quarta-feira, 29 de setembro de 2021

My all life flashing on my eyes

 

Para ver grande parte da minha vida passar diante dos meus olhos só preciso de passar o dedo na lista de contactos registados no telemovel.

Vejo todos os lugares pelos quais passei, reviso a familia proxima e a afastada, todos os empregos, colegas, sonhos e metas de vida.

É impressionante.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Novo pedido de telemóvel... desta vez reagi a tempo

 Voltaram-me a pedir o meu número de telemóvel. E eu ia dar - pensando que se tratava de oportunidades de emprego. Aí o rapaz disse-me que gostou muito de conversar comigo.

Oh Diabo!
Que eu não tinha percebido que era essa a intenção...


"Gostei muito de conversar contigo. Não é sempre que se encontra alguém com que se pode conversar" - ui... ouvi o mesmo há uns dois anos atrás. Antes do Covid. 

Semanas depois conheci um puto (chamemo-lo assim) que, tal como os outros putos, não me dizia nada. Jamais poderia dizer o que fosse. Tal como todos. Subitamente... tudo mudou. 


O que não mudou é o meu total desinteresse em ter uma vida romântica. Não está no meu destino, nunca esteve. Isso ficou claro para mim. Fugi, fujo, fugirei. Estou velha para começar algo assim. Nestes tempos modernos com nova regras de comportamento onde o diálogo, no meu entender, aparece pouco - estou também desatualizada. E por isso desinteressada em realizar tentativas. Não há como estar a par e passo das "vicissitudes" das relações.  

Minutos depois fiquei a saber que o meu emprego termina daqui a dois dias. Que porcaria de notícia! Outra firma vai tomar conta daquele site, trazendo com ela a sua própria equipa. Passei por esta mesma situação faz três semanas. Tive de labutar tanto, fazer contactos, telefonemas, inscrever-me novamente com uma nova firma, fiz entrevistas online, preenchi 101 formulários...

Se isto acontecer a cada três semanas, então não estou com paciência para lutar por uma posição naquele lugar novamente. Cansa. Dizem-me que provavelmente vão querer me manter porque sou muito eficiente. Mas aquilo é um lugar onde muitos vão e vêm e os que ficam são... não digo corruptos, mas são os que sabem vergar conforme o vento. E existe muito falcatrua ali. Batota, que começa de cima pela gerência. Estou cansada disso também. 

O bom desta experiência foi ter percebido que todos gostam de mim. Acho que não exagero, quando digo isto. Como colega, sou elogiada. Ajudo muito os outros, estou disponível para lhes explicar tudo, para lhes mostrar a "casa", para os prevenir de coisas... Trago-lhes comida. Ofereço-lhes remédios quando ficam doentes... sou uma espécie de "mãe". 

(É o que dá ter desejado ser e não o ter realizado... sério).

Hoje um colega deu para juntar ao meu nome a expressão "Sweet 16". Just because it rimes.
But I ... ups! Mas isso preocupou-me. Já me deram 32 anos. O que fiquei por dizer aqui no blogue foi que, na semana seguinte, deram-me 22. E agora desci para 16?!?!!!! 

Temo que daqui a nada seja confundida com uma criança de sete aha!!

Mas a sério: o feedback que recebo é fantástico. Os gerentes gostam de mim, os colegas gostam e vêm ter comigo para pedir ajuda, informações, apoio. Dizem que eu sou a supervisora deles, a patroa... de forma carinhosa. Aquela que sabe de tudo e os ajuda, consultam a minha opinião e chamam-me para tomarem decisões. Quando é preciso, apontam o dedo e dizem: "ela sabe o que fazer". Disseram-me que sou excepcional.

Há dois anos Ele... achou o mesmo. Mas depois deitou essa consideração no caixote do lixo como quem descarta um invólucro qualquer. 

Na altura esse desregard para com a colega que lhe era foi um golpe profundo. Independente de outras emoções, essa também foi ferida com vilania. Ele disse-me que o fiz sentir melhor no emprego e que este era melhor por causa de pessoas como eu. E como retribuiu? Fez-me sofrer horrores e deixou-me a pensar que o que fiz valeu nada. Zero.
Fiquei a sentir-me uma merda como ser humano, que todos podiam usar, caluniar, massacrar e deitar fora. 

É bom sentir que gostam de nós. Mas confesso que sinto que não sou nada de extraordinário. Realmente... não sou. Devem estar todos a sofrer de má visão... tal como da percepção da minha idade :) 

A trabalhar sou feliz e procuro que os outros se sintam confortáveis e adaptados. Acho que consigo isso. Mas não me acho nada extraordinária. Contudo, se tal mo é dito, há também que aprender e saber aceitar. A minha modesta oferece resistência aos elogios. Será sempre assim e acho que é natural. Contudo, vou procurar, com reconhecimento ou não, independentemente das vicissitudes, tentar me manter uma boa pessoa. 

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Emoção que garante lágrimas

 

Deparei-me com este vídeo no youtube de animais de estimação que reencontram os donos após algum tempo de ausência. A maioria animais perdidos, que foram devolvidos. Imaginam já o tipo de emoção que aí vem... Pois. E eu, lavada em lágrimas aqui deste lado do ecrãn.

Não só porque é algo muito emocionante de se ver - um amor puro a se manifestar. Felicidade pura. 
Emociono-me também por já ter passado pelo mesmo. Quando era estudante universitária fui estudar para longe (mas no país) e separei-me por algum tempo do cão da família. Visitava-os com bastante regularidade, mas a felicidade do animal, a forma como me recebia sempre que voltava a casa, era esfuziante. E eu retribui-a, dando-lhe festas, acolhendo as suas lambidelas, sorrindo de dentes à mostra ao ver a sua cauda a abanar, pegando nele, acariciando-o e deixando que ele ficasse comigo o tempo que desejasse, voltando a adormecer ao meu colo, ainda que precisasse de me mexer. 

A questão que sempre vai emocionar-me de forma triste, são, na realidade, duas circunstâncias. A primeira é que, por uns meses, fiquei sozinha na casa em que morava. Sentia solidão e queria ter a companhia do cão comigo. Precisava de distribuir e receber afecto e o cão precisava também de mudar de ares. Tinha espaço para ele - e um bom espaço. Com sol, que ele sempre adorou e fazia bem à sua saúde, uma varanda arejada e solarenga, área verdejante para passear. Pedi a meus pais que mo deixassem trazer comigo por umas semanas. O cão ia adorar saber onde eu me enfiava quando não estava em casa. Ia ser bom para ambos.  

Meus pais não permitiram. Não importou o quando eu insisti. E eu insisti. Era tão importante para mim! Ia mesmo ser vital. Não deixaram. Com as suas desculpas sem sentido, falta de vontade em me agradar. Sempre do contra. Sempre cuidei do animal desde miúda, não ia ser em adulta que lhe ia faltar alimento ou ia sujeitá-lo a alguma fatalidade. Ele estava habituado a ficar sozinho em casa durante as horas de trabalho e escola, portava-se bem, só fazia as necessidades na rua e pedia-nos quando queria sair. Na realidade meus pais sabiam que não haveria problema algum, simplesmente sempre que podiam nao me deixavam ser feliz. O cão não era um cachorrinho. Tinha mais de 12 anos e entrou na minha vida quando eu tinha 10 e ele quatro semanas de vida.  

Um dia, contava ele quase 16 anos, visitei a casa e fiquei surpresa com a hiperfelicidade do cão. Ele já estava velho. Não se mexia mais com agilidade. Naquela noite porém, assim que a porta abriu, o cão apareceu e pulou tanto, tanto, tão alto, como se tivesse voltado à sua juventude. Estava eufórico. A chorar de felicidade. Fiquei assustada.

- "O que se passa? Pronto, pronto... já estou aqui".

Tentei acalmá-lo. O seu entusiasmo não passou rápido. Estava eufórico. Já se tinha habituado à minha ausência e às minhas visitas. Aquele comportamento era tão alarmante.

Quis que ele ficasse solto na casa para escolher onde queria dormir. Mas meus pais insistiram que ele tinha de ficar fechado na varanda. Algo que eu reprovava, porque a varanda era húmida e fria. Entrava água no interior durante o inverno. Mas meus pais, sempre num tom de voz a mandar vir, disseram-me que o cão não podia ficar pela casa, que "cheirava mal" "empestiava a casa" e "largava pelo". "fica comigo no meu quarto" -sugeri. "Nem pensar! Proibo-te de teres lá o cão! O cão é um animal, os animais dormem no chão da rua, não faz mal nenhum. Lá chegas tu com a mania que sabes mais que os outros!".

Na manhã seguinte vou soltar o cão da varanda e logo percebo que algo está mal com ele. Vejo que esta sentado, os olhos com sono, mas quando o pescoço tomba para o lado ele gane e volta a ficar de pé e de olhos abertos, sem conseguir adormecer. O animal não consegue deitar o corpo e está com dor!

Decido levá-lo ao veterinário. Meus pais são contra. Grande discussão. Enorme. "És maluca! O cão é velho! Eu não vou gastar dinheiro com ele! Deves pensar que os veterinários são baratos! Pagas muito e não vão poder fazer nada, porque o animal está velho e tem de morrer!". 


Não me importa o "quanto vai custar". Não me interessa que o animal "vai ter que morrer" não concordo que é "dinheiro jogado fora". Podiam-me cobrar 200 euros. Não importava. Não era essa a questão. Ele precisava de alívio, de ajuda! Não importa se é velho!! Não é porque se está velho, a cheirar mal e doente, que não se deve procurar diminuir o sofrimento ou não demonstrar qualquer compaixão.

Pensei tanto, mas tanto, ou melhor, senti, tive uma visão do futuro: "um dia vão ser vocês os velhos a sofrer e quero só ver se aí também vão concordar que vos metam a um canto húmido, sem assistência médica para cuidar do que vos aflige e vos digam:" um dia vão ter de morrer porque estão velhos". 


Levei o cão ao veterinário, que era mesmo ali perto. Ele prescreveu uma medicação, disse que os próximos dias iam ditar o que ia acontecer e para ver como o animal ia reagir ao tratamento. Até lá ele devia ser mantido quente e sugeriu que lhe colocasse uma botija de água quente na cama.

Meus pais, como sempre, do contra. Grande briga porque comprei uma mini botija. Não me deixaram colocá-la debaixo da manta na sua cama. E insistiram que o cão devia dormir na varanda novamente. Depois de me inquerirem quanto paguei pela consulta - não era relevante para mim, começaram de imediato a dizer que eu tenho de aceitar que o cão vai morrer e que o melhor a fazer era a eutanásia. 

Inicialmente o cão melhorou. Mas estava fraco - sem comer e sem beber por dias - vim a descobrir, precisou muito da injecção que o veterinário lhe aplicou. Meus pais não lhe davam nova comida se ele rejeitasse a lá posta. Por algum motivo sério o animal rejeitou e o prato de comida ficava ali dias seguidos, ressequida... para que ele a comesse. Pobre animal! Quando mais novo não era tratado assim e agora que ficou velho ao invés de serem mais caridosos, pareciam querer castigá-lo por envelhecer. 

Com a injecção que lhe deu fluidos, o cão melhorou mas depois, vi-o cair no chão e urinou ali mesmo. Por um instante julguei que estava morto, mas depois vi que ainda respirava e estava consciente. Cair não era incomum, visto que ocasionalmente sofria de epilepsia. Mas sempre recuperava totalmente. Desta vez existiu urina.  

Meus pais a insistir: "Injecção letal - injecção letal - injecção letal!" - é isso que é preciso fazer. A cantiga repetida aos meus ouvidos desde que o animal era um cachorrinho saudável de dois aninhos, a correr por todo o lado.  "Tens a mania que gostas mais do animal mas se lhe queres bem não o deixas sofrer!"

Não tinha passado um dia desde que o cão regressou da consulta ao veterinário. Mas vê-lo assim, e perante a repetição de papagaio de meus pais para que levasse a injecção da morte, pedi desculpa e permissão ao cão para que o levasse ao veterinário. 

Acariciei-o, disse-lhe o que ia acontecer e se ele deixava e me desculpava. Era como se ele soubesse. 
Acho que ele soube ao mesmo tempo que eu. Naquele consultório talvez uns 14 anos antes. A sala de espera do consultório do veterinário, cheia de gente com seus animais. 

Catorze anos antes, estava sentada numa cadeira com o meu cachorro ao colo, para levar uma vacina qualquer. Uma mulher com um cão maior pelo chão reparou na juventude do meu e disse que o dela tinha 14 anos. Soube, nesse instante, como quem recebe uma mensagem do além:

-"O meu vai durar 15".

Meus pais vinham a anunciar a sua morte desde um ano de idade. "Os cães são diferentes das pessoas" "envelhecem mais cedo, são 7 anos por cada ano humano... não vivem mais que 20 humanos, por isso habitua-te que o cão pode vir a morrer ao fim de dois, ou três anos." - disseram. E o cão a viver, cinco, seis, sete, oito... 10, 12, 14... e então chegou o ano da minha "visão": 15.

Não importava que um dia a morte viesse. Gostava é que eles parassem de a anunciar constantemente. Que a deixassem vir quando quisesse, não porque não contavam ser donos de um animal por tanto tempo. 

Naquela mesma sala de espera de 14 anos antes. Na mesma posição de cadeira. Com o animal consciente do lugar onde se encontrava. Um lugar que ele tinha medo e se recusava a entrar. Mesmo a metros de distância, só de passar perto, ele fazia força com as patas e se recusava a continuar andar.Em pânico e terror. Tinha de pegar nele ao colo, dar-lhe festas e dizer-lhe: "Não vamos ao veterinário. Fica descansado. Não vamos ali". Com o tempo bastava-lhe as minhas palavras e ele continuava a andar puxado pela trela. Para quem só entrou no veterinário quando cachorro e nunca mais lá pôs os pés, a reacção do animal era quase inexplicável, anos e anos depois. Acredito que os animais têm sentidos mais apurados e ele deve ter detectado a morte e sofrimento dos seus semelhantes. Por isso, quando o levamos para lá de carro, e ele entrou naquele espaço.. ele sabia. 

Tal como sempre soube, anos antes.

Ali era o lugar da sua morte. 



quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Sejam felizes

 E assim termina a minha escapadela, com uma sentida mensagem escrita na areia. 

Foi uma experiencia curta mas aproveitei-a. Percorri quase toda a Costa maritima: comecei em Brighton, fui ate Rotterdean subindo as colinas e observando o mar pelo alto e quando desci, cheguei a uma localidade chamada Saltdean. Aí encontrei um bar de praia onde tres jovens miudas se mostraram de uma simpatia que nao estava à espera.  Doceis e simpaticas a trabalhar com o publico. Uma caracteristica rara aqui no Reino Unido quando se fala de jovens a rondar os 19 anos. Prontificaram-se a ajudar ligando-me o telemovel a corrente. Por essa simpatia disponibilizada sem quaisquer problemas compensei com a compra de um produto e muitos obrigados.

Fiquei feliz por ter encontrado este tipo de cordialidade. Nao contava com ela. 

Nao tive porem paragem de pedir que me conecctassem tambem a escooter ☺️ Seria demais. Ainda que fosse a principal coisa que gostava de carregar, ja que se ficasse sem energia so me restaria empurra-la.

E o que se faz numa praia de calhaus? Castelos de areia nao e certamente! Pratica-se o equilibrio e empilhação. 

A mensagem escrevi-a depois, num unico lugar em toda a Costa que revelou possuir alguma: Rotterdean. 

O tempo esteve de pouco sol e muito vento. Ondas agitadas.  

Nao fez mal. Gosto da natureza de todas as formas. Amanha volta o sol. Mas EU vou embora porque estarei a trabalhar ha uma da manha. 

Sejam felizes! 😊


 






 





 precisei carregar o telemovel 

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

A minha capela

 São 9 da manha e nao podia estar melhor. Serenidade, paz e pertença. É como me sinto agora.

Estou num parque e ja visitei um belo jardim, com cachoeira, carpas e uma fauna maravilhosa.

Estar num jardim é para mim o equivalente de rezar numa capela. Faz imediatamente bem.

Apanhei um transporte rumo a Brighton. Uma cidade costeira perto de Londres. Agarrei na escooter e arrisquei que ma deixassem Trazer.

Ainda nao sei quais vao ser is meus planos. Para ja nao os tenho. Pretendo ver se um hotel perto do mar tem um quarto vago e se tiver, pelas 60 libras que cobrava online, ainda FICO por aqui.

O banco de jardim de onde escrevo, deitada e descalca, sobe sol e sombra.
 (A luz daqui é muito parecida ha de Lisboa). 


Vivo ha cinco anos neste pais e nunca sai do mesmo lugar. Esta na altura da menina da cidade sair da "aldeia" em que se enfiou. Que de bela tem pouco e cada vez fica mais suja e cinzenta.



terça-feira, 21 de setembro de 2021

Aquele presente

 -Senta-te e nao faças nada!

Penso que sera isto. 

Para voces qual a melhor coisa que se pode oferecer a uma dona de casa?


Cumprimentos 

 

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Um em cada dois homens e uma em cada três mulheres

 

Têm a probabilidade de vir a sofrer de cancro durante as suas vidas. 


O culpado? A introdução de químicos nas vidas humanas e a forma como se espalharam em todas as áreas, incluindo a do vestuário. O plástico que usamos que vem do petróleo, as roupas que usamos que contêm plástico, ao ponto em que os peixes que comemos e os animais de que nos alimentamos já nascem com pesticidas. Gravidezes que não saem como seria de esperar, porque existiu uma exposição indesejada a um qualquer químico. E o cancro... essa doença eternamente sem cura, que nenhuma vacina ajuda, nenhum esfreganço no nariz auxilia... a aumentar. 

Neste documentário disponível no youtube e para ver aqui:



quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Aqui JAZ...

 

Aqui jazem todos os 25+ post que muito desejei fazer nas últimas semanas mas não encontrei tempo. 
Acreditem se quiserem, mas acho que se perderam umas "pérolas" pelo caminho da responsabilidade em primeiro lugar. 

Tenho trabalhado muito, sem parar, sem folgas. Dinheiro a condizer? Nem pensar. Mas faço-o por gosto. Contudo, o meu organismo já me enviou um sinal de alerta: enviou-me vertigens súbitas, antecedidas por ouvidos semi-entupidos durante duas semanas.

Ah, claro, pensei que era das 12h30m enfiada naquela ampla sala com as barulhentas ventoinas de ar condicionado. E o ar em si, que me seca as vias nasais. Só comecei a ter estes sintomas depois de me mudar para esta sala. Provavelmente foi o rastilho. Por isso tenho de ter cuidado, pois já pedi umas 10 vezes se podiam desligar aquilo - pelos vistos não conseguem. 

Toda a espécie de barulho mais forte atinge os meus sentidos com uma amplitude maior da habitual. Preciso de repouso, ou então o meu cérebro vai repetir a façanha. 

Muitos tópicos ficaram por fazer: sobre as pessoas e os seus comportamentos, em particular. O tipo de post que prefiro. Pois então... vou tentar fazê-los quando me vierem à cabeça, para assim não perder essas "pérolas" aha.

Espero que estejam todos bem e com saúde.

Sintam-se calorosamente abraçados.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Cansaço e definicao do mesmo

 O significado da palavra "cansado" adquire outros contornos quando ja se acumulam alguns anos de vida. 

Nao significa o mesmo que o cansaço de um jovem de 20 Anos que tem de aparecer no emprego horas depois de terminar uma noite de Farra.

CANSAÇO...

Uma palavra comum, que adquire maior importancia e significado à medida que envelhecemos. Nao e mais uma coisa fisica é muito mais... espiritual.


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Escassez no Reino Unido: mais uma coisa em falta

 

Há coisa de mês e meio foi a água. Podem recordar neste post. 
Agora sabem o que é?

Tubos para colectagem de sangue!
Aqueles necessários para se fazerem análises. 

Acabei de ligar para o GP (médico) e tive uma consulta (convenientemente online desde que o Covid surgiu). Os sintomas descrevi-os por escrito quando fiz a marcação online na Livo app, três horas antes. Logo de início, a doutora diz-me que tenho dois sintomas distintos e só posso escolher um. Aqui surge a primeira condição que me desagrada neste sistema de saúde: eles focam-se num sintoma apenas. Então se tens muitos, esquece. Precisas de marcar uma consulta para cada um deles. O médico só vai focar-se num. Isso acontecia mesmo antes do Covid, com marcações no hospital.

A médica sugere que escolha o da mentruação - mas eu escolho o segundo - que me preocupa mais. Tem a ver, indirectamente, com o facto de me perguntarem se estou grávida, três dias seguidos, três pessoas diferentes. É aquela situação de "ar nas tripas" que mencionei em algum post anterior. Isso e ir ao WC cada vez que ingiro alimentos, com a agravante destes sintomas não terem passado em mais de um mês, fez-me imaginar que posso estar com algo que precisa ser descoberto. Daí fazer a marcação médica neste que foi o meu primeiro dia de folga em... duas semanas.

Seja como for, a escassez de tubos para análises ao sangue - disse-me ela com o maior à vontade, como se nada de relevante fosse, vai durar até "três semanas", diz ela sem qualquer alteração na expressão facial. O NHS - o sistema Nacional de Saúde do UK, só está autorizado a usar em casos de "life treatning" - risco de vida. 

Eu me pergunto, atónita, como isso pode ser possível.
Digam-me lá.

Expliquem-me porque sou ignorante. 

Se algo semelhante acontecer em Portugal, creio que a primeira coisa que se sabe é o porquê. Faz parte do básico no jornalismo. Aqui não dizem muito porquê. Não se focam nisso. Não gostam de criar "caus", pânico, então são blasés com tudo e simplesmente dizem "não há" "só daqui a quatro a cinco semanas" - como se fosse a coisa mais natural do mundo!

No que se focam é nisto: Dizer que o pessoal médico está a ser vítima de ABUSOS quando telefonam aos pacientes para lhes dizer que não vão fazer testes ao sangue. 

 É que aqui, se refilas, é visto como um hulygan e os que te atendem, mesmo se te provocarem, são uns coitados automaticamente rotulados de "vítimas de abuso" que aqui é levado sério e chamam a polícia se alguém te levantar a voz. Com isto não podes mostrar frustração, irritabilidade, ou és preso por desacato! Nem tanto ao mar nem tanto à terra mas... é uma forma de controlar as massas que, a meu ver, vai contra a liberdade de expressão. 

(Isto está a transformar a sociedade britânica em cordeirinhos comedidos, que, à frente de todos são obedientes, mas que por detrás aprontam das suas e para expressar as suas frustrações consomem cada vez mais drogas leves e pesadas).

Não há um responsável para fazer um inventário de material?

Compreendo quando existiu escassez de luvas, máscaras, gel desinfectante - porque se deu uma pandemia e a necessidade quadriplicou subitamente. Mas tubos para sangue?? Nem foram tão usados devido à pandemia em si! Ninguém podia ir para o hospital a menos que estivesse a morrer. 

Não compreendo. Não esperava tal situação num país desenvolvido como o Reino Unido. Fiquei de boca aberta. Fui pesquisar e a situação não é nova, já dura há duas semanas. 



Duas semanas! Ela disse-me que provavelmente ia poder fazer o teste ao sangue daqui a três. Se for a tomar como exemplo o caso da água - em que me disseram uma semana e foi três, vai demorar dois meses para que todas as pessoas deste país que tenham testes ao sangue para realizar, vejam as suas necessidades correspondidas. 


Os britânicos gozam de boa fama em muitas coisas. Pontualidade é uma delas. É falso. Mas totalmente F A L S O. 

Estão-se a borrifar para a pontualidade. Até para sair não são pontuais. Gostam de sair mais cedo. Vejo pelos jovens. Mal encontram um emprego baldam-se e os adultos são os maiores culpados, por serem indulgentes com este tipo de comportamento. Faz cinco anos que vivo aqui e não tem existido excepção à regra. 

Não são preparados para todas as emergências - ou não existiria falta de um bem essencial como água e tubos para colectar sangue. A única coisa verdadeira sobre os britânicos é aquele poster feito durante a guerra, para acalmar a população caso o país fosse invadido pelos nazis:

Keep calm and... carry on. 


                                          " calma e prossiga"


sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Ter 32 anos


Trinta e dois anos foi a idade que um colega de 24 anos me deu hoje. Já passei dos 40. Por isso quando me dizem isto fico a pensar que andam todos doidos. Estranho porque depois percebo que falam sério e estão convencidos que acertaram ou estão muito próximos. 

Bem que digo: a luz artificial no UK é ruim pra caramba! 

Ainda bem que não vivo no centro de Londres onde existem filas de lojas bem iluminadas ou centro comerciais a brilhar de luz. Aha.

Já há semanas um rapaz disse-me que eu parecia ter idade para ser uma colega sua da universidade. A minha reacção? Simular um disparo na cabeça em tom de "estás a ser irónico, não estás?". Mas não estava. 

Algo na água do Reino Unido, ou na comida, ou na bebida, ou no sei - lá o quê, confere aos seus habitantes uma percepção de certo modo, lisonjeadora sobre a idade das pessoas que vêm de fora. 

Estou quase a bater à porta dos 50. É isso que percebo, é o que o meu BI indica. Embora não o sinta, tenho consciência que estes se aproximam, são a nova etapa. O que percebi, contudo, é que 32 anos é capaz de ser a idade que teria se tivesse começado a pisar o meu caminho mais cedo tal como pretendia. Se subtrair da minha vida os anos mortos - que totalizam 10 ou 12,  e que, de certa forma, onde estagnei, é aí que me encontro: tenho 32 anos.  

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Será que sei comer?

 

Quando era criança lembro-me perfeitamente da minha mae a tirar-me o garfo da mao e a ser ela a empurrar com o garfo grandes pedaços de comida no prato e a enfiar-me na boca.

-"Vá. Despacha-te! Demoras tanto tempo!"

-"Va. mastiga! Engole!"- e empurrava mais comida pela minha goela a baixo.

- " Mas mãe, eu já tenho a boca cheia. Da-me tempo para mastigar!"

- "come e cala-te".

Mais tarde o criticismo evoluiu para: "és sempre a ultima! Todos os outros ja acabaram de comer so tu é que ainda estas aí.  Vá! Despacha-te. Estamos todos à tua espera!". Em adulta o comportamento alterou-se para: "não esperamos por ti". Ainda eu estava a saborear a refeição, ja eles iam para a sobremesa e depois levantavam-se e deixavam-me sozinha. 

Não me considero lenta a comer. Acho que eles é que eram capazes de ser rápidos demais. Se hoje sofro de ar no intestino, li que tal pode dever-se a uma prática errada de mastigação. Como por exemplo, não mastigar o número de vezes suficiente. Visto que fui educada "mastigar rápido, engolir e calar" - percebo agora que posso ter crescido sem ter realmente aprendido a comer como se deve.