Metereologia 24 h

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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

O Brinde no Bolo-de-Rei e a data de hoje


Se pudesse escolher, presentearia todos no dia de Natal, mas só se abriam os presentes hoje, dia seis de Janeiro.  Sinto que é assim que devia ser. Faz sentido, ficar a "curtir" ali os embrulhos fechados, deixando-os a marinar num caldo de carinho, expectativa, tranquilidade, reflexão, lembrança... lição.

E depois, quem sabe, todos telefonariam uns aos outros, só para agradecer a lembrança?

Seria mais uma forma de manter a união, que praticamente quebra no dia seguinte ao Natal. Nem que fosse por obrigação, as pessoas teriam de se contactar por telefone, falar umas com as outras, porque ficaria mal não o fazerem. Para mim, seria assim. 

Mas este dia traz-me também saudades. Saudades da expectativa de cortar uma fatia de Bolo-de-Rei esperando encontrar nela o brinde, e desejando que não fosse a fava!

Hoje preferia receber a fava. Ia juntá-las, plantá-las e ter umas favinhas para comer. Será que alguém, alguma vez, se lembrou de plantar a fava que lhe saiu no bolo-de-rei?


Ela não era da família. Ou melhor, não era de sangue, mas era de afecto. Uma senhora amiga dos meus avós, que ajudou a tomar conta da minha mãe quando esta era criança. No Natal, ela era convidada para almoçar connosco. Tirando essa ocasião, só a via um outra vez o ano inteiro: quando ia a uma consulta médica anual num hospital perto da sua casa. Faziamos-lhe uma visita, eu e a minha mãe. A sua alegria era muita. Vivia sozinha, num apartamento pequeno, num prédio iguais a muitos desses dessa Lisboa antiga. Sem elevador, só com escadas. A sua companhia eram os pombos, que alimentava à janela. Tirando isso, uma vizinha ou outra e, na qualidade de viúva sem filhos, penso que seria solitária. Ela sempre guardava (não sei onde os ia buscar) os brindes dos Bolo-de-Rei para mos oferecer. E fazia-o com tanto gosto, que eu com mais gosto aceitava, porque a via feliz, com um sorriso de orelha a orelha. Era gulosa, gostava de doces. Gostava de crianças. Mas houve um Natal em que decidiram não a convidar. Senti que estava errado. Estava a afligir-me! Tinham de a buscar! Ela contava com isso e ia ficar desolada, indesejada, a julgar que se cansaram dela, triste e infeliz. Sentia-o. Pedi, implorei, para que a fossem buscar. Puxei de todos os argumentos que, como criança, pensei poderem fazer diferença. Temi e disse-lhes: se não a fossem buscar, ela ia ficar tão triste que no ano seguinte já não estaria viva para se poderem redimir.

E aconteceu. Nesse ano, por motivos que não saberei nunca ao certo, telefonaram-lhe a desejar um feliz Natal mas não a foram buscar para estar à mesa. Morreu meses depois. 

Associo à sua memória os brindes do bolo-de-rei, em forma de jarro, sapato, carro... 

Feliz dia dos Reis!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

FELIZ ANO NOVO!

Foi desta maneira que me cumprimentaram ontem, dia 2, quando regressei ao trabalho. Estranhei esse cumprimento, porque já não era dia 1 e a tarde estava a terminar.

Mas aparentemente deve ser costume dizer-se isto quando se vê a pessoa pela primeira vez, ainda que já não seja primeiro de Janeiro.


Este ano fiquei surpresa com este momento. Como de costume, não celebro nada. Era para estar a trabalhar, pelo que nem me ocorreu pensar no dia que era nem na importância que tem para certas pessoas. Esqueci que havia fogo de artifício, pessoas a celebrar... 


Foram os colegas da casa que o fizeram sobressair. Um convidou-me para juntar-me a ele e uns amigos que cá vinham para jantar. Quando chegou perto da hora, este teve de ir dormir por ir trabalhar cedo e o outro desejou-me um feliz ano, com um abraço e dois beijos no rosto.




O contraste com o que aconteceu no ano anterior veio à lembrança. Sinto NORMALIDADE a regressar ao quotidiano - embora não queira falar disso para não atrair outro tipo de energias. Gosto dos dois colegas mais recentes que cá entraram, embora ainda tenha receios. 

Só cá estiveram esses, os outros estavam fora. E sem a mais-velha, esta casa tem uma excelente energia. Falando na dita, chegou hoje. Ao contrário do que aconteceu comigo quando regressei das férias de Natal, aparentemente chegou para uma casa vazia. Ninguém cá estava para a acolher. Que foi o oposto do que veio a acontecer comigo. Quando cheguei, surpreendeu-me o calor humano que encontrei. Falaram comigo. Um agradeceu-me de imediato o presente que lhe deixei debaixo da árvore. Estavam dois amigos de um deles cá em casa, que já havia conhecido, todos conversámos entre si tendo como tema em comum umas obras que o senhorio precisou fazer na casa neste período de ausências. Estava tão receosa por temer a hostilidade e frieza habitual e acabou por ser um regresso para uma casa harmoniosa. Também um grande contraste com o ano passado

Na bagagem trouxe, mais uma vez, um bolo-de-rei. Contrastando com o que aconteceu no ano anterior, este foi elogiado, apreciado e «devorado». Não chegou ao novo-ano! Comeram-no com gosto e com gosto voltaram a comer no dia seguinte. Não foi como no ano anterior, em que o bolo-rei ficou intacto, nenhum dos italianos quis prová-lo, tive de o congelar. 

2020 parece vir a ser melhor.
Eu mereço!

Busquem a vossa felicidade e sejam felizes! Feliz 2020!!