Metereologia 24 h

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Vem e volta

 Ia somente comprar papel de alumínio, cebolas, tomate e iscas. Não contava gastar mais de quatro libras e pouco. 

Acabei por gastar 10. O que trouxe?
Tomate, papel de alumínio, cebolas e iscas. 

Mais duas embalagens de 100 gramas de uvas pretas, duas embalagens de cogumelos inteiros, uma embalagem de after eight e meia-dúzia de ovos. Tirando este último artigo, de valor de 78 pennies, estava tudo com redução de preço: nada custou mais de 40 centimos a unidade. 

Sendo assim, como é possível o total ter chegado às 10 libras?

Pois, esse é sempre o mistério de quem sai para ir às compras. 

Um grande mistério. 

Fui ver o recibo e uma das embalagens de uvas passou no scanner com o preço normal - 1.20 libras. Logo aí a despesa extra de quase uma libra. Ainda assim parece-me muito. Mas é o que é - engana-se quem vai às promoções. Os artigos mais caros que trouxe foram as iscas - 1.52 libras e o chocolate em PROMOÇÃO: 1.50 libras. Totaliza 3 libras. Tudo o resto foi abaixo de uma libra. Mas cá está e vou me repetir: parece que custa pouco e que se está a poupar dinheiro. Mas na realidade isso só acontece SE a pessoa NÃO comprar nada. Só dois ou três artigos e ignorar tudo o resto que é uma tentação.

Afinal, ninguém nascem com dinheiro no bolso. 
(Bem, se calhar alguns até nascem).

Depois de ter constatado que uma das embalagens em promoção passou pelo preço normal, contemplei filosoficamente o que é a perda e ganhos: tenta-se poupar 50 centimos ali, perdem-se acolá. Depois disso fui despejar o lixo lá fora e a primeira coisa que vejo no chão é uma moeda de uma libra. Bem dentro do meu quintal. 

Achei mesmo que era uma lição: dinheiro vai e volta. É insignificante. Principalmente diante da saúde. 

Enquanto lavava aquela moeda com água e sabão, contemplava nesta realidade.


Mini extra:

Post inside a Post: Para quem gosta de iscas com uma consistência que se desfaz na boca, recomendo a de cordeiro. O fígado do porco dá mais para mastigar mas também depende muito do pedaço que se encontra. O de boi ficou por testar mas sabiam que, de todos, é o mais caro? Tendo em conta a quantidade de animais para consumo que se produzem de cada espécie, parece-me um grande absurdo. Fica por saber: será que é porque é o que sabe melhor?  

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Que sabor e marca escolher?


Estou no supermercado e tenho um dilema. Com tanto por onde escolher, não sei se vou pelo sabor a morango, chocolate, se compro gelado de marca conhecida ou marca branca.

Qual é que voces preferem?

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Saí de casa



Conto trabalhar todos os dias para a semana que vem. Quem sabe, turnos de 12 horas. Se mos forem propostos, talvez os aceite. Percebi que, nessas condições, não teria outra oportunidade para ir às compras e decidi sair de casa. 

Estando agora a evitar beber água - pelo menos a cá de casa, pois desconfio que não me faz bem, precisei ir comprar sumos e leite. E lá fui, passando por duas outras lojas pelo caminho, em direcção ao Lidl, que fica a 30m de caminhada do local onde vivo. 

Não é que tenha valido muito a pena (já não tinham ovos, massas, papel higiénico nem vê-lo, produtos de higiene, limpeza etc) mas fui lá principalmente para ter snacks para mordiscar enquanto estiver a fazer turnos longos. 

Trinta libras depois, foi praticamente só isso que comprei. Não trouxe o leite - temi não ter espaço para o transportar. Não trouxe carne - temi não ter espaço para a preservar. Numa casa partilhada, não dá para armazenar produtos a teu belo prazer. 

Cebolas, bananas, cenouras, sumos em pacote, pacotes de bolachas qb, chocolates, salsichas, tomate pelado, detergente para a louça, azeite, iogurtes, vinagre - acho até que comprei coisas que não teria comprado não fosse o receio de vir a precisar delas e não as ter disponíveis. É que não pretendo ir às compras muitas mais vezes. 

Mas sabem porquê estou a fazer este post? Sabem porquê saí de casa? Porquê fui às compras?

Porque estando em casa, neste contexto, é inevitável.
Parece que regrido emocionalmente.
Estou de volta a Setembro de 2019. 

Ele.
No meu pensamento quando estou na cama, quando estou no duche. Em toda a parte, a toda a altura. Desejado pelo meu corpo e chorado no meu olhar.
Ele é veneno


Para o «matar», tive de sair.

quinta-feira, 19 de março de 2020

terça-feira, 17 de março de 2020


Ovos, farinha, carne, peixe, pizzas, amendoins, bolachas, leite, comida pré-congelada, agua engarrafada, comida congelada, vegetais congelados, massas, arroz, produtos de higiene como papel higienico, tampoes, pensos, desinfectantes, produtos de limpeza, fraldas, fórmula para bebé. Acabei de listar tudo o que não se encontra nos supermercados no Reino Unido.

Esquerda: supermercado hoje ao meio-dia.
Direita: as mesmas prateleiras ontem, às 7h da manhã.
Supostamente deviam ter papel higiénico, foi tudo preenchido com chocolates.
É o único artigo que não está a ser comprado.

Sinto-me parva. 
Sou uma pessoa que gosta de armazenar. Mas vivendo numa casa partilhada onde o espaço é limitado, não tenho os hábitos que teria caso vivesse sozinha.

Secção dos legumes congelados
Nao tenho por isso arroz, nem ovos, nem farinha, agua. Papel higiênico tenho porque esse armazeno no quarto, onde o espaço é partilhado comigo apenas. Nao tenho muito mas penso que dará para umas semanas. Mas já nem sei. Da maneira como isto está, talvez este nao volte as prateleiras ou custe ouro.

É tudo uma incógnita.

Prateleira dos pacotes de bolachas, foto tirada ao meio-dia de hoje.
Às seis da manhã estava cheio.

Cá por casa já estão dois. Um vive fechado no quarto o dia inteiro. Só sai quando sente que a costa está italiana lá pela hora do jantar. Mas é a rapariga que teve sorte no meio de tudo isto. Não só conseguiu meter cá toda a familia por duas semanas antes mesmo da Itália decretar o fecho das fronteiras, como na mesma altura conseguiu contrato de trabalho. Agora está por casa, descansada, 24h na companhia do namorado. Relax. Nao tem de ir trabalhar, nao vai ser demitida e vao continuar a pagar-lhe. Encontrou um hobbie dos que duram um tempo indeterminado e ocupam a mente. Mas mesmo que não o arranjasse, tem cá o namorado a viver, sempre lhe faz companhia e algo mais. Mantem contacto com a familia e esta envia-lhe coisas pelos correios. Digamos que podia ser muito mais "chato", se o isolamento fosse maior. 

Para alguns isto pode ser encarado como uma espécie de férias. Eu continuo a tentar trabalhar o máximo que conseguir. Viro-me agora para o meu segundo emprego.

Com precauções, sempre.
A Páscoa está para vir.

Ao descer as escadas percebi que sentia os joelhos. Também julgo ter a sensação que sinto os pulmões. Pelo sim, pelo não, fiz o "teste" da respiração que encontrei online: Se conseguires respirar fundo e prender a respiração por mais de 15s, quer dizer que ainda não tens o "vírus" porque este, antes de deixar os sintomas aparecerem, prejudica os pulmões.

Verdade ou mentira, não sei. Mas bati o recorde da minha vida ao manter a respiração presa durante 1 minuto.

Hoje, quando me aventurei na busca de mantimentos
A praça pública e as esplanadas estão mais cheias de gente do que o que seria normal num dia de semana. Carrinhos de bebé por todo o lado. O supermercado lotado de bebés. As pessoas não temem o virus. Temem não ter o que comer caso fiquem meses por casa. Fui trabalhar às 2 da manhã. Quando passei pela rua principal, fiquei surpresa ao escutar o barulho de festa, vozes no convívio. Um dos bares ainda estava aberto. Não é comum. No Reino Unido um bar não fica aberto depois das 22, 23h. A uma segunda-feira no meio do caus do Cóvid-19, abriram uma excepção: a malta jovem estava toda reunida cá fora, na esplanada, a beber e a escutar música quase às 2h da manhã.


Enfim...
Sem muito mais para se dizer ou fazer, vai-se blogando.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Footpath Rage


Footpath Rage quer dizer "Raiva no Passeio".

Este é um tema que já quis abordar. Diz respeito ao equivalente do Road Rage (Fúria na Estrada) que descreve um comportamento de certos automobilistas que estão sempre zangados e a mandar vir, mostrando adoptar uma condução agressiva.

Eu sou peão. Peão profissional!
E como tal, tenho já uma certa tarimba. 
Aqui no UK não se diz sidewalk (isso é americano!), diz-se Footpath... então sofro, desde que cá cheguei, de footpath rage.




Enerva-me. Imediatamente. Posso estar super feliz mas basta uma coisinha relacionada com certos comportamentos tanto de outros peões, como de automobilistas, para me azedar o dia. 

Quando estive em Portugal até fiquei a sentir-me MARAVILHADA, porque todas as pessoas no metro posicionavam-se corretamente. E todas estão tão apressadas quanto eu! Mas não perdem a classe, a educação, a etiqueta. E, principalmente, não exibem a arrogância como se fosse um troféu. Sei que podem questionar-se mas, enquanto em Lisboa, todas as pessoas que encontrei no metro, sem excepção, pediram desculpa pelo mais ligeiro encontrão. Todas corriam para as escadas rolantes mas posicionando-se para ceder passagem a quem as quisesse subir... e pedindo desculpa quando não eram rápidas o suficiente! Foi uma lufada de ar fresco e familiar que acolhi com deleite.  
Ver a multidão com estes comportamentos quase que dá vontade de chorar, pela surpresa da falta diária que exemplos destes nos fazem. Nem tinha percepção do quanto em Lisboa as pessoas são bem educadas! 

Nesta parcóvia a algumas horas de Londres... Já vos conto!!

O Reino Unido abriu o seu primeiro supermercado somente depois da 2º GG
(12-01-1948) E vejam nesta imagem, já de início... nenhuma regra de circulação e comportamento!

SUPERMERCADO
Empurrava um carrinho, tenho pessoas paradas à direita a ver coisas numas prateleiras, então vou para o meio, já que quatro passos à esquerda, um casal acabou de se agachar até ao chão para espreitar algo na prateleira mais rasa. Uma mulher sem sacos, sem carrinho, bem vestida, com o cabelo solto e louro platinado, faz a curva e entra no mesmo corredor, atrás do casal agachado. Ao invés de ficar PARADA nesse lugar para me ceder passagem, pois já estou no meio do corredor com o carrinho em frente da barriga, desvia-se do casal, metendo-se à minha frente e pára. Fica ali parada, como se não tivesse acabado de se transformar num empecilho e eu tivesse de lhe ser grata. Há direita tenho pessoas, à esquerda tenho pessoas, ao meio, a bloquear-me a passagem, pôs-se ela. Demasiado "chique" para se desviar.  

Também fico parada. Uns segundos, a tentar perceber como sair dali... porque as pessoas aqui no Reino Unido não funcionam com regras de etiqueta que nós, portugueses, seguimos por instinto! Como por exemplo... não nos tornarmos um empecilho para a circulação dentro dos supermercados ou centros comerciais.

Só consegui sair do súbito cult-de-sac (a expressão usada aqui no UK para "beco sem saída", curiosamente, nada inglesa) quando um deles se moveu. Os da direita. Só então pude manobrar o carro para a direita para me desviar da tipa.

E a reacção dela quando a ultrapasso? 
Com um ar de desdém, como se tivesse razão de queixa, diz:
-"You are welcome!"  (Não tem de quê!)

Ainda queria que lhe agradecesse por se fazer de empecilho e forçar-me a ter de empurrar o carrinho aos zig-zags. 

É o tipo de comportamento estúpido que mexe com a minha tranquilidade interior!

Vocês talvez não saibam, mas aqui no UK os ingleses têm muito o hábito de insultar as pessoas de RUDES. E fazem-no, principalmente, com estas atitudes de desdém, dando a entender que a outra pessoa lhe deve um agradecimento ou pedido de desculpa. Para mim, exibir este tipo de atitude é o a própria definição de uma pessoa RUDE. Mas na cabecinha deles... acham que os outros é que são escumalha e eles estão correctíssimos.

Esta tipa pertencia, sem dúvida, a este grupo de gente.

Respondi-lhe logo: "Queria o quê? Que passasse por cima das pessoas agachadas no chão?".

Ela fingiu não ouvir, com aquele ar superior que os ingleses gostam de meter e provavelmente a desprezar-me pelo meu fraco inglês que, naquele momento, não saiu da melhor maneira. É que me enerva esta arrogância e petulância que a maioria exibe com vaidade e altivez. 

Mostram-se cheios de soberba, mas comportam-se em lugares públicos como se nunca tivessem sido apresentados a regras básicas de boa etiqueta. É que as ignoram totalmente. Nunca foram ensinados. Não tiveram aulas de boas-maneiras! E a culpa deve remeter para o tal Rei que rompeu com a Igreja Católica... porque em países onde o catalocismo durou mais tempo, regras de etiqueta e boa educação foram passadas de geração para geração. Dar prioridade aos mais velhos, ceder passagem à pessoa certa, não caminhar atrapalhando o caminho de outros, seguir numa direcção a direito e desocupar a outra para quem vem na direcção oposta...

Eles não se comportam assim. Não aqui onde moro, vos garanto. Vá lá, sabem conduzir carros e cumprir essas regras, porque o código de estrada está escrito. Como não há nada escrito a ensinar como se comportarem em supermercados, passeios, etc, têm comportamentos que lhes deixa expostos à sua ignorância, como se fossem selvagens que nunca foram apresentados à civilização moderna. 

O post já vai longo, por isso este assunto vai ser por partes. `
Ainda tenho de falar (claro), do que é ser peão no passeio. Ui! Aqui é ainda melhor!!!

Bom Domingo.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Cortar pessoas... quem é o próximo?


Dei por mim a perceber que queria falar com o homem que me dá boleia do emprego até ao parque do supermercado. E não gostei de perceber isso. Acho que ele terá de ser um dos que "vou cortar".

A última vez que ele me deu boleia, foi no dia 29 de Outubro, aquela que mencionei aqui. Foi ele que ma ofereceu por mensagem, sem sequer me ter visto no emprego. Nessa noite que ele ficou a conversar comigo no parque de estacionamento até depois da meia-noite, mostrou-me fotos da sua viagem em família e contou-me muito sobre si. Daí para cá, têm existido troca de mensagens, todas elas começando pela oferta da boleia. 

Desde que fui seguida por um indivíduo numa dessas ocasiões em que não apanhei boleia com ninguém e fui a pé, pensei em contar-lhe. Na segunda-feira, ele viu-me no trabalho, chamou por mim e falámos brevemente. Nessa noite porém, preferi apanhar boleia com uma colega que me deixa a meio do caminho e o resto faço a pé. Na terça-feira, também foi ele que meu viu sentada na área de convívio e cumprimentou-me, embora eu tenha estranhado a frieza. Nem parou, continuou percurso - o que nunca antes tinha feito. Tal como na véspera, no final do turno, se eu esperasse um quarto, meia-hora, ele disse-me que podia dar-me boleia. Mas preferi vir a pé e enviei-lhe uma mensagem nesse sentido. Ele ligou-me, para dizer-me que estava perto e perguntar se eu já tinha saído. Disse que sim, que me apetecia caminhar e que não queria que ele se apressasse. "Eu nunca tenho pressa" - respondeu-me. 

Ainda me perguntou se queria que apitasse se me visse a caminhar na estrada no seu regresso, mas respondi-lhe que não devia ver-me, pois tinha cá para mim que ele ia demorar-se e pelo tempo que ia levar, eu já devia estar perto de casa. Decido entrar no supermercado para uma compra urgente (mais um grande doce de chocolate quase todo comido nessa noite) e nisto acho que o vejo num dos corredores. Era bem possível, já numa outra ocasião encontrei-o ali. 

Decido cumprimentá-lo. Ele mostrou quase indiferença e pareceu não querer conversa, continuou a olhar para as embalagens de comida que segurava, aparentemente indeciso quanto ao que levar. Já na primeira vez que o encontrei no supermercado, logo no dia a seguir à primeira segunda boleia, altura em que me contou que pela manhã ia justificar-se sobre um incidente no emprego, ficou claro que não queria muita conversa. Bastava-lhe um simples cumprimento, algo quase imperceptível, de colegas que não trocam mais que isso em palavras. 

Também com vontade de chegar a casa, não puxei conversa, não perguntei se havia chegado à muito tempo, se me viu na estrada... Decidi deixá-lo em paz e despedi-me: "Bom, vemos-nos amanhã... ou não". E fui embora. 

Antes das 11h da manhã seguinte um novo SMS dele: "Olá. Chego tarde esta noite e eles querem que faça um pouco mais de horas. Provavelmente vou terminar pelas 23, 23.30. Se ainda estiveres por perto, és bem vinda a uma boleia". 

Uma coisa que registei na grande conversa que me deu naquela noite no parque de estacionamento, foi ter-me dito que, se achasse que eu lhe dava sinais de interpretar a boleia como outra coisa ele ia inventar uma desculpa e dizer que já não estaria disponível. 

Disponível ou não, eu é que não quero confusões. Chega-me aquela pela qual passei, que até hoje não sei o que me atropelou. Já lhe disse que pego boleia dele se o vir no trabalho. Se não o vir, não conto com ele. Não me parece bem. Ao que ele respondeu: "Somos amigos, não tem problema, eu dou-te boleia". 

O que percebi é que já tinha coisas que lhe queria contar, não pude e já estava a adiar essa ideia para uma melhor ocasião. NÃO GOSTO DISSO. É-me demasiado familiar. E depois... se ele é todo afável dentro de um contexto e não o é diante de outro em que há pessoas e/ou CCTV por perto... dá que pensar.

Por via das dúvidas... só com uma vara de 10 metros!



sábado, 26 de outubro de 2019

Voltou a ligar


O Jason voltou a ligar-me esta tarde.
E coincidiu com outro momento de recaída emocional em que estava a sentir-me particularmente e intensamente carente.

Porém, desta vez comecei a recear que ele o faça amiúde. Afinal, não conheço as pessoas tão bem quanto imaginava - se ele insistir em me conhecer, mesmo depois de ter escutado de minha parte um nítido "mais que amizade, não".


Também nesse último telefonema que me fez há semanas, fiquei convicta de que ele não voltaria a ligar. Mas enganei-me. Ligou hoje. Falei-lhe "na boa", mas voltei a ter uma pontada de "alarme" e desta vez, gostei menos de lhe falar. O facto de ser incapaz de admitir que não me ligou quando disse que o ia fazer e insistir que cumpre sempre a sua palavra e ligou-me "eu é que fui MALANDRA" e "FUGI DELE".

WTF???

"You were naughty" - insistiu em repetir. E não estava a brincar.

Esta parte desagradou-me.

Sinceramente, acho até que ele devia reconhecer-se como um sortudo por eu falar com ele. E falar na boa, sem cobrança, sem irritação, sem desprezo. Acho que qualquer outro talvez desse valor a esta postura, tendo em consideração que só conversamos uma vez, nunca mais nos vimos e foi ele que me desprezou e não ligou quando disse que o ia fazer.

Outra pessoa depois disso cortava logo qualquer tentativa de conversa. Eu não o fiz. Não lhe levei a mal, brinquei com a situação, aceitei. Mas não engano ninguém: disse-lhe na primeira vez e disse-lhe todas as vezes que me ligou: não estou à procura de romance

Que mais é que é preciso para que entenda?
Fazer um desenho??


Desta vez gostei menos de lhe falar. Ele faz muitas perguntas, do género: "estás sozinha em casa? Não escuto barulho" ou "estás de folga hoje'" ou "onde vais?" - perguntas que são invasivas e buscam sondar a disponibilidade. 


Acabou por descobrir que vou ausentar-me por uma semana e disse-me: "Ligo-te quando regressares". Ao que lhe respondi: "Pois, mas tu vais apagar do teu cérebro a parte "quando regressares" e depois ligas-me passados seis meses, a dizer que estás a cumprir com a tua palavra e a ligar". 

Estava a fazer referência ao que aconteceu no passado. Ele responde-me, insistindo que fui eu que "fugi dele" e que ele "cumpriu a palavra". No final da conversa - que tive de encurtar - ele perguntou: "It's alright if I call you?" "Posso ligar-te, certo?" ao que lhe respondi: "Depende Jason. Depende das tuas intenções. Se for para mais que amizade já te disse... não".

Depois de desligar a chamada fiquei a imaginar receber outro telefonema dele e não me pareceu que fosse gostar. Nem quero que ele me ligue assim que eu regressar ou ande a controlar a minha disponibilidade. Agora que escrevo sobre isto, vejo que talvez devesse ser curta e grossa. Má, mesmo. Sou capaz de pecar por ser muito boazinha e também demasiado ingénua quanto às intenções de terceiros. As coisas não são como eu as desejo ou imagino. Portanto... 

Lembrei-me que o telemóvel deve ter uma função de "bloqueio de número". Algo que disse a mim mesma jamais fazer a alguém. Não acho bonito nem correcto. Mas não vá ele sentir o impulso de me ligar antes do "regresso" porque, sinceramente, quero sentir-me LIVRE, não quero ficar presa a pensar nestas coisas. A custo, lá carreguei na opção "bloquear". 

Pretendo que seja temporário. Irei desbloqueá-lo "no regresso", que lhe disse que seria daqui a duas semanas. Mas não quero que ele volte a ligar-me se o seu objectivo for a conquista. Neste instante isso me repulsa, pois sempre lhe disse "não". 

Talvez esse não precise ser gritado aos sete ventos??
Vocês que me lêm e são gajos...
É esse o meu problema? Digo não mas vocês preferem escutar um "talvez"?

Sim, é verdade, muitos "nãos" e "não sei" femininos são um talvez...
Mas este sempre foi um não, não, não.
Como se fazer para que o entenda e aceite de vez?


terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Fui às compras


Vim das compras toda contente.
Encontrei este peixe salmão por um preço bem apetitoso. Impossível não trazer.
Alguém sabe de uma boa receita para esta delícia?


Entretanto devo contar-vos que quase não apanhei peixe algum...
As pessoas têm cá uma lata. Bem sei que é promoção e que se pode levar em grande quantidade. Mas levar TUDO o que vêm à frente é ser-se muito egoísta. 

Um homem bem vestido, com uma criança bem vestida bem à sua imagem, já tinha "reservado" todos os peixes à vista. Estava ali à espera que as etiquetas com o novo preço fossem imprimidas e coladas. Levou 10 salmões. Acho que não levou mais porque não sabia que havia mais para levar. 

Acho esse comportamento muito descarado e tenho cá as minhas suspeitas sobre o destino que dão às grandes quantidades de alimentos que levam por preço reduzido. Acho que têm maneiras de os re-vender ou transformar em menus de restaurantes, por exemplo. Claro está, a valores com um lucro enorme. 

Foi o homem da peixaria que deu a entender ter mais. Ele é pouco simpático e fez-se de surdo quando lhe perguntei duas vezes "por favor, desculpe, qual é o preço do peixe?". Respondeu-me que estava a atender um cliente (o homem que esperava cada etiqueta ser impressa pela máquina e colada nos seus 10 peixes). Pedi desculpa por "interromper". Mas fiquei à espera que se dignasse a uma resposta. 

Quando o homem bem vestido se afastou, o peixeiro lá me respondeu. Foi então que entendi porquê levava ele TODO o peixe à vista. Um peixe de cerca de 10 libras a ser vendido por 50 centimos... É roubo. O peixeiro, algo contrariado, perguntou-me então quantos eu queria


QUANTOS... sinal de que tinha mais. Respondi: "Só um". Ele ainda quis que eu fosse buscar aquele que estava numa prateleira. Só que esse peixe estava fora do saco (alguém na pressa, quando custavam ainda 5 libras, puxou por aquilo e o peixe saltou fora da embalagem). Ficou "contaminado" com poeiras e para voltar para o saco, tinha de pegar no peixe com as mãos. 

Ele lá me trouxe um outro, que rotulou com o preço da promoção e afastou-se de seguida. Sem colar mais etiquetas noutros peixes, que certamente tinha posto de lado. 

Não gosto quando os funcionários deixam uma só pessoa levar tudo. Acho que devia haver um limite por tipo de produto. Senão, uma só pessoa leva tudo e os outros ficam a salivar, chateados por não conseguirem agarrar nada.

E por falar em promoções, quando a secção de bolos e pães colocou os preços reduzidos nos croissants de chocolate e pauzinhos de queijo - só eu estava perto. Então tirei uns tantos. Mas logo a seguir veio a "manada". Um desses elementos era um senhor sentado numa cadeira eletrica, com uma bengala, que revirou aquilo tudo com as mãos com selvajaria. Puxou de tudo e colocou tudo no seu cesto da cadeira eletrica. Uma das embalagens estava mais alta e ele não se fez de rogado: ergue-se, ficou de pé, só para tirar a embalagem antes que mais alguém pudesse alcançá-la.

Achei tão feio. Na realidade, fiquei parada a ver. Só a olhar o homem.
Como ficam subitamente "curados" de uma qualquer debilidade quando lhes acenam com preços reduzidos por coisas que, se calhar, nem lhes fazem bem ou nem consomem normalmente. Enfim... eu também adoro promoções assim. Mas quero acreditar que tenho um pouco mais de consideração pelos outros e menos ganância.


sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Ser um pouco para os outros - promoções



Vinha do supermercado, onde fui comprar artigos em promoção. Alimentos que vendem a preço reduzido, por expirarem no dia. Este supermercado faz isso - acho que todos deviam fazer. Mas só um faz. Os outros, reduzem para preços altíssimos, um produto que vai para o lixo dali a horas. Este começa por manter 75% do valor inicial. Depois reduz para 50% e, finalmente, deixa ficar apenas 15%. 

Escusado é dizer que não são poucas as pessoas que ficam a rondar as prateleiras até chegar o momento da grande redução. E eu sou uma delas, ahahha. Vou a um supermercado que não faz promoção e deixo 20 libras. No da promoção há quem lá vá TODOS OS DIAS e só compram a preços reduzidos. Nem cinco libras gastam. Hoje uma senhora pegou em várias caixas enormes que continham fruta e meteu no seu carrinho. Tinha 11 caixas, fora tudo o resto. Sabem quanto pagou pelas 11 caixas com fruta? Cinquenta e cinco cêntimos. 



Sim, perceberam bem. Deliciosas maças ainda bem frescas por sinal, uma dezena delas por caixa. Um pomar de 110 maças por por meio euro... 

Mas não é fácil. Não, não é. Pode não haver ninguém por perto mas assim que lhes "cheira" a coisa boa, "atacam" que nem doidas. Vi um funcionário a colocar um produto na prateleira das promoções de carne e fui espreitar. Eu estava ali mesmo ao lado dele. Era só me virar para a esquerda. Pois do nada, surgiu uma mulher e um homem. A mulher lançou as mãos a duas embalagens de carne cá com uma rapidez que mal tive tempo de ver o que se tratava. Aliás, aprendi que não é para escolher. É para tirar logo. A escolha vem depois. Se ficares a olhar e a decidir, ficas a olhar para um espaço vazio. Um segundo, tudo se vai. 

Isto é engraçado - por enquanto, porque não vou lá todos os dias. Mas aquelas mulheres e homens vão. Porque seja lá quando eu lá for, elas estão lá sempre. São fixas. Não as vi lá quando pela primeira vez dei conta deste tipo de promoções. Mas elas são profissionais. Vão ali, vão a outros lados, recrutam familiares para ficarem na "guarda". Uma destas mulheres (muçulmana, por sinal) - a que hoje levou grande parte das caixas, recomendou-me que fosse todos os Domingos a um mercado, pois no final, para não terem de levar as caixas de fruta para casa, eles vendem ao desbarato. Uma caixa (sim, daquelas grades de madeira) vendiam a uma libra... Morangos, cerejas... disse-me ela.

Opá, só podem estar a gozar.
Mas se ela o disse, acredito. Tem experiência. Para quê quer tanta fruta, isso é que não faço ideia. Mesmo. Eu vou comprar para mim. Aliás, na primeira vez, por acaso, comprei para mim e para outros também. Já que estava tão barato, lembrei-me dos colegas na casa (na altura dois) com quem de vez em quando partilhava refeições. Como um deles pela manhã levava sempre uma sandes para ser o seu almoço ou chegava tarde e queria comer, comprei a pensar nas próximas refeições. Gastei umas cinco libras a comprar sandes e saladas a.... 20 centimos cada. Podem perceber que até trouxe em quantidade, ehehe. Ninguém sabia das promoções - muito menos eu. Até fiquei uns bons cinco minutos a aguardar que um funcionário aparecesse para que me explicasse porquê os artigos dentro de um carrinho de compras estavam à venda por 20 centimos. Queria saber se tinham sido comprometidos na sua integridade, se tinham ficado fora do frigorífico, por exemplo... Tão inocente!


Fui para casa toda contente, partilhei a novidade e a comida. No dia seguinte só tinha uma embalagem e meia de sandes para o almoço. Pois....! Acho que gostaram além da medida, pois na véspera eu só havia comido a metade da sandes em falta.

Mas a razão porque cá vim escrever não é esta. Está relacionada, mas não é o que cá me trouxe hoje. Porém, fiquem com esta por agora. Mais tarde contarei então o que aconteceu enquanto vinha a sair do supermercado... 


segunda-feira, 30 de julho de 2018

As prateleiras no supermercado



As prateleiras no supermercado andam vazias de variados artigos.
Mas só esta semana fiquei a pensar no que existe por detrás deste sintoma aparentemente banal.

É que aqui no Reino Unido sempre achei que o comportamento dos retalhistas não é dos melhores. Não lhes parece desadequado manter umas prateleiras vazias de vez em quando em qualquer hora, mesmo nas de maior afluência. Também não parecem ter problemas com o deixarem os carrinhos e carrões com material no meio do caminho, as caixas vazias pelo chão, artigos caidos a torto e a direito, tudo amontoado e sem ordem. 

Por isso passou-me despercebido o facto desta ausência de mantimentos poder estar relacionada com o Brexit



Será que está?
Bom, para um país que importa praticamente tudo, é bem possível. 
Portugal costumava ser diferente mas hoje em dia vai-se aos supermercados e não se encontra produtos nacionais. Legumes, que existiam com fartura, fruta que era em ambudância... Agora as bananas da madeira são raras, pelo que ouvi dizer até a cereja do Fundão este ano anda desaparecida e enfim... vem tudo de fora. Bananas da colômbia e cerejas de Espanha - talvez.



O que acham?
Pensam que o Reino Unido corre risco de ficar mal fornecido de bens de primeira necessidade enquanto tenta sair da UE sem ser afectado?

Deveria Portugal seguir o exemplo e abandonar a Uniao Europeia?


Será o nosso futuro ficar de prateleiras vazias e sem produção própria??

quarta-feira, 14 de março de 2018

Diferenças entre Portugal / Inglaterra


Um dos costumes britânicos que mais me tira do sério é a falta de noções básicas de como se caminha em espaços públicos. Se andar no passeio e nos corredores dos supermercados ou lojas fosse comparável a conduzir um automóvel na estrada, eu seria aquela condutora que chega em casa exausta de tantas travagens bruscas que tem de fazer e de tantos obstáculos que teve de contornar.

Aqui não parecem existir comportamentos que os portugueses tomam por adquiridos. Nós temo-los tão assimilados, que nem pensamos neles, só os reproduzimos. Vou dar exemplos:

NO SUPERMERCADO

1) Estás a ver uma produto numa prateleira, a dois passos de distância do mesmo. Vem alguém que quer algo do mesmo sítio. O que acontece?

Em Portugal: A pessoa tira o que lhe interessa e vai-se embora.
Em Inglaterra: A pessoa põe-se entre a tua visão e os produtos e fica ali parada.

2) Queres alcançar um produto numa prateleira mas umas pessoas estão a bloquear parcialmente o produto. Esticas-te para o alcançar. O que acontece?

Em Portugal: As pessoas que estão a estorvar desviam-se, sem ser preciso dizer algo ou pedir que o façam.
Em Inglaterra: As pessoas que estão a estorvar não se desviam, ignoram-te e se tentares alcançar o produto elas sentem-se incomodadas, lançam-te um olhar de reprovação e são capazes de atirar para o ar que faltou pedir-lhes para que se desviassem "por favor". 

3) Estás a caminhar com o teu carrinho de compras em linha recta no corredor principal do supermercado, na faixa da esquerda. Aproximas-te de um cruzamento com um corredor secundário. Nisto surge a ponta de um carrinho, vindo da esquerda. O que acontece?

Em PortugalA pessoa que vai entrar no corredor principal com o seu carrinho de compras, para e não avança até perceber que pode virar para o corredor central.
Em Inglaterra: A pessoa que vai entrar no corredor principal com o seu carrinho de compras não pára antes de virar para o corredor principal e sem hesitações vira na direcção que bem que apetece, não se importando se vem alguém ou não. 

4) Estás a meio de um corredor de compras, quase a chegar ao fim. Nisto entram três pessoas, na direcção oposta, cada qual com o seu carrinho de compras e cada uma paralela à outra. O que acontece?

Em PortugalUma das pessoas que percebe que outra vem na direcção oposta e não tem espaço para passar, escolhe encostar-se atrás de outra, deixando assim o caminho livre para quem surge na direcção oposta.
Em Inglaterra: As três pessoas que acabaram de fazer uma curva para entrar num corredor avançam com os seus carrinhos, achando-se com prioridade sobre a pessoa que vem na direcção oposta e que está quase a chegar ao fim do corredor. Não se desviam, continuam a avançar, como que à espera que outro tome uma atitude.


Podia dar mais exemplos de comportamentos em supermercados que acho aberrantes. Mas fico por aqui. Há coisas enervantes que nem têm a ver com o civismo dos fregueses, mas com o supermercado em si. Uma dessas é o deixarem carrinhos e trolleys de material por arrumar por toda a parte. Seja a que hora for - não precisa ser no fecho nem na abertura. É muito comum os supermercados deixarem, por longos minutos, uma gaiola metálica de dois metros de altura por um de largura, cheia de caixão de cartão vazias, ou com material para colocar nas prateleiras. No meio dos corredores ou encostadas junto a prateleiras com produtos que podem interessar a freguesia, mas que ficam tapados e inacessíveis. Os empregados, nem vê-los. Supostamente não podem deixar o material ao abandono. É também comum eles reservarem uma parte do supermercado para atolarem produtos ou caixas vazias. E se um dia calhares espreitares para o armazém, até te assustas. É "tudo ao molhe e fé em Deus". Uma coisa pavorosa, que em Portugal não é vista com bom olhos e uma maravilhosa instituição chamada ASAE certamente reprovaria.

Só para fechar com chave de ouro, aqui fica outra situação:

5) Estás a relaxar em casa quando subitamente percebes que precisas de ir ao supermercado comprar uma coisa. O que é que acontece? 


Em PortugalA pessoa sai de casa e dirige-se ao supermercado - vestida com roupas para ir à rua. 
Em Inglaterra: A pessoa sai de casa e dirige-se ao supermercado - veste pijama e pantufas, não está para se dar ao trabalho de trocar de roupa. 

Para descrever num futuro post fica o comportamento cívico dos britânicos na rua ou nas lojas. Spoiller: não difere muito do aqui descrito. São uns self centered




quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Supermercado onde criança NÃO ENTRA


Vocês achariam bem se alguém estipulasse que supermercados/hipermercados não são lugares para se levarem crianças?

Olhem, eu acabei de constatar que a ideia agrada-me e faz sentido.
E por isso decidi vir aqui fazer o post.

As minhas razões prendem-se com o que vejo: as crianças saltam por todo o lado, não param quietas. Desde que cheguei ao UK irritam-me mais os adultos nos supermercados do que as crianças. Mas aqui todos transportam crianças e bebés de colo por toda a parte. Bloqueando um corredor inteiro sem estranharem.

O UK só tem bad people
O Reino Unido não aprendeu esta regra.
Os supermercados só têm gente que não a conhece!


desisti de frequentar o supermercado que tem os produtos que mais gosto por causa de não conseguir circular direto. As pessoas param no meio dos corredores para falar, mantendo uma certa distância umas das outras, as crianças brincam com os carros, fazem cambalhotas, dançam, saltam soltas à frente do teu carrinho...

Os que usam as cadeiras electrónicas pensam mesmo
que todos têm de se desviar do seu caminho.

Hoje virei para um corredor e como sempre, espreito antes para ver se posso ir à vontade na direcção que tomei. Estavam duas crianças, uma do lado esquerdo outra ao centro a saltitar e uma mulher que presumi ser a mãe, à direita do corredor, parada a olhar produtos e estava mais perto de mim que as crianças. Então decidi avançar com o carrinho de compras pelo espaço entre a pessoa que estava parada, pois as crianças estavam a saltitar. E nesse instante tão rápido em que avanço com o carrinho, a mulher gira no seu eixo e embate no carrinho. Peço-lhe muita desculpa, senti que se magoou com a roda do carro. Quando já a tinha passado ela diz-me que eu devia ter mais cuidado porque estava a olhar para a esquerda. Ao que lhe respondi que ela é que virou subitamente, lamentei que se tivesse magoado mas tinha visto as crianças e não tinha tido alternativa de passagem.


E é assim: aqui as pessoas não têm a mesma noção de educação pedonal que nós temos em Portugal. Mesmo nos passeios, são capazes de mudar de direcção e vir contra ti ao invés de se desviarem para os cantos para permitir a boa circulação dos transeuntes. Nos supermercados onde estão é onde param. Não encostam o carrinho a um canto como nós fazemos. E são capazes de vir três a avançar na tua direcção, uns ao lado dos outros ocupando todo o corredor, sem um ao menos se meter em fila indiana para que o que vem na direcção oposta possa passar.



É um stress e as pessoas ainda mandam bocas se quiseres andar com o teu carrinho a um ritmo normal. Uma mulher disse ao amigo que haviam "corridas" só porque a ultrapassei após estar uns bons segundos a andar passo-a-passo atrás dela. Não creio que seja «correr» tentar andar a um ritmo normal!



E pronto.
Se calhar sou eu que sou uma azelha...
Mas em Portugal isto acontecia-me menos vezes. Vejo pessoas a desviarem-se quando esticas um braço para alcançar um produto. Vejo empregados a sair do meio do caminho... Aqui bem que podes esperar que se desviem. Eles metem-se mais no caminho e deixam os carrinhos com o stock no meio dos corredores. Um horror.

Há saída da caixa, puxava eu o meu carrinho com compras em linha reta pelo percurso desempedido, quando um casal com o seu carrinho parado começa a empurrá-lo horizontalmente para o centro do corredor. Aí tive de dizer: "Cuidado à esquerda!". Porque eles não se apercebem que ali é uma zona de circulação e não devem bloqueá-la!!



terça-feira, 4 de abril de 2017


Hoje fui ao supermecado no intuito de comprar umas coisinhas baratas, tipo snacks e coisas de comida rápida. Gosto de sopa e descobri que prefiro as enlatadas a quaisquer outras. Ao todo trouxe 19 artigos. Sete eram latas de sopa, a 0.39p. Barato, né? Pois ainda existem outras mais baratas. Aqui existem alimentos e artigos a preços muito reduzidos. Talvez não sejam os mais aconselháveis mas no que respeita a sopas, como disse, prefiro estas. Testei outras, mais caras, sem ser de lata e em lata e acabei preferindo estas, da marca do supermecado. O artigo mais caro que trouxe custava 1 libra. Trouxe uns três desse valor: uma salada, um folhado de salsicha quark (apropriado para vegans e vegetarianos porque não tem carne) e outra mariquice qualquer. O resto foi pela metade. Foi com surpresa que no final a conta totalizava 10.59 libras.  


Dinheiro é para se gastar e não obstante a surpresa, ao cair da noite fui a outro supermercado (onde pretendia comprar uma salada de salmão que me estava a criar água na boca há uns dias). 

Assim que entrei vi as roupinhas para criança e não resisti: Oito libras foram para uma Tshirt mágica (muda de cor com o sol). Eu adoro este tipo de coisinhas :) A combinação de imaginação, brincadeira, tecnologia e roupa. Em Portugal é difícil encontrar indumentárias com estas peculiaridades a preços normais ao invés de exorbitantes. 

Dirigi-me então para a secção de saladas onde encontrei apenas um exemplar da minha desejada de salmão... Um pouco com ar murcho mas ainda assim, não lhe resisti. Como eles fazem uma promoção - oferta de bebida se comprar também um snack - trouxe um folhado de salsicha (este com carne mas que, se calhar, de carne também não tem nada) e o meu suminho de laranja. Tudo ficou por 3 libras. 

Perdi-me foi com a diversidade de bebidas tipo-leite. E incapaz de me decidir por uma trouxe todas as que me despertaram mais a atenção.


E foi aqui, mais numas outras coisinhas de baixo valor, que elevei a conta para 18 libras. Como 8 foram para a roupa infantil, no fundo hoje gastei 20 libras em supermercado. Talvez um pouco excessivo para o género de coisas que trouxe. Talvez essas 20 libras fossem melhor empregues no pagamento de uma refeição completa. Quatro euros aqui, outros cinco ou dois acolá... Com os descontos a que tenho direito no local de trabalho, dava para tomar uma refeição quente (paninis, hamburguers, eggs benedict) por uns dias. 

Mas não me importei nem um pouco. Tenho de travar sim, esta minha compulsão para compras diárias. Nunca me senti muito confortável com a ideia de que o dinheiro que ganho é também gasto no local onde o ganho. Parece-me um plano elaborado por um ganancioso patrão... E depois de uns problemas que a empresa resolveu inventar relacionados com as refeições dos funcionários, achei por bem passar a trazer a comida de casa. E foi aí que os meus gastos subiram um bocadinho, devido à compulsão de ir mais vezes às compras. 

Se bem que o dia começou com uma ida aos correios, fazer um envio para portugal... Um pequeno embrulho de 409 gramas. No interior vai um produto que me custou 2 libras. O envio em si, ficou por SEIS libras. Isto escolhendo a opção mais ECONÓMICA, claro. porque as outras são para esquecer. Usar os correios do UK é altamente desaconselhável.