quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Fiz uma(s) coisa da qual me arrependi


Por vezes tenho impulsos, gerados pela indignação ou outro sentimento profundo.
E isso leva-me a agir impulsivamente, parece fazer sentido na altura - mas segundos depois, lamento ter agido sem pensar e o meu lado racional toma conta e acalma a ira, a noção de intolerância para com a injustiça.

Uma coisa que me arrependi de fazer - embora não tenha realmente feito nada - é mal a mim mesma. Em várias ocasiões na vida, fustiguei-me devido ao quão profundo estava o sofrimento. Os métodos são tão banais e comuns, que ninguém percebe. Passou por ficar uma década a marcar o rosto com cicatrizes. Mas ninguém percebeu nada, porque essas cicatrizes confundiam-se com acne e eram criadas pelo impulso de espremer os poros durante horas e horas. Davam-me muitos conselhos, mencionavam o estado do meu rosto, mas não percebiam a origem - para mim tão obvia, nem eram capazes de entender que nada ia impedir-me de "tocar no rosto". Tinha-se tornado uma necessidade proporcionada por sentimentos de angústia diários, com origem nas atitudes de algumas pessoas mais próximas e sabia que não ia abandonar-me tão cedo. Mas eventualmente, iria.  

As pessoas estão preparadas para escutar "corta-se com uma lâmina" ou "usa um chicote nas costas" - coisas que os filmes mostram. Mas não são tão hábeis para detectar o mesmo em gestos corriqueiros que os filmes não trazem a lume. Até mesmo drogas e álcool - podem ser sintomas de um mesmo problema. 

Há poucos dias, sem dar conta, ou melhor, sem pensar e sem ir até ao fim, por impulso comecei a traçar marcas no braço pressionando com força um objecto afiado e movendo-o sobre a pele. Não cortei, só senti a pressão, e mantive-me a fazer isso até que pareceu aliviar a angústia. Não pensei mais no assunto, foi só uma coisa impensada e sem qualquer intenção de ser flagelo. Mas está ali na barreira e só dei conta depois. Quando senti o braço a incomodar-me e surpreendi-me por estar com marcas vermelhas. Vão demorar a desaparecer. Estas não podem ser confundidas com acne. Posso sempre dizer que me arranhei, ao mexer no mato no jardim e no emprego. Aliás, é costume sofrer cortes de lâmina e papel de tanto manusear os instrumentos de trabalho. Ninguém pensa muito nisso e o quanto é impressionante que uma folha de papel possa cortar tão profundamente que te vai sangrar. 

O problema é mesmo esse. As pessoas não pensam duas vezes quando se trata de magoar os sentimentos dos outros.

Outro impulso que tive mas logo a seguir fui desfazer, prende-se com algo mais "malvado". Numa ocasião de revolta com o cinismo e malícia cá de casa, pensei comigo mesmo: "vão comer merda!". Estava a sair do WC, incomodada até fisicamente com este ambiente e subitamente pareceu fazer sentido. Cheguei perto de realizar o meu intento, mas depois travei-me. A pensar no absurdo. Eu não sou assim! Eles não iam fazer-me rebaixar a esse ponto.  

Por vezes quando continuam este bulling mascarado, por um milésimo de segundo sinto que devia ter ido até ao fim. Que comessem merda, literalmente! Seria cá uma "vingança"!

Alguma vez se vingaram de alguém com requintes de malvadez?
Contem tudo!!!
Quero e preciso saber.

PS: Não dêm muita importância à parte da fustigação, é tão ligeira que só os profissionais classificariam-na como tal.


Contem tudo! Hoje é o Halloween e até caem bem histórias de horror, nojo e medo eheh.


quarta-feira, 30 de outubro de 2019


Eram 9h da manhã, toca o telemóvel. Uma mensagem automática em chinês, começando com "UPS" repete-se duas vezes e a chamada cai. Tentei gravá-la com outro telemóvel mas não deu tempo.

Nisto consigo escutar quem anda acordado pela casa. E consigo perceber quem está a sair. O rapaz que-vai-embora foi o primeiro. Grande surpresa! Ele nunca sai pela manhã, geralmente só o faz de tarde. De seguida, é a rapariga mais-nova. Outra surpresa, nem a sabia em casa mas também, tendo entrado depois da meia-noite, nem poderia imaginar. E pouco depois o que acabou-de-chegar. Entre os últimos, oiço a mais-velha abrir a porta do quarto e ir ao WC. Depois desce as escadas para a sala.

E é lá que está até agora. Se a experiência serve-me de guia, é lá que vai ficar o DIA INTEIRO, com o rabo colado no sofá, o telemóvel na mão ora no jogo candy crush saga, ora a destilar veneno nas mensagens na aplicação Whatsapp no grupo secreto e sempre, sempre, com a televisão ligada.

Opá, só de imaginar que a vou ter aqui o dia inteiro até se ir deitar à meia-noite...
É como ficar com diarreira.

Pergunto-me porquê não foi trabalhar. É apenas quarta-feira! Esteve o sábado e o domingo em casa, foi trabalhar dois dias apenas... e já está cá novamente? Deve ter inventado uma desculpa para se escapulir. Mas talvez não seja coincidência. Talvez por saber que todos os outros iam estar ausentes, decidiu estar presente, não fosse eu ficar sozinha na casa e poder, sei lá... ter liberdade sem estar a ser controlada??

Talvez tenha a ver com o facto de ter colocado de volta o gravador na sala. Talvez quisesse impedir-me de usá-lo, impondo a sua presença, que indubitavelmente anula qualquer possibilidade de outra pessoa ver televisão.

Só que hoje já ia remover o aparelho dali, porque só o liguei para poder ver que gravações armazenadas podem ser eliminadas. Preciso do disco vazio, para encher novamente, porque pretendo levar o aparelho para portugal e deixá-lo lá a funcionar.

Ou talvez o senhorio esteja por passar cá e algo está por acontecer.
Talvez(es).

O que sei é que está um cortador de relva à entrada de casa e o senhorio jamais fez isso. Aliás, assim que eu comecei a jardinar, ele fez algo que não tinha feito no ano inteiro em que cá vivi: fechou a cadeado o barracão do jardim. Que foi onde encontrei uma pá e lhe perguntei se podia usá-la para cavar. Ele disse que sim mas logo de seguida fechou o acesso ao barracão. Mais tarde verifiquei que decidiu colocar ali o cortador de relva e procurei justificar o cadeado fechado devido a isso.

São apenas conjecturas... Tenho tanta coisa para fazer que não me apetece fazer nada. Percebem?
Mas se poderia fazer algo, a presença da mais-velha na casa o dia inteeeeiro irá certamente impedir-me de sentir liberdade para o fazer.

Vamos dar tempo ao tempo para perceber se vem aí chumbo grosso....

PS: Ainda bem que decidi fazer uma máquina de roupa ontem de noite, depois de chegar!
Hoje seria mais complicado. Roupa com leite derramado? Já está limpa, seca e arrumada!



O tipo da boleia


Tenho de tomar cuidado com o parque de estacionamento do supermercado.
Então não é que passei outras duas horas na conversa??

O homem que me deu boleia do emprego até casa perto de onde moro, o tal que mencionei não parecer interessado em nada mais que ser simpático, deu-me novamente boleia. Ao chegar ao destino - o parque de estacionamento, ele quis mostrar-me fotografias das suas férias em África. E saiu-se com uma novidade: é casado. E a esposa vive lá. Já não a via fazia alguns anos. Problemas com o visto. Depois separaram-se e agora, segundo me contou, reconciliaram-se. Está apaixonado e pretende lutar para que a esposa consiga o visto.

Entre outras coisas, fala-me da família, dos filhos, ele é pai e mãe de ambos. Cria-os sozinhos. Foi violento na juventude, ia rumar para uma vida de crime até que se alistou no exército, onde ficou 9 anos. Foi há bósnia e a uma série de países de conflicto bélico. Agora está a trabalhar no mesmo lugar que eu.

Notei que precisava de conversar. Muito. Como se não tivesse oportunidade de o fazer com ninguém. Eu não me incomodo. Gosto de ouvir histórias de vida das pessoas. Gosto verdadeiramente. Contou-me tanta coisa em duas horas!! Eu estava com vontade de ir ao WC, desconfortável por uma embalagem de leite que comprei no supermercado estar a verter da minha mochila para as minhas pernas. E com vontade de abrir a janela, devido a um cheiro estranho que vinha da viatura. Mas fiquei a escutá-lo falar da sua vida, que foi da adolescência até ao presente, passando pela família, pais, avós, irmãos, filhos, ex mulheres...

Há tanta gente com vida vivida, em cheio, em pleno, como se fosse num filme. Comparando com a minha, nem sequer existo.

Também foi muito franco a respeito disto das boleias, e da forma como pode ser mal interpretado. Confesso que fui a caminhar para o carro dele a recear sentir que ia fazer um avanço. Ele mencionou isso. Percebi que tem muito tacto para estas coisas, pois soube sempre mencioná-las na altura certa. Disse-me que quis mostrar-me as fotos da família e da esposa, para que eu soubesse, sentisse mais à vontade.

Ainda assim, terei cautela.
Ex soldado, treinado para matar, ex cabeleireiro, ex criminoso, origens ciganas, pai e mãe de dois adolescentes... Uma história e tanto.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

A rejeição que soube bem


Ainda não vos contei do "nega".
Faz quase um mês que o recebi - foi no dia 10 de Outubro. Desde então estou para fazer um post sobre o mesmo.

Sobre a entrevista de emprego que mencionei aqui, soube que tinha estragado tudo. No dia 10 recebi o telefonema que confirmou as minhas suspeitas. Não fui seleccionada. Recebi um nega. Mas não foi uma rejeição comum, muito pelo contrário. Nunca fui tão bem dispensada na minha vida! A sério: a pessoa até me fez sentir bem.

Eu sabia que havia um motivo pelo qual queria ir trabalhar para aquela empresa. São as pessoas, a mentalidade, os comportamentos, que me atraem. Foram formais mas simpáticos. E isso transpareceu no que li no site e comprovou-se no telefonema. Um dos homens que me entrevistou ligou-me, apresentou-me, disse-me que fazia questão de telefonar ele mesmo e falar pessoalmente que neste instante não iam prosseguir com a minha candidatura. Depois elogiou-me os pontos fortes e deu-me dicas para melhorar onde falhei.

Opá, com uma rejeição destas, uma pessoa até sente o dia a correr-lhe melhor.
Subitamente foi como se se fizesse luz no meu cérebro.
Estou tão acostumada a maus tratos, que já nem me lembro o que é ser tratada com decência. Por isso senti-me atraída para aquela empresa. É a minha necessidade de me rodear do oposto daquilo que me rodeia. 

E percebi como é que uma pessoa merece ser tratada. Com respeito - sempre com respeito, mesmo se tiver que receber uma notícia menos boa. Que pena que poucos agem assim!

Lembrei-me automaticamente da rejeição mais recente que vivi, aquela que mais me custou (sabem qual). Comparei as duas: são tão distintas que nem estão no mesmo espectro. 

Não devia estar a sofrer como estou por alguém que não soube mostrar respeito básico por outro alguém. Contudo, sofro, é a realidade. Não a posso escolher tal como não nos é possível escolher por quem nos vamos apaixonar. Ainda não consegui eliminar isto da minha vida mas, se tivesse recorrentes exemplos como este e vivesse rodeada de pessoas decentes, chegaria lá rapidamente. 

O ambiente onde fui criada tem ditado as armadilhas onde sempre tropeço e as pessoas que sentem atracção por mim. 

Lembrei também de uma altura na vida - desagradável de passar, em que tive de ser eu a rejeitar um pretendente. Lembro-me dele me dizer que eu era mesmo especial, porque mesmo sendo rejeitado, estava a fazê-lo sentir-se bem. EU SOU esse tipo de pessoa. Se posso puxar alguém para cima, para quê vou martelá-la para baixo?

Queria que mais pessoas destas me cercassem. Só isso. 

  

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

O dia seguinte ao episódio do microondas


Fui almoçar. Tirei um bife de porco do congelador, batatas e arroz do frigorífico, preparei tudo num prato e coloquei no microondas. Ontem de noite, a mensagem da malvada mais-velha disse que o microondas estava imundo, tinha um cheiro horrível, nojento e que o limpou, pedindo a "todos" que tapassem a comida antes de usar o aparelho. O que ela realmente estava a fazer era escrever outra mensagem para dar a entender ao senhorio que a falta de higiene ou limpeza na casa dá-se por episódios todos relacionados comigo. Porque ela insinua que a porca que não limpa sou eu. Mesmo tendo sempre me visto a executar toda a limpeza com imenso cuidado. Viu-me a remover o prato do microondas e a lavar a porta e o interior, tudo, várias vezes. Ainda assim não resiste em deixar implícito que a "falta de limpeza" é unilateral e deve-se à minha pessoa. 

Bom, mas enquanto estava a preparar isto, o rapaz que-vai-sair estava lá e também começou a preparar a sua comida. Notei que ele estava a vigiar como preparava a minha refeição. A recolher informações para fazer o relatório. Voltei à mesma a usar dois pratos, um em cima do outro a fazer de tampa, e o conteúdo não saiu daquela prisão de louça. Precisei fazer isto em três operações - e notei que não sujei nada! O máximo que acontece são as gotas de vapor que ficam no prato superior, tombarem. Mas é apenas água e isso limpo com um pano e já está.


Ainda assim, optei por uma nova estratégia: vou deixar o prato do microondas limpo e lavado a secar no seca-louças. Quem vier a seguir terá de o colocar e não pode negar como o encontrou. Se o deixar sujo, o que acontece, não pode dizer que o encontrou assim. (Mas pode dizer que fui eu que o deixei assim, argh!). Ontem de noite a mais-velha deixou intencionalmente a porta do microondas totalmente ABERTA, para todos poderem ver que estava limpo. Que maldade!

Devia ter deixado a porta do forno também aberta, durante vários meses, para todos verem como estava IMUNDA. O vidro não mostrava qualquer transparência. Estava castanho de tanta gordura. Mas fazem mensagens disto? Não!!!!


Meses depois, foi o senhorio que teve de o limpar - vá, que ele se presta a isto ele mesmo. Não sei porquê, mas quer ser ele a fazê-lo esporadicamente. Os cá de casa só limpariam se antes pudessem dizer que a responsabilidade daquela sujidade era minha. 

Outra coisa que reparei e não gostei neste tempo em que preparava a minha refeição, foi que o que vai-sair fez pasta, como de costume. Usando o mesmo bico do fogão, como de costume. Mas ao contrário daquilo a que me sujeitou por meses e meses, não deixou tudo salpicado nem uma grande mancha branca de água suja a secar no fogão!

É algo que me revolta e entristece. Ver pessoas a portarem-se como porcas, a deixarem outras levarem a culpa, e quando lhes convém, quando podem ser descobertas, é que mudam os hábitos. Acho que ele só está a ser cuidadoso devido à presença do mais-recente na casa. Diante do homem não quer mostrar que, como homem e também italiano, é dos que deixa sujo, vai embora e espera encontrar limpo, porque sabe que a mais-velha faz-lhe isso sem pestanejar.

Só lhes incomoda a portuguesinha. 
É um osso atravessado na garganta.
Mas se sirvo para isso, que seja. Não pretendo sair de onde estou só porque não sabem ser pessoas decentes, mostram xenofobia e só querem cá italianos. Lamento, é uma casa partilhada, não é a casa da mais-velha nem a casa do-que-vai-sair. Era suposto ser igual e usufruída por igual por todos. Não uns a imporem as suas vontades e a unirem-se para martirizar a vida de outra pessoa. 



Eu, a tela de Halloween


Uma coisa que este país tem é a celebração mais activa do HALLOWEEN. 
Infelizmente nunca fui a uma festa do género e imagino que nunca vai acontecer. Até gostaria. Entre muitas fantasias que imagino poder usar, ocorreu-me armar-me em "mulher tatuada". 


Este é só um exemplo - fatela como todo o bom disfarce. Mas imaginei-me vestindo uma camisa vermelha de apenas uma alça e ter esse braço todo "tatuado" - melhor dizendo: rabiscado! Porque aí é que está a graça. Ia dar canetas com tinta segura para as mãos de conhecidos, amigos e deixá-los divertirem-se. Eu, a tela, ia achar imensa graça!


Ideias tenho.
Falta o resto.

Programação de Domingo



Tive um Domingo pastelão e que se arrastou pareceram três dias. Não vi televisão, não fiz nada de especial. A adaptação ao novo horário foi desastrosa. O meu organismo estranhou bastante. Escuro a partir das 16.30 - olhei para o relógio por volta dessa hora, achando que ia apontar para 18.30. Mais tarde, esperava serem 20h, estava longe disso. E toda a tarde e noite foi assim. 

Até que chegou a meia-noite. Por acaso, sintonizei a RTP1 e vi um programa de humor que achei bem construído. Divertiu-me. Quando terminou - sem intervalo, começou de imediato a dar um filme que logo prendeu. Fiquei a ver até o fim. Calhei espreitar o que outros canais estavam a exibir e reparei que a SIC exibia uma programação dentro da mesma linha: programa de humor, seguido de filme com uma temática semelhante. As estações a copiarem-se umas às outras. Normal. O filme na RTP foi sobre a explosão da plataforma petrolífera Deepwater Horizon em 2010 (nenhum responsável foi apurado) e o da sic sobre os 33 mineiros que ficaram soterrados numa mina por mais de dois meses também em 2010. 

Recordo vagamente de ambos os incidentes e fico espantada que já se tenha passado nove anos! 


Gostei mais das selecções da RTP, incluindo o programa de humor nacional. Outra coisa que me surpreendeu no canal foi o dinamismo, a frescura que identifiquei nos separadores de programação, no grafismo do canal e na promoção ao programa Prós e Contras. Não tem nada a ver com a RTP de sempre. Fiquei agradavelmente surpresa. Há quanto tempo estará assim? Suponho que tudo muda sempre em Setembro. 

A adaptação ao novo horário de inverno terá de ser gradual. Custa-me lembrar que costumava escurecer por volta das 21.30 quando hoje eram 16.30. São cinco horas extra de escuridão e muitas menos de claridade. É a única coisa com a qual não me adapto muito bem. Acho até que ia preferir um trabalho nocturno, já que me é tão difícil adormecer de noite e tão fácil fazê-lo de dia. Só que aqui não pagam bem quem trabalha de noite. Oferecem praticamente o mesmo. E se não existe essa recompensa, o esforço não é devidamente compensado.


domingo, 27 de outubro de 2019

Mais uma indirecta da mais-velha


Eram quase 21h da noite. Fazia talvez 30 minutos que eu havia passado pela sala, frente ao cu sempre sentado no sofá da mais-velha, segurando um prato com comida feita no microondas: arroz seco com um bife seco. O andar de baixo estava gelado, ela tinha roupa colocada em cima de cada radiador, mas estes estavam desligados. Vi a janela da cozinha aberta e fechei-a. Percebi que, excepcionalmente, abriu a janela para ver se o intenso cheiro a comida desaparecia depressa. Assim que saí do quarto no piso superior fui agredida por esse odor. Naturalmente, ela abriu a janela para que este desaparecesse. Não sei como uma pessoa que só usa uma uma frigideira é capaz de cozinhar de forma a deixar cheiros tão intensos e duradouros. De todas as ocasiões que proporciona para que aquela janela seja aberta, é raro que a abra. Escolheu logo a pior altura: uma noite muito fria. A sala estava gelada. O cheiro? Nem por isso estava a desaparecer. Se ela ligasse o exaustor que o senhorio concertou por algum motivo (para ser usado) não teria de se preocupar tanto com o cheiro DEPOIS. O exaustor suga os odores, sendo o melhor aliado para que este não fique impregnado nos tecidos, na mobília, não permite que a gordura se agarre por todo o lado.


Então a senhora perfeição, que só faz tudo bem e nunca erra, não sabe ligar o exaustor?


Mas dizia eu, fazia cerca de 30 minutos que havia passado diante dos olhos dela com o prato de comida feita no micro-ondas - o único eletrodoméstico que uso para me alimentar.

A esta hora da noite, sabendo muito bem que eu estava acordada - podendo falar comigo se quisesse, decidiu deixar uma MENSAGEM no CHAT do grupo. Ora, eu sei bem que tudo o que ali é escrito visa somente uma pessoa: EU. E visa principalmente indicar ao senhorio que algo não está em conformidade, "sugerindo" um responsável. 

A mensagem que escreveu diz assim:

Pessoal, limpei o microondas para evitar sujidade salpicada tão má, cheiros nojentos! Por favor usem película para cobrir a comida quando cozinham/aquecem. Obrigada


Respondi: Como deves ter reparado, uso pratos duplos. Nada de salpicos aí. E lavei o prato do micro ondas ontem de noite por causa de cheiros. Mas obrigado por limpares o resto.


Resposta dela, à qual obviamente não dei mais trela:
Os pratos duplos saltam e não previnem a sujidade. O cheiro era horrível

Já estava a incutir a responsabilidade em mim. Porra! E usa adjectivos altamente exagerados como mau, nojento, horrível. Cheiro a comida depois de se usar o micro-ondas é inevitável. A comida vai de crua a cozida em cinco minutos! Mas o bom é que os odores são tão rápidos a desaparecer quanto é rápido o cozinhar. Se cheiro de duração temporária da comida no microondas é para ser apelidado com terríveis adjectivos, então o que dizer dos cheiros dos seus cozinhados? Que naquele preciso instante estava tão forte, tão intenso, tão duradouro, ainda que a janela tenha sido aberta? E que logo a seguir ficou ainda pior, porque alguém decidiu usar o forno? O cheiro cá em cima é de lascar!!

Ela cozinha ao final da tarde e tanta vez na manhã seguinte os odores ainda se fazem sentir no piso de cima. Já me aconteceu tanta vez acordar de madrugada, receber aquele odor a comida como um murro aos sentidos, e não conseguir voltar a adormecer devido a isso. Até já cheguei a espalhar ambientador, para ver se cortava ou eliminava estes odores, tão persistentes, tão invasivos. 


No microondas, com dois pratos, a maioria do odor fica selado, só é libertado quando se remove a tampa. E isso faz-se FORA do aparelho. Não que tenha problema que se liberte no interior, afinal, não dá para usar o microondas removendo o cheiro dos alimentos cozidos! É para isso que o microondas serve: para cozinhar! E cozinhar sem deixar cheiro? Opá... estes italianos são varridos da cabeça. São mesmo o tipo de gente que pensa que a merda deles é perfumada

O frigorífico está sujo nas prateleiras que não são minhas. Eles deixam alimentos abertos, como frutas e vegetais, sem os cobrir. Nunca os vi armazenados em caixas plásticas, ou sacos próprios. Ficam abertos, meio consumidos, expostos ao ar, a deitar cheiro... Algum deles escreve mensagens a dizer que o frigorífico tem um odor terrível, horrível e que fica com bactérias e pede para que tenham consideração pelo todo

Já aqui falei que tinha ovos num cantinho do frigorífico e que deixei a caixa vazia porque pretendia meter lá mais ovos. Pois nem 12h se passaram e a caixa tinha desaparecido. Aconteceu duas vezes. Agora o espaço já não está disponível, claro. Está cheio de merdinhas que uma italiana gosta de lá meter e deixar lá ficar por meses. Na realidade, agora estão lá duas metades de cebolas, mais um pedaço de uma terceira. E querem vocês saber: a cebola está coberta com película, por causa do intenso cheiro que toda a cebola deita?

NÃO!!!


Faz para aí umas três semanas que a primeira metade de cebola foi ali deixada. Agora apareceu outra. É que ainda por cima, não vão usar aquilo. Se usassem, teriam usado a que já estava aberta, não iam abrir outra e juntar a metade à metade que já lá estava.


Esta italiana que mencionei - a mais nova, foi embora deixando uma lata aberta de coca-cola na sua prateleira, com a curiosidade de ter um pedaço de guardanapo dentro. Será que pensa que evita que perca o gás? E por quanto tempo era suposto fazer isso? É que a lata ainda lá está. Agora sem o papel. Também deixou uma caneca e lembrei-me de espreitar: ou melhor, de fotografar/filmar. Registar a realidade que, por alguma razão fantástica, escapa aos olhos desta máfia. Dentro da caneca estava um restinho de café. A sério??

Ela ficou uma semana sem aparecer e no retorno vai beber aquele restinho de café? De coca-cola? Usar a cebola?

Mas quando chega a altura de fazer queixinhas no grupo sobre limpeza ou hábitos na casa - este tipo de mensagens nunca aparece. Porque será?? A porcaria e a desarrumação está por todo o lado, só é preciso olhar. A bancada da cozinha quase que não se vê. Cada qual tem um armário, mas gosta de espalhar tudo ali. Menos eu. 

A mais-velha tem todos os cantos da cozinha ocupados com merdas dela. Tem especiarias e garrafas VAZIAS espalhadas por toda a parte. A sério... ainda hoje, no WC, verifiquei que existiam 3 novos frascos quase ao pé da sanita. Quando lhes toquei, a leveza logo denunciou que estavam VAZIOS.



Ela colecciona frascos vazios! A sério... deve ter uns seis ou dez no WC, debaixo do lavatório da cozinha tem outros três ou quatro, perto das especiarias tem duas garrafas, uma de vidro outra em plástico com um pouco de água que já deve estar tépida e azeda, e em cima do tampo da máquina de lavar roupa, quatro embalagens vazias.

É coleccionadora!
Mas não vê isto como um hábito mau que pode ser incomodativo numa casa partilhada.


Só eu estou sobre escrutínio.
E sabem o que já não faço há coisa de seis meses?
Não uso o fogão. Parei de o fazer. Muito por causa do escrutínio a que me estavam a sujeitar - sempre à espreita, a ver se me viam aproximar para depois eles sujarem e eu ser responsabilizada. Mas também por eu só gostar de cozinhar quando me sinto livre para o fazer e sentir prazer. Até mesmo cozinhar em quantidade e partilhar - coisa que nesta casa é alvo de desprezo. Eles tornaram a experiência em algo indesejável. Só uso o micro-ondas, e isso, mais tarde ou mais cedo, tinha de se tornar no novo alvo. Até demorou.

Não sou a única a usá-lo em exclusivo. Mas eles podem alegar que sou. A mais-nova, que o usa amiúde e não é de limpezas, foi quem o usou agora depois de mim. E como a outra viu-me a usá-lo por 5 minutos...  Dois contra um. Começa o filme.

Eu também não gosto quando é ela a usá-lo! Principalmente quando deixou queimar algo ou deixou a tampa da porta toda salpicada. Mas vou escrever mensagens sobre isto no chat? Não. 

E se tiver que mencioná-lo por achar necessário, sou o tipo de pessoa que aguarda que a outra chegue a casa, espera o momento certo e fala-lhe na cara, numa conversa que se quer amigável e não conflictuosa.


Tenho muita falta de sorte com o tipo de pessoas que atraio.
Ou então, sou eu que despoleto nas pessoas a vontade de mostrar o seu lado mais perverso.
Acho que o problema está em mim. Mas não consigo concertá-lo.

É que o problema pode ser a forma como sou... Aparento ser séria, zangada, quando não estou a sorrir. Mas sou «boazinha». Tolerante.

E não vejo problema nisso!!

Porém sofro tanto, chiça.
Gostava que todo este tipo de gente se afastasse de mim e gostava de atrair somente gente boa. Boa, no âmago, não nas aparências.


PS: Mas não quero que os meus posts sejam só sobre isto. Programei um para amanhã, que é dos "parvinhos" ehehe! Porém, oculta e deixa exposto muita coisa. Só eu saberei, claro. Tenham uma boa semana e façam o favor de ser caridosos! 

Porque ACREDITO que vale a pena


Peço que percam cinco segundos assinando isto.

Pelo planeta, por nossos filhos




Coca-Cola, Nestlé e Pepsico: são as empresas que mais poluem com plástico. Descobrir aqui.

sábado, 26 de outubro de 2019

Voltou a ligar


O Jason voltou a ligar-me esta tarde.
E coincidiu com outro momento de recaída emocional em que estava a sentir-me particularmente e intensamente carente.

Porém, desta vez comecei a recear que ele o faça amiúde. Afinal, não conheço as pessoas tão bem quanto imaginava - se ele insistir em me conhecer, mesmo depois de ter escutado de minha parte um nítido "mais que amizade, não".


Também nesse último telefonema que me fez há semanas, fiquei convicta de que ele não voltaria a ligar. Mas enganei-me. Ligou hoje. Falei-lhe "na boa", mas voltei a ter uma pontada de "alarme" e desta vez, gostei menos de lhe falar. O facto de ser incapaz de admitir que não me ligou quando disse que o ia fazer e insistir que cumpre sempre a sua palavra e ligou-me "eu é que fui MALANDRA" e "FUGI DELE".

WTF???

"You were naughty" - insistiu em repetir. E não estava a brincar.

Esta parte desagradou-me.

Sinceramente, acho até que ele devia reconhecer-se como um sortudo por eu falar com ele. E falar na boa, sem cobrança, sem irritação, sem desprezo. Acho que qualquer outro talvez desse valor a esta postura, tendo em consideração que só conversamos uma vez, nunca mais nos vimos e foi ele que me desprezou e não ligou quando disse que o ia fazer.

Outra pessoa depois disso cortava logo qualquer tentativa de conversa. Eu não o fiz. Não lhe levei a mal, brinquei com a situação, aceitei. Mas não engano ninguém: disse-lhe na primeira vez e disse-lhe todas as vezes que me ligou: não estou à procura de romance

Que mais é que é preciso para que entenda?
Fazer um desenho??


Desta vez gostei menos de lhe falar. Ele faz muitas perguntas, do género: "estás sozinha em casa? Não escuto barulho" ou "estás de folga hoje'" ou "onde vais?" - perguntas que são invasivas e buscam sondar a disponibilidade. 


Acabou por descobrir que vou ausentar-me por uma semana e disse-me: "Ligo-te quando regressares". Ao que lhe respondi: "Pois, mas tu vais apagar do teu cérebro a parte "quando regressares" e depois ligas-me passados seis meses, a dizer que estás a cumprir com a tua palavra e a ligar". 

Estava a fazer referência ao que aconteceu no passado. Ele responde-me, insistindo que fui eu que "fugi dele" e que ele "cumpriu a palavra". No final da conversa - que tive de encurtar - ele perguntou: "It's alright if I call you?" "Posso ligar-te, certo?" ao que lhe respondi: "Depende Jason. Depende das tuas intenções. Se for para mais que amizade já te disse... não".

Depois de desligar a chamada fiquei a imaginar receber outro telefonema dele e não me pareceu que fosse gostar. Nem quero que ele me ligue assim que eu regressar ou ande a controlar a minha disponibilidade. Agora que escrevo sobre isto, vejo que talvez devesse ser curta e grossa. Má, mesmo. Sou capaz de pecar por ser muito boazinha e também demasiado ingénua quanto às intenções de terceiros. As coisas não são como eu as desejo ou imagino. Portanto... 

Lembrei-me que o telemóvel deve ter uma função de "bloqueio de número". Algo que disse a mim mesma jamais fazer a alguém. Não acho bonito nem correcto. Mas não vá ele sentir o impulso de me ligar antes do "regresso" porque, sinceramente, quero sentir-me LIVRE, não quero ficar presa a pensar nestas coisas. A custo, lá carreguei na opção "bloquear". 

Pretendo que seja temporário. Irei desbloqueá-lo "no regresso", que lhe disse que seria daqui a duas semanas. Mas não quero que ele volte a ligar-me se o seu objectivo for a conquista. Neste instante isso me repulsa, pois sempre lhe disse "não". 

Talvez esse não precise ser gritado aos sete ventos??
Vocês que me lêm e são gajos...
É esse o meu problema? Digo não mas vocês preferem escutar um "talvez"?

Sim, é verdade, muitos "nãos" e "não sei" femininos são um talvez...
Mas este sempre foi um não, não, não.
Como se fazer para que o entenda e aceite de vez?


^Chapéus descartados^


Não é a primeira vez que recorro a um guarda-chuva largado na rua, para me proteger de uma chuvada. Acho até que é por isso que existem tantos por aí, eheh.

Acontece. Uma pessoa tenta consultar a previsão do tempo, para saber se deve ou não sair com guarda-chuva. Tem estado a chover muito mas, em Inglaterra, isso tanto pode demorar, como não. Como ia trabalhar e não tenho onde deixar a mala, decidi não levar nada comigo: apenas um  impermeável (que deixa passar a água) por cima de um casaco quente e o chapéu/gorro de lã, com pala, que é imprescindível para a chuvinha inglesa: sempre a cair direita.


Mas ao sair do emprego, o tempo trocou-me as voltas e presenteou-me com chuva normal e algumas rajadas de vento. E eu sem guarda-chuva! Já estava bem encharcadinha, quando avistei o primeiro guarda-chuva lançado para o meio da relva. As hastes estavam uma desgraça e deixado no meio do lamaçal, nem pensei em pegar nele. Mais à frente, vi um chapéu todo aberto e virado ao contrário, também no meio do mato. Estava bom, apenas faltava-lhe metade do cabo. Para me dar mais protecção contra a chuva, achei perfeito e obedeci ao impulso de o agarrar. 



Entornei a água que armazenou por estar virado ao contrário, tentando remover a porcaria que o vento fez que ali se agarrasse e usei-o como abrigo. Curiosamente, a chuva começou a fraquejar e até deixou de cair, logo após ter encontrado esta solução. 

Mas se tivesse descartado o chapéu de imediato, certamente que a precipitação ia recomeçar. É o caso típico de: sais à chuva prevenida, nada acontece. Deixas de estar, vem tempestade.

E vocês?
Alguma vez vos passou pela cabeça?


sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Trancado no quarto a falar Frances



O rapaz que vai-sair afinal, ainda vai demorar a fazê-lo. Só quase em Dezembro é que se vai embora. Vai mudar-se para França - que foi sempre o seu objectivo. 

Decerto não se recorda de o ter mencionado uma vez, no chat. Por isso, devido ao clima de secretismo que os Italianos impuseram no ambiente da casa - pois nada é mencionado à minha frente - devem ter achado que esta sua saída vem como uma surpresa. E os cuidados que procuram ter para que eu não escute nada a respeito de nada, deve fazê-los pensar que nada sei ou imaginar que estou em pulgas para o saber. 

Nada mais errado. Não quero saber. Isso é o mais interessante. Tanto aprontaram, que ganhei-lhes uma quase indiferença. Se sangram, se riem ou se choram... é lá com eles. Já não me aflijo como seria de minha natureza. E nada neles realmente apanha-me de surpresa, por já os conhecer intimamente. Não aquela intimidade que é física, mas a psicológica, o que a pessoa realmente é em termos de carácter. Sem as máscaras.


Então o rapaz, que neste ano e meio nunca ficou fechado no quarto por coisa alguma - muito menos pelas primeiras horas da manhã - sempre enfiado que fica na sala por horas e horas sentado à mesa diante do computador - hoje decidiu não sair do quarto. Oiço-o ao telefone, a falar num tom bem mais alto que o habitual. É natural, quando se fala ao telemóvel, projectar a voz. Mas até isso ele tinha o cuidado de não fazer - para que não pudesse ser escutado. Nenhum problema em falar com uma voz normal diante dos outros - apenas se eu estivesse por perto é que vinham aqueles silêncios, os suspiros, deixando de ver no computador o que fosse que estivesse a ver e regressando ao me verem sair da divisão. 

Ele não se lembra de ter revelado que contava mudar-se para Nice antes de Dezembro. Nem se lembra de uma pobre coitada que trouxe cá para casa para transar, que ousou mencionar que dali a seis meses esperava mudar-se para Nice - lançando-lhe um olhar matador. Coitada... Nunca mais apareceu para uma segunda dose. E pensava ela que ia viajar com ele!!

Não têm boa memória - só uma memória selectiva, distorcida, que oculta o que fazem. 
Quando passei pela porta a caminho da cozinha - claro que se escuta o som da pessoa a passar - ele teve o cuidado de parar de falar em francês ao sentir-me perto. E é por eu estar perto, que está fechado no quarto. Nem ao WC foi ainda. E se for, vai de mansinho, ao andar de baixo. Para passar despercebido já que estou em casa. Caso contrário? Duvido que não estivesse pela sala. Não há cá mais ninguém.

A respeito do "novo" inquilino, não se sabe nada, a não ser que tem o mesmo nome daquele que vai sair. Conversei com o "mais recente", que me contou que ficou um pouco triste por o senhorio não ter escolhido o amigo que ele recomendou. E na conversa, disse-me que não conhecia este novo, que ele não fazia parte do circulo de amigos dos que cá estão. Foi "arranjado" pelo que-vai-sair

E a mensagem da cobra venenosa, antes dela a ter apagado, dizia: "Assim sabemos com o que podemos contar!".

Ah sabem, sabem.
Sabem mesmo, não há dúvida!
Ahah. O facto é que nem conhecem a pessoa.

O único critério utilizado é ser ITALIANO.
E foi recrutado (a palavra é esta) pelos mafiosos cá de casa. Que têm uma necessidade praticamente psicótica em ter o controlo absoluto. 

Agora relembro as palavras que este-que-vai-sair me disse quando o senhorio meteu cá dentro a tal rapariga que eles usaram como marioneta. Eu disse-lhe que ela parecia muito simpática e tinha simpatizado com ela, por ter um sorriso muito aberto e aparentemente franco e ele, secamente só respondeu:
-"Parecem todos simpáticos ao início".

Estava TÃO PREOCUPADO!!!
Não estava no controlo. Não tinha sido ele a decidir.
E precisava ficar no controlo o mais rapidamente possível.  Estava a preparar-se para isso.
Porque para ele, esta é a SUA casa. 
Ele decide, ele controla quem cá entra, o que se faz, ele manda.


Ela foi "recrutada" e usada por eles para me atingir. E por isso e por ser uma miúda, festeira, altiva, imatura e fácil de manipular, eles lá a suportaram. Mas aceitar? Não, não aceitaram. Tivesse ela ficado mais tempo e teria percebido que eles já começavam a demonstrar sinais de saturação. A mais-velha cada vez que a mencionava a mim era com desprezo. E cada vez que falava de mim a ela, era com desprezo. Não dá para disfarçar a sua natureza.






Branca de Neve



Quando estive em Portugal estive dois dias a tentar uniformizar o bronze. 
Passo a explicar: aqui na chuvosa Inglaterra, também há sol. Vai que apanhei um pouco durante o verão, só por andar na rua. Quando fui a ver, tinha os braços a "condutor de automóvel" - bronzeados onde a manga da T-shirt não tapa e totalmente branquinha no restante.


Ora, eu sou muuuuito branca. Porém, acho que com a idade, se apanharmos sol, a pele não recupera a brancura original. Pelo menos foi a conclusão a que cheguei nos anos anteriores com os pés! Ahaha!! Bastou um passeio costeiro de calças arregaçadas e pronto: os pés até meia-perna mais os braços até a t-shirt ficaram "cor-de-bronze" e o resto do corpo branco-fantasma-translúcido consigo-ver-te-as-veias tipo de pele.


Virei um "colibri": era multicolor, dependendo das áreas de pele que tinham ficado a descoberto no verão anterior.


Tive de tomar uma decisão: ia preservar a minha brancura ou submetê-la aos poderes do sol e tentar ganhar uma cor? Optei pela segunda. Sabem há quanto tempo não fazia praia? Desde que era pré-adolescente. Sempre gostei de estar na praia, da maresia, do vento, do cheiro - mas nunca gostei de fazer praia ou torrar ao sol. Nem de andar quase sem roupa. Preferia andar mais vestida que despida e isso sempre era apontado como um comportamento incorrecto. "Fica mal" - diziam-me, não tirar a camisa, não estar somente de biquini ou de fato de banho. Mas não me sentia confortável. Felizmente tenho reparado que esse preconceito está a cair em desuso: cada vez existem mais pessoas na praia com roupa! Calções, t-shirts... mesmo vestidas dos pés à cabeça. E eu acho isso bem! Não se pode continuar a descriminar as pessoas que gostam de ir à praia vestidas :DD

Dispondo apenas de dois dias para ficar na praia, temi não conseguir uniformizar nada. Por isso não apliquei protector solar logo na primeira exposição. Após umas três horas perto do oceano, senti as pernas a queimar, e foi aí que me retirei do sol. Mas já era tarde: fiquei "escaldada"! Dias depois a pele começou a fazer flocos e decidi que é uma estupidez não aplicar protector solar. Até porque o bronze vem com ele.

Em resumo: hoje olho para os meus ombros e noto um ligeiro tom dourado, que, a combinar com as minhas pernas, tornam o meu aspecto algo mais uniformizado. Além disso, a maldita depilação que me atormentava por os pêlos já estarem à vista ainda nem tinham saído da epiderme, também saiu beneficiada. É impressão minha ou o sol retarda o crescimento?

Bom, e é isto.
Não quero maçar os poucos que me lêm só com histórias tristes.
Pelo meio, tento ter alguma coisa idiota para dizer, ahah!

Tenham uma excelente sexta-feira!

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

A proposta do senhorio


Suspeitei que o senhorio foi "recrutado" para mostrar o quarto a outras pessoas pré-seleccionadas na véspera de o ter feito. Isto porque, nesse dia pela manhã, ele estava na casa ao lado. E disse que, eventualmente, ia passar para a nossa, para cuidar do jardim.

Esperei, esperei... e nada. Sabia que ele vinha mas sabem quando sentimos que parece que a pessoa está a aguardar que nós saiamos de um lugar para entrar?

Foi essa a sensação com que fiquei. Os dois rapazes também estavam em casa. Ás tantas aproveitaram-se de me verem sair pelas 15.30 e até enviaram um texto ao senhorio - para "programar" a passagem de quarto de modo a que eu nem pudesse escutar por acaso toda a tramóia.

Regressei por volta das 18.30, já estava escuro e na manhã seguinte pude observar que o jardim foi tratado e limpo da folhagem. Portanto, ele apareceu. E demorou-se, porque a limpeza do jardim assim o exigia. O facto dos rapazes estarem em casa, plantados na sala, também me transmitiu uma vibração negativa.

É apenas a minha intuição, mas aponto esse dia e essas horas em que estive ausente como o início da coisa.

Hoje o senhorio apareceu às 18h. Para falar comigo. Temi que fosse algo mau. Ele diz que não e começa a explicar-me o que se trata. Assim que abre a boca, entra a mais-velha, chegada do emprego. A ca*** nem permite que tenha uma conversa isolada com o senhorio! Até a chegar parece que chega oportunamente. Cá para mim não me surpreenderia se o senhorio lhe tivesse escrito uma mensagem a avisar que estava a chegar. Parece que tem sempre de estar um deles por perto, a controlar, a escutar, a vigiar para fazer relatórios ao "grupo".

Sabem o que ele queria? O senhorio, como já expliquei, precisa alargar o meu quarto, pois as dimensões do quarto não correspondem às mínimas exigidas por lei para manter cá um inquilino. Se eu saísse desta casa, até ele fazer as obras, não podia cá meter ninguém. E ele não tem tido tempo para se dedicar a elas pelo que, se eu tivesse saído, ele perderia a renda de todos estes meses. Ou então era forçado a meter logo mãos-à-obra e os restantes italianos seriam forçados a ter de viver numa casa com o WC principal em obras e pessoas a entrar e sair constantemente.

Por um lado, bem que o mereciam!
Se eu tivesse saído...

Mas não saí. O senhorio, esperto, garantiu-me que não ia mandar-me embora. E foi aí que percebi que eu era a pessoa mais vital na casa, embora a mais indesejada também. Porque sem mim, ele perdia renda, mês atrás de mês! Porém, assim que o alargamento for feito - temo que se arquitecte alguma coisa para me remover daqui. Temo até que o novo contrato que ele nos mandou assinar venha a se provar ter sido o primeiro passo nesse sentido. Mas este é outro assunto, que não vou elaborar agora.

A questão que me deixou mesmo com a pulga atrás da orelha, foi ele despedir-se de mim e ir embora, mas ao invés de sair, como eu previa e temi, foi directo à cozinha, onde ficou a cochichar com a mais-velha. 


Quando se fala em voz baixa, não é natural. O natural é falar com voz normal, até mesmo mais elevada. Quando descem o tom, é porque não querem que mais ninguém escute. Após uns 15 minutos, desci à cozinha e nesse instante a conversa terminou e ele pôs-se na alheta. 

Típico. Uma pessoa entra num espaço, a conversa cessa e alguém sai. É um dos sinais mais comuns de que estavam a falar de algo que não querem que escutes. 

A mais velha é uma mestre na dissimulação, manipulação e esquemas ardilosos. Tem aquele ar de criatura equilibrada, centrada, fala baixinho e tranquilamente, sem se alterar, sem ter tons alterados de voz... É mesmo a "cobra". 



Pensem lá nisso: quantas pessoas realmente cruéis e sádicas exibem este traço de carácter? São calmas, falam devagar, baixinho... porque alterarem-se revela emoção! Revela que têm alma e coração. Sensibilidade e apatia. E se não têm esse costume, se lhes é tão raro como ver uma estrela cadente no céu... então é porque essas características lhes são ausentes.



O senhorio vinha propor que eu me mudasse para o quarto que vai vagar, por uns dias, porque ele não queria perder dinheiro de renda. O "novo" inquilino que foi arranjado por os que cá estão, só vai mudar-se no dia 1 de DEZEMBRO. De todos os que eles arranjam, nenhum está disposto a comprometer-se e aparecer na data necessária. Isto só comprova que nem lhes passava pela cabeça mudarem-se. Porque se passasse, tinham dado o notice (aviso de saída) ao atual senhorio e estariam à procura. Como são sovinas, mesmo sovinas, ao contrário de mim, que saí assim que pude sem querer saber se deixo a outra casa paga até o final do mês ou não, estes só se mudam no dia a seguir ao último dia de renda paga na outra casa. 

Ora, o que o senhorio propos, para não perder renda já que o novo-inquilino disse que não ia mudar-se antes do dia 1 de Dezembro e pelos vistos o actual sai dia 23,  foi que eu me mudasse dia 23 para o quarto que vai vagar, pagando a renda desses dias por esse quarto (que é mais caro). E quando o novo inquilino estivesse preparado para apossar-se desse quarto, eu me mudaria de volta para o meu. Nesse espaço de uma semana, ele ia fazer as necessárias obras de expansão, sem as quais não pode alugar o quarto a mais ninguém durante o prazo de um ano.

Ora, pensando bem, eu estaria a ser USADA como tapa-buracos de um indivíduo que ELES combinaram trazer cá para casa!!!
E foi mesmo combinado. 


Cá para mim a proposta do senhorio até já era de conhecimento deles. 
Talvez eu aceitasse... 

Tudo para ele não perder uns 8 dias de renda... 

Agora imaginem se eu tivesse dado de frosques em Maio, quando se deu esta situação, quantas vezes seria necessário multiplicar por 8 para chegar ao valor de renda que por esta altura ele já teria perdido!

Bom, mas "abri" este post para mencionar uma lembrança de um momento que tive o ano passado, faz quase coisa de um ano. Foi depois do Natal, depois de ter limpo e arrumado a casa inteira já que fiquei sozinha aqui durante talvez quase 48h... Comprei flores, muitas, espalhei-as pela sala, e , numa janela, coloquei uns cravos numa jarra verde que havia comprado. Esta aqui:



Quando a mais-velha regressou, como quem não quer a coisa, disse isto a respeito desta jarra:

"Aquela coisa, aquela coisa verde, uma jarra, ou seja lá o que aquilo for..."

Podia ter dito apenas: aquela jarra. Mas como ela é, não foi capaz de resistir ao impulso de mostrar descontentamento pelo objecto. Claro, tinha de desprezar tudo o que vem de mim, a começar pelos meus gostos. Estivesse ali um copo de vidro, uma garrafa em plástico ou uma jarra dourada - um comentário dela nunca deixaria de passar por estes moldes.

Fiz de conta que não percebi o juízo de valor que fez e fiz de conta não perceber que fingiu não saber o que se tratava - sendo tão claramente uma jarra em formato de cacto.

Esta gaja não tem gostos requintados, nem refinados, nem criativos, nem ousados, nem bons, nem maus. Nem sei se os tem, ou se os copia de uma revista de moda clássica contemporânea. Seja o que for que estiver "in" no momento, desde que não seja kitch - deve ser a única coisa que tem o seu aval.

Gosta de ver programas de pessoas criativas, que recuperam casas, reciclam.. contudo, goza-me por eu ser esse tipo de pessoa. Lá porque não tenho o know how ou a capacidade daquilo que ela vê ser feito na TV e me limito ao meu microcosmos, o espírito da coisa é o mesmo. Como se pode apreciar realmente algo, se não se sabe valorizar quem está ao teu lado a fazer o mesmo?? A diferença é que na TV alguém com fala afectada está a restaurar apartamentos, a reciclar móveis etc e eu faço-o em menor escala, com produtos menos nobres, como cartão. É à mesma necessário gosto, prazer, satisfação, imaginação, empenho, determinação... Fez pouco caso de mim quando me viu a fazer um móvel a partir de cartão. Claro que, feito à mão e sem material sem ser um x-ato e um tubo de cola, a perfeição não seria o meu objectivo. Apenas quis algo sólido QB e, principalmente, ter o prazer de criar a partir de pedaços de cartão. Como qualquer pessoa genuinamente criativa, com gosto pela recuperação e reciclagem.

Quando lho mostrei como produto finalmente acabado, ela respirou fundo, hesitou comentar e escolheu fazer apenas este comentário:
"It looks wobbly" (parece que vai abanar/desmanchar-se)


Daquela boca não sai uma única coisa simpática. 


Em caso de curiosidade, aqui está o mencionado "móvel em cartão"


Mensagem apagada

8.15 da manhã e recebo uma notificação de mensagem no telemóvel. Foi no whatsapp. Vou ver e descubro que a mais-velha acabou de APAGAR a mensagem que escreveu ontem. A tal em que dizia mais ou menos assim: "this way it's better for us too because we know what we're getting!"
(É melhor para nós também porque assim sabemos o que vamos ter).


Apagar mensagens??
Desde quando ela se dá a esses cuidados??

Aquilo deve tê-la feito sentir um tanto exposta. Ponderou, ponderou e decidiu remover este seu contributo. Eliminá-lo, como se nunca tivesse existido. Ora, se fosse algo inocente, para quê sequer, dar-se ao trabalho?? 

Tudo o que ela escreve ali tem o propósito único de chegar ao cérebro do senhorio. É sempre manipulativo. Geralmente, algo mascarado de boas intenções, mas que visam insinuar incorrecções da parte de terceiros (eu). Ontem aquilo deve ter-lhe saído de um fundo de verdade, que ela, naturalmente, pretendeu ocultar. Jamais ia querer que existisse um comprovativo, um vislumbre, do que pensa de verdade.

Talvez até tenha pensado que eu nem a cheguei a ler. E daí, apagá-la. Porque, para todos os efeitos, estive pela última vez "online" (ligada ao whatsapp) cerca de uma hora antes dela ter enviado aquela resposta. Claro que, a aplicação não regista quando as mensagens são lidas por notificação - que foi o que fiz. Li-as sem ter de entrar no programa.

E assim, não ficou registado que as li.

Só espero que o senhorio tenha lido. 
E espero que não seja de todo CEGO ao comportamento - para mim mais do que obvio - de hostilidade com que sou brindada praticamente desde que cá pus os pés. Hostilidade que estava um pouco reflectida naquela mensagem. "Deste modo sabemos o que temos!" - uma referência ao facto de eu não ser alguém que eles aprovam e depois de mim - que fui escolhida pelo senhorio - terem começado a selecionar as pessoas que cá metem dentro.

Também estava explícito que o senhorio não estaria bem habilitado a fazer essa escolha por ele mesmo. Daí ela também ter apagado a mensagem. O que realmente sentem e pensam eles dizem entre eles mesmos, sempre em Italiano e se tiverem de o fazer no whatsapp, fazem-no pelo grupo privado que criaram para o efeito.

Este outro... é usado apenas para alcançar os olhos do senhorio e para a prática de alfinetadas e manipulações. 

terça-feira, 22 de outubro de 2019

A mensagem do senhorio


O senhorio decidiu qual dos dois candidatos ao quarto quer na casa. Optou por aquele que não conheci: o Italiano.
Na mensagem que deixou no grupo a comunicar a sua decisão, agradece o facto de recomendarem pessoas, pois isso "facilita-lhe a vida".


Entendo o seu lado. É prático não ter de andar a colocar anúncios, a fazer telefonemas, a marcar encontros, a dar explicações e a avaliar cada candidato. Mas espero que não lhe escape o facto de isso significar que os daqui tentam manipular as situações. Ele não é burro, é esperto, pelo que já deve ter captado no ar. 


A maioria das pessoas "recomendadas" nem estão à procura de casa. São induzidas a isso. Foi assim com a gaja que está no quarto de baixo, a tal que ficou mais de um mês com o espaço "reservado" para si, foi assim com o mais recente inquilino também. 

Por mim tanto se faz como se fez. Pena é eu nunca saber que alguém vai sair e que um quarto vai ficar disponível. Os agradecimentos do senhorio não podem ser estendidos a mim - eu nunca lhe recomendei ninguém. Nem poderia, pois desconhecia que a possibilidade estava em cima da mesa. 

É tudo planeado às escondidas... típico deste bando de mafiosos italianos. 
Às tantas, para se certificarem que não eram escutados, fizeram as reuniões no WC - que foi de onde os vi sair umas tantas vezes, com o laptop na mão e tudo, tal foi a "pressa" com que se enfiaram lá dentro para não serem escutados. 

Enquanto escrevia este relato, o som de uma mensagem surgiu no telemóvel. A mais-velha não esperou e tratou de salvaguardar-se. Deu uma alfinetada na minha pessoa, ao mesmo tempo que se armou dona da razão. Respondeu na mensagem (até agora ignorada e deixada por responder por todos eles faz duas horas e 20 minutos) "E é melhor para nós também, assim sabemos o que recebemos!".

Com esta mensagem, "escudou-se" do facto do senhorio ter-se "chibado". É que ela sempre pensa que eu não percebo estas coisas. Tal como pensa que não entendo uma palavra em italiano. Como não escutei nada, não sabia que o quarto ir vagar agora - tudo isto foi mantido em sigilo absoluto - como é o modus operandi do bando - pensam que desconheço o estilo e não o consigo cheirar a léguas.

Como se eu já não soubesse disso desde o tempo que os dinossauros povoavam a terra! Desde o primeiro mês cá, em que os escutei dizer "que bom seria se fossemos todos italianos nesta casa!". Frase repetida várias vezes desde então e sentida também, em gestos e atitudes.

São eles que recomendam as pessoas, ou melhor: recrutam! O senhorio confirmou-o! Achando, talvez, que eu soubesse... e ela, não vá ele falar comigo como se eu estivesse a par ou eu responder à sua mensagem afirmando que nem sabia que o quarto ia vagar - tratou de se salvaguardar escrevendo uma mensagem que implica boa vontade e a salvaguarda da autêntica pessoa que é. Uma cobra manipuladora e altamente intriguista. 

Por coincidência ou não - desta vez nem vai ser preciso mudar o nome da pessoa no calendário das limpezas. É que aquele que vai entrar tem o mesmo nome daquele que vai sair. Nem pelo nome vou ver-me livre dele! Mas olhem... como acho que a merda é toda a mesma, nem faz diferença se vem embrulhado com outro papel de embrulho ou se a caixa é igual. Não tenho de pronunciar outro nome. E duvido que haja grande diferença entre o primeiro e o segundo M. São todos iguais. 



Não há anúncio para o novo inquilino


Lembrei-me de ir espreitar o anúncio de aluguer de quarto que o senhorio costuma publicar num site. Vi todas as ofertas, a dele não estava em lado algum. Nem sequer publicou o anúncio! Ninguém ao acaso pode ficar com aquele quarto. Terá de ser alguém seleccionado pelos que já cá estão. 

Agora vai andar sumidinho... o senhorio.
Até chegar o momento do "anúncio" aparecer como quem não quer a coisa no chat do grupo. Para apenas eu saber, já que os restantes combinaram tudo estão a par.

Hoje não tive nada para fazer. E o que se faz quando não se tem nada? Nada.
Tentei fazer alguma coisa. Alguma lida da casa e algum comer. Mas nada foi o que realmente consegui ter como retorno.


Tenho uma entrevista de emprego daqui a dois dias. Nada de especial. Na realidade é para trabalhar onde já trabalho - só que desta vez sem ser por intermédio de uma agência. Não é "legal" - dizem eles. Mas faz dois meses que estou a "chatear" a agência e esta não me diz nada sobre esta ocupação que dura apenas durante o Natal. 

Assim sendo, prefiro ignorar as "regras" parvas - que dizem que não posso me candidatar por estar agenciada - embora não tenha visto onde isso está escrito. As "regras" já estão a ser violadas constantemente pela agência e pelos gerentes, que só dão trabalho a "amiguinhos". Há corrupção até nisso. Portanto, não exijam que se siga as regras exemplarmente, quando não dão o exemplo. Fico a ganhar menos duas libras por hora mas, se me derem um horário full time cinco dias por semana - coisa que não consegui o ano passado - já fico feliz da vida. Menos por mais. 



Claro, é uma ocupação que termina no Natal. 
Mas se ninguém der com a língua nos dentes e tentar me prejudicar, posso "regressar" à agência para então ter aquele trabalho ocasional, uma vez por semana, quem sabe duas vezes... no total de sete horas!!  O meu salário por me ausentar desce 4 libras por hora. Mas também, pela carga de horária que me têm dado, faz pouca diferença.


Faço bem em candidatar-me.
Só me recusam se forem parvinhos.
Espero ter um horário em full time por onde escolher. 

Sinto-me totalmente sozinha, sem sentido ou utilidade na vida.
E é isto. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Dados viciados


Se fosse pedir um milagre antes do Natal, pedia para que a próxima pessoa que viesse ocupar um dos quartos nesta casa fosse decente, reconhecesse actos de maledicência, se revoltasse e, para variar, gostasse de mim.

É mesmo preciso um milagre! Sei que os dados estão viciados. É como desejar ter sorte no jogo mas não possuir dados normais.


O rapaz está de saída. O senhorio mostrou a casa a dois candidatos. Quando cheguei, estava cá o último. Não era italiano, mas foi indicado pelos italianos cá de casa. Sei disto porque não sou parva e a experiência assim o tem ditado. Não falha uma!

E o senhorio... anda muito esguio... como andou quando pediu aos que cá estão para arranjarem alguém para o outro quarto. Ele já nem procura, vai directo à fonte. As mensagens a avisar que vem mostrar o quarto são uma tentativa de ilusão para ajudar a ocultar o facto de que foram os italianos a indicar os candidatos. 

Já sabia que as pessoas que vinham ver o quarto seriam indicadas pelos que cá estão antes mesmo de ter percebido que o rapaz que estava a ver a casa, ficou cá depois do senhorio sair. Estava na conversa com o mais-novo! Na maior intimidade. O mais-novo mudou para cá à coisa de mês e meio mas já está infiltrado nestas operações "clandestinas". Lamentável. 

Era vê-lo, a sair do quarto e a dizer "Olá Portuguesinha" ao mesmo tempo que descia os degraus fazendo caretas, como que a dizer "anda aqui este a ver a casa". 

Como se não conhecesse o indivíduo!
A fazer-se de parvo...

Este candidato não era italiano e eu até prefiro que o próximo inquilino seja. Pelo menos teria isso em minha vantagem. Se aparece outro "convertido", já a pensar antes de me conhecer que sou péssima pessoa e decidido a não me falar - isso dá a entender que o problema sou eu. Claro, que nem me é dada uma hipótese! Os que cá estão tratam disso. Vão encher a nova pessoa de "mimos" e atenções, para a conquistar e converter. Afinal, não precisam de odiar mais ninguém, escolheram-me a mim como o seu alvo e jamais vão admitir que me degridem intensamente aos ouvidos de todos os que cá entram. 

Desta vez parece-me é que querem um rapaz!!
Italiano ou não-italiano. Talvez até prefiram um gay. Já que o que cá está também o é. Se antes eram só raparigas e o rapaz-que-vai-sair era o "rei do castelo", agora os candidatos são todos MASCULINOS. 

Creio que é porque a «sedutora» mais-velha dá-se melhor com esse género. Uma mulher pode gerar conflictos - principalmente se for mais velha e experiente. Uma miúda nova, como a anterior, a mais-velha converte com facilidade. A "vítima" nem sequer percebe o que a atinge. Este rapaz é gay, adora coscuvilhar - isso deu para perceber a léguas. Falou que falou da vida de toda a gente. Fácil, fácil de converter...

Deste não gostei. Viu-me e fingiu não ver, até eu ser muito directa e ele não ter senão como me cumprimentar.

Um lado bom é que estou cada vez mais indiferente a esta gente.
Tenho dias bons e dias maus. Ontem, foi um dia mau. Hoje, foi um dia bom, em que gosto de cantarolar pela casa.

Isso fez-me perceber que se calhar tem fundamento aquilo que dizem: "os outros só nos fazem mal se deixarmos". O problema é que não é assim tão simples. Sinto. Sou ser humano, tenho sensibilidade, e é natural que essa sensibilidade seja canalizada para o humor e estado de espírito. Não é todos os dias que, com a vida a correr menos bem, se pode cantarolar.

Hoje não foi um bom dia. Voltei ao emprego, só para ouvir que não vou ser mais precisa para o resto da semana. No emprego da tarde, não existe disponibilidade horária. Ou seja: vou ficar por casa! Sem ganhar dinheiro para pagar a renda. E vai ser assim provavelmente até o Verão!

Para somar a esta maravilha de situação, vem o Brexit e estou rodeada de gente tão generosa e atenciosa que faz o meu coração transbordar de.... indiferença. 

E sigo cantando. Quem canta, os seus males espanta.
Preciso cantar até perder a voz. 


domingo, 20 de outubro de 2019

Abri


A embalagem de fishless fingers que havia comprado para partilhar contigo, já que és esquisito como o raio e te recusas a comer quase de tudo. Terias gostado?


sábado, 19 de outubro de 2019

Jardinar é dar amor



Tenho andado pelo jardim a plantar nove vasos de flores que havia comprado nos últimos dias de sol. O senhorio deu permissão, mas ainda assim, quis que ele soubesse deste novo "lote". 

Não sabia onde as ia colocar. Comprei-as para as salvar do lixo. É o que me dá gosto e não resisto. Se há uma planta maltratada que eu acho que posso voltar a trazer à vida, lá vou eu!


É assim. Cada qual com a sua natureza. Cuidar parece que é sempre algo que preciso de fazer. Cuidei de crianças, cuidei de animais de estimação - e como neste instante da vida não posso ter um nem outro, acho que encontrei aqui a explicação óbvia para este súbito fascínio por flores e plantas. Surgiu mais ou menos quando os outros deixaram de existir.


No processo, o meu amigo interesseiro voltou, cheio de confiança. Graças ao facto de cada vez que cavo na terra surgirem ninhos de minhocas, o pássaro teve um manjar e tanto! Nestes últimos dias, encheu a pança. Ainda tentei salvá-las, enfiando-as noutros buracos de terra. Mas algumas ele deve ter apanhado. É a lei da vida.




quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Estar Amaldiçoada


Pode soar a fantasia, mas no fundo acredito que é esta a origem de todo o mal que me atinge.
Dizem que não há coincidências. Como tudo corre sempre tão ao contrário da norma, parece realmente que algo externo, invisível, é que está no comando.

Acredita quem quiser. Não acreditam os sépticos e aqueles cuja trajectória de vida sempre foi normal e dela não conhecerem nenhum tipo de resistência para além da dose normal.


A INVEJA E A UNHA DESAPARECIDA
Quando era criança dava para roer as unhas até à carne e arrancar lascas de camadas. Foi um vício muito forte, intenso, incontrolável. Existiu porém um breve período de excepção. E fiquei tão feliz!

Foi por volta dos 13 anos de idade. Subitamente, deixei as unhas crescer. Fascinou-me tanto que nem era capaz de as cortar. Deixava-as crescer. Elas acabavam por se partir por si mesmas, enormes! Sabia, porque sabia, que bastava fazê-lo uma vez mais ... uma ida da boca à unha apenas uma vez, para relembrar o gosto, e estaria perdida novamente. 

Então não o fazia. Nem sequer as cortava. Elas partiam-se e eu não conseguia deitar fora aquele pedaço de unha. Olhava para aquilo e, na minha natureza sempre inquisidora e criativa, punha-me a pensar que existia uma utilidade talvez decorativa e até um valioso contributo genético para o meu futuro (isto foi antes da contribuição do DNA ser conhecido) naquele impressionante material orgânico. Tão resistente, tão fantástico. Acabei por guardar aqueles pedaços grandes numa caixinha. Eventualmente descartaria-os ou inventava fazer artístico com eles. Só ainda não sabia bem o quê, mas estava quase na calha. Até lá, precisava das "provas" para me manter afastada do "vício".

A minha família sabia e achava aquilo "um nojo". Era nova demais para ter esse tipo de preconceito já enraizado pelo que para mim, eram apenas unhas higienicamente armazenadas numa caixinha, só para os meus olhos verem.

Um belo dia, percebi que me faltavam uns tantos pedaços.
Nunca soube o que lhes aconteceu.

Mas há uma coisa que nunca contei. Quando as armazenei na caixinha, era segredo. Uma vozinha interna inclusive, disse-me para ter cuidado. Para me desfazer delas se alguém as encontrasse. Porque era perigoso.


Na altura não sabia NADA sobre bruxedos, sobre a importância de se ter um pedaço do corpo da pessoa envolvido no ritual. Uma pessoa muito próxima de mim, da família, odiava-me e sentia intensa inveja. Soube anos mais tarde, que essa pessoa, por esta altura, andava envolvida em rezas de S. Cipriano e porcarias desse género, para me prejudicar. Escrito pelo punho da própria, numa carta (jamais dá para esquecer - o nível de ódio!).

E eu me pergunto se tudo remota a tanto tempo atrás.
Porque, para ser sincera, senti a vida a enguiçar ainda era criança. Mas os adultos diziam-me que era estupidez minha, era tudo "crise da idade", tinha a vida toda pela frente e as coisas iam acontecer a seu tempo.

Estavam errados. Totalmente errados.


quarta-feira, 16 de outubro de 2019

A troca de Gary



Disse num post recente que no novo emprego simpatizei com um rapaz que achei boa pessoa. Descobri nesse mesmo dia que ele ia embora. O seu nome é Gary. 

O que é curioso a este respeito são as tais coincidências que também falei num post recente chamado Atracções Física-químicas. É que hoje apareceu um novo colega. Bom, "novo" no sentido de ser recente, o senhor anda na casa dos 60 anos. O nome dele é... Gary. 



Antes deste emprego ele trabalhou numa empresa na rua Newton...



A mesma onde eu estive!!!!!!


Onde eu e ele nos conhecemos.

Cheguei a imaginar que o podia voltar a ver nestas circunstâncias: ser ele um dos temporários que aparece para dar um reforço extra de mão-de-obra. O destino, brincalhão, realizou-me o desejo, mas baralhando as cartas: tirou-me o Gary novo, deu-me um outro e trouxe-o da empresa de onde esperava voltar a ver outro alguém entrar. 

Mas boas notícias: acho que estou bem melhor da doença que me acomodou. Quase curada. Isto é fantástico! É quase - perdoem-me, como vencer uma doença terrível, pois emocionalmente vive-se numa montanha russa de extremos ao ponto da normalidade parecer até irreal. O tempo... será que cura mesmo tudo?


empregos e compensações


Tenho dois empregos. Que somados, não dão por um.


Ando cansada, não tenho folga desde o dia sete. Porém, não se julgue que dois empregos e nove dias de trabalho consecutivo se espelha no ordenado. 


Com dois empregos precários, não ganho um ordenado mensal razoável. O primeiro, oito horas pela manhã, devia ser de segunda a sexta. Mas já me dispensaram por esta semana. O segundo emprego, que mantenho desde o Natal passado, é apenas em turnos de três horas e meia, possíveis de segunda a sábado, marcados, por vezes, a semana inteira, mas cancelados constantemente. 

Esta semana trabalhei de segunda a quarta no full time matinal e fiz um turno na segunda-feira de três horas e meia no outro emprego. Era para estar nos dois todos os dias, mas são cancelados. 

Quase quatorze horas diárias de esforço físico feitos nesse dia que caem em cano roto em termos de reflexo na conta bancária. Só o sinto no corpo, na saúde e no cansaço.

Em suma: nunca sei ao certo se tenho trabalho para o dia ou não.
Isto é tramado.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Trancado fora de casa


No Sábado preparava-me para sair para o trabalho quando batem à porta. Um rapaz de bicicleta disse-me que é inquilino numa outra casa do senhorio. Esqueceu-se das chaves e do telemóvel, não estava ninguém para o deixar entrar e não teve opção senão ir bater à porta de outras casas onde ele sabia que o proprietário era o mesmo.

Antes de o ajudar, tive de confirmar se a sua história era autêntica. O que não faltam por aí são pessoas a saber que o senhorio tem umas seis casas e uns 30 inquilinos... Vá que o deixava entrar e pimba! Acontecia algo.

Liguei ao senhorio, sem colocar o telemóvel recém adquirido e novo nas mãos (não fosse fugir com ele) do homem e confirmou-se a identidade. Convidei-o a entrar. Estava a chover e senti de imediato o impulso de ajudar, mas tive de agir com cautela. 

A questão é que o que lhe aconteceu é um dos meus maiores receios. 


Temo perder as chaves na rua sem dar conta ou ficar sem elas. Não ter como entrar no quarto para deitar-me e descansar... Entrar em casa, ainda é relativamente simples. Alguém abriria a porta, mais cedo ou mais tarde. Mas no quarto, só o senhorio podia acoder-me. Imaginem isto a acontecer à meia-noite..!


Cada vez que levo a mão ao bolso e procuro as chaves sem as encontrar, sinto pânico. Quando o porta-chaves dá de si e abre, temo ter perdido uma das chaves. E muitas vezes, quando lhes pego, por instantes estou convencida que falta uma! 

É uma sensação terrível.

Gostei de ter sido útil e ter ajudado.
Ainda por cima, o senhorio estava de férias na Escócia!
Temos de ser uns para os outros. 

Atrações Física-químicas inexplicáveis



Há coisas que não sei explicar. São coincidências, sensações ainda por definir numa palavra apenas. 
Pelo menos que eu lembre ou conheça. Alguém mais erudito ou elucidado saberá, decerto, indicar-me que palavra isolada refere-se ao que a seguir vou descrever. Afinal, existem palavras para definir tudo nesta língua portuguesa. 


1) Quando estava a morar na outra casa, passei a frequentar um parque um pouco afastado e, mesmo antes de lá chegar, passava por uma longa rua que eu achei que tinha lindas casas, com traços antigos. Punha-me a olhar para elas, imaginando o que se terá vivido ali noutros tempos e o que era das casas agora. E como seria bom poder comprar uma casa ali, recuperá-la e viver numa delas.


Por coincidência, vim morar numa casa nessa mesma rua. 



Coincidência? 
Ou ter gostado, ter sentido uma ligação, um apreço pelo local conduziu a este desfecho?



2) Há coisa de seis meses, quando comecei a ir e regressar a pé do emprego ocasional, sempre pelo trajecto do autocarro, notei uma rua com o nome Newton. Não tinha de caminhar por ela, simplesmente reparava na placa com a indicação e punha-me a imaginar o que estaria por ali. Achei curioso existir uma rua «Newton» no meio de outros nomes que nunca me chamaram a atenção. Associo o nome "Newton" ao físico Isac Newton, cujas leis estudei na escola, um tanto sem grande aptidão para a disciplina. FÍSICA... (Ai,!!) As principais três leis de Newton são: O princípio da Inércia, a Força e a Acção Reacção. (Tive de ir espreitar, já não estava lembrada, eh,eh).

Por esta altura, estava muito desanimada e triste. Já não podia mais ocultar o sol com a peneira e continuar sem admitir que os colegas na casa não conversavam comigo. Além de me sugarem boas energias, desanimava-me. A nível laboral candidatava-me a tanta coisa e não havia meio de algo decolar. Senti que tudo não dava certo. Por isso roguei muito ao Universo, em estado atónito e de incompreensão, para que me fizesse o favor de colocar gente boa na minha frente! Porque merecia.

E foi então que em Julho surgiu um emprego. Ia durar apenas dois meses mas, aproveitei. Fui abordada via telefone por uma agência de recrutamento que nunca contactei a pedir trabalho. Isso surpreendeu-me. Quis saber como chegaram até mim. Mas, num mundo global onde a partilha de dados pessoais tornou-se uma banalidade, acabei por deixar passar e abracei a oferta de emprego com satisfação, gratidão e ânimo! 

Enviaram-me por texto a morada da empresa, «segue por esta rua, até ao fundo... vira à esquerda...»
Algo confuso, feito "acima do joelho"... No primeiro dia, quase me enervei, não dava com ela. Lá arrisquei procurar na esquina, ao final da rua indicada... e encontrei-a.

A empresa funcionava na rua... Já adivinharam? A rua era a Newton!


Acho tremendamente curioso que tenha sentido atracção e curiosidade por uma rua e terminar por arranjar emprego nela. Também tenho de acrescentar o parque! Passava por ele "de raspão", a caminho do tal emprego. Despertava-me muita curiosidade. Mas nunca me atrevi a aventurar-me por ele, pois não sabia ao certo onde ia dar e temi aumentar demasiado o tempo de percurso pedonal, acrescentando cansaço desnecessário aos pés e pernas. Quando descobri que o parque onde passei a ir todas as tardes à hora de almoço pela entrada a Norte era o mesmo pelo qual passava a sul, fiquei maravilhada!

Dois locais a suscitarem a minha atracção, onde acabei por ir parar por um curto período de verão. 

É como se existisse uma energia extra-celestial, de uma outra dimensão, que de vez em quando estende-nos um tapete, esperando que consigamos ler as mensagens do caminho.

Nesta rua de Newton... 
Foi onde tudo aconteceu e deixou de existir. 



A terceira lei de Newton fala de "acção-reacção": "Quando dois corpos interagem, as forças exercidas são mútuas. Se o corpo A faz uma força no corpo B, o corpo B irá fazer a mesma força, só que no sentido oposto, em A".

E sim, existiu um princípio de atracção mútua. Mas a força final foi poderosa e em sentidos opostos.


Resta-me rezar bastante para que a minha cabecinha fique mais lúcida, consiga ler entre as linhas destas súbitas mensagens e comportar-se à altura. Sinto muita curiosidade para saber qual o nome que se segue. Se terei mais alguma intuição/atracção, alguma energia especial por aí...


Qual a palavra para isto?