quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Propaganda enganosa


Ontem acordei muito cedo. Pelas 7.30 dirigi-me ao Hospital para tirar sangue. No regresso, deu-me para pegar na vassoura e comecei a varrer a sala e o anexo. Sabia que ainda estavam três pessoas a dormir. Pelo que fiz por ser silenciosa. O que implica não usar o aspirador.

Varri tudo detalhadamente, removendo migalhas de todos os cantos. Depois apanhei a sujidade com a pá e vassoura menores. Coloquei água quente no balde e despejei no interior três detergentes diferentes. Passo a explicar: a mais-velha gosta de manter embalagens vazias. Tem quatro de detergente e amaciador para a roupa em cima do tampo da máquina de lavar, totalmente vazias e, para não surpreender, também fui encontrar algumas vazias no armário. Então nunca sei quando vou encontrar coisas cheias ou vazias. 

Peguei na lixívia que comprei - estava vazia. Peguei na outra - vazia estava. Só saiu de cada uma gotinha. Uma outra embalagem de limpeza de superfícies - também vazia. Coloquei as três em cima do tampo da cozinha para depois as deitar fora.

Quando estava a lavar os cantos da sala - por onde começo caso alguém precise passar, percebi que o chão estava a secar rápido. Por isso passei a esfregona no centro. Nisto desce um colega. Não dá tempo para a área secar. Digo-lhe que pode passar. E ele passa. Depois surge outro, e mais outro. Tomam conta da cozinha e atrapalham a limpeza. Lá consegui lavar a sala e o anexo, mas não consegui passar o pano de pó no móvel e na TV. Nada que não possa fazer no dia seguinte. Mas atrapalhou um pouco. Principalmente porque, ao passar, vi que aquela zona que tinha varrido e lavado já tinha migalhas. 

E as embalagens vazias que deixei no tampo tinham voltado para o armário.

O curioso é que, tento manter um cantinho no frigorífico para guardar uma caixa de ovos. Sei que se vagar o espaço, este é ocupado com merdinhas que nunca saem dali. Por isso, em duas ocasiões, servi-me do último ovo e deixei a caixa no lugar. Até porque era para colocar novos ovos dentro. Pois estes italianos são tão rápidos a perceber o que lhes interessa, que em ambas as ocasiões sem eu dar por ela e em menos de 24h, tiraram a embalagem do frigorífico. Algo que não lhes pertencia e não lhes competia fazer. Se ao menos estivesse ali há semanas... compreendia-se. Mas o que vejo são   frascos e mais frascos de molhos que já devem até ter expirado, porque faz meses que ali se encontram. Isso não deitam eles fora! Não me pertencem. Se pertencesse, era o que lhes ia fazer espécie. Assim, a sujidade, a má arrumação, nada os afecta. Só a caixa para guardar os ovos os incomoda.

Se deitam fora uma caixa para ovos que não lhes pertence e está discretamente no frigorífico, porquê foram guardar três embalagens de detergente vazias no armário??


WTF?
É assim... dividir casa com alguém. Tem de se fechar os olhos a tudo.

Mas e os ouvidos? 
Acho que percebi o mais-recente a comentar à mais-velha, que adora maldizer, que eu estava a lavar o chão sem aspirar. Isso é sacana. Ele não viu o que fiz antes. Quanto mais consideração se tem, menos apreço se leva. Chiça! Mas o que acho mesmo irónico, é que aquela expressão que diz que há quem atire pedras tendo telhados de vidro encaixa aqui perfeitamente. Assim como o "diz o roto ao nu".

Estavam a criticar-me por limpar, dizendo-se melhores, mais perfeitos e metódicos. Mas ainda não vi o rapaz fazer outra limpeza. E para ser sincera, se for espreitar debaixo do sofá, sei que encontro a mesma porcaria que encontrei na primeira vez que limpei a sala. Sei que atrás da TV iriam estar teias de areia e novelos de pó. Concluí - e estas pessoas só vêm a reforçar, que quem muito se auto-publicita como bom em algo, está a fazer publicidade enganosa

A mais-velha andou ali a inventar algo mais, para se fazer sobressair como heroína. Maldizer-me é um seu hobbie favorito. E parece que já abriu caminho com o colega mais-recente. São todos italianos, o que esperar?

Ela é tão hipócrita e não se manca, que andava sempre a contar a história do cheiro nauseabundo a comida, proviniente dos cozinhados de um casal indiano que cá morava quando ela para cá se mudou. Contou vezes sem conta que quando chegava do emprego tinha aquele odor forte e tinha de ser ela a abrir as portas e janelas. Que eles iam lavar a louça quando a viam chegar. 

Ela na cozinha é pior. Faz fritos e não liga o exaustor, não abre a janela, não abre uma porta. É comum o cheiro dos cozinhados durar até 48h e fazer-se sentir até nos quartos. E tem a lata, até hoje, de maldizer a reputação dos indianos contando vezes e vezes sem conta a mesma história. Onde é que ela é diferente? os cozinhados dela são melhores que os dos outros?  Os dela são perfumados com rosas, querem ver? É o velho ditado: "não te mancas"!

Eu só uso o microondas. Deixei de cozinhar no fogão e no forno. Por causa das merdinhas deles. Prefiro assim. É mais rápido e não conto ter muitas chatices. Um destes dias coloquei cogumelos com salsichas por quatro minutos e quando regressei, o rapaz tinha aberto a janela da cozinha! O cheiro ainda nem tinha passado da ventalização, a porta do aparelho ainda nem tinha sido aberta. Mas já "incomodou" o menino. No microondas, nenhum odor dura muito tempo. O que cozinho dissipa-se rápido. E é ele que tem o hábito de ligar o forno por quase uma hora, deixando-o vazio e na temperatura máxima. Só depois coloca coisas dentro. O cheiro é terrível e duradoiro. Quando tomo banho até receio que o cabelo e as roupas fiquem com o odor da gordura e cozinhados. 

E são estas pessoas que censuram os hábitos dos outros.
A falta de noção choca-me.

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