quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Terá sido o futuro próximo?

Conhecem a Cat Lady dos Simpsons? A personagem doida que anda sempre rodeada de gatos e não diz coisa com nexo?


À pouco fui abordada, do nada, por uma senhora «assim». Alta, magra, maquilhada e com um casaco preto cheio de pêlos brancos que denunciavam que tinha muitos animais. Começou a falar comigo. Sobre tudo, sobre coisas esotéricas e sobre a sua relação com os seus gatos. Falou 8 minutos comigo até que nos separamos.

Não levei a mal. Não sou pessoa de fugir das outras, se não vêm para me fazer mal algum. Fico um pouco alerta mas não me incomoda falar com estas pessoas. Ainda mais se me parecer que estão sós e não têm grandes oportunidades de trocar conversas com mais ninguém.

Mas ocorreu-me que aquela posso ser eu, daqui a 10 anos.


A mulher-gato dos simpsons...
A que podia ter sido tudo na vida, uma grande cientista com um QI acima da média e acaba... doida, cheia de gatos. A senhora que me abordou falou de estudos que realizou entre diferentes espécies e os que pretendia realizar... Sei lá. Eu me vi doida também, era só uma questão de tempo até ter este tipo de «doideira».

E foi então que percebi que já estou na autoestrada rumo a essa paragem. Só no que diz respeito ao dia de hoje, falei sozinha em voz alta um incontável número de vezes. Isto começou a acontecer-me devido ao stress de andar de transportes públicos ou para os transportes públicos. Comecei a «desabafar» pensamentos em voz alta. Uma palavra, um desabafo. Mas já faço diálogos... E já não são apenas quando estou sozinha e ninguém me escuta, mas quando podem escutar também... ai!

Hoje refilei em voz alta enquanto atravessava a estrada. Porque vinha uma "procissão" de nossa senhora de fátima de tão lentos que os veículos andavam. Assim que passam e eu me lanço para o outro lado, surge um automóvel em excesso de velocidade. Barafustei logo e devo ter feito uma figurinha tal que a condutora reduziu de imediato a velocidade. Stresso muito por causa dos transportes. Cada vez que corro ou apresso o passo para percorrer os 15 minutos que me levam até chegar ao metro, desço aquela escadaria toda a correr, perco sempre a carruagem por segundos. TODOS os dias. Não importa a hora a que saia, a velocidade a que corra. E isso é super enervante!
É de dar em doida, realmente. Como pode uma coisa assim? Todos os dias??

Reparei que ando marreca. Que ando torta. Porque habituei-me a «correr» para todo o lado. E correr para quê? Se me fazem sempre esperar, esperar, esperar... E quando tenho de escolher em que paragem ficar, sempre escolho aquela onde o autocarro vai demorar em detrimento daquela onde ele vai passar dali a minutos.

Habituei-me às dores nos pés, às dores na coluna, ao sacudir dos veículos - alguns oferecem autênticas chicotadas na base da coluna cada vez que passam em velocidade sobre um buraco ou declive no asfalto. Outros quase nos projetam por metros. E nas curvas? Quase nos amontoam a todos a um canto. São anos e anos disto. Ainda por cima hoje, com a greve do metro durante a manhã, não restou alternativa senão os autocarros da carris... E eu, sempre educada, porque nem stressada sou capaz de o deixar de ser, tive logo que entrei e aquilo começou a andar, uma mulher a refilar comigo porque lhe estava a incomodar os meus cabelos e queria que eu me posicionasse de forma aos cabelos não lhe tocarem. Isto há com cada uma! Num autocarro cheio de gente, todos com cabelos, muitos mais compridos e chatos que o meu, e a mal educada vem sempre ter comigo... Foi um stress. Ainda por cima, foi um dia de ir uma hora de transportes, voltar hora e meia de transportes, aguardar 50 minutos e voltar a outra outra hora de transportes e regressar agora, que são quase duas da manhã, após mais 59 minutos de transportes....

E o que acontece ao fim de anos e anos deste tipo de stress? Vira-se uma cat lady...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Um passeio turístico no elétrico 28...


Com as mãos acabadas de enfiar nos bolsos das calças, ele perguntou ao outro:
-"Então, já valeu a pena?"

O outro, que desdobra o casaco que transportava seguro nos braços, não responde. Os dois se afastam e o elétrico retoma a marcha. No interior o motorista acena com uma carteira no ar, perguntando de quem é. Uma estrangeira francesa, que entrou uma paragem antes com um homem e uma criança com trisomia 21, acusa-se. Pega na carteira, abre-a e percebe de imediato: está vazia de dinheiro.


No interior do eléctrico 28 os tugas não demoram a reagir. 
-"Eu vi-os! Eu vi-os! Já vieram para roubar!!"

-"Tiram o dinheiro e depois jogam fora. Eles agora não querem documentos nem nada, só dinheiro e deitam a carteira fora".
-"Já vinham atrás dela! Isto não tem jeito! É preciso ter cuidado"
-"Também trazia a mala atrás, não sabe que tem de ser à frente?"
-"Isto revolta-me! Revolta-me mais do que se acontecesse a uma pessoa de cá. Vem uma pessoa de fora para ser assaltado. Já viu? E os documentos e tudo... Se ainda fosse a alguém de cá..."
-"Nem de cá nem de ninguém! Eles não têm nada de mexer no que não é deles!"



terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Sossego, tranquilidade e filhos


Não tenho filhos.
Não por não os ter desejado mas por não ter tido oportunidade. Não por ter ficado eternamente à espera de um "príncipe encantado", porque não fiquei. Esperei, somente, uma coisa que é essencial a todos nós e até hoje não a tenho.

Hoje acordo todos os dias muito cedo porque os putos já estão de pé a fazer barulho. Não durmo durante a noite porque um acorda com pesadelos e chora ou chama pela mãe. Quando penso que vou ter sossego, isto já quase às 23h da noite, os putos começam a gritar e a correr pela casa inteira, deixando cair coisas ao chão e fazendo a festa. E quando estão no banho? Que algazarra!

Então, esperem aí... Como pode ser isto possível? Sem filhos e com todas estas coisas a acontecerem? "São os filhos do companheiro" - pensam vocês.

Não. Não são.
São os filhos da vizinhança.

Leram bem. Da vizinhança. Tenho olheiras, ando cansada, acordo cedo demais, quando não queria acordar, não descanso quando queria descansar. É terrível. Preferia ter tido filhos. Sempre os desejei, apenas não os tive. Preferia e teria sido mais justo. Porque além de ter ficado para "tia" - o que, na prática significa ter de cuidar dos filhos dos outros muitas e muitas vezes, também sou privada do descanso por causa dos filhos dos vizinhos!

Pelas minhas mãos já «passaram» três crianças, de quem cuidei ou tomei conta. Agora "sofro" as privações do sono com origem nos comportamentos e hábitos de outras cinco. Se tivesse tido um filho tudo isto teria sido diferente. Teria sido menos laboroso e cansativo também! Em princípio, só teria cuidado de UM e passado por isto porque assim o desejei, não porque não tive escolha!!!

Acreditem, não vão querer conhecer o meu rosto com estas olheiras que tenho...


sábado, 14 de fevereiro de 2015

DIA DOS NAMORADOS 2015


Ele entrou muito rapidamente dentro da loja de venda de produtos importados da china. E depressa encontrou o que pretendia: um coração vermelho. Foi para a caixa pagar. A chinesa que o atendeu quis impingir outro tipo de artigo mas o rapaz disse:
-"Não. Era isso mesmo que eu quero. Procurei por toda a parte. Um coração desses para apertar, anti-stress!"

Fiquei a pensar:
qual a namorada que vai gostar de receber como prenda de dia de São Valentim, o santo abençoador dos namorados, uma esponja anti-stress? Mesmo que seja em forma de coração!


Qual a mensagem subentendida? Que a relação é stressante? Que o namorado a julga irritadiça e uma rapariga stressada por tudo e nada?

O tipo pareceu satisfeito, mas suspeito que a satisfação foi mais pelo quão barato lhe ia ficar o presente. Podia ser um coração esculpido da poia de um cão. Desde que fosse barato e vermelho... estava "safo".

O que é feito de um ramo de rosas ou uma caixa de bombons?
Ah, as lojas dos chineses apagaram o romantismo e "tramaram" as doçarias e floristas um pouco por todo o lado...

Diferenças entre Lisboa e Porto?

Não querendo colocar a mão num ninho de vespeiro, vou partilhar a impressão com que fiquei após ter estado (finalmente) na cidade do Porto.

Aviso já que esta é uma opinião baseada na "primeira impressão" - as que quase nunca são justas. Vale o que vale somente por isso. Tanto para o bem, quanto para o "menos bem" :D


Então cá vai: LX versus PT

A impressão com que fiquei é que as pessoas do Porto são mais simpáticas. Têm uma carga menos "pesada" na forma de estar. Um energia mais positiva e talvez menos de "fado" (depressiva).

A cidade em si não é tão escura quanto parece- apesar de nunca ter visto o sol a brilhar. Quando chove isso não causa nem metade das inconveniências lisboetas. A chuva não veio acompanhada de rajadas de vento, caiu direitinha ou oblíqua, como um chuveirinho. Em Lisboa fica-se encharcado em dois minutos e as rajadas de vento são tantas e tão simultâneas que é como ser chicoteado com água e frio.

Andar na chuva na cidade do Porto é, por isto, mais agradável. Mas também o é devido ao piso. Mais cinzento mas sem buracos, com boa escoação de água, não tive de me preocupar uma única vez onde metia o pé, não tive de contornar "lagos" formados a meio do percurso, poças de água nem recebi aquele "chuveirinho de água suja" com a passagem dos automóveis na estrada. Em 30 segundos a pisar Lisboa esta foi a primeira enorme diferença que notei: chovia mais, estava mais frio e ia escorregando e caindo umas quatro vezes, devido ao piso excessivamente molhado. Desviei-me de dezenas de poças de água de todos os tamanhos.

Achei o Porto muito turístico e sem atrativos locais. A maioria das lojas estão fechadas a um sábado, mesmo cafés que anunciam o sábado dia de são valentim. Abertas só mesmo as dos chineses e um ou outro café e casa de refeições. Claro que, existe uma pequena excepção para o centro turístico e os pontos turísticos em particular. Nota-se que muito comércio, à semelhança da capital, está há muito fechado e abandonado. Mesmo nas ruas mais frequentadas.

O que mais me surpreendeu? A afluência das pessoas a levar flores até ao cemitério (oriental). Aquilo parecia um shopping, cheio de gente. Uma afluência incrível, a um sábado. Ou será que o "dia dos namorados" tem algo a ver?? Também à porta do cemitério deparei-me com o que mais me impressionou nesta viagem.

O que mais me impressionou? A miséria. A miséria que está por toda a parte e se reproduz e multiplica. Vi um casal a tirar folhas de couve do interior de um contentor do lixo. E uma idosa a espreitar o interior de outro. Não vi um único homem portuense que estivesse a fazer alguma coisa de útil. Nas lojas encontrei mulheres a trabalhar mas os homens -que os havia em demasia - esses deambulavam por ali, parados a ver o tempo passar, ora a fumar. Muitos com aparência de desocupados ou sem abrigo.

E infelizmente, não se pode olhar "dois mississipis" para nenhum, que são capazes de imediatamente se comportarem como se tivesses demonstrado interesse.

O "homem do norte" ficou muito mal representado a meus olhos. A bem dizer a verdade, a determinadas alturas cheguei a sentir algum receio. Eram muitos, quase todos o mesmo ar de andarem por aí... a fazer nada. Suspeito ter sido tomada como prostituta umas tantas vezes quando atravessava uma determinada avenida. Um homem, do outro lado da estrada, que estava parado perto da montra de uma mercearia para a qual eu estava a espreitar, deve ter achado que o mirava, fez-me um aceno e piscou-me o olho.Achei nojento. Outro que nem vi bem, só percebi ser muito velho, quando passei, virou-se lançado para mim, que acho mesmo que me ia abordar como abordaria uma prostituta. Numa rua muito movimentada e turística, um velho passa por mim e lança-me um piropo vulgar que eu faço por ignorar. E a lista  continua... Só pervertidos e tarados. Nada de charmosos, inteligentes ou interessantes. Eu sei que já não estou tão jovem mas passei a suspeitar que devo parecer bem pior, para ser abordada por homens que me tomam por uma daquelas que "prestam favores". De um simples "se faz favor" e um "obrigada" podem deduzir que uma mulher está a demonstrar algum interesse neles a nível sexual. Devo estar mesmo acabada.

Os "homens do norte" têm uma certa fama de serem os "machos" que vão direto ao ponto sem muitos rodeios, mas se isso é o que vi, é apenas deprimente e ultrajante.

A simpatia das pessoas que atendem no comércio foi, como disse, geral. Mas como não existe pano que não tenha nódoa, numa determinada cantina de comida low cost encontrei a excepção. Numa jovem rapariga que começou por me atender mas quando comecei a falar já estava a prestar atenção a duas clientes já atendidas ao lado. Estive quase para virar as costas e ir embora. Segurei esse impulso por estar numa cidade que não conhecia, para dar uma oportunidade e não julgar de imediato a atitude da pessoa. Passado um minuto volta a dar-me atenção e ainda por cima repete que as clientes já estavam a ser atendidas por uma sua colega. Sou atendida, para logo a seguir voltar a ser ignorada. Sabem aquela empregada que não esboça um sorriso, nem te olha na cara e depois faz que não ouve? Resisti à tentação de lhe perguntar se era de Lisboa ou natural do Porto, ahahahah! (também, certamente não me responderia). Este local também pareceu frequentado por alguns indivíduos de aparência mais estranha, que ali ficam sem consumir nada, sentados nas mesas, com ar estranho e muito próximos de ti.

E pronto: justo ou não.
Eis a primeira impressão.
Digam "sim" ou "não".


PS: De uma forma generalista, tendo a concluir que a SIMPATIA é algo que existe em mais força em cima (no norte) e vai-se perdendo até chegar lá abaixo (no sul). Porque para ser sincera, tirando poucas excepções, os algarvios também não gozam lá de uma boa reputação nesse sentido. E são os próprios que por vezes o dizem.


Os lisboetas são desconfiados


Se é verdade que os Lisboetas são desconfiados, é mais verdade ainda que os que vêm de fora com ideias de cá morar são piores ainda. 

Trazem também o cinismo, a intriga, o oportunismo, a descriminação, o egoísmo.
Querem ser acolhidos, mas não querem acolher.

O futuro da identidade do povo desta cidade será aquilo que os migrantes quiserem fazer dela. 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Eu sou uma avozinha (tecnologia)


Na minha juventude começaram a surgir jogos eletrónicos portáteis, como o tétris. Os computadores spectrum surgiram com o pacMan, o chuckie egg e outros. Apareceram os diskman. Os telefones portáteis e de discar táctil. As televisões equipadas com um objecto estranhíssimo e para alguns desnecessário: um controlo remoto. Os computadores com disquetes A. O MSDos que tinha de ser introduzido nos mesmos a cada utilização. O Windows 3.0 e os computadores com 365 megas de memória... (ou muito menos). E enfim... vocês entendem.

Na juventude de agora existem outras coisas, porque a tecnologia não deixa de progredir. Existem os smartphones, os ecrans tácteis. E vou ficar por aqui. Exatamente para exemplificar uma coisa:

Aquando a minha juventude, os mais velhos viam-se "atrapalhados" em manusear estes aparelhos "avançados". Até o último dia da sua vida, a minha avó ainda não se entendia muito bem com o controlo remoto da televisão. Tinha mais de 20 canais, mas o telecomando só ia até nove... E por mais que lhe ensinasse que podia alcançar os mais "para a frente" carregando de seguida em dois números ou muito mais simplesmente avançado canal a canal no botão de mudança de canais, ela continua a gostar apenas de carregar no 1, 2, 3 ou 4.

Acho que eu sou agora esse "mais velho". Calha a todos, vai calhar a ti também (para os fedelhos de 20 eheheh). Mas sinto uma diferença muito grande que me entristece entre esta geração e a anterior - algo que lhes falta e que a mim não faltou. O GOSTO POR ENSINAR.

O gosto por transmitir o saber. Os mais novos sabem quase instintivamente como funcionar com os ecrans tácteis dos TM. E porquê? Porque é algo que se transmite uns aos outros no convívio. Aprendem sem saber que estão a aprender. Mas quando chegarem a uma idade em que terão de aprender sem ter como conviver com pessoas da mesma idade que já o saibam, isso vai mudar. Hoje em dia a juventude, no máximo, diz-te para repetires um gesto e depois vira a cara para o lado e continua a conversar mexericos. São muito interativos: usam, para comunicar, o tweeter, o sms, o facebook. Mas é só entre eles. "É o clube do bolinha" mas neste caso, os excluídos não se caracterizam pelo género, mas pela idade.

A juventude de hoje descrimina - e muito - os restantes. E é pela idade ou a aparência dela. A menos que uma pessoa mais velha seja considerada "fixe", ela perde o interesse e pode até receber desconsideração e ofensas por parte de uma certa juventude. A forma como fazem referência aos mais velhos pode muitas vezes ser desrespeitosa - é próprio da educação dessa geração. Canso-me de os escutar (aos de 20) a fazerem referência a pessoas com mais idade, com quem têm de lidar para daí retirar benefícios - como "o velho". E dizem coisas horríveis, como desejar a morte a alguém, em tom de "brincadeira". É uma característica da geração - é o que tenho observado.

Não sou ingénua para dizer que os meus bisavós não poderiam dizer o mesmo de mim. Pois claro que podiam. A primeira coisa que apontariam como diferente na educação é a forma como nos dirigimos aos pais e a todos os mais velhos em geral. Não se discutia com os pais no tempo deles. E pedia-se a benção. Para eles, as "liberdades" que a minha geração recebeu podiam roçar a falta de educação.

Mas se voltassem à vida e percebessem o que anda por aí agora, so não cometeriam arakiri porque eram rigorosamente crentes de que isso só a Deus pertence. Mas o desejariam a cada respirar.

A juventude de hoje não fica ali a explicar, bem explicado, como algo funciona. O seu espaço de paciência é reduzido a quase nada. A sua capacidade para se revoltarem também é obtida por quase nada.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Água doce?

Será que o dux tomou um duche na noite da tragédia do meco?
Como explicar que as análises à roupa que trazia vestida acusasse a presença de água doce? O mar tem água salgada!

Já não sei de nada.
Nada de nada.

A primeira vez que fiz isto


Sou dextra, mas sempre fiz de um tudo com ambas as mãos.
Consigo até escrever, ainda que menos bem, com a mão esquerda, tal como a direita também o sabe fazer. Pego nos talheres e uso a faca em qualquer uma das mãos, abro e fecho armários com ambas as mãos, tanto mexo o tacho com a esquerda quanto com a direita. E pinto as unhas das mãos alternando o pincel entre elas. Enfim: nunca me atrapalhei por aí adiante.

Contudo, ainda há instantes, fiz uma coisa com a mão esquerda pela primeira vez na vida.

Pensem bem na importância destas palavras: a primeira vez que se faz algo. Quer dizer que nunca se fez isso antes, na vida. Nunca. Esse tipo de momento é muito raro, quando já se tem 30 e tantos anos de vida.

E o que eu fiz pela primeira vez com a mão esquerda?
Servi-me do papel higiénico quando fui à casa de banho!

 Foi então que percebi que nunca o havia feito antes. Tudo foi diferente. Não foi tão bem feito e pareceu estranho! É uma questão de hábito, cá está, e talvez vá treinando não vá um dia precisar. Mas foi a primeira vez. E tudo porque tinha o verniz de uma unha da mão direita ainda a secar...


E vocês?
São destros ou canhotos? Safam-se bem com a mão esquerda/direita?
Contem-me tudo.