sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Lembram-se da Jamala?

 Um ano antes de Salvador Sobral ter feito o feito de vencer o euro festival da Cançao a vitoria foi para Jamala, uma artista natural da Ucrania.

Vi a sua prestacao ja consagrada  vencedora num blogue que perguntava "qual gostas mais?". Haviam outras favoritas e a autora do blogue, assim como muitos outros comentadores, nao simpatizou com a musica de Jamala e era da opiniao que neste tipo de festival devia-se preferir cancoes mais "roqueiras".

Nestes coisas gosto de nao ter preconceitos e sigo pela emocao. Quando ouvi a seleccao concordei com a escolha.  Jamala emocionou-me com a cancao, na sua voz escutei muita emocao e senti gravidade.

Nao entendo a lingua que fala - mas como grande parte da cancao e cantada em ingles, o tema ficava sub entendido. Se bem que, para mim, tudo estava na emocao.

Oh boy! E se isso se veio a comprovar no ano seguinte com a vitoria de Salvador Sobral! Ninguem entendia a musica toda cantada em portugues. Mas a emocao chegou aos coracoes da maioria e por isso a melodia venceu - com uma GRANDE ajuda da INTERPRETACAO e VOZ do cantor. 

"Music is not fireworks. We live in a time of disposable music". 

Ainda me causa goose bumps lembrar os caminhos que aquela voz conseguia trilhar. Ainda lamento que o SS nao sinta vontade de explorar outros estilos musicais para alem do jazz, para assim partilhar aquela voz e onde ela consegue chegar noutros estilos.

Seja como for, Jamala apareceu na lista de sugestoes do YouTube e com prazer voltei a escutar a sua cancao vencedora do eurofestival da cancao 2016. A letra, para quem nao entendeu o sotaque ingles de Jamala, diz mais ou menos assim.

Quando estranhos aproximam-se e aparecem na tua casa, matam todos e dizem: nao somos culpados. (A emocao na voz dela...)

Onde está a tua mente? A humanidade chora. Voces se acham Deuses, mas todos morrem. Nao engulam a minha alma. A nossa alma.

É aqui que entra o refrao na lingua dela. Não o  entendendo, mas nao é preciso.  Para mim soa a um lamento, um grito e um choro muito emotivo. A certa altura da cancao, ela solta um grave que e mesmo o grito dos gritos do sofrimento humano e da injustica.

A canção era intitulada: 1944.

Tendo eu passado uma hora e meia no YouTube a ouvir as palestras de sobreviventes do holocausto e tambem palestras de descendentes de nazis, sabendo eu que Campos de concentracao nao sao coisas do passado estao bem vivos por toda as partes do mundo, continuo a achar pertinente e emocionante esta cancao de Jamala.

(E no ano seguinte Salvador Sobral enverga uma T-shirt negra a dizer "refugiados" e fala sobre os Campos de refugiados para os quais a Europa  deve prestar mais atenção). 

Penso que, mais recentemente, Jamala fez esta outra musica, que para mim mostra que ela ate tem uma boa voz e, em duvida, sente paixao pelo que faz. Ainda que tenha ajuda eletronica aqui e ali para causar mais impacto a voz é bonita. Concordam?











quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Iscas (de boi)

 Voltei a preparar esta refeição mas desta feita com a segunda embalagem de figado que havia comprado. Nao de porco, mas de boi.

RECOMENDO VIVAMENTE que se opte pelo de boi. Alem da carne vir cortada as tiras como bifes é muito mais tenra e saborosa.

Ideal para os até agora receosos mas que pensam experimentar.

Desta vez nao temperei de vespera. Fiz na altura. Alho e cebola para a frigideira, numa cama de azeite e manteiga. Decidi colocar pedacos de bacon no refogado e suprimi os cogumelos. 

Alho em po e sal foram colocados na carne enquanto o refogado apurava na frigideira, junto com uma folha de louro que logo trouxe aroma a coisa.




Pretendia experimentar temperar a carne com vinagre mas a embalagem que tinha na cozinha foi ha uns meses vandalizada pelo suspeito ex-colega que me roubava alimentos. De cheia passou a praticamente vazia e a tampa nao foi enroscada ate o fim, como e meu costume fazer.

A quantidade original de 500ml presente no rotulo e a deixada pelo maldoso

 Preferi nao arriscar. Se aquelas ultimas gotas foram deixadas ali provavelmente foi intencional. Conhecendo agora o nivel de doidice e malicia do ex-inquilino, achei por bem precaver-me. 

Coloquei as tiras de figado tao bem cortadas em cima da cebolada, reguei com bom vinho branco e tapei com folha de aluminio. 

Desta vez acompanhei com arroz branco. E nao despejei o sangue largado pela carne no preparado. (Tambem nao era quase nenhum). Ficou ainda melhor!

Embalado para a proxima refeicao.

Experimentem desta forma e com este tipo de figado. Se duvidam que seja tenro, vejam como certas partes podem ser pressionadas ate virar puré:


Entao, vão experimentar?







terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Iscas - vulgo figado (de porco)

 Aqui fica o meu jantar de ontem.







Para quem diz nao gostar e para quem diz nao gostar sem ter provado. Experimentem! 😉

Aos que sentem repulsa pelo aspecto e pelo cheiro, saibam que ja fiz parte desse grupo mas converti-me.

Receita:

2 cebolas, azeite, manteiga, alho, folha de louro, vinho branco, figado de porco, cogumelos laminados.

De véspera: temperar o figado num recipiente com tampa. Colocar alho partido ou em pó, sal grosso, duas folhas de louro e vinho branco ate cobrir.  Reservar no frigorífico.

Preparação: Refogue em azeite qb as cebolas cortadas às rodelas e uns dentes de alho. Colocar uma colher de manteiga e a folha de louro deixada no tempero da carne. Nao precisa alourar. Com o lume brando, meter cogumelos laminados. Tapar uns minutos para libertar molho. Colocar com um garfo as iscas e tapar. Em poucos minutos fica feito. Virar e verificar se ficam bem cozidas. Dar golpes e cortar partes mais grossas caso seja necessario.

O figado nao deve cozer demais senao fica rijo e muito seco. 

Opcional: antes de desligar o lume, despejar o molho em que o figado ficou conservado para dentro da frigideira. É onde esta o sal e o vinho verde. Assim como o sangue que é o que repudia muitos. Mas pode-se fazer sem isso. 

Acompanhar com batatas cozidas ou um arroz branco.

Alternativa: Para os muito resistentes a ideia de consumir figado, aconselho que cortem a carne em cubos com o auxilio de uma tesoura de cozinha e facam um refogado. Podem ate misturar partes de figado num refogado de legumes com carne de vaca - mas aí estao a criar um outro prato (carne de vaca estufada com legumes) e a acrescentar o toque e gosto de um ocasional pedaço de figado. (Deve ser colocado no final para nap ficar duro e pode ser figado de boi para nao variar no tipo de carne).

Uma boa ideia para iniciantes aventureiros.





sábado, 20 de fevereiro de 2021

Uma indiscrição antes impensável

Fui ao supermercado comprar pizzas. Ao contrário do habitual, nao levei luvas. O rapaz da caixa estava estranho. Por ser quase hora de fechar imaginei que estava farto de atender clientes. 

Coloco cada embalagem de pizza no saco, uma a uma, usando um pedaco de papel. Quando ja estou fora e que me lembro do estado em que tinha as unhas. Andei a pinta-las com o verniz mas foi lascando e entao começou uma mania minha: arrancar o que resta do verniz pouco a pouco, com outra unha. 

Raramente pinto as unhas mas sexta feira passada comecei espontaneamente a faze-lo. Senti-me relaxada. A questao e que tambem me senti inspirada e por isso pintei as unhas não de uma so cor, nem duas, nem tres. Pintei cada uma com uma cor diferente, fazendo geometrias e harmonizando as cores.

Achei que ficou bem e como nestes tempos de clausura pandemica qualquer pudor deixou de ser o mesmo que antes, ja que andamos todos tapados e não se sai a rua sem colocar luvas de latex. 

Dias depois decidi preparar uma refeição com figado de porco e ia fazer um post de brincadeira com esta foto:


Disto passaram a isto:


Que foi o que rapaz da caixa deve ter visto.

Eu e o meu habito de destressar tirando o verniz pouco a pouco... nao e como se nao me importasse. É um vicio/hábito privado que saiu a rua e ficou exposto. Ahah. Impensável antes. Em casa deixo-as assim para poder dar aso a vontade de arrancar o verniz. Mas saindo para fora sei que tenho de o remover. So que esqueci totalmente! Andava deprimida e para contrariar essa tendencia subitamente forcei-me a sair para obter as pizzas. Nem luvas tinha comigo.

O que acham?



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Uma presidenta e um Papa negro??

 


E ainda nao tivemos um Papa Negro NEM uma presidenta. Pelo menos nao nos EUA ou mesmo Portugal. 

O desejo dos Jeffersons em ter um presidente americano negro já aconteceu. Mas a presidenta desejada por Gloria... essa sabe-se lá se e quando.

É a descriminação mais duradoura, aquela que atravessa todos os progressos e persiste em se manter viva nos parametros mais tradicionais algures em paises que nao concedem há mulher nem o direito de voto e o seu valor e considerado inferior ao de um animal.

Desde o tempo do homem das cavernas até agora, a descriminação ao sexo feminino é, sem duvida, a que mais persiste. 

Gays foram aceites, fazem desfiles nas ruas, expoem os seus afectos, sao retratados com carinho pela ficção, já chegaram à presidencia de muitos paises (EUA) ainda que de forma nao assumida. Estao por todo o lado, assumidos. Mas caso apareça uma lesbica... entra aqui um tanto de preconceito por o genero ser o feminino. Elas nao estao representadas em tantas vertentes como os gays. Quase nao aparecem na ficcao e se aparecerem, e para satisfazer a libido de um homem ou tem relaccoes toxicas e tragicas ou entao sao o casal mais normal e feliz que é quase impossivel de acreditar. O que tambem nao abona a favor da realidade. E ela é: somos todos iguais.

Desde que esta serie foi feita, há precisamente  50 anos, muitos progressos foram feitos. E tambem alguns retrocessos. 

O mais flagrante é que, hoje em dia, esta serie nao seria permitida. É terrível saber que 50 anos depois, todo este dialogo é CENSURADO.

 Nenhum branco pode dizer "negro" e o termo exigido é Afro-americano. Caso contrario, cai o ceu e a trindade e o resultado quase sempre e perder o emprego, a casa e ser oscratizado. Uma violencia em troca de violencias passadas ha 500 anos com a escravatura africana. 

Basta lembrar o exemplo de OJ Simpson que assassinou selvagicamente a ex -mulher (e um amigo dela que veio ao seu socorro) degolando-a e deixando-a a sangrar na entrada da casa, com os filhos do ex casal a dormir acima do sangue da mae morta.

O julgamento nao foi sobre os assassinatos. Mas sobre OJ e o facto de ele ser negro. E por ser negro, foi absolvido. E a populacao negra celebrou com euforia nas ruas. Celebrou um assassino sair impune de um crime horrivel e compactou com a extrema injustica que foi feita a Nicole e ao seu amigo.

Recuos e avanços. Passos demasiado pequenos. Nao acham?








terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Sera que vou conseguir?

 Dois guarda-chuvas partidos.

Um no cabo, o outro nas varetas.

Sem nada para fazer e a stressar, decidi descomprimir a desmontar o das varetas partidas. Estou por isso na total posse de conhecimento de como se repara um guarda-chuva. 

O tempo todo a lembrar daqueles afiadores de facas e tesouras que andavam pela vizinhança a soprar numa flauta a anunciar a sua presenca. Tambem reparavam guarda-chuvas. Isso la nos anos 80 - talvez 70. Acho que nos anos 90 a profissao comecou a sofrer com a chegada de mais facilitismo e modernidade.

Anyway....


Falta-me um Bom alicate de corte para concluir os meus intentos. Preciso de um pequeno e fino que va cortar o arame que segura as varetas no cabo. Quando cortar esse dito - que no chapeu bom esta lacrado a solda, posso experimentar o transplante.

O que eu nao faco para poupar o ambiente de mais poluição 🤣❤😘





sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

2021 é o pior ano dos ultimos tres

 E subitamente as minhas duas unicas fontes de entretenimento CESSARAM com a chegada de dois mil e vinte e um (2021).

Sei que vai ser um ano de muitas frustrações. Um ano de nada e pouco. Um ano de procrastinizacao forçada.

O Brexit já me lixou. 

Acabou com a permissão de transmissão de programas de TV.

Tinha acesso a todos os canais da Meo mas com a saida da uniao europeia esse privilégio terminou. Relaxava a ver o Crime ID, a' mascara na SIC, o National Geographic e a minha serie preferida na RTP memoria. Telecines, filmes... tudo ficou indisponível. OBRIGADO BREXIT!



Isto aliado ao lockdown é mesmo para dar cabo de uma pessoa. Já andamos todos deprimidos a tentar tirar nabos da pucara para nos distrairmos. E vao e cortam o acesso aos canais de TV. Mas 2021 tramou-me também porque assim que chegou, no dia 1, terminou o acesso ao jogo Farmville.  Que era a minha segunda forma de relaxamento.

Ja nao consigo ler livros. Ando demasiado preocupada ou sempre a aguardar que me dem turnos para ter a disponibilidade mental para acolher uma historia lida.

Depois dele esse foi o maior impacto na minha rotina. 

Voces ainda vivem na esperança de que este ano vai compensar as privacoes dos dois anteriores? 

Nunca senti isso. 

E continuo a no sentir.

A minha aposta so começa la para 2023, com melhorias a 2022.

Ate la se viver da espera ficarei velha com olheiras ate os joelhos e com os seios pelos pés. 🤣🤣




quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

A natureza

 Depois de escrever sobre a neve voces comentaram que ando mais feliz. A realidade é que, se o sou por uns momentos, o devo à natureza. Que é tao bela, calmante, honesta, serena'mesmo quando violenta.

Se depender da natureza humana ando muito triste. No emprego tive provas irrefutaveis de descriminação racial e nepotismo. Demorei a abrir os olhos e quando eles se abrem fico espantada com o meu nivel de ingenuidade.

 Acredito sempre que a minha postura de trabalho é o que vai marcar a sorte. Mas nao é. E ando aqui todo o santo dia a aguardar que me sejam enviados turnos, sem poder relaxar. Nao vejo um filme, nao tiro uma soneca, nao saio para ir as compras.

Enquanto isso a miudas filhas de quem ja la esta a trabalhar que entraram ontem, sao dados turnos de segunda a sabado, recebem treino nas maquinas onde eu PEDI para trabalhar em Outubro e me impediram de o fazer dizendo que precisava do tal treino. 

Na noite de passagem de ano fui chamada a trabalhar, paguei 10 libras a um taxi para la chegar a tempo, enviaram-me para a maquina e respondi que nao tinha treino. "Não faz'mal"- foi a resposta. Cheguei la, o gerente muçulmano viu-me e perguntou-me se já lá  tinha trabalhado. Respondi que não. Mandou-me embora. Mas não mandou as outras que tambem responderam nao ter treino. 

-Elas nao vem comigo? - perguntei. Tambem nunca trabalharam na maquina. - acrescentei.

Descriminação é uma acusação que aqui em inglaterra evitam como a peste. Entao dias mais tarde deixaram-me "brincar" uma hora na maquina e nunca mais la meti os pés.

Depois o meu cérebro poe-se a lembrar dos detalhes...

-"Nem todos se dão bem com a maquina" - disse um. 

-"Algumas pessoas não gostam do tipo de trabalho que é" - comenta outro. 

Mais todos os entraves que me colocaram para atingir esse objectivo começo a perceber que estavam a tentar dissuadir-me.

Chega mais uma indiana à empresa e é logo chamada para trabalhar na dita. Umas atras das outras, enturmadas na sua lingua materna, continuam a receber tratamento preferencial.

Muçulmanas e indianas. Ali dentro sao um grupo que recebe tratamento preferencial.

- "Nao é o que sabes e quem conheces aqui dentro. Ja devias saber isso a esta altura"- responde-me uma funcionaria permanente.

Mas eu nao sei. Rejo-me por  principios de maior simplicidade e coisas dessas nao me passam pela cabeça. Mesmo quando me são ditas. Acho que chego ali, mostro a minha capacidade para trabalho e isso basta. Entao separo-me dessa realidade. 

Depois verifico que aquela ex-"amiga" está lá todas as noites, sempre a fazer a mesma função, sem conhecer ou se prestar a toda a amplitude de tarefas. Sem se sujeitar ao trabalho duro. 

E o que ela procurou fazer assim que la meteu os pés? Agradar toda a população masculina. Acabando por conseguir o que queria ao ter sexo com o primeiro gajo que lhe disse o que queria ouvir: "eu arranjo-te horas e teras trabalho todas as noites".

Truca-truca depois.... desejo realizado.


Claro que me sinto bem com a natureza... esta e simples, bela e pouco dissimulada. Quando faz chover, e para molhar todos. Não apenas um ou dois que estao no mesmo caminho.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Ainda neva

 Ainda esta a nevar por estas bandas. Como qualquer adulto que nao cresceu a volta de neve, gosto de brincar com a  dita.

A caminho do emprego e no regresso deu-me para desenhar na neve. Mas fi-lo de rapidinha, como se cometesse um delito identico ao grafitar uma parede com uma lata de spray. 🤣🤣

Eis as obras de "arte".






Como todo o verdadeiro artista tinha uma mensagem a passar. 😉. Falta é o talento.


Noutra nota ainda sobre a neve, é preciso limpar muito bem os sapatos no tapete antes de entrar pela casa a dentro. A neve é uma coisa engracada: nao passa de agua mas agarra-se aos sapatos como os carrapatos! 😆

Fiquem bem.

Cuidem-se. 


Ps: para complementar, o meu improvisado frigrifico e agora um congelador. 🥶



segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Domingo com neve

Caiu neve todo este Domingo. E de noite, la fui trabalhar. Sai na madrugada de segunda e ainda estava a nevar.

Uma colega chamou por mim.
-Portuguesinha, queres boleia?

A oferta caiu-me Tao bem!
Ela soube que ia caminhar ate casa e estando a nevar conpadeceu-se. 

Senti-me abençoada. Nesta altura de Covid ninguem quer partilhar carro com ninguem. Ainda mais aquela hora em que a pressa para chegar rapidamente a casa esta sempre no maximo.

Mas o frio e neve 🌨 derreteu o coracao de alguem. 

Pedi as nuvens energeticas para lhe trazerem muita felicidade, porque teve um gesto bonito. Que e cada vez mais raro de encontrar - principalmente ali.

🥶 Na ida para la nao estava a nevar. Mas ainda assim, surpreendi-me por me encontrar neste estado: 

O lenco que usei para tapar a boca e nariz estava um tanto esbranquiçado! 🤣🤣

De noite ja a caminhar na rua em direccao a casa, o mais bonito foi ter visto o vento a soprar a neve caida pelo chao de asfalto. Branco sobre negro, no escuro, como se amantes fossem, o vento fez dancar a neve tal e qual as areias das dunas de um deserto.
  





domingo, 7 de fevereiro de 2021

Descontrair na folga, o novo colega e a nova serie!

 Temos um novo colega de casa. Veio ocupar o quarto de baixo. Vou chama-lo de B, porque julgo que e esse o quarto que ocupa.

Parece um rapaz simples mas so a convivencia o dira. Nao sei mais nada dele sem ser o nome e a area de trabalho e que esta desempregado. Mais um que se mudou so para ficar por casa. Deve ser porque a renda e das mais baixas que se podem encontrar.

O que quase sempre atrai os piores. Basta ver o que ca esteve antes e a rapariga inglesa que apareceu para ocupar o quarto super barato na primeira casa em que vivi. Ambos eram aproveitadores, que tiravam comida alheia, sujavam tudo e nunca limpavam ou davam dinheiro para as despesas. 

Um terceiro esta por aparecer. 

E a casa vai voltar a ficar cheia. Os conflitos? Irao aparecer gradualmente.

Talvez porque ele chegou, hoje de noite consegui passar uns momentos na cozinha, a ver televisao. Fazia uns dois meses que nao o fazia. Nao dava. Fosse a que hora fosse, existia sempre alguem a subir e a descer, a passar de um lado para o outro, a impedir a descontracao. O rapaz do andar de baixo, esta noite, manteve-se no quarto ao inves de estar sempre a passar cada vez que me escuta a tentar fazer algo na cozinha. Nestes dois meses nao existiu altura do dia ou da noite em que ele nao entrasse na cozinha atras de mim. Sempre no controlo. A fazer uma especie de bulling. 

Com a chegada do rapaz fui a cozinha a meia noite e nao apareceu ninguem. Consegui sentir tranquilidade. E como estava a sentir-me irrequieta sem vontade de estar no quarto e sabado e o meu unico dia da semana de folga - optei por acender a TV e relaxei como ha muito nao fazia. 

A jantar um prato de massa que fiz as sete da manha, encontrei uma nova serie televisiva: plebs.

Uma comedia inglesa com o tipo de inteligencia, humor, timing dos actores, profissionalismo, cenarios fantasticos, com estudo de epoca para tornar mais realista os detalhes que interessam e guiao que aprecio. Virei fã. Ate que enfim algo feito nos dias de hoje chama a minha atencao.

A accao passa-se no ano 26 ac., em Roma mas os comportamentos, linguagem e situacoes sao bem contemporaneas. O humor esta tambem neste contraste. Numa cena os protagonistas encontram um bebe no lixo e levam-no para casa. 

No emprego de um deles o bebe comeca a chorar e a patroa tira uma chupeta da gaveta para o calar. So que no ano 26 ac. As chupetas eram de Madeira. E esta tinha uma forma um tanto suspeita, maior e mais longa o que faz o protagonista perguntar se aquilo nao sera um objecto para inserir no traseiro...

- Sei la! - responde a patroa. Pode ser.

- como e que eu sei se e uma chupeta ou um tapa-traseiro? 

- porque e que nao a metes na boca para ficar a saber?

- Passo....

E isto fez-me rir. 😆😆 

 







sábado, 6 de fevereiro de 2021

 Confirma-se.

Todas as colegas que costumo ver com frequencia no emprego ja tem turnos marcados para a semana inteira.

Eu tenho ZERO.

Umas ja estao na empresa faz tanto tempo quanto eu. Outras começaram em Novembro. 

Parece que quanto mais temo mais razoes tenho. Ou temer tanto atrai. Tenho de passar a ser mais positiva a ver se isso resulta. 


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Espera e desespera

 Imobilizada. À espera.

Dentes serrados. Sentada no chao a olhar para o vazio, imobilizada. Incapaz de dar continuidade a qualquer tarefa. Nao va a mensagem aparecer. 

Volto a pegar no telemovel. Nada. 

Olho novamente para o vazio.

Sinto a gaveta que abri momentos antes ali, sei que a abri com o proposito de a arrumar. Mas nao consigo. Pego no telemovel e volto a verificar se recebi uma nova mensagem de email. NADA. 

Oro. Peço para que possa vir a ser uma pessoa melhor, peço para nao seguir maus caminhos, para nao desenvolver irritabilidade e peço para que o emprego continue estavel e constante.

É dele que estou à espera.

Da mensagem de email a disponibilizar turnos de trabalho para o dia de hoje. 

Esta semana tem sido todos os dias assim. É extenuante. Nao durmo. As poucas  horas em que o faco e com o telemovel ao lado. Para nao perder a mensagem que disponibiliza emprego para esse dia.

Na quarta-feira apos veeificar o email a cada minuto, fui ao WC e deixei o TM no quarto. Quando voltei tinha uma mensagem de turno. E nao fui rapida o suficiente para a apanhar. 

Tens cinco a dez minutos para responder caso queiras trabalhar. Se nao o fizeres com rapidez, aqueles que o fazem levam o turno. 

Tenho trabalhado todos os dias mas ultimamente tem sido nestas circunstâncias. E isso deixa-me extenuada. Desenvolve a minha ansiedade e imobiliza-me. 

Nao saio de casa para fazer qualquer recado. Nao cuido da minha alimentacao, nao vejo TV, nso faço arrumações... nada. Nao sem ter a confirmação de trabalho para esse dia. Qualquer tarefa pode ser a causa de um momento de distraccao que me vai custar aquilo que me faz feliz.

Sem trabalho nao sou nada. Triste mas verdadeiro. Sem trabalho temo o que possa vir a acontecer comigo. Ganhei trauma por aqueles quase tres anos de desemprego em Portugal. Fui ao fundo dos fundos dos mais fundos dos poços. 

E é essa escuridao depressiva que sinto próxima de mim cada vez que nao sei se vou ou não trabalhar. Comeco a perguntar-me porquê, se algo pode estar errado, se alguem esta a tentar  prejudicar-me. Temo-me a mim mesma. E rezo para relativizar tudo. Para nao me deixar levar pelos receios escuros daquela escuridao do fundo do poço. 

Todo o meu valor e identidade, para mim, esta no sentir-me feliz ao trabalhar. Nao tenho outra fonte de felicidade pela vida. 


terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Covid no emprego

 Conversa entre dois colegas no emprego que nao se viam ha uns dias:

- Onde tens andado? Nao te tenho visto. Estiveste doente?

- Covid. Estive duas semanas com Covid. 

- Apanhas-te Covid?

- Ya.

- Tal como eu! Foi tosse e assim?

- Nao, pior. Fraqueza. Estive mesmo mal a semana passada.


Onde quer que me vire todos apanharam a dita. Que eu nao faça parte desse grupo é um milagre. Prefiro que assim continue e opto por nao pensar no quanto estou rodeada de ameaças. Prefiro nao pensar no Covid mas quando penso, é assustador. 

Já me acostumei a colocar uma mascara na boca e nariz e outra na cara conk parte de um ritual do quotidiano. Como se tudo fizesse parte de um uniforme

Era suposto ter começado a trabalhar no turno da tarde, ocupando-me de distribuir pelas zonas postais as caixas de tested ao Covid. 

Todas elas - centenas - contem amostras de DNA para serem testadas. Todas tem um alto potencial de serem positivas e conterem o virus no exterior da embalagem. 

Mas depois tiraram-me disso e colocaram-me a distribuir outro tipo de correio. O risco continua, mas diminui drasticamente. 

O homem que foi colocado no meu lugar foi um dos interlocutores desta conversa. Tambem la estava uma colega minha- a tal que apanhou Covid em Outubro. E uma outra que tambem deve ter apanhado.


Sera que existe alguem que nao apanhou?

Mesmo com todos os cuidados, a possibilidade de transmissao e tao elevada! Tem de se limpar o TM e sabem que outro lugar? A barriga, pela zona do abdomen. Que e onde tocamos cada vez que desapertamos as calcas para ir ao WC.  Continuo a ver pessoas a lavar as maos depois de usarem o papel higienico para se limparem nas zonas intimas. E vi uma senhora aqui no emprego a sentar-se de imediato no tampo da sanita. Sem limpar.... 🥴🤮

Nao quero parecer arrogante quero apenas nao me desleixar e acabar contaminada por um dos muitos colegas que por ca andam. Ha medida que o tempo passa fica cada vez mais dificil.  Nao posso esmorecer. E desinfectar tudo..

 Perceber que tocaste no guarda chuva com as luvas de trabalho... e nao esquecer por onde a roupa toca, o que as maos com que coças-te o nariz andaram a tocar.