Metereologia 24 h

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domingo, 4 de outubro de 2020

Wc as 7 am?- UPDATE

 Sao 7 da manha e a M. Vai ao WC. 

Os ruidos vindos dali intrigam-me. Suspeito que algo possa estar a acontecer. 

Ela puxa o autoclismo três vezes. Não é habitual. Sai, desce à cozinha, sobe. Volta a entrar no WC. 

Temo que danifique algo e depois esconda isso. Ela é muito inclinada para danificar. No wc ja partiu o suporte de rolo de papel higienico, avariou o autoclismo e fingiu não perceber e não ter sido ela, partiu uma peca da torneira do duche que faz falta para a poder girar e quando me mudei paraa casa já encontrei o cabo do piaçá partido. Cada vez que a oiço lá dentro, é certo que vou também escutar um estrondo de algo a cair ao chão. Não teria mal algum, não fosse isso acontecer 90% das vezes. Estando a minha cabeça encostada na parede ao lado, é impossível não estremecer com o estrondo.

Já aqui contei nos posts anteriores o estado em que ela deixou o WC esta semana. Pois ontem, quando chegou, foi direta à casa de banho. Não pensei nada sobre isso. Estava ocupada e não liguei. Só de madrugada lá entrei e notei algo castanho avermelhado, já seco, em volta do tampo da sanita. Apressei-me a limpar. E deixei os tampos erguidos, porque gosto que se veja que tudo está limpo. 

Agora voltei a lá entrar, já depois dela ter saído. Quando vi um monte de papel higienico dentro da sanita, disse: "Ai, ai, ai!".

Três descargas e o papel ainda está no fundo da sanita? Temi que ela a tivesse entupido. E virado as costas, como quem não sabe de nada. 

Percebo que já estou a viver com este tipo de receios: o receio de quem não sabe o que vai encontrar quando quiser usar o WC. E não gosto. Vou ter de falar com ela. Porque assim não dá. Não é justo comigo.

Claro, dei a descarga para me certificar que tudo estava bem. O papel higiénico desceu. Só para deixar à vista que ela deixou merda por limpar. 

Foi ainda pior.

Não gostei. Parece que está a fazer de propósito. Todo o santo dia arranja forma de piorar o aspeto da casa de banho. São agora 8.30h e ela já voltou a deambular pela casa. Desce e sobe. Abre e fecha portas. Escutei alguém ir ao WC só para se assoar. E fiquei a pensar: querem ver que trouxe companhia?

Se trouxe, espero que o tenha encaminhado para o WC do andar de baixo. Porque o de cima, como ela o deixou, deve ter vergonha de mostrar a um gajo.

Não consigo dormir agora, com este tipo de coisa no pensamento. 

Na cozinha, quando desceu, deixou a sua tigela branca - que faz questão de usar para não usar as da casa devido ao Covid - dentro do lavatório cheia de um doce de chocolate. Fiquei zangada. Caga o WC e depois vai comer chocolate. E deixa ali a tigela para lavar quando bem lhe apetecer. ELA, que tanta vez criticou os outros na casa por muito menos. Ela, que assim que a nova rapariga virou as costas deixado uma tigela na bancada, logo me chamou a atenção. Não demostra qualquer hesitação em apontar dedos a terceiros. Caramba! Não lhe sobra uns tantos para os apontar a ela mesma?


JÁ AGORA um aparte curioso:
Se forem a entrar nos quartos de cada um de nós, provavelmente o mais arrumado é o dela. Os dos outros três é meio-meio. Mas digo-vos: Dividir a casa com os outros dois, é na boa. Têm-se mostrado bem mais respeitadores dos espaços comuns do que ela. Lavam a loiça logo a seguir a usarem - ou quase, e ela, por vezes, deixa panelas de um dia para o outro. Não ocupam mais espaço do que precisam e costumam limpar a bancada. Já ela deixa migalhas por todo o lado. Principalmente no chão. 

É só para reflectirem: quando se julga um livro pela capa. Se calhar, entrando nos quartos de cada pessoa, acha-se que a mais limpinha é aquela que tem o quarto mais limpinho e arrumado. Mas não é. É até o oposto! A Gordzilla também tinha uma vaidade tão grande que o seu covil tinha de estar imaculado quando alguém ia lá espreitar. Ficou mais de meia-hora a esfregar as paredes - numa ocasião. 

Mas é exatamente só aparência. O que valorizam é o que os outros vão pensar ao entrar e ver o quarto. Querem passar uma imagem perfeita - que não corresponde à realidade. Só nas suas cabeças. Já pessoas mais genuínas, não são obcecadas com isso. É também uma questão de egoísmo. A M. pensa só nela - como pude verificar por ocasião do termómetro (a forma como falou não cheguei a mencionar aqui, foi mais ou menos: "Se eu quero 27 graus, fica 27 graus, não vou tirar por vocês".

Eu não sou grande coisa nas limpezas mas tenho uma característica fantástica: limpo atrás de mim. Limpo enquanto cozinho. Lavo os tachos antes de começar a comer. E lavo o prato de seguida. Não deixo migalhas ou sujidade na bancada. Cuido para não fazer sujidade, que assim fica mais fácil para limpar. A nova rapariga faz basicamente o mesmo. O rapaz, também. 

Quando me mudei a M. só falava que queria o JA daqui para fora. Estava longe de imaginar que ia nutrir um desejo idêntico por ela. Gosto dela para conversar, quando não lhe dá para ser repetitiva. Para partilhar casa? Não estou a gostar. 


ACTUALIZAÇÃO:

Para encerrar este assunto, falei com a M. e perguntei-lhe o que aconteceu na casa de banho para estarem marcas tipo estrias na pele pelo vidro do duche e pelo suporte das toalhas. 

Ela não sabia o que eu queria dizer. Se sabia, soube enganar-me bem. Fiquei com a impressão de que ela é totalmente CEGA para a confusão que deixa atrás de si. 

Acham isto imperceptível?

Como ela se mostrou tão minuciosa quando foi para encontrar sujidade feita por outros, naturalmente jamais me ocorreu que fosse incapaz de ver qualquer sujidade onde fosse, por menor que fosse. 

Disse-me que ia limpar. Mas limpou muito mal. O vidro continua manchado e nota-se que ela nem passou o pano até baixo. Parou a meio. Seja como for, porque lhe falei do assunto, na boa, ao inves de o deixar a remoer dentro de mim, o incomodo que sentia desapareceu.

Sei que nunca vou ter o wc limpo como deve de ser. Não é esse o tipo de pessoa que a M. é. Quando ela usa o banheiro, é como se uma bomba tivesse explodido: fica creme por todo o lado! 




quarta-feira, 30 de setembro de 2020

É por aqui que vieste ao MUNDO

 


A DOR DO PARTO 

"O corpo Humano só pode suportar 45 unidades de dor. Durante o parto, uma mulher suporta até 57, o que equivale a 20 OSSOS quebrados todos de uma só VEZ.

Respeite o género feminino. Tome consciência do que nos diferencia e ame o amor capaz de suportar tamanha dor".


Encontrei esta informação na internet. 

O que acham?

domingo, 14 de junho de 2020

A regeneradora ida ao parque e o direito à LIBERDADE

Foi no dia 31 de Maio. Decidi sair do ambiente toxico que é a casa, atravessei a rua e fui para o parque.

Estava tao bonito ao pé do lago que decidi partilhar um excerto ao vivo no Facebook.

Foi entao que me ocorreu: porque nao fazer um video do parque?

Tenho muitos excertos mas nenhum video em concreto. Ha um Plano, de uma casa num certo angulo que quero filmar novamente. Com a Luz certa, que e quando o relvado nao tem sombras, so reflete a banhada pelo sol.

Fiz desse mini projecto o meu entretem. Achei que me ia fazer bem voltar a treinar o cérebro para pensar em termos de enquadramentos, planos, sequencias. Ocupando-o com algo bom, ao inves do veneno que me andava a consumir por dentro. Ao ponto de, na véspera, ter quase desistido. Nao via nada de bom no meu caminho, so desgraças.

Enquanto filmava (pouco espaco no telemovel), senti-me bem. Pela primeira vez em dias, nao estava arrasada.

Com cuidados, fui filmando. Como estava sem espaco no telemovel, tive de apagar coisas. Isso levou tanto tempo que o relvado diante da casa ganhou sombras.

Nos bancos em frente do casario, Nao me passou despercebido os homens ali sentados, que me observavam e pareceram incomodados com o meu telemovel erguido na direcao da casa.

O parque estava cheio de pessoas. Naturalmente, tentei fazer os planos sem apanhar ninguem. Mas cada vez que conseguia enquadrar o espaço vazio na lente do telemovel,  alguem aparecia para "invadir" o plano. Um parque sem pessoas não mostra realmente a vida que tem. Por isso até gostei daqueles "figurantes" invasores. Tive apenas muito cuidado para nao mostrar ou apanhar grandes planos e preserver um pouco a identidade.

Agora, se isso é obrigatorio em espacos publicos? Não!!

Se estas num parque e alguem esta a fazer um video do mesmo, apareceres nem que seja de relance pode ser uma eventualidade. Quando se esta em espacos publicos devia-se saber disto.

Contudo, senti por parte de todas as pessoas um certo reparo na minha presenca por estar de telemovel a filmar.

Ao longe, a Malta sentada nos bancos do casario, nem pontos negros eram no video. Mal dava para se notar que ali estava gente. Mas mostraram-se inquietos como se estivesse a fazer zoom nas suas caras.

Quando ia para filmar  o lago, surge um grupo que se mete na frente. O que fiz? Continuei a filmar, de longe em travelling até chegar perto. Ficou ate melhor, porque passei por entre as suas silhuetas. Mas claro eles estranharam um pouco. Nada disseram mas senti-o.

O mesmo aconteceu do outro lado mais resguardado do lago. Estava vazio, preparava-me para descer e filmar de uma certas perspectiva, quando oiço uma voz de crianca que nao para de falar. Quando se filma apanha-se o som e por isso esperei que tivesse de passagem. Mas dirigia-se com a Mae para onde eu me dirigia tambem. O parque é publico, Nao posso esperar te-lo vazio, por isso vou me adaptando. Acabo por as deixar entrar no plano. Mas atrapalham-me os de transicao. A "mae" lanca-me olhares furtivos e percebo que nao gosta de ver alguem de telemovel na mao a filmar as aguas e os patos no lago.

Nao quero incomodar e acabo por seguir para outra area do parque: a relvada. É uma extencao tao vasta que pretendo descobrir como melhor a captar à medida que a vou sentindo.

Nisto uma bola de futebol é chutada na minha direcao. Quase me derruba a scooter.
O problema era que a tinha de vigiar e transportar ao mesmo tempo que fazia o video. Aponto o tm a filmar para o cilindro à medida que o devolvo ao "jogador" e neste movimento, vou dando passos para tras. Sempre atenta, percebo uma mulher de bicicleta, fora da ciclovia e ja na relva. Estranhei mas pedi desculpa e deixei que ela encurtasse o meu plano, pois parei o movimento e a filmagem. Ela vira-se para mim  ela que nem estava em cena, e pergunta, em tom agressivo:

-"Pediste autorizacao para filmar as pessoas no parque? Nao podes filmar pessoas".

Ate aquele momento eu estava bem. Como já não me sentia fazia tempo. Subitamente deixei de estar. Graças a ela, à ignorancia dela e das outras pessoas e por me sentir desrespeitada na minha integridade. Mas limitei-me a desviar o olhar do dela e afastei-me, ignorando-a.

Estragou-me o momento. Que estava a ser regenerador, numa altura em que me encontrava ha varios dias muito deprimida.

Ela deve ter-se sentido vitoriosa. "Ameaçou-me" com a sua atitude e eu "fugi" amedrontada- deve ter pensado. Porque eu estava a agir errado - deve ter pensado. Só que nao estava.

Quase lhe gritei que estava num lugar publico e estava a filmar o parque.  Se queria que nao filmasse pessoas, entao que saissem dali.

Percebi o quanto estava emocionalmente fragil porque esta interaccao deprimiu-me novamente.

Passados tantos anos, (mais de vinte!) Em que estudei as leis sobre isto, ainda vigora a ignorancia. E o que é pior: a ignorancia diante de uma realidade muito mais controlada e video-vigiada.

A cada passo que damos estamos a ser filmados. Provavelmente so no WC é que nao existem cameras instaladas. Cada vez que atravesso a passagem de nivel, ha cameras a filmar. Quando entro em shoppings e supermercados, parques de estacionamento, tudo tem videovigilancia.  Empresas, instituicoes, lugares publicos em espacos fechados etc. Estao a filmar cada movimento teu.

E NÃO usam equipamento reles, como um telemovel que nao capta o rosto das pessoas. Mas é dos telemoveis que as pessoas revelam uma fobia estupida.

Nao podem ver uma pessoa a segurar um numa posicao estranha, que logo pensam estar a ser filmados. E sentem-se roubados do seu direito. Mas nao pensam nesse mesmo direito à privacidade quando se passeiam pela Primark, e estao tao à vontade em cafes e esplanadas que exibem comportamentos de foro mais privado, como meter o dedo no nariz, por exemplo.

Essas cameras que os vigiam, (porque é VIGILANCIA nao é filme inocente), essas sim, na pratica, estao a remover a privacidade. Mas como estao fora de vista, ou escondidas... no teto, ninguem se incomoda. Fazem zoom ate os pelos dentro do nariz de uma pessoa, mas nao tem problema.

O problema é um individuo num lugar publico aberto e solarengo, com o seu telemovel, a gravar um dia belo.

E depois tem a estupidez Humana. Alem da ignorancia. E que o ser humano e tao estupido que se a camera que o filmasse fosse daquelas profissionais, e houvesse uma equipa de duas ou quatro pessoas de volta da filmagem, isso ja nao as repele. Ao inves disso, Atrai. Fazem por aparecer. Se for uma equipa de reportagem, tentam aparecer no enquadramento. Se for um filme, meter o nariz e tentam tambem chamar a atencao da camera.

Aparece uma pessoa com um telemovel e estas mesma pessoas ficam iradas. Porque so entao lhes interesse pensar em preservar o seu direito à privacidade.

Burros.

Bom, mas isto para informar que nao e proibido tirar fotografias ou fazer videos  em LUGARES PUBLICOS.

Estao a imaginar um grande concerto? E voces la no meio da multidao a tirar selfies?
A registar a multidao?

Nao vem mal algum nisso, pois nao? Acham natural, se calhar nem pensam que pode "invadir a privacidade" alheia.

Parques e jardins? A mesma coisa.
Nao é proibido. É legal.

O ilicito esta na intencao. Se alguem parecer focar-se em alguem em particular, ou numa crianca, ai é outro tipo de registo. Nao se dece VIGIAR alguem. Mas quando se esta a filmar um dia na Praia, no parque, um passeio em torno do lago... give me a brake!

Ganhem juizo, pessoinhas.
Pensem.
Pensem.

Façam como eu, que me removo do lugar ou viro a cabeca cada vez que alguem esta a tirar uma foto e penso poder estar no enquadramento. Quantas vezes so por atravessar a Praça do comercio do arco da rua Augusta ate o cais das colunas nao fui eu "vitima" de flashes?

Devo estar nas fotos e videos de uns 100 turistas.
Porque o espaco é publico. E todos podem tirar fotos nele.

Se nao fosse assim, viviamos numa ditadura, onde possuir equipamento de registo audiovisual seria um crime com pena de prisão por ser encarado um atentado ao Estado.

A LIBERDADE tem muitas caras.
É preciso defender as CAUSAS CERTAS.

E isto aplica-se tambem à actual situacao das manifs contra a autoridade /o "racismo". Nao se deixem agora levar por manobras de distracao. Precisamos da policia hoje mais do que ontem. E dos bons! Nao a hostilizem ou diminuam. So se faz isso com legitimidade, nao com leviandade.

Agora que o governo quer levantar restricoes ao Covid, a este virus mortal que ainda nao nos abandonou, precisamos da policia para repor a ordem e manter a seguranca.

Quem vai fazer isso?

Nao podemos deixar tudo à merce dos vândalos. Nao alimentem odio.

Tambem estao a sair da quarentena tudo o que é bandido, infractor, carteirista, ladrao.

E todos eles estao com "sede e fome" para voltar a praticar os seus atos. Querem roubar, assaltar e ate pior.

Vai ser esse rapazinho a segurar no cartaz "policia bom é policia morto" que vai dar o peito as balas?

Pela LIBERDADE e PELA ORDEM.
RESPEITEM-SE.








terça-feira, 29 de outubro de 2019

A rejeição que soube bem


Ainda não vos contei do "nega".
Faz quase um mês que o recebi - foi no dia 10 de Outubro. Desde então estou para fazer um post sobre o mesmo.

Sobre a entrevista de emprego que mencionei aqui, soube que tinha estragado tudo. No dia 10 recebi o telefonema que confirmou as minhas suspeitas. Não fui seleccionada. Recebi um nega. Mas não foi uma rejeição comum, muito pelo contrário. Nunca fui tão bem dispensada na minha vida! A sério: a pessoa até me fez sentir bem.

Eu sabia que havia um motivo pelo qual queria ir trabalhar para aquela empresa. São as pessoas, a mentalidade, os comportamentos, que me atraem. Foram formais mas simpáticos. E isso transpareceu no que li no site e comprovou-se no telefonema. Um dos homens que me entrevistou ligou-me, apresentou-me, disse-me que fazia questão de telefonar ele mesmo e falar pessoalmente que neste instante não iam prosseguir com a minha candidatura. Depois elogiou-me os pontos fortes e deu-me dicas para melhorar onde falhei.

Opá, com uma rejeição destas, uma pessoa até sente o dia a correr-lhe melhor.
Subitamente foi como se se fizesse luz no meu cérebro.
Estou tão acostumada a maus tratos, que já nem me lembro o que é ser tratada com decência. Por isso senti-me atraída para aquela empresa. É a minha necessidade de me rodear do oposto daquilo que me rodeia. 

E percebi como é que uma pessoa merece ser tratada. Com respeito - sempre com respeito, mesmo se tiver que receber uma notícia menos boa. Que pena que poucos agem assim!

Lembrei-me automaticamente da rejeição mais recente que vivi, aquela que mais me custou (sabem qual). Comparei as duas: são tão distintas que nem estão no mesmo espectro. 

Não devia estar a sofrer como estou por alguém que não soube mostrar respeito básico por outro alguém. Contudo, sofro, é a realidade. Não a posso escolher tal como não nos é possível escolher por quem nos vamos apaixonar. Ainda não consegui eliminar isto da minha vida mas, se tivesse recorrentes exemplos como este e vivesse rodeada de pessoas decentes, chegaria lá rapidamente. 

O ambiente onde fui criada tem ditado as armadilhas onde sempre tropeço e as pessoas que sentem atracção por mim. 

Lembrei também de uma altura na vida - desagradável de passar, em que tive de ser eu a rejeitar um pretendente. Lembro-me dele me dizer que eu era mesmo especial, porque mesmo sendo rejeitado, estava a fazê-lo sentir-se bem. EU SOU esse tipo de pessoa. Se posso puxar alguém para cima, para quê vou martelá-la para baixo?

Queria que mais pessoas destas me cercassem. Só isso. 

  

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Velórios e últimos adeus

Até este momento da minha vida ainda só estive presente em três velórios.

Os dos meus avós e o de uma irmã de um deles.

O que retirei desta experiência é que cada um é diferente
E é assim mesmo que tem de ser. 

Estava aqui a pensar e subitamente percebi que é até possível um dia não vir a estar presente num velório, mesmo sendo o de uma pessoa de quem gosto ou tenho por laços de sangue obrigação de lá estar. Não fará de mim uma pessoa que goste menos ou mais do falecido. E o julgamento de terceiros não devia condicionar.  


Digo isto porque, como disse, cada um foi diferente. No primeiro, fui ao velório e fui à cremação. No segundo, fui ao velório mas não à cremação. Sabia que a pessoa não queria ser cremada, embora um familiar tivesse garantido que sim e os outros foram atrás por acharem a ideia bem mais cómoda e repudiarem a existência de um corpo enterrado e o seu lugar assinalado com uma lápide. Como se isso fosse um absurdo, quando o sepultamento tem sido a prática de gerações e gerações. Depois acrescentaram não estarem para "ter de cuidar da manutenção da campa". Como se isto fosse sobre eles, e não sobre a pessoa falecida e o seu último desejo.

Não fui e não senti falta de ir. Nem precisei, escutei a voz da pessoa que faleceu aquando o seu velório, logo após os procedimentos do padre. Mais ninguém pareceu escutar e eu soube o que ela queria e fiz-lhe a vontade. 

Ela falava a rir, daquela maneira que ria quando era viva, estava ali presente, claro, como estaria também se viva fosse. Gostava de ver o que estava a acontecer no momento e estar com pessoas. Já o meu avô esteve ausente no seu velório, só "apareceu" no final, depois da cremação consumada. Queria nos tirar o pesar, estava incomodado com ele quase sem o entender. Fazia questão de repetir que estava bem, que nunca se sentiu melhor. Estava feliz, podia correr, tinha energia e estava com uma pessoa querida. 

Se não quiserem não acreditem mas isto aconteceu. Acho que se os mortos "falam" do além, fazem-no com todos. Mas escuta apenas aqueles que estiverem na frequência certa, num momento em que se torna possível. E lá por acontecer uma vez, não é garantia que acontece mais. São muitas as variantes.  

Mas isto para dizer que contemplo a possibilidade de um dia não comparecer nem a um velório, nem a uma cremação/enterro. E se calhar, talvez compareça a todos ou, com sorte, somente ao meu. 

Gostava de ver todos a serem eles mesmos, sem máscaras. Mas há quem use máscaras a vida inteira e assim, quando uns aparecem para velar o morto, é como se aparecessem para o enterro de um desconhecido. Vêm prestar um extremo pesar junto à família por alguém que só existiu para eles. 

Isto faz sentido? 

Sim, faz. Basta pensar quando um artista morre. As massas entram todas em luto mas só a família sabe realmente quem era a pessoa que estão a velar.


Estava no facebook quando vi o post de uma pessoa que conheço bem. E o que ali aparece não é o que a pessoa é no dia a dia, sem os "holofotes" das atenções de terceiros. Imaginei aqueles que comentam o post a aparecer ao velório... transtornados, como se tivessem perdido a pessoa mais simpática do mundo. Mais um dos "bons e justos" que se vai, etc. etc. 

Ao perceber isto pensei que não ia gostar de estar presente.
Mas a vida é assim mesmo e não admitir que seja também não ajuda ou altera seja o que for.
É navegar com a corrente?





domingo, 18 de fevereiro de 2018

Um ano de cão ou um ano de... ??


A passagem do Pedro Coimbra por este blogue para desejar um "feliz ano do cão" veio mesmo a propósito. Segui o link que providenciou para saber as previsões do meu signo para este ano. Eis o que me apareceu. A sério, fico de boca aberta!


Ando eu aqui a perder o meu sono, preocupada exatamente com a situação da casa. Decidi ficar onde não estava a sentir-me bem, devido à insistência da senhoria e também por o indivíduo ter vindo ter comigo para me dizer que "não precisava ir embora". Isso fez-me achar que existia uma abertura para regressar a uma convivência não digo de amizade, mas harmoniosa, sem atribulações e más vontades.

Mas se calhar interpretei tudo muito mal. O indivíduo não respondeu a um email que lhe escrevi expondo dois temas com os quais havíamos conversado: as contas e as limpezas. IGNOROU. E isso para mim é um sinal de que não está com a mínima disposição de facilitar as coisas e levar a convivência de volta para um patamar de tolerância, respeito e cordialidade. Não vai sequer esforçar-se. Foi tudo uma mentira.

E agora estou a voltar a questionar a minha decisão. 
Uma coisa que ainda não sabem é que... estou em Portugal! Yeih!
Tive oportunidade de vir uns dias e decidi vir.

E agora encontro-me aqui em terras lusas, sobre este sol de Inverno maravilhoso, e o meu pensamento, o meu precioso tempo, que queria ocupar com coisas boas, o meu descanso - tudo continua a ser invadido por aquela assombração, aquele tormento. 

Existe mais que um motivo para estar neste ponto.
É que, tomei a decisão de que vou ficar na casa mas irei mudar de quarto. Vou para um minúsculo, onde acho que me vou sentir melhor. Mas ainda não abandonei o meu! Tenho lá todas as minhas coisas. Ainda é o meu quarto, o lugar que é só meu e onde ninguém deve entrar sem meu conhecimento ou permissão. E bastou eu sair de lá para me sentir desrespeitada e invadida. Pois o indivíduo entrou dentro dele. Sem nada me comunicar. Entrou de um jeito como se fosse o "dono de tudo". Um jeito invasivo, arrogante, autoritário, ditador. 

E a minha inquietação regressou.
Quase duas da manhã - faz 4 horas que o vi entrar no meu quarto, e ainda estou aqui, a pensar se vai voltar a fazer o mesmo todos os dias da minha ausência.

Cada vez que alguém está prestes a sair de um quarto, é perguntado quando este está disponível para receber visitas e também perguntam ao actual proprietário SE PODEM levar pessoas para o ver. Isso não aconteceu. Através de uma camera que lá deixei, foi com espanto que vi a porta abrir-se e duas pessoas entrarem. A rapariga que nunca vi antes, deu três tímidos passos em frente e viu tudo com o olhar. O indivíduo não... ele entrou invadindo, como se aquilo fosse dele. Como se lhe tivesse dado alguma autorização para ver as minhas coisas, olhar para a forma como as disponho no quarto. Entrou e avançou, contornou a cama, fez críticas à forma como deixei o colchão, reposicionou-o, e sei que perscrutou com o olhar tudo o que podia, tecendo na sua cabeça críticas ao conteúdo dos meus pertences. 

Sinceramente, fiquei espantada. NÃO ESPERAVA. Sinto que é uma invasão, uma falta de respeito.

Sei disto porque tinha instalado uma camera de video que comprei com intenção de trazer para lisboa e me comunicar à distância com os meus. Mas a encomenda atrasou e ficou empatada na alfandega, pelo que quando cá estive no Natal, não a pude trazer comigo. Entretanto ao regressar ao uk, decidi tentar ver como funciona e liguei-a. A princípio não entendia nada daquilo e comecei a achar que foi um desperdício de dinheiro e, infelizmente, um mau investimento. Mas após alguma teimosia lá consegui a por a funcionar (instruções em chinês, vem a propósito do início deste post) e depois fiquei maravilhada. O "sonho" de ter uma camera vinha da adolescência e realizou-se agora. Não que pretendesse espiar, mas acho o máximo como registo. Então ela ficou ali, ligada. De vez em quando dava-me sinal que algo aconteceu, eu ia ver, e era eu que me tinha mexido e a camera não se esquecia de me alertar, eheh.

Mas quando saí de lá estava longe de achar que ia registar fosse o que fosse, senão um espaço vazio e silencioso. Contudo, ela já registou DUAS entradas não autorizadas no meu quarto

Uma ontem, outra anteontem e agora estou com receio que o faça todos os dias.
Bastou eu e a senhoria, que mora na mesma rua e também ia ausentar-se em viagem, «desaparecer-mos» dali. Subitamente até aparece uma pessoa interessada em ver quartos - algo que não acontece há mais de um mês, desde que vagou o primeiro. E também aqui, não faço ideia quem é a pessoa que entrou ali no meu espaço privado. Ao contrário de outras ocasiões, não recebi NENHUM email de alguém a mostrar interesse. 

Até nisso estou a ser vitimada. Pois tudo é partilhado online sem o mínimo foco na privacidade. Emails que só dirijo à senhoria são de imediato do conhecimento do indivíduo - de tal forma que suspeito que ele tem a password dela e é por isso que lê e "filtra" tudo o que esta recebe. Percebi que se lhe pretendo comunicar algo que fique entre nós e não seja anunciado, tenho de o fazer pessoalmente. Por email não dá. Já o solicitei no texto em letras em negrito - e no dia a seguir ouvi o indivíduo a perguntar à "mais nova" se tinha lido o email que eu havia escrito, mencionando-lhe alguns pontos do conteúdo.

Um email pessoal dirigido a uma so pessoa!!

Que a senhoria não me soube confirmar se o recebeu ou não ou se o partilhou (contra os meus pedidos). Inicialmente fez-se de desentendida, dizendo que não o recebeu. 

Para mim estavam os dois a tentar fazer-me passar por parva. E eu ia mesmo embora. Não havia volta a dar. Até que fui para a "nova" casa e não me senti a viver nela. Senti-me reclusa, infeliz. 

Mudei de ideias, decidi rejeitar essa nova casa, perdendo com isso metade do sinal que dei para reservar o quarto novo.

Não têm sido momentos fáceis, nem economicamente vantajosos. Vir a Portugal era suposto fazer-me renovar as energias, espairecer, pensar em coisas boas e focar-me no que interessa.

E aqui estou eu, precisamente a passar pelo inverso.
Cheguei cheia de positivismo, boas energias, boa disposição e vontade de fazer tanta coisa - já tudo me foi roubado. 

O que pode ser muito prejudicial. 

Ao vê-lo entrar pelo meu quarto a dentro sem sequer me avisar que tinha essas intenções, fiquei chocada mas tentei entender, justificar, pelo sentido de que "alguém" apareceu para ver o quarto - embora quase possa afirmar que a rapariga não solicitou ver aquele em particular, ele é que aproveitou para espiar. E depois, tenho a certeza que ele ia usar o pretexto de "ter de mostrar o quarto" para justificar a sua presença e não ser moralmente criticado pela presença não autorizada nem comunicada. 

Estava disposta a "deixar passar" este episódio isolado. Até surgir outro. Aqui há horas, a camera volta a dar-me sinal de que algo se moveu. Até temi... E vejo-o a entrar pela escuridão a dentro, direto à janela que está destrancada mas não aberta, e fica ali a fazer muito barulho nos estores de metal. Terá inventado uma desculpa para lá entrar? Mas com que direito? O QUARTO NÃO ESTÁ DESOCUPADO. 

Agora temo o alerta da camera...
Temo o próximo, quando devia continuar segura de que nunca ia receber nenhum.




quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Para reler.

7 outubro 2015

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Manter a casa limpa


Estava a pensar deixar os comentários neste blogue com publicação imediata. Afinal, durante estes 8 anos, recebi pouco spam e nunca apanhei com um comentário mal educado, maldoso, agressivo, ofensivo. Porque não deixar fluir? O universo tem maneiras de nos explicar porquê... 

Lá apareceu a excepção. E pelos vistos, pode ser daquelas que te «persegue» obsessivamente por outros cantos. Lamentável. Por causa de uns sem-educação, que se autoproclamam melhores e mais inteligentes, pagam todos. 

Os comentários vão continuar a ser publicados após aprovação. É apenas sensato. 
É como gostar de manter a casa livre de sujidade. 





segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Pérolas a Porcos


Se há uma coisa que de certo modo pode definir a minha vida é que sempre estive anos à frente do meu tempo. E percebendo isso interrogo-me, hoje, como será daqui a várias décadas (infelizmente pressinto que vai levar todo este tempo) quando finalmente este povo perceber que no ambiente de trabalho tem de reinar a educação, comunicação eficiente e cortesia.

Imagino que daqui a muuuuuuuito tempo finalmente se vai constatar e implantar nesta sociedade "evoluída" e comospolita, este princípio de cordialidade, foco e eficiência que, de resto, imagino já existir noutras partes do mundo. E penso também nos meus antepassados, nos que vieram antes. Em todos aqueles que nasceram e viveram "noutros tempos" e que tanta vez escutei dizer: «já não existe respeito» ou «no meu tempo tinha-se respeito» ou «no meu tempo não era como é hoje. Hoje as pessoas não têm educação, não sabem trabalhar e não respeitam os outros».

E estavam certos. Oh, como estavam. Gostaria de ter nascido e vivido, num sentido, no passado. Nesse tempo em que o respeito ainda proliferava nas interacções humanas. E gostava, noutro sentido, de viver no futuro, onde de certa forma sempre pertenci. O mundo evoluí muito lentamente como o ranho de um caracol e eu envelheço nele muito depressa.


segunda-feira, 17 de março de 2014

Já não existem Compadres


Já se passaram muitos anos mas ainda hoje recordo da presença de um casal de pessoas mais idosas presentes no velório de meu avô. E ainda quero saber quem eram. Quando ia para lhes perguntar, logo após os cumprimentar com um beijo, uma tia chamou por mim e acabei por não saber quem eram essas pessoas. Pensei, na minha inocência, que alguém ali saberiam quem eram. Ninguém sabia. E até hoje não sei quem eram aquelas pessoas. 

Será que sequer conheciam meu avô? Poderão ser dois «intrusos» que gostam de se introduzir numa multidão em luto por algum tipo de excitação pessoal? Ou terão se enganado na sala e não o perceber por nem conhecerem o rosto do falecido?

Não sei porquê mas por vezes esta história me ocorre. Será pelo mistério?


Conhecia todos no velório. Eram família. Nenhum rosto não familiar compareceu. Meu avô tinha amigos, ou colegas, não sei. Outros com quem se dava que eram da sua geração. No entanto nenhum desses rostos apareceu, nem amigo nem vizinho. É engraçado como nos lembramos disto. Uma vez estava a ver um programa na televisão em que depois de um velório a viúva diz isto: porque será que mesmo entre toda a comoção eu me lembro exatamente de quem apareceu e quem esteve ausente? Não queria ser mesquinha e ter estes  pensamentos...

Não é mesquinhez, é curiosidade e é um facto que fica e faz reflectir. Meu avô tinha conhecidos. Será isso? Quando ele falava de uma antiga amizade, sempre se referia à pessoa pelo nome, antecedendo da palavra compadre. Acho tão bonito! Compadre Joaquim, compadre Manuel... Mas normalmente logo a seguir referia o cemitério e o número da campa onde o «compadre» já se encontrava a habitar. No entanto ele não foi o último «resistente». Viu muitos partirem antes, é verdade. Talvez do grupo mais próximo quase todos tenham partido antes dele. Mas pelo menos um lhe sobreviveu. Pelo menos um teve de sobreviver e muito provavelmente foi aquele que o roubou depois de morto. (mas essa é outra história e não me apetece contar).


O seu velório teve a presença de algumas muitas pessoas. As que importavam. A família, que é numerosa. Mas eu fico a pensar se se pode medir o carácter de um homem (ou uma mulher) pela quantidade de «afluência» de vivos no velório. Quero dizer: conheci uma ou outra boa pessoa que morreu só. Talvez exatamente porque sempre foi boa demais. Boas pessoas, pobres e sem familiares não têm muitos a querer prestar a última homenagem. Não terão, provavelmente, quem vá depositar umas flores na campa. Contudo, de a pessoa for uma celebridade, aí muita gente comparece. Se a pessoa morrer de morte trágica e injusta, uma multidão aparece. Mas se não existir nada disso, quem aparece?

Imagino o meu velório (que gostava de NÃO ter). E imagino-o às moscas. Com um, dois, ou três gatos pingados, que comparecem de rapidinha para fazer a última homenagem. Talvez levados por alguma comoção e emoção de momentos do passado. Mas partindo do pressuposto que morrerei muito idosa (infelizmente e felizmente), já não terei pais para comparecerem ao funeral. Não terei filhos nem netos porque não providenciei nenhum. E os «postiços» pertencem a quem os pariu. Terei talvez umas caridosas almas. Mas sabem? Não é ideia que me incomode ou que pense muito nela. O que acho importante é a vida que a pessoa levou e a consciência com que parte, não a quantidade de ligações de interesse que estabeleceu. Prefiro uma lágrima a uma choradeira desenfreada e prefiro, sinceramente, uma única e sincera reza (nem que seja a do padre) do que uma só não sentida ou forçada. Enfim... considerações :D

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Cavalheirismo, o que é isso?

Um rapaz disse-me que o cavalheirismo, representado no seu exemplo pela porta aberta a ceder passagem à mulher, já não existe. Acrescentou que concordava com o fim desse e outros gestos e não via neles qualquer sentido. Segundo ele, o cavalheirismo nunca existiu.
O que fazer? Não tive vontade de lhe ensinar... tão novo, tão experiente, com 3 casamentos e divórcios nas costas, e tão longe de saber alguma coisa...

Claro que já não precisamos do ritual. Os cavalheiros também já não usam chapéu para cumprimentar as damas tocando-lhe na aba e fazendo uma pequena vénia. Tudo isso terminou. De facto, não é necessário. O ritmo de vida é outro. Mas o que não muda, é a necessidade de sentir respeito. E isto é que está em falta hoje em dia. No cavalheirismo, para quem não sabe, não foram os gestos que cairam em desuso. Foi o respeito que eles representavam. O respeito pelo sexo oposto, pela mulher, que era respeitada pela sua condição de mãe. É o sagrado feminino. O respeito pela criação, pela vida. Os valores.
Hoje muita coisa mudou. E como sempre, o homem, este ser mais primitivo que se recusa a evoluir muito além do básico, é o responsável. As mulheres quiseram igualdade de oportunidades. Devidas e merecidas! Sempre trabalharam como animais e aguentaram nas costas o peso de criar e educar uma família e governar uma casa e toda a lida. A mulheres realmente pobres, essas então sempre foram emancipadas: faziam tudo isto e ainda iam trabalhar para os campos, ou para os riachos a lavar roupa para fora. A mulher é um ser admirável.

Quando a mulher quis trabalhar fora das áreas que os homens estipularam ser exclusivas deles (queriam perpéctuar o estado serviçal da mulher, e não iam abdicar sem luta, de continuar a fazer o trabalho mais leve, de andar nos charutos, copos e na galhofa, enquanto a esposa permanecia segura e ao seu dispor em casa, rodeada de lidas domésticas e filhos doentes). Os homens logo acolheram a vontade da mulher de trabalhar fora do lar como um atentado ao modo de vida e chamaram isso de feminismo. Covardes, esconderam-se por detrás do argumento da «família».

Foram eles que adejectivaram deste modo o desejo feminino de seguir uma vocação. Feminismo, passou a ser um palavrão. E o triste é que, passados tantos anos, continua a ser. É o argumento primitivo e limitado do homem, para responsabilizar a mulher por qualquer desaire. As mulheres, que nunca se sentiram «feministas» com a cotação que a palavra passou a carregar, continuam a escutar estes despropósitos. Qualquer coisa e a culpa é das «feministas». E pronto! Lá estão os homens a deturpar factos e a maltratar a mulher, como sempre.
Pois as coisas mudaram e nós, mulheres, não deixamos de desejar menos a maternidade. Continuamos a querer um lar, uma família e, claro, a liberdade de seguir o caminho que todo o ser humano sente ser o seu.


Tenho observado o comportamento humano e não agoiro grandes melhoras para a raça. O homem então, parece condenado a uma existência onde pouco evolui. Deixem-me explicar porquê:
No local de trabalho, qualquer brincadeira/conversa informal, é sobre sexo. Tudo vai dar a esse tema. Na hora do almoço, passa-se uma hora a rir e a conduzir qualquer assunto para o sexo. Todos os dia, entra e sai dia, a mesma conversa... e o pior, é que não percebem o quanto estão limitados e o quanto isso os envenena.
Deixaram de ser "cavalheiros" para com as mulheres, para serem uns "cabrões". E digo isto porque oiço os comentários que fazem à passagem de cada mulher. Não há uma que lhes escape. Dizem que as mulheres falam muito das outras mas, deixem-me dizer que acho que os homens é que não se calam com as mulheres. E se nós alguma vez criticamos a aparência de outras como se mistificou, os homens tiram logo um raio-x. Eles analizam e classificam de imediato, como se de uma mercadoria se tratasse. E simpatia? Nenhuma. A todas apontam defeitos físicos e lhes atribuem logo adjectivos pouco agradáveis.

Esta mediocridade diária tira-me alento. Vejo-os a assumir um comportamento cada vez menos adequado para o sucesso da relação entre os géneros. Todos os homens, não importa a idade, olham e não tiram o olhar de cima das raparigas jovens. Parecem uns pedófilos. É para isto que a sociedade está a evoluir. Não só a mulher continua a ser desrespeitada, como ainda tem um período cada vez mais reduzido de tempo em que é cobiçada e menos desrespeitada pela maioria.

E nos empregos? Os homens gritam com as mulheres. Os homens, não as mulheres, fazem corpo mole e têm atitudes para sabotar o trabalho das colegas. Verifiquei que isso se sucede assim porque, entre eles, tendem a se sabotarem menos. Porém, também dão com cada facada nas costas... só que o gene de fraco continua lá. É mais fácil denegrir e prejudicar uma mulher. É mais fácil ser verbalmente agressivo com uma mulher, é mais fácil maltratar e agredir uma mulher. E a coisa continua...

Nós, mulheres, somos mesmos supermulheres! Eles não merecem que sejamos tão maternais. É isso que nos leva a desejar homens, a ter esperança neles, a querer cuidar deles. Tantas oportunidades lhes são dadas, para eles desperdiçarem... e depois, quando percebem, já é tarde. Quando percebem! Pelo caminhar das coisas, vão assumir este comportamento agressivo e predador sem nunca assumir os maus comportamentos.

O cavalheirismo é a arte de fazer a corte. São preliminares. É respeito, é jogo de sedução, é bom para o coração, faz bem ao homem e à mulher. O homem só tem a ganhar! Não entendo, não entendo. É pura burrice! Agora que o «segredo» está cá fora, tomem juizo. Pensem nas vossas mães. Nas vossas filhas. Voltem lá aos carrilhos. O cavalheirismo, senhores, só lhes pode trazer mil benções! E se alguém não o perceber de imediato, outro alguém irá saber reconhecer noutra tentativa. Agora, se o são, não deixem de ser, ainda mais para se transfomarem no que já existe por aí em demasia: animais! Afinal, foram educados por mulheres. Ao feminino reserva-se sempre respeito. Ao ser humano, reserva-se sempre respeito. É tão simples que até dói...

SÃO TODOS OS HOMENS ASSIM? - Dá que pensar.

Bem, espero bem que não. Assim como também há mulheres que não são todas iguais. Mas uma coisa também verifiquei. As mulheres quando se juntam todas numa conversa, trazem para a mesa todo o género de assuntos. Falamos de comida, falamos de lugares, de viagens, de filhos, de homens, de trabalho, de tudo... os filmes mentem. Na ficção, as mulheres só falam de homens. Não é verdade. Os homens sim, é que falam pouco de negócios e bastante de mulheres! e de forma cada vez mais vulgar e abjectiva.

Os homens que encontro no ambiente de trabalho, têm a sua imagem do que uma mulher tem de possuir para os interessar. Fisicamente, claro, tem de estar tudo perfeito. Mas se eles têm as medidas! Eles dão detalhes daquilo que uma mulher tem de ter. Não admira que hoje haja tanta preocupação com a imagem e tantos problemas de auto-estima. A mulher, ao se deixar levar pela conversa do homem, está a tentar ser o objecto ideal. E isso não dá certo.

Falam mal dos tempos de antigamente. Mas muita coisa neles era duplamente melhor que nos dias que correm. A começar, esta obecessão superficial pela imagem não estava tão vincada. Uma mulher, era uma mulher! Fosse como fosse, se esta mostrasse interesse por um rapaz, tinha alguma reciprocidade. Não era bombardeada de ideias pré-incutidas de que não "é boa" o suficiente.


De todos os géneros de homens, escutei poucos a dizer que gostam de mulheres. Gostam delas de todos os tipos. Gostam delas e pronto. E sabem? Estes, com este tipo de discurso que à superfície parece denunciar uma inclinação para a infedilidade, por vezes são os mais fiéis e respeitosos. A meu ver, o respeito é tudo. Sem ele, esqueçam... e é o que não vejo por aí.

O cavalheirismo existe. E também na forma feminina. Tenho tendência a ceder passagem às pessoas, sejam elas de que género forem. Sou educada, respeito-as, respeito as diferenças, sou tolerante para com a antipatia, para com a agressão. Sou uma dama. Também dizem que já não existem. Não pareço uma. Não faço por parecer. Mas sou...

E que tal começarem a olhar para onde interessa? A continuar assim, os homens vão ficar velhos sozinhos, que coleccionaram uma série de relações, não se compremeteram com nenhuma, não foram sérios com nenhuma, não comprometeram as vontades ou responsabilidades por nenhuma, não são pais presentes, não criam família... uns brutamontes. E as mulheres, iludidas pela fachada que o homem assume quando parte para a conquista, ainda investem tempo, e mais tempo, nesta lamentável condição humana.

Esta frase dita ás tantas no filme "Ligações Perigosas" com John Malcovitch no papel de brutamontes que descobre o respeito por uma mulher ao se apaixonar, ficou-me na memória. Diz assim uma senhora experiente, já em anos de vida avançados:


-"Minha querida, se ele te libertou, então tens de ir! A diferença entre o homem e a mulher é que a mulher é feliz quando dá prazer. E o homem, quando recebe".
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Está tudo dito!

Decidi colocar aqui links que me apareceram quando pesquisei o termo "cavalheirismo". Vejam as diferenças, para descobrir o que é e não é. Instruam-se...

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Comentário mais apreciado que encontrei na net:
Boas, Já acompanho este blog há algum tempo, inicialmente movido pela curiosidade dos textos... Várias vezes surgiu a motivação para comentar, mas o tempo, o trabalho e a batalha do dia a dia foram maiores... Hoje, embora ainda no escritório , foi mais forte que eu e que tudo que me mantém longe da praia neste fim-de-semana: tocaram algo, valores... Assim, aqui fica o meu contributo:
«Cavalheirismo, civismo e igualdades de direitos», não passam de símbolos para a sociedade conseguir passar valores simples áqueles que não os sabem viver: saber dar e saber receber, saber respeitar e ser respeitado. Não abro a porta do carro a uma senhora por cavalheirismo (ou cedo o meu lugar a alguém de idade, ou deixo outros passar primeiro pela porta), abro porque sinto que é uma simpatia, cordialidade, que me sinto motivado a praticar, sem esperar que a pessoa em questão me vá abrir a porta. Também lhe ficava bem, mas não é essa a minha motivação - fiz porque achei que devia fazer, pelo acto de bondade para com o próximo. O que estou a tentar expressar é que o abrir da porta, em mim, não é motivado por a sociedade me exigir um acto de cavalheirismo, mas sim pelas mesmas razões que me levariam a dar 20 euros para desenrascar um pobre desgraçado qualquer na rua, ou o ir à farmácia por um amigo que está doente em casa... Não sou motivado pela rotina do cavalheirismo, mas pela espontaneadade do acto: não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti, e se queres receber algo tens que estar preparado para dar - se possivel, primeiro. Também não me preocupa a interpretação que possam dar a uma atenção que pratique - alguém que assume o pior de ti quando tu estás ali cheio de boas intenções não pode ser boa pessoa - desses, quanto mais cedo sabes, mais cedo tens oportunidade de começar a guardar distância. O que falta na nossa sociedade não são regras, guidelines, ou outros que tais - são valores. A prática da bondade, cordialidade, responsabilidade e respeito são actos que aqueles que são fracos (de espírito, de personalidade, de mente, ...) se mostram impotentes para praticar - não porque não podem, ou porque não querem - simplesmente porque não têm. Mercenários há muitos, estamos escassos em paladinos. Ok, ok, sou bonzinho, mas não sou parvo - sou tolerante, mas intolerante com a ausência de valores. Já acompanho este blog há algum tempo, agora movido pela curiosidade sobre quem escreve os textos - potencialmente, amizades interessantes... Estou curioso. Sinceramente, espero que encontrem a felicidade que aqui expressam procurar. By kore.