quarta-feira, 30 de junho de 2021

Contra a idolatraria

 

A fama surge pela quantidade de adulação oferecida pelo público a figuras que se destacam em alguma área. 

Quando vim ao mundo já se ouvia falar de "Amália", "Eusébio". 

Não sabia nada sobre estas pessoas, sem ser o trabalho que faziam e que se destacavam nele. Uma era uma "grande fadista" e que levou a "bandeira de Portugal" lá fora. Fez filmes. Antony Quinn tinha interesse nela e tudo. A outra, um grande jogador de futebol. Uma lenda. Cheio de recordes. Jogou no estrangeiro destacando-se dos demais. 

Estas duas "lendas" nacionais - tão lendas que ficaram conhecidas apenas pelo PRIMEIRO NOME, eram isso mesmo: figuras públicas muito admiradas por quem seguiu de perto as suas carreiras e que elevaram o país junto com isso, lá fora.

Só vim a ter um melhor entendimento da carreira de Amália cerca de uma década depois da sua morte. Vi programas em que ela apareceu, li sobre a sua pessoa. E hoje descobri o Eusébio. Através deste vídeo. 


Digo-vos: Eusébio e Amália seriam duas pessoas que ia gostar de conhecer e conviver com. 

Não pelos feitos extraordinários que os tornaram famosos. Mas por aquilo que demonstram ser. Boas pessoas, humildes, que não se acham nada de mais. Reconhecem os seus feitos, gostam, sabem que foram especiais mas no fim das contas... não se acham particularmente especiais. Não o sentem. São humildes.

Não sei se esta postura é algo mais comum de se encontrar na geração a que ambos pertenciam - julgo que é um facto de influência sim, porque não consigo encontrar paralelo com alguma figura pública activa no presente. 

 Vem à mente uma frase atribuida a Fernando Mendes (O que apresenta o Preço certo): "Eusébio era o maior do mundo. Ronaldo é o melhor do mundo".

Que forma inteligente de colocar as coisas. 


Agora os restos mortais de ambos encontram-se sepultados com honras de Estado no Panteão Nacional. Onde só figuras de grande destaque descansam. Suspeito que não é o lugar onde gostariam de estar. Isto é gente que gosta de estar com os seus, entre as multidões, com uma casa cheia, e não isolados e idolatrados. 


Questão: Acham que, quando a hora chegar, Carlos Lopes e Rosa Mota poderão vir a ocupar o Panteão?

terça-feira, 29 de junho de 2021

A cadeira e o gajo

 A M. Continua a exibir a sua hipocresia. 

Num destes dias falava com ela sobre ter pessoas que nao pertencem à casa a viver nela.  Percebo a expressao facial dela. Ficou contemplativa.

Soube logo o que estava a pensar. A M nunca fala de outra pessoa que nao dela mesma. Quando trouxe a conversa que o mais recente inquilino tinha uma namorada que ia visitar, logo acrescenta que "nao acha mal" se a namorada viesse ca para casa.

Se acredito que, por ela, tudo estaria bem? Claro que nao!

O verdadeiro sentido das suas palavras é totalmente egoista. O que representam na realidade e que ELA pode trazer pessoas. Os outros nao. Porque se o fizerem, ela reage negativamente. comeca a desfiar um chorrilho de problemas que a presenca de uma pessoa de fora acarreta. A comecar pelo uso do WC. Nao e preciso uma bola de cristal para saber que o seu comportamento era comecar aos pulinhos a queixa-se do odor a "homem", falta de higiene e bagunça.

Nessa noite ela pisou forte como um dinossauro pelo corredor, causando um barulho que, minha senhora, parece quase inacreditavel que possa ser feito por um humano. Depois bate com a porta do WC num estrondo bombastico.  A porta a qual anexei um bilhete "por favor, fechar gentilmente". 

E nisto sai de casa. Eram 22.30h pelo que nao me foi dificil imaginar onde estava o seu foco. Tres horas depois saio do quarto para ir ao WC no mesmo instante em que, muito silenciosamente, ela entrava no seu quarto, seguida por um gajo. Olha para tras e me ve. EU nem.ligo e enfio-me de imediato no WC.

Podia ser supreendente para ela mas nao para mim. Ja sabia o que ela ia fazer assim que abri a boca para contar das minhas experiencias no passado e vi o rosto dela a tomar uma certa expressao.

Pormenor: nao era o mesmo gajo que avistei da ultima vez.

Ha que se tirar o chapeu a M. Numa coisa: se ela quiser um homem, consegue na hora. Como? Nao sei. Deve ter encantos que me escapam. A dizer a verdade, nao entendo bem os meandros modernos de engate. (Se entendesse nao tinha sofrido o que sofri). Penso que nao muda muita coisa. Mas cada pessoa e diferente e, para mim, nao me seduz esta satisfacao momentanea e imediata, que pode ser preenchida com qualquer macho ou femea. Enganem-se se penso que condeno. Nao, porque no fundo consigo entender muito bem que uma pessoa que se sinta livre queira explorar-se nesse campo. O que nao me cai bem e a falta de transparencia, a hipocresia e o condenar de outros por accoes que empalecem quando comparadas as tuas. 

O enfiar um gajo no quarto todas as noites as escondidas, tentando ocultar a sua presenca quando esta e perceptivel a cada acao que o "casal" toma dai a diante. Idas duplas ao WC, actividade nocturna ate horas mais tardias da madrugada e, para meu espanto, odores diferentes no WC.

Tudo aquilo que a M. Se queixa constantemente. Quando e ela a responsavel subitamente ja nada tem cheiro, ja nada de apresenta um problema.

Mas o que me irrita mesmo e que ela tirou uma cadeira que eu guardei na arrecadacao e levou-a para o quarto. A cadeira e minha. Tenho-a used diariamente no jardim e por isso, decidi leva-la para o quarto porque e realmente confortavel e EU preciso de uma para sentar ao computador.

Vai que ela a tirou da arrecadacao ontem, eu pedi-lhe a cadeira e ela ainda nao a devolveu. Voltei a pedir e ela disse "mas eu preciso dela esta tarde". E nao ma devolveu.

Assim que soube que tinha sido ela, alarmes soaram. E nao gostei. Tudo o que a M. Toma para si nunca mais devolve.

Assim tem sido com tudo o que ela consegue por as maos. Espaco nos armarios da cozinha, prateleiras no frigorifico, ate a gaveta no congelador que pertence a um rapaz e que ela ocupou (sem necessidade) antes deste se mudar. Ao inves de esvazia-la como qualque pessoa normal, insistiu em "partilhar". Por meses o rapaz nao teve direito a ter a sua propria gaveta. Porque quando lhe convem ela solta o "partilhar". Mas quando outros precisam de espaco ela nao cede o dela e nem devolve aquele que usurpou. 

E o que mais me irrita e que acho que  nao e coincidencia ela meter um gajo no quarto nas duas ultimas noites e ter tirado a cadeira. 

Deve ser para lhe dar um lugar onde colocar a roupa. 

Quero a minha cadeira de volta!

Recuso-me a deixar a M. Apropriar-se de mais seja o que for. Ela, que tem o quarto maior da casa, ja enfiou um caixote na arrecadacao- que e pequena. Tao pequena que ela queixou-me que estava muito cheia. Como resultado, eu removi la de dentro um balde, dois cestos de verga e dois sacos. Deixei a arrecadacao com menos pertences meus que, de algum modo, consegui enfiar no meu pequeno quarto.

Ela nao pode ver um espaco livre que logo se apropria. Foi colocar mais coisas dela na arrecadacao.

E tal so e possivel porque eu, feita PARVA, gosto de arrumar as coisas. Na arrecadacao, no frigorifico, nos armarios quando alguem deixa a casa. E tambem nao gosto de me apropiar, penso muito nos outros e tomo decisoes com base na divisao igualitaria. Por isso nao tiro mais do que aquilo a que tenho direito.

Mas nao a M. Se toda a casa vagasse e ela pudesse ir ocupando os espacos, ela tomaria todos os quartos, todos os armarios da cozinha, todo o frigorifico e depois diria: "nao tenho espaco suficiente"!




 

sábado, 26 de junho de 2021

O post que nao quero fazer e provavelmente vou apagar.

 La vem o sentimento. Numa lembrança.

E a vontade de lhe falar.

Nada mais.

Ter coisas que ficaram por entender é do catano. Volta e meia voltam. Com sentimento.

Aquele que nada me disse ligou-me passados tres meses. Com o maior descaramento.

Aquele que me disse tanto nunca ligou. Dois anos. Pronto. E isto, aproveitem, vou apagar esta besteira nostalgia assim que me der vontade. 

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Isolamento quebrado para ir colocar o teste no correio

 Estou autorizada a "sair" de casa para ir colocar o teste no marco do correio (especial para colheita de testes Covid).  Lá fui, munida de máscara e óculos. Evito as artérias mais congestionadas de gente, vou pelos caminhos com menos aglomerações e nisto, um homem sentado num banco, ao sentir-me passar, levanta o pescoço, abre a boca e tosse duas vezes de propósito para me atingir.
Mas mesmo de propósito. Não lhe apeteceu tossir e fê-lo no momento que ia a passar. Fê-lo porque percebeu que ia passar na sua frente e ele, como um cão que late, abriu a boca e forçosamente tossiu para me atingir. 

Um acto que considero criminoso, nos dias que correm. 

Mas o que fazer? 
O homem pareceu-me ser um desses que andam à deriva. Ainda assim, não é desculpa. Sacana. A espalhar os seus germes em cima de mim. Intencionalmente. 

Isto fez-me perceber que quero ainda mais permanecer dentro de casa. 
Quem diria? Eu, que nunca fiz confinamento nem a ideia pareceu que encaixasse comigo. 

O que vejo lá fora NÃO ME AGRADA.

Eram quatro da tarde e os pubs já estavam abertos, com as suas esplanadas a ocupar metade do espaço. Já não há "mascarados" nas ruas. As ocasionais máscaras que se vêm já nem estão no queixo: estão no pescoço! 

Os mais novos, que ainda nem vacina receberam e que são a faixa etária que mais gosta de aglomerados e festas, já entram nas lojas sem usar máscara. E ninguém lhes diz nada. 

E pessoas ou items deixados pelo chão das ruas? Denunciando que aquele espaço está a ser reclamado por um sem abrigo? Vi tantos!! Igual ao que estava ou ainda pior ao antes da pandemia. 

Uma rápida passagem pela cidade para ir colocar uma encomenda no marco de correio e devo ter visto cinco situações destas.  

Tudo é para mim uma visão triste e não me identifico com o que me cerca. 

A verdade é que a única coisa que me prende a esta cidade é o meu emprego - e o ordenado que consigo tirar dele. O resto não mais me diz nada. Nunca foi um local muito bonito de se viver - mas para quem não tem automóvel para viver em bairros familiares ditos - sossegados - a cidade cumpre bem o seu papel em termos de acessibilidade de transportes. Cidade por cidade, todas no UK são iguais. Têm as mesmas lojas, as mesmas ruas, as mesmas casas... 


quinta-feira, 24 de junho de 2021

O Negócio do COVID


Viajei para Portugal no dia em que se soube que o UK ia colocar o país, na terça-feira seguinte, na lista ambar. O que significa que o meu regresso não seria mais efectuado com Portugal na lista verde. As implicações são grandes - e daí as correrias de estrangeiros em Portugal para o aeroporto. Pessoas que tiveram de encurtar as suas férias porque não poderem dar-se ao luxo de permanecer em isolamento. 

Essa é a condição de ter um país na lista Ambar de viagens. Ao chegar ao UK, tem de se efectuar um isolamento de 10 dias à chegada

Pensam que é só isso?

Não. Não é. As implicações são maiores.

PRIMEIRA FASE

Para embarcar do UK para Portugal, é preciso efectuar, no máximo até 72h antes da partida, um teste negativo ao Covid. Não é qualquer um teste que é aceite, só o PCR. Custam 100 euros.

 Sabendo que no regresso vão exigir outro, calculo que outros 100 euros serão gastos. No total, 200 euros só em testes ao COVID. Um investimento que achei que valia a pena, visto que sentia falta de Portugal. Saudade e necessidade de voltar a estar sobre a luz de Lisboa, já tão distante e a cair no esquecimento. Tirando esta necessidade física e sensorial, outros motivos mais importantes tornaram a viagem essencial. Burocracias que não consegui resolver à distância, como renovação de documentos de identidade e urgências médicas. 

Pisei na minha terrinha com tudo encaminhado. Só tinha de aguardar DUAS SEMANAS para a renovação dos documentos de identidade na loja do Cidadão. Mas era tempo demais. Bóris Johnson ia revelar, dia 21 de Junho, novas medidas. Temi que ele fosse fechar o espaço aéreo, tal como o fez no ano anterior. Bem organizado, podia suportar os 10 dias de isolamento de modo a não me prejudicar com o emprego. Este é oscilante, variável, pelo menos essa realidade permite-me viajar. Escrevi um email ao serviços de Notariado da loja do Cidadão a pedir (a explicar) porque necessitava de antecipar a data para algures antes do dia 21 - altura em que o Boris Johnson, PR do UK, ia anunciar novas medidas. 

Todos têm medo das decisões do Bóris, porque foram sempre não benéficas e põem todos a correr desesperadamente de um lado para o outro, frustrados por terem os seus planos arrasados. No Verão passado, apenas duas semanas depois de ter decidido abrir o espaço aéreo a Portugal, Bóris anunciou que o ia voltar a fechar.  (lembram-se???).

Eu lembro, porque fui uma das pessoas que correu para o aeroporto para comprar um bilhete - que quase não encontrava em lado algum, muito menos um directo para o aeroporto de meu interesse. Lá consegui com uma companhia aerea na qual nunca tinha viajado ou ouvido falar. Foi a minha salvação, e custou-me pouco mais de 200 euros.

Desta vez, e tendo ele acabado de meter Portugal na lista ambar, temi que voltasse a fechar o espaço aéreo. Todos os naturais e emigrantes trabalhadores que não podiam se dar ao luxo de 10 dias de isolamento já estavam no país, a contribuir para o PIB. Os que ficaram para trás, naturalmente seriam os reformados, os jovens em férias, os "menos úteis".  

O que ia impedir Bóris de fechar o espaço aéreo, que esteve, inclusive, PROIBIDO a viagens não-essênciais? 

Por isso pedi à loja do cidadão encarecidamente para me anteciparem a data em que me poderiam atender, imaginando que haveriam desistências. A resposta foi imediata e a marcação foi antecipada uma semana antes da data inicialmente prevista. 48h antes da temida terça-feira das decisões: dia 21 de Junho de 2021. 

Foi então que antecipei a viagem de regresso para o dia 20. Teve um custo adicional de 60 euros.

A estada em Portugal foi prolífera: consegui ir ao dentista, tratar de assuntos nos bancos, actualizar os meus dados, recuperar um investimento expirado em certificados de Tesouro que tinha realizado seis anos antes - quando os media fizeram um grande alarido sobre aquele ser o último ano em que as taxas de juro valiam a pena e depois tudo ia mudar. Descobri que o dinheiro seria depositado automaticamente na minha conta - uma conta que entretanto foi fechada - exatamente por volta do ano do investimento. 

Quis então saber para onde foi o dinheiro - já que não o recebi. O assunto pareceu-me complicado - com a pessoa a me dizer que o dinheiro foi transferido. Eu já a pensar que a Caixa Geral de Depósitos aceitava dinheiro em contas inexistentes, a imaginar a burocracia que daí advinha, mas tudo se resolveu em segundos. Assinei uns papéis e aguardo que a quantia seja depositada na conta - que convenientemente é nos correios. Não sei se é por isso que facilitaram, não entendo as implicações. Mas posso dizer-vos uma coisa: estou satisfeitíssima com o banco CTT. Nunca nenhum outro banco foi tão simplista e menos inconveniente. Não só não me enchem de marketing, não tentam impingir-me este e aquele serviço, seguros de saúde, investimentos de poupança - NADA. Talvez o facto se explique com quantia baixa que lá tenho. Ainda assim, não me massacram.

O mesmo não posso dizer com a Caixa Geral de Depósitos ou o Santander - que exatamente por não verem grandes números na conta, arranjaram maneiras de me fazerem pagar extras. O Santander então foi asqueroso. A mulher que me atendeu, irascível e abrasiva no trato, chegou mesmo a dizer-me que não tinham interesse em manter contas de clientes como eu.

Uau! 

Voltando ao tema central: O custo de uma viagem de ida e volta do UK para Portugal tendo o Covid como restrição. O que eu não entendi bem nas regras de Portugal ser colocado na lista de países AMBAR, significando que 10 dias de isolamento serão exigidos - é que TINHA DE COMPRAR ANTECIPADAMENTE um outro teste ao Covid-19 para o dia 2 e dia 8 após a chegada. 

Três dias antes da partida para o UK fiz um teste PCR ao Covid. Custo? 100 euros.

Na manhã da partida, não me deixam embarcar. Faltava-me o papel de passageiro. Tinha-me esquecido disso! Como? Não sei. Pensei ter passado tudo a pente fino. Mas não seria difícil preencher um na hora. Afinal, considero-me PIONEIRA, pois o ano passado, cumprindo à risca o que o site do Governo dizia, preenchi às pressas um desses documentos, na altura do êxodo antes que o espaço aereo fechasse, e depois ninguém mo pediu! Fui eu que o mostrei aos serviços de Fronteiras ao chegar ao UK, perplexa que ninguém mo tivesse solicitado em todas as etapas anteriores.

Anyway...

Desta vez, sem esse papel nem embarque fazia. A Easyjet foi bastante clara. 

Passager location form

Seria rápido preencher e poderia mostrar o comprovativo online. (Graças a deus pela internet, a tecnologia e os smartphones). Estou no aeroporto com o check in feito dias antes, pronta a deixar a mala de porão e já a ter de correr para embarcar a tempo.... tendo que passar pela morosa segurança... e perder tempo caso me separem as malas depois de passarem pelo raio-X...

Mas ainda dava tempo. Comecei a preencher aqueles infindáveis dados... até que chego à realização de que se não comprasse um KIT ao teste ao Covid simultaneamente, o passager location form não seria concluído e finalizado

E sem este preenchido, não me deixavam embarcar!

Era obrigatório a compra antes da viagem. 

Não sabia. Pensei que ia comprar o kit à chegada no aeroporto. No mesmo laboratório onde fiz o teste para partir, que fica, convenientemente localizado a dez passos da saida de passageiros. Às pessoas que perguntei informações antes de viajar, só me souberam dizer que não sabiam, que tinha de consultar o site do governo. O que fiz. Mas de alguma forma, esta noção de compra antecipada ou simultanea não surgiu. Para ser sincera, acho que não está bem explicada. Porque poderia tê-la comprado antes mesmo da viagem, caso soubesse que não podia comprá-la no regresso. 

O site do passanger location form fornecia um link com inúmeros, centenas na realidade, de nomes de LABORATÓRIOS que providenciavam o KIT. Carreguei no primeiro existente, estava com pressa. Tanta pressa.... E muito calma para a urgência com que deparei. Depois de colocar os dados do número de cartão de Débito, etc, etc.. carrego para finalizar e não é permitido. 

Fico atónita. Tento cinco vezes mais. Os minutos a passar, a consciência de que teria de correr para a porta de embarque... Até que li com atenção a mensagem que surgiu cada vez que tentei comprar o Kit e não deu resultado: "NÃO PODE COMPRAR O KIT NO MESMO DIA DA VIAGEM".

A sério???
Então era inútil. 

Nunca que alguém que não preencheu o formulário antecipadamente ia conseguir viajar. Estava eu mais outras três pessoas, estrangeiras, inglesas, na mesma situação. Agachados no chão do aeroporto, encostados num pilar, a tentar finalizar aquela operação. 

Para quê? Se não se podia COMPRAR o kit sem o qual não se completa o formulário?

Falei com o funcionário da Easyjet que me respondeu para continuar a tentar, porque antes de Portugal ser colocado na lista Ambar, pelos vistos a compra de kits de testes era possível no próprio dia. Eu tomei como verdadeira as palavras escritas no formulário. Ainda assim decidi fazer batota. Ao invés de dizer que ia viajar naquele dia, coloquei a data do dia seguinte. E assim procedi com todo o preenchimento do formulário novamente. No final, após preencher pela sexta vez os dados bancários, pareceu-me que as etapas seguintes continuava sem ter sucesso. 

Desisti. Perdi a viagem. Faltavam 30 minutos para a porta de embarque fechar. Mesmo sabendo que eles nunca cumprem esse horário, pareceu-me absurdo ter esperança, visto que não me permitiam viajar sem o documento e este estava dependente de uma compra de um teste ao COVID, que só podia ser realizada até 24h antes.

PORQUE NÃO INFORMAM AS PESSOAS DISSO??

Porque o que interessa é FAZER DINHEIRO. 

Mesmo à custa de uma pandemia mundial.


Não foi fácil ouvir as reprimendas da minha família que, naturalmente, culparam-me pelo desconhecimento. 

Em casa, comecei o processo por etapas - todas pescadinha de rabo na boca - para adquirir nova viagem. Teria de fazer outro teste ao Covid para embarcar. (100 euros!) Porque - estupidamente, fiz o anterior exatamente três dias antes da suposta viagem. Tivesse eu feito um dia depois e ainda estaria válido por mais 24h. Tanto o formulário do teste ao Covid como para completar o Passenger location form precisava de ter o número de assento e de voo. Mas não ia comprar a passagem sem antes ter o Kit e certeza de que iria conseguir realizar com sucesso um outro teste ao Covid. E o Kit era comprado ao preencher o Passager allocation form.

Sorte ou azar meu - a realidade é que, naquelas muitas tentativas efectuadas no aeroporto, acabei mesmo por fazer a compra. Talvez aquela com a data de partida alterada foi a que teve sucesso. Mas poderia eu viajar com uma data diferente da usada durante a aquisição do kit, tendo fornecendo dados de voo de uma viagem não realizada? Teria esse Kit informações anexadas a ele tornando-o de uso exclusivo?

Precisava saber. Já havia gasto 160 libras, que foi o custo do KIT. Não poderia sequer imaginar que me iam pedir para comprar um novo Kit porque perdi uma viagem, indo realizar outra. Não iam pedir para também comprar um segundo Kit, ou iam?? 

Depressa percebi que, tendo recebido o código de compra, podia utilizá-lo quantas vezes quisesse. O que achei estranho. Para isso bastava-me obter o código de um outro passageiro qualquer, provavelmente nem iam comparar dados e descobrir o acto. Ou quem sabe, poda até ter inventar um. Pelo menos para conseguir embarcar. Depois, à chegada, lá comprava um Kit de verdade, que ainda ia cumprir o dia 2 e 8 exigidos. Mas eles não colocam a possibilidade de se fazer testes à chegada, caso não se consiga na partida. O que acho de mau tom. Deviam equacionar esta hipótese, principalmente durante as primeiras viagens.

Sabendo que tinha todos os dados comigo, comprei uma passagem na TAP para a manhã do dia 22. Acabei por preencher o formulário de viagem com o código de compra desse kit, marquei um novo teste ao Covid para essa mesma tarde - tendo optado (e descoberto) que podia realizar um Antigénico, com um custo bastante inferior (30 euros).

Mas algo não estava bem. Algo não batia certo. Não consegui relaxar. A ideia de partir no DIA A SEGUIR às medidas anunciadas por Bóris Johnson deixavam-me apreensiva. Ele podia optar por fechar o espaço aéreo com efeito IMEDIATO. Nas noticias estava claro que Lisboa e outros concelhos estavam a escalar rapidamente em casos Covid e nesse mesmo dia, Lisboa passou para o Estado Vermelho. Tudo ia fechar novamente. A reacção de um país estrangeiro diante dos números não é nenhum quebra-cabeças: para mim fecharem o espaço aéreo ia ser a consequência.

Nunca tive dúvidas de que um novo lockdown vai ser implementado. Gostaria é que essa constatação fosse mais gradual. No meu entender, mal se "abrem as portas" e se deixa as pessoas sair, logo os números começam a aumentar imenso. 

Para mim o que os governos fazem é abrir uma pequena janela por esta altura das férias de Verão e tentam esticá-la o máximo possível. Mas o Covid, a propagação do virus - que nenhum especialista consegue controlar - nunca vai permitir que a normalidade regresse tão depressa. 

A vacinação não é uma solução, nem sequer funciona para o desconfinamento. Bastaram duas, três ou quatro semanas após a abertura dos comércios para os números escalarem ao que, segundo li, só tem comparação com a primeira fase de confinamento. 

Aqui em inglaterra, onde sempre achei que a maioria da população não cumpre NADA das regras de precaução, as vacinas estão bem mais adiantadas. Enquanto estive em Portugal, recebi mensagens diárias para marcar a SEGUNDA dose. Esta já estava marcada, pelo que a mensagem fez-me confusão. Tal como ditava a lei, ficou automaticamente marcada para umas tantas semanas após a primeira dose - que tomei em Abril. Em Maio telefonei para o número facultado caso quisesse alterar a data porque pretendia viajar já com a segunda dose. Foi-me dito que era IMPOSSÍVEL ANTECIPAR a vacina. Porque não podiam ir contra o sistema informático, que só permitia alterações após quatro ou seis semanas da data da primeira dose. 

Por isso muito me surpreendeu que, chegando exatamente essa data, me andassem a telefonar - porque além de mensagens também me telefonaram, para que fosse tomar a segunda dose de imediato. Ora... estando eu em Portugal, dificilmente poderia receber a segunda dose. E tendo que ficar em isolamento por 10 dias, mais adiada essa dose teria de ficar. 

Se me tivessem dado ouvidos... 

O Bóris, assustado com os números de infeções, decidiu vacinar todos rapidamente. Mas é tarde... e não vai surtir os efeitos desejados. A vacinação não é a cura. Não impede a contração do virus. Existe uma maior ameaça de momento: a variante Delta, 60% mais contagiosa e impossível de rastrear a origem.

Isto é assustador.

Pelos factos, estamos PIOR AGORA  do que durante a primeira fase, sem a vacina, sem o teste. Pelo menos no que respeita à propagação do virus. Essa ganhou mais força. Embora tenhamos alguma arma para o combater - a vacina, é quase como ir para uma batalha munido de uma agulha, quando o inimigo tem espadas.

Resta-nos a vantagem de saber que, com apenas água e sabão, se destrói a sua armadura. 

Mas quem diz que a população gosta de se munir dessas armas??

Por alguma razão a peste Negra afligiu toda a Europa lá em séculos passados...

Limpeza e Higiene era algo pouco importante.

Percebi que estaria em permanente angústia nas próximas 48h, por ter comprado uma passagem na TAP para o dia 22. Decidi então antecipar a viagem para o dia 21, sabendo que tinha de correr com a papelada, pois iria viajar dali a 16h. Alterar a viagem do dia 22 para o dia 21, mesmo tendo adquirido a passagem há menos de duas horas, ia custar mais 100 euros. (Dá para acreditar?). Por causa dos CUSTOS que a TAP cobra por alterações. Ao contrário da Easyjet, a companhia não tem uma isenção de 24h, caso queiras mudar de ideias. Comprar a passagem novamente, custaria cerca de 85 euros. É muito... mas subitamente, quando fui online, o preço desceu novamente para os 65 euros - valor que estava apresentado pela manhã, apenas horas antes. E então decidi comprar. 

Acabei por comprar TRÊS passagens de regresso ao UK, só podendo usar UMA. 

Nisto, chega o dia 21, aterro em Londres, e o Bóris fica MUDO por mais UM MÊS.

Ora, ora!

Ele sabe muito bem o que terá de fazer: fechar tudo. 

Mas como isto mal abriu, e para não ficar mal, por um mês ele vai deixar as pessoas se contaminarem umas às outras, achando que já estão livres para passear e ir onde quiserem... depois, daqui a um mês o verão já terá tido algum tempo para ser gozado, ele vai fechar as portas. Porque se pensa que a vacinação vai ajudar, eu tenho dúvidas...

RESUMO:

Viagem: easyjet: 140euros TAP: 140 euros

Testes ao Covid: 100 (ida) + 100 (volta) + 30 (volta 2)  + 160 (isolamento dia 2 e 8)  = 390 euros

Renovação de documentos de identidade: 100 euros

Consultas médicas: 40 euros

Tudo por duas semanas em Portugal.

Se valeu a pena?
VALEU!

No fundo... é só dinheiro. Este vai e vem.

Mas a possibilidade de estar onde desejo - a liberdade de movimentos - essa vale ouro.

domingo, 20 de junho de 2021

História de Portugal - rei Fernando

 

O "filme" de 1h e 35m é, na realidade, uma série dos nos 80, ao estilo "Barco do Amor" casa com "Ilha da Fantasia". Chama-se «Arthur Hailey´s Hotel», e no episódio piloto que se encontra disponível no Youtube, surge uma informação sobre Portugal que revela o quanto, na altura, a produção tinha preocupações rigorosas em fazer os "trabalhos de casa".

Aqui fica o excerto:


Ficamos também a saber o nome do Monarca: 

                                       Fernando

Ora, se não me falha a memória (e vou pedir ajuda ao professor Google), o único rei com esse nome reinou lá por volta do final da primeira Dinastia, no século 14. Altura em que se ia para batalhas a  cavalo, com armaduras e espadas em ferro. 

Pelos vistos os pesquisadores encarregues de verificar os factos do guião desta série de TV descobriram um Rei Fernando de Portugal, que  ressuscitou nos anos 80 na América para ir pedir salsichas com batatinhas assadas (em francês) num restaurante de um hotel finório.... 

quinta-feira, 17 de junho de 2021

AQUELE POST

 QUE VAIS ESQUECENDO

quarta-feira, 16 de junho de 2021

 

Um poema num jazigo. 


Nunca tinha visto. 
Frases poéticas sim, mas não poemas inteiros.

Foi no cemitério e pensei: Há muita gente que merece vir a ser homenageada desta forma: 
com um poema a perpetuar o seu local de descanso. 


quinta-feira, 10 de junho de 2021

Prato de lembranças

 Raspava a comida do prato quando a sua remoção revela o padrao em baixo.

Familiaridade. Lembrança. Sentimento de conforto e felicidade.



Este motivo floral estava presente em alguma da louça na casa dos meus avós. Embora a maioria dos pratos que compunham a mesa de Natal eram florais em tons de rosa. Na realidade, nunca existiam pratos, copos ou talheres  suficientes, da mesma colecção. Só tornava tudo mais encantador. Alguns dos copos tinham vindo do consumo de um produto qualquer que os dava de brinde. 

Foi tudo jogado fora depois do falecimento dos dois. 

Hoje guardaria um desses copos como uma relíquia. 

Mas é assim que acontece. Subitamente e do inesperado. Lembramos-nos e sentimos aquela sensacao familiar, contudo muito distante e indifinida, residualmente agradável que foram os bons momentos da infância. 

terça-feira, 8 de junho de 2021

Rapsodia original

 

Suspeito que em breve irei cantar este hino.