sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Não vos queria assustar, MAS...


As lojas já estão assim desde a SEMANA PASSADA.






Eu vos digo: Gosto do Natal.
Mas ao ver isto até me deu a volta ao estômago tal foi a repulsa.

Esta ânsia comercial para lucrar em cima da quadra repulsou-me.  Fez-me até desejar que o Natal não viesse. 

Na família sou a única que realmente gosta que exista esta ocasião para estarmos todos juntos. Não que outros não gostem, mas ninguém quer dar-se ao trabalho. Tivesse eu casa própria e esta seria outra rotina que já tinha mudado. O Natal é agora um simples ritual pelo qual temos de passar. E alguns parecem estar a sofrer, não estarem ali muito à vontade ou com gosto. Entristece. Queria recuperar de volta a alegria de se estar junto, o bem estar, o sentido de pertença por laços de sangue. 

Os natais são feitos na casa de meus pais. Não há um ano em que a minha mãe não se queixe e não me diga que não quer fazer o Natal. Diz que está cansada, que é muita gente, todos a falar por cima uns dos outros, muita confusão, barulho e muita despesa. Que cai quase toda sobre sua responsabilidade e que os restantes não valorizam o trabalho que dá e o dinheiro que se gasta. 

É uma ladaínha que ela me reza na cabeça faz mais de uma década. E eu sempre a tentar demovê-la do aspecto negativo - para o qual ela tem uma inclinação natural, para a fazer entender o conceito e importância da quadra. "Não importa se eles apreciam ou não. O que importa é que tu faças o esforço para reunir todos. Isso é que é o Natal. Ou nunca mais os verás". - digo-lhe.

Sinto que praticamente sou eu que mantém o Natal por um fiozinho... 
Porque eles fazem a festa, mas já não sentem tanto gosto.
E eu sentiria e saberia como recuperar a alegria e o convívio, caso tivesse casa própria e pudesse mover o convívio da dos meus pais, para a minha. Saberia porque ia meter todos a trabalhar para o mesmo - que era o que acontecia na casa dos meus avós. Todos tinham de trazer alguma coisa para a mesa e todos tinham de aparecer no almoço. Sentar e partilhar a refeição juntos. E no final, brincar, jogar jogos, conviver.

Foi a eliminação destes hábitos que transformou o Natal no que está hoje. Assim que todos chegam começa-se a abrir os presentes - o que leva umas duas horas. E assim que terminam de os abrir, todos pegam nos sacos com embrulhos e saem porta fora.

Não gosto disso.
O Natal não deve ser um ritual de presentes para desembrulhar para terminar assim que o último é aberto. talvez até impusesse uma regra sobre o presentear, como por exemplo, TODOS terem de o fazer, nem que fosse para dar algo desenhado numa folha de papel. Ou todos terem de presentear em valores até 10 euros, ou menos, ou por cores, ou por utilidade... Puxar pela criatividade de cada qual, fazê-los pensar no acto cortando o desinteresse rotineiro que parece ter-se instalado e que leva as pessoas a ir comprar qualquer coisa sem saberem bem o quê. E tudo o que é preciso é CONHECER a pessoa para saber o que lhe oferecer. Não devia ser tão difícil presentear um familiar próximo como é presentear um colega de escritório. 

6 comentários:

  1. O seu post traduz bem que o Natal, festa tão bonita de família, pode ser uma deprimente reunião de pessoas!
    Que bons eram os Natais da nossa infância!!!!!!!!

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    1. E o teu comentário sintetiza na perfeição uma verdade absoluta!

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  2. Por cá já há lojas a fazerem o mesmo, o que não me incomoda de todo e passo a explicar.
    Há uns anos eu, a minha mãe, a filha e família da banda de lá juntamos-nos na casa que mora perto daqui.
    Eu a partir de Fevereiro compro uma prenda por mês sempre em promoção e meto num baú. Já as tenho todas. Depois em Novembro fazemos um sorteio entre todos para que cada um leve o "que lhe sair na rifa". Resultado? A despesa não cai sobre quem recebe a família. De 24 para 25 é uma noite mágica onde os netos fazem sempre uma peça teatral e olha que já andam a treinar. Quando vou a casa da filha não toco e muito menos leio a catrefada de folhas manuscritas que estão na secretária da neta mais velha.
    No total somos dez porque felizmente quem sempre fez frete deixou de ir...ufa.
    Chegados a Dezembro bem reparo que o que comprei anteriormente o seu custo é em dobro ou triplo.

    Beijocas e um bom fim de semana

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    1. Essa é uma forma de viver o natal que vai de encontro com aquilo que disse. Há que envolver as pessoas na festa, celebrar o convívio. Se a coisa ficar pelo ritual, claro que perde a magia. E não é a presença de uma criança que vai salvar a coisa para sempre.

      Eu falo mas ao longo do ano também lembro-me de várias coisas que gostava de comprar. O problema é que chegando a hora, também quero comprar outras ou acho que são mais adequadas. Gosto de dar algo que acho que combina com a pessoa ou a vai surpreender.

      Bom fds

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  3. Noutros tempos o Natal era sempre passado com os meus pais, tios e primos. Houve uma época em que éramos mais de 30 pessoas. Prendas? Não havia. Para as crianças havias uns rebuçados, uns figos secos ou na melhor das hipóteses um chocolate. Depois aos poucos os tios morreram, os primos casaram e deixaram de aparecer. Os meus pais mantiveram a tradição até morrerem, apesar da minha mãe ter ficado paralisada, eu e a minha irmã fomos fazendo tudo e eles continuaram a ter à mesa os filhos, genros, netos, e duas irmãs da minha mãe, que ficaram viúvas e preferiam passar o Natal connosco em vez de irem para casa dos filhos.
    Depois que meus pais partiram em 2010 acabou-se a tradição do Natal, ficando cada um para seu lado.
    Presentes, tirando a neta, não há presentes para mais ninguém. Temos o ano todo para isso, o Natal é outra coisa.
    Abraço e bom domingo

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    1. Bom Domingo para si também, Elvira.
      Estou enviando boas energias para si e para os seus. Para que este Natal seja ainda mais especial!
      Abraço

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