Metereologia 24 h

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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

A odisseia para imprimir

 Duas horas e meia deve ter sido o tempo que acabei por dispensar no processo de imprimir o documento que tenho de apresentar no aeroporto para embarcar.


Trata-se de um formulario da DGS onde consta os dados basicos do viajante: nome, dia e data da viagem, numero de voo, morada, pais de origem e um contacto em caso de doenca durante o voo.



Um procedimento tao simples como imprimir uma pagina de papel, algo que sempre foi feito com rapidez e simplicidade, tornou-se uma tarefa Herculesca.

Primeiro há que encontrar um lugar que preste esse servico. Costumava ir a biblioteca, que esta fechada desde o inicio do lockdown, em Abril.

De la para ca tive a sorte de encontrar um colega que se ofereceu para o fazer nas duas ocasioes em que precisei. 

O unico outro lugar onde talvez pudesse imprimir ou fotocopiar que sr manteve aberto, foi os correios. Mas aqui no Reino Unido Unido esta entidade nao presta esse servico. 

Por sorte, agora com tudo aberto, descobri uma casa de Molduras que imprime documentos. Telefonei para confirmar e soube que era possivel enviar por email o pdf a imprimir e depois passar para pagar e levar.

Achei um sistema ainda melhor do que o de antes, na biblioteca. Nao tinha de usar uma pen e aplicar no computador, por exemplo. 

Mas quem disse que o gmail envia pdf? Por alguma razao que desconheco, quando tento enviar anexos, ele guarda os emails nos "qeue" (pendentes/em fila) e nao os envia. Tentei de outras formas, por rede fixa e movel, por bluetooth, download... nada resultou.

Tive de ir a loja, que estava a fechar (as sexta-feiras lojas dentro de Centros comerciais fecham as quatro da tarde) e pedir se dava para  abrirem o site da easyjet, encontrar o link do impresso e imprimir dali.

Tive sorte. A loja nao era daquelas que bloqueia aos funcionarios o acesso a sites desnecessarios ao exercicio da funcao. 

Tambem tive sorte por ter sido atendida por uma jovem. Acho que uma pessoa mais velha talvez nao se desse a tanta preocupacoes. Mas a jovem, pouco experiente na vida, talvez idealista e com aquela vontade de solucionar problemas, insistiu em todas as outras ja fracassadas alternativas, acabando por aceitar tentar a que me levou ate ali.  Resultou. 

O que gostei nesta experiencia foi a funcionaria. Ela nem sabia usar um computador direito, nunca tinha feito uma reserva de aviao na sua vida "a minha Mae e que faz tudo por mim" e nao sabia como imprimir (CTRL+P) uma pagina diretamente da internet.

 Abençoada! É tao bom ser-se jovem e ainda desconhecer tanta coisa... - reflecti.

Acho que isso tambem a torna uma pessoa menos amarga que não vsi mostrar menos vontade em dar aquele passo extra para ajudar alguem. 

Simplesmente ainda nao tinha vivido muitas amarguras ou experenciado uma vida independente, cheia de socos no estomago. 

Abençoada mesmo! Porque essa ingenuidade é preciosa e uma das primeiras coisas que vao procurar destruir.

Imprimir um impresso nunca mais foi tarefa facil depois do Covid.


 

sábado, 23 de maio de 2020

A fruta já não é o que era...


Acreditam que comi estas uvas ontem, dia 22 de Maio e estavam deliciosas?


Não sei o que se passa com a fruta. Temos esta concepção de que é perecível em 24, 48h, duram uns dias, vá lá. Talvez uma semana. Mas na realidade, desde a concepção à manutenção todo o processo industrial é feito a pensar em maximizar os lucros e reduzir as perdas. Dai que sejam geneticamente alteradas para saberem melhor, aumentarem de tamanho mas principalmente, durarem mais e não serem atacadas por pragas. O resultado é atingido com sucesso, mas em troca geralmente já se tem pouco de fruto. Só a aparencia dele, talvez um ligeiro gosto e, como extras, uma serie de produtos quimicos e geneticos invisíveis que todos ingerimos sem saber bem se nos vai prejudicar.

Por vezes imagino o que terá sido, em tempos idos, colher o fruto da árvore e simplesmente come-lo.

Uma arvore que nao foi geneticamente alterada para produzir mais, para repelir pragas especificas, alterando assim o sabor e o seu fruto.

Se antes existiam perigos, as pessoas também os conheciam. Sabiam distinguir o que era comestível do que nao era, conheciam a época da fruta, quando a colher, quando esperar, como eliminar pragas de formas naturais. Como terá sido comer fruta assim?

Vem-me à lembrança a senhora dos figos, com quem esbarrei na rua ha mais de 10 anos. Apareceu no meu caminho vinda do nada. Um caminho que fazia todos os dias há anos e nunca que me cruzei com ela.

Pediu-me para lhe comprar dois sacos de figos. Nem me lembro quanto me pediu por eles. Mas nao foi muito. Eu é que não o sabia, porque, como lhe disse, não sou muito de consumir fruta. Se não a compro, desconheço quanto vale nos supermercados. Na minha cabeça ela pediu o justo. Comprei-lhe dois sacos que tinham cada um o mesmo peso em quilos (não lembro quanto) mas percebi que ela queria que eu levasse mais dois, porque assim mo pediu.

O que eu ia fazer com quatro sacos de figos?? Disse-lhe que me bastavam dois.

Lembrei-me de uma colega no emprego que sempre me dizia adorar fruta. "Eu como muita fruta. Alias, tenho de ir comprar laranjas que acabei ontem". Umas vezes fomos de carro até à feira local para ela a comprar. Por isso pensei imediatamente nela e decidi partilhar com ela metade dos figos no saco. Eu certamente, não seria capaz de comer tudo aquilo, sou muito esporádica no consumo de fruta. Assim que entrei no escritório, dei-lhe um saco. Fiquei com o outro.

"Porquê estás a dar-me figos?"- perguntou ela desconfiada.

Expliquei que uma senhora mos tinha vendido e eu comprei-os para a ajudar e porque pensei nela e o quanto proclama adorar consumir fruta.

A colega mencionou que hoje em dia era perigoso, alguem podia colocar veneno na fruta, etc.

-"NÃo me pareceu ser esse genero de pessoa. A senhora pareceu-me precisar mesmo de dinheiro mas pretendia obte-lo de forma honesta, não queria esmola".

Digo isto porque ao tentar segurar tudo nas maos, a pequena carteira onde enfiei o passe, o cartao e umas notas caiu ao chao, espalhando tudo. A senhora ajudou-me a apanhar e logo avistou uma nota de cinco euros. Voltou a insistir: "mas tem aqui dinheiro, leve-me os outros figos".

O que ia eu fazer com tantos figos? Nem compro fruta e subitamente estava a gastar mais do que pretendido em algo que nao desejava. Por isso disse-lhe que nao. Agradeci e talvez lhe tenha desejado boa sorte.

Tambem me ocorreu pensar onde ali nas redondezas ela os tera ido buscar. Nunca vi uma figueira e palmeei a localidade toda a pe. Sera que os tirou de uma propriedade vizinha abandonada? Se calhar a árvore estava perto do esgoto ao ar livre que por ali passava e essa ideia repudiou-me. Sabia lá que figo era aquele...

Mas fiquei a pensar se devia ter arranjado forma de lhe dar os meus cinco euros para emergencias. Precisava apanhar a camioneta de volta para lisboa todos os dias e já me tinha acontecido não ter 20 centimos que chegassem. Uma vez, vi um taxi a parar para largar passageiros e decidi entrar. Perguntei ao senhor quanto ficava a corrida e disse quanto tinha comigo. Nao chegava. Garanti-lhe que subia a casa e lhe pagava o devido. Ele foi simpatico, nao levantou problemas e pelo caminho ate me perguntou se eu me importava se ele fosse apanhar a filha pelo caminho.
Conversamos e tudo ocorreu bem. Ele era taxista local e cada vez que me via a subir ou descer a ingreme rua, se pudesse, parava e dava-me boleia aquele bocadinho. Em troca deixei-lhe uma revistas que ele me disse que a filha gostava de ler e uma vez uma embalagens de sumo que me tinham sido oferecidas e nao as ia consumir todas. Pensei ca comigo: se um dia ganhasse o euromilhoes esta seria uma pessoa que ia contactar e oferecer assim, sei la, 100,  500 euros, so por ele ser como era. Atencioso com as outras pessoas.

Este tipo de pessoa e tao rara que, no minimo, merece ser recompensada pela sua forma de estar na vida, por ajudar o proximo e sentir verdadeiramente compaixao.

Bem que desejei, mas nunca mais vi a senhora dos figos. Desejei dizer-lhe que eram deliciosos, os melhores que alguma vez comi na minha vida. Ate hoje, passados 10 Anos, nunca mais comi um figo tao delicioso.

A doucura e o sabor deles fez-me desejar comer fruta desta qualidade o tempo inteiro. Salivei por mais figos daqueles. Queria encontrar a senhora para lhe dizer que lhos comprava todos e que lhe pagava ate mais por eles se quisesse. Era fruta merecedora disso. Ao contrario de muita que encontrava pelas feiras e supermercados.

E agora, por causa destas uvas ainda deliciosas (dentro dos parametros da actual fruta) consumidas passados exatamente dois meses apos a sua data de expirar, tudo isto veio a lembranca.

Gostei de recordar. Ja havia esquecido o taxista. E isso seria um esquecimento lamentavel. A colega a quem dei fruta, veio a mostrar-se de ma indole. Foi por causa dela que pedi ferias do emprego e nunca mais voltei. Ela esgotou-me e torturou-me psicologicamente, foi uma decepcao que ja estava a influenciar outros.

Este tipo de injustica sempre foi o meu calcanhar de aquiles. Devemos nos recordar das boas pessoas que cruzam o nosso caminho. E nos esforcarmos para esquecer as más.


E hoje devo isso a uma uvas!
🌈

Bom fim-de-semana a todos.
Sejam bons uns com os outros.


terça-feira, 24 de setembro de 2019

O segredo do sucesso


Ela era a melhor aluna do colégio. Tirava as melhores notas, excedia-se nas actividades físicas e a minha irmã, que era sua colega de turma, sentia muita inveja. Dizia que ela era a preferida das professoras (o que podia bem ser o caso) e que recebia tratamento preferencial.


Hoje soube o paradeiro desta miúda, agora nos seus 40. Teve um filho, separou-se, praticamente cria o filho sozinha. Como trabalho dedica-se "ao que aparecer". A irmã dela, mais velha, nem emprego consegue. Entrou por isso em depressão e anda a ser medicada.


O QUE FAZ UMA PESSOA TER SUCESSO NA VIDA?

Não são as boas notas, nem a inteligência académica ou uma boa performance em actividades desportivas. É o quão segura de si consegue ser. Tem de ser forte e extremamente ambiciosa. Capaz de pensar em sim em primeiro lugar, sempre. Achar-se melhor que as restantes e acreditar realmente nisso. Porque se duvidar... os outros vão perceber.

E será "comida viva".




Acredito piamente nisto. Meus pais diziam que as minhas boas notas eram um excelente sinal de que ia facilmente obter um bom emprego e ser alguém na vida. Mas eu sentia que não era assim. Um outro lado de mim estava a ser negligenciado. Sentia-o e precisava urgentemente de encontrar-me. Ter liberdade, descobrir, decidir, achar-me como pessoa neste mundo. E isso não me foi permitido fazer porque existiu uma fixação pouco saudável no lado académico. Hoje em dia, nem esse me vale, porque parou de evoluir e foi mirrando.

Minha irmã, ao contrário de mim, não tinha boas notas. Estava quase sempre para chumbar e chegou a repetir um ano. Vivia frustrada, irada, revoltada. Isso fez com que os nossos pais a tratassem com paninhos quentes e, por a verem assim, faziam-lhe as vontades. Ela aprendeu a manipulá-los era ainda uma criança. Bastava-lhe mostrar-se doce, simpática, querida e obtinha o que desejava. E foi assim que conseguiu fazer coisas que, por mais perplexa que me sentisse, a mim não me era permitido fazê-las. 

De todas as pessoas da nossa infância, ela, assim como uma ou outra - aquelas que se mostravam mais egoístas e até invejosas, são as que hoje estão melhor na vida. Talvez existam excepções mas a realidade é que, ser-se uma criança boazinha e com boas notas não é sinónimo de nada. A vida está cheia de tubarões. Se não se mostrarem os dentes bem cedo e se começar a morder, é-se mordido.





domingo, 11 de fevereiro de 2018

Viver nos extremos


Há pessoas que se perguntam porque é que tem de existir tanto mal no mundo?

Porque é que Deus permite que serial Killers existam?

Porque também permite que existam boas pessoas.
Para cada extremo existe o seu oposto.


Por vezes percebo que beneficiaria socialmente se fosse mais agressiva, pior pessoa. Quando olho para trás vejo um rasto de lágrimas... Há quem veja um rastro de sangue de terceiros, dores de terceiros...

Não sei se entendem o que quero dizer.
Mas pessoas boas sofrem tanto! Boas de coração, de alma. Por vezes vivem uma vida inteira de sacrifício, sofrimento e chegam à velhice tão sofridas! Depois a recompensa é a morte. Na miséria, na solidão.

Depois também temos multimilionários que nem são boa rés. Criminosos inclusive, com umas tantas mortes ou vidas arruinadas nas costas, que vivem bem e depois morrem, tendo aproveitado bem a vida. Tendo quem cuide deles, pagando-lhes. Quem cuide de uma casa bonita, de um jardim cuidado, para que o conforto nunca abandone o proprietário.

Não há equilíbrio. Uns vivem mais nos extremos que outros.

sábado, 20 de maio de 2017

Dei uma de Maria de Fátima



Alguém sabe ao que me refiro com o título que escolhi para este post?
Provavelmente muitos poucos entenderão.


"Maria de Fátima" é uma personagem. De uma telenovela. Dos anos 80...
Ficou famosa por ser «má». Ela quer tanto subir na vida e ter muito dinheiro, que engana todos com o seu jeito angelical e bondoso de ser. A novela tem o nome "VALE TUDO" e vale mesmo tudo para a ver. Mesmo nos dias de hoje. Recomendo-a já. Continua bastante actual, ainda que na novela os telemóveis sejam raros e tenham o tamanho de um tijolo. Em tudo o resto, a novela não podia mostrar melhor a realidade como ela ainda hoje é. Pessoas normais, que acordam com o cabelo despenteado, que o vento na rua despenteia, o povo que aparenta mesmo ser povo, as praias que têm povo e não figurantes bonitinhos... Além de tudo o resto, claro.


Mas história à parte, "Maria de Fátima" não é só o nome de uma personagem. Ganhou também direito a ser uma expressão. Com um significado. Uma pessoa capaz de enganar, manipular, ser dissimulada para conseguir os seus objectivos, resumia-se tudo isso com as palavras "Maria de Fátima".


E digo eu que dei uma de "Maria de Fátima?" - Bom exagerei. Muito. Porque queria «fazer bonito» Kkkk. Por muito que tentasse, jamais chegaria aos pés de uma Maria de Fátima. Mas posso ser uma Maria de Fátima Mirim... ou uma aprendiz com pouco sucesso.

O que pretendo dizer é que tenho muita dificuldade em mentir. Quase nunca o faço. Maria de Fátima fazia-o com quem respira. E eu disse uma mentira e por isso, por ter conseguido, senti-me uma Maria de Fátima! 

Só a ideia de ter de recorrer à mentira me exaspera. Contudo, sou uma adulta. SEI que tem ocasiões em que mentir pode servir um propósito, e este até pode ser um bom propósito. Não gosto e é raro mas, se meter na cabeça que vou o fazer, e me convencer disso (é a parte mais complicada), sou capaz de o fazer.

Divido a casa com um rapaz que gosta pouco de trabalhar. Ele vai para o emprego mas sempre contrariado. Não vê propósito no conceito de trabalho em si. Quer viver de... o que lhe dá prazer. Mas como isso não dá dinheiro a todos (só a uma minoria), tem de se sujeitar às normas sociais que ditam que é preciso dar trabalho em troca de dinheiro para se obter bens e serviços.

Acontece que o rapaz está sempre a dizer-me para telefonar para o emprego a dizer que estou doente. Não importa se me queixo ou não. Ás vezes basta eu dizer que tive um dia cansativo e quero relaxar, já ele vem com a conversa: "Telefona a dizer que estás doente e não podes ir". "Eu faço isso regularmente". 

Eu bem lhe digo que isso não resulta comigo. Sei que não ia conseguir e que a minha mentira seria transparente. No emprego eles nunca acreditam na falta por motivos de saúde. (Desconfiam sempre da pessoa de forma sarcástica). Depois tem outra questão: A ideia de brincar com a saúde, por vezes acho inapropriado. A saúde é preciosa. Usá-la como pretexto para «escapulir» a responsabilidades - sejam elas não ir a uma festa de aniversário ou desmarcar um convívio - acho que não é correto. O que custa às pessoas dizer: "Olha, não me apetece ir? Mudei de ideias?" Porque têm de inventar logo uma doença?

Acho que essas desculpas acabam por chamar as efermidades e o melhor é nem brincar com isso. Mas não é essa a principal razão de sentir desconforto com as mentiras. Simplesmente é assim. Mas como adulta, tenho de aprender. Aprender a mentir. 

E achei que era altura. 
Por razões a meu ver muito válidas (ler post sobre assédio laboral), decidi que não ia trabalhar num certo dia. O que ia dizer para poder faltar é que não tinha ideia. Mas aos poucos começou-se a formar algo. Diria até que estava a ter «achegas» espirituais, porque não tenho em mim esta capacidade de refletir e entender o que se deve fazer. 

Desde que cheguei ao UK muitas têm sido as pessoas a viver cá que me têm dito que, para se conseguir algo (casa, telemóvel, contrato de serviços, emprego, etc, etc), há que mentir. Até mesmo nos blogues que sigo, de pessoas a viver aqui, também elas escrevem que é preciso "exagerar a verdade"- manipular as coisas. É nesse sentido que uso a expressão "Maria de Fátima". 

O curioso é que, para mentir, tive de tornar a mentira VERDADEIRA.
E é aqui que queria chegar. Para poder dizer que aconteceu "isto ou aquilo", tive que fazer com que acontecesse. Com consequências menos graves do que dei a entender - claro. Mas também sempre ouvi dizer que é preciso exagerar nas dores para se fazer de doente, e exagerar nos feitos, para se fazer de herói. Então exagerei um pouco - sabendo que é natural, no início, pensar-se que algo é mais sério do que se pensava. Relatei o sucedido verdadeiro, mas de uma ocasião passada. Então, facilitou a mentira porque estava a contar uma verdade. E quanto ao pretexto que dei, acabei por torná-lo verdadeiro. Porque só assim consigo «mentir». Sabendo que não era mentira, que tinha realmente acontecido o que relatava.  


Na novela "Maria de Fátima" era filha de "Raquel". Uma personagem tão boa, recta, correta, honesta, crédula, bobinha - com a qual me identifico. Na altura em que a novela passou, nem tanto. Percebi-o depois, durante uma reprise no canal Brasileiro, já adulta. Mas até na novela, por vezes, dá para entender os motivos de Maria de Fátima. Tendo Raquel como exemplo de mulher adulta e um pai alcólatra como exemplo de homem, ela viu tudo aquilo que não queria para si. Raquel, por muitas ocasiões, sai prejudicada por ser como é. Acaba por se colocar em situações que a ferem e também erra por ser... boa. Mãe e filha são dois opostos e no equilíbrio é que está o saber viver. Raquel também tem de aprender! Aprender a mentir... Aprender a ser dura. A destratar quem merece. Para crescer.

E é aqui que me encontro... 


E porque não? Aqui ficam umas cenas de resumo da mencionada novela.