sexta-feira, 30 de julho de 2021

Windows 11...

Parece-me que a Microsoft estava à espera que eu finalmente instalasse o windows 10 para lançar o 11!
O W.10 apareceu em 2015 e não foi substituído nos anos seguintes.

Vai que a vossa portuguesinha finamente aceita que não pode optar por versões anteriores, tais como o Windows Vista, ou o windows 8, que não mais funcionam com aplicações e computadores nem tem assistência ou atualizações por parte da Microsoft. 

Levei seis anos para instalar o 10! E então eles anunciam o lançamento do W.11.  

Acham que é coincidência? 

Cá para mim a microsoft lê os algoritmos e estava só à espera que a portuguesinha instalasse o 10 para o tornar obsoleto.

Qual o vosso windows favorito?

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Ameaça de chuva forte

 Se queres qua aquela chuva que ameaca cair se retenha quando saires a rua, tudo o que precisas de fazer é transportar contigo um enorme e chato de carregar guarda-chuva. 

quarta-feira, 28 de julho de 2021

É uma estrela? Nao, é um aviao.

 Aquela luzinha branca e vermelha a piscar no ceu, que se movimenta com velocidade e logo desaparece: ja se avistam com frequencia.

sábado, 24 de julho de 2021

O segredo de um casamento duradouro

 


O segredo de uma relação duradoura (e feliz) parece-me ser que tem de ser a mulher a "usar as calças". O controlo e as decisões finais têm de estar nas mãos das mulheres. Concordam?

Os casais que vejo formarem-se, antes mesmo de o ser, já lhes adivinho durabilidade matrimonial com base nesta sensação que me dão. Anos se passaram e aqueles que achei que iam permanecer continuam e aqueles que achei que a maior probabilidade seria viverem a se desentender até romper, assim o foi.

Parece-me ser esse o denominador comum: a mulher tem de ser alfa


Um homem também alfa, só se deixa levar por uma mulher se esta o deslumbrar intelectualmente, o excitar fisicamente e, principalmente, se através desta ele achar que vai ser fácil conseguir atingir os seus objectivos mais íntimos. Ele tem de concluir que ela lhe vai proporcionar as experiências que sempre desejou e não conseguiu obter sozinho. Um homem ambicioso  mas que não tem muito por onde se expandir, vai procurar uma mulher que o faça sentir expandido.

Uma mulher dominadora/alfa, muito centrada nas suas necessidades, quer que um homem lhe obedeça. Não se sente atraida por nenhum outro. Não pelos galãs, pelos populares. Vai procurar um palerma virgem calmo e desesperado, que se sinta tão abençoado que acaba por passar a sua vida a lhe fazer todas as vontades e logo o começa a treinar/domesticar. 

É outra forma de sucesso de uma relação duradoura. Não importa quanto tempo passe e quanto o homem perceba que faz muito mais que a sua cara-metade. Ele sempre vai recuar até à lembrança de que "nenhuma outra o queria" e que teve sorte em encontrar aquele "verdadeiro amor". Aliás, ele se transforma num defensor acérrimo de todas as atitudes da esposa. Mesmo aquelas que... não ficam bem.

Esses são os dois exemplos que sempre vi que dão certo. 

Conhecem mais algum?

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Milhares deles (que não acontecem)

 Todos os dias, mais que uma vez, surgem-me conteúdos que quero escrever no blogue.

Dois, três, quatro, cinco tópicos... Mas tenho de esperar. E nessa espera, acabo por não os publicar. 

São muitos, quase todos curtos (já me viram a ser sintética? Claro, mas pouquíssimas vezes) para reflectir num determinado assunto. Sendo assim, já que os dois temas de hoje já fugiram da minha lembrança, afugentados pelos afazeres, aqui fica a lápide a eles e a todos os outros que, um dia, triunfarão e acabarão por ver a luz do sol!

Aaha.

Fiquem bem. 

domingo, 18 de julho de 2021

O despertar antecipado e a hiperactividade

 Três minutos para as seis da manhã. O céu está nublado e a claridade ainda não chegou ao seu pico. Decido ir abrir a janela para que o ar quente que mal me deixou dormir seja substituído pela frescura deliciosa destes primeiros minutos de claridade. Já não há mosquitos, melgas, moscas, aranhas ou quaisquer outros insectos para me tirar o descanso. Por instinto algo no céu desperta-me a atenção. É um objecto voador dourado. De forma cilíndrica, movimenta-se com velocidade, da direita para a minha esquerda.

Os aviões voltaram a povoar os céus. Este foi especial porque estava a voar acima das nuvens, onde o sol já brilhava com toda a intensidade. Mas aqui na terra, sob um céu de nuvens matinais e uma chuva tão miúda que era mesmo invisível aos olhos e impercetível ao toque na pele, sobressaiu o brilho dourado, que conferiu uma cor de ouro ao metal do avião, banhado pela luz do sol. Como uma pintura, de um céu branco-cinza, com um traço de dourado. 

Depressa a visão desapareceu. Mas não o som. Esse levou muito mais tempo a desaparecer. O som distinto e único dos motores do avião a ressonar pela atmosfera. Ah! Esse ruído, que por meses deixou de existir devido à pandemia mundial do virus Covid-19.

Lembram-se o quanto foi bom? O silêncio nos céus? A ausência do ruído dos motores voadores e também de motores aquáticos. Permitiram o regresso de golfinhos e outras espécies de volta ao rio Tejo e em toda a parte do mundo diminuiu a concentração de poluentes nas águas. Deram-se maiores avistamentos de animais - alguns não vistos há décadas.

Tudo tem um lado mau e um lado bom. 

Já passam das seis da manhã e vou então dormir. Num quarto agora já aclimatizado pela frescura matinal. Três horas depois, às 10 da manhã, sou abruptamente acordada com três batidas da porta do WC. É a M., que há dias/noites é a única responsável por não me deixar dormir mais do que três horas seguidas. Antes de ter adormecido também ouvi o rapaz a preparar-se para ir trabalhar. Como sempre, fecha a porta do WC silenciosamente - como eu pedi, num recado que ainda está colado no interior da porta da casa de banho. Isso permite-me continuar no sono. Mas a forma como a M. se movimenta pela casa é ruidosa. Desperta-me como um som de um tiro de canhão e perpetua-se ruidosa nos seus outros movimentos, impedindo-me de os ignorar e voltar a adormecer.

Decido levantar-me. Estava desperta desde as 23h50m - altura em que a M. foi ao WC e bateu três vezes com a porta - despertando-me de um sono que tinha começado por volta das 21h45m. 

E o que faço de pé às 10h da manhã?
Fecho a janela, porque verifico que há calor e o sol está quase a incidir. Mas antes, decido refrescar o exterior da janela, que verifico já estar quente. Como? Despejando água. Como tenho um telhado debaixo da janela, decidi fazer o mesmo nas telhas. E sabem que mais? A temperatura refrescou logo! Precisei de encher o cesto com água umas quatro vezes e numa dessas ocasiões, já estava na porta a segurá-la pelo manipulo para que não fechasse com um estrondo, e nisso avisto, pelo vidro da janela, vapor a emanar das telhas. 

Evaporação!
Dez da manhã. Ainda não estava o sol a bater muito direto. Mas o calor que as telhas já estavam a armazenar era tal que água evaporava. Já se adivinhava que temperatura ia estar. Decidi então tomar algumas medidas. O quarto é quente. Mesmo com cortinas duplas - uma das quais feita com revestimento para o calor, o calor no quarto ia ficar insuportável. Teria de estar sempre a sair para a sala, onde o frescor é uma delícia. 

Fui buscar umas placas de esferovite que, por algum motivo, guardei desde que vim da outra casa. Achei que seriam de utilidade. E não estava enganada. Coloquei-as nos vidros das janelas. Permitem a entrada de luminosidade ao mesmo tempo que travam o calor que o vidro emana. Estou agora no quarto, com as janelas cobertas com placas de esferovite, dois cortinados fechados e um débil aquecimento ligado - na parte de ventoinha sem radiador - claro. 

Ao perceber que uma simples pedra que mantinha no parapeito da janela estava quente (e não estava ao sol!) achei que também seria uma boa condutora de frescura. Vai que a molhei - não funcionou muito bem porque ainda tinha o núcleo quente. Decidi colocá-la no congelador. Passou a ser uma condutora de frio. Melhor que gelo, ehehe. 

Neste tempo e no espaço de duas horas, também cozinhei, lavei roupa, estendi-a, e plantei sementes de tomate no canteiro à entrada da porta (aproveitando o calor), canteiro esse que limpei ontem, também após ter sido privada de horas de sono. Arranquei ervas daninhas à mão, removi cada pedrinha decorativa, voltei a remover raízes, limpei a terra. A ver vamos o que posso fazer ali. Ideias não faltam. Falta conhecimento de algo muito importante: tipos de solo. Acho que a maior parte das pessoas desconhece que o solo desempenha um papel fulcral no sucesso da sobrevivência de plantas e ervas. 

E pronto. 
Não podem dizer que este blogue fala sempre das mesmas coisas. Nem mencionei quando tomei as vacinas do Covid nem essas cenas. Pode ser monótono e longo - estes meus desabafos. Mas são  originais! Ahahah. 

Agora imaginem-me, a atirar baldes de água para um telhado...

Naquele momento gostaria muito de ter uma mangueira. Ah, como gostaria! Ensopava o telhado inteiro. Ficaria tão fresquinho....



sábado, 17 de julho de 2021

Uma estrela de outros tempos cintila mais brilhante

 
Joan Collins é um dos nomes de artistas vivos, na cada vez mais reduzida lista de artistas da época de Glamour de Hollywood. Nos anos 50 ela já estava casada e a fazer filmes. 

Deixo aqui uma entrevista que encontrei no youtube. Simpatizo com pessoas que dizem as coisas desta maneira. Não escondem. Não andam com rodeios. Não contam tudo, não procuram chocar, nem receber admiração. Além de actriz, ela e a irmã são autoras de livros. Joan é capaz de ser a mulher que mais biografias lançou - sendo a primeira delas feita em 1978. Não é melhor assim? Conhecer a vida da pessoa pela própria ao invés de andar a especular na boca dos outros? Já li duas obras das duas mas nunca fui ler as biografias. Uma chance única de ler sobre alguém que está vivo. Deixo uma tradução para os que não conseguirem colocar as legendas.


Contexto: O escandalo de Walstein, o produtor de hollywood que assediou sexualmente mulheres ao longo de toda a sua longa carreira originou o movimento #Metoo e, nada mais natural, que o mundo perguntar "há quanto tempo isto acontece?". Para quem se lembra, já Marylin Monroe mencionava o mesmo. Há quanto tempo? Desde que o mundo é mundo e a mulher a parte mais fraca. 

Porque é importante falar destes temas abertamente? Porque se não o fizermos, eles - os criminosos, vão continuar a agir seguros de que ninguém lhes vai parar. Porque a mulher só começa a ser vista como igual quando for tratada com respeito e igualdade. Fala-se da homossexualidade com total liberdade mas chegamos à eterna descriminação de género e a mulher, em tantos aspectos, continua a não ser levada a sério e a sofrer escrutínio quando denuncia um mau comportamento de um homem. 


Tradução:

"Acho que é algo que tem vindo a acontecer pelo menos desde que eu comecei, uma jovem actriz de 16, 17 anos. Aliás, uma das razões pela qual o meu pai, que é agente teatral, não queria que eu fosse actriz, foi porque ele me avisou sobre "homens maus". Não sabia exatamente o que ele queria dizer com isso porque, sabe, como uma jovem de 16, 17 anos a começar a fazer filmes, eu tinha a inocência equivalente a uma criança de 10 anos hoje. Nós não sabiamos nada sobre nada. Certamente nada sobre a palavra começada por "s".  Quando fiz os meus primeiros filmes, fui a uma audição só para representar uma empregada doméstica que tinha apenas uma fala no filme. O diretor queria que eu puxasse a minha camisa para baixo, para que pudesse ver o decote e pediu para levantar a saia, para ver as minhas pernas. Eu fiz, porque não era mostrar muito. Achei aquilo um pouco estranho mas depois acabamos por esquecer. Nesta ocasião eu também estava a trabalhar como modelo fotográfico e os fotógrafos nem pensavam duas vezes sobre tocar-te aqui (coloca a mão no seio), beliscar-te o rabo, dar-te uma chapadinha no rabo, chamarem-te querida, docinho, bonitinha, amorzinho, qualquer coisa nesse género. Tratarem-te como uma caixa de chocolates.

- Como foi em Hollywood? 

-Ah, Hollywood. Bom, a primeira vez que passei por esta experiência foi com duas super, mega muito conhecidas estrelas. Foi numa festa. Era nova na cidade, tinha 21 anos mas era ainda bastante inocente. Estava a usar um top com ombros a descoberto e estes dois homens - eram tão famosos, mas não vos posso dizer quem eram porque o vosso advogado disse-me para não mencionar nomes - e eu, para meter conversa, disse: "Não gosto desta música". E um deles respondeu: "E eu não gosto disto" e ao dizê-lo agarra-me pelo top que era elástico e puxa-o. O outro ficou a rir. Senti-me humilhada. E fui embora. 

-"Chegou a falar com a Marylin Monroe a respeito disso?"

- Sim, pouco tempo depois conheci a Marylin numa festa na casa do Jean Kelly. Eu estava a fazer uma personagem no "A rapariga no balouço de veludo vermelho" e ela disse-me que coagitaram-na para interpretar a personagem mas foi considerada demasiado velha - essa coisa das idades - e então ela disse-me: "Querida, presta atenção aos lobos em Hollywood". Eu respondi que fiz filmes em inglaterra por três anos e sabia lidar com "lobos". Ela disse: "Não os chefões poderosos. Se eles não receberem o que querem tiram-te o contrato. Já o fizeram a muitas raparigas".

-"Afectou a tua carreira porque perdeste papéis. E Cleópatra foi um deles".

-" Esse foi o principal. Fiz vários testes. E ambos os  chefes do estúdio, que era um homem muito velho, com idade para ser meu avô, grego, ele era o CEO de toda a 20 Century Fox (empresa de cinema). Ele era o CEO e o chefe do estúdio era outro homem. Ambos andavam atrás de mim, (assédio) "a abanar a cereja" - que era o papel de Cleópatra. Eu fiz cerca de quatro testes para o papel. Numa festa estava a dançar com o cabeçilha do estúdio - que era um homem atraente na casa dos 50 mas eu era uma jovem de 24. Ele disse-me: "gostava de te colocar num pequeno apartamento e ir visitar-te duas a três vezes por semana. Garanto-te que terás primeira escolha sobre todos os guiões da 20 Century Fox". Sou um homem atraente.

- Mas é casado! - respondi.

A certa altura disse-lhe: Estou aqui com o meu agente. Vamos perguntar-lhe o que ele acha desse acordo. E afastei-me. Não ganhei o papel. Não sei se por esse motivo, se o estúdio preferiu ir com um nome mais famoso. 

"- Deve ser chocante, saber que uma actriz conseguiu o papel por fazer essas coisas"

- Fiquei um pouco chocada quando ouvi falar sobre a Marylin. Aparentemente a Marylin foi extremamente abusada por homens. E fez tantas coisas que não queria ter feito para conseguir papéis. A maioria destes homens eram gordos, velhos, feios, hediondos. Quando comecei, a meio dos anos 50, estes homens andavam naquele negócio desde que eram jovens de 20 anos. Eram todos velhos por aquela altura. 

-E as pessoas à volta devem ter sido complacentes. Contas-te uma história de ir ao encontro de um produtor e a secretária disse-te: "Ele está ali" e apontou para o banheiro. Ele estava na banheira. Ela devia saber que ele estava a tomar banho na banheira quanto te direccionou para lá ires.

-Sim, claro, Sim. 

-"Uma mulher enviou-te para ele na banheira"

-"A primeira coisa que ele disse foi: "Entra". "Não posso, não posso, tenho um encontro" "Com quem?" "Com o meu namorado, Worren Batty". "Quem é esse?" Eu respondi: "ele é um actor novo". Ele disse: "Porquê te dares ao incómodo de andar com um ator desconhecido? Eu sou mais importante. Vá, entra na banheira. Vamos falar sobre a personagem. Queres interpretar este papel?"

Era um papel excelente. Tinha sido interpretado pela Betty Davis. "Of Human Bondage" eu sabia que ia ser perfeita no papel - porque era inglesa, mas eu disse-lhe que não ia entrar na banheira, que tinha de ir embora. Depois ele olhou-me e perguntou: "Que idade tens"? "vinte e cinco". "Vinte e cin-co. Neste meio isso já não é ser jovem". E foi aí que compreendi que também existia o factor IDADE em Hollywood. Vinte e cinco não era jovem e vinte e sete era a idade em que se desinteressavam e já não atribuiam papéis. 

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Para aqueles que só vêm VERMELHO

 Confesso-vos que quando oiço esta canção gostava de a apresentar a "Ele". 

Gosto bastante da letra porque implica muita coisa. É cantada por um homem a uma mulher: a sua mulher. Que está linda, deslumbrante, sedutora e cativante numa festa. Os outros homens reparam nela e ele, também. Acha-se afortunado por a ter a seu lado, por ela o amar, olha para ela como se a estivesse a descobrir novamente, como cativado pelos seus encantos ainda por revelar. 

Ele não está ciumento. A achar que ela está a ser demasiado simpática com os homens à sua volta. Ele é seguro de si. Sabe reconhecer e apreciar o amor que ela lhe dá. 

E isso emociona-me.

Quantos homens ficam totalmente cegos de ciúmes devido às suas inseguranças? Não podem ver uma mulher sorrir para outro que logo imaginam um par de cornos na testa? E por isso a destratam? Desgraçam uma coisa linda e única?

Nesta música temos um homem com letras maiúsculas. 
Que sabe que o sentimento de uma mulher, quando dado a um homem, não há nada que os outros façam que desvie o seu afecto. Ela pode ser sedutora, bonita, deslumbrante e chamar a atenção dos outros. Nada mais natural. Porque toda essa beleza, encanto que ela tem, tem porque o ama a ele. 


De que música estou a falar? Esta: 


Nota: a tradução está errada numa parte muito importante. Depois de "Eles estão à espera de um pouco de romance" a tradução não é "dê a eles uma chance". é: "Eles não têm chance". Tão fofo!

domingo, 11 de julho de 2021

A minha vez na fila

 -Está a espera?

- nao. Estou aqui parada a ver se me crescem raizes!

Porque e que  nunca respondo assim quando a pessoa que se posicionou atras de mim segundos antes me aborda com esta idiota pergunta?

O que haveria de estar a fazer na fila de uma caixa registadora se nao aguardar a minha vez para ser atendida?

Uma coisa que reparei logo que cheguei ao UK e que me incomodou é este costume de, mal se chegar, ja mostrar impaciência por alguem aguardar a frente. Ja estava ali ha um minuto. Esperei pacientemente que tres raparigas fossem atendidas. Chegou a minha vez, o caixa estava a empatar e eu aguardei. Vai a pessoa atras de mim acabada de chegar e pergunta-me se estou ali a espera de ser atendida.

O que haveria de estar ali a fazer se nao isso mesmo?

"Estou a guardar o lugar para si" é outra que posso começar a usar. 

A sério que me tira do serio.

Depois se ficar para os ver a fazerem seus pedidos, esta gente demora uma eternidade. Acaba-lhes a pressa.

Vim embora. O tipo atras de mim nem pestanejou. Avancou e tomou o meu lugar. O caixa tinha pedido para que eu aguardasse so que eu tambem achei que era espera demais. O cliente toma prioridade sobre questoes menores que podem esperar.

 O que nao gostei foi ver o tipo aparecer sem mascara no rosto, ajusta-la varias vezes a medida que a tirava e voltava a por no lugar. Depois pegou nuns copos de plastico e pediu agua. Com a mesma mao com que tocou na mascara.

A falta de cuidados em transmitir microbios e algo que posso tentar fechar os olhos ate tres vezes. Mas o puto puxou a mascara quatro vezes.

Nunca mais vou conseguir beber um bubble tea...

sábado, 10 de julho de 2021

13 anos

 Há treze anos abri um canal no youtube. Já não me lembrava dele, até que encontrei um video por puro acaso. O canal ainda está activo. Não ganhou mais visualizações. Um dos videos foi feito para uma amiga, com quem na altura fui fazer uma pequena viagem. Rever esses momentos... até que é bom. Vale por isso.

Claro, estamos as duas mais velhotas do que aquelas que aparecem na imagem. 
Mas ficou o momento registado. 

Depois foi o video a desejar feliz aniversário à mais nova da família - que ia fazer oito anos. Isto há 13... façam as contas. 

Nota: ah... no mesmo canal encontrei um outro vídeo com 14 anos. Lágrimas vieram aos olhos, quando surgem os meus falecidos avós, sorridentes e felizes. Estamos todos com um ar tão mais jovial! A começar pelos meus pais. Meus pais estão agora perto da idade de meus avós. As crianças estão na casa dos 20. Eu? Já não estou! :D 

Um testemunho à quarentena (isolamento) e o que penso do levantamento

Daqui a nove dias, a 19 de Julho, o governo Inglês vai decretar o fim da não-recomendação de viagens a países na lista ambar (Portugal). Também vai deixar de impor uma quarentena de 10 dias no retorno ao UK - desde que a pessoa tenha completado as duas doses de vacinas.

Como é de conhecimento geral, por esta altura, já quase todos estão totalmente vacinados. O governo antecipou a segunda dose da população exatamente para esse fim. Que fim? Dar início à recuperação da economia. Sim, porque se fosse pela saúde, com os casos de COvid a aumentar em flecha e o surgimento de novas variantes do virus ainda mais transmissíveis - como é que alguma vez esta decisão faz sentido??

Antes de mais, quero aqui deixar o meu testemunho sobre o que foi, para mim, viajar cumprindo as actuais regras de imposição de isolamento à chegada. 

E o que penso do facto destas serem levantadas.

1) Fiquei com a sensação que se tratou muito mais de um negócio do que de uma legítima preocupação com a saúde. Se nada mais o provasse, esta decisão de levantamento de restrições numa altura em que os casos aumentam de Covid aumentam bastante em todo o mundo, em particular no UK, dissipam quaisquer dúvidas.

2) Existiu muita intimidação e tom de "ameaça" (bem ao estilo Inglês) avisando das consequências caso as regras de isolamento não fossem cumpridas. Multas elevadíssimas, pena de prisão. Achei isso ridículo - subitamente transformarem as pessoas que só pretendem viajar em criminosas e fazerem ameaças. Para semanas depois - isso já ser irrelevante. 

3) O dinheiro extraído do viajante não foi nada mais do que VERGONHOSO. Faz sentido dizer que nos fazem sentir como se estivéssemos num processo de extorsão.

 * Exigiram um teste PCR até 72h antes da viagem de ida. Custo médio: 100euros
 * Exigiram um teste PCR até 72h antes da viagem de volta. Custo médio: 100euros
 * Exigiram um isolamento domiciliar de 10 dias com dois testes PCR. Custo médio: 200euros

Esta regra de isolamento com a exigência de  DOIS TESTES ao covid é absurda.
Descaradamente uma forma de extorsão. Já não bastassem os 200 euros gastos nos PCRs antes e depois da viagem, o isolamento, ainda era realmente preciso mais dois PCRs? Para quê? Só se for para encher os bolsos aos laboratórios! Depois das máscaras de rosto e do gel desinfetante vendidos a preços exorbitantes, agora vêm os Kits de teste ao Covid.  

Nem pessoas anteriormente DIAGNOSTICADAS com COVID 19 tiveram de fazer testes durante o seu isolamento de 10 dias. Minha amiga, que apanhou em Novembro passado, foi mandada se isolar junto com a família por apenas 10 dias, período após o qual ela, o marido e as filhas puderam sair. Não tiveram de fazer um único teste ao covid depois disso!

Como podia o governo garantir que estas pessoas - sem serem sujeitas a testes - já não tinham o virus e não iam contaminar outras? E o que é pior: na altura a quarentena era suposto durar 15 dias. A dela foi logo reduzida para 10.

Eu vou viajar negativa, regresso negativa, e ainda tenho de fazer quatro testes e pagar do meu bolso! Parece-me que, num caso positivo, é ainda mais URGENTE efectuar testes. Eu sou um caso negativo, isolo-me em casa por 10 dias, e isso não basta porquê?

O que fez o governo impor a obrigação de DOIS testes ao COVID durante o isolamento?
E agora retira-a! 
Que cara-de-pau.

Essa imposição era tão incontornável que, para viajares, tinhas de ter o Kit de teste ao Covid já comprado. A compra fornece uma referência e essa referência é necessárias para completar com sucesso o preenchimento do passenger allocation form (formulário de passageiro), sem o qual nenhuma companhia aérea te deixa embarcar no avião. 

Essa compra foi tão imposta, como se não bastasse por ser obrigatória antes da viagem - como o governo disponibilizava um link no formulário com centenas de contactos de laboratórios espalhados por todo o Reino Unido, encarregues de vender esses Kits. Foi muito fácil encontrar onde comprar. O difícil era saber qual escolher, tal era a dimensão impressionante da "oferta".

Eu carreguei num ao acaso - o primeiro da lista. E até hoje estou à espera que me enviem o Kit de teste ao Covid para o dia 2 e 8 de isolamento. Gastei 155 libras - quase o equivalente em euros. 

Como já revelei noutro post, o custo da deslocação a Portugal foi muito acida do que podia ter sido. 

Para uma viagem de avião de ida e volta - terminei por adquirir CINCO passagens.
Para uma viagem de ida e volta ao UK - fiz QUATRO testes PCR, um antigenio (para não gastar mais 100 euros noutro PCR) e vários auto-testes. 

Se era preciso IMPOR QUATRO PCR testes? 
Acho que não! Definitivamente não. 
Sabiam muito bem que isso implica a compra de QUATRO testes por pessoa. A 100 euros cada teste (preço mais barato), só uma família gasta um ABSURDO para estes testes ao COVID. Parece-me a mim que estavam mais interessados em CASTIGAR a pessoa que persistisse em viajar. Impondo estes gastos absurdos.

E para quê?
Para ao final de três semanas, com casos a aumentar ao nível vermelho, levantarem tudo.

Vai lá viajar! Não te preocupes!
Vai... agora que os casos positivos estão alarmantemente a aumentar como já estás vacinado - vai. Expõe-te. Precisamos saber se a vacina é eficaz. Vai lá, cobaia. Se morreres saberemos.  

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Bla nla nla

 Wull bevpisted here

terça-feira, 6 de julho de 2021

Abrindo os olhos do cérebro

 A M. veio cobrar-me que dissesse ao novo inquilino que a incomoda quando o cheiro de cigarro se sente no interior da casa. Ela tinha a certeza que ele estava a fumar dentro do quarto. "Tens de dizer alguma coisa. Sou sempre eu. Nunca dizes nada a ninguém, dizes a mim".

Mas está errada.

Enquanto rezava por dentro para que ela me deixasse jantar em sossego indo-se embora, já que me seguiu assim que saí do quarto no intuito único de me dizer isto até a exaustão, tive outra epifania. Mais uma vez, ate nisto, ela descreve-se a si própria.

Temos maneiras diferentes de ser. Eu abordo as pessoas quando sinto que chega a altura. Dois dias antes, tinha abordado o rapaz Nº2 e perguntei-lhe se podia evitar deixar que as portas fechassem com um estrondo. Desse ponto a diante, senti claramente que ele fez um esforço nesse sentido. São três portas, que ele abre sucessivamente e deixa que fechem com um estrondo, atrás de si. Há noite torna-se mais incomodativo. Incomodava todos, mas não soube de ninguém que o tivesse abordado sobre este assunto. Já não é a primeira vez que o abordo sobre este tema. Logo no início, quando se mudou, como eu trabalhava às noites não fazia ideia do barulho das portas. Duas semanas foi o tempo que levou para o perceber. E aí disse-lhe. Logo a seguir a M. veio perguntar-me/afirmar:

-"Disseste-lhe alguma coisa, não foi? O que foi que lhe disseste?"

-"Ah, nada... não aconteceu nada de especial".

Vejam bem: quando o abordei era bem tarde de noite, eu e ele estavamos na cozinha e os outros fechados nos seus quartos à tanto tempo, que seria de supor que já teriam adormecido. O quarto dela fica no piso superior, no topo das escadas. Se nada provasse que estão sempre a escutar quando alguém partilha um diálogo nas áreas em comum, isto prova. Ela estava a prestar tanta atenção, que entendeu que não era conversa casual e sim um pedido para que alterasse um comportamento.

No fundo ela só sabe é gerar conflictos. E não é muito boa a selecioná-los. Noutras ocasiões em que muito queixume ela fez aos meus ouvidos, acabou por ser a minha iniciativa que conduziu a frutos definitivos. Ela queixa-se, diz que não aguenta mais, que vai sair desta casa, porque indivíduo X, Y, Z é porco, não sabe estar, etc, etc... mas não toma uma atitude mais séria. A não ser mostrar o seu desagrado fazendo mais barulho, sendo desrespeitosa, tendo discussões e deixando bilhetes intencionalmente direccionados a uma certa pessoa colados pelas paredes.

A saída do rapaz que andava a roubar foi catapultada por um email que eu escrevi à agência que nos aluga os quartos. Devia ser ela a contactá-los, visto que a situação que relatei foi uma discussão entre a M. e o rapaz às tantas da madrugada. Noutra ocasião, em que chegava a casa exausta, vinda do emprego, fui eu que, com um simples email com uma fotografia de um lava-louças entupido e imundo e o dizer: "todos os dias é esta a recepção ao chegar a casa" que tornei a situação clara e objectiva para a agência. 

Costumava pensar que pessoas como ela fazem falta. E que podia aprender com ela. E posso. Aprendo a valorizar-me mais. A minha metodologia - abordar as pessoas quando sinto necessidade evitando o uso de um tom moralista ou irritação na voz, tem-se mostrado eficaz. Mesmo que não fosse, é a minha maneira de ser. Quem é ela para me dizer que não presta? Que a maneira de ser dela - com constantes explosões e provocações é a única correcta? Se mostrares respeito, geralmente, com pequenas excepções, recebes-o de volta. Agora se bates na porta de alguém, começas a dar ordens, a dizer à outra pessoa tudo o que ela faz de errado e como tem de fazer para fazer bem... cai mal. É uma forma implicante de se estar.

Quem sempre se queixou dos outros a mim foi ela. Eu nunca a abordei para lhe pedir que desse um "recado" a outra pessoa a morar na casa. Eu cuido de dar os meus próprios recados. Disse-me que não queria ser ela a "má", aquela que tem sempre de fazer o "papel de má". Quer transferir esse conceito para mim - querem ver? Acha que todos somos passivos e tem de ser sempre ela a colocar ordem na casa. Sofre um pouco de soberba. 

Durante quatro ou cinco meses ela nada soube - pela minha boca, da situação entre mim e o Rapaz Nº1. Mas estava sempre a mandar-me os "recados" dele. Ou a expressar "opiniões" generalistas que "calhavam" encaixar-se numa situação específica. 

Desci à cozinha passavam 15m da meia-noite, esfomeada e a desejar poder dar as minhas garfadas em silêncio. Tive de ouvir a sua ladaínha repetitiva. Quer que seja eu a dizer ao rapaz nº3 que incomoda quando o cheiro do fumo se sente no interior da casa. O que ela deixa convenientemente ficar de fora, é que a primeira pessoa a ter este comportamento foi ela. Até o rapaz nº1, que fuma lá fora (e muitas vezes dentro do quarto) consegue fumar no exterior sem deixar o fumo entrar na casa. Porque fecha a porta da cozinha. A M. que também fuma mas se acha "diferente" dos restantes - vê-me na cozinha a usufruir da minha refeição, e sem cerimónias, abre a porta que dá para a rua, põe os pés lá fora e começa a fumar deixando a porta aberta o que, como é obvio, faz com que fumo do cigarro entre pela cozinha adentro e invada a casa, inclusive o piso superior. 

Quem é ela para passar um certificado de comportamento incorrecto ao outros? Não consigo lembrar de uma única incorreção de terceiros que ela não tenha exibido primeiro. Ela leva o Óscar. Que nem a Meryl Streep, a M. é indubitavelmente a melhor em todas as categorias. 

Estava quase a terminar a minha refeição e ela não me deixava comer sossegada. Fui salva pela chegada do rapaz nº2 - que certamente também apareceu no intuito de interromper a conversa. Ela repetiu o seu intuito para os ouvidos dele ouvirem e foi embora. Vou finalmente poder comer em sossego - disse entre dentes. Depois recebi uma mensagem para ir trabalhar e lá fui, toda feliz. 

sábado, 3 de julho de 2021

A cadeira e a M.

 Não, não é cadeira de Salazar. 

Nem é a cadeira do poder. 

Mas foi disputada como se fosse. 


Finalmente tenho a minha cadeira de volta. Demorou três dias, mas consegui que quem a levou ma devolvesse. A desagrado mas sem discussões. Tive de insistir todos os dias, num tom de voz relaxado e sem autoridade. Tem de ser assim, quando se trata da M.

É uma cadeira de jardim, dobrável, em madeira, que obtive o ano passado e armazenei na arrecadação, para que todos a pudessem usar quando fossem para o jardim. Só que nunca ninguém o fez - sem ser eu. Ninguém gosta de ir para o jardim - somente eu. 

Nos últimos dias usei-a sempre. Estando o quintal com mato alto, a cadeira tornou-se a única forma de conseguir usufruir do espaço de forma confortável.

No primeiro dia que fiquei no jardim e depois entrei em casa com ela no braço para a arrumar, voltei a colocá-la na arrecadação. Fui vista pelo rapaz
No dia seguinte, fui vista pela rapariga

Mesmo estado na conversa comigo toda a manhã, ela perguntou: 

"Estiveste o dia todo lá fora?"

-"Não. Apenas umas horas". 

No dia seguinte voltei a precisar e quando abri a porta da arrecadação para puxar a cadeira, não a encontrei. 

Fiquei cismada. Achei que podia ter sido o rapaz no intuito de me causar incómodo. Enviei um texto à M. perguntando se sabia da cadeira. Responde-me que foi ela que a tirou porque vai usá-la durante a aula (ela começou a fazer um curso online algures entre o primeiro e segundo confinamento). Então desejei-lhe uma boa aula.

Na minha lógica, assim que ela terminasse ia devolver a cadeira ao lugar de onde a tirou. Tal como eu sempre o fiz.

Depois cai em mim e percebi que a M. nunca precisou da cadeira antes. Foi só me ver a usá-la, que logo a levou. Conectei os pontos e percebi que, por ter me mostrado a usar a cadeira, a reacção da M. foi tirá-la para a manter consigo. Se não insistisse, a M. ia fingir que não se lembrava que lha pedi. 


Porquê queria ela outra cadeira se já tem pelo menos uma? Há meses que ela está sempre a bater com todas as portas da casa, portas de armários, a fazer banzé e quando alguém lhe dirige a palavra grita que não tem tempo. Decerto que frequenta o curso online confortavelmente sentada. Porque haveria ela de querer outra cadeira? Porque me viu a usá-la. E como alguém que cobiça e não quer que o outro fique com algo que lhe agrada, sorrateiramente a tirou. Por esta altura já sei que quando ela toca em algo... toma posse. Não devolve mais. 

Era algo que não podia permitir. Além disso, o conforto da cadeira já me tinha convencido em levá-la para o quarto. Tenho o computador novamente a funcionar e estava a querer colocá-lo numa mesa que tenho. Faltava-me a cadeira. Sendo esta dobrável e confortável, e fui eu que a trouxe cá para casa, pareceu-me ideal. Não teria de sentir incómodo por a tomar. 

No dia seguinte, nem sinal dela ter removido a cadeira do seu quarto.

Espero o momento certo para lhe pedir, com casualidade, a cadeira. Explicando que estava a pensar colocá-la no quarto para escrever no computador, porque preciso pesquisar empregos, fazer o currículo, etc.

Ela praticamente diz "não" e desculpa-se que precisa dela à tarde. É também a primeira vez que usa a palavra "partilhar". O intuito dela, no fundo, é ficar com tudo para si. Nunca foi capaz de partilhar! Só de tomar posse. Estava a querer atirar-me areia para os olhos, fazendo-se de pessoa bom carácter que vai abnegar da «sua» cadeira por algumas horas, em caracter temporário. Na realidade nunca mais a iria ver se fosse na conversa dela.  

Já a conheço tão bem que sei que a forma como passa a exercer o seu poder aumenta a cada vitória com estas pequenas coisas. Dá-lhe a ideia de que consegue tudo o que quer. Depois, numa próxima ocasião, a escala seria maior. 

Mais que não fosse por uma questão de necessidade para o bem comum, tinha de colocar um travão a esta sua postura. Ela sempre consegue o que quer, mais que não seja por exaustão. Isso fê-la crescer com uma noção equivocada de como as coisas devem desenrolar-se. Ela espera mesmo que todos lhe obedeçam e se comportem conforme os seus mandamentos. 

Chama-se a isso uma miúda "mimada". Tal como as crianças, quando contrariadas desenvolvem uma copiosa birra com laivos de ataque de fúria. Praguejam, batem portas, fazem barulho, são desrespeitosas. Assim tem sido a M. Então é preciso fazê-las ver que "pedir uma cadeira" não é algo contra elas, não é algo para as prejudicar. E faz-se isso nomeando as próprias necessidades, fundamentando-as em algo que a pessoa egoísta possa compreender e tenha dificuldade em refutar, mesmo não aceitando a ideia. 

Não menciono mais o assunto até o dia seguinte. Ela tenta impingir-me uma do set da mesa da cozinha. Que é bonita, redonda e triangular. (Como um queijo da vaca-que-ri) mas não se dobra e por isso não se ajusta ao pequeno quarto que tenho. Esse argumento ela não podia contrariar. Ela própria tirou uma cadeira da mesa da cozinha que levou para o seu quarto, assim que chegou à casa. Sem cerimónias. Nunca mais a vimos. Nunca a devolveu. Nem perguntou se podia levar. Simplesmente tirou, sem se interrogar se poderia fazer falta. Se todos concordavam. 

Este gesto e outras atitudes que demonstra ter, fez-me entender que é uma usurpadora. Tira espaço dos outros, ocupa, não quer saber. Por exemplo: Cada um de nós tem uma prateleira no frigorífico. Ela também tem só que, além dessa área exclusiva, ocupa todas as que deviam ser partilhadas. Todos os espaços nas duas portas do frigorífico são ocupados com coisas dela. E nota-se perfeitamente que enfia coisas sem nexo e que cabem no seu espaço privado em espaços que seriam mais úteis para outras coisas. Mas como o que ela pretende é reservar o espaço para si - nunca que cedeu um centímetro. Nem uma única vez consegui ter uma embalagem de leite, ou sumo - o que fosse, na prateleira da porta do frigorífico. Nesse espaço que devia ser só para embalagens de grande porte, ela coloca frascos, o que for - só para dizer "este espaço é meu, tem as minhas coisas". 

E se alguém as mudasse para lá enfiar a sua garrafa de leite, ela voltava a colocar tudo no lugar, refilando que não gosta que mexam nas suas coisas, que as pessoas não sabem viver numa casa partilhada e respeitar os outros, que teria de desinfectar tudo de novo por causa do Covid, etc.

Uma vez pôs uma taça de bolo cheia de arroz na prateleira de uma colega. Até tinha espaço na sua - se fizesse um ligeiro esforço nesse sentido. Mas achou por bem que ela (os outros não) podia "invadir" o espaço alheio. A dona da prateleira não disse nada mas confidenciou-me que ia para trazer mais coisas do supermercado mas sabia que não teria onde as colocar, então não as trouxe. Postura que fortalece o sentido "quero, posso e mando" da M. 

Fiquei a contar os dias em que a taça ficou a ocupar o espaço. Ali ficou cheia de arroz intocado por uma semana mais um dia -  num total de oito dias. E o que é pior: não estava a ser consumido. Se era para ir parar ao lixo, que o deitasse fora de imediato. Mas não... decidiu armazenar no espaço da colega. 

Mais tarde disse-me várias vezes que só gosta de comer arroz no proprio dia - talvez no seguinte. Fez uma quantidade absurda dele e deixou-o por 8 dias a ocupar o espaço de outro colega, sabendo que provavelmente não lhe ia tocar. Causou inconveniências desnecessárias. Isso revela um carácter pouco empático com terceiros. 

Este exemplo da taça de arroz é até insignificante comparado a muitos outros que podia dar. Mas lembrei-me deste.

Por isso era importante para mim não permitir que ela levasse a dela adiante com a situação da cadeira. Calma, serena, sem me precipitar, fui indicando que queria a cadeira. A minha própria cadeira! Ela não queria ceder. Estava a dizer-me que precisava dela. E ia precisar sempre. 

Mas ao terceiro dia enviei-lhe um sms dizendo que estava um dia lindo de sol, apetecia-me ir para o jardim, e ela trouxe a cadeira. Voltou a dizer-me que era "emprestada" que eu não ia ficar com ela e eu voltei a abanar a cabeça ao mesmo tempo que explicava que precisava dela para a usar no quarto, e me sentar ao computador. 

-"Não estou satisfeita. Não estou nada satisfeita! - diz. 

- "Compreendo que possas estar aborrecida porque eu a deixei na arrecadação para qualquer um usar. Mas não vou comprar uma cadeira nova..."

- "Não! Não quero ouvir. Não estou satisfeita" - vira as costas e sai. 


Aborrecida sim, mas não irada. Consegui evitar a fúria do monstro. 

Mas mais do que isso, consegui que a M. vivesse uma situação na qual não obteve o resultado pretendido. Só assim uma pessoa cresce e evoluí, certo?

Da próxima vez, talvez se lembre e pense duas vezes quando lhe apetecer tirar de alguém ou de um espaço em comum em particular, algo de forma permanente. 

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Foram os franceses?

Como é que apanhamos o hábito de comer caracóis?
Como os franceses?

Terá esta tradição começado no tempo das invasões napoleónicas?


Passeava pelo quintal quando vi um CARACOL. 
Talvez morto, no meio da relva, após esta ter sido cortada. Nunca em cinco anos de Reino Unido, alguma vez avistei caracóis. Dizia mesmo: «isso não existe aqui».

Comi caracóis há duas semanas. Foi a primeira vez em muitos e muitos anos. Aconteceu durante a estada em Portugal, claro. Porque aqui em Inglaterra, eles não existem como iguaria culinária. E se mencionar a prática a alguém, tenho a certeza que não lhes cai bem.

Assim como não cai bem a nós, Portugueses, quando sabemos que alguém noutro canto do planeta tem o hábito de consumir larvas e insectos. Nós também torcemos o nariz a muitos petiscos estrangeiros. Blhac! Sentimos aversão... 



Mas comemos caracóis e caracoletas. Que basicamente são "larvas" com casca.
Também nos alimentamos de outras coisas de consistência suspeita. Como por exemplo ostras (delícia!) e outros frutos do fundo do mar. São manjares de consistência e origem invulgar. E o camarão? Já reflectiram de onde vem o camarão? Que tipo de animal é? Sabem que gatafunha nos fundos dos oceanos a comer porcarias? E nós os comemos com as "tripas", que contém o seu "cócó" ahahahah!

Ver aquele caracol no meio do mato trouxe-me recordações de infância. E senti vontade de ir apanhá-los no meio das canas e ervas altas, enfiá-los num saco e chegar a casa toda contente com a apanha. Vê-los a serem lavados e deixa-dos a repousar em água durante a noite, tapados por uma tampa de tacho. E no dia seguinte era provável encontrar uns tantos "fugitivos", uns mais adiantados outros acabados de sair do recipiente, que durante a noite lá conseguiam escapar. 

Deixei de os comer há muitos anos não por deixar de gostar, mas porque um dia mirei-os de frente quando ia para colocar um na boca e vi um rosto. Uns olhos e uma boca. Pus de lado e já não deu para mim.  
Faz muitos anos. Talvez vinte. 



Agora não me importaria de reviver aquela experiência de menina e confeccionar uns caracóis para amigos que nunca provaram e têm relutância em tal coisa! 

E vocês?
É coisa que vos atrai?

quinta-feira, 1 de julho de 2021

A mulher branca que se julgava negra e não liga a isso

 

Verda Byrd foi uma mulher afro-americana que descobriu, lá nos seus 80 anos (presumo) que foi adoptada. Os seus pais biológicos eram brancos. 

Esse facto curioso chamou a atenção dos media e Verda foi a um programa de televisão com três entrevistadores, falar da sua experiência. As perguntas dos profissionais são... como dizer? Básicas, simplistas e totalmente focadas na raça. Não escutam as respostas dadas por Verda e formulam outras perguntas com base nelas. Mas vejam vocês mesmos. (intruções de como colocar legendas em portugues). 

Acho que TODOS deviamos PRESTAR ATENÇÃO ao que Verda diz! 



Candidatos ao Panteao Nacional

 A respeito do teor do post anterior, qual destes candidatos escolheria para vir a receber honras de Estado para ser sepultado no Panteao Nacional?

1- Cristiano Ronaldo

2- Cristina Ferreira

3- Catarina Furtado

4- Salvador Sobral


Nota: nao faco ideia dos criterios de seleccao nem Tao pouco sei se a pessoa em vida pode recusar e dizer "Epá, obrigado. Sinto-me muito honrado/a mas nao me apetece".

Nesta lists, quem acham que nao merece de todo?