Metereologia 24 h

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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Pequenos sinais... de que podem te estar a seduzir com falsidade

 

Estava sentada num assento na carruagem do metro. De pé, mesmo atrás do meu ombro, escutava as vozes de um casal a conversar. Acabei por apanhar o tom de voz e o que era dito. O rapaz escutava-a com interesse e pouco falava. Fazia questões à rapariga, pelos vistos para a conhecer um pouco melhor. Sugeriu sairem juntos. Ele não era dali e ela era lisboeta e podia lhe mostrar os melhores lugares. Ela logo avançou que não conhecia muita coisa porque não cresceu a ir a muitas festas e ia "polvilhando" aqui e ali, o rapaz com informações da sua vida . Uma vida de abnegação, "dedicada" aos outros. Pude sentir o interesse dele a crescer. E pude perceber a perícia da miúda, que conduzia a conversa pintando-se de uma maneira tão benéfica, que se julgaria tão santa como a madre Teresa de Calcutá. 

Disse-lhe que cresceu sem sair à noite. Não conhecia muita coisa. Teve de cuidar do irmão, de quem gosta muito, como se fosse um filho. Tinham uma diferença de idade de alguns anos. Era como se fosse mãe dele. Só começou a sair já era mais adulta, mas poucas vezes e em ocasiões especiais. Cada vez que ela falava, o interesse dele continuava a crescer.  Demonstrava que queria estar com ela e dedicava-se a escutá-la. Ela tinha uma voz doce, tão serena e calma, que deu-me vontade de olhar para trás só para perceber como era. O que fiz muito rapidamente, disfarçando olhar para o mapa do metro. 

Nisto percebo que ela está bastante atenta a tudo o que a rodeia de uma forma possessiva, porque assim que movo a cabeça, e apanho a forma como está vestida - espanto-me. Pela voz, esperava uma mulher normal, simples. Como todas as outras que se vêm no metro. Mas encontrei uma jovem produzida de forma a parecer simples mas também a seduzir. Parecia a Marge Simpson - a dona de casa "look", mas era deslumbrante. Apresentava-se mesmo para agarrar o peixe. Tinha o cabelo solto e liso, super brilhante e sedoso, um vestido justo ao corpo a revelar apenas o que é de decoro mas a revelar exatamente o que é preciso para deixar um homem doidinho de desejo: boas pernas, boas curvas e um peitinho curioso. Usava um colar a sobressair no decote não demasiado modesto mas não revelador. O vestido a marcar-lhe o contorno do corpo era o suficiente. 

Mas o meu espanto - e a minha suspeita começou aí, foi o ser surpreendida, não tanto com a imagem, que percebi de relance, mas com o que a vi fazer de seguida. Mal olhei para ela - e certamente para ele quase nem olhei, mas ela, ao ver um movimento de virar a cabeça na direcção dos dois, tocou no rapaz. Fez questão de esticar o braço, sorrir-lhe, agarrá-lo, chegar-se perto. Esse tipo de comportamento é tão típico de mulheres que estão no processo de sedução, não gostam de distrações de qualquer espécie e vêm "rivais" em tudo. Nada nem ninguém devia interferir com os planos que tinha na cabeça. Nem a carruagem, nem os transportes, nem um animal na rua. Estava determinada a conquistar aquele rapaz - mas fingindo que não era nisso que estava focada.  

Aquela súbita aproximação física, o toque no ombro dele, com a mão a escorrer para o peito, o sorriso - aquilo foi um convite e deve tê-lo deixado ainda mais em brasa. Já eu, fiquei com a sensação que ela estava a enganá-lo. Fazendo-se passar por aquilo que ele desejava encontrar. Todas aquelas palavras tinham sido cuidadosamente arquitetadas, o vestido cuidadosamente escolhido - cada detalhe da sua indumentária foi alvo de especial atenção e se alguma coisa ao redor ousar sequer interferir no seu processo, não ia permitir, recorrendo a comportamentos mais "diretos" ao ponto. 

O rapaz devia estar a pensar "que sorte tenho em encontrar alguém assim", "Jackpot", "Fantástica". 


O meu cérebro refletia nas aparências. Acho que os homens continuam a sentir bastante atracção pelo "protótipo" da "mulher para casar". Muitos conseguem ver as miúdas a divertirem-se, querem ter miúdas para gozarem, beijarem, pegarem, amassarem. Mas para um relacionamento sério, procuram, ainda a "mulher para casar". Se antigamente esta linha era bem distinta - definida, muito vincadamente pela virgindade mas não só - existia também um código de conduta e uma aptidão para as lides domésticas - hoje em dia a coisa só varia um pouco mas, no ADN do homem, penso que ainda persiste a procura da mesma coisa. Aceitam, claro, que uma mulher possa não ser mais virgem e ter tido namorados. Mas tem de ser um ou dois apenas. E depois tem todo um código de conduta de recatez, simplicidade, modéstia que ainda os seduz bastante e torna a mulher atraente a seus olhos. Isso, e a aparêmcia física. Vos digo: aquela rapariga sabia muito bem como o agarrar.


Depois reflecti no que descrevia dela própria e percebi que estava a descrever-me. Só que eu jamais ia conseguir retratar-me com aquela capacidade incrível de sequenciar tudo de forma tão eloquente e benéfica. Para mim, cabelo apanhado com uma mola, sem maquilhagem, usando roupas banais, sem adornos à excepção do meu anel, com uns quilinhos a mais e rugas a surgir - o rapaz jamais olharia. No entanto, se fosse por conteúdo apenas, o que ele estava a escutar era a minha vida. Talvez mais minha do que a dela.... que só faltou dizer que foi criada num convento. 

sexta-feira, 4 de março de 2022

Sexo re-inventado

 Nos, humanos, estamos sempre a querer re-inventar a roda.


Mas a roda ja foi inventada. E funciona tao bem. Desde os tempos das cavernas. O design e perfeito, pratico, tão util!

Nos, humanos, reinventamos. O que não significa que existam melhorias. 

Reflicto nas relações humanas quando falo nisto. Este é o tema deste post. Ao ver um programa televisivo no qual procuram juntar um casal com o inusitado princípio de se conhecerem nus para depois irem a um encontro, fico a pensar na quantidade de NOVAS MANEIRAS que esta geração já "inventou" para alcançar o que os nossos antepassados também alcançaram. 

Hoje, como que a querer reinventar as relações humanas, o amor e o sexo, este último tornou-se algo corriqueiro, esperado se não no primeiro encontro, pelo menos no segundo. Não se vai investir muito mais se a pessoa não mostrar logo as "qualidades" que tem como amante. É levado ao escrutínio o saber sexual: a mulher fala do que gosta de fazer ao pénis do homem, como o faz, todos falam que preferem ausência de pêlos, tudo tem de ser depilado, todos querem corpos tonificados, pessoas atraentes, com certas características físicas. Comentam-se formato e tamanhos de penis, peitos, traseiros, mostram-se pircings labiais, de mamilos, anéis para pénis... 

Está tudo tão banalizado que nada mais nos surpreende. 

Sabem o que é chocante?

É que, no meio de toda esta liberalização, a solidão continua. 

Mas como? Se re-inventamos as relações íntimas humanas? E tudo está mais liberal, mais aceite, tudo é tão natural?

Contudo, ali estão eles: a geração de jovens, sexualmente maturos e bastante experientes, a sentirem-se sem esperança, a duvidar que o amor exista e que seja possível uma duradoura vida a dois. 

Jovens que já tiveram tantos parceiros sexuais na vida que já perderam a conta, com um saber de cama para lá de completo - podia-se até dizer que tiraram doutoramentos em todas as artes sexuais, artes essas que antigamente só os "profissionais do sexo" tinham bom conhecimento. E é isso que priorizam e buscam entender logo que se conhecem. Começam logo a falar das suas preferências sexuais a indagar a outra pessoa sobre a sua disposição para executar certas técnicas de suas preferências. 

Está tudo tão invertido!

Amadureceram rápido nessa área, mas não noutras. São impressionantemente imaturos no resto. É uma discrepância escandalizadora. 

Enquanto verifico nos seus rostos a frustração de mais uma tentativa que não deu certo, enquanto os vejo continuar como se cada rejeição fosse natural e não doesse nada, fico a pensar porquê não se regressa ao simples. 

Eles todos sonham em viver um Grande Amor. 
Mas querem começar pelo sexo. Pelo final. Pela intimidade entre estranhos, na esperança que nesse campo, se tudo for perfeito, o resto decerto também terá de ser. Dão toda a importância ao encaixe sexual. Mas devia até ser a última coisa nas suas listas. O processo devia ser invertido. Como se fazia antigamente. Porque tudo para o qual se tem de lutar, vale a pena ser conquistado. Sexo logo no começo não deve saber tão bem quando mal se consegue aguentar a vontade e é por amor que se vai descobrir a partilha de corpos mas, acima de tudo, a partilha espiritual entre os dois.

Os nossos antepassados nem sempre se uniam por amor mas uniam-se querendo e acreditando no sucesso da relação para toda a vida. Alguns, chegando a uma certa idade, idade de casar, procuravam parceiros e se engraçassem um com o outro, investiam em se conhecer. Tomavam a decisão de criar uma vida juntos. Procuravam ver se se davam bem, na forma de pensar, de reagir. Existia a corte. 

Sinceramente, acho que o que faz falta nesta área para um programa televisivo não é meter "Quem quer casar com um agricultor" ou outras parvoices em que se parte logo para o final, saltando todo o início. Devia-se regredir ao básico. Meter as pessoas a viver juntas após uma corte de uns seis meses. Sem intimidades. E depois ver no que dava. 

Mas isso não serve para a TV. Não serve para esta vida de ritmo cada vez mais rápido. 
Porém talvez fosse boa ideia para que existissem no mundo mais pessoas felizes com os seus parceiros, unidos por mais que sexo. Acho que vai haver muita solidão de pessoas que estão sempre com alguém, intimamente, mas se sentem sós, desconectadas espiritualmente. Isso se deve à forma como a sociedade lhes está a dizer para sociabilizar. Estão a querer re-inventar a roda, algo que já foi inventado e funciona bem. Só têm de ficar pelo simples. 


quinta-feira, 28 de maio de 2020

A young man with a high potencial (filme para ver já!)

Vi um filme maravilhoso do qual nunca tinha ouvido falar. Data de 2018, muito recente. O filme tem uma história incrível, perturbadora em certos aspectos e impressionantemente realista. As interpretações estão fantásticas. O actor principal é tão bom que nem o vemos. Só lá está a autenticidade da personagem.


Traduzido para português o título do filme significa: "homem jovem com alto potencial"

E do que trata a história? Bom, ele é um geek que não sabe socializar, ė estudante e vive num dormitório. Uma jovem atraente pede-lhe para ser sua colega de trabalho num projecto e ele sente-se atraido por ela. Mas carece de experiência na corte. Quando a beija, ela diz-lhe que nunca pensou nele dessa forma. Ele sente bastante a rejeição e quando surge uma oportunidade para satisfazer a sua curiosidade e fantasias, decide aproveitar.

Mas a coisa não lhe corre bem. Vai correr ainda pior para ela.


Pelo meio surge uma senhora que trabalha na cantina que é sagaz e entende o que se passa, ainda assim participa, não se escandaliza nem procura saber a verdade.

O filme está tão bem feito que várias vezes levo as mãos para tapar a boca que abriu de espanto. O mesmo para os olhos. Por vezes até me levantei da poltrona.


Um filme capaz de despertar estas emoções vale mesmo a pena ver, não concordam?

Quando foi a ultima vez que um filme vos provocou isso? Lembram-se de que filme se tratou?

domingo, 19 de abril de 2020

Como estás?


How are you?

Estou com uma vontade imensa de lhe enviar este simples sms.

Mas não devo.
A forma como decidiu não responder a qualquer contacto impõe-me esta atitude. Eu não posso mais ser eu. Preocupo-me e não posso mostrar que me preocupo.

Isto não consigo perdoar. Não ter interesse em se envolver, tudo bem. Mas mostrar-se presente e atencioso para depois não permitir que nos falemos de todo, dilacera-me.

Não posso estender a mão até ele para saber como está.
Dilacera-me.

terça-feira, 10 de março de 2020

O facebook indiscreto

O Facebook continua a sugerir-me amigos do tempo da carochinha. Um deles conheci tinha ele 18 anos. Um miúdo impetuoso, revoltado, com cabelo muito farto e encaracolado, que usava pela altura dos ombros. Enrolou-se com a colega de trabalho, de trinta e poucos anos de idade, casada e com filha bebé. Oh melhor, ela é que gostou de seduzir um rapazinho encantado com a sua desenvoltura e que não conhecia nada da vida. Engravidou dele, o que levou ao divórcio e nunca mais soube de mais nada. 

Até este momento em que o facebook mos mostrou. Ele não é  mais aquele rapazinho que a minha memória guardou. No seu lugar surge um homem bem afeiçoado, de cabelo visivelmente grisalho, liso e de corte curto, algumas rugas de expressão bem visíveis em torno dos olhos e envergando fato e gravata. 

Como posso eu ainda ser jovem se o "puto" tá homem feito de cabelos grisalhos? 

Já agora, ela, agora cinquentona, está na mesma. Ou até melhor. Não lhe vi as rugas que em mim já estão por toda a parte na expressão facial (e na altura eu era bem mais nova que ela, com rosto de boneca de porcelana).  Arranjou mais dois filhos a somar aos dois que já tinha pela altura em que perdi contacto. Aparenta ainda estar melhor conservada do que quando a conheci. Zero rugas! Não estou a exagerar. É a pura verdade.

Viver a vida como te dá vontade e ser feliz com quem te apetecer no momento. 
Deve ser esse o segredo da perpétua juventude. 

Ela é que fez bem. Assumiu-se uma cougar (uma puma devoradora de homens) quando o termo ainda não tinha sido inventado.


Assim como este rapaz está diferente, maturo, experiente, vivido e seguro de si, é também assim que o vi (a ele). Vi tudo isto e mais ao olhar nos seus olhos. Vi-lhe o futuro. Consigo senti-lo como pessoa daqui a muitos anos para vir. Vai ficar tão charmoso e interessante. Queria lá estar lá para o constatar.

Ela preocupou-se com a diferença de idades? Com o marido? O casamento? Não!
E ele tinha 18, não 28. Quase novo demais para poder ir para a cadeia por pedofilia.
E eu aqui com as minhas dúvidas de treta.

Devíamos todos fazer o mesmo que ela.
Follow your heart

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Mudanças de hábitos INTERNET

Sou  da  opinião  que as  mudanças  graduais são as que mais ameaças apresentam. Porque  as pessoas  não percebem que o  que  as rodeia, e  elas  mesmas,  estão  a mudar. Depressa se  alteram  os hábitos, sem que  se  dê  conta da magnitude de  tudo.

Por esta razão  considero as mudanças súbitas muito mais  benéficas. Assustam-nos  de morte. Temos receios,  medos,  é  o desconhecido... mas uma mudança súbida não tem máscaras. É  o  que é. 

A  principal  mudança na  sociedade tem origem  na tecnologia, em  particular na internet. Esta  surgiu gradualmente, mas mudou radicalmente todos  os  costumes. Costumava pegar numa caneta e  escrever um diário, agora escrevo aqui.  Costumava sentar na cadeira  a ver televisão, agora distraio-me no computador. Costumava  brincar com outras crianças aos jogos de tabuleiro,  cartas, ou jogos de  contacto físico. Agora  brinca-se na  internet,  a  jogar  jogos  virtuais.

Mudanças radicais, mas  graduais. Pouco recriminadas  porque ninguém tem  nada realmente  mau  a  apontar à  internet,  só  benefícios. E  fica-se viciado  nisto! Diria até que dependentes!

A  internet serve para tudo: precisa-se de saber onde fica  determinada rua? Vai-se à internet. Queres  saber  uma receita  especial? Vais à internet. Queres  rir um bocadinho com  scketchs de humor  ou ler  umas piadas? Vais à  internet. Queres trocar  de carro, comprar um animal, vender alguma coisa? Vais á  internet. Procuras emprego? Vais à internet.  Precisas de comprar  mercearias? Vais à internet. E que tal fazer umas transacções  bancárias? Vais  á internet! Queres  falar com os amigos? Vai à internet. E  que tal  namorar  um  bocadinho? Vais à internet!

As  pessoas não têm presente  na  consciência o  quanto mudam. Podem achar que  não,  mas  a  isso são  conduzidas  sem  se  darem  conta.  Mesmo quem, eventualmente (não  sei  se  existe),  não tenha internet, acaba por ser conduzido a usar o serviço. Por exemplo: os pagamentos  à Segurança Social  deixaram de ser  possíveis pela via presencial, num balcão de uma das  instalações do Instituto, em  frente  a uma  pessoa de  carne  e osso. Parece-me  que  só se aceitam formulários via-internet.

Estava lá uma vez e  vi  a aflição de algumas pessoas mais velhas,  que logo  afirmavam: mas  eu não tenho  isso! Não percebo  dessas coisas!
 - "Então  peça  a  alguém  para  a/o  ajudar". - responde a/o  funcionário.

E pronto! Parece  tão simples!! Mas  não é NADA simples. Descartam-se das  pessoas e dos problemas  com facilidade,  mas ele(a)s não deixam de existir!


Precisei escrever sobre este  assunto  porque comigo sucede-se o seguinte: entristece-me quando oiço dizer "está na internet,  procura". Qualquer questão  que  se tenha, a resposta vem igual. Mas que raio!  Acho que as  pessoas estão a ser preguiçosas e não  necessáriamente práticas ao depositar  demasiada fé numa coisa.  É  quase deixar  que essa  coisa pense por elas. Por exemplo: uma pessoa mandou-me procurar uma informação que estava  num  site. Mas não sabia que site era esse. Apenas que se tratava do site de um "Instituto" e que o nome era "Portugal qualquer-coisa".  Com esta e outra referência, achou que tinha dado todos os dados necessários para qualquer pessoa chegar à informação.

É claro  que não se  consegue!!
E  depois desenvolve-se uma "conversa  de  burros", em que uma pessoa  diz que "só encontra isto" e  a outra responde  "mas no site  vem  a dizer aquilo"  e,  para  agravar, a  pessoa também nunca viu  o site, foi  uma terceira  que ouviu dizer  que era assim!

Não gosto. Detesto! Faz perder tempo. É informação  inútil, que  ainda por cima conduz  a  conflitos. Se formos a ver o  método tradicional, quando em comparação, acaba por sair em desvantagem. Preciso de uma informação, vou ao tal Instituto e pergunto! É  mais rápido ou não??

A geração dos meus  avós "aventurou-se" no  mundo  por  necessidade de uma vida melhor. Abalaram do norte  porque disseram-lhes que  havia  uma "vida  melhor"  em  Lisboa. E  partiram  apenas  com a vontade de encontrar essa vida  melhor e confiantes  na sua  capacidade  de trabalho. Ao chegar-se  ao  destino, "achavam-se" os  compadres pela  boca. Dizia-se a um qualquer trauseunde o nome do sítio onde  se queria  ir e  bastava-lhes  seguir as direcções para chegar lá.


Agora temos  a  internet, temos  GPS, mapas, temos tanta  coisa mas  falha o  principal: falta-nos o NOME!

E,  sem nome,  não se  chega lá. Haja a  tecnologia que houver,  ao  invés de se  encontrar o "Instituto X",  encontram-se  os Institutos  do abecedário inteiro!!

"Mais" não é melhor. "Fácil" não significa  rápido. Até  porque  se  perdem  muitas horas de volta dos afazeres  e  entretenimento que a internet  e outros  gadgets tecnológicos proporcionam.  Não sobra muito tempo para outros convívios.

Não,  definitivamente, a  internet  não  torna nada mais  rápido,  porque  a dependência  é  muito morosa!! E a qualidade que impôs nos trabalhos exige uma utilização de recursos  mais ampla,  o que  aumenta o  tempo de execução  de qualquer tarefa. Utilizam-se mais ferramentas,  mais programas...

Um dia de  24h não chega para tudo o que a internet  tem  para  nos  aliciar...

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Dia dos Namorados

Entrei numa loja de acessórios abarrotada de pessoas e depressa percebi que a maioria dos clientes são miúdas com os namorados. Amanhã celebra-se o dia e, logo a seguir, o entrudo. A loja estava a rubro!

. O que me fascinou foi perceber as dinâmicas ali. Um casal estava a ver qualquer coisa e o rapaz diz à rapariga que tem em casa algo com estrelinhas que ela deve gostar. Estão a procurar e a comprar algo juntos. Passo por outro casal e a rapariga está a mexer numa caixa de maquilhagem. O rapaz logo pergunta:
- Quanto custa?

Este casal estava a comprar algo para ela, oferecido por ele. Quando o oiço fazer a pergunta, acho-o estúpido. Pela primeira vez entendi aquelas mulheres que ficam PIURÇAS quando o namorado se põe a perguntar o preço de um presente. Foi mesmo estúpido! Se é para oferecer, de coração, essa pergunta não cai bem... estão numa loja de acessórios, não num stand de automóveis ou numa joalharia! Não vais à falência por isso, puto... Ela responde-lhe:


- "20 euros". Fá-lo num tom muito próprio do sexo feminino, que quer dizer: "quero mesmo isto, não respondas que não pode ser, porque é muito caro".
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Ao mesmo tempo percebi o quanto o bixo homem é uma criatura de instintos animais básicos... que se submete a este ritual para ter sorte depois, à noitinha, quando estiverem os dois sozinhos! A expectativa do momento da recompensa parece valer-lhes o esforço, que, para uma maioria, é mesmo penoso... ir às compras com a namorada é quase como passar pelo matadouro e temer ser escartejado!

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Continuei a esbarrar em diversos casais enquanto vi tudo o que havia na loja, para depois decidir o que ia comprar. Passados mais de 10 minutos, a rapariga da caixa de maquilhagem ainda estava de volta dela, a abrir e fechar, a agarrar os acessórios, a olhar para as cores, e, o namorado ali ao lado, sem dizer nada.
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Otário! Compra-lhe a caixa e tens a vida facilitada! A tua namorada está há 10 minutos com a caixa na mão e não sabes se é o que ela quer? Ou temes que seja? Tens de ver ao que dás mais valor... aos 20 euros na carteira ou à namorada, com promessa de marmelada...
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Muitos homens ocultam a verdadeira natureza ao presentear com segundas intenções as namoradas com aquilo que querem, dando-lhes a sensação de plena generosidade. Para eles uma relação é um negócio. São tão calculistas que vão logo comprando essas mesquinhices e conseguem tudo o que desejam a troco de coisas de plástico... mas este puto não é suficientemente inteligente para entender que 20€ é uma miséria...

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Olha rapaz: se é esse o preço por uma caixa de maquilhagem completa de acessórios, com uma palete de cores que vão do roxo, ao amarelo, ao branco, ao rosa, ao preto... então é porque era uma bela porcaria! Devias ter agradado a tua namorada, dando-lhe toda aquela parnafenalha e era vê-la toda feliz! Só ias ganhar com isso. Assim, ela percebeu toda a hesitação, a má vontade, a falta de gosto, o apego pelo dinheiro... burro! Onde pensas tu que estavas? Numa joalharia fina? Num stand de automóveis? Se fosse numa perfumaria ou loja especializada, desembolsavas muito mais! Não menos de 60€... tótó!
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Depois de comprar as minhas coisinhas, ainda tive oportunidade de ver mais uma situação deplorável. Desta feita, o casal não era adolescente, mas já na casa dos 50. O homem tira da carteira uma nota de 10 euros, dá à mulher e diz que só pode ser aquilo, que não pode dar mais! Ela puxa a nota como se temesse que lha tirassem. Que velhaco! Só 10€?? Se fosse para um boletim do euromilhões, umas cervejinhas ou uma farra entre amigos, que se lixassem os 10, 20, ou 30 euros, não é? Mas que mau aspecto esta cena me causou!

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Tive pena da mulher, ali submissa, a receber uma "esmola" mixa, quase que publicamente humilhada... e ia procurar algo que lhe agradasse dentro daquele limite de preço tãaaao abragente :#! "Querida, por todo este tempo que estamos juntos... vales 10 euros! Toma lá, gasta-os e diverte-te! Vês como sou generoso?"

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Descobri assim, através de observações involuntárias, o que anos de vida não me ensinou...


Mas nem tudo estava perdido. A visão de namorados mais bonita que vi foi a de um casal idoso, com ar de quem se gostava mutuamente, cúmplices e, acima de tudo, aparentando respeito mútuo. Isso é o mais importante numa relação! Ver os dois de cabelos grisalhos, de braços entrelaçados, amparados um no outro a caminhar em direcção ao rio, num dia com sol mas com muito frio e muito vento, a celebrar serem namorados... fez o meu dia!