Metereologia 24 h

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sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Quem morreu??

 

O Feed de notícias avança um nome e diz que a pessoa de 28 anos morreu. 

E fica nisto. Não explica sequer quem é esta "celebridade" - pois está classificado como tal. Só mostra slides fotográficos de um homem que, presumo, ser a vítima.


Estranhamente a melhor notícia vem na revista maria. Deve ter sido cópia-cola da press release. Algumas classificam o rapaz como "influencer". Ou seja: alguém que divulga o que faz nas redes sociais. 

Não sei porquê os meios sociais tanto usam a palavra como se de uma profissão se tratasse. Parece redutor. Tudo na notícia parece redutor. Faleceu um jovem e, é celebridade, porque faleceu. Os tais 20 minutos de fama que tantos almejam, por vezes, chegam assim: na partida definitiva. 

Mas quem era o rapaz? Não se sabe. Só a família e amigos, a quem envio meus pêsames, devem saber a vida que se foi. Para a imprensa, era um influencer a dar a volta ao mundo em mota. E isto nos basta - a nós, "público". É triste que tenha tido uma vida tão curta. Mais triste ainda que tenha terminado na mota - numa colisão não explicada, sem detalhes. De quem terá sido a culpa? Terá sido frontal? Terá sido... horrível?

Motas são viaturas maravilhosas mas, sem dúvida, extremamente perigosas. Quando algo corre mal as probabilidades da vida de alguém se ficar por ali são altas. 

Foi o caso deste Nuno Castanheira - que, como disse, tudo o que se sabe é que tinha o sonho de dar a volta ao mundo de mota. E estava nesse instante a tentar realizá-lo. No primeiro dia no Paquistão, colidiu com outra viatura e, pelos vistos, foi a única fatalidade. Seria muito mau não mencionarem que outras pessoas também faleceram em resultado deste acidente! Afinal, vidas são vidas. Mas não me espantaria se se focassem apenas numa. 

Prefiro pensar que ele não ficou com um sonho por realizar. Mas que agora é que está a realizar o seu sonho. Porque nunca se viaja por todo o lado, em toda a parte, a todo o tempo, a não ser quando se transita para o mundo espiritual. Aí tudo está acessível, tudo se visita, tudo maravilha e tudo se absorve como nunca se pode conseguir neste plano terrestre. 

Então Nuno - que não conheci nem tenho pretensões de achar que sei alguma coisa de alguém de quem nunca ouvi falar - espero que estejas a fazer uma viagem que vai muito além do que podias sequer desejar!

Felicidades. 

segunda-feira, 17 de julho de 2023

O submarino que afundou

 

Não prestei muita atenção quando saiu nas notícias. Para mim tinha ocorrido um acidente fatal, tal como muitos outros que acontecem por aí. Não presto mesmo qualquer atenção quando o espalhafato é enorme, ocupando as notícias incessantemente, ficando os media dias a falar do assunto, sem acrescentar nada de novo, tentando extrair novidades onde não existem, lançando "possibilidades" infindáveis, "alegadamente", pela fonte menos credível possível . 

Perceberam que aquelas pessoas morreram todas de imediato? No entanto, segundo as acções dos responsáveis tão divulgadas em excesso pelos media, estava a decorrer "buscas" para encontrar o submergível. 

Não vos soa a idiotice?
Pior: a manobra de distração para ganhar tempo e tentar sair com a imagem mais limpa possível?
Bom, como não prestei atenção - apenas li umas poucas linhas, só agora gostei da informação que recebi.


 Cheira-me que desta tragédia vai sair um FILME DE HOLLYWOOD. Afinal, tem todos os elementos que seduz o público e agrada os produtores: Milionários morrem em viagem inédita. Hum... onde já ouvi isto??

Ah! No mais famoso naufrágio de sempre: o Titanic. 

Espera aí... estas pessoas estavam num submergível porque.... iam visitar os destroços do Titanic!

Ora se a história não se repete...

Se o primeiro afundou excesso de velocidade, este segundo foi pelo mesmo motivo. 

Só que antigamente, muitas pessoas, ricas e pobres, podiam viajar num grande navio - embora nunca se misturassem. Hoje em dia, não existem misturas nem possibilidade de se partilhar o mesmo espaço. Os milionários de hoje gostam de espaços exclusivos.

Este submersível, que tristemente batizaram de TITAN - só faltou o IC - teve o mesmo desfecho. Ignoraram a "maldição" do nome... E quiseram fazer turismo de forma arriscada. Diria que o problema foi a imprudência. Do material usado para casco, da tecnologia em que apostaram para se livrarem de um destino fatal...

Sôa mesmo parecido ao TITANIC!!!
Também ele achava-se pioneiro, INSUBMERSÍVEL na realidade. Novo em tudo. Mas... não tinha salva-vidas suficientes. Condenando assim mais da maioria dos passageiros à morte certa. 

Este Titan, decidiu levar passageiros e achava que era impossível sofrer fatalidades, apostou num casco diferente - carbono e num sistema de "20 anos de estudos" que alertava com muitas horas de antecedência quando existia um problema no casco.

O sistema de facto os alertou. Mas não lhes deu tempo para regressar à superfície. Eles escutaram o som - que dizem terrível, da pressão a "assobiar" nas paredes. E souberam de imediato o risco que corriam. Numa implosão não deve sobrar nada. Nada de nada. Nem um pedaço de dente, de corpo...

Com isto deram aos futuros aventureiros, novo folgo para o Titanic. Novos "restos mortais" para serem associados à tragédia de Abril de 1912. Esta nova tragédia de 18 Julho de 2023.


Um século e onze anos depois... 

Venham juntar-se a nós, ò imprudentes!



quinta-feira, 24 de setembro de 2020

O funcionamento do cérebro

 O avião de passageiros passa por cima das nossas cabeças a pouca altitude. E começa a ter um voo errático. Não se equilibra, parece estar a lutar para tentar se manter e elevar. Nisto ganha velocidade e parece que vai conseguir, mas ainda tem um comportamento errático. Subitamente sobe a pique. É aí que acho que não vai conseguir. Mas ainda espero que vá. O avião volta a voar na horizontal mas não ganha altitude e parece não conseguir velocidade, podendo estagnar. Há medida que se afasta do nosso olhar, dá-se um barulho enorme e peças de avião saídas de uma nuvem de fumo e pó bem distante voam na nossa direcção. Caem há nossa frente, embatem atrás, como se fossem mísseis.

Aconteceu em Lisboa, acima da segunda circular. 

Ainda tenho tempo de ver cadáveres presos com cinto às suas cadeiras a serem dobrados ao meio para de seguida serem enfiados numa espécie de caçamba de um veículo negro. É altura de sair dali - estão a gritar com autoridade. "É proibido tirar fotografias" - sublinha alguém quando ainda tentei filmar o acontecido. Um jovem homem negro morto, ensanguentado e mutilado é também enfiado dentro do veículo. É um cadáver não atarraxado a um assento, foi transportado numa espécie de lona negra. 

Há também vítimas em terra. Onde terá embatido? Que bairro? Que pessoas?

Tenho de sair. Estão a ordenar. Estão a puxar. Estão a gritar.


E acordo.


Caramba!!
Já tinha percebido que o meu cérebro recorre a este género de truque para me forçar a despertar e ir ao WC. Mas fico espantada com a sua escolha de método e narrativa! Quando ele me avisou a primeira vez - deixando-me sentir aquela "dor" feminina na região do ovário, ignorei. De seguida ele me enviou a sensação da descida da menstruação. Por causa dela, no sonho, era agora urgente ir ao WC. Mas eu ignorei. Quis continuar a sonhar, mesmo na condição de menstruada. Não queria despertar e descobrir que era verdade. O cérebro então, fez-me o que sempre faz: parte para um pesadelo daqueles pesados.

E lá fui apressadamente para o WC, como ordenada por Ele, ainda meio grogue de sono e a bater pelas paredes, tentando não tropeçar em nada, mentalmente ainda em choque e a pedir a Deus para não permitir que um cenário como o que sonhei venha a tornar-se realidade. 

Com o cérebro não se brinca. 

Ele enviou uma primeira mensagem para despertar e ir urinar. Um comando simples. Eu não gostei e ignorei. Ele causou um desastre de aviação, fazendo-me sentir cada momento. 

Há medida que me dirijo para o WC, vou tomando noção da realidade que me cerca. Percebo que a única novidade sentida durante o sono que é agora real é a "dor" da sensação de "menstruação para vir". Conto com ela daqui a sensivelmente 10 dias.

Felizmente, nenhum avião se despenhou, após levantar voo, na cidade de lisboa, próximo da segunda circular, lá para os lados do Jardim Zoológico. Foi só uma mentirinha mázinha do meu cérebro para me despertar e forçar a ir ao WC.

Aqui vos deixo este alerta, caso nunca tenham percebido como o cérebro faz para vos informar que têm de ir cumprir uma necessidade básica orgânica enquanto estão adormecidos. Ele vos enterra em pesadelos!

(mas depois vos faz esquecer tudo... é uma espécie de progenitor protector: deixa arder e depois sopra)


quinta-feira, 17 de setembro de 2020

E o veredicto do hospital è....

 

Tenho o ombro direito partido.

Ate a enfermeira que me examinou ficou surpreendida. "YOU ARE A TUFF COOKIE", disse ela.

Eu sei que sou. Mas isso nao e necessariamente uma qualidade. No meu caso penso ate ser um defeito. A minha capacidade para medir e qualificar numa escala o nível de sofrimento suportado, tanto emocional quanto físico, nao se desenvolveu adequadamente. E ate sei porque. Como consequência, suporto elevados niveis de ambos.

Primeiro a enfermeira fez-me um exame de toque. Apertou-me o braço desde o ombro ate ao pulso.  Como nao existiu dor ao toque, so um ligeiro desconforto ao ser aplicada muita pressao no ombro, era provavel que se tratasse de uma luxação.

De seguida fui fazer um raio-x. 

Depois de meia-hora a aguardar ser chamada, ela verifica as imagens digitalizadas da radiografia e informa-me que o osso partiu.

"Deve ter caido com o ombro primeiro!"- disse ela, espantada por ser osso quebrado.


O que posso dizer? Foi muito rapido. Num instante estava na scooter, no outro no chao. Tentei avaliar o que aconteceu e procurar reconhecer no meu corpo o estado em que me encontrava. Levantei-me talvez passados uns 15 segundos mas pareceu-me uma eternidade. Toda coberta de pedaços de ramos, folhas e outras sujidades.

A malandra da scooter nao sofreu nem um arranhão. 

Posso dizer que tive sorte.

No meio do azar, nao podia ter tido melhor resultado: um ombro partido mas sem dor e que, Deus querendo e eu fazendo por isso, vai recuperar rapido. Nao em menos de 2 semanas a um mes - disseram.

Vejo isto como uma oportunidade para desenvolver as capacidades motoras da mao esquerda. Para já esta a sair-se muito bem. Consigo vestir-me, trocar de roupa, usar o wc... a mao esquerda e o braco esquerdo tem de ir trabalhar por mim.

A minha grande preocupação é essa. O trabalho.

Regressei ao reino Unido antes da imposicao da quarentena para poder ficar essas duas semanas a trabalhar. Uma imprudência minha pode ter-me trocado as voltas. Nao creio que um ombro machucado va impedir-me de executar as tarefas habituais. O ombro nao está inchado ou apresenta hematomas. Esta normal e equilibrado com o outro. Nao tenho dores. Comprei ibrofene e paracetamol como me foi recomendado pela enfermeira, mas nao sinto necessidade de os tomar. Irei, claro. Sei que pode ajudar. Por isso passei pela prateleira do supermercado e comprei um por 29 centimos e o outro por 40. Sim, centimos... marca branca, claro. 16 unidades por embalagem. Mas mesmo assim... que preco! Espantoso como certas coisas banais sao tao caras e outras mais urgentes sao economicas. 


Sinto-me capaz de trabalhar mas vou seguir as recomendacoes medicas. Acho que seria capaz de ir trabalhar mesmo depois de morta e so descobrir essa condição a chegada do emprego. Ai vou ouvir o S. Pedro informar-me que aquele lugar estranho nao e mais a entrada do meu trabalho. Aquele e o portao de entrada para o ceu.

E eu vou sentir-me assim:

- Não pode ser!!! Eu saí de casa para vir trabalhar! 😂












quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Nao sou uma pessoa matinal

 

São 6.15 da madrugada. O dia ainda está meio escuro. Entro em casa vinda do trabalho e subo para cumprir o há horas desejado: ir ao WC. 

Este está ocupado. Caramba! Chego sempre a horas tão matinais e há sempre alguém que me aparece à frente. É a rapariga que está dentro a tomar um duche. Nunca tenho hipótese. 

Sei que ela vai trabalhar, mas também sei que faz rituais onde inclui "poções" que tem de fazer na cozinha e sei que tem por hábito ali ficar uma hora pela manhã. Nao quero ver gente. Só me apetece um momento de sossego.

Lamento não ter guardado um print que vi na internet recentemente. Dizia mais ou menos assim: "Adoro o cheiro de café pela manhã. nada melhor do que acordar, beber café e relaxar ao som de ninguém a falar comigo".

Ontem, entrei em casa mais tarde: 6.45, vinda de um turno de 12 horas. Cheeeeia de dores nos pés. E assim que chego à porta do quarto para me descalçar e colocar os chinelos, ela aparece-me à frente. Tem este hábito, de aparecer quando a pessoa está com a porta em vias de abrir ou fechar. Pensei que ia trabalhar, mas era o seu dia de folga. Então para quê ficar de pé tão cedo? Que ficasse pela cama a curtir, caramba. E me deixasse ficar sozinha durante os 15 minutos que demorei pela casa a fazer o essencialmente necessário. Ia para relaxar um pouco na cozinha e preparar algo rápido para comer já que no turno de 12h não tive oportunidade. Mas como a vi de pé e sei que ela gosta de cozinhar, fazer fritos e assim, durante cerca de uma hora, desisti da ideia, porque pensei que ia atrapalhar a sua preparação para ir trabalhar. Afinal ficou por casa. Levantou-se e apareceu-me à frente só porque é assim. Acabei por adormecer lá pelas 8h só para acordar pelas 11h com a voz dela e o barulho que faz a subir e a descer as escadas vezes consecutivas, como quem sempre esquece algo e tem de abrir e fechar a porta do quarto novamente. 

Fico um pouco irritada. Não fico de mau humor. Cumprimento a pessoa e sou simpática. Mas preferia chegar a casa aquela hora e nao ver ou ouvir alguem.

E é por isso que reconheço: não sou uma pessoa matinal. O melhor a fazer comigo é deixarem-me estar.

Se ontem irritou-me porque era o final de um turno de 12 horas infernal para os meus pés e queria aquela paz de não haver ninguém acordado, hoje a irritabilidade teve mais factores. Dois muito importantes. O primeiro é hormonal. Já cheguei àquela idade em que, depois da menstruação desaparecer, convem andar precavida com um absorvente, porque a malandra gosta de dar um ar da sua graça dias depois. Pois foi isso que fiz na quinta, sexta, sábado, Domingo, ontem, segunda... Por mais confortável que aquilo seja, um absorvente sai do sítio com facilidade e aquece a zona. Bom mesmo é andar sem. Convencida que já tinha passado tempo seguro, lá fui eu trabalhar, de roupa nova e fresca. Resultado? O malandro deu um ar da sua graça. Mas não teve graça nenhuma! 

Ando sempre com um na mala, mas não hoje. Parece de propósito. Vocês, leitores mulheres, devem entender-me bem. Se vestirem uma peça de roupa nova, ou clara, é quando o "coiso" aparece. É sádico, o gajo. Não só nos deixa assim para o mal, como também prega partidas. 

Fiquei um pouco irritada mas lá me remediei com camadas e camadas de papel higiénico. Assim que chegasse a casa sabia o que ia fazer: tomar um duche, vestir roupa nova e colocar um absorvente. 


E tenho o WC ocupado. (inserir emoji de ira).

Para piorar a situação, sofri um acidente. Caí da scooter, numa ladeira asfaltada mas cheia de cravilha de mato: pedaços de madeira por todo o lado, folhas, terra, etc. O tipo de coisa que a roda motorizada de 8 inches não foi feita para caminhar sobre, menos ainda em descidas. O erro tambem foi meu. Passei ali dezenas de vezes, mas de noite, a descer, foi a primeira. Estava escuro, o caminho nao estava limpo dos detritos da mata e distrai-me com uma bicicleta que vinha a minha frente. Travei e diminuí a velocidade antes de curvar para proceder à descida, mas não alterei a mudança, como sempre faço. A roda dianteira da scooter nao tem aderência entre tanta cravilha e no movimento de curva, a scooter deslizou, tombou para a direita e eu fui junto. Como ia a descer e com a velocidade, a scooter ficou atrás de mim e eu mais à frente. 

O pavimento da ciclovia tambem e cheio de altos e baixos, rachas e buracos. Aqui é um horror! Uma vergonha. Não imaginam. Andar na scooter é passar todo o tempo a manter o domínio da mesma enquanto ela passa por cima destes obstáculos, porque a direcção muda com cada solavanco e é preciso manter o controle. É sensato andar sem tirar os olhos do piso para assim procurar sempre a melhor passagem. Ao mesmo tempo, todos os sentidos têm de perceber a presença e distância dos outros automobilistas e peões à volta. A audição é uma grande aliada mas não é infalível. Costumo mimicar o som de uma buzina para avisar a minha proximidade cada vez que tenho a visão obstruida e alguém pode estar a caminhar no sentido contra mim. Fazer o som de uma buzina "Beep-beep" com a boca resulta. É impressionantemente eficaz. Dispensa o patético som incorporado na scooter que ninguém presta atenção. Além desta atenção, tenho outro cuidado para avisar os outros que estou por perto: uso uma espécie de guizo. Na realidade, é uma chapa de metal solta no tubo, que faz muito barulho com a trepidação quando a scooter está em movimento. Assim aviso que estou a aproximar-me e reduzo a eventualidade de alguém mais distraido ou desatento mudar de direcção no momento em que me aproximo, causando uma colisão. Detestaria magoar alguém, ia ficar a sentir-me péssima. 

Caí bem, meti as mãos à frente mas não saí totalmente ilesa. É impressionante como o nosso cérebro reage numa fracção de milésimo de segundo. Porque não deu tempo de perceber o que ia acontecer: aconteceu. (uma vénia para o resultado de milhares de anos de evolução desde homosapiens até agora, porque algo nos proporcionou esta capacidade fantástica de nos protegermos de danos potencialmente fatais, tendo estes rápidos reflexos por instinto, tal como um gato em queda de uma grande altura).

O meu rosto tocou no chão. Tenho uma marca acima do lábio superior e no queixo. A sorte de não ter sido pior é de louvar. Estava a usar máscara - e não daquelas de papel às quais me rendi faz tempo. Coloquei, para ir trabalhar, uma daquelas com o exterior em plástico. Tivesse sido apenas de fino papel e tinha-se esfolado junto com o resto da minha cara. Olhem o estado sujo em que ficou:

Deve ter protegido o nariz.


Fiquei também com as palmas das mãos esfoladas, mas coisa pouca.Porém, é onde dói mais. O anteabraço direito é que está uma lástima. Foi o primeiro a estabelecer apoio com a superfície. Não o consigo elevar. Custa-me movimentá-lo. Só consigo manter o braço dobrado ao peito ou estendido. Não consigo, sequer, estendê-lo em frente. Não dá. Para despir a roupa foi um martírio. Espero que seja  normal, diante das circunstâncias.  Isso é o que mais quero, mas temo sequelas a longo termo. Os braços são o meu ganha-pão. Toda a actividade laboral que arranjo no Reino Unido depende da minha velocidade e capacidade de mexer os braços. Quero que nao seja nada preocupante. É dar tempo para tirar a prova dos nove. Espero que um dia de repouso me devolva quase todo o movimento natural.

Assim que me ergui da queda, o que queria eu fazer? Ir ao WC, limpar-me e avaliar o meu estado. A vontade era de desinfectar o quanto antes, com betadine, as zonas que tiveram contacto com o asfalto. Feridas abertas em tempo de covid? É mau, não é? Mas teria de chegar a casa, enfiar-me no WC, espreitar no espelho, para realmente saber. E este está ocupado!!



Percebi que só esfolei a pele. Tenho a antebraço, perto do cotovelo, em carne viva, mas só isso.


Faço este relato (e muito mais ficou por relatar) porque ajuda a revelar um pouco o meu quotidiano e porque acho que revela mesmo que, entre ser uma pessoa matinal e não o ser, se dúvidas existiam, acabaram de se dissipar: Sou uma pessoa não-matinal. 


E vocês? A vossa manhã ideal é... ??

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Em contramão


Um condutor de um camião entrou em contramão na segunda circular, em Lisboa.

Quando isso acontece, o que é que pensam?
Eu penso que se enganou.


Quando ligo a televisão, qual a minha surpresa, quando percebo que querem saber é se é um acto terrorista!!.

Se estivesse em Londres, talvez o pensamento fosse imediatamente para essa probabilidade. Mas em Portugal? Espero bem que nunca cheguemos lá. Simplesmente, não me parece. E vivo lá, em Inglaterra, num local onde a possibilidade de terrorismo está presente no dia-a-dia. Onde a polícia faz inspecções diárias, anda armada com armas enormes não aquelas pequenas de cintura e usa cães. A probabilidade de explosivos tem de ser rasteada todos os dias. É essa a minha realidade nos últimos dois anos. Agora, cá em Lisboa??

O condutor, pelo que se sabe até agora, não estava sobre o efeito de drogas, não estava alcoolizado, é português, empregado da empresa do camião que conduzia...  talvez à muitos anos - não se especificou. Desde a alta de Lisboa e a Rotunda do Aeroporto o homem, com discurso coerente, alega não se lembra de nada, não se recorda de fazer esses três quilómetros na segunda circular. 

Estaria a conduzir em "piloto automático"? Terá um tido um problema psicológico momentâneo? Seja o que for, não parece que foi de propósito que se enfiou em contra-mão. A polícia deu uma conferência de imprensa onde mencionou que observou no local alguns danos que podem levar a que alguém entre em contra-mão. Neste caso, a "culpa" não pode ficar só com o condutor. E tudo é um lamentável acidente. Não existindo intenção de causar danos. Mas existindo crime.


Resta-me enviar boas energias para as duas pessoas que se encontram em estado grave e precisam de cuidados médicos. Que recuperem bem.


sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Quem decide é a Natureza


As minhas ideias sobre situações em que se fica entre a vida e a morte MUDARAM MUITO desde a adolescência. O que pensava antes tinha como base pouca informação. Imaginava que, se os médicos me dissessem que uma pessoa muito amada estava em coma e o melhor seria desligar as máquinas porque o cérebro jamais ia recuperar, era isso que devia ser feito porque eles certamente não diriam uma coisa dessas sem antes se certificarem do que estavam a dizer e fazerem todos os testes. 


Mas isso era o que eu pensava há uns 20 anos atrás

Com mais informação digo que tudo é possível e os médicos não sabem nada com 100% de certeza. Sei também que consideram pacientes assim casos perdidos, que consomem recursos que muitas vezes não têm como disponibilizar. Quero dizer... se fores o Michael Shumaker e tiveres muito dinheiro, podes ficar ligado às máquinas por décadas em hospitais privados. Mas uma pessoa sem recursos é logo "convidada" a desligar as máquinas. 

Dito isto, este documentário relata dois casos: o de Sarah Scantlin e o de Shawna. Ambas ficaram em coma após acidentes de aviação (se conduzir, não beba!!!!). Aos pais de ambas foi dito para... considerarem a hipótese de desligarem as máquinas, pois os danos cerebrais eram bastante severos. Os pais de ambas escolheram manterem o coração a bater, ligado às máquinas. SARAH esteve em coma por 20 anos! E espantou todos quando um dia começou a gritar. Os gritos duraram 3 anos. Até que um dia, passaram a palavras. Shawna esteve em coma três semanas. Os pais foram várias vezes pressionados pela equipa médica, em separado e em grupo, para que considerassem desligar as máquinas e doar os órgãos. Imaginem agora que isso tinha sido feito. Não é homicídio?




sábado, 19 de julho de 2014

Aviões da Malasya airlines caem "à encomenda"?

Ocorreu-me uma ideia macabra:
E se o vôo da Malasya Airlines foi "eliminado" a pedido da própria?

É que nunca ouvi falar de uma companhia aérea que tivesse perdido um avião da frota num acidente por explicar e sobrevivido. Agora já são dois aviões! Se a razão pela qual não vão à falência e continuam operacionais é terem o avião coberto pelo seguro no que respeita a actos terroristas, será que, será que... será que iam colocar as pessoas "a jeito" ou "encomendar"?

Nãaao! Não. Não.
Seria macabro demais. Não faz sentido. E as indemnizações? (supondo que as há).
Não. A humanidade é cruel, capaz de construir campos de concentração e manter pessoas escravas até hoje mas não ia fazer uma coisa destas, pois não?

segunda-feira, 23 de março de 2009

Os anjos que partem

ANJOS DE ALGUÉM

Esta entrada é para todos aqueles que por breves momentos vieram à terra e logo partiram. O meu pensamento vai para o pai e para a mãe que perde um filho, para os avós que deixam de o ser, para os educadores de infância que vêm uma criança partir, para os médicos que fazem de tudo para combater uma doença. Para todos aqueles que partem.


Vai para o pai que esqueceu o filho no banco e que foi tão punido pelo seu gesto. Vai para as mães que deixam os filhos no ATL e vão para o emprego, para depois receber «aquela» chamada que julgamos que nunca na vida iremos ouvir. Para quem luta contra um mal que acaba por vencer e levar desta vida uma alma que por cá ficou pouco tempo.


Porque não acontece somente aos outros, uma prece para eles. Aos anjos que partem. Já são três no espaço de uma semana que oiço falar e por isso, é para eles todos que escrevo e acendo uma vela.
Bem-haja.