele e fui eu que não fui correcta. Disse-me que nem tinha deitado fora o meu contacto, e isso provava que estava a conceder-me tempo para me habituar à ideia. (?? a sério? Acha-me burra?). Disse-me diretamente: "Eu é que era o gajo com quem tinhas de ir para a cama. Fui eu que te abri a mente para essa possibilidade e tu foste abrir as pernas a outro". 

Opah... 
A coisa só entrou em desacordo quando ele repetiu isto e notei que não foi com ligeireza. Disse-me que não esperei tempo algum e fui logo abrir as pernas ao primeiro que "avançou por ali a dentro". Ao que lhe respondi que eu não era assim: "Não sabes quantos gajos andam a tentar, quase diariamente..." ele corta-me a palavra, concordando, e com esta simples afirmação convenceu-me:
-"Eu sei! Eu sou um gajo".

-"Foi especial" - voltei a mencionar, sem querer entrar em descrições. Quis evidenciar que não cortei o celibato por um motivo frívolo qualquer. Mas por um sentimento que brotou onde julguei que não havia mais lugar por a terra ser árida e infértil. 

E também lhe disse, já que insistia que o decepcionei por não esperar por ele (é mesmo um sedutor!), se durante esse tempo ficou trancado em casa na companhia do gato.

Ficou um pouco irritado mas eu expliquei que era uma brincadeira. O ponto de vista estava claro, parece-me.

Tive de me despedir dele e pedir para que terminássemos a conversa. Penso que já não me vai ligar. Mas fiquei contente que o tivesse feito. Mostra coragem. Ao fim de tanto tempo - e depois de não ter cumprido a palavra - é preciso tê-los no sítio para pressionar o número e ligar. 

Porém também fiquei com uma ligeira impressão de "ALERTA". Então ele não liga, não aparece, não mantém o contacto, não nos relacionamos de todo, deixa que se passem mais de dois meses e cobra-me fidelidade? Essa de ter sido apanhado numa falha de palavra e querer reverter tudo para o papel de injustiçado, cuja pessoa a quem ficou de ligar não esperou por ele ao final de 60 dias... até dá para rir. Mas ele estava a falar sério nessa parte e aí senti um alarme baixinho a soar dentro de mim. 

Mais uma vez reconforto-me por fazer questão de, por mais que simpatize com alguém, nunca lhe dar a conhecer onde moro. 

Só existiu uma excepção. Porque ele foi inteligente, tão sereno e confiável ao passar-me o telemóvel para colocar o endereço no Google Maps... Nem me passou pela cabeça que tivesse segundas intenções. (Embora tivesse passado não digitar o endereço...).

Nesse sentido não sinto perigo vindo dele. Provavelmente nunca mais vai querer passar pela porta. Quem sabe? Não o entendo, afinal. O que sei é que estava mergulhada numa depressão sem tamanho! A questionar-me incessantemente, desde o despertar até o adormecer de exaustão e dor. Porquê!?? Que lições tenho de tirar daqui?? Pedi a todos os santos que metesse alguém realmente bom no meu caminho, merecedor.

Toca o telefone.
O inesperado telefonema do Jason não podia ter vindo em melhor altura.
Acabou por ajudar-me a afastar três semanas de uma dor dilacerante.
E fez-me pensar que tenho de tirar daqui uma lição.

Será que é Deus a querer dizer-me que existe mais peixe no mar?
Que devia lembrar-me disso??

Mas não creio que o Jason seja o "merecedor", a pessoa certa.

Também, inesperadamente, ontem de noite, ligou-me um amigo que só liga de vez em vez, quando tem uma novidade. É uma pessoa que também se deu a conhecer assim, sem amarras, de coração aberto. Não temos intimidade de contacto, mas falamos com o mesmo tipo de abertura e sinceridade como se fossemos amigos íntimos. Já somos amigos "de há muito tempo" - vai por volta de 12 anos. Mas não do género "vou à tua casa, tu à minha" contudo, convidou-me a aparecer por lá ao saber que ia viajar para Portugal. E sei que estava a ser sincero. Isso agrada-me.

E isto é OUTRO SINAL.
Que tenho de aprender a ler.

Existe quem goste de nós mas não está presente todos os dias.
Este amigo tem o dom de me fazer sentir bem sem se esforçar, só por ser como é e mantermos uma conversa normal. E também ele ligou inesperadamente, num momento de profunda depressão e desespero.

Já é a segunda vez que me faz isto, sem sequer suspeitar.
Deve ser a providência.

Quanto ao Jason, o seu telefonema acabou por fazer-me um bem imenso.
Estava a ser disputada, ahah!
Passados mais de 60 dias do que imagino terem sido outras investidas frustradas, achou que ainda encontrava aqui a "sobresselente" para provar. Ai, ai... Fez-me gargalhar de espanto.

Senti-me de imediato melhor.
Espero que a sensação dure.



PS: Se o Jason ligou passados 60 dias com interesse por mim, quem sabe ele não ligue também?
Mas aí já estou a alimentar esperanças. Não quero fazer isso. 
Gostei do Jason mas obviamente não me envolvi com ele, nem com ninguém que tivesse mostrado interesse nisso entre ele e "ele". Ter convivido diariamente com "ele" e tê-lo visto transformar-se em algo que me agradou dia para dia foi o que fez com que desenvolvesse sentimentos. Prestativo, atencioso, acanhado, insinuador e algo hesitante... pronto a agradar. Mas também volátil. Por vezes frio. Precisava ir lá aquecê-lo até vê-lo sorrir. Isto fez com que fosse possível nascer sentimentos especiais. Não. Não vou alimentar esperanças. Não posso. É idiota da minha parte. 




sábado, 21 de setembro de 2019

História trágica revela pensamento masculino


Escutei uma história da boca do próprio que a viveu. Sem querer entrar em pormenores, um homem contou-me que teve uma namorada que o traiu com o ex e ficou grávida pela altura dessa indiscrição. Por isso não sabiam quem era o pai. Ele cortou relações, não perdoa, porque deixa de poder confiar. Ela, que era veterinária, grávida, talvez com remorsos e arrependimento, certamente a sofrer e a ser julgada socialmente pela sua indiscrição, "decidiu" tomar tranquilizante para cavalo.

Quem já viu filmes suficientes sabe, até pela expressão, que é fatal.

Ele só soube que fim ela tomou anos depois. Imaginem só como os homens reagem. Corte radical. Desligou-se tão profundamente, que nem pensou que podia ser ele o pai. Não se interessou por essa parte. Ela fez o que fez, terminou! O que ia ser da vida dela já não lhe interessava. Mudou-se para longe e nunca mais ela ia saber dele.

De um instante para o outro esta mulher passou da pessoa mais amada por ela para um ser indiferente que não lhe dizia nada. Isso é brutal. Deve ter-lhe custado imenso, porque, para todos os efeitos, a culpa foi dela.

A dor foi tanta, que suicidou-se.

Fiquei com pena dela, e mais ainda quando ele contou que se veio a saber através da autópsia, que ela estava grávida de trigémios e os filhos eram dele.

Eu vi a vida desta mulher caso ela tivesse sobrevivido ao desgosto amoroso. Vi-a feliz, de vida recomposta com outro alguém, com três maravilhosas crianças criadas, que lhe davam muito orgulho.

Um coração partido e um amor que não perdoa e recusa-se a dialogar causa uma dor tremenda! Dá mesmo vontade de terminar com tudo. Mas há distância, parece uma atitude tão sem sentido, desnecessária, impulsiva.

Foi ele que perdeu. Perdeu a paternidade de três filhos com uma mulher que um dia amou. Mas não se lembrou ou não sentiu isso. Ela o traiu, logo, deixou de existir à face da terra.

Ela sentiu-se tão desesperada, que se matou.

Os homens conseguem demonstrar grande falta de empatia e frieza com as pessoas que dizem amar.
Sim traiu. E depois? Não sabe crescer a partir dessa experiência?
Ao longo da história sabe-se que o Homem tem uma tendência enorme para ser ele o traidor. E elas, para o perdoar. O contrário é algo assim tão inconcebível?

Ela é que decidiu matar-se, ela é que fez aquilo a ela mesma - disse-me. Não foi ele que a fez agir assim.

Não mesmo?
As nossas acções têm consequências na vida das outras pessoas. O nosso julgamento não deve ser baseado apenas na nossa indignação. O outro lado tem de ser escutado.

Lamentei. Três crianças podia ter sido uma bênção. Foram todos para a cova.
E este homem continuou a sua vida. Aparentemente a sobreviver a todo o tipo de abalo: morte de esposa, de namorada, noiva que desfaz compromisso à beira do altar...

E nunca teve filhos.
Acho que essa parte não é coincidência.
É Deus a querer fazer com que perceba que haviam duas coisas distintas na sua situação no passado e falhou com uma delas.


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Não vos queria assustar, MAS...


As lojas já estão assim desde a SEMANA PASSADA.






Eu vos digo: Gosto do Natal.
Mas ao ver isto até me deu a volta ao estômago tal foi a repulsa.

Esta ânsia comercial para lucrar em cima da quadra repulsou-me.  Fez-me até desejar que o Natal não viesse. 

Na família sou a única que realmente gosta que exista esta ocasião para estarmos todos juntos. Não que outros não gostem, mas ninguém quer dar-se ao trabalho. Tivesse eu casa própria e esta seria outra rotina que já tinha mudado. O Natal é agora um simples ritual pelo qual temos de passar. E alguns parecem estar a sofrer, não estarem ali muito à vontade ou com gosto. Entristece. Queria recuperar de volta a alegria de se estar junto, o bem estar, o sentido de pertença por laços de sangue. 

Os natais são feitos na casa de meus pais. Não há um ano em que a minha mãe não se queixe e não me diga que não quer fazer o Natal. Diz que está cansada, que é muita gente, todos a falar por cima uns dos outros, muita confusão, barulho e muita despesa. Que cai quase toda sobre sua responsabilidade e que os restantes não valorizam o trabalho que dá e o dinheiro que se gasta. 

É uma ladaínha que ela me reza na cabeça faz mais de uma década. E eu sempre a tentar demovê-la do aspecto negativo - para o qual ela tem uma inclinação natural, para a fazer entender o conceito e importância da quadra. "Não importa se eles apreciam ou não. O que importa é que tu faças o esforço para reunir todos. Isso é que é o Natal. Ou nunca mais os verás". - digo-lhe.

Sinto que praticamente sou eu que mantém o Natal por um fiozinho... 
Porque eles fazem a festa, mas já não sentem tanto gosto.
E eu sentiria e saberia como recuperar a alegria e o convívio, caso tivesse casa própria e pudesse mover o convívio da dos meus pais, para a minha. Saberia porque ia meter todos a trabalhar para o mesmo - que era o que acontecia na casa dos meus avós. Todos tinham de trazer alguma coisa para a mesa e todos tinham de aparecer no almoço. Sentar e partilhar a refeição juntos. E no final, brincar, jogar jogos, conviver.

Foi a eliminação destes hábitos que transformou o Natal no que está hoje. Assim que todos chegam começa-se a abrir os presentes - o que leva umas duas horas. E assim que terminam de os abrir, todos pegam nos sacos com embrulhos e saem porta fora.

Não gosto disso.
O Natal não deve ser um ritual de presentes para desembrulhar para terminar assim que o último é aberto. talvez até impusesse uma regra sobre o presentear, como por exemplo, TODOS terem de o fazer, nem que fosse para dar algo desenhado numa folha de papel. Ou todos terem de presentear em valores até 10 euros, ou menos, ou por cores, ou por utilidade... Puxar pela criatividade de cada qual, fazê-los pensar no acto cortando o desinteresse rotineiro que parece ter-se instalado e que leva as pessoas a ir comprar qualquer coisa sem saberem bem o quê. E tudo o que é preciso é CONHECER a pessoa para saber o que lhe oferecer. Não devia ser tão difícil presentear um familiar próximo como é presentear um colega de escritório. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

O gravador da verdade


Os italianos já converteram a opinião do novo-inquilino contra mim. 
Rezem por mim, a sério. Sinto que vem aí algo muito mau. Tudo me cai em cima tão injustamente! 

Não sei se aguento mais ataques.
Cheguei à conclusão que sou uma pessoa que não presta. Só pode ser. Devo ter mil defeitos e não vejo nenhum. Tanto mal me fazem e eu? Não desejo mal a ninguém!! Então porquê tanto mal vem ter comigo??

Hoje notei que ele não fez nenhum esforço para iniciar uma conversa. Então tomei a iniciativa e percebi que só me respondia por cortesia e sem vontade. Sabem, quando a outra pessoa apenas diz: "Ah, está bem. Pois é" - está a responder desinteressado. 

Não gostei. Senti que já estava convertido. 

Quando a mais-velha chega, sei que é de começar logo a descascar-me em cima. Nota-se até pelas risadas. Comprei flores que estavam em promoção. Gosto de ver a casa com elas e comprei porque me fazem sentir bem. Fiz duas jarras (a terceira foi dois dias antes) e coloquei na sala. Flores duram pouco, por isso não é algo que fique ali para sempre, a incomodar quem não goste de as ver.



Claro que a mais-velha tinha de descascar em cima da "novidade". Mas eu estava no jardim, não quis ouvir. Intencionalmente mantive os phones nos ouvidos, para nem sequer ter consciência do que provavelmente ia se passar. Mais uma sessão de "cheguei, vamos descascar na portuguesinha".  O que ela fez hoje? Deu um passo para a esquerda ou para a direita?

Mas depois pensei melhor e achei por bem recorrer ao velho gravador. Quando entrei na sala, ela cumprimentou-me assim. "Olá portuguesinha, estás boa?" - uma simpatia que só denuncia que a descasca foi das boas e estava a decorrer naquele preciso instante.

Subi ao quarto para ir buscar o gravador e discretamente deixá-lo no tampo da mesa. E fugi de volta para o jardim, sabendo perfeitamente que iam continuar a falar mal de mim só porque sou indesejada. Quando decidi entrar para subir para o quarto, já a mesa estava posta para dois, com uma garrafa de vinho ao centro. E o "casal" estava no sofá a ver televisão. Nunca que um deles me convidou para partilhar uma refeição com eles. E sempre recusaram o que lhes oferecia. Praticamente não me falavam. E depois a má sou eu??

Sinto que estão a preparar-me alguma. Uma armadilha, para finalmente me expulsarem daqui. 
Fui escutar o gravador. 

Fiquei pasma. Não entendo italiano, mas algumas palavras e encaixe das mesmas percebo. Algo sobre "ter uma mala de cartão à porta, ir embora e eles todos felizes iam logo certificar-se de enviar um texto ao "chefe" (que é o rapaz mais novo que assim que chegou a esta casa mudou a dinâmica e "chumbou-me" como inquilina).  Essa parte gostava de entender melhor. Mas o meu amigo italiano - que era outro tópico sobre o qual ia escrever, já não se interessa por manter o contacto. O tal que, por causa dos conflitos que teve na outra casa, eu acabei por apanhar de tabela e o tal que eu ajudei e apoiei quando mais necessitou. Agora sou eu a precisar de ajuda - escrevi-lhe faz uns bons meses, dizendo: "preciso da tua ajuda". Respondeu-me, dizendo que era complicado, não tinha tempo, tinha muito trabalho e... estava a viver com a namorada. Ora, o que é que eu tenho a ver com isso? Será que pensa que o contactava para outra coisa?

Estou só.
E cercada de gente hipócrita e mal intencionada.

A gravação revelou-me muito mais.

É por tudo isto que mergulho no trabalho. Mergulho e mergulharia muito mais se possível fosse. Por mim trabalhava o dia inteiro e só vinha a casa dormir para acordar no dia seguinte. Mas a época baixa já começou. E esta semana, contava ter a agenda cheia mas tive os trabalhos cancelados. Isso já me colocou um pouco em baixo ânimo. Cheguei a ponderar estender as férias e só não o fiz, por contar estar a trabalhar. Precisava de mais tempo, pois aproveito-as para ir a consultas médicas.

Mas o que desencoraja mesmo é a reação dos italianos. Não demorou nem 12h. Basta verem-me em casa num dia de semana e já começaram a dizer que estou desempregada. Este que acabou de chegar, emulou o comportamento do outro e perguntou: "Dia de folga?".

Só querem saber se vou cá estar ou não. Se me vêm durante o dia em casa, parece que lhes incomoda. Também cá vivo. Podem não gostar mas embora se comportem como se a casa fosse só deles, onde só italianos são bem vindos, eu também posso ter um dia de semana off.

Que mais me disse a gravação? Confirmou o quão vesperina é a mais-velha. Uma mulher cheia de veneno, intriguista, mentirosa, má. Já me descascou diante do novo inquilino de todas as maneiras, não deixou nada por contar. Foi buscar  coisas do arco-da-velha. Na verdade, não há muito a dizer. A maioria são coisas singelas que eles extrapolam para tentar ter algo pesado.

Todas as minhas acções estão sobre escrutínio. Por mais bem intencionadas e banais que possam ser. E condicionam-me. Se limpo a casa, sofro comentários depreciativos. Se mantenho-me isolada, sofro comentários depreciativos. Não há nada que eu possa fazer que estas pessoas não distorçam para o lado feio, mau, porco. 

Na gravação ela contou que eu estive desempregada de setembro até Março. Seis meses! - exclama o outro. O que é que ela tem a ver com isso? Paga-me as contas, por acaso? Para quem dizia que não falava da vida dos outros saiu-se cá um pinóquio!!!!

E o controlo? Está sempre a controlar, a detectar o que faço, como faço, o que como, o que compro... Chiça! Agora fale eu o que falar com o novo inquilino, este vai correr a contar à mais-velha e a todos os restantes, igualmente no mesmo tom depreciativo. Já não posso passar do "olá". Ousei perguntar sobre viagens e ele mencionou que no natal são caras, ao que concordei. Na gravação oiço-o comentar isso, como se decepcionado que não vá fazer um esforço para ir embora no Natal.

As passagens já estão compradas faz meses. Mas não deixam de ser caras na altura, que foi o sentido da conversa. A questão é que qualquer palavra, acção, não acção, está sobre escrutínio e será motivo de conversa à mesa de jantar. Não é para tanto! Deixem-me em paz. 

Ela também lhe contou sobre o trinco na porta - que eu coloquei quando estava sozinha e senti-me mais segura. Mas ela contou que eu fecho a porta como se fosse a dona da casa, que os outros iam entrar e deram com o trinco... Não foi nada disso. Nunca é maligno como fazem soar. O trinco estava na porta e eu ia para o tirar, contando que alguém aparecesse, quando a rapariga enviou um texto a perguntar se podia trazer uma amiga para dormir cá na casa. Respondi-lhe e levantei-me logo para tirar o trinco, quando escuto o barulho da chave a entrar na fechadura. Ou seja: o "pedido" foi feito já à entrada de casa, com a "visita" que supostamente pedia autorização para cá ficar já pronta para cá dormir. E nessa noite - nem meia-noite era, elas entraram e sem cerimónias, a gaja abriu a porta do armário que me foi dado no corredor e empurra para dentro uma mala de viagem. Isso, essa invasão de espaço privado, sem perguntar, sem nada, não consideram falta de educação ou prova de que se julgam donos de tudo. Principalmente tendo ela o quarto maior da casa!E existir um armário para arrumos no andar de baixo. A mala não cabia em nenhum outro lugar??

Ela disse-lhe que eu tranquei a porta eram 3h da manhã! Como se eu fizesse uma coisa dessas alguma vez! Sabendo que ia deixar de fora alguém? Jamais! Coloquei o trinco durante o dia, quando estava no jardim e cada barulho que escutava me deixava sobressaltada. Levantei-me várias vezes para verificar a porta e se alguém aparecia. Com tanta gente que entra e sai desta casa, com cópias de chaves que eles já devem ter distribuído a tantos, e com um gajo bêbado que tentou forçar a entrada, não me senti segura. Acho compreensível e não me parece motivo para escárnio. Principalmente em época de férias que é quando os gatunos andam por aí à procura de fechaduras vulneráveis...

Não vejo qual é o mal e desagrada-me que coloquem malícia e anormalidade em tudo o que faço.

O que vocês me aconselham?

Ela chegou ao ponto de gozar com a quantidade e o tipo de comida que como! Mas quem é ela para se intrometer? Nem devia olhar para as minhas compras, não lhe diz respeito. Nem sequer divide o frigorífico comigo! Quem é ela para estar a minunciar se compro 1kg ou meio quilo de batatas?? Eu por acaso faço pouco caso do sítio que ela escolheu para por as suas? Em cima do tampo da área de lavar a roupa, deixando ali ficar coisas por meses? Tudo uma bagunça, desorganizada, assim como as quatro cinco embalagens vazias de detergente que gosta de manter. Tem telhados de vidro, mas pensa que são de puro cristal!

Contou-lhe que eu não gasto dinheiro, porque compro comidas em promoção e trago quantidades elevadas. Também controla as minhas finanças!!! Gozou-me pro comprar mais do que preciso, criticando-me por adquirir mais do que consigo consumir. No entanto se comprei "a mais" ocupei apenas o espaço que me foi designado - UMA prateleira no frigorífico. Não tenho as coisas espalhadas pela bancada, como eles fazem. Acho que cai por terra a difamação com esta constatação. MAS QUEM ELA JULGA QUE É???

Eu por acaso ando a controlar o tipo, género e quantidade das compras dela? Mas quem em seu juízo normal faz uma coisa destas e tem a lata de meter defeitos nos outros??

E isto, fazendo referência a uma situação que aconteceu apenas no início, quando me mudei para esta casa, faz mais de ano e meio! Quando descobri as promoções e, inocente e ingénua, mencionei-lhes e disponibilizei-lhes o que comprei caso precisassem. Estava sempre a disponibilizar coisas, compradas em promoção ou não, achando que era uma simpatia minha, mas em troca estava a ser tratada com desprezo. 

Cozinhava querendo partilhar e nunca aceitaram. Também ocupavam a mesa e nunca sequer disseram. " Olha, não comes o mesmo que nós, mas senta-te aqui connosco". 

Tentava iniciar uma conversa com eles e não existia reciprocidade. 

EU sou a vítima aqui. Não o carrasco.
Estou tão cansada...
Ou eu sou péssima pessoa e não entendo (ninguém se fixa a mim) ou o meu mal é mesmo ser incapaz de ser má pessoa, ser demasiado boa pessoa e não tenho defesas. Não sou agressiva, pois isso intimida os outros. Por alguma razão, não sou daquelas sortudas que faz com que outros queiram estar por perto. Sou das azaradas, que faz com que todos queiram magoar, pisar, dinamitar. 

AARGGHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!




Propaganda enganosa


Ontem acordei muito cedo. Pelas 7.30 dirigi-me ao Hospital para tirar sangue. No regresso, deu-me para pegar na vassoura e comecei a varrer a sala e o anexo. Sabia que ainda estavam três pessoas a dormir. Pelo que fiz por ser silenciosa. O que implica não usar o aspirador.

Varri tudo detalhadamente, removendo migalhas de todos os cantos. Depois apanhei a sujidade com a pá e vassoura menores. Coloquei água quente no balde e despejei no interior três detergentes diferentes. Passo a explicar: a mais-velha gosta de manter embalagens vazias. Tem quatro de detergente e amaciador para a roupa em cima do tampo da máquina de lavar, totalmente vazias e, para não surpreender, também fui encontrar algumas vazias no armário. Então nunca sei quando vou encontrar coisas cheias ou vazias. 

Peguei na lixívia que comprei - estava vazia. Peguei na outra - vazia estava. Só saiu de cada uma gotinha. Uma outra embalagem de limpeza de superfícies - também vazia. Coloquei as três em cima do tampo da cozinha para depois as deitar fora.

Quando estava a lavar os cantos da sala - por onde começo caso alguém precise passar, percebi que o chão estava a secar rápido. Por isso passei a esfregona no centro. Nisto desce um colega. Não dá tempo para a área secar. Digo-lhe que pode passar. E ele passa. Depois surge outro, e mais outro. Tomam conta da cozinha e atrapalham a limpeza. Lá consegui lavar a sala e o anexo, mas não consegui passar o pano de pó no móvel e na TV. Nada que não possa fazer no dia seguinte. Mas atrapalhou um pouco. Principalmente porque, ao passar, vi que aquela zona que tinha varrido e lavado já tinha migalhas. 

E as embalagens vazias que deixei no tampo tinham voltado para o armário.

O curioso é que, tento manter um cantinho no frigorífico para guardar uma caixa de ovos. Sei que se vagar o espaço, este é ocupado com merdinhas que nunca saem dali. Por isso, em duas ocasiões, servi-me do último ovo e deixei a caixa no lugar. Até porque era para colocar novos ovos dentro. Pois estes italianos são tão rápidos a perceber o que lhes interessa, que em ambas as ocasiões sem eu dar por ela e em menos de 24h, tiraram a embalagem do frigorífico. Algo que não lhes pertencia e não lhes competia fazer. Se ao menos estivesse ali há semanas... compreendia-se. Mas o que vejo são   frascos e mais frascos de molhos que já devem até ter expirado, porque faz meses que ali se encontram. Isso não deitam eles fora! Não me pertencem. Se pertencesse, era o que lhes ia fazer espécie. Assim, a sujidade, a má arrumação, nada os afecta. Só a caixa para guardar os ovos os incomoda.

Se deitam fora uma caixa para ovos que não lhes pertence e está discretamente no frigorífico, porquê foram guardar três embalagens de detergente vazias no armário??


WTF?
É assim... dividir casa com alguém. Tem de se fechar os olhos a tudo.

Mas e os ouvidos? 
Acho que percebi o mais-recente a comentar à mais-velha, que adora maldizer, que eu estava a lavar o chão sem aspirar. Isso é sacana. Ele não viu o que fiz antes. Quanto mais consideração se tem, menos apreço se leva. Chiça! Mas o que acho mesmo irónico, é que aquela expressão que diz que há quem atire pedras tendo telhados de vidro encaixa aqui perfeitamente. Assim como o "diz o roto ao nu".

Estavam a criticar-me por limpar, dizendo-se melhores, mais perfeitos e metódicos. Mas ainda não vi o rapaz fazer outra limpeza. E para ser sincera, se for espreitar debaixo do sofá, sei que encontro a mesma porcaria que encontrei na primeira vez que limpei a sala. Sei que atrás da TV iriam estar teias de areia e novelos de pó. Concluí - e estas pessoas só vêm a reforçar, que quem muito se auto-publicita como bom em algo, está a fazer publicidade enganosa

A mais-velha andou ali a inventar algo mais, para se fazer sobressair como heroína. Maldizer-me é um seu hobbie favorito. E parece que já abriu caminho com o colega mais-recente. São todos italianos, o que esperar?

Ela é tão hipócrita e não se manca, que andava sempre a contar a história do cheiro nauseabundo a comida, proviniente dos cozinhados de um casal indiano que cá morava quando ela para cá se mudou. Contou vezes sem conta que quando chegava do emprego tinha aquele odor forte e tinha de ser ela a abrir as portas e janelas. Que eles iam lavar a louça quando a viam chegar. 

Ela na cozinha é pior. Faz fritos e não liga o exaustor, não abre a janela, não abre uma porta. É comum o cheiro dos cozinhados durar até 48h e fazer-se sentir até nos quartos. E tem a lata, até hoje, de maldizer a reputação dos indianos contando vezes e vezes sem conta a mesma história. Onde é que ela é diferente? os cozinhados dela são melhores que os dos outros?  Os dela são perfumados com rosas, querem ver? É o velho ditado: "não te mancas"!

Eu só uso o microondas. Deixei de cozinhar no fogão e no forno. Por causa das merdinhas deles. Prefiro assim. É mais rápido e não conto ter muitas chatices. Um destes dias coloquei cogumelos com salsichas por quatro minutos e quando regressei, o rapaz tinha aberto a janela da cozinha! O cheiro ainda nem tinha passado da ventalização, a porta do aparelho ainda nem tinha sido aberta. Mas já "incomodou" o menino. No microondas, nenhum odor dura muito tempo. O que cozinho dissipa-se rápido. E é ele que tem o hábito de ligar o forno por quase uma hora, deixando-o vazio e na temperatura máxima. Só depois coloca coisas dentro. O cheiro é terrível e duradoiro. Quando tomo banho até receio que o cabelo e as roupas fiquem com o odor da gordura e cozinhados. 

E são estas pessoas que censuram os hábitos dos outros.
A falta de noção choca-me.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Insónia, minha amiga certeira, que não me abandonas nunca! Que seria de mim sem ti?


Acabei por acordar à meia-noite.
A hora a que teria de acordar se fosse fazer o turno que cancelei na véspera. Mais valia não o ter feito! Mas é que mais ou menos a essa hora, quando teria de sair de casa para caminhar hora e meia até o emprego, não me parece nada seguro andar pelas ruas. Não tinha pensado nisso quando aceitei este horário. Ocorreu-me apanhar o autocarro. Mas ainda assim, parte do percurso é a pé e os horários obrigam à mesma que apanhe um veículo demasiado cedo, tendo de acordar praticamente há mesma hora quando opto por ir a pé.


A uma semana de ir de férias, não vou comprar passe ou bilhete diário. Ficam caros e não compensam. Então optei por cancelar estes turnos. Só o farei no sábado, a ver como é. Também me deixariam exausta, porque terminaria às 6.30 e teria de pegar no emprego a full time pelas nove da manhã. O que faria entre isso? Além de que o tipo de trabalho que é me deixaria exausta para o segundo. Consigo fazer o reverso: trabalhar no full-time, pausa, e depois mais umas horinhas no part-time. Começo de manhã e chego a casa ainda de noite, o que é prazeroso. 


Ontem foi o primeiro dia de trabalho no novo lugar, gostei. Cansativo qb, mas nada muito complicado. Tive em mãos tanta mercadoria cara que dava até para enjoar se todas aquelas 1000 unidades de calçado de marca se transformassem em notas de 200 euros.


Temo que não me queiram lá porque percebi que daqui a uma semana estou de férias. Têm de me substituir e isso implica lá colocar outra pessoa que, provavelmente, depois não quererá sair - caso eu queira permanecer. E depois, sou mulher... Temo sempre que isso pese contra mim. Mas vi lá outra mulher a trabalhar - embora pela etnia desconfie que seja conhecida dos donos, que são chineses.

E é isto de novidades!  :D


PS: Comentem no post anterior. Quero mesmo saber o que sabem e sentem a respeito desta nova forma de interagir entre os jovens (e não só) à procura de romance.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

As redes sociais mataram o romance


Tenho reflectido sobre o papel das redes sociais nas relações de namoro. 

Não tinha até hoje percebido o quanto os hábitos de "corte" deram uma volta de 180 graus. Por causa da tecnologia. Já não se escrevem "cartas de amor", ou se fazem serenatas à janela, algo que foi mais presente e marcante numa geração que nem é a minha. Garanto-vos: tudo se tornou mais frio e cruel. Até mesmo impessoal. O que devia ser contraditório, quando a facilidade de hoje em dia para se chegar ao envolvimento físico é tão evidente e indiscriminado. Contudo, está a perder-se o contacto humano. Os olhos-nos-olhos e o respeito pelos sentimentos dos outros. Cortejar alguém tornou-se um ritual frio que facilmente opta pela crueldade. É mais a ilusão de intimidade que se está a vender.

Pobres jovens!  
Sinto angústia só de pensar por aquilo que as novas gerações podem vir a passar. Temo pelas duas adolescentes na família, que já estão mais que na idade de namorar, contudo, disseram-me, com voz segura: "Não há nada que preste".

E podem ter toda a razão. Esse é o meu MEDO.



Como cheguei a esta constatação?
Estava na internet quando decidi visualizar um vídeo de um "coach" sobre relações afectivas. Do género que explica e dá conselhos às pessoas confusas com as atitudes de outras de quem gostam. "Devo escrever-lhe?" "Ele gosta de mim?" "Porque não me contacta?"- queriam tantas saber.


Isso ressoou um pouco e então fui espreitar. Para meu espanto, os comentários que li nos sites eram TODOS (e tantos) a contarem histórias pessoais, todas com um denominador comum: Mulheres que conheceram um homem online. Iniciaram uma conversa por chat durante meses, sentiram-se envolvidas, marcam um encontro, umas saíram com o rapaz mais que uma vez,  outras só uma. Subitamente ele deixa de se comunicar com elas. As que tiveram sexo também tiveram o gajo a responder da mesma forma: com silêncio. Tendo acontecido até com quem namorava oficialmente com aquela pessoa e subitamente recebe o tratamento da invisibilidade. Cortam qualquer contacto e deixam de se comunicar. Mudam de comportamento. Mesmo aqueles que têm a cortesia de responder, fazem-no de forma vaga ou não direta. Deixando a mulher a pensar se aquilo tem volta ou não. Se ele só precisa de tempo. 

Fiquei surpresa por quase todas, acho mesmo que todas, mencionarem que conheceram a pessoa online. Hoje em dia é assim que as pessoas começam uma relação: através de um computador! Mas é que falam disso como se fosse a forma natural de acontecer. Como se não existisse outra!!! Como se todo os afectos precisassem ser filtrados com a tecnologia pelo meio. Vão a sites como o Tinder para "conhecerem" parceiros. É assim que se faz hoje em dia. Eu estava totalmente a leste disto!

As redes sociais vieram para facilitar ou para destruir a fé das pessoas nas relações humanas?
Temo pela segunda hipótese. Até mesmo "ele" cansou-se de me repetir que os "jovens estão cada vez mais sozinhos". 

Não é assustador?
Cada vez mais sós, cada vez mais EXIGENTES. Elaborando listas de IDEAIS mais próximos da fantasia do que da realidade. Sinto pena.

Vi pela miúda que viveu nesta casa. 24 anos, bebia álcool até ficar bêbada e fornicava que nem um animal no cio com quem simpatizasse online ou nas saídas nocturnas. Falava dos gajos como se fala de um produto no supermercado. É esta a "cultura" da moderna juventude. A forma como interagem uns com os outros. Ela procurava e lamentava não encontrar alguém "rico que lhe fizesse as vontades" porque "merecia". Mas entretanto, optava por este tipo de relacionamentos e também ia descartando gajos com base no nível de atracção física através de fotografias numa app.

Tudo tão fast-food. (Sem sabor, só aparência, e de consumo rápido e insatisfatório). Ela era "consome rápido e deita fora", tanto  tratava assim os gajos como se deixava ser tratada de igual forma. Aceito este estilo de experimentação, mas sinto que não é por aí que alguém vai encontrar uma avassaladora paixão, um parceiro amoroso, que a vai fazer sentir nas nuvens. Não é por abrir as pernas a tudo o que é gajo ou manter três opções ao mesmo tempo que aumentas as possibilidades de acontecer o  "milagre" do "amor para toda a vida".



O rapaz aqui de casa, com trinta anos, nunca se apaixonou por ninguém. Tem agora uma gaja mais recorrente e ouvi-o brincar com isso. Sempre manteve uma one-afternoon-stand, ia para a cama com todas, apenas uma vez. Dificilmente uma segunda - não fossem elas começar a achar que têm direitos. Depois de dormir com elas, não as quis mais. Numa ocasião cumprimentei uma destas miúdas, que era mais faladora, e quando lhe perguntei o que fazia, respondeu-me que era professora de fitness mas que seria por "pouco tempo", porque dali a seis a oito meses ia mudar-se para Nice. E lançou um olhar cúmplice ao rapaz. Eu percebi de imediato, mas nada disse. Já tinha visto tantas a entrar e a sair e duvidava que ela fosse mais do que mais uma de «foda única» na lista dele. Ia servir para o propósito que a trouxe até a casa, nada mais. Mostrou achar que ia com ele para Nice - que é para onde ele planei-a mudar-se a trabalho, daqui a dois meses!

O que me dizem disto? Não é assustador? Acho que mete medo.
Vocês têm filhos novos, netos... não temem por eles?

A facilidade com que se usa as redes sociais para se magoar e descartar os sentimentos alheios. Isso tem de transformar as pessoas em algo diferente das crianças "fofas" e respeitadoras que tanto nos esforçamos que sejam. Hoje vi um cartaz a dizer: "Triste é quando partilhar comida tornou-se mais assustador que desperdiçá-la".

E fiquei triste com esta constatação. Porque é tão verdadeira e tem implicações sérias nas relações humanas. Antigamente partilhava-se o lanche, trocavam-se sanduiches, cada qual bebia do mesmo copo ou dividia uma peça de fruta. Esse simples acto ajudava (e muito) as pessoas a se conhecerem e a simpatizar umas com as outras. Um acto de bondade. Hoje em dia se eu quisesse partilhar o (imenso) gelado de copo que comprei, porque era demais para mim, sei que nem vale a pena estendê-lo a alguém. Todos temem que a oferta venha envenenada ou, simplesmente, porque já teve a colher que levei à boca ali enfiada, tornou-se "sujo, perigoso, repulsivo". 

Esta simples alteração de comportamento já prejudicou as relações humanas a nível das amizades, das vizinhanças. Já não se bate à porta da vizinha para pedir um copo de farinha emprestada. Hábitos saudáveis de convívio, perdidos ou em extinção. E agora, a tecnologia vem dar como que a facada fatal na já muito fragilizada interacção humana.

Recordo-me dos filmes futuristas, que retratam a tecnologia como algo que vem substituir o lado físico das relações, mas compensar com o lado emocional. Descarta o sexo, mas faz as pessoas passarem por emoções fortes de ligação psicológica. Duvido muito que o futuro tenha adivinhado correctamente o papel da tecnologia nas relações de interesse amoroso. Acho que facilita demasiado a crueldade e nada faz para tornar as pessoas mais carinhosas, atenciosas. Pelo contrário. Torna-as secas, desconfiadas, dessensibilizadas e descrentes.

Deus nos valha.

domingo, 15 de setembro de 2019

Pedras no caminho



Vi estas pedras na calçada e achei que representam as amarguras pelas quais já passei na vida. Todas elas. Não há nenhuma em excesso. Pareciam indicar-me cada decepção, cada sofrimento, cada obstáculo. Se for uma por cada dia de vida, talvez não ande longe de um número aproximado. 

Não tenho uma séria doença para acenar como bandeira de flagelo e sofrimento. Não tenho tragédia fatal em que estivesse envolvida. Nenhuma experiência de quase-morte. Ninguém se matou por minha causa nem matei ninguém. Não perdi bens materiais em nenhuma tragédia natural.  

Não tenho este tipo de dramas, mas tenho muitas pedrinhas, tal como estas nas imagens. A maioria das pessoas deve ter uma ou outra pedra maior, do tamanho de um ovo de dinossauro. Mas depois o resto do percurso é mais ou menos plano. Essas planícies são os momentos de sorte e fortuna. O grande ovo de dinossauro é um obstáculo visível, reconhecido à distância tanto por amigos quanto por rivais. Ninguém pode dizer que aquele senhor pedregulho não é um obstáculo óbvio na vida de alguém! Ele está ali, para todos verem, todos conhecerem. Centram-se no ovo, não nas planícies.



Mas o percurso de muitos é cheio de pedras menores, plantadas mais ou menos espaçadamente umas das outras. O meu tem sido assim: como um tapete em pedra. Pequenas, mas cada uma difícil porque, plantadas umas atrás das outras, não permitem a existência de planícies. Há pouco sol e muita sombra.  


sábado, 14 de setembro de 2019

A jeito de shiuuu



Coisas minúsculas que ainda trazem lembranças


O som do elástico ao ser esticado para manter a caixa fechada - conduziu o meu pensamento até ti.
Plin, plin, plin!

"Sim, está bom".

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

E acabou

.. o novo emprego.
Segunda-feira começo num outro.

E o novo colega, ao saber disso, ficou logo decepcionado. Então não é que me enviou uma mensagem de boas-noites? Quando a vi de manhã até exclamei: "Porra! Outro?!".

Mas mantive a distância sem ser rude. Não lhe disse que não podia me ligar, quando afirmou que tinha o meu número e podiamos ir beber um copo. Mas também não disse que podia. Expliquei que estaria a trabalhar o dia inteiro até as férias - o que é verdade. 

Quando soube que eu não ia ficar por ali foi ter com um colega e começou a falar da dificuldade em encontrar uma mulher e que tem de se pagar para ir ao site tal... e o outro disse-lhe para usar o Tinder. Ficaram de sair para ir beber uns copos no fim-de-semana e já se sabe o que isso significa. 

Andam TODOS à procura de algo especial. De carinho e amor. 
E quando surge, há quem desperdice!!

Dois cisnes, tudo casais...
Hoje, num parque

Quanto à agência, nunca me tinha acontecido encontrar uma que realmente dá emprego para as pessoas. Nem que seja por uns dias. Por isso estou a gostar bastante. O meu "coach" é atencioso, sabe o que faz. Parece preocupar-se em encontrar a coisa certa para a pessoa que tem em mãos - dentro do que tem de oferta, é claro. Cada vez que é preciso comunicar algo, a resposta vem de imediato. É fantástico e nunca na vida encontrei uma agência de emprego que funcionasse assim. 

Isto evita que esteja mergulhada em depressão. 


Ele não entendia porquê me preocupava tanto com ter de procurar emprego. Admirava-me por sair daquele e ir para outro, mas não era para ele manter dois. Nem um full-time ele queria! Quanto mais dois... Disse-me que não devia preocupar-me, pois aparece sempre outro qualquer, a agência arranja. Mas a minha experiência nunca foi essa. Nunca. Tenho trauma desde de Portugal. O meu ADN sente a angústia por antecipação. Sente temor, receio, medo de voltar a sentir o impacto da rejeição atrás de rejeição, do silêncio, da ausência de entrevistas e de trabalho.

Acabei por sentir à mesma o impacto do silêncio e da angústia... mas de parte dele. Agora? Nem me preocupo com o arranjar emprego. Bem... não tanto, pois começo a sentir que irei sempre encontrar algo. E isso muda radicalmente a perspectiva de uma pessoa. E também aquilo a que gostava de dar prioridade. 





Ir de boleia para o emprego


Queria apanhar a boleia com o cabelo solto. É tão rara a oportunidade de andar com ele dessa forma. Mas não vou. Porque ele gostou de me ver assim e já me enviou uma mensagem a dizer que sou engraçada e o faço rir.

Não vou cair nessa novamente. Nem dá.
Ele não é o outro e, se alguém mais aparecesse, tinha de possuir algumas características que todos os que me apanharam o coração tiveram em comum. O que é raro de aparecer. E mais raro ainda, encontrar quem tenha esse denominador comum e não seja cruel na sua natureza.


Selva de betão ou não...

Uma coisa que me surpreende em Inglaterra (ou pelo menos aqui nas redondezas) é perceber que a Câmara não faz a devida manutenção dos espaços. Pelas ruas vê-se a vegetação a tomar conta. É a esquina cuja sebe está torta e toda tomada conta pelos arbustos, são os passeios junto a zona vedadas que revelam ramificações de verde ao ponto de dificultar a passagem dos peões. 




Vejam só nestas imagens, como está o passeio. Estes ramos estendem-se de uma forma intimidante. Mais parecem uma das criaturas alienígenas que surgem num daqueles filmes de terror de série B. 


E por falar em filmes de alienígenas, olhem aqui um tão bom:


quarta-feira, 11 de setembro de 2019


Gosto bastante de encontrar este tipo de vídeos sobre as impressões de quem aprende outra língua e vai viver noutro país. E esta moça, mais o parceiro, revelam uma dinâmica interessante.


O mandarim é como o inglês e não existe género.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

A culpa é do Pedro...


...Coimbra :)
Escutei e adorei. Já ouvi todas as que há no youtube :))




segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Noutro dia no autocarro...



Avistei este senhor e reparei na sua roupa de trabalho. Está certo, também eu uso a roupa em pior condição para ir trabalhar, se a função requer esforço e sujidade. Mas.. uma camisa rasgada desta maneira?
Ao menos o buraco que tinha nas calças jeans foi devidamente costurado e assim que chegarem as férias as calças já estão prometidas ao contentor de reciclagem.

domingo, 8 de setembro de 2019

sábado, 7 de setembro de 2019

Alguém conhece um male prostitute?


Se eles podem ir às "meninas", porque é que elas não podem ter "gajos"?
Dava jeitinho agora, sem compromisso, só para aprender ou reaprender como é.
Pura transacção "comercial".

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Longe da vista, longe do coração


Quatro da manhã e eu desperta, que nem o sol.
Adormeci depois da meia-noite. Isso tenho a certeza.


Quantas horas ando a dormir??

Não admira que tenha rugas debaixo dos olhos! Tem sido assim a minha vida inteira, desde a mocidade: poucas horas de sono. Não se pode pedir à fada da beleza que nos mantenha jovens e atraentes para sempre quando as circunstâncias de uma vida beneficiam outro resultado.


Mas venho só escrever que me sinto mais optimista. Pois pela primeira vez numa semana inteira, quando agora despertei, o meu pensamento não se fixou "naquilo" nem a primeira coisa que senti foi angústia e lágrimas. Lá diz o ditado: "longe da vista, longe do coração".

PS: São ambos verdade. A primeira ausência indicou a presença da paixonite. O afastamento parece estar a permitir a cura... Que bom! Porque a sensação que dá é que se trata de uma doença incurável que nos está a matar a cada pulsar do coração. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Quando as líricas tocam o sentimento



O meu coração estava tão (confortavelmente) aposentado.

PS: as letras das músicas da Mariza Monte estão a mexer com o meu sistema nervoso!

O emprego

O emprego terminou faz menos de uma semana. Mas já sinto como se tivesse sido há seis meses. 


Terminou e percebo, que me deixou vazia. E não sinto falta. 
Ao contrário do que temia. 


Em cada função que desempenho, dou o melhor de mim. Tento fazer o máximo que posso, auxiliar todos, ser obediente, fazer até mais do que é a minha função. Incomoda-me quando existe possibilidade de trabalhar em equipa e alguém se recusa, por não ser a "sua" função. Para mim, tudo é uma unidade e se der para trabalhar em algo mais, ainda melhor. 

Mas é comum escutar que não se deve ser assim, que não é para nos esforçarmos tanto... Mas esforço-me. Trabalhar está em primeiro lugar. No trabalho, trabalha-se. 


Agora e depois de tudo, o que tenho? 
Onde está o trabalho ao qual me dediquei e porquê não existe mais para me ocupar o tempo e a mente?


Custa-me perceber que estou errada. Foi-me incutido na mente que faz bem e é de louvar trabalhar arduamente e é isso que faço, e bem. Mas para obter o quê???

Depois cruzo-me com pessoas que fazem do mínimo os mínimos e "cagam-se" para o trabalho a cada oportunidade. Algumas até o fazem de forma a parecerem que trabalham muito. São os que ganham bónus no final do mês e tal... 


Eu sei que estou errada. Mas cada vez que começo num novo emprego, esqueço-me. Dou o melhor de mim. Por vezes até me apetecendo conhecer melhor este ou aquele colega. Mas estou ali para trabalhar... E fico a aguardar melhor oportunidade. 


Dei prioridade ao trabalho enquanto trabalhava e não à pessoa. Devia ter feito exatamente o contrário. Mas não consigo! 

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Providência?


Contava ter uma boleia de uma colega quando saí do emprego de noite. Mas ela não esperou e foi-se embora. Só fiquei aborrecida porque ela quis que eu fosse com ela ao escritório enquanto se informava de algo e isso tirou-me 15 minutos do tempo que dispunha para caminhar a hora e meia até casa.  Lançada na empreitada, atravessava a primeira rotunda quando uma carrinha preta para do outro lado da estrada e um homem diz algo na minha direcção. Ignoro. Não consigo perceber quem é, não conheço, não quero saber. 

O condutor avança ao sinal verde e para mais à frente, voltando a falar comigo. Desta vez tive que olhar. Era um colega. Só lhe falei uma vez, faz umas semanas e, novamente, naquele mesmo dia, ele veio ter comigo porque lembrou-se do meu interesse por expressões de calão na língua inglesa e veio dizer-me que quer dar-me um livro. Atravessei então a estrada e aceitei a boleia dele. E pareceu-me que deu a boleia por gosto, sem esperar receber algo em troca, o que é cada vez mais raro vindo de homens. 

Não deixei de pensar que Deus providencia. 


Por isso fiquei a reflectir nas visitas que recebi ontem. Que outro embaque me aguarda? 

Bateram à porta enquanto reflectia no que me atormenta. Ao abrir apresentam-se duas testemunhas de Jeová. Claro, falaram de Jesus, da Bíblia, fizeram-me perguntas cujas respostas pareceram agradar-lhes e surpreender, e deram-me os seus contactos. Caso precise de falar sobre Jesus e saber as respostas - disseram-me. 

A verdade é que o meu instinto preparou-me para o impacto do que pode estar para vir. Achei que aquilo era como que um sinal para me fortalecer, pois vem aí fortes tempestades.

Depois desta semana - sei que não morro, não fisicamente, pelo menos. Mas sinceramente, não sei porquê tenho sempre de passar por decepções inesperadas e ser maltratada sem merecer. 

Venha a tareia!

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Psicologia das bananas


Ela cerca-se com coisas de crianças. Veste pijamas da Barbie. Os edredons que tem na cama mudam constantemente, mas mantêm uma constante temática: harry potter, little ponney, barbie.

Ela fala com uma voz esganiçada meio que infantil, meio que sedutora. E ela tem 30 anos.


Falo de uma das colegas da casa. Cedo percebi que tem preferência por girly-things e isso se manifestava até na forma de agir e comunicar com os outros. O que por vezes tornava o som da sua voz um pouco incomodativa, por falar tudo em voz alta e ter sempre aquela entoação intencionalmente infantil, quase sempre de mãos-dadas com risadas algo planeadas e também excessivas.


Mas ela agora tem outro brinquedo: um namorado.
E subitamente o edredon da cama passou a ser listado de preto e branco. Já não sei se é ela que está em casa ou outra rapariga, porque quando fala esquece de o fazer alto e com aquela voz em tom infantil e esganiçada. 

Também me pareceu que alterou o comportamento.


Menciono-o por achar curioso como as pessoas se comportam.
Bem que suspeitei que aquele gosto revelava solidão, insegurança e anseio por intimidade. Daí reverter para uma altura em que foi criança e sentia o imenso amor, proteção e carinho dos papás.
Precisava disso, desejava-o, mas não o obtinha. Então foi buscar de volta um comportamento algo infantil e cercou-se de produtos de criança mimada. 


Será que dava uma boa psicóloga?

Pagar para trabalhar



Surpreendeu-me descobrir que existe corrupção no local onde trabalho, a nível de quem vai trabalhar e por quantas horas. Aqui existem contratos em que te chamam para trabalhar quando têm necessidade. Acontece que, existem uns que aparentam estar sempre a ser chamados e outros que, com sorte, conseguem um ou dois dias durante a semana. 

Descobri que alguns gerentes recebem dinheiro dos trabalhadores para serem chamados para fazer turnos. E há quem faça três turnos num só dia!


Pagar para trabalhar...
Ao que chegamos, meu Deus.

(E dizem que este é o país das igualdades onde os direitos legais dos trabalhadores estão protegidos. Pois fiquem lá com esta! Ao invés de entupirem os "non-ticiários" com Brexit "sai e não sai" da cepa torta, deviam dedicar-se a noticiar coisas mais importantes, que ajudam o povo a clarificar as ideias, a sentir que têm uma plataforma com a qual podem contar em busca de justiça).