Metereologia 24 h

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domingo, 23 de julho de 2023

Domingo sem trabalho e a "Mãe, é um cócó!"

 

Senti-me chateada quando "perdi" a oportunidade de ir trabalhar este Domingo. Fiquei por casa a tentar arrumar coisas mas cansando-me, quando de repente, percebi que precisava era sair. Arejar. Sair daqui. 

O que vestir?
Ando sempre com a mesma roupa. Para este tipo de saída tinha de usar algo que se prestasse a algum dano e fosse prático. Uma T-shirt... mas qual? Umas são de dormir, outras para trabalhar... Para usar... Lembrei-me que tenho T-shirts pretas arrumadas. Nunca as uso. Não são totalmente pretas: têm dizeres. Não me senti confortável em usar nenhuma. Os dizeres... não me apetecia. Nisto vejo uma toda preta e fico feliz. Reparo que está do avesso. Quando a viro vejo que não é lisa. E quando vejo o que é solto uma gargalhada gigante! ADOREI a t-shirt. Havia esquecido que a tinha comprado. Talvez o tenha feito há dois ou mesmo três anos. 

Apeteceu-me ir a um parque a uns 30 minutos a pé, que tem um lago grande e muita natureza para me maravilhar. Não me arrependi. Sendo Domingo - não gosto de andar pelas ruas. Há sempre muita gente, mal se pode andar. Entrar no supermercado sinto que é um grande erro, quase como que pedir para ser massacrado. A quantidade de passagens bloqueadas por carrinhos de bebé e as vezes em que se tem de parar porque uma criança corre sem prestar atenção jogando-se contra ti, os gritos, os choros, os encontrões, a má educação, gente a passo lento e vagaroso que ocupa o corredor inteiro sem deixar espaço para se circular, ou aqueles que param. Os domingos são cheios destas e outras peculiaridades e eu aprendi que prefiro trabalhar. 

Ao passar pela praça da cidade, escuto um homem dizer: "Este Domingo está uma porcaria". Curioso, porque achei que este Domingo estava uma maravilha. Além do sol ter substituído a chuva, notei só então que podia circular à vontade pela praça. Havia espaço. Não a tinham enchido de "barraquinhas". Os "rabos-de conversa" que escutava à passagem também me pareceram incomuns ao habitual. Pessoas a discutir assuntos interessantes e pessoas mais variadas. Acho que nunca tinha apanhado algo assim.

Não pensei que a T-shirt fosse chamar a atenção, mas percebi que sim. Principalmente por parte das crianças, que lhe achavam graça. Não diziam nada antes de passar por mim mas depois diziam logo:

-"Mãe! É um cócó!" - disse uma menina, que me fez rir. 


"Merdas acontecem" - disse um menino aos pais após a minha passagem, em voz baixa, como se tivesse descoberto um código. 

Continuei a caminhar rumo ao parque até que escuto o som de música, gritos de emoção e vejo cores e luzes de carrocéis e outras atracções de feira. Era mesmo isso que estava a ocorrer num parque intermediário. Passei para ver. Mas, claro, só para entrar já é preciso pagar. Fiquei de fora. Nunca tinha visto aqui nesta "cidade" onde as pessoas são tratadas como de terceira classe, equipamentos tão diversificados e interessantes. Havia o "martelo", o "sobe e desce", o carrocel de cadeiras. Interessante. Mas não para mim, cujo cérebro tende, depois de ter atingido a "puberdade", a sentir-se zonzo e com ânsia de vómito caso o corpo vá "chocalhar" dentro de uma máquina.  


Chego rapidamente ao parque. Apesar de muita gente, excepcionalmente foi possível caminhar quase com o espaço todo para mim. Muitas pessoas, contudo, espaço suficiente. Nem no inverno consegui momentos assim. 


A natureza linda. A começar pela súbita presença de 28 gansos "do Canadá" - segundo repetiu pelo menos cinco vezes um transeunte. Mais quatro que encontrei na água - embora existissem mais, podem imaginar o tamanho do lago. Também existem cisnes, patos e outras aves. Além de peixes, claro. 

A natureza faz-me bem. Fascina-me sempre. Nunca me canso dela. 




Após muito caminhar, filmar e fotografar, decidi tomar um gelado. Duas libras e 80 cêntimos depois, descobri que aquele foi, até ao momento, o melhor gelado do ano. Denso. A menina ao balcão estava ainda a aprender e notava-se o nervosismo. Quase que a bola de gelado caiu do cone assim que lhe ia dar a segunda lambidela - não estava bem apertada contra o dito. Mas os meus reflexos foram rápidos, aha. Outra surpresa foi ter escolhido o sabor que escolhi! Conseguem perceber qual foi?


Pelo caminho para o parque havia apanhado dois ramos de alfazema/lavanda. No retorno, pretendia apanhar mais. Já estão todos quase secos - com a chuva e o a presença quase perceptível de agosto, já não estão em flor. Era agora ou ter de esperar para o ano!  


Fotografei e filmei mais umas belezas e não resisti em apanhar uma flor naquele jardim. Uma hortênsia azul. Eram lindas!! 

Na volta colhi mais sete ramos de lavanda e fiquei muito satisfeita com o resultado quando as coloquei num vaso. Nem foi preciso fazer nada. 


                                    As hortênsias ficaram na Teresinha. 

Nunca tenho um fim de semana livre. Estou sempre a trabalhar. Não imaginava que ia poder gostar de ter este dia livre como gostei hoje. 

sábado, 5 de setembro de 2020

Os cães sobre 40º de calor e as leis do animal no UK

 

Saí da clínica em direcção ao jardim. Numa escadaria onde, na semana anterior, devido ao muito calor, sentei-me para abrigar-me à sombra, tomar um gole de água e falar ao telemóvel, vi cães. Não dois, ou três, mas quatro!

Como aquela zona do Parque das Nações tem um café com esplanada no topo dessas escadas, inicialmente pensei tratarem-se de animais com dono. Nem me ocorreu que aquela quantidade de cães fossem de rua. 

Dois repousavam à sombra, deitados na calçada. Outro estava a beber (e de que maneira!) água deixada num contentor plástico, bem ao lado do caixote de lixo onde fui despejar um lenço de papel. E o quarto aguardava, pacientemente, vez, atrás da cadela que bebia água. Quando me aproximei do caixote, a que bebia água sobressaltou-se e afastou-se. Afastei-me eu e a segunda cadela de pé aproveitou para beber água. Com a mesma ânsia que a primeira, pareciam estar com muita, muita sede. Foi então que percebi: eram animais de rua.

Alguém deixou ali um balde com água para eles saciarem a sede. E ao lado, se repararem na imagem, está um daqueles cestos que os estabelecimentos comerciais recebem, onde costuma vir armazenado fruta ou vegetais. Estava vazio mas decerto que continha comida. Para mim, quem pensou nestes animais trabalha num supermercado ou restaurante. 

Atravesso a estrada para a rotunda cheia de árvores na qual me senti tão bem na semana anterior, em direcção ao jardim da Ponte. Nisto um homem faz-me sinal. Ignoro, penso que não é comigo. Porque haveria de ser? 

-"Posso fazer-lhe uma pergunta?" - diz ele entre a máscara.

Não entendo bem o que poderá um desconhecido, naquelas circunstâncias, querer comigo, uma transeunte. Indicações? Não conheço bem a zona e ele pareceu-me local.

-"Sim?" -respondo.

-"Foi ali colocar água para os cães, não foi? Acho bem mas porque é que não colocam água aqui entre as árvores, ou ali (mais afastado?). Os cães já atacaram pessoas a sair do autocarro". 

A rotunda arborizada, onde um quinto cão devorava 
algo comestível que lhe foi deixado


O problema dele era ter os cães próximos da sua habitação. Mesmo à entrada de um prédio. Que fossem para a rotunda, ou para o passeio perto do muro... Também há ali sombra. Mas que não deixassem água ou comida perto das casas. 

(Se calhar é porque é longe para a pessoa que os lá foi colocar, não é tão prático transportar aquele peso ainda mais longe dali)

O homem pediu desculpa e afastou-se. Eu segui caminho, desistindo de ficar na rotunda por uns instantes a fazer um relato e fiquei a pensar na falta de humanização versus o sentido de propriedade. Não que ache que o homem estava contra os animais receberem um gesto que provavelmente lhes salvou a vida num dia tão quente. Mas, claramente, a sua prioridade residia em afastá-los da sua vista. 

Ontem o dia chegou aos 40 graus. Aqueles animais tinham tudo para morrer desidratados. Existiu uma alma caridosa no meio daqueles prédios para gente com dinheiro para ali viver, que lhes deixou água fresca. Parece que, hoje em dia, quem ousa ter este tipo de gestos é mais criticado que elogiado, como se estivesse a cometer um sério delito.

Duvido muito que aqueles cães atacassem fosse quem fosse. Não acreditei nessa parte da história do homem para justificar o seu interesse em mantê-los longe da vista. Os animais tinham mais medo de mim, humana, sobressaltando-se à minha passagem e aproximação, do que outra coisa. Encolheram-se ao meu ver, daquela maneira que só um animal que já foi enxovalhado e enxotado sabe reagir.


Qual é a minha perspectiva diante de animais abandonados ou de rua?
Sou a favor da sua existência e DIREITO a viver com liberdade.

Não defendo que devam todos sair das ruas. Pelo contrário. Sei que por vezes precisam de cuidados médicos mas, ainda assim, defendo o direito que têm de viver em liberdade. Tenho pena mas nunca mais esqueço de um cão vadio que fazia vida sem querer fazer parte da casa de ninguém. Para se alimentar e ter companhia, contava com um número considerável de pessoas e ele sabia a quem recorrer quando queria. Se aparecesse ferido, alguém cuidava dele e depois ele desaparecia para parte incerta. Voltando a aparecer quando lhe dava vontade.  

Prefiro um cão na rua, com possibilidade de se alimentar da caridade de muitos, do que vê-los amontoados em jaulas em canis ou saber que vão ser abatidos. Acho que têm o direito de viver soltos, tal como algumas pessoas também exercem esse direito. Penso ser desnecessário mais leis, ou melhores leis, ou mais peditórios de dinheiro para a defesa dos animais. 

Vivo em Inglaterra, onde a realidade animal é diferente, mais rígida nas leis. Um dia percebi que nunca vi sequer um gato vadio na rua.  - Nunca vi um cão ou sequer um gato de rua! A resposta que ouvi foi: "não há animais a viver na rua em Inglaterra, é considerado falta de humanidade". 

A resposta escandalizou-me pela hipocrisia

-"Mas pessoas a viver na rua já pode!"- tive vontade de ripostar.


Na cidade onde vivo, há muitas pessoas sem-abrigo. Todos os anos parecem aumentar. São homens, mulheres, jovens, menos jovens... a pedir dinheiro sem estender a mão e sempre a beber cerveja e a fumar. Tal como muitos outros que andam por ali a deambular, mas que devem ter pousio algures. A diferença é que o álcool e as drogas que estes consomem, vêm disfarçadas em garrafas de refrigerante somente no rótulo. E o sem abrigo não se dá a esse trabalho. De resto, faça chuva ou sol, dormem num chão de pedra, à mercê dos elementos da natureza.


Mas isto não é proibido em Inglaterra.

Já animais, que, ainda que domesticados, sabem viver no seu habitat de rua, não pode ser. Aposto que esta regra nasceu mais de pessoas que vêm os animais vadios como um incómodo social, uma inconveniência, algo que reflecte mal em si mesmos. Criaram então leis que nasceram disso e não na verdadeira preocupação ou amor por outro ser vivo. 

No meu entender, as leis de protecção a animais que os ingleses têm só servem para pedir mais e mais dinheiro ao trabalhador. Na TV passam anúncios de peditórios para protecção de animais e não se ficam por caes ou gatos: é burros, cavalos cegos, papagaios... Parece-me que a toda a espécie do reino animal foi atribuída uma caridade exclusiva. E todas são um poço insaciável e por isso recorrem ao sentimentalismo barato e procuram chocar as pessoas, apelando ao seu sentido de horror e possível experiência pessoal. 

Considero os anuncios televisivos de peditórios errados e pouco deontológicos. Não só usam situações extremas de sofrimento para pedir dinheiro, como definem uma quantia e logo informam que vai ser descontada MENSALMENTE. Cinco libras, costuma ser o mínimo. Ora, tentem lá separar 5 euros mensais e agora multipliquem isto por centenas de ajuda mensal e vejam quanto dinheiro não estão eles camufladamente a extorquir. Sim, porque considero que caridade é aquilo que a pessoa PODE dar, QUISER dar, QUANDO e POR QUANTO TEMPO desejar. Impor um valor mínimo e uma frequência devia ser ILEGAL. Pelo menos acho que é IMORAL.

Imoralidade é o primeiro adjectivo que uso para definir os anúncios de peditórios a animais que vejo em inglaterra, pois só mostram casos extremos. Usam imagens de animais nas piores condições possíveis de doença, cheios de trauma, feridas, sangue, sofrimento, amputações. Recorrem a imagens de um burro a carregar pesos, como se isso não fosse uma função própria para um animal, uma que o homem atribuiu a burros, touros, cavalos, bois, camelos etc, desde os primórdios do desenvolvimento, mesmo antes da mãe de Jesus montar num jumento rumo ao celeiro.

Para mim, quem usa esse tipo de situação singular para pedir continuamente dinheiro, não tem escrúpulos. E questiono muito este tipo de esquema.

Este tipo de anúncio já vai mais ao encontro do que considero correcto.
Mas encontrei-no no Youtube, está longe de ser o género que passa na TV Inglesa

Em Inglaterra, aqueles que têm animais, particularmente donos de cães, por vezes têm comportamentos de quem se acha com mais direitos. Isto pode parecer estranho, mas é o que acontece neste país em que os animais tem direitos que os donos querem fazer prevalecer. 

Uma vez ia a sair do passeio para entrar em casa, quando uma mulher a puxar três cães por uma trela, se recusa a deixar-me passar. Tive de parar e dar prioridade a ela e aos cães, porque ela não os puxou ou mudou de direcção para me ceder passagem. Coisa que em Portugal se faz por instinto e cortesia. Depois de insistir em não se desviar e ter passado, ainda me diz que os cães são para andar na parte de dentro dos passeios. Não pela margem dos mesmos. Os cães com trela não podem andar na berma do passeio?? 

Os donos de cães lá, também têm deveres. Um deles é simples: têm de apanhar as fezes deixadas por estes. Todos cumprem. O que mais temem, realmente, não é isso. Os donos de animais temem outra lei. Uma muito comum, temida por empregadores em particular: o PROCESSO.

Por isso, cada vez que um cão num parque se aproxima de desconhecidos, os donos começam a chamá-los e, caso não impeçam a aproximação, começam a jurar que eles não fazem mal e pedem sempre DESCULPAS por o animal se aproximar e, às vezes, saltar para as pernas. Ficam mesmo com aquela expressão de medo e receio. Pedem muitas desculpas, falam severamente num tom grave com os cães de estimação. 

Parece que é um crime os animais serem... animais. Têm todos de ter lições de comportamento e obedecer aos comandos do dono. Não há o livre arbítrio, não há aquela liberdade para o animal se expressar, como se um cão que vai cumprimentar uma pessoa no parque estivesse a cometer um delito. Haviam de ver o alívio no rosto dos donos quando, ao invés de reclamar e barafustar, limito-me a dar festinhas na cabeça do animal.

Este tipo de interacção só não é mal visto (ainda) se partir do humano. Se for o animal, que, como as crianças, gosta de se aproximar feliz e contente... é incorrecto. Indesejável. 

Foi até aqui que a lei para protecção dos animais conduziu a sociedade inglesa.





terça-feira, 7 de julho de 2020

Os perigos do Portal (e os coelhos)

Abri um portal perigoso. Amanhã conto qual. (O post já esta calendarizado).

É de noite. Chovisca. Estou a caminhar para o emprego. Acabei de passar pelo parque do ano passado, no qual avistei um coelho.

Desta vez acabei foi por ver um rato.

Este ė o ano Chines do rato. 2019 foi o ano chines do coelho. Avistar qualquer um destes animais faz-me lembrar disto.

"Nunca tinhas visto coelhos?"- lembrei-me.

Sim, tinha. E vivos. Mas tirando os que avistei na praça onde uma das minhas avos trabalhava como florista, esfolados e pendurados de cabeca para baixo para que o sangue escorresse, de imediato nao consegui estabelecer a ligacao a quando, na minha infancia 100% citadina, pude estar com coelhos vivos.

Nao demorou mais que segundos para que me lembrasse. Devo essa experiencia a outro avô. Ele mantinha uma horta no centro de Lisboa na qual, entre cenouras, que eram a minha predileccao, criava coelhos. Tirava-os da jaula para que eu lhes tocasse.

Bela recordação.

Tirando isto, so voltei a ver um coelho Vivo dentro de uma gaiola, como animal de estimacao de uma amiga. No campo, livre, selvagem, so os vi o ano passado. Naquele parque. A primeira vez sozinha, na segunda, acompanhada.

Ver coelhos selvagens não foi nada surpreendente para a pessoa que estava comigo. "No quintal da minha casa vejo veados".

Portanto, nada de extraordinario. Extraordinario para a pessoa foi a minha reaccao ao ve-Los.

 (Eu avisei: abri um portal perigoso).

domingo, 14 de junho de 2020

A regeneradora ida ao parque e o direito à LIBERDADE

Foi no dia 31 de Maio. Decidi sair do ambiente toxico que é a casa, atravessei a rua e fui para o parque.

Estava tao bonito ao pé do lago que decidi partilhar um excerto ao vivo no Facebook.

Foi entao que me ocorreu: porque nao fazer um video do parque?

Tenho muitos excertos mas nenhum video em concreto. Ha um Plano, de uma casa num certo angulo que quero filmar novamente. Com a Luz certa, que e quando o relvado nao tem sombras, so reflete a banhada pelo sol.

Fiz desse mini projecto o meu entretem. Achei que me ia fazer bem voltar a treinar o cérebro para pensar em termos de enquadramentos, planos, sequencias. Ocupando-o com algo bom, ao inves do veneno que me andava a consumir por dentro. Ao ponto de, na véspera, ter quase desistido. Nao via nada de bom no meu caminho, so desgraças.

Enquanto filmava (pouco espaco no telemovel), senti-me bem. Pela primeira vez em dias, nao estava arrasada.

Com cuidados, fui filmando. Como estava sem espaco no telemovel, tive de apagar coisas. Isso levou tanto tempo que o relvado diante da casa ganhou sombras.

Nos bancos em frente do casario, Nao me passou despercebido os homens ali sentados, que me observavam e pareceram incomodados com o meu telemovel erguido na direcao da casa.

O parque estava cheio de pessoas. Naturalmente, tentei fazer os planos sem apanhar ninguem. Mas cada vez que conseguia enquadrar o espaço vazio na lente do telemovel,  alguem aparecia para "invadir" o plano. Um parque sem pessoas não mostra realmente a vida que tem. Por isso até gostei daqueles "figurantes" invasores. Tive apenas muito cuidado para nao mostrar ou apanhar grandes planos e preserver um pouco a identidade.

Agora, se isso é obrigatorio em espacos publicos? Não!!

Se estas num parque e alguem esta a fazer um video do mesmo, apareceres nem que seja de relance pode ser uma eventualidade. Quando se esta em espacos publicos devia-se saber disto.

Contudo, senti por parte de todas as pessoas um certo reparo na minha presenca por estar de telemovel a filmar.

Ao longe, a Malta sentada nos bancos do casario, nem pontos negros eram no video. Mal dava para se notar que ali estava gente. Mas mostraram-se inquietos como se estivesse a fazer zoom nas suas caras.

Quando ia para filmar  o lago, surge um grupo que se mete na frente. O que fiz? Continuei a filmar, de longe em travelling até chegar perto. Ficou ate melhor, porque passei por entre as suas silhuetas. Mas claro eles estranharam um pouco. Nada disseram mas senti-o.

O mesmo aconteceu do outro lado mais resguardado do lago. Estava vazio, preparava-me para descer e filmar de uma certas perspectiva, quando oiço uma voz de crianca que nao para de falar. Quando se filma apanha-se o som e por isso esperei que tivesse de passagem. Mas dirigia-se com a Mae para onde eu me dirigia tambem. O parque é publico, Nao posso esperar te-lo vazio, por isso vou me adaptando. Acabo por as deixar entrar no plano. Mas atrapalham-me os de transicao. A "mae" lanca-me olhares furtivos e percebo que nao gosta de ver alguem de telemovel na mao a filmar as aguas e os patos no lago.

Nao quero incomodar e acabo por seguir para outra area do parque: a relvada. É uma extencao tao vasta que pretendo descobrir como melhor a captar à medida que a vou sentindo.

Nisto uma bola de futebol é chutada na minha direcao. Quase me derruba a scooter.
O problema era que a tinha de vigiar e transportar ao mesmo tempo que fazia o video. Aponto o tm a filmar para o cilindro à medida que o devolvo ao "jogador" e neste movimento, vou dando passos para tras. Sempre atenta, percebo uma mulher de bicicleta, fora da ciclovia e ja na relva. Estranhei mas pedi desculpa e deixei que ela encurtasse o meu plano, pois parei o movimento e a filmagem. Ela vira-se para mim  ela que nem estava em cena, e pergunta, em tom agressivo:

-"Pediste autorizacao para filmar as pessoas no parque? Nao podes filmar pessoas".

Ate aquele momento eu estava bem. Como já não me sentia fazia tempo. Subitamente deixei de estar. Graças a ela, à ignorancia dela e das outras pessoas e por me sentir desrespeitada na minha integridade. Mas limitei-me a desviar o olhar do dela e afastei-me, ignorando-a.

Estragou-me o momento. Que estava a ser regenerador, numa altura em que me encontrava ha varios dias muito deprimida.

Ela deve ter-se sentido vitoriosa. "Ameaçou-me" com a sua atitude e eu "fugi" amedrontada- deve ter pensado. Porque eu estava a agir errado - deve ter pensado. Só que nao estava.

Quase lhe gritei que estava num lugar publico e estava a filmar o parque.  Se queria que nao filmasse pessoas, entao que saissem dali.

Percebi o quanto estava emocionalmente fragil porque esta interaccao deprimiu-me novamente.

Passados tantos anos, (mais de vinte!) Em que estudei as leis sobre isto, ainda vigora a ignorancia. E o que é pior: a ignorancia diante de uma realidade muito mais controlada e video-vigiada.

A cada passo que damos estamos a ser filmados. Provavelmente so no WC é que nao existem cameras instaladas. Cada vez que atravesso a passagem de nivel, ha cameras a filmar. Quando entro em shoppings e supermercados, parques de estacionamento, tudo tem videovigilancia.  Empresas, instituicoes, lugares publicos em espacos fechados etc. Estao a filmar cada movimento teu.

E NÃO usam equipamento reles, como um telemovel que nao capta o rosto das pessoas. Mas é dos telemoveis que as pessoas revelam uma fobia estupida.

Nao podem ver uma pessoa a segurar um numa posicao estranha, que logo pensam estar a ser filmados. E sentem-se roubados do seu direito. Mas nao pensam nesse mesmo direito à privacidade quando se passeiam pela Primark, e estao tao à vontade em cafes e esplanadas que exibem comportamentos de foro mais privado, como meter o dedo no nariz, por exemplo.

Essas cameras que os vigiam, (porque é VIGILANCIA nao é filme inocente), essas sim, na pratica, estao a remover a privacidade. Mas como estao fora de vista, ou escondidas... no teto, ninguem se incomoda. Fazem zoom ate os pelos dentro do nariz de uma pessoa, mas nao tem problema.

O problema é um individuo num lugar publico aberto e solarengo, com o seu telemovel, a gravar um dia belo.

E depois tem a estupidez Humana. Alem da ignorancia. E que o ser humano e tao estupido que se a camera que o filmasse fosse daquelas profissionais, e houvesse uma equipa de duas ou quatro pessoas de volta da filmagem, isso ja nao as repele. Ao inves disso, Atrai. Fazem por aparecer. Se for uma equipa de reportagem, tentam aparecer no enquadramento. Se for um filme, meter o nariz e tentam tambem chamar a atencao da camera.

Aparece uma pessoa com um telemovel e estas mesma pessoas ficam iradas. Porque so entao lhes interesse pensar em preservar o seu direito à privacidade.

Burros.

Bom, mas isto para informar que nao e proibido tirar fotografias ou fazer videos  em LUGARES PUBLICOS.

Estao a imaginar um grande concerto? E voces la no meio da multidao a tirar selfies?
A registar a multidao?

Nao vem mal algum nisso, pois nao? Acham natural, se calhar nem pensam que pode "invadir a privacidade" alheia.

Parques e jardins? A mesma coisa.
Nao é proibido. É legal.

O ilicito esta na intencao. Se alguem parecer focar-se em alguem em particular, ou numa crianca, ai é outro tipo de registo. Nao se dece VIGIAR alguem. Mas quando se esta a filmar um dia na Praia, no parque, um passeio em torno do lago... give me a brake!

Ganhem juizo, pessoinhas.
Pensem.
Pensem.

Façam como eu, que me removo do lugar ou viro a cabeca cada vez que alguem esta a tirar uma foto e penso poder estar no enquadramento. Quantas vezes so por atravessar a Praça do comercio do arco da rua Augusta ate o cais das colunas nao fui eu "vitima" de flashes?

Devo estar nas fotos e videos de uns 100 turistas.
Porque o espaco é publico. E todos podem tirar fotos nele.

Se nao fosse assim, viviamos numa ditadura, onde possuir equipamento de registo audiovisual seria um crime com pena de prisão por ser encarado um atentado ao Estado.

A LIBERDADE tem muitas caras.
É preciso defender as CAUSAS CERTAS.

E isto aplica-se tambem à actual situacao das manifs contra a autoridade /o "racismo". Nao se deixem agora levar por manobras de distracao. Precisamos da policia hoje mais do que ontem. E dos bons! Nao a hostilizem ou diminuam. So se faz isso com legitimidade, nao com leviandade.

Agora que o governo quer levantar restricoes ao Covid, a este virus mortal que ainda nao nos abandonou, precisamos da policia para repor a ordem e manter a seguranca.

Quem vai fazer isso?

Nao podemos deixar tudo à merce dos vândalos. Nao alimentem odio.

Tambem estao a sair da quarentena tudo o que é bandido, infractor, carteirista, ladrao.

E todos eles estao com "sede e fome" para voltar a praticar os seus atos. Querem roubar, assaltar e ate pior.

Vai ser esse rapazinho a segurar no cartaz "policia bom é policia morto" que vai dar o peito as balas?

Pela LIBERDADE e PELA ORDEM.
RESPEITEM-SE.








sábado, 16 de maio de 2020

Imaginar um momento

Quando sentada no banco do jardim olhei para o relvado reparei que um pedaço de um ramo com uma flor já seca tinha sido enfiado na anilha de uma lata de refrigerante.

E enterneceu-me o coração.


Imaginei que estava a olhar para o que tinha sido um gesto de intimidade entre um homem e uma mulher.

O local estava cheio de vestigios de presença humana: cheio de detritos como latas de cerveja vazias, guardanapos de papel, cascas de pevides por todo o chão e porcaria no geral.

As pessoas que avistei
Junto ao banco na vespera


Mas entre esta porca realidade que espelha muito bem o tipo de habitante inglês presente em maior numero nesta cidade, existiu quiçá um belo momento de romance.

Em que um cavalheiro arrancou uma flor de um arbusto, prendeu-o numa anilha e colocou-o nos cabelos da sua amada.

Ou é apenas lixo.
Pelo menos foi assim que imaginei ter acontecido ao reparar na ramada enfiada na argola da anilha.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Atrações Física-químicas inexplicáveis



Há coisas que não sei explicar. São coincidências, sensações ainda por definir numa palavra apenas. 
Pelo menos que eu lembre ou conheça. Alguém mais erudito ou elucidado saberá, decerto, indicar-me que palavra isolada refere-se ao que a seguir vou descrever. Afinal, existem palavras para definir tudo nesta língua portuguesa. 


1) Quando estava a morar na outra casa, passei a frequentar um parque um pouco afastado e, mesmo antes de lá chegar, passava por uma longa rua que eu achei que tinha lindas casas, com traços antigos. Punha-me a olhar para elas, imaginando o que se terá vivido ali noutros tempos e o que era das casas agora. E como seria bom poder comprar uma casa ali, recuperá-la e viver numa delas.


Por coincidência, vim morar numa casa nessa mesma rua. 



Coincidência? 
Ou ter gostado, ter sentido uma ligação, um apreço pelo local conduziu a este desfecho?



2) Há coisa de seis meses, quando comecei a ir e regressar a pé do emprego ocasional, sempre pelo trajecto do autocarro, notei uma rua com o nome Newton. Não tinha de caminhar por ela, simplesmente reparava na placa com a indicação e punha-me a imaginar o que estaria por ali. Achei curioso existir uma rua «Newton» no meio de outros nomes que nunca me chamaram a atenção. Associo o nome "Newton" ao físico Isac Newton, cujas leis estudei na escola, um tanto sem grande aptidão para a disciplina. FÍSICA... (Ai,!!) As principais três leis de Newton são: O princípio da Inércia, a Força e a Acção Reacção. (Tive de ir espreitar, já não estava lembrada, eh,eh).

Por esta altura, estava muito desanimada e triste. Já não podia mais ocultar o sol com a peneira e continuar sem admitir que os colegas na casa não conversavam comigo. Além de me sugarem boas energias, desanimava-me. A nível laboral candidatava-me a tanta coisa e não havia meio de algo decolar. Senti que tudo não dava certo. Por isso roguei muito ao Universo, em estado atónito e de incompreensão, para que me fizesse o favor de colocar gente boa na minha frente! Porque merecia.

E foi então que em Julho surgiu um emprego. Ia durar apenas dois meses mas, aproveitei. Fui abordada via telefone por uma agência de recrutamento que nunca contactei a pedir trabalho. Isso surpreendeu-me. Quis saber como chegaram até mim. Mas, num mundo global onde a partilha de dados pessoais tornou-se uma banalidade, acabei por deixar passar e abracei a oferta de emprego com satisfação, gratidão e ânimo! 

Enviaram-me por texto a morada da empresa, «segue por esta rua, até ao fundo... vira à esquerda...»
Algo confuso, feito "acima do joelho"... No primeiro dia, quase me enervei, não dava com ela. Lá arrisquei procurar na esquina, ao final da rua indicada... e encontrei-a.

A empresa funcionava na rua... Já adivinharam? A rua era a Newton!


Acho tremendamente curioso que tenha sentido atracção e curiosidade por uma rua e terminar por arranjar emprego nela. Também tenho de acrescentar o parque! Passava por ele "de raspão", a caminho do tal emprego. Despertava-me muita curiosidade. Mas nunca me atrevi a aventurar-me por ele, pois não sabia ao certo onde ia dar e temi aumentar demasiado o tempo de percurso pedonal, acrescentando cansaço desnecessário aos pés e pernas. Quando descobri que o parque onde passei a ir todas as tardes à hora de almoço pela entrada a Norte era o mesmo pelo qual passava a sul, fiquei maravilhada!

Dois locais a suscitarem a minha atracção, onde acabei por ir parar por um curto período de verão. 

É como se existisse uma energia extra-celestial, de uma outra dimensão, que de vez em quando estende-nos um tapete, esperando que consigamos ler as mensagens do caminho.

Nesta rua de Newton... 
Foi onde tudo aconteceu e deixou de existir. 



A terceira lei de Newton fala de "acção-reacção": "Quando dois corpos interagem, as forças exercidas são mútuas. Se o corpo A faz uma força no corpo B, o corpo B irá fazer a mesma força, só que no sentido oposto, em A".

E sim, existiu um princípio de atracção mútua. Mas a força final foi poderosa e em sentidos opostos.


Resta-me rezar bastante para que a minha cabecinha fique mais lúcida, consiga ler entre as linhas destas súbitas mensagens e comportar-se à altura. Sinto muita curiosidade para saber qual o nome que se segue. Se terei mais alguma intuição/atracção, alguma energia especial por aí...


Qual a palavra para isto?


domingo, 25 de agosto de 2019

Tour pelo parque


Folga de fim-de-semana e um dia fantástico de sol - talvez o último do suposto verão. Fiz como prometido: fui dar uma volta. 


Por muito que quisesse dar um pulo a Londres, o cansaço da semana de trabalho não me permitiu sentir energia para sair da cama às horas em que compensa levantar para aproveitar bem o dia. Acordei de madrugada, várias vezes mas deixei-me ficar até ser quase meio-dia. 



Uma hora depois já havia tomado a decisão de qual seria o destino a rumar: um parque nas redondezas. Um que nunca tinha ouvido falar.



Para lá chegar, disse-me o motorista - precisava atravessar um campo e procurar uma ponte pedonal sobre a via rápida. Foi o que fiz. Assim que entrei a minha visão ficou maravilhada. Campo? Vários campos de futebol, isso sim! Uma imensa área verde relvada, que dava prazer à vista. 



Avistei as casas ao lado e perguntei-me porquê, num dia tão lindo e maravilhoso, não estava aquele campo minado de famílias, a brincar, jogar futebol, relaxar em banhos de sol e conversetas...  Mas de imediato percebi que os seus quintais estavam virados para o campo. E a verdade é que, havendo um campo ao lado de uma casa com quintal, as pessoas preferem o quintal. 



Tive de o atravessar de uma ponta à outra na busca da tal ponte pedonal. O que não esperava é que, depois disso, deparasse com outro campo relvado de idênticas proporções! Mais casas à vista, mas desta vez era a frente da casa que dava para o campo, não os quintais. Nos telhados imensos painéis solares fizeram-me suspeitar que aquela urbanização não era exatamente para pessoas com uma carteira leve. 


Do cimo da ponte pedonal pude ler a placa com o nome do parque. Soube que estava no sítio certo. Porém, a entrada é dubia. Sinais dizem que existe propriedade privada à direita e um parque de estacionamento à esquerda. Segui pelo caminho sem carros. Só vi casas, fechadas com portões. Vivendas privadas para pessoas "pobres" - imaginei. 


Depois de andar até onde foi possível, tive de voltar atrás e ir espreitar o parque de estacionamento. No percurso de regresso percebi uma pista à qual podia ter dado atenção antes: o chão estava assim:


Chão gasto apenas onde passam pneus. O centro do caminho estava averdejado, sinal de que não é pisado por pessoas. Estas quando passam, tendem a caminhar ao centro.

Subi pelo parque de estacionamento e fui dar a uma ponte que atravessava outra via rápida. Ora bolas! Pensei eu. Aquele parque era muito limitado. Há esquerda da entrada na ponte, uma sinal indicava "reserva natural a 200 metros". 


Lá fui. Pouco convencida, confesso. E com razão: Depressa cheguei ao outro lado, só para encontrar uma urbanização onde uma carrinha de supermercado estava a despejar mantimentos. Já estava na "selva de betão" sem sequer ter visto nada sem ser árvores.

Decidi voltar atrás e regressar a casa ou ir a outro lugar. Pelo caminho, avistando a mesma vegetação, pensei para mim mesma que aquele era um lugar excelente para uma mulher sofrer uma violação ou para um assassino despejar o corpo da sua vítima. Só vi mato, sem cuidado, sem vigilância, sem grande frequência. É uma sorte não ser mais frequente esses crimes por cá. Não faltam recantos escondidinhos.



Voltei a ver a ponte pedonal que atravessa a segunda via rápida e pensei: "porque não? Já que vim até aqui, vou também ver o que está do outro lado". Um outro bom indicador foi ver que as pessoas atravessavam essa ponte e assim, decidi seguir atrás de um casal de homens a passear o seu caozinho.

No final da ponte foi como se tivesse percebido que havia um arco-íris! Não, não era um - aqui em Inglaterra dificilmente se avistam - a pesar de estar sol e chuva ao mesmo tempo com bastante regularidade. O que vi foi um lençol de água. E eu sou "taradinha" por ver uma coisa destas. É que me sinto logo contente. 


O parque não tem flores, não tem fauna de relevo e só vi um esquilo da referida "vida animal". Mas um lago grande, onde se pode sentar perto da margem, é sempre agradável. Descansei uns minutitos ali e depois, contornando o lago, dei a volta ao parque, seguindo então para outro poiso. 

Uma coisa boa que encontrei na saída foi uma fonte de água. Pude re-abastecer o flash, que estava pela últimos goles. Percebi que devia estar ali a pensar nos animais que os donos levam a passear por trela. Mas não me importei com isso! Água é água, seja para animais ou pessoas. 

E soube bem refrescar-me e saber que podia beber água à vontade sem ter de a racionar.

O que não se vê muito em qualquer lugar de Inglaterra são contentores de recolha de lixo. Caramba! Acabei por regressar a casa transportando o mesmo "lixo" do qual pretendia livrar-me pelo caminho. Vêm-se muitos - por toda a parte, cestos para se colocar fezes de cães. Mas cestos para o lixo? O parque não tinha nenhum!!

Engana-se quem pensa que Inglaterra é um exemplo de civismo e usa os contentores de fezes para animais - raros em portugal, como exemplo comparativo. Porque aqui não querem cocós na relva, mas acham que todas as pessoas que vão aos parques andam de carro e não lhes faz espécie terem de transportar o lixo de volta para as suas casas.

Outra coisa que não vi em lado algum, foi instalações sanitárias. O "centro de informação" do parque estava fechado - e com ar de já estar assim desde o ano passado, pelo menos. Não, isto aqui deste lado não é perfeito. Mas também não é mau. 

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Uma rotina paradisíaca


Este é o livro que estou a ler no momento.



Faço a minha leitura durante a hora para o almoço, sempre num parque. ADORO. É aquele momento que sabe por muitos.

Tenho vários pousos onde gosto de ficar. Se o dia estiver encoberto com pouco ou nada de sol, gosto de ir para o centro da vegetação. Existe um passadiço em madeira que vai até ao meio do verde, onde imagino que outrora foi um lago, onde o proprietário podia mergulhar e pescar. Há um banco no final do passadiço e é nele que gosto de me deitar de barriga para baixo, deixando o calor da madeira aquecer os meus ossos. A sensação é maravilhosa. Também a contribuir para esta massagem aos sentidos está a brisa, que traz com ela o perfume inebriante de fauna e flora.





Aqui é o meu paraíso, o meu Nirvana. É uma pena que o emprego esteja em contagem decrescente e vá terminar em breve. As pessoas são simples e espetaculares. Uma raridade de 1 em 1000. Podes deixar qualquer coisa em qualquer lugar que vai sempre estar ali.  Ninguém te tira sequer uma coca-cola do frigorífico. Com frequência esqueço o telemóvel no WC e sempre mo vem entregar ou então, quando dou conta, quando regresso ainda se encontra onde o deixei. Em que outros lugares cheios de gente isso acontece? 

Mas o que vai ser mesmo difícil é deixar de incluir o parque na minha rotina. Vou sentir falta.

Chuva, chuvinha, chuvão


Spitting, drizzling, scattered, sunshine.

Atravessar o parque não demora mais do que seis minutos. Mas nesses seis minutos, estava a chuviscar. Depois passou. Não havia mais precipitação. O que durou apenas uns sete passos, uma nova nuvem, quem sabe? E já estava a chover um pouco mais forte. Drizzling - dizem aqui no UK. Não demorou mais que um minuto, e tudo voltou aos chuviscos (Spitting). Que subitamente se tornaram "scattered" (chuva forte). E tão depressa como tudo chegou e foi, apareceu o sol e sumiu a chuva. 

É assim o UK.
E eu adoro, confesso.


O CÉU FOTOGRAFADO COMIGO NO MESMO LUGAR, 
APONTANDO A CAMERA EM DIRECÇÕES LIGEIRAMENTE DIFERENTES





segunda-feira, 5 de agosto de 2019

O meu jardim


Fazia dois anos que lá não ia! Mas decidi regressar àquele que foi o parque que mais me fascinou quando aqui cheguei. Pesquisei mas não consegui encontrar informação viável sobre as suas dimensões. Originalmente chegou a ter 9km. 

É um parque semi-floresta. Gostei de caminhar pelos caminhos mais sossegados. Aqui ficam umas imagens. 


 CAMINHOS




FAUNA GIGANTE








FLORES




BRANCAS





ROXAS







AMARELAS







VERMELHAS










LARANJA



ROSAS





MISCELANIAS





VEGETAÇÃO



INSECTOS


MEMORIAIS
Os parques ingleses têm muito o costume de ter placas com nomes de pessoas falecidas, geralmente colocadas em bancos mas também em esculturas para o efeito. Aqui ficam alguns exemplos.

1
Planta, árvore ou arbusto em homenagem a...




2
O ESCONDIDINHO
Este banco com nome de uma pessoa falecida está quase engolido pela vegetação.
Sinto tristeza quando encontro estes bancos, porque não convida a sentar. 
Sempre imagino a alma da pessoa desolada, triste, chorosa, por se encontrar esquecida, isolada, solitária, implorando por companhia... 

Fui ver o nome da pobre alma: Doris.
Uma mulher.


Depois enfiei-me atrás da "Doris", para sentir o quão solitária ela deve sentir-se.
Surpresa total: A Doris está escondidinha...
Mas ela vê tudo!


Malandra da Dóris!
Será que em vida ela também era assim?
A espreitar nas sombras do melhor cantinho a vigiar tudo?

3
PLACAS EM ESCULTURA
(Porque não há banco que chegue!)



falecidos em 2019

Nota: Depois eu é que sou macabra por achar bonito um cemitério!

4
Placa rara: indica a circunstância do falecimento.
O que será que aconteceu na China em 2000?
Shirine é nome masculino ou feminino?




FLOR FAVORITA
Foi a última que vi:

 No jardim

Pequena rama que colhi para recordar de perto a pura beleza das cores, das formas e da distribuição desta curiosa criação da natureza.


FOTOGRAFIA FAVORITA: