Metereologia 24 h

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sexta-feira, 2 de julho de 2021

Foram os franceses?

Como é que apanhamos o hábito de comer caracóis?
Como os franceses?

Terá esta tradição começado no tempo das invasões napoleónicas?


Passeava pelo quintal quando vi um CARACOL. 
Talvez morto, no meio da relva, após esta ter sido cortada. Nunca em cinco anos de Reino Unido, alguma vez avistei caracóis. Dizia mesmo: «isso não existe aqui».

Comi caracóis há duas semanas. Foi a primeira vez em muitos e muitos anos. Aconteceu durante a estada em Portugal, claro. Porque aqui em Inglaterra, eles não existem como iguaria culinária. E se mencionar a prática a alguém, tenho a certeza que não lhes cai bem.

Assim como não cai bem a nós, Portugueses, quando sabemos que alguém noutro canto do planeta tem o hábito de consumir larvas e insectos. Nós também torcemos o nariz a muitos petiscos estrangeiros. Blhac! Sentimos aversão... 



Mas comemos caracóis e caracoletas. Que basicamente são "larvas" com casca.
Também nos alimentamos de outras coisas de consistência suspeita. Como por exemplo ostras (delícia!) e outros frutos do fundo do mar. São manjares de consistência e origem invulgar. E o camarão? Já reflectiram de onde vem o camarão? Que tipo de animal é? Sabem que gatafunha nos fundos dos oceanos a comer porcarias? E nós os comemos com as "tripas", que contém o seu "cócó" ahahahah!

Ver aquele caracol no meio do mato trouxe-me recordações de infância. E senti vontade de ir apanhá-los no meio das canas e ervas altas, enfiá-los num saco e chegar a casa toda contente com a apanha. Vê-los a serem lavados e deixa-dos a repousar em água durante a noite, tapados por uma tampa de tacho. E no dia seguinte era provável encontrar uns tantos "fugitivos", uns mais adiantados outros acabados de sair do recipiente, que durante a noite lá conseguiam escapar. 

Deixei de os comer há muitos anos não por deixar de gostar, mas porque um dia mirei-os de frente quando ia para colocar um na boca e vi um rosto. Uns olhos e uma boca. Pus de lado e já não deu para mim.  
Faz muitos anos. Talvez vinte. 



Agora não me importaria de reviver aquela experiência de menina e confeccionar uns caracóis para amigos que nunca provaram e têm relutância em tal coisa! 

E vocês?
É coisa que vos atrai?

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Despedida da praia.. com limpeza de areal


Deus sabe que não morro de amores por pombos. Mas não foi por isso que deixei de sentir alguma apreensão. 

Estava a passear na margem da praia, impressionada pela quantidade de gaivotas paradas no areal. Pareciam hipnotizadas a olhar no horizonte o lençol de água. O que aguardavam? Porquê se punham em tão grande número deitadas no areal, o olhar o mar, sem se mexerem? Por instantes uma sensação de temor veio ao de cima e percebi qual a inspiração de Alfred Hitchcock para o seu filme "Os pássaros". Aquelas aves pareciam ameaçadoras, misteriosas. 


Enquanto me perdia nestes pensamentos artísticos e despedia-me do verão (ainda que já no outono), dizendo "adeus, até para o ano" ao mar português, observei entre as marcas deixadas pela orla das ondas uns detritos brancos, em grande quantidade. Pequenos, mas numerosos. O que seriam? Aproximei-me para observar.

Sim, era lixo. Mas que lixo?
ESFEROVITE.

Centenas, milhares de pedaços de diferentes dimensões, depositados no areal, enquanto mesmo ao lado aves bicavam detritos, ingerindo-os. A mais próxima era um pombo. Pus-me a imaginar os efeitos que o esferovite ia ter no estômago do pombo. Provavelmente inchava até entupir-lhe as tripas. 


Não muito longe do pombo, um largo bloco em esferovite apresentava uns tantos danos. Furos tinham sido feitos, como se produzidos pelo bico de aves. Centenas de bicadas no mesmo local até o esferovite perfurar.

As consequências de lixo nos oceanos é esta: 




Mas também é esta:



Quando era criança - altura em que ia para a praia no verão, costumava encontrar na areia pequenas pellets redondas e translúcidas. Não eram duras como os grãos de areia, nem tinham peso como os fragmentos de conchas. Eram leves como penas, pequeníssimas mas maiores que um grão de areia e translúcidas e redondas como pérolas. Aquilo instigou a minha curiosidade e quando dei por mim, gostava de as levar à boca e mordê-las entre os dentes, até as achatar. Ficavam uma espécie de plástico achatado. Acho que eram isso mesmo: plástico!

Eram exatamente assim as pellets plásticas que encontrava
na areia da praia em criança: esbranquiçadas e translúcidas,
pequenas como pérolas.
Em criança levava-as à boca e mastigava-as até as achatar.
Não recordo se as cuspia ou engolia pequenos pedaços.

Na altura em que era criança e ia à praia, ainda não se falava em poluição plástica. Mas por algum motivo ela já andava pelas dunas brancas, na sua forma mais perniciosa para o ser humano: a ingestível.  No início da década de 90, em Portugal, ainda podia ser que estivesemos no princípio do que viria a ser um consumo excessivo de produtos em plástico, mas o oceano já era poluído com os mesmos há muitos anos. Vindos de outros países, trazidos por outras correntes, presentes nas águas e ficando nos areais por décadas. Estava a envenenar-me sem saber.



Quando saí da praia, trouxe o bloco de esferovite comigo. E o coloquei no contentor de lixo. Assim como outros plásticos que fui encontrando pela margem: uma tampa de um frasco, outra de um tubo de super-cola, uma vara plástica partida daquelas que se usam para atarraxar o chapéu de sol na areia e impedi-lo de voar com a força do vento. Mas o que mais me repeliu ver na areia seca ou molhada foram as beatas! Muitas "frescas", ali acabadas de ser depositadas. Tantas e tantas... existirá poluição mais difícil de eliminar do que aquelas fibras de filtro de cigarro?? 

Bastou o sol desaparecer e dar lugar a nuvens, para a praia começar a esvaziar de humanos e a ser invadida pelas gaivotas e pombos. Algumas pessoas mais aventureiras gostam de caminhar pela areia ou praticar desportos radicais que beneficiam do "mau" tempo e de praias vazias de banhistas: skimming e parapente. Mas a presença de nuvens e o sol escondido atrás delas - por apenas umas horas pela manhã, foi o suficiente para revelar outras realidades: A «pressa» das autoridades locais em começar a dar a praia como fechada para as pessoas. 

Um estudo efectuado este ano pelas Nações Unidas revelou que 90% das águas engarrafadas tiradas para análise (num total de 259, 11 marcas de noves países onde não se incluí Portugal) continham micro-plásticos. Uma quantidade superior aos 83% anteriormente encontrados na água canalizada mundial.

O mundo como os nossos antepassados o conheceram, não existe mais. Nós o transformámos para sempre. Não há mais fontes de água pura. Comida sem ter químicos, oceanos somente com peixes. Bebés são alimentados nos primeiros dias de vida, já com contaminantes. E, segundo uma notícia que saiu hoje, 9 tipos de microplásticos estao presentes nas feses humanas. Queriam vitaminas, queriam? Ahahah. A pegada humana é demasiado perniciosa para ser eliminada. 


O Fim do Mundo não vai ser nenhum asteróide a embater na Terra, nem nenhum maremoto. É o veneno constante e silencioso da acção humana em todos os elementos essênciais para a sua saudável sobrevivência. 




sábado, 17 de junho de 2017

Sabem quantos graus por aqui?


Quando saí do emprego às 17h, entrei no autocarro com intenções de seguir para casa. Mas em segundos soube que ia era ao centro comercial. É que no autocarro estavam 42º centígrados e sabia que no centro comercial ia sentir uma brisa refrescante de ar condicionado!

 Enquanto que o autocarro... Bom, falamos muito mal dos nossos de Lisboa mas deixem-me dizer que por cá são super descarados. Enquanto os nossos, muito de vez em quando, lá têm o ar condicionado de facto a funcionar, por cá reparei de imediato que, podem-se apanhar 20 por dia, NENHUM terá ar fresco. É tudo faz-de-conta.


No inverno sabem ter o termostato bem quentinho. Mas não estão NADA preparados para os dias de verão. Entretanto, já vi lagostas. Não sei como mas, com apenas um ou dois dias de sol, já vi um casal de brancos que viraram vermelhos. 



Pelo sim pelo não, aproveitei a ida ao centro comercial para comprar algo que já me apetecia em Dezembro: Gelado? Não: protector solar. Fator 50 e tudo o mais que tiver. Eu é que não vou ficar lagosta!!

Este calor de bafo do Inferno faz-me lembrar a praia...


E como estava com fome fez-me lembrar as sandes de ovo mechido...


Como caem bem quando está calor!!
Saídas da arca frigorífica então... com uma folha de alface. Ai, que delícia!!

Quando penso que a maioria das pessoas associa a bola de berlim a tais prazeres, enjoo. 

Só de imaginar aquele creme de ovo que, em qualquer outro lugar, adoro, sob o calor da praia... E a sede que sempre me deu praticamente à primeira dentada naquela massa seca da bola de berlim... ou aquela súbita sensação de doce em excesso do açucarado creme... Blhac! Minha rica sandoca de ovinho mexido fresquinho com a folhinha de alface crocante!!



Mas pronto... Gostos são gostos. 
Enquanto isso, a ver se não me esqueço de começar a aplicar o protetor solar. É que eu compro estas coisas e até gostaria de as usar. Mas não crio o hábito... Agora tem de ser, porque a pele é de veludo a querer ganhar rugas e a tolerância a este bafo dos infernos nunca foi coisa que me aprazasse. 

Sempre um protetor solar, ahahah! 


sábado, 3 de junho de 2017

Alimentação noutro país


Desde que estou a viver em Inglaterra a minha alimentação deixou de incluir determinados produtos na quantidade a que estava acostumado. Na minha opinião os portugueses consomem muita carne. Não é por isso que aqui praticamente não como nenhuma. Mas o facto é esse: raramente toco em carne.


O que como então, ao invés disso?
Peixe...


Também não tanto. Se calhar só como «industrializados», produtos que vêm já feitos ou semi-preparados. Deixei de me alimentar com comida preparada do fruto à refeição. Mas em termos da diminuição do consumo de carne (vermelha em particular), não sinto falta alguma e desconfio que o corpo não precisa nada dela. Deve fazer mais mal que bem... mas lá que é gostosa, é.


Desde que aqui cheguei - e me perdoem a imagem gráfica - nunca sei de que «cor, forma e consistência» vão sair os dejectos que o corpo tem de despejar cá para fora... É sempre um "Kinder surpresa" Ahahaha. 

Perderam o tom característico da :poop: 



Acho que sempre se mudam os hábitos alimentares quando se muda geograficamente de lugar. Deve ser a coisa mais comum de acontecer. 

terça-feira, 4 de abril de 2017


Hoje fui ao supermecado no intuito de comprar umas coisinhas baratas, tipo snacks e coisas de comida rápida. Gosto de sopa e descobri que prefiro as enlatadas a quaisquer outras. Ao todo trouxe 19 artigos. Sete eram latas de sopa, a 0.39p. Barato, né? Pois ainda existem outras mais baratas. Aqui existem alimentos e artigos a preços muito reduzidos. Talvez não sejam os mais aconselháveis mas no que respeita a sopas, como disse, prefiro estas. Testei outras, mais caras, sem ser de lata e em lata e acabei preferindo estas, da marca do supermecado. O artigo mais caro que trouxe custava 1 libra. Trouxe uns três desse valor: uma salada, um folhado de salsicha quark (apropriado para vegans e vegetarianos porque não tem carne) e outra mariquice qualquer. O resto foi pela metade. Foi com surpresa que no final a conta totalizava 10.59 libras.  


Dinheiro é para se gastar e não obstante a surpresa, ao cair da noite fui a outro supermercado (onde pretendia comprar uma salada de salmão que me estava a criar água na boca há uns dias). 

Assim que entrei vi as roupinhas para criança e não resisti: Oito libras foram para uma Tshirt mágica (muda de cor com o sol). Eu adoro este tipo de coisinhas :) A combinação de imaginação, brincadeira, tecnologia e roupa. Em Portugal é difícil encontrar indumentárias com estas peculiaridades a preços normais ao invés de exorbitantes. 

Dirigi-me então para a secção de saladas onde encontrei apenas um exemplar da minha desejada de salmão... Um pouco com ar murcho mas ainda assim, não lhe resisti. Como eles fazem uma promoção - oferta de bebida se comprar também um snack - trouxe um folhado de salsicha (este com carne mas que, se calhar, de carne também não tem nada) e o meu suminho de laranja. Tudo ficou por 3 libras. 

Perdi-me foi com a diversidade de bebidas tipo-leite. E incapaz de me decidir por uma trouxe todas as que me despertaram mais a atenção.


E foi aqui, mais numas outras coisinhas de baixo valor, que elevei a conta para 18 libras. Como 8 foram para a roupa infantil, no fundo hoje gastei 20 libras em supermercado. Talvez um pouco excessivo para o género de coisas que trouxe. Talvez essas 20 libras fossem melhor empregues no pagamento de uma refeição completa. Quatro euros aqui, outros cinco ou dois acolá... Com os descontos a que tenho direito no local de trabalho, dava para tomar uma refeição quente (paninis, hamburguers, eggs benedict) por uns dias. 

Mas não me importei nem um pouco. Tenho de travar sim, esta minha compulsão para compras diárias. Nunca me senti muito confortável com a ideia de que o dinheiro que ganho é também gasto no local onde o ganho. Parece-me um plano elaborado por um ganancioso patrão... E depois de uns problemas que a empresa resolveu inventar relacionados com as refeições dos funcionários, achei por bem passar a trazer a comida de casa. E foi aí que os meus gastos subiram um bocadinho, devido à compulsão de ir mais vezes às compras. 

Se bem que o dia começou com uma ida aos correios, fazer um envio para portugal... Um pequeno embrulho de 409 gramas. No interior vai um produto que me custou 2 libras. O envio em si, ficou por SEIS libras. Isto escolhendo a opção mais ECONÓMICA, claro. porque as outras são para esquecer. Usar os correios do UK é altamente desaconselhável.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

EUA: alimentação perigosa e Grupos de terapia


As minhas «amigas» americanas no facebook são, na sua maioria, senhoras com idade para serem (e são) avós. Pessoas que nunca conheci pessoalmente mas que foram simpáticas quando comecei a entrar na rede social para aceder a um jogo que «todos» jogavam. Quantos mais jogadores melhor seria o progresso e então recebiam-se convites ao calhas, de pessoas desconhecidas. Achei que pessoas de fora seriam mais seguras. Certifiquei-me apenas se pareciam jogar e ter coisas «normais» nos perfis. Como tinham, aceitei a amizade. E daí fui progredindo no jogo que «todos jogavam», porque as estrangeiras eram de facto atenciosas jogadoras. Coisa que as de cá esqueciam de ser. 



Bom, este é o motivo pelo qual ainda tenho umas tantas como amigas. Já troquei algumas palavras com uma e outra, sobre o jogo, e todas sempre se mostraram afáveis, generosas e atenciosas. Fiz por retribuir. Se a internet tem algo de bom é isto de poder comunicar com alguém bem longe, desconhecido ou não, para partilhar um prazer em comum. Sei que muitos homens são totalmente obcecados por jogos online com múltiplos jogadores de vários países. Portanto, antes que apareça aqui alguém a dizer que isto é coisa de "gajas", tenham em mente os telhados em vidro, eheheh!


Explicado o motivo pelo qual este contacto começou, vou agora abordar as impressões que acabei por reunir ao longo dos anos, devido aos post que estas americanas vão publicando. 

Fui percebendo graus de parentesco, hábitos, costumes... e estilo de vida. 

Surpreendeu-me por exemplo, que lá se recorra mais do que pensamos aos "grupos terapeuticos". O termo adoptado por cá pode ser "grupos de ajuda" mas prefiro a tradução fidedigna por o significado ser mesmo este. Já todos ouviram falar, mais que não seja pelos filmes, dos AA (Alcóolicos Anónimos). Mas existem mais grupos, tantos que nem dá para contar: fumadores anónimos, toxicodependentes anónimos, sexo-maníacos anónimos, sobreviventes de cancer, etc, etc. Tudo o que precisa de ajuda, criam um grupo e vão frequentar. Isto é comum, não é motivo de constrangimento. Mas ao chegar ao grupo, logo no primeiro dia, as pessoas mais ou menos sentem se aquilo é para elas ou não. E se não sentem uma conexão, partem para outro. Até essa conexão surgir.


Na minha opinião, ao se ter criado um afastamento com a igreja, acabou-se por perder um pouco desta "terapia" que a simples frequência possibilitava a muitas almas. Umas mais necessitadas que outras, umas mais activas que outras, mas creio que todos nós necessitamos de desabafar, de ouvir conselhos, de partilhar coisas. 

Sem dinheiro para terapeutas, psicólogos ou psiquiatras - cujo tempo de espera por consultas pelo que ouvi falar é tão stressante quanto qualquer stress em si - e sem a igreja, recorre-se aos amigos. Mas... amigos também não é coisa que exista muito por aí. Mais outro factor que também atribuo, de certa forma, ao afastamento da igreja. E eu nunca frequentei uma, mas consigo ligar os pontos e chegar a essa conclusão. Qualquer igreja/religião/ajuntamento - católico ou não - acaba por alimentar laços de união, afectividade para com o próximo, etc. Afastando-nos disso e sem mais nada que equilibre a balança, fica-se à mercê da vida e da televisão. E se a vida der limões/morangos e a TV for o único exemplo... 

Enfim, reflexões profundas demais para agora.


Mal ou bem a igreja, os sermões, a confissão... facultavam um pouco de reflexão.  
Quebrado o hábito, fica-se sem o ritual, sem um lugar fixo com o propósito exclusivo para esses desabafos. Uns apegam-se aos animais, a quem "contam tudo" mas isso só vem comprovar que existe uma necessidade por uma "bengala", por uma forma de desabafo.

Existem então os grupos de terapia. Por cá penso que também existem, não tanto quanto lá nem tão facilmente acessíveis como lá mas creio que existam grupos, principalmente para pessoas que têm de passar por traumas ou têm de viver com sérias doenças. E precisam de esclarecimento mas, acima de tudo, de desabafo, compreensão, entendimento. Dar e encontrar.

Uma vez uma destas senhoras americanas desabafou num pequeno texto (sempre que o fazem, acho enternecedor por serem tão genuínas) que estava a sentir-me deprimida e pensou em aderir a um grupo para ver se passava o seu mal-estar. Contou que o fez mas não sentiu aquela conexão. Então estava a pedir aos amigos para darem sugestões de outros grupos. E uma pessoa sugeriu: "Acho que devias aderir a um grupo de greefing(perda)". E aquilo fez sentido para mim, só pelo pouco que li. A senhora estava melancólica e deprimida... foi para um grupo para combater a depressão, mas não adiantou. A solidão é tramada... e a viuvez também. Era o seu caso. Embora tivesse família, netos... ainda assim faltava-lhe "aquela" companhia. À qual se tinha habituado como a um chinelo velho mas confortável. 

E pronto... o meu dom para a escrita nunca foi lá dessas coisas. Mas ignorem a forma e prendam-se no conteúdo. Era disto que andava para cá vir falar. Da vida destas americanas.


Através de receitas "boas e rápidas" de fazer, para as quais lambiam os beiços, também fui percebendo o quanto a alimentação lá é bem diferente de cá. Não existia uma única receita sem massa ou sem algo bastante artificial e calórico, como molho em pó, condimentos diversos, cremes embalados, etc, que não fosse frito. Rara foi a vez que uma daquelas "delícias" me causou outra coisa senão repúdio. 

E quando uma das senhoras começou, esporadicamente, a publicar fotos da neta, fui vendo-a crescer. Uma menina linda, de olhos azuis e cabelos louros, que quando chegou à idade de um ano e pouco, o seu rosto e corpo já começou a parecer um bocado "chubby" (gordinho). Agora publicou nova foto, das duas netas, e a menina está bem mais chubby, com uma barriguinha daquelas que por cá adoramos nas crianças - um pouco saliente, para a qual a avó chamava a atenção, dizendo adorá-la. O rosto dela parecia um balão. Eu, que havia visto uma versão mais saudável, achei que a menina não estava a rumar para uma vida saudável. A continuar assim... ela vai transformar-se numa pré-adolescente complexada, porque tenho quase a certeza que os seus hábitos alimentares já vão de mal a pior. 
E apeteceu-me, assim que o percebi, deixar um comentário a alertar para isso. Mas não posso, nem devo. É rude. Não os conheço... é indelicado e impróprio. Mas que apetece, apetece... parece que estou a ver o futuro daquela menina, a ser gozada por outros meninos, alguns nem por isso melhores do que ela... 

Há uns anos entrou uma criança gordinha num restaurante e uma amiga que estava comigo ficou muito revoltada, quis mesmo ir até a família dar-lhes uma descompostura porque, de acordo com a opinião dela, uma criança só ficava gorda se os pais fossem negligentes. Ela achava que aquilo era um crime! Eu achei-a exagerada e discordei com ela. Nem todas as crianças são gordas porque comem demasiado - e acredito nisto. Aquela, por exemplo, parecia-me um caso desses. Pois além de gorda também era muito peluda - tinha inclusive uma penugem facial e bastante pêlo nas costas. O que só por isso já deve deixar qualquer criança complexada ou vítima de olhares, não era necessário acrescentar mais olhares e uma reprimenda. 

Reality show de uma família americana
peculiar: Here comes Honey Boo Boo
Posso enganar-me, mas acho que algumas crianças aprendem cedo o que são maus hábitos alimentares. E ao ver a foto deles os quatro - avós e netas no facebook, apercebi-me que essa deve ser a realidade daquela família. Avós tudo bem... são adultos. Faz-lhes mal mas são velhos hábitos. Mas as crianças... merecem uma Educação Alimentar adequada. Hoje concluí que a alimentação é saúde. É tudo. Quando começa a falhar a saúde, provavelmente vai algo errado com a alimentação...


Quando era criança minha mãe enfiava-me tudo o que conseguisse pela guela abaixo. Ainda que eu prostestasse, tinha de lhe fazer a vontade. Na idade daquela menina, eu também tinha uma barriguinha chubby. Depois, por um breve momento em que praticava mais desporto na escola e fora dela, fiquei magricela. Mas acabando o desporto na escola - o que me entristeceu porque, apesar de tudo, sempre adorava a sensação que fica após um esforço físico. E com a alimentação em casa sendo inadequada no sentido da quantidade.... voltei a ser "chubby". Mas nunca fui muito gulosa. Os meus hábitos alimentares são errados - concluí anos depois - não tanto pelo que consumo, mas pelos largos períodos que fico sem consumir para depois "compensar" com mais quantidade - e sempre ao final do dia (quando não se queimam calorias, armazenam-se).  E isso é o quê, senão uma má educação alimentar? Na pré-adolescência fiquei por "conta própria" e não tão poucas vezes, mesmo anos depois, preferi nunca tomar o pequeno almoço. De facto, nunca senti vontade de ingerir pão com manteiga, cereais, iogurte ou leite logo ao acordar. Nunca gostei das opções, pelo que depressa enjoei e as dispensei. Até hoje cereais é algo que não consumo. Não gosto. (Acho que sou mais de salsichas com ovos estrelados pela manhã, eheheh).

Dão atenção aos hábitos alimentares?

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Tudo está a virar FAKE


AVISO:
Depois de lerem este post, não vão dormir bem à noite. Uma ida ao supermercado jamais será a mesma.

Há muito que defendo que a humanidade está a condenar-se pela alimentação. A extinção da vida na Terra pode ser uma realidade sim, mas quem diz que será o efeito de estufa, um meteorito, um míssel nuclear ou a poluição definitiva dos oceanos? Algo súbito e decisivo, ao invés de algo prolongado e bem debaixo dos nossos narizes?

A pior poluição é a fazemos dentro do nosso próprio organismo. Não necessariamente por comermos «mal», ou em exagero. Não são as muitas pizzas, hamburgueres, bebidas refrigeradas, carne vermelha, doces, chocolates ou agora os enxidos. Sim, tudo faz mal. Mas o GRANDE MAL é que aquilo que comemos JÁ NÃO É o que era suposto ser. 



Não tenho dúvidas que, no futuro, a grande desigualdade mundial estará na alimentação. Só os ricos e poderosos terão acesso a comida genuína, com DNA genuíno. Que, por daqui a pouco tempo, será uma raridade, escondida nos grandes laboratórios que detêm a "patente" do que antes era de todos, para todos. A comida que só a geração dos nossos avós conheceu, não existe mais. É simplesmente ASSUSTADOR o que existe por aí, a fazer-se passar por alimento. E numa economia mundial tão capitalista, de produção e exportação em massa, esta é uma realidade ainda mais assustadora. Mais uma vez vou confessar uma coisa que adoro em Portugal: temos a ASAE!

Minha querida ASAE, todos os comerciantes se queixam que vocês lhes tornam a vida muito difícil. Continuem assim, pelo bem de todos nós!

Arroz que é antes resina plástica, couve e alface de plástico, ovo que é plástico, carne que não é carne. A lista é longa. E assustadora. Vejam o link anexado à imagem aqui ao lado. No final surge um vídeo obrigatório de se ver. Mostra uma máquina que faz a produção de arroz através de fibras de plástico. E sai igualzinho! Só não é arroz.




E tem muito, muito mais...
Agradeçam à... China!












segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Soylent Green

A respeito da notícia que hoje foi divulgada por cada telejornal sobre a criação com direito a prova de gosto do primeiro "bife" artificial in vitro, feito a partir de células estaminais de vacas ou outros animais.

Deixem-me dizer que senti tristeza e uma persistente sensação de alarme ao ouvir tal notícia. Acho absurda. Eu, que adoro ciência aliada ao progresso desde pequenina, que vejo com bons olhos e esperança os estudos genéticos e em particular os da células estaminais, DETESTEI esta notícia.

Porquê? Porque sei que não vai beneficiar a humanidade e visa apenas o LUCRO.

A alimentação humana nas últimas décadas tem sofrido bastantes mudanças e para PIOR. Exactamente porque "inventam" coisas não-naturais. Ora, carne é carne. Deixem-se de aditivos, de conservantes e outras tretas. A alimentação da humanidade está inundada de "veneno" disfarçado de comida. Muito dele, disfarçado de comida "saudável". E o que se vê são pessoas cada vez menos saudáveis - e não é só porque os hábitos de exercício físico decaíram em proporção ao passado. É porque o que damos ao nosso organismo para sobreviver está alterado na base.

Basta ler as etiquetas das embalagens de carne no supermercado, para se saber que já de carne tem pouco se alguma sequer. E da boa então, julgo mesmo nem existir. Tudo tem conservantes, emulsionantes, vestígios de soja, milho, etc. Lembro-me de gostar tanto de comer pão quando era criança. E no dia seguinte ainda estava bom e macio para consumo. Agora se não o consumir no espaço de poucas horas após o tirar quente da prateleira do supermercado, fica duro. Desfaz-se TODO em tantas migalhas e farelos e o gosto parece ter desaparecido. Parece que fugiu para não voltar mais. São muitas as "mínimas" alterações que a alimentação da humanidade tem sofrido para "seu benefício" que veio a alterar a saúde. Reflecte-se na pele, nos cabelos, agora mais baços, mais finos e quebradiços, menores em quantidade. E se hoje dispomos de tantos produtos cosméticos que "dizem" que só melhora tudo, então porque na realidade não estamos melhor?
(colocar ilustração sobre a alteração do fabrico do pão em artigo do século passado)

Porque nos alimentamos com produtos de qualidade inferior.
Antigamente era simples: carne era carne, peixe era peixe, podia não existir em todas as mesas com a mesma frequência mas era IGUAL para todos. Agora não. Agora todos levam com os produtos alterados e se existirem aqueles que podem consumir os genuínos e inalterados, decerto são aqueles que têm a carteira bem recheada de notas. Ou seja: as diferenças sociais ainda existem, apenas parece que todos temos acesso ao mesmo produto - na realidade não temos.

Esse é um dos lados que me indignam, mas tenho outros ainda mais sérios - se sério não bastasse a qualidade da alimentação da humanidade. O que me entristece é que sou a favor deste género de estudos mas se os mesmos avançarem porque a intenção é MELHORAR a condição de vida da humanidade. Quanto dinheiro não foi já investido no estudo das células estaminais na esperança daqui se encontrar a CURA para doenças, algumas tão sérias e graves como a PARALESIA?

E o que os cientistas correm para fazer com esse conhecimento? - Carne artificial.
Não órgãos artificiais, que podem salvar vidas e impedir a carnificina do tráfego de órgãos e o assassinato de mulheres, crianças e homens pobres do terceiro mundo. Não criaram a substância milagrosa que a espinal medula necessita para se re-erguer. Criaram carne artificial. Sem gosto, por enquanto e julgo que para todo o sempre. Sem prazer para os sentidos - por mais que os contemplados com a degustação quisessem disfarçar.

E tudo isto visa o lucro individual dos já ricos, para que possam ficar ainda mais ricos e poderosos- NADA disto visa acabar com a fome no mundo! Um propósito aliás, tão antigo mas tão antigo que não me restam já dúvidas que se fosse verdadeiro já tinha sido implementado. O que pretendem é dispensar a parte dos CUSTOS de criação, manutenção, saúde, e postos de trabalho em troca de um só indivíduo fechado num laboratório a criar carne para o país inteiro nos próximos 10 anos a partir de uma mesma vaca. Já imaginaram? Ao invés de criar e disponibilizar carne de vários animais - logo por isso dificilmente igual, basta-lhes uma minúscula célula de um único animal.

Assim os que já controlam tudo e são PODRES DE RICOS podem ganhar mais dinheiro que antes com apenas meia-dúzia de células estaminais de um único animal. Já imaginaram isto? Não têm os custos de produção, de manutenção, de alimentação, nada! É só pagar a UMA PESSOA num laboratório e pronto: centenas de postos de trabalho deixam de existir, milhares de verdinhas começam a entrar quando na realidade o que está a sair corresponde a menos de 1/50 das despesas de uma produção realmente natura.

Claro, alguns podem tentar ver nisto a "cura" para a fome mundial. TRETAS. Se há algo que já descobri com espanto mas descobri, é que os poderosos não têm interesse em irradiar a fome do planeta. Porque se quisessem, já o tinham feito. Pelo contrário: até a exploram e com ela tentam tirar lucro. Algumas fortunas de apenas uma ou duas pessoas neste mundo serviriam para o efeito. Mas ainda que não fosse doando todo o dinheiro, têm outros recursos, têm meios, têm excedentes. Têm até doações de bens alimentares e de dinheiro - muitas vezes desviados para proveito próprio. Não. Os poderosos querem é poder e dinheiro. O resto - a saúde e bem estar da humanidade é-lhes indiferente. (colocar ilustração de Imelda)

Por isso é que a notícia me deixou triste. Temo o futuro dos filhos de todos nós. Não vejo nenhum benefício num potencial bife in vitro. Vai se continuar a perder o sabor dos alimentos como os chegamos a conhecer. E basta uma geração para que tudo fique sabotado. No futuro os nossos descendentes, os nossos filhos e talvez netos não vão fazer a mínima ideia do que é o SABOR verdadeiros dos alimentos. Eu própria já estou quase a esquecer de muitos, tantos são já os anos de pão sem gosto, carne nem sempre saborosa, frangos de crescimento rápido, peixe de cativeiro, fruta e legumes de crescimento rápido e de longa durabilidade e resistência. TUDO se paga no sabor mas, ainda pior, paga-se porque estes alimentos carecem dos nutrientes originais que são essenciais ao nosso organismo. E porquê haviam os fabricantes ávidos por dinheiro fazer um pão cuja uma só fatia é suficiente para saciar um indivíduo, quando podem fazer 10 que nunca vão surtir o mesmo efeito? Em pouco tempo a comida natural está a pagar-se mais cara. Como se fosse UM LUXO poder comer um tomate. Ou um pedaço de carne de um animal. Ou um peixe do oceano. Coisas naturalmente criadas, com todo o seu sabor que provém do tempo de maturação e da qualidade da semente e/ou da ausência de mesclagem do gene do "boi" procriador com as melhores vacas. Sabores autênticos, vindos da natureza, quando a natureza os dá.

O problema é sempre o mesmo: o que a humanidade FAZ com o conhecimento que tem em mãos. Parece que nunca se quer virar para o caminho do bem. Só para o caminho do LUCRO. Decepção.