quinta-feira, 30 de abril de 2020

Beber para ser feliz?

Eu  só com uma gotinha de alcool no organismo, desperto o meu lado mais extrovertido. Ambos em dose moderada. Pelo menos não me dá para o oposto e ficar deprimida. É mais estar deprimida e começar a ver a vida menos cinzenta e mais colorida.

Conclusão?

- x x x x  -

Não sou de beber cerveja. Ainda me lembro da ultima que bebi. Foi na Portugalia, há mais de 20 anos. A pessoa que estava comigo ficou chocada. Nem reparou que só dei uns goles e foi o suficiente para sentir-me satisfeita. Ficou chocada por me ver beber e a achar, provavelmente, que eu menti quando lhe disse que não bebia cerveja. E não bebia mesmo. Naquele dia, naquele lugar afamado pela comida com cerveja, apeteceu-me. E essa foi a primeira e ultima vez que para tal tive vontade.

Até há uns dias.

Faz tempo que tenho um pack de seis no armário. Para terem uma ideia o prazo de validade expirou em agosto de 2018. Comprei-o para oferecer a quem a bebe, mas nunca calhou. Sempre podia usa-la para tempero. E as cervejas acabaram por ficar de lado.

Esta semana andava em arrumações, vi aquilo e pensei que não fazia sentido te-las ali.  Meti umas garrafas no frigorifico. Só porque sim. Na sexta-feira, chegada do emprego, quente da caminhada e com vontade de algo fresco, acabei por abrir uma. Achando que o mais provavel seria nao gostar. Estranha-se e nao bebi mais que um pouco abaixo do gargalo  mas a "geladinha" não sabe mal. Mesmo expirada, continua saborosa. Depressa se ganha o gosto.

Cheguei agora a casa, novamente quente da caminhada, fui jantar e estava com vontade de beber alguma coisa fresca. Há alturas em que água, sumos, por mais que se bebam e com variedade, nao parecem resultar. Há 20 anos na Portugalia foi assim. E nestes dias ter optado pela cerveja partiu da mesma sensação.

Dei um gole. Um só gole e ainda não tinha o liquido fresco descido bem até as paredes do estômago e o pensamento que me veio de imediato foi enviar esta mensagem anonima para um certo numero:

"Sabes que pretendia ter sexo contigo até te saltarem os miolos, certo?"

E ri-me.
Por achar que era uma excelente ideia que devia ter sido posta em pratica logo de inicio e foi preciso uma gota de alcool para esta vir a tona.

Nao tenho mencionado mas continua igual,  todo o santo dia. Parece até que me foi lançado um feitiço para que assim permaneça.  Parte do trabalho que de vez em quando executo é estar sentada a separar cartas de correio manualmente, por codigo postal.  Gosto bastante mas bastou minutos e já estava a fazê-lo automaticamente, com o pensamento capaz  de viajar. E quando tem espaço ele sempre vai para onde a dor está.

Olhos húmidos, lagrimas furtivas. Fez-me perceber que será sempre assim em todos os momentos mais relaxados. Não adianta ocupar o corpo, a mente... a coisa encontra sempre o seu caminho de volta, como um bumerangue. É como se estivesse sobre o efeito de um feitiço que esqueceram de coletar. Vai ser para a vida.

Faria nove meses no dia em que recebi a minha "bebé". Por falar nela, cheira tao bem! Cheiro a novo. Mas ainda não a usei. Então não é que começou a chover? Mês e meio de dias ininterruptos de sol e quando chega a scooter eletronica... Toma la com agua!

Gotinhas de álcool cá para dentro e parece que tudo se vê com boa disposição.


quarta-feira, 29 de abril de 2020

Finalmente a dormir!

Caso não soubessem eu e o sono não somos companheiros de muito tempo. Quatro a seis horas por noite, já no avançado dela, é o habitual.

Mas dei por mim, desde segunda, a ter vontade debficar na cama até ser altura de ir trabalhar. Isto é coisa tão rara que me surpreendeu.

Hoje, a caminho do emprego, percebi TUDO. Decidi revelar aqui para que outros em situações semelhantes possam ter ajuda.

O meu emprego consistia em muito esforço físico. Um dia, em média, dava 35.000 passos. Trabalho de puxar, empurrar, correr...

O que mudou?
Pedi para me porem a fazer outra coisa na segunda parte do turno. Também é  trabalho físico, mas somado à primeira parte, não é um absurdo de esforço!

E com esta simples diferença de nao estar a sobrecarregar o corpo, este já se deixa dormir. Continuo a acordar varias vezes, mas não fico na despertina, o que é optimo.

Estou a dar cerca de metade dos passos diários. O que é mau para quem não reduziu a quantidade de chocolate ingerida.

Sempre fui assim. De dar tudo.
O resultado é uma descarga de adrenalina que não abandona o teu corpo com facilidade. Menos ainda na hora de dormir.

Por isso já sabem: se tem dificuldades em adormecer e manter um sono constante e relaxado, se calhar é consequência de um dia a dia demasiado exigente.


Fiquem bem, tomem cuidados.
N

terça-feira, 28 de abril de 2020

Fetiche ou mania irresistivel?

Não sei se é fetiche ou uma mania que me deu. Há uma coisa que quando vejo na lpja acho tão bonito que me apetece comprar. O impeto já tem vários meses. Começou em Dezembro, quando se deu as obras no quarto.

Falo de PAPEL DE PAREDE.

Há padrões tão bonitos, cores, texturas. Fica difícil decidir. Vi muitos, trouxe amostras, achava que tinha encontrado o eleito e aí voltava há loja, que tinha renovado o stock e apresentava novos padrões e era a desgraça toda novamente.

Mais um padrão, mais uma cor, uma textura...

 Em Março decidi qual deles gostei mais de ver na parede. Para minha surpresa, um padrão floral grande, com passaros em tom de preto sobre branco e fio de prata.

No goto ficou um maravilhoso ocre com garças brancas que  nunca pensei gostar tanto. Mas para usa-lo, precisava de outra decoração.

Nao resisti ao mesmo padrao floral mas com rosas em vermelho. Aliás esse foi o primeiro escolhido. Com a ideia de leva-lo para Portugal e aplicar na parede. Mal podia aguardar! Não coube na mala e com a pressa adiei. 

Quando fui comprar o segundo rolo (cada tem 10m de papel) vi em promoção um padrao branco e creme por, espantem-se: 4 libras cada!!!

Não resisti. Penso que é algo que sempre será útil para decorar um cantinho ou, quando enjoar de um tom, poder substituir por outro.

Tenho mais rolos de papel para parede do que parede para os colocar. Mas não vejo problemas nisso. Papel de parede, em ultimo caso, também serve de papel de embrulho.

A loucura total porém, foi hoje. Quando entrei nessa loja a caminho do emprego para comprar uma coisa que necessito para a scooter. Nisto vejo promoção de rolos de papel de parede e a minha unica decepção é ver que já foram escolhidos os melhores. Fui espreitar. Quando vi o preço à unidade... fiquei no paraíso!

Não me custaram, todos os 13 rolos que trouxe, mais do que o valor de um!!!!

Não são os melhores e mais bonitos que lá podia ter encontrado mas sao lindos na mesma. Trouxe, em media, três rolos de um só padrão, em caso de irem parar a uma parede longa. 

Os padrões que trouxe

Não resisti a um de borboletas - três  diferentes. Cada rolo por menos do valor do que custam rolos de papel de embrulho. 

Trouxe um a imitar pequenos mosaicos de azulejo de wc e um outro com motivos maritimos azuis sobre um fundo branco, que acho que ficariam divinais numa casa de praia.

Estou louca? Ou apanhei um novo vício, o de coleccionadora de padrões de papel de parede? 😁

Venham mais (a este preço).
Acho-os irresistíveis. 



segunda-feira, 27 de abril de 2020

O meu bebé chegou!


Desse momento adiante passei todo o dia com um sorriso bobo e aberto. Não fechava.

Tantos receios e digo: veio lindo!!

Ela, porque é  uma scooter, é linda. Já a testei e fiquei impressionada como me equilibro bem naquilo nunca tendo andado numa. Mas falta o savoir fare. Falta que eu e ela sejamos um só elemento, em perfeita sintonia. Isso leva tempo.

É  mais pesada do que imaginei. Ou melhor: imaginei que não seria muito confortável transportar os quase 12kg de scooter na mão mas pensei possivel. O problema não está tanto no peso mas sim no tão pouco prático que se torna. O peso é desnivelado, o que exige duas mãos e por onde a agarrar também faz diferença. Se esta é a mais leve no mercado, tenho a certeza que este é um problema transversal a todas.

Dobra-se num formato tão compacto que é uma maravilha de se ver. Mas eu vou mantê-la montada porque....  Jesus!!

Não imaginam o quão moroso, senão mesmo impossível é conseguir com que o mecanismo funcione. Já sabia disto e vi muitos videos para me preparar. Chegado o momento de por em prática, nem mesmo seguindo as instruções consegui fixar o eixo. Eventualmente foi possivel mas nao consigo repetir a façanha. Sem duvida que isto requer muito uso até finalmente eu e ela sermos um só.

O desafio estava em recebê-la numa  casa cheia de italianos maldizentes. Já estavam a descascar quando decidi ir ter com eles e anunciar:

-"Tenho rodas!"

Mostraram um trato simpatico e até desinteressado MAS se eu nao intervisse naquele instante até agora estariam a tirar sarro. Se calhar estão à mesma.

É que eu decidi abrir espaço no armário da entrada. Para onde eles atiram totalmente ao calhas, coisas com as quais não se querem dar ao trabalho. Como roupas, sacos plasticos, duvets, sacos em papel com um livro recebido de presente há 2 anos, mantimentos alimentares, etc). Decidi arrumar ali a scooter. Nao é que fique muito contente. Afinal vou deixá-la à mercê da curiosidade alheia. E também corro o risco de a danificarem com tanto arremeço de objectos jogados para dentro do armário. Ou mesmo a usem quando me souberem ausente e a voltar tarde.

O meu bebé depois de testada
no cantinho que lhe reservei 


Por enquanto, vai ter de ser assim. Não vejo melhor lugar. Se pudesse teria-a comigo no quarto mas subir escadas com aquele peso sem saber dobrá-la? Não dá.

E fui dizer-lhes. Explicando a lógica. Pareceram não ter quaisquer problemas. Não levantaram objecções. Tao compreensivos e banais a respeito.... Se eu não os tivesse ouvido antes!

Apenas me disseram que podia remover o cartão que lá guardo para arranjar espaço. Ao que respondi que nao tinha cartão lá dentro, só um fino entre a parede e as prateleiras.

Então de quem é aquele cartão? - perguntaram, incrédulos.

Um é do senhorio, outro é da J. Está lá um autocolante com o nome dela.

Calaram-se.
No instante em que decidi interferir, o namorado da J. estava a interroga-la sobre a quantidade de espaço no armário que ela tinha. Estavam todos a falar que eu tomava o espaço todo para mim e afins... antes que começassem a extrapolir e uma vez que todos já me tinham visto com a scooter e nada disseram, abri o jogo.
Para calar a maledicencia.

Estava o namorado, que nem mora aqui, já  cantar de galo. E a namorada a queixar-se do cartão que eu ali tinha. Quando o papelão mais grosso e a ocupar o espaço é o dela. Alias, hoje nem pude despejar fora um plastico porque ela encheu ambos os contentores- o da reciclagem e o do lixo domestico - com papelão em apenas umas horas.


Eles já se estavam a queixar que nao ia haver espaço para eles, que eu tomava tudo para mim, quando na realidade pouco meu existe nas áreas comuns.

Naquele armario tive cartão dobrado entre a parede e as prateleiras, apenas um bom uso de espaço inutil e que ainda por cima fica quase invisivel. O cartão faz muita falta e usei-o inumeras vezes como base para corte. Alias, esta agora  a servir para isso mesmo, mas no meu quarto.

Desde o corona, é também ali que deixo os sapatos com que saio àl rua. Faz ate sentido que as rodas que vão circular no exterior não se aventurem pelo interior da casa e fiquem pela entrada.

Mas se isso me faz sentir segura?
Nem um pouco.

Aposto que a mais gorda já arquitectou um plano... talvez chamar o senhorio, como quem não quer a coisa... para lhe perguntar se pode tirar dali a parte que lhe cabe.

Não me sinto segura, porque oico-a a rondar o piso de baixo e ouvi-a a abrir o armário. Ela nao tem nada lá. Mas foi ali que meteu aa coisas deixadas pelos outros. Inclusive toda a dispensa do rapaz que está em italia.

Esse espaço na cozinha nem teve como ficar vazio, eles já estavam a colocar ali coisas deles. Só fazem é  transferir de um lado para o outro. Produtos perecíveis ali para que? Para atrair ratos, baratas?

E pena. Ali fica bem.
Mas se não dá para confiar é melhor tomar outras precauções. Depois penso nisso. Afinal, estamos a falar da mesma mulher que me desligava os cabos scart da tv e do geavador de dvd e que não sossegou até conseguir que a box com scart fosse substituída por uma sem. Ela andou a mexer no equipamento elétrico sem qualquer necessidade.

O triste é que, instantes antes da entrega, o windows do computador deixou de funcionar. O ficheiro exectável ficou corrompido e agora resta-me o smartphone, onde a velocidade de navegação e a escrita são um horror. Preciso de um teclado clássico.

Já a testei e fiz uma boa compra.
Agora só me falta o capacete com VISEIRA porque a quantidade de mosquitos que matei com o rosto nem vos passa pela cabeça. O primeiro acidente quase aconteceu por um ter entrado direto no meu olho. Tive de travar com cuidado e manter o equilibrio mas principalmente, a vigilância. É uma responsabilidade conduzir aquilo com pessoas à volta. Quero ir o mais de vagar que conseguir. Afinal, só quero com isto é descansar as pernas e encurtar o tempo perdido nas deslocações para o trabalho.

Fiquem bem!


domingo, 26 de abril de 2020

O que define CORAGEM?

O que é CORAGEM?

Coragem é ter de fazer o que é preciso ser feito.
É ficar em casa, sem sair como foi pedido.

Mostra responsabilidade e consciência. É preciso ser-se CORAJOSO.

Os que se julgam corajosos, equivocadamente pensam que andarem na rua com a liberdade de sempre, sem máscaras, luvas e sem manter a distância, é de "homem", é ser-se CORAJOSO.

Deixei-me, novamente, repetir o que acho que é CORAGEM.

Coragem é NÃO FUGIR dos problemas que nos afligem.
Coragem é levantar para ir trabalhar com máscara, luvas, barretes, estando esta ameaça mortal ainda a pairar.

Ter coragem é ser RESPONSÁVEL.

Diante do CoronaVirus...

Até o dia de hoje, há muita gente que acha estúpido usar máscara no rosto ou luvas.
Até o dia de hoje, há muita gente que não vê sentido nos cuidados recomendados.
Até o dia de hoje, há muita gente que não cumpre a quarentena.

Estas pessoas acham-se mais corajosas que os restantes.
Mas não são.


Talvez sejam inclusive, as mais amedrontadas. Que se recusam a reconhecer o perigo e teimam em viver na ilusão de que tudo está na mesma. São as fracas. As que não alteram comportamentos, as que têm tanto medo que reagem substituindo a realidade por outra desejável.

Coragem tem quem sai à rua usando todas as precauções. Coragem no início desta pandemia, antes dos governos decretarem leis de quarentena. Por usarem máscara, luvas e serem apontados ou escutarem piadas vindas de quem ridiculariza os atenciosos e preocupados.

Coragem têm os médicos, enfermeiros, empregados de limpeza, colectores de lixo, distribuidores de encomendas, que correm riscos mas mesmo assim não ficam passivos e assumem a responsabilidade de cumprir um dever, que se percebe essencial para muitos. Vão trabalhar, vão ajudar. Vão dar o seu melhor. Podem contrair a doença, num dos muitos contactos que estabelecem. Não são só as pessoas que oferecem um risco, mas tudo o que estas tocam. 

Ontem tive de tocar em muitas destas: espécimes biológicas patológicas. Surgem nos sacos de encomendas que tenho de esvaziar e distribuir conforme a área postal. 


Isto faz-me ver que o risco existe. É grande. É real.
 Enquanto este vírus estiver por aí a matar pessoas não podemos relaxar.

Cuidem-se!





sábado, 25 de abril de 2020

Nunca digas Nunca


Tábua de engomar - é assim que me percebo quando vejo o reflexo do meu peito ao espelho. Calma, seus malandros! Estou vestida. Eheh.

Poucas pessoas falam sobre isto.
Eu vou falar.

Porque nunca me ocorreu que fosse acontecer comigo ou, sequer, era coisa que me preocupava a mente. Recordo tão perfeitamente as palavras que disse à minha amiga:

"Se há coisa que sei que nunca vou fazer é isso!"


Foi há vinte anos. Ela queixava-se do tamanho dos seus seios porque quase não os tinha e disse que, se pudesse, fazia implantes para os aumentar. A minha muito sincera e espontânea resposta, foi (vou repetir):

"Se há coisa que sei que nunca vou fazer é isso."


Nunca digas nunca.
Mesmo. Nunca. Mesmo que te apeteça dizer "Nunca vou assassinar alguém" e saibas que isso é verdade. Não o digas. Porque a vida dá voltas e não é preciso imaginar muito, basta pensar nos jovens que foram para a Guerra de Ultramar para se perceber que até um pacifista pode ser forçado a disparar contra um ser humano.

Adiante...


Seios. Os meus, há 20 anos, eram bem perfeitinhos. Subidos para caraças. Bem cá no alto, nunca os tive descaídos nem formados mais abaixo. Tinha colo, eles sempre se encostaram um no outro. Desconhecia o que era ter espaço entre os dois e olhava para as fotografias das modelos sem perceber porque razão os colares compridos lhes ficavam tão bem e a mim ficavam horríveis. Era porque elas eram tábuas e eu não! Ou simplesmente porque, tendo-os tinham daqueles afastados um do outro, o que deixava o "caminho livre" para os cordões. Mulheres de muito peito (que nunca foi o meu caso, eu tinha-as no tamanho ideal para o meu protipo) não usam muito colares compridos porque é como usar um medalhão que vai do pescoço até à ponta do seio e desce para ficar a balançar em frente da  barriga. Nada lisonjeador!

Mas só fui entender isso mais tarde, quando os malandros decidiram começar a esvaziar como um balão. Reduzi o número de soutien e agora não me reconheço mais. Pareço não ter mais seios. Se me despir, estão lá. Ainda no mesmo formato, bonitos. Mas... não têm o volume de antes. Falta a "carne" em cima, o contorno do seio a começar uns quatro dedos acima de onde começam no presente.

Não me incomoda envelhecer, mas acho que muitos sinais estão a aparecer de forma precoce! Isso é que me incomoda. 

Estão menores, queria-as de volta normais :)
Assusta-me o "moderado" e acho que o severo é a morte!




Tenho a minha mãe como referência do que se deve esperar das fases do envelhecimento de acordo com as idades. As nossas mães são quase sempre o reflexo do nosso futuro, ainda mais se formos anatomicamente parecidas, o que é o meu caso. 

Mas a minha mãe nos entas... parecia uma jovem! Magra, pele perfeita, nenhuma ruga. Ela sempre teve um ar muito jovial. Ainda o preserva, abençoada. Vai completar 70 anos. Os sinais de envelhecimento que ela apresenta com esta idade são os mesmos que eu, FILHA, apresento sendo 30 anos mais nova!


Não pode ser. Tirando a pele mais madura que ela tem, as rugas são mais acentuadas em mim do que nela. Nem se pode comparar os papos, que ela quase não tem. De resto, as rugas de expressão em torno da boca e a flacidez debaixo do queixo que exibe aos 70 são as mesmas que eu tenho aos 40. Então alguma coisa está mal... Porque eu sou filha da minha mãe, não sou irmã :)

Ela teve os seus seios bem formados até avançada idade. Só depois de passar pela menopausa e posteriormente lhe ser removido o útero é que notei uma ligeira diferença. Mas para quem tem 70, ainda são espetaculares. E nada de serem daqueles descaídos até à cintura. É espantoso! Se eu não me cuidar, aos 70, tenho-os nos joelhos. Mas tão vazios que mais parece um balão comprido sem ar com uma alvéola na ponta. 

Exagero?
O pior é achar que não.


Tenho a certeza que muito se deve aos níveis de stress. Mas também uma razão pode estar na alimentação. Mudou tanto de uma geração para a outra. Ambas não bebemos, não fumamos... A diferença maior é mesmo a alimentação e as horas de sono. Ela sempre foi dormir cedo e quando está cansada, tem de dormir. Eu sempre fui de estar desperta. O SONO da beleza não é uma invenção da indústria de beleza. É uma realidade do organismo. Dormir faz melhor que uma série de cosméticos. 

Bom, mas o que posso fazer eu?
Começo a aceitar a minha nova imagem. Vejo os ossos, toco-lhes e sinto-os onde antes sentia uma "almofada"... Noto a diferença de trato que uma pessoa recebe conforme o "tamanho" dos ditos. Pois é verdade!!

Nunca usei uma camisa que não fosse abotoada até acima, até ao botão do colarinho. Porque se desabotoasse o seguinte, eram os olhares todos a tentarem espreitar disfarçadamente, quando julgavam que não seriam detectados. Roupa justa, a mesma coisa. Decote em V ou em U, camisas de alças no pico do verão... não usava. Só se disfarçassem, de algum modo ou na privacidade da casa, longe de olhares. 



Uma fotografia que me tiraram num desses momentos sempre me incomodou. Só via seios grandes expostos, um rosto gordo... o desconforto foi tão grande que acabei por a rasgar em pedaços, sentindo de imediato um alivio reconfortante.  

E agora nos meus entas... sinto falta dos MEUS seios.
Daqueles seios que não deixava ninguém ver mas que eram parte da minha identidade. Quero-os de volta. 

Isso não vai acontecer, não é assim que a vida funciona. Tive uma colega que, aos 40, decidiu fazer um (novo) implante mamário. Era magra e pequena, mas muito mamuda. E vejo agora a razão de o fazer. Era sem graça... o tamanho do peito chamava mais a atenção e proporcionava-lhe momentos de muito interesse masculino. 

Sei como é o pós-operatório por ter visto incontáveis programas sobre cirurgias plásticas. Não me apetece, não tenho nenhuma queda para esse recurso MAS, aqui também entra o "NUNCA DIGAS NUNCA". 


Não gosto de ver seios falsos. Acho que dá sempre para estranhar alguma coisa ali não está bem. Acho que dá para detectar. Porque será que não dá para injectar "gordura" nessa zona e ficar tudo bem, hei? Deflectiu? Torna-se a "encher" ehehe. Tal como um pneu que vai perdendo o ar. Ah, isso seria o ideal. 

Já fui a uma consulta médica e falei deste assunto. Recomendaram-me um certo procedimento - cerca de 8.000€, dura "dois anos" e vai levantar "ligeiramente" os ditos, causando a sensação de também ficarem mais cheios. 

Não me convence porque, o que quero, é ter de volta o que tinha. O que não vai acontecer. 
E aquelas almofadas de silicone... Jesus. Terei eu de recorrer a isso??




Já não digo "NUNCA".
É só o que sei. 


Onde raio foram eles parar??



sexta-feira, 24 de abril de 2020

A natureza que me prende ao chão


Uma das coisas para as quais gosto de olhar, é a natureza. Anteontem passei uns minutos sentada na relva do jardim. Só escutava o som dos pássaros. Com o calor do sol a tocar-me nas costas, a aragem a sobrar gentilmente, os cantos e o som do vento a passar pelas agulhas do alto pinheiro. Tudo culminou num tão simples mas maravilhoso momento. 


Estar em contacto com a natureza sempre foi um bálsamo para mim. Pensamentos negativos distanciam-se, começa-se a ver o copo meio cheio. Quando digo natureza, não me refiro apenas ao campo visual. É um todo. São os cheiros, é a luz, é o ar e o vento. E, claro, tem também as flores.

Os amores-perfeitos que plantei o ano passado no jardim
(em forma de coração) Longe de imaginar aquilo pelo que o meu ia passar 


A caminho do emprego ontem, tive de parar uns instantes para tirar fotografias às cores e beleza que encontrei. O contraste entre beleza e o momento que vivemos não impede a natureza de continuar a florescer. Digam-me lá se não sabe bem deparar com estas maravilhas.


Camélias?

Este rosa é tão vibrante que chamou por mim à distância


Onde o rosa choca com o vermelho

Que bonita mescla de Cores




Mais destas maravilhas rosas no jardim de uma casa.
Parecem querer transbordar para o exterior

Num canteiro, perto do emprego




quinta-feira, 23 de abril de 2020

Angustiada: acho que é fraude!


Comprei a trotinete eletrica... será que comprei mesmo?
Agora estou aqui apreensiva e com as feições do rosto distorcidas em preocupação. Temo agora que o site onde «comprei» a escooter não é legítimo. Tudo não passa de um esquema para extorquir dinheiro!


Passo a explicar: a transação foi feita através de Paypal. Se não fosse, também não desejaria fazê-la. O Paypal oferece, na teoria, alguma segurança. Em primeiro lugar, os dados da conta bancária ficam privados e a transação pode ser reembolsada se algo correr mal. 

Mas será que é mesmo assim?

Também me informei sobre "como saber se um site é legítimo". Fiquei preocupadíssima porque não tem qualquer endereço http. Nem com «s» nem sem «s». Outra forma de saber se é seguro fazer transacções é através do símbolo do candeado. E esse estava lá. Carreguei nele e surgiu a informação "é seguro". 

Talvez a meia-noite seja má conselheira, mas não quis adiar mais e, como tinha pesquisado no google maps o endereço londrino da outra única loja a fornecer esta trotinete e deparei-me com uma estreita rua doméstica de casinhas de habitação germinadas sem quaisquer indicativos visuais de comércio, acabei por descartar esta empresa. 

O único contacto que mantive com site (cujo link deixo aqui para vocês verem e ficarem com uma opinião própria) foi por email. Tive resposta praticamente imediata em quase todos os 14 emails trocados. Já havia desistido da compra, quando a tal pesquisa online pela loja Londrina fez-me retornar a este site. 

Não sei qual é a diferença horária na China - porque comecei a suspeitar que a pessoa com quem falava não estava nos EUA, como deduzi e como fiz referência num dos emails, mas na China. Quando ia para pagar pelo Paypal surgiram caracteres chineses indicando "a empresa que faculta o teu endereço postal". 



Foi um alerta. Ia pagar a alguém na China, uma companhia chinesa. Enviei de imediato um email a perguntar se não estavam sediados nos EUA. A resposta foi que a Kungoo era feita na China. OK... tudo é. A surpresa é nula. Tinham armazém europeu e americano (que conveniente!) pelo que enviam para tudo o que é país excepto, pelos vistos, a China...

Apenas seis horas depois de fazer a transacção pelo Paypal, decidi cancelá-la. Descobri de imediato que não é possível. Alarmes começam a soar. Dizem que pode levar até três dias para o dinheiro sair da conta e que provavelmente não será imediato. E em seis horas não posso cancelar?

Pelos vistos o Paypal não permite o cancelamento em TODAS as aquisições. Mudei de ideias em tão pouco tempo e não foi possível cancelar. Liguei ao meu banco. Que ao fim de uma série de gravações automáticas, desligou a chamada. Tal como fez dia um de Abril. Diz que é por causa da "corrente situação do corona, vão auxiliar as pessoas realmente necessitadas". «Se o seu caso não for urgente, desligue ou tente o homebanking». 

Um à parte: O Reino Unido vai abaixo com facilidade! Onde já se viu os serviços estarem quase inoperacionais? As pessoas continuam a trabalhar em casa! Não faz sentido não providenciarem os mesmos serviços do costume. Apoio ao cliente e esclarecimentos. Tive de indicar que o motivo da minha ligação era FRAUDE, eles associam isso a fraude com a conta bancária e atendem a chamada. Também eles me disseram que não podem cancelar a transacção. E adicionaram esta informação: "Se não receber o produto dentro do tempo que o site indica, nós reembolsamos". Ao que reagi com surpresa e pedi: "posso ter isso por escrito, para o meu email"?

Não, não podia. A pessoa quis saber qual era o tempo de entrega estimado no site e eu não recordava, disse que achava ser 5 a 7 dias. Mas estou errada. E agora fiquei em maior pânico. Porque o site NÃO DIZ. Não dá essa informação. 

Recebi-a por email. Foi uma das primeiras perguntas que lhes fiz.
Será que email é válido para reembolso?

Ah, pois é!

Sabem, que mais?
Para gastar dinheiro, facilitam-te a vida. São cordiais, simpáticos, prestativos.
Para o receberes ou o teres e volta?

Ah? Não entendo...

ID da empresa que recebeu o pagamento (Paypal)


O mundo gira em torno de dinheiro. É por causa dele que os serviços estão no mínimo. Não querem pagar a mais pessoas para ficar em casa a trabalhar. Cortam nos custos. Se podiam prestar um serviço melhor? Acredito que sim! Mas não querem. Porque tudo funciona a dinheiro. O dinheiro é o fuel da sociedade. "Dá-me, dá-me, dá-me!" e se deres, és porreiro, pá!

Tudo isto que escrevi surgiu de um acto que tive pelas 7h da manhã: liguei para o número de telefone que surge no site. Penso que americano logo, contava não ter problemas de comunicação. A pessoa que atendeu, um homem, está reticente em dizer para quem liguei. Quer saber quem eu sou, porque fui eu que lhe liguei. Isto é mau sinal... geralmente empresas atendem as chamadas e identificam-se. Não têm problemas em dizer que são a loja "X". Este estava a demonstrar resistência, como com receio de dizer algo que não encaixasse numa das mentiras inventadas. 

Disse-lhe que tinha o número no meu telemóvel. E repeti que queria saber quem era. Lá me respondeu num monosilabo inglês "eboards, escooters". 

Eu: - "Posso comprar uma"? 
Ele: - "Não entendo"
EU: - "Se quiser uma como faço? Vou online?"
Ele: - "Não compreendo".

Não sabia falar inglês. Desaprendeu rápido quando fui eu a fazer as questões mas soube formular algumas frases quando estava a querer saber quem eu era. O meu número de telefone foi junto com a ordem. Somando 1+1 vai saber quem lhe ligou. Agora que este seja o número de atendimento ao Cliente indicado num site escrito em inglês, que faculta produtos para a europa e a américa inteira e do outro lado a pessoa NÃO ENTENDA inglês... ALARME! ALARM!

Foi isso que me fez disparar que nem uma mola até ao computador, para tentar cancelar a compra. Entretanto já entrei em contacto novamente com o site, que às três e tal da manhã enviou-me um email para lhe confirmar o endereço. Achei estranho. Estava à espera do tracking number - o número de registo de envio, que era o passo seguinte. Geralmente não escrevem emails a pedir confirmação de morada, essa etapa surge no acto e compra online. 

Pedi-lhes que me confirmassem o tempo de envio e me facultassem o número de registo.
Ainda estou a aguardar que me respondam.

Tão rápidos antes da compra, vamos lá ver como se portam pós-venda.


Estou aqui aflita...
Entretanto, no paypal surge o endereço da loja que recebeu o dinheiro. É este site:  teamgee. Foi este o nome que o homem ao telefone com sotaque chinês pronunciou e eu não consegui entender bem. Mas percebi o som "tigi". Mais um site sem http(s) e com cadeado. Penso que eles não ficam por um, mas por vários. Todos criados num inglês perfeito, com fotos profissionais (provavelmente sacadas do site oficial). 

Há tanta gente a fazer esquemas online.

Acho que não tinha a verdadeira percepção disto. Até querer comprar esta trotinete. Tenho investigado desde Fevereiro. Preciso dela todos os dias... começo a ter dificuldades em andar o que costumava andar. Custa-me ficar de pé. Quando não estou a trabalhar, quero fazer coisas mas sinto que as pernas e os pés acusam o peso do corpo. Acabo por me sentar. É deitada, com as pernas esticadas ou elevadas, que sinto querer ficar. O trabalho que estou a fazer também já não me motiva. Custa-me fisicamente. Doi-me a coluna, sinto os pés. Preferia trabalhar em algo muito rápido, para não sentir o esforço do puxar, empurrar, puxar, empurrar, pesos e coisas com rodas que mal se mexem. Fico só com o pesado, o trabalho leve, sentado ou divertido dão-no aos recém-chegados e preguiçosos. Mas este assunto vou querer abordá-lo noutra ocasião.

Agora com o Corona, deve ter escalado para valores inimagináveis a quantidade de gente que se aproveita para extorquir dinheiro online. 

Espero, sinceramente, não vir a ser uma delas com esta compra.
Quem sabe, a pesar de todos os sinais de ALARME (resposta imediata a todos os emails pré-venda, demora no pós-venda, impossibilidade de cancelar a transacção seis horas após a compra, serviço de apoio a cliente em que o funcionário da loja não entende inglês e não quer facultar o nome da loja, ausência de informação sobre tempo de envio no site, falta de https, ausência de tracking até ao momento) ainda receba a minha trotinete?

Claro, o tempo de envio vai ser... "devido ao virus, vai demorar mais tempo que o previsto. Mais uma semana. Depois outra, outra... depois um erro foi detectado e a escooter foi enviada para outro lado mas já vai seguir caminho. Pedimos desculpa...".

O virus está a ser a oportunidade de ouro para muitos burlões.

Será que vou ter a minha Kungoo S1Pro?


Comprei, comprei!!


Não gosto de soltar foguetes antes do tempo porque ainda é cedo e pode acontecer que algo corra ao contrário do esperado. Mas não resisto: acabei de comprar uma e-scooter!

Ou como se diz em Portugal, uma trotinete eletrica. Mencionei-o pela primeira vez aqui. A escolhida foi esta.



Kungoo S1Pro


Não foi uma escolha fácil. Dentro dos pouquíssimos modelos que existem no mercado disponibilizados por casas que aparentam ser legítimas e trabalhar com material verdadeiro, estava difícil de encontrar algo fora da Xiaomi. Vi centenas de reviews, li sobre as características e, diante do meu orçamento, a escolhida foi esta. De longe, aquela que reúne as melhores condições para o que tenho que enfrentar: piso irregular, subida íngreme, alguma chuva, poças de água, alguns quilómetros para percorrer e portabilidade: tenho de a transportar comigo onde quer que vá. Eles oferecem o saco!


Assim espero. 
Tenho muitas expectativas a recair sobre esta compra. Quero que corra tudo bem, acho que não me vão dar uma imitação e, dizem, que em coisa de sete dias, tenho-a cá comigo. A compra foi mesmo agora, pouco depois da meia-noite. O site que escolhi para comprar a Kungoo tem armazém na Polónia. É de lá que vem a minha bebé...

E escolhi-a em branco! Eu sei, devo estar senil ou quase. Senti que, para esta compra, não fazia sentido ter a mesma cor que todos têm: preto. Não. Quero olhar no horizonte cheio de bikes, scooters, motas e tudo mais, e saber que a minha é uma que o olhar encontra com facilidade, por não ser toda preta. O azul e o rosa estavam esgotados. Rosa! Cheguei a ponderar... porque não? Eu, de rosa! Tanto esta cor como o azul são a puxar para o muito claro, aposto que o fabricante estava a pensar no target infantil.

Esta escooter com uma só carga de bateria (li-on, não é das melhores, lithium seria o ideal mas vamos a ver) percorre 30Km. Pelo menos é o que eles dizem... Para mim não precisa chegar a tanto. Se ficar próximo cumpre o prometido à mesma. Pois todos sabem que a quilometragem depende do peso do utilizador, da velocidade escolhida (tem três e pelo que um review disse, a primeira já é boa) e do terreno. Que mais tem a minha bebé?

O melhor é que tem suspensão dianteira e traseira. Minto: o melhor são os pneus que são de borracha dura (talvez plástico mas espero borracha) com buracos para a passagem de ar. Chamam-se Honeycomb. E porque não pneus pneumáticos como os da Xiaomi M365? Com o piso que tenho de enfrentar ter um furo seria quase ocorrência diária. Mudar o pneu de uma destas coisas é um pesadelo - pelo que dizem muitos usuários. O melhor é ter pneus sem ar, mas é difícil encontrar uma escooter económica cujas rodas não sejam sólido plástico. E a maioria dessas nem suspensão tem! Por exemplo, a Segway tem pneus sólidos de plástico e, se não erro, um dos lados não tem suspensão. Se a pessoa não for andar apenas em pavimento liso e aderente como uma ciclovia, isso deve tornar a experiência desagradável. A vibração na base e nos manípulos, o controlo que se tem de ter a manobrar a escooter - tudo se torna cansativo. 

Bom, podia continuar a mencionar as razões pela qual comprei este modelo. A base é toda aderente, os manípulos dobram-se, o mecanismo de dobrar é muito estável e não oferece receio de se "desmanchar" durante o uso, tem reflectores laterais, luz de travagem dianteira e traseira e até nas pontas dos manípulos tem luz de aviso. Além de um farol dianteiro. Dizem que também vem com um gancho para prender uma mala. Ah, e já mencionei que pesa apenas cerca de 12 Kg? É do mais leve que se pode encontrar. 

Com esta trotinete espero recuperar parte do meu tempo e fazer as deslocações para o trabalho e do trabalho para casa num curto espaço de tempo. Estamos a falar de hora e meia para ir e outra hora e meia para voltar... De Trotinete, é do ponto A a B, sem problemas!

Quanto tempo será que vai levar?

Agora só me falta descobrir se sei andar numa, ahaha!
Nunca andei. Vai ser uma estreia.

O Reino Unido é tão avançado, mas tão avançado, que é o único país quiçá do planeta, que ainda não legalizou este veículo. A trotinete eletrica está proibida de circular. Só pode ser usada em terreno privado. Lol. É uma estupidez sem tamanho. Sabem porquê? Porque é um veículo sem pedais. Já a bicicleta elétrica não tem restrições, porque, a pesar de ser um veículo movido a bateria tal como a escooter, no seu design estão incluídos pedais. É ou não é o Reino Unido um país idiota?
Bom, vou dormir. 
Fiquem bem! 


terça-feira, 21 de abril de 2020

Começar o dia com... agressividade virtual


Acordei e decidi ir ao computador, que ficou ligado no youtube. Adormeci a ver uns programas e quando fui desconectar-me, reparei que tinha uma mensagem deixada num dos vídeos que comentei. Carreguei para ver o que tinham escrito. Era uma resposta a uma opinião que deixei.

O assunto era a forma como a polícia (americana) é vista com hostilidade e como um policial em particular contribuiu para o desmistificar. O meu comentário limitou-se a dizer que pelos anos 50/60 o policial (americano) era "o teu amigo" mas chegando há década de 70, viraram os Pigs (porcos), expressão que surgiu dos gangs formados em guetos, onde a polícia tentava impor ordem. (obviamente não era bem vinda).


Ora, podes discordar, está no teu direito. E adicionar informação para explicar o teu ponto de vista e clarificar a intenção de um comentário? Acho o máximo! Mas ser mal educado? Não há motivo. Olhem o que a pessoa respondeu:


 "Se alguma vez leste um livro, talvez notasses que o ressentimento contra a polícia é popular, recuando até desde que foi criada. Charles Dickens ilustrou isso nas inúmeras histórias clássicas que escreveu. Mas tu nunca leste um livro".

Ah, receber esta hostilidade logo pela manhã...


Porque será que as pessoas gostam de se relacionar nesse registo no mundo virtual? Tudo o que é comentário no youtube, no facebook, tem uma elevada componente vernácula. A excepção está mesmo aqui, nos blogues. 



Se há coisa que é boa nos blogues é que todos, no geral, se tratam com um respeito que falta no contacto humano. Dá-se apoio, tende-se a compreender os desabafos da pessoa e dar aquela palavra de incentivo e conforto.


Mas nas outras plataformas, a boa educação é rara e salta facilmente pela janela. 

A autora do comentário podia referir a sua cultura geral e mencionar Charles Dickens como referência, sem necessitar de agredir e insultar. Mas optou por fazer isso mesmo. O que me fez querer responder: 


"Vê lá se ganhas boas maneiras, porque a leitura de tantos livros pelos vistos para isso não te serviu para nada". 

Para contribuir para a ironia, estes comentários foram deixados num vídeo natalício (inspirado num conto de Dickens mas estrelado por um detective actual americano). 

Ah, o espírito de Natal!

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Para descontrair...

Um sketch do Saturday Night Live (SNL), uma intro humorística de um programa de humor americano com décadas de existência. 


Quero MATAR a samsung!

Oh pá, a sério...
O meu telemóvel Samsung é uma besta. Sim, há aqui um usuário que disse que o Galaxy A50 é a melhor coisa que já viu. A mim apetece-me atirá-lo contra a parede e chingar-lhe o pai, a mãe, o avô até infinitas gerações!

Então não é que não me deixa navegar?
Pelos vistos foi necessário criar uma "conta samsung". Para quê, não sei. Até a porcaria das marcas não nos deixam usar um telemóvel comprado por nós sem estarem a bisbilhotar o que nele fazemos ou imporem uma "conta". Já tenho contas. No Gmail, no facebook, no whatsapp, no banco inglês, no banco em portugal, na app para identificar plantas, na app para fazer sei lá... limpar o cu virtualmente. Chega. Não quero mais "contas".

Desconectei-me dessa algures no tempo e agora sempre que quero aceder a qualquer coisa: imagens, videos, camera, documentos, downloads até mesmo o email, só me aparece o menu de login para a conta samsung.

Lá fui procurar a password. Introduzi. Resultado? Fiquei na mesma! O menu sempre a aparecer, com a mensagem "já tentou muitas vezes introduzir a password" e "Navegue rápido. Instale um navegador..." Mal dá para ler, porque desaparece de imediato e volta ao menu de login que não funciona. ARGHHHHHH!!! Estúpido do telemóvel!! Não tentei entrar uma única vez, parvalhão. O que tentei foi sair, carregando na seta de recuar da app, do telemóvel, na cruz de fechar tudo, no botão de cancelamento.

Odeio.
Tenho raiva e odeio!

Devia estar a ter um dia stress-free e estou nisto da tecnologia a travar cada intento há duas horas. Caramba. Haja paciência.




Um dia em casa, apenas um, e não toleram a bênção!


Que nome dar a gente assim?
Vou pedir a vocês para arranjarem as melhores expressões. 

Ontem, Domingo, uma semana após a "santa Páscoa", foi o primeiro dia que fiquei em casa. Reparem: estamos TODOS de quarentena. Eu tenho o mesmo direito que todos os restantes, de ficar em casa, de andar pela casa, de usar a casa a meu belo prazer. Pago para cá viver tanto como eles e também estou sujeita à mesma imposição. Vou trabalhar, porque preciso, porque posso. Mas se fosse de ter medo e de ser preguiçosa, ficava em casa. Ao invés disso tenho corrido todos os dias, de lá para cá, sem tempo para respirar e sossegar. Só neste domingo dia 19 é que tirei esse momento. O primeiro dia de folga. E claro, entre tantos dias sem comer nada de jeito, só a bananas, maças, bolachas e torradas, senti que tinha de me alimentar com algo melhor. Não almocei, não lanchei, como quase sempre, por fazer isso a divisão ficou totalmente para eles. Às 19h "ousei" ir cozinhar alguma coisa. Estavam lá os dois italianos que agora estão na casa (dois foram provisoriamente viajar ontem, como se a quarentena pudesse ser passada cá-e-lá). Nunca saiem dali até chegar a volta da meia-noite mas, porra, dentro da cozinha em si a falarem ao telemóvel com outra ex-inquilina italiana, já a impedirem-me com os seus corpos de alcançar o armário, de abrir o frigorífico de me mexer à vontade. Eles, novamente de volta dos tachos pela 5ª vez ao dia. 

O tempo todo sinto que não me querem ali, mas ignoro. Tenho tanto direito de aqui viver quanto eles. Mais até. Por aguentar o terrorismo psicológico e a extrema hipocrisia italiana mostrando em troca um elevado nível de integridade, bom carácter, tolerância, coisas que lhes escapam. Mas adiante: tive de desviar duas travessas de legumes (pimento e batata) cozidas no forno que eles meteram em cima do fogão, para poder cozinhar algo ao lume, pela primeira vez em uma semana. Não sei bem o que vai ser, mas decido cozer esparguete em molho de tomate. Talvez adicione algo mais. Quero algo quente, mas rápido de fazer. Pretendo comer no jardim, e nos preparos, abro a porta para deixar algo lá fora. Sinto que só esperam que vire as costas para mostrarem quem verdadeiramente são. 

Voltei à prática do telemóvel deixado na sala, com o botão em modo REC. 

E não é que agora de noitinha, na despertina, decidi escutar alguma coisa. Ao calhas, comecei a escutar a gravação de quando estava na cozinha a preparar o esparguete. Estive 24 minutos lá dentro, até que subi ao quarto ou fui lá fora, apenas por segundos. Enquanto ali estive, são falsos como notas de 50.000 euros. Falam com falsa aceitação, sorrisos e uma hipócrita simpatia. Mas eu sei que, é só virar as costas e vem trovoada. Sempre penso que é desta que se vão controlar e deixar de ser do tipo de gente mais detestável à face do planeta. Mas estou a iludir-me.

O rapaz, que estava em video-chat com um outro rapaz alemão com quem está a trocar ensinamentos linguísticos, assim que sente o caminho livre, (eu ausento-me) vai espreitar o que estou a cozinhar, a gorda responde que é esparguete, ambos fazem o som "belhec" ela dá risadinhas, porque nada lhe dá mais prazer que ver alguém ser tão porco e vil quanto ela a meu respeito. Dá-lhe gosto, fica com a pele mais resplandecente, o olhar mais vibrante. Nisto o rapaz diz que está a falar da inquilina (eu), que sou uma espécie de porca, que deixo tudo espalhado pela casa e menciona, mais uma vez, a nacionalidade. Como se tivesse problemas com portugueses no geral. Como se ser portuguesa fosse um diminutivo, um defeito associado a falta de limpeza.

Nisto ele decide MOSTRAR e filma as luvas e os desinfectantes que deixei em cima de uma folha de papel numa pequena mesa que uso para o efeito. É nessa mesa que decido deixar aquilo que vem e volta da rua. Acho que tenho direito de ocupar alguma área na sala, não? Não pode ser tudo para eles! Eu preocupada em não trazer virus para dentro, ocupo apenas a mesinha de encosto para bem de todos e é esta a paga que recebo? Onde está o contexto? A explicação? Está um gajo alemão a quilómetros de distância daqui a pensar horrores de mim, quando nem devia estar a par da minha existência. A receber informações depressiativas a respeito dos portugueses.


Que tivessem FILMADO os meus pertences e mostrado a um desconhecido, mentindo e criando uma má reputação a meu respeito é e me deixar estupefacta. Não é a primeira vez, a gorda fez isso em finais de 2018. Mas ainda assim ainda me surpreende que continuem a ser difamadores. Mentirosos! Mal formados. Isto vindo de gente que não se olha ao espelho, só pode! A mesa da sala sempre foi um armazém para eles, ali deixam os computadores e telemóveis. O rapaz colocou um gigante jogo de mikato a um canto da sala e nunca lhe tocou. Depois adicionaram a isso um outro jogo qualquer. E mais tarde, antes da Páscoa a gorda recebeu algo numa caixa de papelão e parece querer guardar a caixa religiosamente, pois ainda está no topo da cadeira. Talvez vazia, talvez não. Sei que um pedaço já foi rasgado e colocado no chão, para servir para manter a porta da sala aberta. Mas não resultou e ao lado do cartão, colocaram a pedra que eu originalmente tinha colocado para o mesmo efeito, mas que o senhorio removeu, dizendo que não autorizava porque é uma porta anti-incêndio, tem de ser mantida fechada.

Eles depois colocaram outra pedra, menor e mais leve que não mantinha a porta realmente aberta e perdia-se imenso tempo com o tentar mantê-la assim. O senhorio, que entretanto já entrou e saiu da casa dezenas de vezes, não removeu a pedra colocada pelos italianos. Eles deixam malas de viagem dentro do sítio reservado para estender roupa, deixam toalhas em cima do sofá, das cadeiras, não são nada um exemplo que possa abrir a boca para apontar o dedo a outro alguém. Muito pelo oposto.

Eu preferia deixar o saco que uso na rua em cima de uma cadeira em particular. Mas não pude, porque quando começou a quarentena a mais-gorda meteu ali uma mala de computador. Ou então foi ele. Só sei que isso fez com que metesse as coisas em cima da mesa redonda. Não gostam? Que lata! Que descaramento!!

A mesma mesa onde eu vi dia após dia uma mala de cosméticos, mais outras traquitanas, por três meses seguidos, até que veio o Natal de 2018, uma inquilina saiu da casa e aproveitei o espaço num armário onde ela entulhou coisas soltas para "os italianos" e meti ali dentro tudo o que estes deixaram espalhado pela sala. Soube-me tão bem, olhar em volta e ver um espaço equilibrado. Foi a primeira vez que a casa ficou sem tralha desnecessária à vista. A zona da área de lavagem é uma bagunça! A gorda gosta de guardar embalagens vazias de detergente e chegou a ter umas dez! Sacos plásticos vazios deixados abertos em cima e outras cenas de entulho... tudo a ocupar espaço comum. Eles os dois usam um frigorífico enquanto outros três usam o outro e mesmo assim vão enfiar coisas deles no meu. Sujam tudo, eu bem vejo que têm um frigorífico porco. Mas depois dizem que a porcaria é minha. Eu é que estou sempre a limpar os vestígios de porcaria deixada por eles no frigorífico. Mas já desisti de tirar as manchas de molho de soja. Que fiquem lá, já que as limpo e estão sempre a aparecer. Mas eles lá mencionam isso em video-conferência com um perfeito estranho que não está interessado nem pediu informações? Não... 

Que gente mal formada, cruzes!
Tão mal formada. E enganam. Enganam muito bem.

O meu único dia de folga, o primeiro. Fiquei no quarto isolada a maior parte do tempo. Estive no jardim, arranquei ervas, limpei folhas soltas. Eles, sempre a vigiar. Quando fui colocar parte desse lixo no contentor apropriado, vi o rapaz a espreitar pela janela e este acenou com a cabeça, em sinal de aprovação e mostrou um sorriso. Mas decerto que se for a escutar essa gravação, vou ouvir coisas terríveis a serem ditas entre eles. Se calhar até foram eles que disseram ao senhorio para cá passar. Para ver se este implica com alguma coisa na minha jardinagem. Por essa altura já estava no quarto e não pretendia sair. Acabei por adormecer, a pensar nele que, a pesar de tudo, foi capaz de ser a pessoa mais autêntica que me apareceu à frente. (Ou também não foi?)

Ainda tenho os meus pertences no armário no corredor. Devido às obras. Que nunca mais terminam. Queria ter tudo no meu quarto, cada coisa no seu lugar e poder usufruir desse prazer que é precisar de algo e saber exatamente onde alcançar, sem dificuldades, sem ter de desviar uma carrada de coisas e outras tantas cairem ao chão. Sou a que vive em piores condições. Por causa deles, por causa do senhorio, que faz muito pandam com a falsidade e ocultação de informação que eles exibem.  (Sei que também ele prefere, por comodismo, que a casa fique toda italiana. Tem interesse em me ver fora, porque o próximo que alugar o quarto verá um acréscimo considerável no valor da renda. E lucro é irresistível para um homem de negócios). Mas não vão conseguir mandar-me embora. Cabrões. Estão só à espera que eu perca a paciência, lhes diga alguma coisa, para, unidos encherem a cabeça do senhorio de intrigas e meias-verdades para me expulsarem daqui.

Não valem nada estes italianos. Nunca pensei. Nunca me ocorreu!
Gente puta, prostitutos imorais. 
Há italianos que dizem não gostar de italianos e agora compreendo muito bem porquê. Não vejo nada, nem a porcaria de um grão de areia que lhes possa apontar de bom. Não o permitem.  

domingo, 19 de abril de 2020

Como se morre aos bocadinhos


No Domingo passado fiz uma video-chamada a um familiar que na altura não pode atender, pois estava nas compras. Disse-me que ligava depois. 

Há três semanas, mantive contacto com outro familiar, pedindo-lhe que aderisse às redes sociais, para que a comunicação fosse mais fluída e menos dispendiosa. Respondeu-me que o ia fazer. Desliguei a chamada, para que não gastasse muito dinheiro e fiquei com a impressão que era desta. Depois enviei-lhe uma mensagem de texto, à qual ele respondeu por email. Email esse que também é muito alusivo a usar e para o qual já o tinha contactado noutras ocasiões diversas, sem receber resposta. Passados mais uns dias e chegando o Domingo de Páscoa, não tendo ainda recebido notícias, decidi desejar-lhe que tudo estivesse bem, em vídeo, que enviei para o mesmo email que usou para me contactar uma vez.

Presenteei outro familiar jovem com uma série de envios de filmes online. Fiz a transferência por um programa gratuito que apaga os ficheiros ao final de sete dias e recebo mensagens a dizer se o download foi ou não feito. Adivinhem lá como foi recebida esta oferta? Já lhos tinha dado antes porque todos eles tinham um significado especial. Como não teve como os ver - disse-me, decidi ajudar a quebrar a rotineira quarentena de que se queixava, sugerindo, pelo menos, que tentasse uma destas distracções. 

Até hoje, sete dias volvidos, nenhuma destas pessoas deu-me retorno.

De vez em vez também procurei saber se um familiar já deu uso a um presente que lhe ofereci no Natal. Tenho sido ignorada. Não vou especificar qual é - não me apetece - mas é algo único, particular, com um valor de cerca de 70 euros e que se não for usado dentro de meses é capaz de perder as suas características e tornar-se inútil. A pessoa ficou tão entusiasmada quando o recebeu, fiquei feliz por saber que tinha agradado. Isto foi em Dezembro, estamos em Abril, o presente que lhe ofereci é todo feito online e sem sair de casa... E nem na quarentena??

Depois recordo-me de outras ocasiões. De outras alturas, com as mesmas e outras pessoas e é tudo tão... desanimador.

São estas pequenas coisas.
Estes pequeníssimos sinais de desinteresse e falta de consideração....
E mentiras, que nos matam aos poucos, como um veneno.


Não é que me incomode por aí além, pois sou adulta e sei que a vida é assim. Mas tudo o que é dito a alguém que se vai fazer, e não se faz, é uma pequena morte. Contribui para o descrédito na palavra do semelhante. De que adianta te dizerem que gostam de ti, que és uma pessoa especial para eles, se depois há coisas assim?

Morre-se aos bocados. Um bocadinho aqui, outro ali. 
O pior, o mais devastador, é perceber que só se lembram de ti se eles se sentirem sozinhos. A solidão é um sentimento transversal. Dá em todos. Não nos devemos lembrar dos outros apenas quando nos é conveniente. 

Tenho receio que apareça alguém especial na minha vida e que eu a afaste, influenciada por toda a decepção. 

No campo pessoal, temo que isso já me tenha tornado uma pessoa aparentemente distante, fria. Aparentemente, porque no fundo, não sou assim. Mas não sei o quanto no fundo está o fundo, quando estou com outros. Parece-me que está cada vez mais fundo. 


Boa semana a todos.

Como estás?


How are you?

Estou com uma vontade imensa de lhe enviar este simples sms.

Mas não devo.
A forma como decidiu não responder a qualquer contacto impõe-me esta atitude. Eu não posso mais ser eu. Preocupo-me e não posso mostrar que me preocupo.

Isto não consigo perdoar. Não ter interesse em se envolver, tudo bem. Mas mostrar-se presente e atencioso para depois não permitir que nos falemos de todo, dilacera-me.

Não posso estender a mão até ele para saber como está.
Dilacera-me.

sábado, 18 de abril de 2020

For God Sake!


Alguém encontre a cura para isto, sff.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Encontrei o meu ex chefe a caminho do emprego. E cumprimentei-o. Perguntei cono estava e respondi-lhe que estava a fazerxmais horas no meu segundo emprego.  "Things turn out this way".

E despedi-me, com pressa para não chegar atrasada.

Este foi o chefe que me garantiu que podia ir três dias a Portugal que na volta ainda tinha a minha posição garantida. Fui numa quarta-feira, tendo trabalhado até às 2h da tarde. Na sexta ele informou a agência que me dispensava. Pelo menos foi isso que me contaram quando lá apareci na segunda, para trabalhar. Só então soube que não tonha mais trabalho. Fiquei decepcionada e também zangada, por nao poder acreditar em ninguém e por esse seu comportamento ter impedido que pudesse escolher entre ficar em portugal ou em inglaterra. O espaço aéreo ia fechar em breve e saber que tinha emprego à minha espera deu-me alento. Mas subitamente diante desta ameaça mortal que é o covid-19, a escolha que ele tomou para mim foi ficar longe da família e fora do meu pais, desempregada, sem amigos e a viver numa casa com gente hostil.

Diante disto, quando o encontrei, porque é que não o confrontei? Podia ter-lhd dafo a entdnder como me fez sentir.

Sim, tudo acabou por resultar a meu favor. Mas dispensava a decepção e o susto.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Enfrentando raposas e seres humanos

Costumo avistar raposas quando caminho de noite para casa. Estão sempre no centro da cidade, esfomeadas mas não agressivas para com os humanos. Vasculham o lixo em busca de restos. Não gostam de bolachas. Era a única coisa que tinha para lhes dar. Uma ainda comeu a primeira  vez. Mas não voltou para mais. O que temo não são raposas. Essas não fazem mal, nem mesmo quando com fome. A espécie mais temida é a semelhante.

A essas horas, seja lá com quem te encontrares na rua, não está ali a fazer grande coisa. Ontem de noite era um bando de oito rapazes, uns a pé,  outros de bicicleta e uns dois com cães,  que pareciam danados. Foi o rosnar e latir raivoso destes que despertou atenção. Não fosse esta ser uma nova moda para assaltar pessoas, fiquei, como sempre, atenta ao meu redor.

No Domingo às 8 da manhã vi um ex colega na rua, do outro lado da estrada e gritei-lhe: olá. Estava a ser abordado por um adolescente cabeludo, de boné na cabeça e saco plástico na mão, que logo atravessou a estrada na minha direcção. "Quero saber o teu nome" disse-me ele aproximando-se cada vez mais. "Seja lá o que for que queres, não tenho" -respondi. Ele insistiu, pedi-lhe para manter a distância e ameacei chamar a polícia caso me chateasse. Conto isto porque esta interacção aconteceu na presença do ex colega, que nem levantou a cabeça para seguir a minha voz e diante de um funcionário camarário, que conduzia um carro de limpeza. Este pôs-se a olhar mas quando repeti que chamava a polícia recuando uns passos para ficar paralela ao funcionário, certificando-me que era testemunha e me ouvia, foi quando este fingiu não perceber o que se passava.

A sorte de viver neste pais é que a simples menção de policia é dissuasora. Nada te safa quando os bandidos perceberem que a polícia é mole, podem fazer tudo que se existir ajuda chega tarde e o cidadão comum é incapaz de interferir apenas por dar a entender à pessoa a causar disturbios que está ali a testemunhar e poderá escolher intervir.

Nem o ex colega deu um berro, nem o funcionário gritou. É cada qual "na sua vidinha" nada têm a ver com a dos outros.





terça-feira, 14 de abril de 2020

Preocupo-me com «ele»

Nesta Sexta-Feira Santa estava a dialogar com Jesus, naquela que foi uma conversa tida num momento de gratidão pela vida. Porque, a pesar de tudo, se é verdade que Ele existiu e fez o que fez  pela humanidade, apeteceu-me agradecer-Lhe.

Depois dos agradecimentos, vieram os pedidos. O que é realmente importante? Aquilo que me faz falta? Deixei a emoção mais intensa revelar-se dentro de mim. E ela é ele. Ou o amor que sinto. Quero viver um amor. Com outra pessoa, se necessário for, mas quero amar! Com a condição de  saber o que é ser amada de volta.

Revivo momentos, imagino muitos que haviam de vir e penso regularmente nele.
Pergunto-me se está bem. Se não estará doente com o vírus.
Claro que está bem. Está optimo! Fantasio que também pode, subitamente, querer saber como eu estou. Mas não quer. Talvez nunca tenha querido.

O que me chateia é que nada disto tomaria as proporções que tomou, caso ele tivesse tido outro comportamento. Um diálogo. Nenhum sentimento atingia a magnitude do meu, se tivesse oportunidade de se clarificar. Podia ter tudo falecido ali. Mas não... tudo aumentou, intensificou. Passado tanto tempo até começo a sentir embaraço de indicar quanto, ainda estou emocionalmente comprometida.

Porra!
Que estupidez.

Espelho, espelho meu, existe alguém mais idiota, parva e estúpida do que eu??

segunda-feira, 13 de abril de 2020

A Páscoa correu bem



Passei um Domingo de Páscoa agradável, porque estive a trabalhar. Trabalho intenso, físico, de longa espera até poder fazer uma pausa. Mas relaxado, num ambiente amigável. 

Que melhor podia pedir?

Dentro de casa sei que ia encontrar o oposto. O que ia estragar o meu dia, fazer-me ficar deprimida, magoada, em sofrimento e a soltar lágrimas. O trabalho foi a minha salvação.



Quando regressei, os sinais de farra estavam visíveis. Os italianos decidiram comer no jardim - factor raro - e moveram a mesa de ferro forjado para junto da vedação do vizinho. Porquê? Não sei, não me interessa. A mais-gorda quis logo saber, ao me ver entrar, se tinha ido trabalhar. Respondi-lhe que sim. 


Troquei-lhe as voltas. Ela tinha preparado todo um festim para mo exibir debaixo do nariz, mas no qual me deixava excluída. Como sempre fez. Inclusive, mudou-o para o jardim, lugar onde eu costumo estar, onde costumo ir para comer. Também queria privar-me desse prazer, decerto. E eu não estive presente para lhe dar esse gostinho. Nem dei sinais de ausência. Deixei o saco que uso todos os dias no lugar, para que a sua ausência não lhes servisse de pista. Ouviram-me sair, mas decerto deduziram que podia voltar a qualquer instante.

Na sexta-feira Santa montaram um jantar todo caprichado, mas não me convidaram, nem sequer mencionaram que tinham esses planos. Não foram capazes de oferecer um chocolate dos muitos que abriram nem uma taça de vinho (com tanta garrafa que trazem e armazenam logo quatro no meu frigorífico). Não escrevi eu aqui que ela precisava recordar-se do significado da quadra, por isso o escreveu  "Esta é a semana santa" no quadro negro na cozinha?


Eles não têm um conceito real do que significa a Páscoa. Continuam maldizentes, intriguistas, mesquinhos e pateticamente embrulhados nestes actos de ostracizar o semelhante.

Assim que o senhorio abandonou a casa nesta sexta-santa, (veio cá com o pretexto de acabar de arranjar o WC), eles começaram logo a preparar a sala. Dava para sentir no ar, que só estavam à espera que ele saísse. Pouco depois, escutei baterem à porta da rua. 

Convidados? Em pleno Covid-19 lockdown?? Anda a polícia a divulgar cartazes para que as pessoas não se reunam em grupos nas suas casas nesta altura da Páscoa, para não fazerem churrascos e festas no jardim, com convidados... e estes italianos trouxeram cá para dentro um outro italiano. Sei lá eu se saudável! É simplesmente um comportamento que não se pode tomar. E eles tomaram-no. Em plena quarentena.


Tenho sorte em poder ausentar-me desta casa para ir fazer algo útil, mais útil ainda neste conceito de Pandemia Mundial. O meu trabalho de armazém consiste em separar correio postal. Ajudo a que as pessoas que estão fechadas em casa possam receber, enviar e ter em suas mãos algo que alguém que lhes quer bem desejou lhes enviar. Esse é o trabalho que mantenho há quase dois anos, mas por uma agência, como trabalhadora ocasional. Dava muito pouco dinheiro - nem o suficiente para metade da renda.

Agora com a situação que vivemos, perdi o emprego principal que tinha há dois meses e que podia gerar um contrato, mas em contrapartida ganhei horas e turnos decentes neste que já dura muito mais e com o qual estou satisfeita. Ali muitos me conhecem, muitos gostam e mim e no geral é um ambiente simples e descomplicado onde se trabalhar. Tudo o que quero. Pagam melhor do que em qualquer outro lugar, mas não davam nem 10h por semana. Com o Covid, isso mudou. Está muito melhor agora. É lamentável que esteja a correr riscos, mas penso que é o mesmo risco que qualquer outra pessoa que tem de se deslocar para o trabalho corre. Excluindo os profissionais de saúde, que esses estão mesmo no epicentro das pessoas contaminadas que procuram auxílio. Porém, quantas contaminadas que não o sabem podemos nós nos cruzar na rua e emprego?

No armazém onde trabalho, que é enorme, estão também outras três centenas de pessoas. Lidamos com camionistas, que viajam por todo o lado e carregam e descarregam os camiões com os carrinhos de correspondência e encomendas. Tocamos em mais de 1000 pacotes por dia. Sabemos lá qual deles pode transportar um vírus.

Sem dúvida, é um risco.
Mas para ser honesta, o Covid fez-me perceber que ficar em casa é-me muito mais prejudicial.

Hoje, segunda-feira, é feriado. Então fiquei mesmo por casa. Não é bom. Dos poucos segundos que tive em contacto com outra pessoa, passaram-me a sensação de não me desejarem por perto. Se não aguentam a minha presença nem por segundos num único dia da semana... Até conversa de treta não consegui estabelecer por mais que alguns 5 segundos. Tal era o desinteresse.

Não me rala. A única coisa a que tenho de estar atenta é onde ponho as mãos, o que uso para comer, para preparar comida... Porque não sei onde os restantes andam com as suas, nem para onde espirram. Sei que não são de tomar tantos cuidados quanto eu. Tenho estado atenta ao comportamento da rapariga do andar de baixo, que praticamente tem estado a viver enclausurada dentro do quarto. Não é muito habitual e fica claro que algo se passa. Com ela ou com o namorado, que está ainda mais "invisível" que ela. Se algum deles apresentar sintomas de gripe ou constipação, SEI que vão procurar ocultá-lo de mim, do senhorio. Vão mantê-lo em segredo, tentando que eu não o perceba. Sei que não posso contar que tenham um comportamento exemplar e atuam como pessoas decentes e responsáveis. Têm demonstrado não saberem o que isso é. Para os italianos, qualquer sintoma é de outra coisa qualquer, não é Corona. "Como ousas insinuar??" - é o tipo de atitude que têm. Claro... como se desse para saber.

A rapariga do andar de baixo não só anda muito enclausurada no quarto, como começou a fazê-lo depois de regressar de uma interrupção de quarentena. Ela e o namorado ausentaram-se por três dias. Não sei para onde foram, com quem estiveram, nem o que andaram a fazer. Sei que regressaram faz duas semanas, e quase de imediato comecei a ouvir a rapariga a tossir e a assoar-se constantemente. Parece estar a querer evitar o contacto e vive enfiada no quarto. Daí vai para o WC tossir e assoar-se, e de volta para o quarto. Deixa as suas coisas espalhadas pela casa, as toalhas que usa nas cadeiras, sofás, etc e sai de vez em quando, para alimentar-se e parece estar bem... mas hoje ao passar por mim na cozinha, olhou-me intensamente. O que não é habitual. Geralmente recebo aquele olhar "mal olham para ti". Que foi o que ela me deu na sexta-feira Santa, quando cá receberam o italiano. Fiquei ali parada a olhar para eles, à espera que se dignificassem a dizer algo, a apresentarem-me o indivíduo (porque o sabia um candidato) ou a mexerem-se para que eu pudesse passar e alcançar a cozinha. Ela só me olhou de relance, com um desdém do tamanho do universo. Típico de quem sente que está a aumentar em número... Quando recebo olhares não de relance mas que olham no olho,  sei que está a acontecer algo menos bom. Isso e mostrarem-se mais afáveis na voz. É sempre mau sinal. Para mim aquele foi um olhar de "estou a esconder alguma coisa", que me disse que se estava a passar algo que eu ainda não sabia, mas que ela sabia e estava a rejubilar-se nisso.

Uma dessas coisas pode ser o facto de estarem à procura de outro italiano para cá vir morar. Foi isso que os espevitou há dias, depois da rotina desta quarentena já estar a desmotivá-los. Um dos rapazes abandonou o quarto, por estar em quarentena em Itália e não querer pagar renda. O quarto vai vagar no final do mês, Mas já está tudo em movimento para cá enfiarem alguém do seu agrado. Alguém com o "selo de qualidade". Estão a falar com todos os italianos, procurando encontrar quem queira mudar-se para cá. Pintam a casa como um lugar ideal, toda italiana, com festas e festins italianos. Só tem um inconveniente... ainda cá mora uma portuguesa. Mas ela é posta de parte, não conta.

A necessidade de meter outra pessoa cá dentro tem-nos dado um novo alento, um novo propósito. Têm estado a sondar quem pode vir para cá, quem é o melhor candidato. Ontem à noite, estava quase a adormecer, quando tenho de ir buscar algo lá abaixo e voltar para a cama. Nisto quando estou a passar rapidamente pelo sofá, a mais-velha, que está a falar por video-chamada no telemóvel, no alto do seu cinismo, chama o meu nome, o que é insólito, vira o telemóvel  para mim e diz: "Fulano está ao telemóvel".

Fulano é o "rei", o ex-colega que saiu desta casa. Nunca quiseram saber de mim. Não falaram comigo cá dentro. Passavam-se horas com nós os dois na sala e ele não abria a boca para me dizer um ai. Não me desejou feliz ano, nem feliz Natal... Nada. E agora, subitamente, estava interessado em me cumprimentar?

Claro que não. Foi só mais uma provocaçãozinha, porque entretanto, eu já deixei claro que não gosto dele. Quando cá esteve limitei-me a cumprimentá-lo secamente. Queria o quê? Reverência? Nunca fui uma das suas vassalas. Fui simpática porque é de minha natureza e porque dividi o mesmo espaço que ele. Mas depois disso, não tenho qualquer obrigação, sem ser por minha natureza cordial. Não sou hipócrita, não vou perguntar como lhe está a correr a vida. Mesmo que a minha natureza seja essa - e é - no caso dele e de outros cá dentro, não são merecedores desse tipo de carinho. Sim, porque se trata de uma forma de mostrar carinho por alguém - perguntar como está. Nem isso quero saber.

O que é revelador, é a atitude da mais-velha. Para agir como agiu, mal me viu, é porque estava muito feliz. Provavelmente estava a "descascar" na minha pessoa nesse preciso momento. O "rei" deve ter sido contactado para dar continuidade a uma das suas principais anteriores funções: recrutar italianos-moradores. Se bem que é uma pessoa muito narcisista. A partir do momento em que deixa de ser um problema que o afecte, não vai perder muito tempo com isso. A menos que lhe seja fácil. Se for difícil, não se dá ao trabalho. Mas por maldade... fazem tudo.

Já escrevi muito. Mas apeteceu-me ir aos detalhes. Resta-me incluir que a minha reacção quando ela virou o telemóvel para mim e mostrou-me o rosto dele, outra forma de continuar a invadir o espaço, eu reagi assim:
"Quem é fulano?" "Olá, boa páscoa".

E foi só isso.
Fulano ainda pronunciou, com atraso considerável "Olá portuguesinha".

Lol.
Nunca usou o meu nome enquanto pode. Privou-me de vários olás cordiais enquanto cá esteve.
Agora pode enfiá-los todos num lugar que eu cá sei. AHAHAH.

Boa semana para todos.
E acreditem, estou bem.
Quero que estejam bem também.

Noutra ocasião, vou deixar-vos ideias com que possam se entreter enquanto se prolongar a quarentena. Forte abraço, obrigada e Força.