quarta-feira, 31 de outubro de 2018

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Eles voltaram!!



Olhem quem está de volta. Os seguidores!




Juro que não fiz nada para que regressassem ao seu cantinho. Eu os tinha lá, até o google blogger mudar alguma coisa e terem desaparecido. "Sábia", não apaguei nadinha de scripts e deixei tudo como estava. Foi há o quê? Três, quatro anos??

Bem vindos, you're here!

PS: Afinal sempre andavam por cá? Ou é intermitente?

domingo, 28 de outubro de 2018

sábado, 27 de outubro de 2018

Porquê preciso de ser rica...


Vi uma caneta de que gostei. Porque não comprar?
Afinal, o que custa ter UMA coisa por prazer?



Custa quase 200 euros.

Uma caneta!

Se isto é por uma caneta, imaginem se "ousar" ir mais longe...
Nunca terei aquilo que me atrai.
Muitas coisas queria-as na juventude. Só fazem sentido assim.
Ainda a adiar...

O quê?
No túmulo vai ser útil uma caneta destas? Kkkk
É no túmulo que vou usar roupas impecáveis?

Provavelmente, sim!


Alguém sabe como tornar os rendimentos actuais 500 vezes superiores?

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Despedida da praia.. com limpeza de areal


Deus sabe que não morro de amores por pombos. Mas não foi por isso que deixei de sentir alguma apreensão. 

Estava a passear na margem da praia, impressionada pela quantidade de gaivotas paradas no areal. Pareciam hipnotizadas a olhar no horizonte o lençol de água. O que aguardavam? Porquê se punham em tão grande número deitadas no areal, o olhar o mar, sem se mexerem? Por instantes uma sensação de temor veio ao de cima e percebi qual a inspiração de Alfred Hitchcock para o seu filme "Os pássaros". Aquelas aves pareciam ameaçadoras, misteriosas. 


Enquanto me perdia nestes pensamentos artísticos e despedia-me do verão (ainda que já no outono), dizendo "adeus, até para o ano" ao mar português, observei entre as marcas deixadas pela orla das ondas uns detritos brancos, em grande quantidade. Pequenos, mas numerosos. O que seriam? Aproximei-me para observar.

Sim, era lixo. Mas que lixo?
ESFEROVITE.

Centenas, milhares de pedaços de diferentes dimensões, depositados no areal, enquanto mesmo ao lado aves bicavam detritos, ingerindo-os. A mais próxima era um pombo. Pus-me a imaginar os efeitos que o esferovite ia ter no estômago do pombo. Provavelmente inchava até entupir-lhe as tripas. 


Não muito longe do pombo, um largo bloco em esferovite apresentava uns tantos danos. Furos tinham sido feitos, como se produzidos pelo bico de aves. Centenas de bicadas no mesmo local até o esferovite perfurar.

As consequências de lixo nos oceanos é esta: 




Mas também é esta:



Quando era criança - altura em que ia para a praia no verão, costumava encontrar na areia pequenas pellets redondas e translúcidas. Não eram duras como os grãos de areia, nem tinham peso como os fragmentos de conchas. Eram leves como penas, pequeníssimas mas maiores que um grão de areia e translúcidas e redondas como pérolas. Aquilo instigou a minha curiosidade e quando dei por mim, gostava de as levar à boca e mordê-las entre os dentes, até as achatar. Ficavam uma espécie de plástico achatado. Acho que eram isso mesmo: plástico!

Eram exatamente assim as pellets plásticas que encontrava
na areia da praia em criança: esbranquiçadas e translúcidas,
pequenas como pérolas.
Em criança levava-as à boca e mastigava-as até as achatar.
Não recordo se as cuspia ou engolia pequenos pedaços.

Na altura em que era criança e ia à praia, ainda não se falava em poluição plástica. Mas por algum motivo ela já andava pelas dunas brancas, na sua forma mais perniciosa para o ser humano: a ingestível.  No início da década de 90, em Portugal, ainda podia ser que estivesemos no princípio do que viria a ser um consumo excessivo de produtos em plástico, mas o oceano já era poluído com os mesmos há muitos anos. Vindos de outros países, trazidos por outras correntes, presentes nas águas e ficando nos areais por décadas. Estava a envenenar-me sem saber.



Quando saí da praia, trouxe o bloco de esferovite comigo. E o coloquei no contentor de lixo. Assim como outros plásticos que fui encontrando pela margem: uma tampa de um frasco, outra de um tubo de super-cola, uma vara plástica partida daquelas que se usam para atarraxar o chapéu de sol na areia e impedi-lo de voar com a força do vento. Mas o que mais me repeliu ver na areia seca ou molhada foram as beatas! Muitas "frescas", ali acabadas de ser depositadas. Tantas e tantas... existirá poluição mais difícil de eliminar do que aquelas fibras de filtro de cigarro?? 

Bastou o sol desaparecer e dar lugar a nuvens, para a praia começar a esvaziar de humanos e a ser invadida pelas gaivotas e pombos. Algumas pessoas mais aventureiras gostam de caminhar pela areia ou praticar desportos radicais que beneficiam do "mau" tempo e de praias vazias de banhistas: skimming e parapente. Mas a presença de nuvens e o sol escondido atrás delas - por apenas umas horas pela manhã, foi o suficiente para revelar outras realidades: A «pressa» das autoridades locais em começar a dar a praia como fechada para as pessoas. 

Um estudo efectuado este ano pelas Nações Unidas revelou que 90% das águas engarrafadas tiradas para análise (num total de 259, 11 marcas de noves países onde não se incluí Portugal) continham micro-plásticos. Uma quantidade superior aos 83% anteriormente encontrados na água canalizada mundial.

O mundo como os nossos antepassados o conheceram, não existe mais. Nós o transformámos para sempre. Não há mais fontes de água pura. Comida sem ter químicos, oceanos somente com peixes. Bebés são alimentados nos primeiros dias de vida, já com contaminantes. E, segundo uma notícia que saiu hoje, 9 tipos de microplásticos estao presentes nas feses humanas. Queriam vitaminas, queriam? Ahahah. A pegada humana é demasiado perniciosa para ser eliminada. 


O Fim do Mundo não vai ser nenhum asteróide a embater na Terra, nem nenhum maremoto. É o veneno constante e silencioso da acção humana em todos os elementos essênciais para a sua saudável sobrevivência. 




segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O que penso sobre o assunto, dito por outros








"Se esta senhora acusasse o Messi, era uma vítima. Como é o Ronaldo, é uma caça-fortunas"


Por escrito:

A matéria na revista alemã Spiegel. (traduzida automaticamente para PT)
2



domingo, 21 de outubro de 2018

O silêncio como sinal de... desculpa??



Neste episódio de uma investigação de homicídio com recurso à ciência forense, uma esposa é encontrada assassinada, enrolada num cobertor, à beira da estrada. O marido é, como sempre, suspeito. Mas não há provas. Ele saiu para o emprego e esteve a trabalhar, durante o periodo em que a esposa encontrava-se em casa, a descansar por se encontrar doente. 

Dias depois um colega da esposa sofre um acidente rodoviário fatal e é então que o marido revela à polícia que os dois estavam a ter um romance, provavelmente foi ele que a matou, matando-se de seguida. 



Este caso passou-se em 1978. Somente em 2002 voltou a tribunal, devido a novas provas trazidas a lume pela ciência forense. Os filhos do casal também testemunharam. A rapariga informou no tribunal que, antes da mãe ter sido assassinada, ela era sexualmente molestada pelo padastro. A mãe entrou num quarto e apanhou o acto. 

Agora quero que me expliquem PORQUÊ esta rapariga "só agora" é que se lembrou de contar que foi molestada pelo padastro. Se era molestada desde pequena, "porque é que não contou na hora"?? Porquê só 30 anos depois é que se "lembrou"??


Espero que entendam o ponto de vista.

sábado, 20 de outubro de 2018

O Brasil inteiro está PERDIDO


Quando acham PIADA a isto e conduzem o assunto como se fosse uma brincadeirinha engraçada. O repórter até faz os gestos e repete vezes sem conta, fazendo o gesto em direcção ao sexo: "Você comeu galinha? Comeu ou não comeu? Assim?". "Naquele tempo não havia mulher" - responde o provável novo presidente do Brasil.

E riem, riem muito, às gargalhadas, exageradamente.

Esgoto.


Não, NÃO é desta que o Brasil vai sair do buraco.
O homem não tem cérebro!!

Ou melhor, tem aquele que, pelos vistos, todos ali preferem usar: o da cabeça de baixo.


Que esgoto!

É mi-mi-mi e tudo o que é consumo de animais e caça submarina... tudo justifica o facto de admitir ter enfiado o pénis no anus de galinhas.


Este gajo diz o que lhe traz mais votos. "Metralhar a petralhada", etc, etc...  E nem sequer o sabe fazer com eruditismo. Mais valia irem buscar um sem abrigo algures do Rio de Janeiro - um necessitado mas de bom coração, um bemfeitor nas favelas. Há tanta pessoa simples e sem instrução mais capaz que este tipo.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Há noveleiros por aí?



Faz muito tempo que não acompanho uma telenovela. Pensei até ter perdido a capacidade de o fazer, restando-me apenas a possibilidade de acompanhar as muito antigas, mas posso ter-me enganado. 

Recuperar um gosto é sempre bom. Perdê-los é triste, pelo que recuperar o que se julgou perdido, tem um gosto especial. 


A nova telenovela da TVI (Valor da Vida) tem essa capacidade de me deixar a querer ver mais. Já adivinho umas tramas dentro daquela espantosamente trabalhada trama, repleta de personagens e com um ritmo de desenvolvimento que me está a surpreender por ser rápido. Para novela que vai ter 200 episódios (não me apetecia nada acompanhar uma obra tão longa mas, ao contrário do que imaginei, penso que vai ser delicioso, não penoso). É ou não é bom quando somos surpreendidos com algo assim? 


Desde a primeira cena em que a vi, apetece-me salientar o espantoso trabalho de Dalila do Carmo. Que interpretação sublime! Por algum motivo a sua personagem transmite-me mais medo que qualquer outra. Sinto que ela sabe tudo o que se está a passar antes mesmo dos próprios saberem. E isso, deve-se à interpretação da atriz. É tão natural e credível, coisa que, sem querer entrar em preconceitos, sabe-se que é complicado conseguir em televisão. A sua personagem é matreira... ela sabe da atracção do ex-marido, ao qual aparentemente não dá qualquer importância, pela jovem filha da namorada do filho de ambos muito antes destes sequer trocarem as primeiras palavras. E percebeu a reciprocidade. E sabia muito bem onde ela se tinha enfiado quando fugiu de casa. Quando mandou o filho ir bater à porta do quarto do pai e depois seguiu-o para dizer que, afinal, já tinha visto Isabel sair (procuravam-na pela casa), o que ela queria era confirmar se os dois se tinham envolvido ou não. De alguma forma, ela sabia que a miúda estava com ele (talvez tenha escutado) e ao apanhá-lo nu de toalha enrolada à cintura, ela não dá nenhuma dica que entendeu tudo mas suspeito que é sempre a primeira a saber o que se está a passar. E depois é bem humorada e frontal, mas não conflictuosa. Pode sair qualquer coisa dali em 200 episódios... mas numa interpretação que dá gosto assistir. 


E pronto, para quem não acompanha esta telenovela este post é desinteressante. Mas encontrem satisfação no entendimento disto: estou a acompanhar uma telenovela com gosto!!!

Forcei-me a isso muitas vezes, até que acabei desistindo.
É bom recuperar um prazer que se pensou perdido para sempre.  

Já chegou



Já chegou o momento em que os cidadãos prestam um melhor serviço informativo que os responsáveis da comunicação social ou das entidades oficiais. Falo do VOST-PT, uma conta na rede social twitter que fez um autêntico serviço público aos cidadãos portugueses ao lhes dar informações passo-a-passo sobre o furacão Leslie. 

Coisa que, aparentemente, a Autoridade Civil não conseguiu e, dependentes que estão dos orgãos oficiais, muito menos o conseguiram as televisões e restante comunicação social.


O COMUM DO MORTAIS, o cidadão mais preocupado, instruído e versátil a superar os organismos criados para esse fim. 

Bem que mencionei nos comentários sobre o tema, que foi em blogues e no facebook que encontrei informação mais credível e satisfatória sobre os reais efeitos da passagem do Leslie por Portugal. 

Bom gosto


O Ronaldo é um coitado pobrezinho, com um aviaozinho, pouco dinheiro e miserável quando comparado a... 

um traficante mexicano!

Mais um fascinante programa no canal National Geographic (NarcoBling) chamou a minha atenção quando, no alto de um helicóptero, uma jornalista aponta para um complexo no chão, descrevendo as cavalariças, a capela, a casa.... Não sei do que falava mas prestei atenção. Luxo já vi em muitos documentários mas, quando mostram ao pormenor como é o interior, a arquitectura e decoração do lugar, não sinto qualquer ligação com o que vejo porque, a pesar de estarem ali coisas caras, não há ali bom gosto. 

Pois não é o que se passa com estes traficantes mexicanos. Na realidade, acho que aquele complexo em particular talvez fosse de um membro da equipa que lhes lavou dinheiro. Em coisa de dois a três anos, tinha 250 MILHÕES de euros!

Nem o Ronaldo, minha gente, com os seus alegados 350 mil que ganhava por SEMANA quando andava no Real Madrid e pagou a Kathelyn, conseguia tanto no mesmo espaço de tempo. 

A casa foi mostrada por dentro e, mesmo despejada do conteúdo maior, dá para ver grande beleza e bom gosto. Por exemplo: O Donald Trump já mostrou várias vezes a sua penthhouse e a sua mansão por dentro. Já vimos os "luxos" ali expostos e sinceramente... não ia querer dormir ali. Uma casa pirosa até mais não, muita falta de gosto, agressiva aos sentidos. 

Entre pobres que sobem na vida e ficam ricos a magnatas empresários que viram presidentes da república, o bom gosto na "gatunagem" vai para.... os traficantes mexicanos!


ver aquiLink não é incorporado mas está disponível no youtube

 Já tinha ouvido falar que os traficantes de droga fazem tanto dinheiro, mas tanto dinheiro, que não têm onde o armazenar. Não sabem onde o pôr nem o que fazer com ele. Podiam queimar um milhão todos os dias que nunca iam deixar de ter muitos mais para queimar.

De facto, é verdade. Lavam o dinheiro comprando bens valiosos, de marca e design. Sofás versace, lustres baccarat, lamborghinis, acabamentos espectaculares em casas de tirar o fôlego, mármores dos mais caros, muitas jóias e até as suas armas, são incrustadas e bem trabalhadas. 

Aposto que serão peças de coleção muito procuradas daqui a poucos anos. 


quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Mayday - Desastres aéreos

É estranho que eu veja no canal National Geographic o programa Mayday, sobre a investigação de acidentes aéreos e deseje sempre que todos sobrevivam?

Vejo o programa desde que estreou, em 2003. Em 15 anos "Mayday", que inicialmente gravei em VHS, ainda está no ar. Sabem o que isso significa? Que não lhes falta material para fazer novos episódios!

Essa ideia é assustadora. Pensar que existem acidentes de aviação suficientes a nível mundial para manter um programa televisivo no ar durante quase duas décadas.  

Tirando esta realidade, gosto bastante de ver o programa, porque relata todo o processo de investigação do acidente, difícil, morosa, envolvendo muitos peritos, todos empenhados em descobrir as causas para que não se repita a tragédia. Poderiam ter sido evitadas? O que as causou?

Cada caso é um caso e o programa recria as condições, de forma a explicar os procedimentos que conduziram ao acidente. Por vezes existem sobreviventes e o mais espantoso é quando os problemas com a aeronave e as demais circunstâncias parecem indicar que isso é altamente improvável. Mas cada vez que o programa chega à parte que mostra os problemas a começar e os comentadores dizem que faltam cinco segundos para o embate, estou sempre a desejar que ninguém se magoe e todos sobrevivam.  

Um dos que mais me impressionou continua a ser este. 


Bem, estou prestes a entrar num avião rumo a outro destino. 
Talvez este não seja o tema mais apropriado para agendar na véspera de uma viagem de avião. Ahah.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Implicâncias incoerentes


Li um comentário no youtube onde a pessoa escreveu que não gostava de comédias televisivas porque os risos eram falsos. Sabem? Aquelas risadas gravadas que colocam... como se isso impedisse que existisse comédia. 

Nada mais... sem sentido. A pessoa em questão até mencionou uma sitcom que é gravada com audiência ao vivo, pelo que, muitas das gargalhadas são reais, não fictícias. 

Quem tem preconceito com a comédia, muita vez fica-se por este argumento, julgando que é o que basta para o validar. Mas penso que é o contrário. Uma história cómica não deixa de o ser pela presença de gargalhadas "enlatadas". Porém, compreendo e não me faz confusão que haja quem não goste de as ouvir e isso as impossibilite de apreciar um produto. Há quem tenha um humor muito seco... não admite risos, ahahaha! Daí a total falta de empatia. 


Ora..., apetece-me sublinhar umas realidades sobre o universo televisivo/cinematográfico

Os efeitos sonoros introduzidos artificialmente não se limitam a gargalhadas nem estão limitados à comédia. Este é, talvez, o género que menos recorre aos "artifícios sonoros" para agradar. O género mais puro! Praticamente TUDO o que se escuta filmado é FALSO.  Principalmente a forma de falar das pessoas. E alguns diálogos... totalmente inverosímeis. Se me perguntarem o que me faz "dessintonizar" uma cena filmada, vários factores contribuem para isso e o principal é o ruído sonoro. Vou listá-los, porque é mais fácil. 

1) Som de pneus a chiar
2) Sons de murros
3) Sons de lâminas  
4) Som de perfuração de facas no corpo humano
5) Som de pancada na cabeça 
(e que ainda por cima deixa de imediato a pessoa sem sentidos, sem feridas que deitam sangue e sem problemas físicos ou cognitivos. É uma soneca. Só nos filmes!)
6) Música sempre a tocar durante cenas de interacção entre pessoas 
(geralmente ausente na comédia sitcom mas comum em cinema) 
7) Música durante perseguições automobilísticas
8) Som de tiros
9) Som de tiros, explosões, pancadaria, perseguição automobilística e música em simultâneo 
(dessintonizo mentalmente e só regresso quando sinto o ruído desfalecer).
10) Diálogos ditos «à vez» como se o cérebro fosse colectivo entre um grupo de pessoas
11) A própria forma de falar do actores 
(não tão poucas vezes a forma como se fala para filme é diferente da forma de falar na vida real. E isso é tão verdade hoje quanto o é ao escutar um filme mais datado. Somente a consciência disso não está ao alcance de todos)
12) O Grito de pessoa que acabou de se magoar seriamente 
(só grita um bocado, depois cala-se e comporta-se como se a dor e a ferida a sangrar de ter uma faca ou uma bala no corpo só doesse no instante)
13) O choro de bebés
(tanta vez não bate certo com a idade)

Ora, o que é tudo isto acima mencionado diante de umas gargalhadas enfiadas numa comédia?
Não há som audível quando um braço recua e vai com velocidade para a frente para dar um soco no queixo de alguém. Se alguém esfaquear outra pessoa, a lâmina não emite um som metálico. Quando cortam carne com uma faca, não escutam a lâmina a zumbir, pois não? Nos filmes, qualquer que seja a pessoa que é alvejada parece que voa metros, rodopia sobre o próprio eixo, salta no ar, cai no chão após rodopiar, entrega a sua fala mesmo a tempo de falecer... Não é realista. Além do ruído sonoro para as mortes também ser artificial, as leis da física impedem que um corpo faça a maioria dos movimentos que vemos no cinema. Também não há dragões voadores, raios a sair dos olhos, nem super-homens com super-poderes, nem bonecos que falam... Por mais realista que a ficção queira ser, não resiste a apresentar as mesmas mentiras de sempre, sonora e visualmente


Despeço-me desejando a todos que se divirtam muito a ver filmes!

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Em contramão


Um condutor de um camião entrou em contramão na segunda circular, em Lisboa.

Quando isso acontece, o que é que pensam?
Eu penso que se enganou.


Quando ligo a televisão, qual a minha surpresa, quando percebo que querem saber é se é um acto terrorista!!.

Se estivesse em Londres, talvez o pensamento fosse imediatamente para essa probabilidade. Mas em Portugal? Espero bem que nunca cheguemos lá. Simplesmente, não me parece. E vivo lá, em Inglaterra, num local onde a possibilidade de terrorismo está presente no dia-a-dia. Onde a polícia faz inspecções diárias, anda armada com armas enormes não aquelas pequenas de cintura e usa cães. A probabilidade de explosivos tem de ser rasteada todos os dias. É essa a minha realidade nos últimos dois anos. Agora, cá em Lisboa??

O condutor, pelo que se sabe até agora, não estava sobre o efeito de drogas, não estava alcoolizado, é português, empregado da empresa do camião que conduzia...  talvez à muitos anos - não se especificou. Desde a alta de Lisboa e a Rotunda do Aeroporto o homem, com discurso coerente, alega não se lembra de nada, não se recorda de fazer esses três quilómetros na segunda circular. 

Estaria a conduzir em "piloto automático"? Terá um tido um problema psicológico momentâneo? Seja o que for, não parece que foi de propósito que se enfiou em contra-mão. A polícia deu uma conferência de imprensa onde mencionou que observou no local alguns danos que podem levar a que alguém entre em contra-mão. Neste caso, a "culpa" não pode ficar só com o condutor. E tudo é um lamentável acidente. Não existindo intenção de causar danos. Mas existindo crime.


Resta-me enviar boas energias para as duas pessoas que se encontram em estado grave e precisam de cuidados médicos. Que recuperem bem.


Há um morto!


Não quero ser desrespeitosa mas vou usar de ironia para abordar a forma como os noticiários abordam o pós-leslie.


Terminado o especial sobre Ronaldo na CMTV, diz o pivot: "um morto causado pelo furacão Leslie". Um homem idoso de 82 anos. Escorregou numa rampa... por causa da força do vento. As autoridades só o encontraram hoje de manhã, já cadáver.



Bom, se calhar o homem idoso suicidou-se! 

Será que ponderaram isso?? Afinal, a protecção civil avisou! Recomendou que as pessoas ficassem  em casa e ele vai, sai de casa, decide ir à rua e descer uma rampa no meio da ventania... se calhar estava farto da vida e decidiu pedir ajuda ao Leslie.


Me desculpem se parece que estou a brincar com a morte de alguém. 
Mas o que estou realmente a fazer é o contrário. Estou a respeitar o falecimento, mostrando a minha repulsa pelo uso da fatalidade como estandarte televisivo. As televisões tanto se esforçaram para mostrar danos, que, finalmente conseguiram uma "fatalidade" para ser anunciada. (Repulsa). É contra este sensacionalismo que me revolto. Um exagero! Faltou a luz e ainda não voltou... falem com a EDP! O leslie já foi embora. E uma semana antes já sabiam que vinha nos visitar! E medidas preventivas foram quais??? Andaram a cortar ramos de árvores? A procurar as ocas e frágeis??

Faltar a luz pode acontecer com qualquer ventania. Uma senhora a chorar porque desapareceram-lhe coisas dentro dos armários da sapataria.... a chorar com voz de desespero... um exagero, visto que estava com saúde e tinha paredes, tetos e utensílios no lugar. E pessoas foram devolver-lhe os sapatos que encontraram espalhados. Que grande aparato... imaginem se o poder de destruição tivesse sido como nos EUA!! Às tantas alguns lembraram-se de dar uns golpes nas seguradoras, outros aproveitaram-se para ir furtar umas coisinhas às montras e meterem as culpas no "Leslie". 

domingo, 14 de outubro de 2018

Incompetência que justifica apuros


Se eu fosse o Ronaldo despedia a equipa de conselheiros que lhe dizem o que fazer.
Foram eles que o meteram em apuros com o fisco Espanhol.
Agora foram eles (Real Madrid) que o forçaram a assinar um acordo com Kathryn Mayorga e pagar-lhe coisa de 300 mil euros.

Caramba!
Que cambada de incompetentes!!!

Só metem o rapaz em mais apuros.
Até parece que não sabem o trabalho de casa...

Acho que, a ser inocente, o Ronaldo está a ser lixado por de trás... muitas vezes!
Mas por aqueles que o cercam! Tudo por dinheiro...
"Eles", provavelmente, nem são os mesmos.

Será este o próximo capítulo de uma futura e mais tardia saga CR7?


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Post 2, motivado por estar a ver em directo o programa Especial informação da CM ( muito bem feito, por sinal)

*PS: Os documentos revelados pela futebol leeks são o ponto-chave de todo este caso de acusação de abuso sexual contra Ronaldo. São neles que está a alegada prova de admissão de Ronaldo, que terá dito que a forçou a ter sexo com ele, que ela disse várias vezes não, que não era como as outras. E ele "acabou" e também disse que não era "como os outros" e pediu "desculpa". Ele terá admitido que ela disse "não, não, não" mas "mostrou-se disponível". 

Opá! Eu queria achá-lo íntegro e inocente...
Mas isto é paleio típico de quem sofre de "quero, posso e mando"... 


** Opá! (após ver entrevistas de rua aos madeirenses) Quem abre a boca cheio de si para argumentar "quem se diz magoada diz na altura, não 9 anos depois"... apetece-me abrir a cabeça dessas pessoas que se "acham" crentes da verdade absoluta com esse argumento, e mandar o cérebro instruir-se, ir estudar! Vão ler casos, falem com vítimas, leiam depoimentos... quem diz isto, para mim, mostra uma ignorância gigante.

Não! Não, não e não! Muitas vezes é o oposto!!
Até a violação ser um tema que deixou de ser tabu não foi assim há tanto tempo! E não está generalizado. Nem todas reagem apresentando queixa de imediato. Para chegar-mos aqui demorou muuiiito tempo (e a pílula do dia seguinte e o medo de doenças sexualmente transmissíveis contribuiu bastante para a mudança).  Quem acha que uma vítima só tem credibilidade se falar na hora, pensa de uma forma muito redutora, minimalista, reduzida! Pensam como mulheres maduras, fortes, guerreiras, que vão à polícia fazer queixa e ao hospital fazer análises. Esse comportamento só surgiu, minhas queridas, após muito esforço. E tempo. Esforço para incutir nas vítimas que exporem-se era o melhor a fazer. Falar era o melhor a fazer. Procurar justiça legal o melhor para as fortalecer. E para mudar essa mentalidade do silêncio e não-queixa judicial muito contribuíram os filmes americanos que "adoram" sujeitar as mulheres a essas tormentas, para depois mostrá-las a reagir, indo aos hospitais, indo aos tribunais!

Mas algumas ainda ficam caladas. Principalmente se a violação for extremamente traumática... porque as pessoas que fazem a (parva) afirmação acima, aposto que imaginam uma mulher sexualmente ativa e matura, a ser violada por UM homem. Mas a realidade tem todas a cores... e cada caso é um caso. E se for uma mulher virgem? Ou uma mulher sexagenária? E se foi um grupo de violadores, feios, porcos e maus? Com ar de doentes e drogados, sem consideração pela vida humana? Porém, metem TUDO num só saco! Sinceramente...

Violação ou Pedofilia - ambas sempre foram tabus, que ganhavam FORÇA pelo silêncio. Esse silêncio só começou a sofrer brechas à pouco tempo. Talvez nas últimas duas décadas... Porque a mulher sempre foi julgada e condenada com muita leviandade. A mulher vítima de violação por vezes não encontrava carinho e compreensão, mas acusações, gozo e, ainda por cima, outros machos as vêm com a "letra A escarlate"... e pensam que se podem usar delas como o outro fez. E se o comportamento social muitas vezes era este, vocês abririam a boca?? Por vezes até a polícia pensava assim...

A pedofilia era um TABU TOTAL até o escândalo caso Pia. Antes disso, o tema era tão temeroso que ninguém abria a boca. Muito menos ousava levantar suspeitas porque a ideia em si era considerada terrível. E injusta. Ninguém o pronunciava. Principalmente se o suspeito for "boa pessoa", caridoso, respeitador, muito trabalhador, religioso, homem de família, bom pai... Opá. A sério... as pessoas que abrem a boca para dizer que sem sofre de agressão fala na hora (seja violação, seja porrada, seja violência psicológica e verbal) tem cérebro?? Vivem no planeta terra ou na lua?

*** Se o Ronaldo quiser saber qual a estratégica de defesa que tem de seguir, BASTA-LHE ver este programa! Eles abordam todos os aspectos dos pontos fracos e fortes da alegação e dos argumentos até agora apresentados pelo Ronaldo. É impressionante! Muito boa análise.

**** Estes profissionais da CMTV fazem BEM o trabalho de casa! Um trabalho jornalístico louvável, em tudo completo. Desde a pesquisa sem "pulos" durante uma linha temporal gigante, aos profissionais e comentadores (especialistas em leis e psicologia) em estúdio... Uau! Muitos dizem o que também penso e que ainda não foi minuciosamente abordado. 

Onde estão os oráculos?

Zapping.
Paragem na RTP2. Cativa-me uma entrevista que está a decorrer num cenário com apenas dois sofás. Jornalista de um lado (a jornalista ham-ham), o entrevistado do outro. Um senhor a falar num português bem fluente, mas com sotaque. A forma como se expressa cativa-me e quero saber do que falam. Percebo que se trata de um livro de que ele é o autor. Aparece uma capa, mas com má leitura. Pelo menos no monitor do meu televisor, não consigo visualizar a tempo do que se trata. Um rosto remetendo a um mosaico romano parece ilustrar a capa da obra. Mas não mencionam verbalmente o nome da mesma. Nem o nome do entrevistado. 

Ainda não era desta...

Surgem os oráculos, aqueles rodapés informativos, mas também nada dizem. A entrevista continua a decorrer e é perguntado ao entrevistado sobre as personagens que escreve. Mas nenhuma pergunta ou resposta revela o livro que o fez estar ali. Apanhei o programa a meio, é verdade, quase no fim. Mas pude ainda ver uns bons minutos - talvez os últimos cinco ou dez. Seria de esperar nesta época de fast-tudo, a presença constante e alternada de rodapés informativos a aparecer repetidamente ao longo da duração do programa. Do estilo "Fulano X lançou livro Y". É para isso que esses rodapés existem: para situar o telespectador a qualquer instante em que sintonize o programa, no assunto abordado. E o cativar. Para passar a informação visual, caso a auditiva falhe. Os oráculos só trazem  vantagens e são um grande trunfo televisivo. Mas não souberam usá-lo.

A entrevista terminou. Pareceu-me que o autor chamava-se Richard, mas a jornalista menciona-o talvez uma vez e não recebo confirmação da obra, nem do autor, nem sequer na finalização da entrevista. Outra "regra de ouro" geralmente seguida por quem faz entrevistas televisivas. (Agora já sabem o propósito da mesma).

Não tive sorte, foi um tanto frustrante. Quando foi perguntado ao entrevistado como se sentia como autor ao ver-se ao espelho, ele então menciona uma famosa obra por si escrita: O último Cabalista de Lisboa. O google preencheu o resto: autor: Richard Zimler. Obra acabada de lançar: Os dez espelhos de Benjamim Zarco.

Descobrir isto foi como "montar um puzzle", entre o que ouvi e as informações parciais (tema da obra mas sem capa, a mencionar seis tempos - que foi um dos dados mencionados pelo autor durante a entrevista) disponíveis no google. Um simples oráculo bem colocado e uma entrevista finalizada de outra forma teria evitado todo este extra esforço :)  :D


PS: Achei interessante mencionar que a jornalista às tantas pergunta ao autor, numa afirmação, "Está a viver em Portugal há... 20 anos. Mas ainda pensa e escreve em inglês". Achei interessante ele rectificar que cá vive há 28. Está mais para 30 do que para 20, a jornalista parece não ter feito bem o "trabalho de casa" - só por este detalhe que escapou. Entendi que tinha muitas questões preparadas para lhe colocar - e colocou-as umas atrás das outras, quase sempre antecedidas de um "ham-ham". Mas o autor pareceu-me um óptimo entrevistado para improvisar ou seguir a deixa das respostas para fazer a próxima pergunta. Sem necessidade de "guião". 

sábado, 13 de outubro de 2018

A comunicação Social que temos



A comunicação Social devia alertar, não causar alarme.

Posso dizer que aqui na minha zona sem a presença do "Leslie" há rajadas de vento muito mais poderosas durante um normal inverno. Entre cinco a sete árvores já foram parar "na chom" (referência à pronúncia de Aracy Balabanian na telenovela Rainha da Sucata), placas de chapa de metal colocadas no telhado dos prédios caíram em cima de automóveis e os outdoors metálicos são dobrados pelas vigas e viram tapetes para serem pisados, transformados num contorcionismo difícil de acreditar, não fossem os olhos não o desmentir. 



Depende das zonas? Pode ser.

Mas então sugiro aos muitos canais de televisão que neste momento estão a fazer directos sobre os "estragos" do furacão, que venham para aqui para a zona quando não existirem furacões para poderem registar estragos melhores do que aqueles que estão a conseguir mostrar. É que ramos caídos sem fazer mossa em carros, ventos que não despenteiam a repórter no seu directo nem fazem abanar o guarda-chuva que segura, e ondas no mar revolto... Isso não é nada! Os próprios bombeiros devem saber isto. 
 

Parece-me que os directos sobre ramos de árvore caídos, chuva e vento... prestam-se mais para audiência do que para informação (what's new, right?). 

Deviam actualizar-se antes de fazer estes alaridos...
É que segundo novas informações da Protecção Civil, Leslie mudou de trajectória e perdeu intensidade. Para ler aqui, no "Notícias de Coimbra" ou no Diário de Notícias. Os demais sites noticiosos online aparentemente ainda não se preocuparam em actualizar os dados. 


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Um filme com 30 ANOS para rever...


... lições para (re)aprender. :D

E o filme sugerido para esta semana é "Os Acusados".


"Baseado em factos reais" - dizia a voz off sobre o filme que ia estrear na televisão portuguesa pela primeira vez. "Com imagens de violência e cenas que podem ferir a susceptibilidade do telespectador" - advertiu mais ou menos por estas palavras a "voz". 

Mantive o filme "Os acusados" gravado numa cassete VHS por muitos anos. Até que a necessidade de gravar outra coisa e a  alta probabilidade de voltar a ver o filme na TV fez-me decidir desgravá-lo. 

Noutro dia li algures numa notícia o nome deste filme ser mencionado como referência de aprendizagem sobre o tema que traz à baila: a violência sexual. Afinal nesta década de 2018 este filme de 1988 (tem 30 anos!!!) já não passa nos canais de televisão. E é lamentável. A mensagem parece estar PERDIDA e, por isso, precisa de ser reaprendida.


Quando o vi senti o impacto da violência mas muito mais o da INJUSTIÇA. De resto não me causou grandes revelações, pois intuitivamente concordava com o ponto de vista abordado pelo filme e o resultado do veredicto final, pelo que o "debate" de posições que o filme com muita inteligência traz ao de cima, não me manteve na incerteza, só na dúvida. No final, penso que todos respiram de alívio.

Para alguns espectadores, talvez tenha servido para "expandir a mente"- como vulgarmente se costuma dizer. Hoje em dia, qual será a reacção das pessoas? Evoluímos e nos afastámos daquele rápido julgamento? Da vontade de punir? E inocentar com a expressão "boys will be boys"?.

Para reavivar a memória ou para atiçar a curiosidade daqueles que, talvez sendo muito jovens, não conhecem este filme feito há 30 anos e que muito contribuiu para expor quebrar o "tabu" da violação, proporcionar um debate de ideias e ajudar vítimas a vir a público denunciar crimes de cariz sexual.


Vejam este clip. Ela dança, ela beija, ela até curte... mas ela diz Não
O que acontece a seguir... Muitas vozes disseram que mereceu. 

Quem acha que merece?


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Na RTP Memória...


Reencontrei alguns programas que fizeram sucesso mundial em décadas passadas. Sitcoms como Alf, Chefe mas Pouco e Os três Dukes. Por nostalgia, comecei a revê-las.

O sabor é que já não foi o mesmo.

1 - A.L.F. (1986-1990)
Alf foi um grande sucesso. Um extraterrestre tem de viver com uma família humana. Como um boneco que era visivelmente uma marioneta reles pôde ter sucesso, não é mesmo? Mas o sucesso de ALF está na personalidade sarcástica, pungente, ativa e ávida por diversão que conferiram ao boneco. Porém, ao revê-la, por vezes, nos monólogos longos, não suporto nem escutar a voz. E lembro-me que esta foi uma das razões apontadas para o sucesso da personagem. E já nesse assunto, como era muito comum na época, as restantes são pessoas muito íntegras, calmas, bondosas. Não gostam de fazer nada errado, têm uma noção de bem e de mal bem definida e não apreciam um menor desvio à integridade. Coisas como roubar um lápis da mesa da secretária de um escritório... é melhor colocar o lápis no lugar. Este género de personagem era muito comum na década de 70/80.

As histórias inventadas também não se sustentam bem pelo tempo. A maioria mostra conflitos básicos e são bem superficiais. Mais fabricadas para gerar gargalhadas fáceis do que apostar no crescimento das personagens. Quase todos ali são coadjuvantes para o boneco. 

Os cenários são horríveis, visivelmente falsos. Cenas de exterior no "deserto" não passam de cenas de estúdio com um cenário em papel, de cactos e montanhas. Muuuuito mau. Seria de esperar que, após o sucesso obtido, o maior número de receitas servisse para melhorar o produto. Não.


2 - CHEFE MAS POUCO (1984-1992)

Esta é a sitcom que mais me surpreendeu pela positiva. A que me souber melhor. Embora muito datada, nas atitudes e comportamentos da personagem Ângela em particular (logo a que devia ser independente e modernaça) mas principalmente datada na indumentária, aborda temas que ainda são transversais no tempo. Com duas crianças fazendo parte do elenco (a talentosa Alisa Milano e um rapaz que nunca mais ouvi falar e que nunca achei natural com a câmara) claro que temas como a sua educação, a passagem pela puberdade e todos os muitos conflitos que surgem em vidas tão jovens, confere um ar fresco à história e dá-lhe um pouco mais de durabilidade.

Personagens: Feita no final da década de 80, início da de 90, "Chefe mas Pouco" inverteu os papéis comuns na sociedade: aqui era a mulher que trabalhava fora de casa, auferindo um salário elevado e sendo responsável pela presidência de uma agência de publicidade. Ela também era mãe «solteira» de um menino. Papel que nunca achei ser bem defendido pela atriz que lhe deu vida - e essa impressão fica mais vincada agora, passados 30 anos. Obviamente sem tempo para as lidas da casa, a executiva decide contratar uma governanta. E quem lhe bate à porta é um ex-desportista de futebol, também ele com uma jovem filha e também ele solteiro. Tony Danza dá vida a este empregado doméstico e é muito credível. Claro que, entre os dois, vai existir alguma tensão de atracção, mas está sempre bem definido que o que os une é uma relação de patrão-empregado amigos e cúmplices. "Ângela" como executiva, não convence. Mas Tony como empregado doméstico convence-me que sabe tudo sobre como cozinhar um bolo, fazer qualquer prato, limpar o fogão, manter a casa um brinco. E isto sendo másculo o tempo todo. O seu lado doce de pai preocupado e empenhado em dar uma vida melhor à filha também se reflete na sua dedicação à nova profissão. Salve salve para o ator. Isto tudo ele consegue passar para nós, espectadores. «Ângela», a executiva, é que não convence mesmo. Mas adiante... até MONA! A personagem mais acutilante e bem construída dentro do seu género. Mona é a mãe de Ângela. Ela não vive na mesma casa (até uma certa altura em que se muda para a loft na garagem) mas visita a família e leva o neto e a filha de Tony a passear com frequência. Mona é o oposto de Ãngela em tudo. Ela gosta de divertir-se, de mostrar os seus atributos físicos e da sua boca saem as frases mais causticas e bem atiradas que jamais vi numa série. Mona tem uma atitude descontraída na vida e está sempre à procura de aventuras.


 3- OS TRÊS DUKES (1979-1984)
Até à pouco tempo ainda me divertia a ver esta série, que tem passado ocasionalmente pela televisão ao longo dos anos. Mas revê-la agora tornou-se, por vezes, monótono. Já sabia que aquilo não tinha grande história - basicamente passa-se sempre o mesmo: A família Duke adora carros velozes e é perseguida pelo xerife e deputado locais, que estão em conluio com Boss Hogg (brilhantemente interpretado por Sorrel Boke), um ricaço corrupto «dono» de todo o condado de Hazzard. Todas as histórias resumem-se em ver os primos Bo e Luke a conduzir o carro laranja, sendo perseguidos pelo xerife Rosco P. Coltrane (brilhantemente interpretado por James Best). Tudo isto em pura comédia circense. Automóveis a saltar, a pular por cima de ribeiros, tiros que nunca acertam o alvo, e murros que mal tocam o rosto do "bandido" já os põe a todos K.O.  Mas existe bons momentos de diversão, principalmente por parte das personagens "bandidas" e cómicas do xerife e de Boss Hogg. Pura escola, em termos de atuação. Eles caem com o carro no lago, emergindo encharcados e com vegetação agarrada ao corpo, enfiam-se em pilhas de feno, escorregam para dentro de poças de lama, levam com comida na cara, latas de tinta que lhes são derramadas.... muito empenhados e profissionais estes atores, pois a cada episódio... tinham de tomar um bom banho. E por isso a série deu resultado e ainda diverte, embora não mude em nada a sua essência. É como ver os desenhos animados do coiote e papaléguas: é sempre a mesma coisa e o coiote jamais consegue alcançar o seu alvo. Este é inteligente, o outro um idiota que se coloca em situações caricatas, e está sempre a cair em precipícios, a ter bombas a explodir-lhe à frente... Assim é Os três Dukes.  


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Para procurar e ver na TV já!


... Grande Entrevista, da RTP, que está a passar AGORA na RTP3.
Entrevista com psicóloga clínica Gabriela Moita. Tema: sedução e assédio sexual.

Ela diz tudo o que penso, tudo o que sinto, tudo o que concordo!

Mas di-lo muito melhor. Com conhecimento de causa, estudo.  

Vejam porque vão entender muita coisa que (tenho sentido) faz "confusão" a algumas pessoas, principalmente mulheres. 

A propósito...


O meu único post sobre o Ronaldo no blogue, remota a 2016, por ocasião do divertido "arremesso do microfone" ao lago. Como todos, achei de pouco valor e a atenção que o caso estava a receber, exagerada. Até que comecei a pensar. Especialmente após ver uns vídeos. Não gostei. E hoje, ao relê-lo, fez-me sentir mais segura a respeito das minhas impressões sobre as pessoas e as suas atitudes. Não sou infalível e já fui surpreendida (geralmente acho todos bons porque os julgamos um pouco por nós mesmos). Mas, às vezes, nos pequenos gestos como o arremessar de um micro ao lago,  um acto que revela desrespeito, revolta e, também um sentido de "eu" e "vontade" muito dominante, revela-se muita coisa. Não tanto quanto o espetar de um objecto doloroso no joelho de um colega de time, claro. Ou meter todo o peso do teus músculos em cima das costas de um homem idoso. 

E pronto, é isto.
Para reler aqui.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

A Programação Portuguesa


Se há coisa à qual não tenho acesso em Inglaterra, são os canais de televisão portugueses. Por isso, quando cá cheguei, foi com saudade e gosto que fui passando pelos canais para descobrir o que emitem. A surpresa não foi muita. Continua tudo igual. Na televisão que tem cabo, entretive-me na Sic Radical, a ver dois programas estrangeiros. Um britânico (o que é curioso), de nome Undressed. Duas pessoas interessadas em encontrar o amor marcam um encontro num "quarto" fictício (um estúdio de TV) e têm de tirar a roupa do outro. Depois deitam-se numa cama e conversam. Num monitor surgem perguntas e sugestões de posições para eles imitarem. Ao final de 30 minutos, têm de carregar num botão para dizer se estão interessados em conhecer aquela pessoa, ou ficam por ali. 


Achei interessante. E bem melhor que um outro no mesmo canal, espanhol, em que desconhecidos CASAM um com o outro e vão para a recepção vestidos de noivos, sendo avaliados de cima a baixo pelas famílias. Uma estupidez! Assim como um outro programa que passa no Reino Unido (Naked Attraction) e agora também na Sic Radical, em que os concorrentes ficam todos nus num pedestal e o genérico mostra os pénis a balançar, os seios, pipis, etc... Não pela nudez, mas pela gratuitidade com que a exibem e o conteúdo supérfluo e superficial do programa. Não é de espantar: no final, o concorrente que escolhe o seu favorito, vão num encontro - muitas vezes incluindo logo sexo e, descobrem que não vão dar continuidade à relação. Muito sedutores no início, ávidos pelo primeiro beijo que é sempre cheio de língua, saltam para a cama, fazem todo o tipo de sexo (presumo) e depois... "queixam-se" que o outro não é o que pensavam. Ah, a sério??



O segundo programa (Dating Naked) passa-se num local paradisíaco e tropical, com praia, areal, piscina e casa de luxo. Um homem e uma mulher marcam encontros com potenciais parceiros que nunca conheceram antes. A condição é que... têm de estar nus. A produção tem uma actividade que lhes é destinada e eles aproveitam esse convívio para se conhecerem melhor. No fim de uma semana, têm três encontros. Este programa podia ser feito com mau gosto, mas não é. A nudez não incomoda - porque nem se vê. Um borrão muito bem colocado impede qualquer visualização. Pelo menos aparentemente, todos estão realmente centrados em conhecer as pessoas - não em vê-las nuas. Porque já estão nuas. Assim, isso fica esclarecido na primeira vez que se vêm, podendo concentrar-se nas características que realmente interessam: personalidade, opiniões, comportamentos. Foi um programa que me interessou e vi alguns episódios. Contudo notei que muito é fabricado. Embora não tenha visto o fim, fiquei com a sensação que tudo aquilo vai ser inútil, porque o casal que está a sair com outras pessoas, no fundo, já se escolheu um ao outro. Pelo menos ela. Pois assim que vê o outro rapaz (com quem não tem uma relação e com o qual divide a experiência) com uma mulher que ela sente poder ter chances, discretamente sabota a relação. E ele gosta de todas, trocando a sua favorita com frequência e mostrando uma obediência imediata à colega cada vez que ela o chama. 

Na TV que só tem canais nacionais, percebi que nos generalistas continua tudo igual. Directos de manhã e à tarde, com a habitual propaganda ao Calcetrin e aos números de sorteio, intercalados por dois noticiários composto de cinco notícias durante um ciclo de 24 horas, repetidas continuamente o dia inteiro. Por vezes até a manhã seguinte. Os "enchidos" dos directos em estúdio - ou em exterior (em caso de feriado nacional) são o que de "melhor" a TV tem para proporcionar. É o maior entretenimento, até que cheguem as novelas, à noite. Filmes são raros - talvez um por semana, sempre próximos da meia-noite. 

Elenco da novela Valor da Vida
De novelas, cativou-me pela história Valor da Vida (TVI) que conta com um elenco "misto" de portugueses e brasileiros. Mas o curioso é mesmo a história. Muito bem escrita. Dirigida? Nem por isso. A realização é espantosamente básica. Pouco ou nada dinâmica. Basicamente pessoas sentadas no sofá e cameras a apontar para uma ou outra. Ou planos gerais - por muuuito tempo, de vez em vez aproximam-se para desenjoar. Muito básica. É a história que a sustenta. E algumas interpretações.

E vocês?
Como está a vossa relação com a programação dos nossos canais

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Barriga cheia!



Que bem que me soube ir a um museu. Juro que só saí de lá quando me senti cheia! Já sentia falta de um pouco de história, cultura, beleza, arte... entrei vazia, saí cheia, como quem está com fome e através de alimentos, enche o estômago. 

Não planeei, simplesmente passei perto e entrei. 

E por isso pude ver objectos, quadros, gravuras bem de perto. Algumas sem cordas de separação, sem caixas em vidro, sem um "fosso" a separar a pessoa do objecto de arte. Detalhe que muito me agradou. É assim que devia ser sempre. Respeito e confiança. Eu vou ali ver, não roubar. E quase todas as obras estavam ao alcance da mão. Podia tocá-las, chegar bem perto e ver bem, pegar, tirar do lugar... facilmente. Mas não é isso que é suposto fazermos e acreditem, gosto assim. Gosto que se assuma que as pessoas respeitam as obras e se insista em disponibilizar cultura da forma como ela é suposta ser. Ter tudo enfiado em caixas com alarmes, protecções, fechaduras... Irra! Só se o objecto em causa necessitar por motivos de integridade. Não por poder ser roubado, porque isso altera o usufruto que se retira da arte. A experiência, o resultado, a emoção... fica mais frio e institucional. Afinal, quem quer roubar, rouba de qualquer maneira. Não foi há relativamente pouco tempo que "desapareceu" do Museu da República uns objectos extremamente valiosos*/**? Já visitei esse museu - que adorei, mas cujos elementos estavam todos mais que fechados e protegidos em redomas e estantes em vidro, com alarmes e fechaduras. Até os quadros, erguidos a uns três ou cinco metros de altura, bem no alto das cabeças, bem "indisponíveis". Poderiam ser vistos mais de perto no nível acima, mas ainda assim, somente ao de longe. Nenhum detalhe podia ser observado por a distância não o permitir. Não se usufrui da mesma maneira de arte quando assim é. 


Este onde fui é diferente. Quadros ao nível da vista, na parede, podendo ser tocados. Confesso que, por um lado, senti alguma apreensão por algumas obras ali expostas. Mas somente por desconhecer se a sua integridade estava em risco por estarem expostos numa sala de temperatura controlável por meios tradicionais (janelas fechadas ou abertas), onde a respiração e a humidade eram factores variáveis e o uso de flash fotográfico assim como o contacto com o ar pudesse alterar as tintas das obras. 

Mas estar perto de originais é... outra coisa. Penso que eram todos originais, e não réplicas como tanta vez se usa, sem que o público saiba que o artista criador jamais chegou perto daquele objecto. Proporcionou-me o tipo de experiência que pretendia ter. Tomara que esta raridade não desapareça. Até em museus de pequenos lugares do interior de Portugal, já se vê tudo enfiado em redomas de vidro e sistemas de segurança. Prefiro entrar num palácio - por si só um museu ao vivo, e apreciar a "decoração", o mobiliário, os quadros, o soalho, os baluartes e lustres... como uma casa, um palacete habitável. 

E foi essa a experiência que tive. Pude estar perto de quadros e tocar neles se não soubesse que fui ali ver - não tocar. Mas estavam ali e podiam ser tocados. A maior "ousadia" foi pousar o telemóvel para ajustar uma parte que se estava a soltar no tampo em mármore de uma cómoda do século XVIII... que em tudo se parecia com um móvel belo mas comum de se ver em casas e apartamentos até os anos 90, antes dos IKEA invadirem o mercado de consumo e todo o mobiliário antigo que as pessoas possuíam com história (e carácter) virasse obsoleto. 

Pude chegar perto e tocar, ao de leve e muito respeitosamente, no piano onde alegadamente em 1890 foi composta a música «A Portuguesa», hoje conhecida como o Hino de Portugal. 


Uma tampa transparente em plástico, para proteger as frágeis teclas, era a protecção que o piano exibia. Discreta e que em nada influenciava a peça em si. Pelo contrário: realçava-a. Ao invés de se ter um piano com tampo fechado, ele parecia resplandecer e fazer imaginar as músicas ali tocadas, as partituras ali escritas e guardadas.  Pareceu-me que a protecção plástica nas teclas podia ser facilmente removida, sem alarmes. E porque haveria de existir alarmes? Nem deviamos esperar tal coisa. Isso seria partir do pressuposto que as pessoas são todas uns vândalos ao invés de entrarem ali com o propósito de encontrar história, cultura, arte e, tal como me aconteceu, encherem a alma.



*Foi em 2016 que se deram uns furtos suspeitos - que levou à apreensão do director do Museu. Claro, quem rouba assim só pode ter conhecimento interno da matéria. Não é um Zé qualquer que o faz... E isto leva-me a outro tipo de conclusão: É o ladrão que protege o seu espólio. Um museu com peças "trancadas" a sete chaves e indisponíveis à vista aproximada é gerido ou é propriedade de... gatuno. Um museu aberto, com peças à vista e do toque, é mantido por um filantropo, com autêntico amor pela arte. ** Afinal já vão DOIS roubos no museu da PR.... o segundo foi em Julho deste ano. Desapareceu uma medalha em ouro. Coisa que era só chegar perto e pegar, tenho a certeza... lol. 

domingo, 7 de outubro de 2018

Crime que deve ser punido

MALDITO pirómano que ouviu na TV as previsões do boletim meteorológico que apontava ventos fortes para hoje e só hoje. Sintra arde!!

A coragem de uma mulher chamada Kathryn Mayorga

Estava longe de me preocupar com este assunto, mas depois de umas conversas e comentários, apeteceu-me prestar atenção ao processo jurídico ao qual Cristiano Ronaldo poderá responder na América. 

CR7 é apontado como autor de um estupro a uma mulher americana, de nome Kathryn Mayorga. O caso remota a uma ocasião há nove anos atrás. Na altura, a americana, que se diz a vítima de estupro, não fez segredo do ocorrido. Foi de imediato ao hospital e sujeitou-se a exames médicos. Segredo fez do autor e do local de estupro. Alegadamente por ter medo. O caso acabou por "cair" no «esquecimento» quando a mesma assinou um acordo para parar de falar do assunto, em troca de uma soma de dinheiro.

Nove anos volvidos, a América vive um momento especial no que diz respeito a este tipo de crime.  Surgiu o movimento #Metoo. Denúncias de casos ocorridos com pessoas em posições de poder têm vindo ao de cima e vítimas a viver anos em silêncio perceberam que vão ser levadas a sério ao invés de serem sujeitas a escrutínio, maledicência e ofensas, como no passado. Há não tão pouco tempo assim, vítimas de estupro sofriam uma pressão tremenda para se manterem caladas e não irem contra homens poderosos e com dinheiro. Ficavam sempre mal vistas e arruinadas em todos os sentidos. Um desses casos de denúncia revelou a verdadeira face do então muito idolatrado ator e pacifista Bill Cosby - não uma mulher, mas várias, vieram a público dizer que foram violadas por ele no passado. 20 e 40 anos depois... o acusado, provado culpado, foi sentenciado e vai pagar pelos crimes que julgou ter cometido impunemente.

Portanto, não argumentem "porquê só agora?" porque para mim isso revela um grande desconhecimento do que é passar por um trauma. Revela desconhecimento de vida e natureza humana. Com tantas mulheres a sofrer, vítimas de violência doméstica, que permanecem com os parceiros até o final das suas vidas - ainda se perguntam "como é possível?"??. Pouco se entende de psicologia se não se entender que é fácil permanecer em situações de conflito e violência por anos mantendo SEGREDO dessa realidade. O mesmo se passa para vítimas de violação - seja esta contínua ou única.
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Ora, no caso do Cristiano Ronaldo, que comentários surgiram quase de imediato? "Mais uma que vai atrás dos milhões dele!", "Querem ver que quando subiu para o quarto não sabia ao que ia?", "Coitada, era virgem!".

O que eu penso destes comentários? São um cancro para a sociedade. Para manter o direito à inocência de uma pessoa, não é preciso tentar demonizar a outra. Porque existe tanta possibilidade de inocência quanto de culpabilidade. 

E ao fazê-lo neste enquadramento, está-se, mais uma vez, a banalizar-se e a tornar socialmente aceitável chamar as mulheres de prostitutas. Qualquer mulher é imediatamente vista com potencial de puta, sempre interessadas só em dinheiro e dispostas a tudo para o obter. Se forem bonitas, jovens e ousarem divertir-se, ainda pior. A mulher continua a ser socialmente condenada na sua generalidade, pelas liberdades que conquistou. E punida quando violada nos seus direitos mais básicos, porque "fez por elas"... Mesmo que uma mulher levasse uma vida desgarrada, mesmo que vivesse da prostituição, ser forçada a ter sexo contra a sua vontade continua a ser um crime de violência. Ser freira ou ser puta, que diferença faz no acto? Nos traumas?

Há uma "famosa" prostituta americana cujas consequências de uma vida a ser (des)tratada como puta mostrou ter alterado a sua forma de ser e de pensar - o que levou a consequências fatais. O seu nome foi Aileen Wuornos. Vejam o filme baseado na sua história, talvez a compreendam. É este o caminho que a sociedade quer seguir? 

Prostituta ou não, merece respeito. É só o que quero sublinhar. Vítimas surgem de todo o tipo. Não há umas cujo crime deixa de o ser só porque estão "do lado errado da vida". Mentiras e verdades não são exclusivas do lado "rico" ou "pobre". 

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Bom, voltando ao caso CR7, vou tentar ser suscita. O que é que se sabe até agora?

Sabe-se que Cristiano Ronaldo admitiu ter tido relações sexuais com Kathryn. Claro, não é burro e tem uma vasta equipa de advogados bem duros na queda que já conhecem o peso em tribunal de um elemento que revolucionou o mundo forense: O ADN.

Se ele alegasse que nunca lhe tocou e colectassem do anus da acusante o esperma dele, Ronaldo seria facilmente descoberto e teria toda a sua credibilidade destruída em segundos a uma escala mundial. Pelo que admitir tinha de ser a solução. E para contornar os parâmetros de uma alegada violação, a contra resposta só podia ser "foi consensual". 

Outro facto que se conhece é que ele trocou 375 MIL euros pelo silêncio da americana. Um contrato assinado em 2010, e cujos contornos e detalhes só vieram a público anos mais tarde, graças a um trabalho de investigação de jornalistas alemães da revista "Der Spiegel", que tiveram acesso às mensagens trocadas entre o jogador e o seu advogado - mensagens onde estabeleciam o valor a entregar. 


Ora, contra todos estes factos, substanciados por documentos reais - cuja conecção entre o jogador e a americana já foi oficialmente confirmada por documentação aparentemente legal e real, a equipa de defesa de CR só sabe dizer que "é falso" e mais uma vez, são "pessoas a tentar ganhar algo às custas dele".

Parece-me uma defesa fraca, perante os contra-argumentos fundamentados pelo "outro lado". Mas também existe uma eventualidade percentual de ser verdade. 

Presentemente, porém, não me parece que seja. Mas teremos de esperar pela conclusão da justiça. Isto se o aparato e as cortinas de fogo não atrapalharem a investigação, como aconteceu na américa com o julgamento de OJ Simpson ou em Portugal com o caso Casa Pia.


O que têm a dizer a este respeito?
Têm alguma opinião até agora?
Partilhem. Mas em tom de diálogo, não em tom de fanatismo, eheheh.
Como jogador ele é o melhor do mundo. Como pessoa não o conheço. O que sei dele, pessoalmente, acho que não abona muito a seu favor. A impressão que tenho é que ele faz o tipo "QUERO, POSSO, MANDO". A sua determinação em se tornar o melhor jogador é louvável, mas essa mesma obsessão o fez querer ter tudo a seus pés - presumo. E tiro esta conclusão baseada na FORMA como escolheu ter os seus primeiros três filhos. QUERO, POSSO, TENHO.

E uma filho não é a mesma coisa que uma bola de futebol... 

Não tem o mesmo peso. 
Quis ter um filho mas não lhe quis dar uma mãe... aparentemente. Três vezes.
Até hoje não se sabe quem geriu e pariu a primeira criança. Mas sabe-se que esta cresceu SEM mãe. Avó, tias... podem criar bem uma criança, não duvido. Mulheres têm-no feito por milénios. Mas não são mãe. Não existe a figura "mãe" e não conheço orfão ou adoptado que não sinta falta dela. Se o filho não fez falta à mulher(s) que gerou Cristianinho pouca importância tem. O que está em causa é o Cristianinho. E o impacto que a ausência de uma mãe terá na sua vida. Porque mesmo ausente, muitos sabem que tiveram mães. Umas deram-os para adopção, outras estão vivas mas em condições lamentáveis, outras faleceram... mas existiram. A sua história, o seu legado, os parentes maternos... Cristianinho foi privado de TUDO isto. 

Portanto, o que penso saber sobre Cristiano Ronaldo é que o que ele quer, vai atrás, obtem, nas condições que deseja. Eliminando factores que fazem outros hesitar e reflectir. Louvável no desporto e na carreira? Talvez. Na vida sentimental e familiar? Talvez... não.

Que vos parece?