sábado, 23 de setembro de 2023

O Novo Big Brother


 Estando em Portugal acabei por ver parte do programa Big Brother, que começou há semanas com concorrentes comuns. Prefiro gente normal a "celebridades" ou "figuras públicas". Nisto entusiasmei-me quando, no meu entender, um grupinho já estava a cruxificar uma concorrente ali dentro. É o tipo de coisa que não me cai bem: dizerem que a pessoa faz coisas que não fez, tratarem-na mal, e unirem-se em números para assim parecer que têm razão quando na realidade o que estão a fazer é monstruoso.

Fez-me ter vontade de comentar e assim recorri às redes sociais. O facebook está cheio de grupos já criados para (aparentemente) se discutir o programa. Candidatei-me a alguns, os que me pareceram mais legítimos*. 

Nisto, recebi hoje, um aviso do facebook dizendo-me que precisava responder a umas perguntas para ser aceite. Mas que demora! Fiz o pedido pouco depois do dia de estreia do programa. Podia jurar que... já se passou mais de uma semana. E só agora o administrador(s) se deu ao trabalho? Já um mau sinal. 

Abri o link. A pergunta não existia. Estava em branco. Lembrei-me então que achei isso estranho na altura. Ao invés de uma pergunta, tem uma condição: "Adira ao instagram".

Pareceu-me que se trata de uma pessoa só, a tentar se promover e sem capacidade para tal. Ainda mais por não ter como dar assistência ao que se propõe: fazer uma página sobre um programa de TV com emissão de 24h requer constante actualizações e publicações. Demorou 10 dias a me contactar! 

Fez-me ir espreitar os admnistradores. Quatro pessoas - putos, abaixo dos 20 anos. Um parece ser um perfil falso, criado para imitar um jogador de futebol. Num outro, o mais informativo, surge um puto, com uma fotografia para se parecer importante (minha interpretação) onde se auto-descreve desta maneira: "Fundador, Diretor e CEO da empresa X". Sendo a empresa um blogue para falar de televisão. 

Não me vou intitular de Directora e CEO do meu caderno de apontamentos! 

Para mim, lá porque é online, um blogue é onde se escreve o que antes se colocava numa folha de papel. Lê quem for espreitar ou a quem der-mos o caderno. Não me faz pessoa importante. Surpreende-me que não se tenha apelidado de "criador de conteúdos". Seria mais charmoso, preciso e surtiria um efeito muito mais vantajoso.

Alguns me aceitaram e sem saber bem onde, por vezes comento neles. Para mim um grupo de facebook tem de ser um pouco como este exemplo: muitos administradores, liberdade de expressão. Só se pede respeito e nada de abusos. 


*Com legitimidade quero dizer que o grupo é autêntico e ativo e quem se junta pode participar de forma livre e não censurada. Procurei assim, evitar os que vendem "gato por lebre" e têm um motivo alternativo para terem criado a página. Nomeadamente promoverem-se a si mesmos usando a curiosidade das pessoas pelo programa para tentar cativar clientes e os que são de uma pessoa só, quase sempre um ditador(a) que elimina do grupo comentários ou pessoas que participam mas não partilham da mesma opinião. Principalmente grupos criados aparentemente para discutir o programa, mas que apoiam um concorrente em particular. 

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Arte Viva - anoitecer

 Em 1888 Vincent Van Gogh registrou em tela a imagem noturna do rio Ródano, perto de Arles, sul de França. Deu-lhe o nome: Noite Estrelada sobre o Ródano.

E esta é a fotografia que tirei a noite passada.


O reflexo da luz dourada na ondulação fez-me lembrar o quadro. Percebo que paisagens assim seduzem qualquer um, não importa os séculos.


NOITE DE MEIA LUA.
Conseguem detectar o que aparece no campo de visão?



quarta-feira, 20 de setembro de 2023

A despoluir

 Cheguei. Vi. Apanhei. 

Andei até o caixote mais próximo e abandonei-as lá.

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Crimes: a faca de desencarnar com 10 anos de matéria humana

 


Assisti a este programa sobre a descoberta de um assassinato de uma jovem de 18 anos. O seu corpo - ou melhor, o torso do seu corpo foi descoberto por pescadores, que o confundiram com um animal. Seria apenas mais um caso macabro do género, não fosse alguém chamar um canalizador. 

Nos canos foram encontrados quilos de uma substância que parecia carne. Era parte do que restava de Rori Ache, vítima de sádico abuso sexual e homicídio. A sua identidade porém, não pôde ser descoberta através da gosma removida da canalização - provavelmente suas entranhas e orgãos internos. A identidade daquelas peças, que um dia constituíram um ser humano, com sonhos, emoções, pensamentos e sensações - só foi possível com o que acharam dentro do congelador. A cabeça de Lori. 

E assim, esta história, que pensei ser datada de muitos anos por já a ter escutado antes em programas já datados - afinal é quase uma cópia de outras mais antigas. Há mais que uma pessoa desaparecida que é descoberta pela polícia aos pedaços dentro de canalizações domésticas. Esta caso aconteceu... em 2017. É muito recente! A condenação do responsável, Adam Strong, deu-se em 2021. 

No interrogatório de Polícia, Adam, descrito pelos amigos homens ser um tipo fantástico que ajuda todos e pelas mulheres como um sádico sexual, insiste no detalhe de que a jovem não estava grávida - coisa afirmada pela mãe na comunicação social. E tinha a certeza disso. Disse: "Não vi nenhum bebé". E acrescentou: "Ela não estava grávida. Eu tive o aparelho reprodutivo dela nas minhas mãos" - e levanta a mão ao ar, simulando segurar algo. 

Eu perguntar-lhe-ia o que ele fez com esse aparelho reprodutivo. Lá porque existem partes por todo o lado, não significava que não lhe desse para o canibalismo. 

A forma banal e sem empatia com que ele diz isto faz-nos questionar qual a maneira correcta para extrair a informação necessária. Soube que não era por demonstrar empatia - o primeiro interrogatório fez isso e Adam não abriu a boca. Portanto, há que falar com indivíduos assim como se nada do que te está a ser dito te afectasse. E a tua curiosidade é de ADMIRAÇÃO. 

A polícia, na realidade, não tinha nada com o que acusar. Só tinham partes de um corpo mas não têm provas de que ele a matou, não têm provas de que ela não morreu de acidente e ele só se desfez do corpo, escolhendo aquela forma macabra. Já vi um caso em que o indivíduo, para justificar as provas da polícia, afirmou que não matou uma mulher, já a encontrou sem vida mas, como a achou gira, teve sexo com o cadáver. Isto porque quis justificar a presença do seu sémen. A polícia tem de encontrar algo que ligue os pontos. Caso contrário, não é um caso sólido, por mais macabro que possa parecer. Neste caso, a polícia não tinha NADA e iam acusá-lo de "profanação de cadáver" somente. 

O segundo interrogatório policial foi tido como um óptimo exemplo de um trabalho bem feito. Mas eu, pessoalmente, fiquei com muitas dúvidas. Imensas dúvidas. Tantas que me incomodou não terem feito mais perguntas. É que, ao revistarem a casa onde encontraram a cabeça de Lori, deram com facas. Uma destas facas servia para tirar a pele a animais. Fizeram um teste de ADN a pedaços de materia que encontraram e... não era de Lori. Mas sabiam de quem era: outra menina desaparecida---- DEZ ANOS antes! Não sei se pessoa local, se de outra localidade.

Ele tinha assassinado uma outra pessoa 10 anos antes. Ou algures nesse período de tempo, se formos a conjecturar que pode tê-la mantido em cárcere privado por algum tempo, mesmo anos. Improvável, mas possível. Pouco se sabe. É questão para perguntar. Para fazer muitas mais perguntas. Acham mesmo que, em 10 anos, um indivíduo que fala abertamente sobre segurar o útero de uma jovem mulher nas mãos após a esventrar, e não consegue se lembrar dos detalhes do esquadrejamento, sentindo-se até aborrecido por o detetive perguntar mais que uma vez.... como se mencionar que esventrar na banheira com água quente fosse suficiente para tudo ficar esclarecido. Entendi que ele, que estava a falar desse acto, entediou-se nesse instante porque, a meu ver, aquele momento NÃO LHE ERA NADA DE ESPECIAL. Deve tê-lo feito tantas, mas tantas vezes, que falar disso é do mais enfadonho que existe. 

A polícia condenou-o pelas vítimas conhecidas. Mas, ao que saiba, não ponderou sequer se existiam mais. Não lhe perguntou. Deve ter perguntado, ou não era polícia.... Mas DEZ ANOS??? Acham que uma pessoa que ganha este gosto, que "caça" jovens de quem, de certeza, abusa sexualmente de forma sádica e acaba por as desmembrar, "contenta-se" em fazê-lo com um intervalo de 10 anos???

Lori tinha saido do hospital e acho que desapareceu em poucos minutos. Ninguem ficou a saber mais detalhes de metedologia. Ele apanhava miudas ao acaso? Como as apanhava? Seguia-as por meses e meses? Ninguém soube - pelo menos não assistindo a este programa, intitulado "Sala de interrogatórios: Alguma coisa na água",  que vi no canal AMC Crime. 

1 Dose de Arte por dia, nem sabe o BEM que lhe fazia!

000.1    Artemisia Gentileschi



Judith degolando Holofernes 1611








terça-feira, 12 de setembro de 2023

No Brasil querem fazer passar bandido por Santo

 Não conhecia a história que o programa televisivo no canal ID Discovery retratou. Ao mencionar que se passou em Manaus, na zona da amazónia, soube que o caso retratado, o de um apresentador de televisão que encomendava homicídios para aumentar as audiências do seu programa, era fácil de verificar. 

Walace Souza. O rosto do indivíduo é este:


Fui pesquisar e encontrei informação no Wikipédia. Fiquei chocada. Chocada com o que lá vem dito - principalmente nas entrelinhas. Mas mais chocada ao ler o comunicado apresentado à imprensa pelo hospital quando o indivíduo faleceu. Escreveram assim: 

O ex-deputado estadual do Partido Progressista (PP-AM), Francisco Wallace Cavalcante de Souza, 51 anos, internado no Hospital Bandeirantes, em São Paulo desde o dia 18 de março de 2010, faleceu às 16h desta terça-feira (27/7), em decorrência de uma parada cardíaca. O paciente sofria de uma ascite refratária decorrente da Síndrome de Budd Chiari. Os médicos que acompanharam o paciente foram coordenados pelo diretor-clínico Dr. Mário Lúcio Alves Baptista Filho.[6]

— Hospital Bandeirantes

Uma notícia só é boa notícia quando enquadrada em toda a sua amplitude. Para anúnciar a morte deste indivíduo, que se encontrava ENCARCERADO, o hospital escolheu dar-lhe o "carimbo" de ex-deputado. Mas ele era mais do que isso. Aliás, ele foi muitas outras coisas antes de chegar à política. (Até parece que a política é o último degrau para a extrema criminalidade e corrupção). 

Walace Souza foi um traficante. Chefe de quadrilha. Depois meteu o pezão na comunicação social, criando e apresentando um programa de televisão onde ele era a estrela. Nesse programa, ele acusava a polícia de não fazer o suficiente para combater o crime e era quase sempre o primeiro a chegar a cenas de polícia. Numa ocasião inclusive, a equipa de reportagem - que recebia dicas anónimas, chegou a um local antes mesmo de acontecerem homicídios. Filmaram tudo. A polícia já achava aquilo estranho, com uma fonte que até foi capaz de indicar um homicídio antes deste ocorrer - a polícia ficou de olho aberto. E acabou se antecipando a mais um assassinato. Boca no trombone e... foi o apresentador - agora também DEPUTADO (duas coisas que não se devem misturar: política e televisão ou media - vejam só o caso Donald Tramp) o mandante dos crimes. Não só era o mandante, como tinha interesses pessoais em que certas pessoas aparecessem mortas. Nomeadamente os seus rivais no tráfego de drogas. Ele chefiava um autêntico quartel! Era ele, os irmãos, o filho, toda uma entourage.  

E vai o hospital e dá-lhe este elogy?

Bem escrito, devia ler-se algo do género:

Francisco Wallace Cavalcante de Souza, 51 anos, internado no Hospital Bandeirantes, São Paulo desde o dia 18 de março de 2010, faleceu às 16h desta terça-feira (27/7), em decorrência de uma parada cardíaca. Mais conhecido por Walace Souza, encontrava-se encarcerado a cumprir uma pena de .... desde Outubro de 2009 por se comprovar em tribunal que era o chefe de quadrilha de tráfego de drogas da região de Manaus e ter encomendado dezenas de assassinatos para benefício próprio. O apresentador do programa de TV Canal Livre e ex-deputado Federal do Partido Progressista sofria de uma ascite refratária decorrente da Síndrome de Budd Chiari. Vai a sepultar em XXX, dia Y.

Nada de mencionar o nome dos médicos que cuidaram dele - para aqui não são chamados, não são vedetas e podem ficar com uma marca na testa para a inserção de uma bala por se exporem sem necessidade. Seu trabalho é cuidar de pacientes, pelo que fica redundante mencionar o óbvio. Fica até... mal. Soa a procura de créditos, de celebridade. Mas isto foi uma "nota" de hospital, não uma notícia. Oor isso não fizeram qualquer menção à sua vida criminosa - somente ao seu estatuto político, como se isso o tornasse "limpo" e uma pessoa importante. Era um presidiário - nessa condição faleceu. Faz parte de qualquer comunicação de obituário citar os factos. Os feios e os bonitos. Juntos, fazem a verdade.

No final do artigo do Wikipedia, ainda se faz menção a um programa de TV que abordou o caso e - pasme-se, ficou-se na "dúvida" se ele era mesmo culpado. Oh!!! A sério??? Acham que a polícia demorou 10 anos a agir porque... lhes apeteceu? Acham que os tribunais cometeram erros? Era um anjinho o ex-deputado, que compareceu vestido todo de branco e a segurar uma bíblia a uma assembleia onde iam votar se perdia seu título? Perdeu-o pelo voto de uma maioria mas, ainda assim, houve quatro almas que votaram para que com ele permanecesse. Mais uma razão para não o mencionarem assim a título póstumo: já tinha perdido esse privilégio. 

Walace Souza, ao que tudo indica, era um POS, do piorio. Traficante, assassino. Cobarde. Quando sentenciado, simulou sentir-se mal. Sempre teve perfeita saúde e muito fogo na língua no seu programa de TV, onde agia como um justiceiro salvador e apontava o dedo à incompetência da polícia, enquanto planeava o assassinato de pessoas que se punham no seu caminho.  Acabou por esconder-se do encarceramento e ficou quatro dias em fuga. Teve direito a ficar numa cela particular - mesmo não tendo estudos superiores. Ah! Políticos sem estudos superiores... são uma Tru(a)mp(a). Depois ficou em prisão domiciliária. Adoeceu de verdade e morreu. Caso contrário, seria mais um criminoso de alto gabarito que teria retornado à política, se pudesse.  

E é por isso que o Brasil dificilmente irá para a frente. Bandido tem muita proteção e à quem aceite que lhe façam lavagens cerebrais para achar que bandido é santo e santo é bandido. Só não sei se ainda há santo por aquelas bandas. Está por se comprovar.   




segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Debaixo de uma oliveira

 


Só falta o som das cigarras.



domingo, 10 de setembro de 2023

Na 2 a ouvir clássica

 

Hoje deu-me para sintonizar a RTP2 onde apanhei um concerto sinfónico da Gulbenkian. Quando terminou, continuei a ver a programação do dia (na linha do tempo) e encontrei um outro concerto de Paris, datado de 2020. Também fui ver. Passei assim umas horas da noite a escutar música clássica e algumas árias - coisa que faltou ao concerto Português por isso gostei muito de as ouvir no Paresiense.


Por falar em nacionalidades, não deixa de ser curioso. Música é tocada, cantada, interpretada por pessoas de todas as origens. Mas as composições de repertório mudam conforme a nação. Em Paris escolheram quase sempre compositores Franceses e a última melodia a fechar o concerto, claro, foi a Marselhesa: o hino nacional. Gostei dos comentários em português que explicavam a cerimónia, acho que foi um rico contributo que enquadra na história as composições.

Fiquei a saber que esta violinista Dinamarquesa estava a tocar num legítimo Guarnieri del Gésu - um construtor de violinos do início do século 18. Fui pesquisar quanto custaria tal violino: uns 4 milhões. Embora no Aliexpress se encontrem "à venda" por 400 euros. 

Fiquei impressionada com a expressividade dos cantores líricos, e da cumplicidade com o maestro, que era Romeno. 

Para não falar deste virtuoso pianista. Que belo presente! 


Pelos comentários fiquei a saber, por exemplo, que a Marselhesa foi inspirada em obras de Mozart, ou "copiada" como se gosta de dizer e que, quando Napoleão subiu ao poder, deixou de ser o Hino de França, só retornando o lugar aquando a instituição da República em 1879. Fui então, pesquisar mais sobre a Marselhesa


Tem uma história meio misteriosa. Diria que o mais interessante é a letra - com umas três versões. Concluí que uma das versões é um pouco colocada de parte, devido talvez ao radicalismo das palavras. Fiquei também convencida que existem semelhanças com o Hino Português. E achei que foi aqui que os nossos foram buscar inspiração.

Pois então leiam aqui sobre o nosso Hino. Acabei de descobrir a restante letra da Portuguesa - assim se denomina o nosso Hino. E tem mais duas partes que nunca tinha escutado até hoje. Curioso... aprendi a letra em menina e não mais esqueci. Mas só a parte cantada da adoptada para Hino. A Portuguesa, escrita em 1830, tem mais duas partes. Com versos curiosos. Tal como a francesa, faz referência a marcha, a luta, a vencer o inimigo.  


Devo declarar a minha profunda admiração pela forma poética e tão rica com que se escreviam versos nesta altura. 

Lembro-me de ter visto um cravo (espécie de antecessor do piano) no museu de Lisboa, com a indicação que foi nele que foi composto o Hino de Portugal. Fiquei maravilhada. Podia olhar e até tocar - embora as teclas estivessem tapadas por uma protecção de PVC transparente. Achei um privilégio. E um risco, para os mal intencionados. Que seja verdade e que esteja disponível para se olhar, acho fantástico. Recomendo que se visite este museu. 

E pronto. Foi assim que ocupei várias horas da noite e da madrugada. Enquanto escutei as melodias, abafei o barulho diário noturno do vizinho anormal. Todas as noites até às 8 da manhã este senta-se numa cadeira que chia ao mínimo movimento e põe-se a falar alto e a soltar impropérios frente ao computador. Devo escutar a palavra "FUCK" no mínimo umas 50 vezes. Fala alto e diz asneiras, tudo devido aos jogos de computador aos quais dedica a sua existência.

Por vezes arrependo-me de te fugido dos caminhos que conduzem à fama, celebridade e riqueza. Daria jeito em momentos como estes, em que quero adormecer no silêncio, mas vejo-me forçada a ficar desperta a noite inteira, porque um vizinho não sabe ter boas maneiras. E não adianta de nada avisar, pedir, chamar a atenção. Até quando vou poder "disfarçar" que não escuto e não me incomoda? ESCUTO SIM e incomoda MUITO!!! 

Se tivesse me transformado numa "celebridade", a vantagem é que já teria comprado uma casinha no monte, isolada, onde a única coisa que se escuta de noite não é o chiar irritante de uma cadeira com molas penrras, nem a voz exaltada de um indivíduo emerso em jogos de computador, nem "Fucks", nem pancadas de frustração a serem repetidos constantemente. Seria o som dos grilos numa noite estrelada. E depois adormeceria, serena.

PAZ. Silêncio. O som que mais anseio por escutar