Metereologia 24 h

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domingo, 10 de abril de 2022

Devia ter uma câmara no capacete

 
Desejei estar a usar uma câmara num capacete para que fosse possível presenciar o que os meus olhos registaram. 

Hoje pela manhã, 6.15h, a conduzir a minha scooter, após sair do emprego rumo a casa. Estava a sentir-me feliz da vida. 

Algo em trabalhar aos Domingos é bastante gratificante. E sei qual é a razão. É a enorme redução de tráfico, de confusão, de barulhos. Subitamente sente-se não isso, mas o que nos rodeia. Um detalhe que faz com que um dia de trabalho seja sentido com mais prazer. 

Desde o lockdown e a escuridão do inverno que não conseguia fazer um percurso como o de hoje. Não surgiu absolutamente NINGUÉM enquanto atravessei o parque. O que gerou em mim uma forte sensação de apreço por me encontrar viva e estar a comungar com a natureza. A scooter serpenteava pelo caminho estreito do parque e era só eu e toda aquela beleza. Mais nada. Nenhum som além do vento e o chilrear dos pássaros. 

Habitualmente não é assim. Existem sempre outras pessoas rumo aos seus empregos, o som  inconfundível do tráfico automóvel, que é um misto de um constante tambor do motor mecânico com o zumbido da tracção das rodas de borracha no asfalto. A ausência da percepção de seres humanos em trânsito enquanto atravessei o parque, seja em suas casas ou na rua. Não avistei os habituais donos a passear cães, nem outros ciclistas, tanto de scooters como de bicicletas. Nenhum desportista a fazer corrida, nenhuma pessoa a passar e muito menos o odor inconfundível de alguém a fumar erva. 

Instantes em que só pulsava com vida eu e o parque. Uma comunhão especial.

Ás tantas enquanto contemplo esta dádiva, com a aproximação da scooter um bando de pombas levanta do chão e começa a voar. Pareceu uma cena saída do cinema! Eu, ali a sentir-me agraciada e grata, tão feliz que até cantarolava e me abanava em cima da scooter e subitamente, um bando de aves como que abençoa o momento. Cena de cinema - digo-vos. 

Bem diferente de sexta-feira de manhã, quando gaivotas que estavam a bicar e ingerir algo na relva perto de uma habitação, à minha passagem decide levantar voo em bando e passar por cima da minha cabeça, regurgitando uma substância sólida alaranjada que me atingiu. Mas foi na manga do casaco, e traseira da scooter, felizmente. 

Dizem que caca de pássaro em cima de nós é sinal de boa sorte.

Já comprovei isso. É verdade
Regurgitação não sei que sinal é. 

Mesmo que seja sinal de sorte não é agradável. Danada das gaivotas! São citadinas. Já deviam estar acostumadas aos movimentos da cidade. Ainda assim "mijaram-se"" todas de susto e não contiveram as suas "body functions". 




Já só se avistam gaivotas em terra. 
Também elas trocaram a vida silenciosa nos oceanos pelos facilitismos das grandes cidades com os seus enormes centros alimentares com fontes inesgotáveis de lixo e desperdícios. E onde não existir grande limpeza, é onde estas aves gostam de estar. Trocaram o peixe por lixo, para não terem o trabalho árduo de mergulhar nas águas de um oceano imenso na tentativa difícil e nem sempre bem sucedida de os pescar usando apenas o bico e gerações de adquirida ancestral mestria. Deve ser esgotante! É mais fácil não fazer nada e aguardar pelo lixo humano.  


Esta travessia pelo parque proporcionou-me um momento de puro paraíso. Senti-me abençoada. Grata e muito feliz.

Já perto de casa, a atravessar a rua principal, minada que está de bares, um bando de umas 40 gaivotas que estavam a bicar no pavimento os restos largados no chão por estes estabelecimentos, também desata a esvoaçar. Desta vez à minha frente. Invadiram o céu inteiro, quarenta - contei por alto. Asas brancas a espalharem-se pelo céu até onde a vista alcança. Bonito de ver. 

Só mesmo uma câmara num capacete para o poder ilustrar.

Fosse a vida cheia destes momentos.



sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

2022

 

É uma tela em branco. Um passo de cada vez, obstáculo por obstáculo. Que haja saúde e a bênção do criador a nos proteger. Amen.


E que tal manter o foco em coisas simples? A felicidade deve ser o caminho a percorrer. Tem esperança. Para tal: 

Sorri.



Aprecia a beleza que te rodeia.



Reflecte nas razões que tens para sentir gratidão.


Dedica-te a projectos de criação manual. 



Ajuda o próximo.


Sai de casa, caminha, passeia ao ar livre ousa conhecer novos lugares. 


Vê pessoas, conversa, estabelece relações. 



Tira tempo para estar com bebés ou crianças.


Ama os frágeis que podem depender de ti.



AMA



domingo, 22 de novembro de 2020

domingo, 21 de junho de 2020

Papéis de embrulho

Lido com embalagens. São muitas as que me passam pelas mãos. Algumas, pelo papel de embrulho que usam, despertam em mim uma imediata sensação de alegria.

Fazem-me sorrir.

E esse pequeno nada acaba por ser um grande feito.

Gosto de ver papel de embrulho de natal fora de época. Adoro.

Aqui ficam alguns que despertaram em mim um bem-estar instântaneo:

Azevinho em fundo branco

Borboletas coloridas

Padrão natalicio


Também vos dá disto? Com o quê?


quinta-feira, 23 de abril de 2020

Comprei, comprei!!


Não gosto de soltar foguetes antes do tempo porque ainda é cedo e pode acontecer que algo corra ao contrário do esperado. Mas não resisto: acabei de comprar uma e-scooter!

Ou como se diz em Portugal, uma trotinete eletrica. Mencionei-o pela primeira vez aqui. A escolhida foi esta.



Kungoo S1Pro


Não foi uma escolha fácil. Dentro dos pouquíssimos modelos que existem no mercado disponibilizados por casas que aparentam ser legítimas e trabalhar com material verdadeiro, estava difícil de encontrar algo fora da Xiaomi. Vi centenas de reviews, li sobre as características e, diante do meu orçamento, a escolhida foi esta. De longe, aquela que reúne as melhores condições para o que tenho que enfrentar: piso irregular, subida íngreme, alguma chuva, poças de água, alguns quilómetros para percorrer e portabilidade: tenho de a transportar comigo onde quer que vá. Eles oferecem o saco!


Assim espero. 
Tenho muitas expectativas a recair sobre esta compra. Quero que corra tudo bem, acho que não me vão dar uma imitação e, dizem, que em coisa de sete dias, tenho-a cá comigo. A compra foi mesmo agora, pouco depois da meia-noite. O site que escolhi para comprar a Kungoo tem armazém na Polónia. É de lá que vem a minha bebé...

E escolhi-a em branco! Eu sei, devo estar senil ou quase. Senti que, para esta compra, não fazia sentido ter a mesma cor que todos têm: preto. Não. Quero olhar no horizonte cheio de bikes, scooters, motas e tudo mais, e saber que a minha é uma que o olhar encontra com facilidade, por não ser toda preta. O azul e o rosa estavam esgotados. Rosa! Cheguei a ponderar... porque não? Eu, de rosa! Tanto esta cor como o azul são a puxar para o muito claro, aposto que o fabricante estava a pensar no target infantil.

Esta escooter com uma só carga de bateria (li-on, não é das melhores, lithium seria o ideal mas vamos a ver) percorre 30Km. Pelo menos é o que eles dizem... Para mim não precisa chegar a tanto. Se ficar próximo cumpre o prometido à mesma. Pois todos sabem que a quilometragem depende do peso do utilizador, da velocidade escolhida (tem três e pelo que um review disse, a primeira já é boa) e do terreno. Que mais tem a minha bebé?

O melhor é que tem suspensão dianteira e traseira. Minto: o melhor são os pneus que são de borracha dura (talvez plástico mas espero borracha) com buracos para a passagem de ar. Chamam-se Honeycomb. E porque não pneus pneumáticos como os da Xiaomi M365? Com o piso que tenho de enfrentar ter um furo seria quase ocorrência diária. Mudar o pneu de uma destas coisas é um pesadelo - pelo que dizem muitos usuários. O melhor é ter pneus sem ar, mas é difícil encontrar uma escooter económica cujas rodas não sejam sólido plástico. E a maioria dessas nem suspensão tem! Por exemplo, a Segway tem pneus sólidos de plástico e, se não erro, um dos lados não tem suspensão. Se a pessoa não for andar apenas em pavimento liso e aderente como uma ciclovia, isso deve tornar a experiência desagradável. A vibração na base e nos manípulos, o controlo que se tem de ter a manobrar a escooter - tudo se torna cansativo. 

Bom, podia continuar a mencionar as razões pela qual comprei este modelo. A base é toda aderente, os manípulos dobram-se, o mecanismo de dobrar é muito estável e não oferece receio de se "desmanchar" durante o uso, tem reflectores laterais, luz de travagem dianteira e traseira e até nas pontas dos manípulos tem luz de aviso. Além de um farol dianteiro. Dizem que também vem com um gancho para prender uma mala. Ah, e já mencionei que pesa apenas cerca de 12 Kg? É do mais leve que se pode encontrar. 

Com esta trotinete espero recuperar parte do meu tempo e fazer as deslocações para o trabalho e do trabalho para casa num curto espaço de tempo. Estamos a falar de hora e meia para ir e outra hora e meia para voltar... De Trotinete, é do ponto A a B, sem problemas!

Quanto tempo será que vai levar?

Agora só me falta descobrir se sei andar numa, ahaha!
Nunca andei. Vai ser uma estreia.

O Reino Unido é tão avançado, mas tão avançado, que é o único país quiçá do planeta, que ainda não legalizou este veículo. A trotinete eletrica está proibida de circular. Só pode ser usada em terreno privado. Lol. É uma estupidez sem tamanho. Sabem porquê? Porque é um veículo sem pedais. Já a bicicleta elétrica não tem restrições, porque, a pesar de ser um veículo movido a bateria tal como a escooter, no seu design estão incluídos pedais. É ou não é o Reino Unido um país idiota?
Bom, vou dormir. 
Fiquem bem! 


segunda-feira, 16 de março de 2020

Porquê não devemos falar alto o que nos deixa feliz


Encontrei dois antigos colegas no supermercado e começamos a falar. Eles continuam no mesmo lugar, do há três anos já se queixavam que queriam sair, não aguentavam mais. São sempre os que falam alto que nunca mudam, por isso não me surpreendeu sabê-los ainda lá. Nem um pouco. Perguntaram o que eu fazia, eu respondi. Perguntaram se eu gostava. Respondi, muito com o coração:

- I love my job. Love it, love it, love it!

O cupido sádico, aquele anjo-demónio que está sempre de ouvidos em riste à procura de saber o que nos faz feliz para a seguir nos tramar, ouviu. Tão certo como eu ter pronunciado estas palavras tão verdadeiras, aquele foi também o último dia que trabalhei na empresa, sem o saber. 



Soube hoje, quando lá cheguei, que tinha sido dispensada. 


Nunca mais, mas nunca, nunca, nunca mais.
Vou evitar ao máximo.
Dizer que gosto de alguma coisa... 
Demonstrar que algo me deixa contente, feliz.

Assim que abro a boca para o expressar, tudo se desvanece. Chiça.


Parece que cada vez que tenho algo, quase ao meu alcance, subitamente, puft! Desvanece-se no ar. Foi "ele" tão súbito, é agora o emprego onde o chefe me disse tanta vez que pretendia me manter e garantiu que me queria neste mesmo dia. Só para isso regressei de Portugal. Feliz. Com saudade de labutar. Vontade de meter a mão no trabalho. Ah, a ironia!!

Com os receios do virus simplesmente a carga de trabalho na empresa diminuiu drasticamente.
E quem não faz parte dos quadros, "dança".

Corona: deve ser esse o nome desse anjo-demónio!
A partir de agora já sei que nome lhe dar.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

FELIZ ANO NOVO!

Foi desta maneira que me cumprimentaram ontem, dia 2, quando regressei ao trabalho. Estranhei esse cumprimento, porque já não era dia 1 e a tarde estava a terminar.

Mas aparentemente deve ser costume dizer-se isto quando se vê a pessoa pela primeira vez, ainda que já não seja primeiro de Janeiro.


Este ano fiquei surpresa com este momento. Como de costume, não celebro nada. Era para estar a trabalhar, pelo que nem me ocorreu pensar no dia que era nem na importância que tem para certas pessoas. Esqueci que havia fogo de artifício, pessoas a celebrar... 


Foram os colegas da casa que o fizeram sobressair. Um convidou-me para juntar-me a ele e uns amigos que cá vinham para jantar. Quando chegou perto da hora, este teve de ir dormir por ir trabalhar cedo e o outro desejou-me um feliz ano, com um abraço e dois beijos no rosto.




O contraste com o que aconteceu no ano anterior veio à lembrança. Sinto NORMALIDADE a regressar ao quotidiano - embora não queira falar disso para não atrair outro tipo de energias. Gosto dos dois colegas mais recentes que cá entraram, embora ainda tenha receios. 

Só cá estiveram esses, os outros estavam fora. E sem a mais-velha, esta casa tem uma excelente energia. Falando na dita, chegou hoje. Ao contrário do que aconteceu comigo quando regressei das férias de Natal, aparentemente chegou para uma casa vazia. Ninguém cá estava para a acolher. Que foi o oposto do que veio a acontecer comigo. Quando cheguei, surpreendeu-me o calor humano que encontrei. Falaram comigo. Um agradeceu-me de imediato o presente que lhe deixei debaixo da árvore. Estavam dois amigos de um deles cá em casa, que já havia conhecido, todos conversámos entre si tendo como tema em comum umas obras que o senhorio precisou fazer na casa neste período de ausências. Estava tão receosa por temer a hostilidade e frieza habitual e acabou por ser um regresso para uma casa harmoniosa. Também um grande contraste com o ano passado

Na bagagem trouxe, mais uma vez, um bolo-de-rei. Contrastando com o que aconteceu no ano anterior, este foi elogiado, apreciado e «devorado». Não chegou ao novo-ano! Comeram-no com gosto e com gosto voltaram a comer no dia seguinte. Não foi como no ano anterior, em que o bolo-rei ficou intacto, nenhum dos italianos quis prová-lo, tive de o congelar. 

2020 parece vir a ser melhor.
Eu mereço!

Busquem a vossa felicidade e sejam felizes! Feliz 2020!!

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Musicoterapia e o além


Este post é longo. Mas leiam até ao fim Sff.

Nos posts anteriores dei dicas de como recuperar de um intenso sofrimento amoroso e falei do quanto ainda tenho o pensamento dominado por lembranças e desejos. O que não sabem é que a ordem de publicação está inversa. Primeiro escrevi o texto sobre a recuperação. Depois, aquele em que menciono o quanto ainda penso no "gajo". 

Pode parecer que um anula o outro, mas não. Creio que esta "bipolaridade" emocional faz parte do processo. Há momentos esperançosos em que se está para cima e momentos de recaídas. 

Vim aqui escrever sobre um dos momentos "up!".
Estranhamente, surgiu na tarde de uma manhã devastadora: Terça-feira. 
(este post será publicado mais tarde para não existir demasiada quantidade diária).


Nessa manhã fui trabalhar de madrugada e durante o turno foi difícil não ter o pensamento invadido por ele. Senti imenso a sua falta. Fiquei em baixo, sem energias para dedicar a outra coisa. Às seis da manhã, fui para casa, comi e dormi quatro horas, acordando pelo meio umas seis vezes. Ao despertar de vez, o pensamento e o sentimento ainda estavam fixados nele. Dou por mim a desejar tanto lhe falar, que decido apelar à oração aos "dois que partiram". Não querendo abusar, que estas coisas não são para ser usadas amiúde. Mas tinha de suplicar para o voltar a ter à minha frente, para podermos falar. Então Pedi... pedi-lhe

O que também não sabem é que algo no meu instinto está a dizer-me que existe uma razão desconhecida que não quer que isto aconteça. Daí nenhuma oração ou desejo resultar. Ainda não entendi o motivo, ou a lição. Por isso apelei a quem acho que podia conceder-me essa graça. Ficaria tão grata pela oportunidade! O ter ou não um envolvimento com ele já não está em causa. O que me faz falta é entender o que se passou. Porquê passar por todo este sofrimento? A ausência de uma conversa de esclarecimento que tudo podia evitar? O que lhe deu? Por isso pedi. Com jeitinho, a "ela". 

Depois decidi cumprir com o que havia dito a mim mesma que ia fazer durante a tarde: sair de casa. Mesmo não tendo uma razão para tal. Foi um esforço, para ver se encontro outra coisa que me ocupe a mente. Talvez pudesse esbarrar com ele... Não é uma coisa tão patética? O gajo sabe onde moro, tem o meu número de telefone e o meu email! Só não contacta porque não quer. Ainda assim, aposto que todos nesta situação pensam o mesmo.

Senti-me deprimida na loja onde entrei. As decorações de Natal.. tudo parece-me sombrio. Não me apetece o Natal... e é talvez a primeira vez na vida que não o sinto como habitualmente. E nada tem a ver com o "gajo", mas com a força bruta e consumista com que o comércio usa a quadra religiosa para impingir produtos e por terem-no feito ainda no verão. Desejo que ele tenha um feliz natal, mesmo tendo-me dito que odeia a quadra e detesta estar com a sua família, preferindo não o fazer. Como será que se está a preparar para a ocasião? Terá agendado uma viagem para fugir?

Ver prateleiras com produtos não surtiu qualquer efeito. Toda a pressão para nos tornarmos pessoas consumistas de bens inúteis causa-me cada vez mais asco. Ainda assim decidi esforçar-me para não me enfiar novamente em casa e fui para a paragem de autocarro, rumo a um supermercado que fica noutra localidade. (Quem sabe o encontrasse lá?). Foi outra decepção. Nada me distraiu. Ele e a dor estavam a ocupar cada vez mais espaço no meu ser, como uma bola a ser insuflada... Foi então que escutei o telemóvel tocar. Chamada não identificada. Atendo. É da agência de emprego, a disponibilizar um turno de trabalho às seis da tarde. "Do you whant it?" - perguntou-me a voz masculina. -"Yes, I'll do it". 

Ao desligar a chamada, olhei para o céu, soltei um suspiro profundo e agradeci por ter algo com que ocupar-me. Não teria de passar o resto do dia somente à mercê do tempo livre e das emoções. 

Fui para casa, para descansar um pouco antes de rumar ao segundo turno de trabalho. Foi a primeira vez que me pediram, no mesmo dia, para ir trabalhar no mesmo local. Fiquei verdadeiramente grata e contente.

Chegada a casa tenho a sensação de estar melhor. Menos pesada com pensamentos dolosos. O facto de me saber necessária e ter de ir trabalhar faz-me bem. Ligo o computador e, quando dou por mim estou a cantar. A cantar e a trabalhar no computador. Canto em voz alta uma música inteira três vezes, até que dou conta o quão inusitado é AQUELA melodia. De onde terá surgido? Porque surgiu na minha cabeça? Deu-me prazer cantá-la, fez-me sentir bem. Mas ninguém canta aquilo. Só em ocasiões solenes. Achei intrigante, mas relevei.


Minutos depois, estava a sorrir. É que estabeleci a ligação. Lembrei-me. Algo que já não lembrava e dificilmente ia relacionar uma coisa com a outra. A pessoa a quem mais cedo "orei", pedindo para que providenciasse um encontro entre mim e ele, estava a cantar esta mesma canção antes de falecer. Foi o último som que emitiu em vida, a sua despedida. Não é espantoso?!?

Coincidência? Não creio. É uma das formas de comunicação a que temos de estar atentos. Talvez quisesse dizer que este amor tem de morrer... que não mo vai trazer porque não é suposto. Sei lá... Digo eu. Só sei que comecei a sentir-me melhor. Passei um batom dourado nos lábios e um lápis castanho nos olhos, ambos "mal dá para ver". Pela altura de sair de casa, estava a sorrir (sem sofrer)

Não deixei de pensar na bipolaridade disto tudo...  Estou de rastos, estou a rir.... Como??

A música continuou a acompanhar-me no percurso até o emprego. Fui ouvindo-a através dos phones pela rua e estava a fazer-me bem. Mas certeza mesmo só tive quando saí do autocarro e comecei a cantarolar e a abanar o "capacete" ao som do Efectivamente, do Rui Reininho. Até dei umas risadinhas com partes como "Cágados de pernas pró ar". 


Uma letra que não faz nenhuma referência a amores ou desamores. Um factor raro, cuja importância mencionei no texto com dicas para recuperar de um intenso desgosto amoroso. Todas as músicas ao acaso que surgiram daí adiante na playlist, tiveram essa particularidade de não falarem de amor.  António Variações com o seu "O Corpo é que Paga" a dizer que a cabeça precisa ter juízo, seguido de melodias sem qualquer letra - que referi serem importantes para ajudar a curar um desamor. 

Durante o trabalho não desliguei os phones e continuei a cantarolar as músicas que escutava. Cantei, gesticulei... ajudou-me a trabalhar mais focada e bem disposta. Mostrei-me mais eficiente, mais segura do que fazia, atenta, prestativa, bem humorada e sem hesitações. Uma grande diferença de pessoa em relação ao turno da madrugada. 

Contudo, existiu uma peculiaridade, peculiaridade essa que há muito tem vindo a incomodar. Todos me perguntaram se estava a sentir-me bem. Assim, de "tiro". Finalmente sinto-me verdadeiramente bem disposta, leve, livre do sufocante amor ferido a dominar-me o pensamento e à minha volta mencionam que aparento estar cansada ou triste. Fui metralhada com: "Estás bem? Tudo bem contigo?". "Pareces cansada... o teu rosto....".

Que onda...! A sério. Tenho mesmo de investir na minha aparência. Foi um dos motivos que me levou a agir (além do principal). Estar farta e desgostosa de escutar regularmente estes comentários. Principalmente porque parecem aumentar quando me sinto bem, não o contrário.

Será que os sinais de sofrimento têm efeitos retardados? Chegam ao rosto depois do seu pico? É que estava a sentir-me realmente bem. Como tal, achei que só podia estar radiante. Mas pelos vistos não. Ou foi o cansaço que realmente surgiu no rosto, ou então a minha falta de talento para a maquilhagem foi responsável pelos "olhos inchados" - como me disseram. (E nesse dia nem chorei!).


É uma droga... a idade. Os sinais de envelhecimento. A falta de mais horas de sono. Quando estou tão mal que penso em terminar com tudo, sou até capaz de receber elogios e galanteios. Ou fico sexy nestas alturas depré ou andam aqui fios cruzados,  Kkkkk.

Ao longo do dia daí para adiante, tenho estado a cantarolar. (escrevo terça-feira, depois do segundo turno). Espanta-me o tipo de músicas que me vêm à cabeça. São muito inusitadas! Devem vir de algum lugar... Melodias infantis que agora não recordo quais, cantares populares e também esta marchinha aqui:


Serei eu? 
Será ela?
Musicoterapia no seu maior!


PS: Amanhã um novo e surpreendente post sobre a evolução desta coisa...  Mas não tema! O blogue não será só sobre isto. É sobre a vida. E, neste momento, a minha está nesta fase. Sejam felizes! 

terça-feira, 19 de novembro de 2019

O que me ajudou a recuperar (do sofrimento)



Três meses de sofrimento diário e uma intensa dor que, não tendo origem física, é ainda mais devastadora e maléfica do que uma maleita na carne. Dia e noite, qualquer instante de consciência, foi passado a pensar nisto. A senti-lo. A disfarçá-lo quando em público com pessoas conhecidas, a senti-lo intensamente a cada distracção dos seus olhos. A chorar por ter soltado um riso e estar triste. 

Pensei que não ia parar nunca. Mas rezei para que isso acontecesse. Orei a santos, a Deus, a Jesus, a Maria, a várias Nossas senhoras, aos pássaros, às árvores, às flores, ao vento, à chuva, ao sol, ao mar, à lua, às estrelas, às nuvens, ao céu, aos gatos vadios que me miravam na rua... Fui a igrejas, acendi velas, orei, pedi, supliquei. Supliquei muito, com muita fé, angústia e desespero.

Mas por algum motivo, não estava a surtir efeito. Ninguém me escutou, nenhuma mezinha resultou. Era suposto sentir-me assim por quanto mais tempo? Talvez se ele se dignasse a aparecer e me contasse o que lhe deu, talvez só assim passasse. Mas ele não o ia fazer. Sabia disso. Restava-me continuar a orar, mas também isso não estava a resultar!

Na noite de terça-feira passada, chovia bastante e decidi ir a pé a hora e meia do emprego para casa. Chuva, vento, o caminho todo em lama, pés e pernas ensopados... nada disso me afectava. O meu pensamento estava nele e só nele, como sempre. Como água que escorre para terreno mais baixo. É inevitável.

Mais sofrimento, mais lembranças, mais e mais dor! Parecia que não ia terminar nunca. Três meses haviam passado e eu nisto! Queria que terminasse. Se ele não vai aparecer-me à frente e dignar-se a conversar comigo, então que algo me fizesse esquecer que ele alguma vez existiu! Que me desse uma amnésia selectiva e pudesse esquecê-lo a ele, só ele. A dor, tão intensa, fez-me novamente rogar, suplicar, pelo fim desta emoção tão dolorosa.

Foi então que dirigi as minhas preces diretamente a pessoas de quem muito gostei e há muito partiram. E disse do fundo do coração e cheia de emoção: "Por favor, (....), acaba com isto, faz com que a dor pare!" "Por favor, (....), não posso mais com este sofrimento! Faz com que pare!".


Talvez um minuto depois, por uns instantes, consegui perceber uma mudança. Ténue. Mas senti-a. Por uns instantes, o meu pensamento voou para outro lado, deixou de se fixar nele. E isso foi o sinal. A dor, ainda que presente, pareceu pela primeira vez, que ia transformar-se em não dolosa. Ia ser ultrapassada.

Foi há uma semana. De lá para cá, continuo a tê-lo na minha mente quase 24h por dia. Ainda faço "filmes" sobre o que poderá acontecer caso o encontre e lhe consiga falar. Mas tenho agora pequenos e breves instantes em que o consigo afastar. Não totalmente, mas do consciente ele passa para o sub-consciente e mantenho-o lá o máximo de tempo que conseguir.

Segunda-feira pela manhã, ele acordou comigo e logo com intenções de dominar-me o pensamento e encher-me de mais uma sessão de "porrada" emocional. Mas quando desci para a sala, a paz e o sossego que lá senti, fez-me querer ficar por ali. Senti que o quarto está povoado de lembranças e era o pior lugar para me enfiar. Fiquei pela sala, onde estava a sentir-me bem. Mesmo quando outros logo apareceram para marcar lugar, esperando que saísse dali, não o fiz. Se voltasse ao quarto, ia fazer o mesmo que na véspera: a clausura ia fazer-me pensar, sentir, chorar e ia terminar a desabafar horas em vídeo tudo o que quero dizer. Não queria isso. Já tenho uns 100 vídeos... Precisei contar esta história em voz alta, contar o meu ponto de vista, o que penso, o que sinto. Não para alguém, mas para mim mesma.

Ainda não estou curada, mas sinto que também já não estou totalmente presa. Começo a pensar que sou alguém e preciso cuidar de mim. Não por dor, mas por merecer. Por ser uma pessoa, por já não ter muito tempo de vida na terra, e por isso ter de aproveitá-la melhor, para ser feliz, não miserável. Já chega de tristezas. Esta dor também irá ser (mais) uma que vai passar (?). Espero não esquecê-la, para que possa aprender a não voltar a cair em nada parecido. Mas quero, sinceramente, começar a viver a vida pelo prisma oposto àquele que me é mais oferecido: O sofrimento. Quero explorar as alegrias, o bem-estar, a felicidade.

Tenho esta dor como entrave e muitas outras contrariedades também. Mas faz parte da vida. Não se pode deixar que nenhuma delas tenha mais importância ou se sobreponha à vontade/necessidade de se viver feliz.

E acredito mesmo que "eles" é que me ajudaram.
Eles escutaram-me. E logo a bondade neles se compadeceu.
Onde estão só há amor e amor é o que sentem por mim.

Temos de nos sentir abençoados.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Histórias de amor na telinha


Uma novela que me apaixonou há uns anos está em reprise. Uma mulher e um homem perto dos 30 conhecem-se e perdem-se de amores. Mas por contratempos e interferência de terceiros, os dois separam-se, acreditando que foram traídos pelo outro. 

Ela é a primeira a sofrer. Já se imaginava casada e com filhos - sonho que havia enterrado e que, por aquele sentimento que ele lhe despertou, voltou a ser real e tornou-se desejado. É nesse instante que se dá o golpe emocional: é subitamente atirada para a lama ao receber uma carta de rompimento (que não é dele mas pensa ser por não ter tido tempo de lhe conhecer a caligrafia). Julga-se abandonada, percebe-se usada de forma vil e cruel. Isso praticamente a destrói. 

Ela não vê mais sentido para continuar a viver! A menos que encontre o sacana para se vingar das mentiras e da forma vil como a usou e brincou com os seus sentimentos. O tempo que teve para viver o romance foi tão curto, que não deu para saber nada realmente sério sobre ele: quem era a sua família, onde morava. Só lhe sabia o nome, nada mais!

Ela faz disso o seu motivo para continuar viva e fica obcecada: quer descobrir onde ele anda, qual o seu paradeiro. "Vingar-se" - diz ela.

Começa a gastar rios de dinheiro - todas as suas poupanças (de mulher rica), em investigações que não levam a lado algum e quase colocam a sua vida em risco. Fica à beira da falência. Até que decide aceitar o afecto de um cavalheiro igualmente sofrido, que lhe oferece o casamento e a vida com a qual passou a sonhar e que viu ser brutalmente esmagada.


Revejo-me um pouco nesta história. Removendo a parte da vingança, pois já não sou dada a esses impulsos juvenis. Tenho maturidade suficiente para não ir por aí e a minha inclinação é desejar bem às pessoas, mesmo as que me ferem. Pelo menos costumava ser assim. Agora talvez abra excepções.

Revejo-me também na parte em que ela gasta rios de dinheiro - todas as suas economias, para o tentar encontrar. Ainda não tive tempo para contar essa parte da minha actual história. Continuo a rever-me na de ficção, mas optei por um caminho diferente, embora o resultado seja o mesmo: esbanjar as poupanças.

No pico daquele desespero de lágrimas sem fim e angústia no coração, sei que mencionei aqui que fiz umas compras por impulso. Soube de imediato porquê as fiz. Foi a minha maneira de me agarrar a algo. um impulso que nunca antes tive. Assim como ela se agarra à vingança, eu decidi investir em mim. Por impulso, entrei numa loja oculista e fiz um teste à vista. Que, claro, acusou necessidade de usar uns para combater o "cansaço e esforço" ocular. Deixei-me levar e paguei por algo que não uso e coloco em causa que faça falta. Depois comprei roupa, acessórios. Uns estão ainda por usar. Logo de seguida decidi ir em frente com algo interrompido, e optei por arranjar os dentes, não importa quanto me fossem cobrar. E depois, decidi seguir os concelhos de uma especialista, para melhorar a minha aparência. E decidi afastar-me viajar mais. Comprei mais passagens de avião. Ao todo, desde que tudo aconteceu há pouco mais de dois meses, já esbanjei 15.000€. 

E não teria gasto um centavo, não fosse pelo impacto emocional causado pelo seu comportamento inexplicável.

Podia tão bem ter gasto o mesmo em coisas tão melhores, feitas a dois... ai.


Mais gastos podem vir a caminho. Não vejo resultados alguns no "aperfeiçoamento" da imagem e isso pode levar-me a fazer experiências ainda mais caras. Nesse sentido, sei não ter economizado o suficiente para tamanha ambição. 15.000€ é muito dinheiro, mas não é nada se pretender enveredar pelo caminho dos tratamentos estéticos. Por exemplo: se um especialista dizer-me que necessito de implantes mamários, isso não faz parte dos meus planos mas, se ficar convencida que faz sentido e como sei que não estou satisfeita com a direcção para a qual os seios estão a ir, ele poderá convencer-me que é o melhor. E eu vou considerar essa opção. Estou disposta a isso. 

Tudo por causa do que me motiva a investir em mim: recuperar-me e esconder uma dor, um conjunto de muitos sofrimentos de uma vida inteira, decepções a perda de sentido em continuar respirando. Uma última forma de vir à superfície em busca de ar. 

Ao mesmo tempo, talvez não queira fazer nada. Não tive grande saída: ou era isso, ou desistir de vez. As duas decisões em si podem parecer opostas, mas não estão afastadas. Ambas são um acto extremo para um sentimento idêntico: uma dor tão poderosa, que se torna incapacitante e remove o sentido a tudo.


A história da novela não tem qualquer hipótese de acontecer nos dias de hoje - podem estar a pensar. Enganam-se. Basta substituir a carta por um SMS e é tão contemporânea quanto sempre será. Decepções amorosas são eternas e, pessoas a querer intervir numa história de amor e alterar a vida das outras também. 


Agora que estou a ficar mais velhota (e menos observada na rua), cheguei a contemplar a ideia de um dia vir a saber o que é ser rejeitada. Não que nunca tenha acontecido gostar de quem não gostasse de mim, e ser ignorada, ou preterida ou ter sofrido antes... Mas assim, de chapada na cara, seca, agressiva... Nunca. (Ou quase nunca, não sem ficar com uma ideia de um possível motivo).

Cresci a ser assediada, a ser mirada, achei que era assim com todas as mulheres. Não sabia que não era. (sorte das que não são, aproveitam melhor a vida). Aprendi a fazer cara feia, para dissuadir esses comportamentos, que sempre me deixaram desconfortável ou irritada. E descudei-me, apreciando a alteração de comportamentos que isso trouxe. Embora bastasse vestir-me um pouco melhor, para os ver regressar. Porém, a flacidez idade não perdoa nem a mais bela das mulheres (não, não me considero uma, nunca considerei). Acho que devo começar a contemplar coisas melhores, pois, mesmo na fantasia, o cupido sádico só sabe apanhar as partes que lhe interessam.

Sejam felizes.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Famili lar

É o que almejo desde pequena. 


E olhem que feliz parece estar o esquilo, no calor da sua casa.
Felicidade pode ser algo tão simples como chegar a casa, ficar à vontade e ir cozinhar algo que se goste.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Ainda o calor, calções e tragédias



O que aconteceu na Grécia encheu-me os olhos com água.

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Um dia depois de falar sobre calções e como há quem os usa quando não lhes caiem bem, foi com agrado que no dia seguinte vi o contrário. Duas raparigas usavam diferentes tipos de calções. Mas ambas escolheram-nos bem e tinham pernas para os usar. De tão normal que pareciam nem sequer davam nas vistas. Até alguém reparar que tudo combina bem.

Exatamente o que a indumentária deve fazer.



A primeira "visão" de calções foi numa adolescente jovem. Vestia um top cor de pele que quase a fazia parecer nua. Mas não. O calção era em ganga - se não me engano. Mas tudo combinava bem, até mesmo o tom de pele do top. 
A rapariga, sem dúvida, podia usar esta combinação de roupa. O calção tinha o cumprimento adequado. Era curto, mas ela caminhava e não mostrava nada nem se reproduzia um movimento estranho naquela zona particular do corpo humano. 



Esta rapariga, no mesmo dia, também sabia usar os seus.

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E  hoje fico-me por aqui.
Um forte abraço!
Muita saúde e felicidade para todos.


domingo, 25 de fevereiro de 2018

Sabedoria de Vida




Perdi vantagem quando ignorei esta simples regra.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Receitas anti-depressão


Fui casualmente parar a um site com uma «receita» para transformar a depressão em felicidade. Por curiosidade, espreitei o que dizia.


De todos as 8 maneiras apresentadas para alterar de um estado de espírito depressivo para um de felicidade, o único «ingrediente» que me pareceu ser realmente eficiente é este:




Tradução livre:
Mantenha o seu pensamento no «aqui e agora»
Parte do motivo pelo qual se sente triste e depressivo tem a ver com a quantidade de tempo que fica a pensar em coisas do passado ou o não estar entusiasmado com o que se segue, não perseguir um futuro. Pode contornar estas emoções negativas simplesmente por se concentrar no "aqui e agora". Faz parte do HOJE e deixa tudo o resto para trás. A depressão começa a afastar-se e a energia que precisas para fazer parte da vida regressa. 


Devo dizer que isto é muito parecido àquela antiga expressão "não vale a pena chorar sobre o leite derramado". 

Os provérbios portugueses são em si um livro de auto-ajuda e conhecimento


E está tudo certo.
Imediatamente PAREI de pensar no que aconteceu no passado e me pus no presente. E o presente estava também a planear o futuro. E não é que aquele peso nos ombros foi embora? 

Se isto resultar sempre, vou recorrer a esta simples constatação mais vezes :D 



sexta-feira, 21 de julho de 2017

Alívio e felicidade


... Por a «nova» inquilina ter ido buscar o aspirador e ter limpo a casa!
Disse-me a rapariga do andar de baixo que a outra pediu desculpa. Justificou que pretendia limpar a casa na data que colocou no calendário... Mas não o fez, nem nesse dia, nem nos dois dias seguintes.

Só digo uma coisa: chegar do trabalho, abrir a porta de casa e ter percebido de imediato que o chão foi aspirado foi uma sensação muito agradável, que me deixou feliz. Gostei de regressar para um espaço cuidado, ao invés de um imundo. Não há necessidade disso e como tal o meu coração encheu-se de alegria. Não sei porquê, mas hoje intuí que o dia ia ser positivo e ia passar sem percalços. Assim foi, a pesar de ter tudo para não ser.

Claro que reparei de imediato que a limpeza foi muito limitada. Foi mais para «inglês ver». Mas não me importei! Um chão aspirado, pelo menos, já me deixa contente. Ela só aspirou a casa (WC, corredor, cozinha) e passou um pano nas bancadas da cozinha.

O que ela não fez? Não lavou o chão, nem dos WCs nem da cozinha. pois as manchas coloridas ainda permaneciam no linóleo, o balde e esfregona permaneciam na mesma posição invulgar com os mesmos detritos no interior, assim como alguns detritos de terra e cales de frutos vindos da porta que dá acesso ao quintal estão no fundo do corredor do chão da cozinha. Sinal de que ela saiu lá para fora e trouxe os detritos com ela. No quintal, o pote de vidro com beatas desapareceu, só ficaram duas no chão. Mas nem me importei. Nadinha. Também despejou os cestos dos WC e da cozinha, mas tirando isso, não lavou o lavabo, que ainda tinha o mesmo cabelo de uns dias atrás no mesmo sítio e estava cheio de pequenas florzinhas trazidas pelo vento. A banheira também não foi limpa, pois o tom rosado misterioso que aparece no cromado ainda lá está. No fundo, limpar, limpar... aspirou. 


Mas não me importa nada!!

E ainda bem que anotei dois pontos de interrogação no lugar onde ela anotou que havia feito a limpeza. Porque se não o tivesse feito, talvez ela tentasse escapar com uma limpeza... virtual.



E eu que já me preparava parar fazer uma também! 



Ao lado dos pontos de interrogação desenhei uma cara sorridente. E espero que daqui a diante tudo entre nos eixos sem quaisquer aberturas para confusões. :) 

Ai que bom quando não nos complicam a vida quando não há necessidade para tal. Basta cumprir pequenos gestos que não custam tanto assim... e todos convivem em harmonia e confraternização. A vida já se complica por ela mesma - outros ajudam - porque havemos nós de facilitar?



terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Cheguei, viva e viva!



  1. E qual é a melhor coisa, qual é, do regresso a «casa», hum??



É a internet!!
Rápida, imediata, ai que bom!!!

Que saudades de um browser que funciona, de páginas que abrem, de textos que são escritos ao mesmo tempo que pressiono as teclas! Antes a net era um bocado paradinha mas desde que tenho de me desenrascar com a inglesa, a portuguesa virou supersónica!!

terça-feira, 1 de março de 2016

Um momento no tempo

Se pudessem congelar a vossa vida num determinado momento no tempo, QUAL SERIA?
E porquê?


sábado, 11 de outubro de 2014

Rico Filho - a mensagem no facebook

Minha mãe não me criou para ser rica. Ao contrário de uma ou outra mãe que conheci, não me educou para procurar um rapaz "bem de vida" e só demonstrar interesse por rapazes oriundos de famílias de posses com carteiras recheadas.  MAS... passou a vida toda a dizer coisas como:

«Só tu é que não consegues nada!»  - referindo-se ao "bom partido" que uma colega arranjou
«Só tu é que não consegues nada!» - referindo-se ao "bom" emprego de uma ex conhecida qualquer
«Só tu é que ficas para tia!» - referindo-se ao casamento de alguém
«Olha para ti, andas sempre toda enxovalhada!» - constantes críticas à minha aparência

E quando era menor, era frequente escutar:
«Pensas que o dinheiro cai do céu!» - mesmo quando não falava de nada
«A filha da vizinha fez, só tu é que não fazes nada» - referindo-se a qualquer merdinha que fosse
«Precisas? Vai comprar! Trabalha para teres dinheiro!» - diante da possibilidade de qualquer necessidade, mesmo as básicas e as mínimas escolares
«A vizinha "veio-me" contar que a filha ajudou-a a limpar a casa, limpou o pó ao quarto, à sala... só tu é que não fazes nada!» - rebaixando-me constantemente nas comparações com qualquer pessoa, principalmente quando injustas

E existiria mais para contar. Contudo, tudo isto serve apenas para o que vem a seguir. Minha mãe postou uma imagem com uma mensagem no seu facebook. Ao ver do que se tratava não pude deixar de expressar um som nasal, como que a tomar percepção do quanto nas redes sociais as pessoas partilham um IDEAL, mas têm toda a dificuldade do mundo em colocá-lo em prática. 


Se existiu algo a que posso atribuir grande parte da responsabilidade à educação dada por meus pais, é exatamente esta. Souberam sempre me educar de forma a colocar o IN que antecede a palavra «felicidade».



sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O que mais queres na vida?


Não sei se se lembram mas «antigamente» quando alguém nos perguntava o que mais queríamos na vida, ficava mal dizer “quero ser feliz”. Parecia que isso seria uma admissão que não o éramos e essa exposição de fragilidade não era recomendável, pelo menos na adolescência. Ia gerar comentários do tipo: «Ahahah», «porquê? Não és?», «Tens algum problema?» e a temível: «O que se passa?».

Mas a internet veio mudar tudo isso. Quem não sabe do que estou a falar não vai saber entender. Só passou a ser aceitável assumir assim os sentimentos mais secretos e íntimos quando a blogosfera os tornou públicos em massa e depois vieram os blogues.

Não que não se pudesse dizer que se queria estar em paz, em sossego ou mesmo em felicidade mas não como resposta à pergunta directa e frontalO que mais desejas na tua vida”? A esta o habitual era mencionar os desejos materiais. Ninguém te ia aborrecer se a resposta fosse algo do género “quero comprar um carro”, “ter uma casa”, “casar” etc. Mas jamais «ser feliz». Era um pouco TABU.

Então das vezes que me atiraram com essa pergunta à cara, assim de froche, respondi qualquer outra coisa com um sorriso aparentemente normal nos lábios. Também posso ocasionalmente ter desconversado («sei lá») e minimizado a importância da pergunta e da resposta, recorrendo à ironia e brincadeira. A verdade é que, nem por uma única vez, disse o que realmente mais importância tinha para mim. A resposta sempre foi «SER FELIZ».

E enquanto a pessoa ia de rosto em rosto fazer a mesma pergunta, ninguém ousava responder: «ser feliz». Vinham os carros, as casas, o dinheiro, os bens materiais e as ambições profissionais e económicas, mas jamais esta que, para mim, é a verdadeira e imutável ambição.