sábado, 8 de dezembro de 2012

Cosméticos: como reciclar?

Sempre fui uma criança a quem fazia confusão deitar as coisas fora.
Fosse o que fosse. Se roupa deixasse de ter utilidade, diziam-me que virava lixo. Se bebia refrigerante por uma lata, logo a seguir virava lixo (embora no me caso virasse porta-canetas). Se desembrulhava um presente, o próprio papel, laço, embalagem, fosse de cartão, plástico, esponja ou esferovite, sentia relutância em colocar no lixo. Se lia uma revista, porque a seguir ela tinha de ir para o lixo? Se usasse um palito para os dentes, ou acendesse um fósforo, porquê tinha aquilo de ir para o lixo? Com certeza ainda podia ser util para algo, podia juntar muitos palitos ou fósforos queimados e decorar uma caixa, ou um caderno, ou construir algo... 
Pensava tanto assim que meus pais eram os primeiros a tirar das minhas mãos quaisquer embalagens ou coisas para eles inúteis, para me impedirem de ter «ideias malucas». 

Até casca de nozes guardei e num natal fizeram mesmo parte da decoração da árvore, pintadas que foram com tinta plástica que se compravam em latinhas minúsculas (alguém se lembra?). 
Também achei boa ideia usá-las como embalagem de oferta de presente... 
(sim, encontrei coisas para lá meter  :) )

latinhas de tinta de 25 ml

De momento estou com um dilema em mãos. Quero me livrar dos cosméticos fora de prazo e praticamente nunca usados que separei faz mais de um ano. Mas vou colocá-los onde? Quem recolhe isto? Lixo normal não consigo...  já tentei. Prefiro deixar as embalagens por ali, mas já me incomodam. Preciso do espaço e de um ambiente mais «ZEN».  

Alguém recicla estes produtos? Despejá-los no gargalo e deixar a água encarregar-se de os levar não parece fazer sentido. No fundo, estaria a poluir o bem mais precioso que temos, ainda que suponho que o trato às águas sujas é super-potente para conseguir que as mesmas voltem ao meio-ambiente sem serem tóxicas. Se calhar é a melhor solução: o gargalo. Assim se garante que passam pelo ciclo rigoroso de tratamento de águas tóxicas antes que entrem em contacto com o meio-ambiente e vire uma ameaça...

Que sabem a este respeito? OPINIÕES SÃO BEM VINDAS!!



PS: Penso nestas coisas mas não sou uma santa ambientalista, ok? 



quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Geração RASCA ?

Uma notícia sobre oportunidades de emprego para jovens que passou hoje no telejornal fez-me recuar no tempo, até aos anos 90, quando na qualidade de estudante me abordaram para aderir à greve de protesto contra a introdução de uma nova medida da Ministra da Educação. A revolta era ainda maior por muitos se terem sentido ofendidos por terem sido apelidados pela imprensa de "GERAÇÃO RASCA". Palavras que já não recordo se foram aproveitadas por algum político... A revolta não tardou mas de pouco adiantou. Recuei até esse dia e voltei ao presente, consciente do meu percurso como se tivesse visto um filme. 

Eu, tal como todos desta geração, passámos por todas as mudanças que o Ministério da Educação introduziu no sistema de ensino para acesso ao ensino superior. Surgiram provas globais, surgiram cursos tecnológicos, surgiu a avaliação bi-partidária, em que a média de conclusão final era calculada a partir da nota tirada nas provas Globais com a média dos três anos de secundário, ambas com uma percentagem diferente de influência para a nota final. Lembro que o primeiro resultado global desta medida foi desastroso, alunos de notas médias ou altas chumbavam nas globais, o que fez o Ministério de Educação ter de ajustar os cálculos mediante os resultados obtidos.

Uma vez na universidade surgiram as propinas. Entrei no curso que quis, para o qual tive de fazer provas globais a disciplinas que inclusive nunca havia tido só para ter hipóteses de me candidatar com mais do que a média de Português com Matemática, uma mistura nem sempre vantajosa. Inicialmente o curso qualificava com o grau de bacharelato mas os anos de estudos acabaram por se alongar, não por ter reprovado, mas por uma nova medida ter permitido que aos bacharelatos pudessem se adicionar 2 anos extra para se obter o nível de licenciatura. Por essa altura já estava tão cansada de estudar, que me considerava uma profissional. Mas lá tirei a licenciatura, investindo no total 5 anos da minha jovem vida para obter um curso superior. 

Terminada a fase do estudo, é altura de ingressar no mercado de trabalho, do qual já fazia uma boa ideia de como funcionava, tanto por ter mantido contacto com o meio enquanto estudante, como pela quantidade de conhecimentos que absorvia por meu próprio interesse. E essa introdução inicia-se, obviamente, com ESTÁGIOS.

Fui fazer um estágio deplorável, sobre o qual até já falei aqui pelo que não me vou alongar. Já tinha prática na área por colaborar noutras empresas sem ordenado, mas fui de mente e coração aberto abraçar aquela nova etapa da minha vida. A universidade não tinha protocolos, mal sabia o que estava a fazer, não soube designar um orientador de estágio e ainda sofri ameaças por parte do director de curso por ter escolhido encontrar o meu próprio estágio dentro da área do curso e não me ter sujeitado aos por ele encontrados, fora da área. Terminado esse estágio curricular e não renumerado, que hoje sei que me mostrou o pior que existe em muitos locais de trabalho por este país a fora, obtive logo outro, numa entidade do estado, também não remunerado. Mas o desperdicei devido à pressão que o outro ainda estava a exercer sobre mim. Daí fui para o desemprego. Enquanto procurava e enviava curriculos, arranjei um part-time, tirei cursos, muitos cursos dentro da minha área de interesse, que paguei do meu bolso, mas a confiança e a esperança, essas é que ficaram com mossas. Pesava sobre a minha cabeça uma grande espada: a idade. A idade estava a avançar e por alguns lugares já escutava isso... Parecia que por todo o lado onde ouvisse uma conversa, todos me diziam que aos 25, 26 anos era já algo «velha» para iniciar a sério uma vida profissional nas minhas áreas de interesse. Percebi que as oportunidades eram «lixadas». Os anúncios de ofertas de trabalho pediam candidatos com licenciatura, dois anos de experiência e idades que iam apenas até os 20 ou 24 anos. Parecia que tudo conspirava e todos apontavam o absurdo das condições de empregabilidade. Como pode um indivíduo estudar a VIDA TODA, terminar o secundário, acrescentar CINCO ANOS de licenciatura, fazer mais uns tantos de estágio e ainda ser tão JOVEM?

Nunca mais esqueci o que uma vez ouvi num rádio: alguém acusava o governo de estar a enganar os estudantes, alongando os anos de estudo, pedindo e dando subsídios, criando estágios, cursos de formação e programas que visavam adiar a entrada dos estudantes no mercado de trabalho, para que não se percebesse os níveis reais de desemprego do país, para esconderem a gravidade da situação da comunidade Europeia. 

Os jovens estudantes de 90 foram vivendo de ilusões, promessas e aparências, seguindo as regras, iludidos pelo próprio governo. E agora aqui estamos: esta geração RASCA, foi é ENRASCADA pelas medidas evasivas do governo. Tramaram esta geração e comprometeram as gerações que lhe seguiram. 

É bom ouvir que podem surgir novas medidas de empregabilidade para jovens licenciados até os 25 anos ou que acabaram de perder o emprego. É bom mas também é mau. Estou a ouvir o mesmo desde que era eu essa «jovem licenciada», ainda me sinto um pouco nessa posição e agora constato que o tempo passou, pelos vistos não sou mais, e lá estão outros no mesmo lugar... 

Se a geração RASCA ainda não foi "agraciada" pelas promessas de "oportunidades para jovens licenciados" e muitos ainda continuam na «luta» por oportunidades e pela estabilidade no mercado de trabalho, só constato que o tempo passou e outra geração chegou sem que a anterior tivesse abandonado o barco. Estão assim, DUAS gerações, a RASCA e a À RASCA, acumulam-se no final da linha, sem ter para onde fugir. Como entulho trazido pelas ondas do mar preso numa enseada. Isto cheira a ilusão, a promessa oca e que só fica a pairar no ar. 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Lisboa arquitetónica aos olhos de FORA

Dada a identidade que dei a este blogue e como Lisboeta que sou, sinto-me no dever de divulgar algumas coisas interessantes que se descobrem neste universo da internet aqui sobre este cantinho de Portugal. Casualmente deparei com este blogue: Pavilhão de Portugal. Data de 2009 e constitui o trabalho de um grupo de estudantes de arquitectura de Fortaleza, cidade do Brasil. Conhecermo-nos a nós próprios pelos olhos dos outros, é sempre uma surpresa. Espreitem, especialmente se gostam de arquitectura

Ponte Vasco da Gama, inauguração: 1998

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

OLX - os sites de classificados


Já faz uns anos que fui espreitar, pela primeira vez, um desses sites de classificados na internet que permitem a uma pessoa vender ou comprar algo. Na altura coloquei uns vinis à venda no site OLX e Custo Justo, só para perceber como aquilo funciona. Recebi contactos de algumas pessoas, alguns até anos mais tarde. Mas venda em si, isso nunca aconteceu. E não mais me lembrei da existência dos mesmos. 

Não sei porquê, talvez devido à constante publicidade na TV e devido à proximidade da quadra natalícia, há um mês fui espreitar e logo à primeira tentativa vi algo que me agradou muito, a um preço agradável. Contactei o anunciante e comprei o produto. Primeira compra online!!

Não tinha intenções de comprar nada, no máximo queria vender, mas a verdade é que pechinchas, que é o que toda a gente quer, às vezes, ainda se encontram. Mas deixem-me dizer que é mesmo uma raridade

Serviços de chá em porcelana, incompletos: desde 25€ a 200€
Buscas posteriores nos sites devolveram resultados muito pouco animadores. O que mais há são velharias que estão bem é para a lixeira, mas pelas quais os anunciantes só por as saberem velhas pensam que as mesmas têm um exagerado valor. Também surgem produtos muito comuns e até fáceis de encontrar no circuito comercial, como bicicletas, canecas e canetas, a preços de... loja. Por alguns artigos pouco interessantes o valor cobrado é obviamente exagerado, o que revela a falta de noção e a ânsia exacerbada por dinheiro. Existem valores que até uma loja de antiguidades teria alguma cara-de-pau em cobrar. O artigo até pode ter valor mas não justifica o elevado investimento. E também existe o LOGRO. Objectos que não são o que parecem e não valem ou não são o que dizem ser. E coisas novas, manuais, como as pinturas em tela ou a pintura de caixas de madeira, frutos dos hobbys de alguém dado às artes decorativas...

Ali encontra-se de tudo. Para quem gosta, vale a pena. Mas cada vez mais é para quem pode. Aqueles que, após lerem este post ficarem com vontade de recorrer a estes sites de classificados grátis para vender algo que tem em casa e já não precisa, tenham em mente que as pessoas querem é pechinchas. É isso que procuram: uma boa compra. Se querem vender aquele par de sapatos por 20€... esqueçam. Não importa se custou 200€ e se só usou uma vez. Mas tentar a sorte não custa. 

Teria dado jeito ter lembrado desta hipótese há uns anos, quando uma série de objectos e peças de mobiliário de família precisaram de encontrar um novo dono. Quem sabe teriam encontrado quem realmente as estimasse. Algumas encontraram foi o caixote da rua e, estranhamente, uma dessas foi parar à montra de uma loja de antiguidades...


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Passatempos no Face e afins e a história dos likes... JAMAIS!


Recentemente participei num passatempo daqueles do Facebook.
Ai jesus, o que fui fazer!

É que nunca mais, mesmo, me meto numa roubada dessas.
O passatempo até era simples: escrever uma frase criativa com dois nomes e ter a maioria dos likes de todos os comentários ali deixados.

Era tão simples que participei com ânimo, naquela da desportiva. Partilhei o concurso caso alguém quisesse ajudar ou mesmo tentar a sorte e com o tempo fiquei na liderança. Nem precisei «pedinchar» likes, coisa que não me via fazer até porque me parece o novo gesto de "falta de educação" por aquelas bandas. 
Dois dias depois do início do concurso, alguém participa com uma frase que mais valia não ter escrito, de tão má e sem sentido que era, e em apenas 5 horas exibe de imediato 32 likes. Nem quis acreditar... Uma frase tão ruim! Entendi de imediato que a coisa não ia ser justa. Ia ser tudo à base de «amiguinhos». Um pouco de indignação surgiu quando percebi que havia passado algum tempo a construir a minha frase poética e elegante, para isso não valer de nada.

Entretanto os votos estagnaram na pessoa que escreveu aquela desgraça mas foram subindo na minha frase, tendo-me feito aproximar da outra. O que aconteceu? Em 1 minuto a frase medíocre recebeu 5 likes! Voltei a achar estranho... Foi então que, por uma questão de princípio, decidi fazer «guerrilha» e passei à divulgação com pedido de likes. Nem queria acreditar que o estava a fazer... Mas a causa era nobre.

Perfil do  facebook
Ao consultar o perfil da minha «rival», verifiquei que não era um perfil comum. Tudo o que se via publicado desde aquele instante até os anos anteriores era só PASSATEMPOS. Estava diante de uma papa-concursos... OMG! No que me fui meter... Não acham este tipo de gente tenebrosa? 

O prazer com que participei na iniciativa estava a transformar-se para um desprazer. E quando finalmente ultrapassei a papa-concursos, heis que 48h depois surge outra! Numa estranha hora da madrugada, a «nova» papa-concursos consegue nada mais, nada menos, que 55 likes em apenas UMA hora. Nessas 48h a outra deixou de os receber e eu tive alguns. O perfil desta nova papa-concursos em tudo é idêntico à outra, com a diferença de ter, nada mais nada menos, que 5500 amigos. Pois é! Tudo gente que aparece neste Natal para a ceia... LOL.

"Pedinchar" votos não me trouxe nenhum a mais e muito sinceramente, desde o surgimento da primeira papa-concursos que havia desmotivado. A vontade era desistir, só não o fiz pelo sentimento de indignação e por uma questão de princípio, pois a minha frase tinha pés, tronco e membros. Merecia a   preferência. 
Claro que de imediato percebi que existia uma grande probabilidade de alguém esperar até a última da hora para criar outra frase mentecapta e lá plantar mais likes. Se ganhasse o prémio do passatempo, nem o ia poder ver à minha frente! Ia dá-lo a quem o quisesse. Sortear, dar ao primeiro que aparecesse, rifar, etc... É só uma coisinha de nada, nem vale o esforço, e estas papa-concursos não deixam pessoas normais ter uma hipótese. Vivem dos produtos que «cravam» em passatempos.

A coisa ainda decorre mas eu já desmotivei faz tempo. A 2ª papa-concursos deixou de receber likes faz 2 dias mas decerto é por minha causa, porque se a ultrapassasse, às tantas lá ganhava uns 100 em 50 minutos. E é por estas e outras razões que qualquer PASSATEMPO deixou de ter piada. A menos que as regras sejam exigentes, esta de se cingirem  apenas ao número de likes não dá nada com nada... é só para os mesmos.

Mas ainda tenho outra teoria. A de que estes passatempos são FAJUTOS. Na medida em quem os divulga, só têm interesse em aumentar a própria quantidade de likes das suas páginas ou blogues pessoais. Assim sendo, basta-lhes SUPERAR qualquer um que tente a sorte, acabando por o suposto prémio nem sair do sítio. Até pode mesmo nem existir. Ganham com isto muita divulgação e publicidade, a custo ZERO. 

Já não via com entusiasmo este género de iniciativas mas agora sei que JAMAIS volto a participar. Que saudades tenho dos concursos por sorteio com a presença de auditores, cuja participação era igualitária para todos os cidadãos e as diferenças só podiam estar na quantidade de envelopes dos CTT que a pessoa enviasse. Ao menos aí havia garantias de transparência, quem ditava as regras era a sorte e não a manipulação.

sábado, 24 de novembro de 2012

A violência durante a Manif vista nos BLOGUES


Devo ter sido das poucas pessoas a não escrever uma linha sobre as manifestações que têm decorrido no país contra este estado de governação. Algo estranho, num blogue que nasceu da necessidade de apontar o que funciona mal neste paraíso à beira mar plantado.
Cá sei as razões mas o que interessa é que noutros blogues o assunto foi abordado e duas correntes de pensamento (isto já parece filosofia) parecem ter surgido (como habitualmente acontece) sobre os acontecimentos frente à Assembleia da República, no dia 14.

Hoje passei algumas horas entretida a ler esses blogues e respectivos conteúdos. Como maminhas à mostra e mulheres nuas não me apraz como acção de protesto a menos que veja alguma correlação entre um e outro  (decerto uma analogia à falta de recursos que deixam as pessoas... despidas?), não passei muito cartão a estas manifs. O que importa é que há quem DEFENDA que a polícia foi agressiva, há quem ilustre com vídeos o que é agressividade e quem é que "atirou a primeira pedra"  -   da calçada portuguesa, diga-se. Pedras, garrafas de cerveja, ovos e outros objectos, além de impropérios... Uns defendem a violência como ferramenta para o povo se fazer ouvir, outros defendem que a violência não é argumento algum. sendo desnecessária e o recurso dos cobardolas. (Pronto, esta última acrescento eu com um toque de finesse).  O certo é que não estamos a atravessar um momento auspicioso e cada vez as famílias sentem isso. Deixo aqui uma lista de blogues com coisas para dizer. Espreitem.

Contudo quero realçar mais uma vez que a CRISE já a sinto desde 2001, portanto volvidos onze anos não me parece que só agora esta tenha aparecido. Já cá andava, e muitos portugueses já a sentiam enquanto outros continuavam a na ilusão monetária, a esbanjar e desperdiçar, vivendo de créditos. Estamos em crise, mas não ao ponto da maioria deixar de se deslocar de automóvel, as estradas continuam lotadas. Logo, existe dinheiro para a gasolina, para os cigarros, para as saídas a bares à noite... 

Não tenho dúvidas que estamos mal e a caminhar para pior. Sei-o até há mais tempo, pelos vistos. Mas crise pior atravessaram, de certa forma, as gerações anteriores, e sobreviveram. Nós também conseguimos sobreviver. Se vamos conseguir aceitar que muitos dos «sonhos» que nos impingiram não são na realidade reais, isso é que não sei. 





Lista de blogues com links diretos:
http://riscadoagiz.blogspot.pt/2012/11/inseguranca.html

Os toques do telemóvel dizem quem sou

Não sou muito chegada a telemóveis.
Aliás, tenho a certeza que não preciso deles.

Mas já tive alguns. O primeiro, o famoso e amoroso Alcatel One Touch Easy (um trambolho para os dias de hoje) terá sempre um lugar no meu coração, pela simples razão que me permitia falar usando pilhas convencionais (formato AAA). Quando a bateria ia abaixo era um grande inconvenientemente, que tinha sempre solução. E não era preciso esperar 4h, o tempo que levava (acho eu) a carregar a bateria novamente, para voltar a conversar.

Mas nunca liguei muito a esta invenção. Marcas, modelos, passam-me completamente ao lado e nunca ambicionei ou invejei a «sorte» de alguém com a "última novidade" nas mãos. Os telemóveis que tive foram-me oferecidos e nem senti necessidade de substituir o meu trambolho Alcatel easy por um mais pequeno e prático. Fui «forçada» a fazê-lo, senão levariam a mal...

Actualmente, como não necessito dele para trabalhar, nem bateria tem... desligado que fica semanas a fio, assim não me aborrece. É um telemóvel em 2º mão, que tomei emprestado de alguém que fez um "upgrade" e me dispensou aquele. Faz quatro anos que o tenho, está velho, todo riscado e perdeu quase toda a cor cromática que possui. É também um modelo curioso, pois ninguém, nem mesmo mãos experientes, consegue lhe acertar as horas ou sequer dar com o maldito menu. Pelo que está também a tornar-se inútil. 

Mas nem por isso me apeteceu substitui-lo. Ontem porém, senti vontade de ter um TOQUE DE TELEMÓVEL específico. Ouvi uma melodia que apelou à memória emotiva e logo percebi que tinha de a ter como toque do telemóvel. Até o som de aviso de mensagem tinha de ser um específico. Mas como acredito que cada aparelho tem o seu toque, como uma identidade que lhe pertence só a ele, jamais mudaria o som ao meu velhinho, que não vou aqui revelar o toque que tem, mas adianto já que é um que tem tanto a ver com ele que sempre gerou comentários.

E era isto que vinha aqui dizer. Não ligo a telemóveis, mas o toque que todos eles tiveram sempre foi especial. Sempre foi PERSONALIZADO. Quando ainda não existia quase nada de toques para telemóvel e quase todas as pessoas usavam apenas os sons polifónicos que vinham fornecidos com cada aparelho, já eu andava com o «meu toque». E cada vez que ele tocava, a sala se espantava... Alguns queriam que lhes desse um toque igual e embora não tivesse dado igual, dei-lhes parecidos, dei-lhes também uma "PERSONALIDADE" própria e única.

Porque convenhamos... andaram todos com o mesmo toque de telemóvel é algo impessoal para caraças. Não me importa se é o toque da moda, se está na bera, se é a música do artista favorito... isso não o torna nada especial, muito pelo contrário, mas algumas pessoas achavam-se o máximo por possuírem o "último grito" de telemóvel e toque, ainda que, quando na presença de outras pessoas com a mesma sorte, quando um telemóvel tocava se viam na obrigação de dizer: 
-"É o meu ou é o teu?"

Não precisei de colocar essa questão. Quando o meu tocava, era só meu.
Pessoal.

E por isso agora, até porque me sinto numa outra fase espiritual, preciso de outro toque de telemóvel... não gosto de músicas, gosto de toques polifónicos e de sons. Já sei o que quero ouvir, agora só me resta encontrar um telemóvel muuuuuito simples, prático, que não seja cá touch screen nem me faça dar pancadinhas (farta de teclar estou eu) nem esfreganços com um dedo num monitor para que funcione e me mostre o que pretendo. Quero um que obrigue apenas o meu POLEGAR a trabalhar... e que permita personalizar os toques. 

E por isso o título deste post...
Desculpem o tema tãããoooo interessante...
Deve existir uma conjunção astrológica que impede temas mais sociais ou políticos em blogues por estas semanas. Ou isso ou é o efeito da proximidade do Inverno, do Natal, do frio... ou é mesmo esta m#rd@ em que o país anda metido!  
Falemos então da importância de... telemóveis!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Poucas «visitas» ao Blog

Não sou pessoa para dar muita importância ao ter ou não ter muitas pessoas a vir parar ao blogue. Sei que algumas cá vem parar, não sei se ficam ou se vão logo embora... Mas ultimamente tenho notado uma «maresia» bloguista... E sei, simplesmente SEI:

"ANDAM TODOS A VER A CASA DOS SEGREDOS" 



sábado, 3 de novembro de 2012

Integração numa CULTURA


Recentemente entrei dentro de uma superfície comercial "chinesa" e, ao precisar de auxílio para adquirir um produto, procurei um empregado entre os corredores. Encontrei dois, um jovem rapaz com quem já tinha falado e uma jovem rapariga. Expliquei-lhes então a situação:

-"Boa tarde. Preciso de ajuda com um artigo (disse o nome), só encontro um e queria saber se por acaso têm mais em armazém".

O rapaz não me responde, vira-se para trás e grita por alguém na sua língua. E depois, mais nada. Nem um gesto, nem uma palavra. O outro também não aparece para se dar a conhecer ou indicar o cliente para o seguir. Não me é dada qualquer resposta. Nem sequer gestual. Simplesmente deixam-me ali.

O que vale é que não fiquei estancada à espera. Dirigi-me novamente para a zona do artigo. Se lá estivesse alguém para prestar ajuda, muito bem. Se não estivesse, virava as costas e saía pela porta. 

O empregado, outro miúdo jovem, também não se dirigiu a mim, cliente, para prestar auxílio. Mais uma vez, aproximei-me, dei a «boa tarde», indiquei o artigo, expliquei a situação. Directa e sucinta. O rapaz não diz nada. Não dá resposta, nem sequer gestual. Nem "ai" nem "ui" - como se costuma por cá dizer. O que entre nós é vulgarmente considerado um sinal de falta de boa educação. Os portugueses podem sentir algum incómodo pela frieza e falta de atenção mas somos um povo tão aberto que aceitamos as diferenças, mesmo quando estas «arranham» a base do que é para nós a nossa educação cultural. Mas tratando-se de outra cultura, relevamos...  

Pergunto a este empregado se posso abrir a embalagem para espreitar o artigo, pois haviam colocado um enorme cartaz de cartolina manuscrito com canetas de várias cores onde se «ameaçava» que quem abrisse as embalagens teria de pagar o artigo e era estritamente necessário pedir ao funcionário para as abrir. (os chineses também não entendem a diferença entre uma comunicação e uma intimidação, deve ser algo do regime comunista) Pois pedi... e não obtive qualquer resposta. Nem um som. O rapaz nem se digna a estabelecer contacto visual. Parece que estou a falar para um MONO.

Abri a embalagem. 

O rapaz aproxima-se e põe nas minhas mãos um artigo, mas não o pretendido. Agradeço (gesto de cordialidade que é como se caísse em ouvidos ocos) e explico que já tinha encontrado um par daqueles, pretendia era outro. Ele lá remexe em tudo sem nada dizer e volta a esticar um artigo na minha direcção, desta vez o correto. Agradeço-lhe. E como havia retirado alguns das prateleiras e sou das que arrumam de volta e no sítio certo, perguntei-lhe se não se importava de os arrumar. Não me responde mas entendo que é o que vai fazer, pois já o outro rapaz, ao me ver a retirar os artigos, pegou nestes e tive de lhe pedir para os deixar ficar, pois encontrava-me a escolher. 
Antes de me afastar de vez, volto a agradecer. 

E agora pergunto eu: estes JOVENS, provavelmente já nascidos cá ou pelo menos cá criados, não deviam já integrar-se melhor nos costumes locais? Parecem entender o português bastante bem, mas não emitem uma palavra. Nem sequer fazem um esforço! E isso é que é algo incomodativo. O povo português é conhecido pela afabilidade com que recebe e pela entrega em se adaptar a outros países, outras culturas e outros costumes. Já cá recebemos vagas migratórias de todo o género de povos: africanos de Cabo Verde, de Angola, Brasileiros, mais recentemente pessoas oriundas da Europa de Leste... e em nenhum destes encontro uma maior falta de atenção para com o povo acolhedor, no sentido de absorverem os costumes, a cultura, os tratos sociais. 

Se for o povo português a emigrar, fazemos um esforço por nos adaptar. A primeira coisa que fazemos, custe o que custar, é tentar aprender a língua. Começamos logo a tentar comunicar oralmente, assim como comunicamos bastante gestualmente. Somos um povo que se adapta, e mesmo que muito   afastados pela cultura de origem, existe sempre uma pre-disposição para a adaptação. Pode até ser má,  mas pelo menos fazemos esse esforço. Se emigrarmos para França, aprendemos a falar francês. Para qualquer outra parte do mundo, falamos inglês. Se formos a Espanha, falamos espanhol. Se formos para Itália, falamos italiano, e por aí fora...

Até dentro do nosso país, gostamos de aprender outras línguas! Portanto, custa-me um pouco entender a mentalidade de uma cultura que, pelos vistos, parece tão mais fechada, tão mais incapaz por ESCOLHA própria de se «mesclar» na cultura que a acolhe. 


Nas escolas aprende-se logo em criança, o MODELO BÁSICO DE COMUNICAÇÃO entre os humanos: o Emissor, a Mensagem e o Receptor. Não sei se os chineses que encontramos na maioria dos estabelecimentos comerciais auto-sustentados entendem esse conceito. Ao fim de anos de permanência neste país que os acolhe, parece que foi ontem que chegaram, tal é a aparente indiferença para com os costumes que cá encontram. E é por esta razão que estes «comerciantes» me fazem lembrar uma praga de gafanhotos: chegam, usam, tomam o que gostam, desgastam, destroem, não deixam nada de bom em troca.   

Lá se vai o mito do imaginário tradicional, que transmite a ideia de que todos os orientais são muito bem educados e cordiais, com as suas vénias e "ais"...



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Para refletir no... KARMA


A propósito de um vídeo que encontrei no youtube...  

Quando era adolescente conheci uma rapariga que gostava de pregar partidas telefónicas. A primeira, única e última vez que o presenciei não gostei NADA. Ligou para uma linha de apoio e ajuda a fazer-se de aflita, gozando com uma situação séria. Desligou o telefone ás gargalhadas, descrevendo detalhadamente a preocupação da voz que do outro lado da linha a tentava ajudar.      

Toda aquela excitação se resumia ao acto de pregar partidas telefónicas. Fez-me jurar que não contava a ninguém o que fazia para se divertir. Não contei mas também não compactuei. Fazer pouco das pessoas ou ignorá-las quando nos procuram nunca fez parte de quem sou, nem durante a suposta fase terrível da adolescência a que este episódio remota. Por isso, não encontrei naquela "brincadeira" motivos para rir. Não me identifiquei com aquilo e também me incomodava outro hábito que ela tinha, que consistia em ignorar uma senhora cega que se aproximava dela chamando-a pelo nome e não obtinha resposta. A senhora já com um pouco de idade esticava o braço para a sentir com as mãos ao que ela se desviava e permanecia muda. Depois chamava-lhe nomes. Não gostei.  

Vejam agora o vídeo que coloco abaixo. É que o destino encarregou-se de dar uma lição à pessoa que descrevi. Quando soube o que lhe aconteceu fiquei mergulhada em compaixão, tive vontade de ajudar, vieram-me as lágrimas aos olhos... mas imediatamente entendi. Muitas vezes nos perguntamos porque é que certas coisas terríveis acontecem. Talvez, só de vez em quando, a resposta está em nós mesmos. 

Tomando o exemplo que conheci e aplicando-o no do vídeo abaixo, se a história se repetir, a pessoa que fez este telefonema ou alguém que ama mais do que a si mesmo, vai descobrir o que é estar numa cadeira de rodas e cag***-se todo e a precisar de ajuda para tudo e mais alguma coisa. 

Será que existe Karma?




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

8.000€ de salário mensal.... ia ou não ia?


Ainda estou "abananada"  ;)
Calhei ver um link com ofertas de emprego dentro da Comunidade Europeia e como não tenho nada a perder, fui espreitar. Anseio por uma mudança, preciso estar rodeada de outro ambiente, quero trabalhar e ao mesmo tempo aprender, num ambiente diferente e fazê-lo rodeada de pessoas de diversas nacionalidades é aliciante. O problema destas ofertas de trabalho é que são muito específicas (advogados, técnicos, engenheiros, tradutores, etc) e mesmo quando aliciam por um lado, cortam por outro, sendo o mais taxativo os anos de "experiência profissional". 
Para meu espanto encontrei candidaturas abertas a quem tem apenas o secundário, outras que me aliciaram em particular, destinavam-se a quem tinha doutoramento, mestrado e pós-graduação. Os inevitáveis suspiros surgiram quando comecei a ver qual era o valor do salário mínimo auferido. Eis um exemplo: entre 4.800,00€ e 7.900,00€.

Portanto, se tem menos de 55 anos, possuir Licenciatura, bons conhecimentos de línguas, Direito, economia e contratos, pode candidatar-se ao cargo de "Responsável de contratos/Aquisições", da Agência Espacial Europeia e, com sorte, daqui a uns meses estar a trabalhar na Holanda. 

PS: Se conseguir um cargo, ponha uma cunha para mim! Estou mesmo interessada lol   :)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Direito de sucessões

A propósito de uma pesquisa sobre direitos e deveres familiares:

Fonte: Wikipédia:
Não se pode confundir sucessão com herança. A primeira é o ato de alguém substituir outrem nos direitos e obrigações, em função da morte, ao passo que herança é o conjunto de direitos e obrigações que se transmitem, em virtude da morte, a uma pessoa ou várias pessoas, que sobreviveram ao falecido.


Ah,ah,ah,ah,ahaaa!
Alguém sabe apontar-me a inconfundível diferença?
É que li, reli e não consigo identificar o que distingue substituir de transmitir, não existindo documentação pelo meio  ;) 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Uma das coisas que faria ao ganhar o Euromilhões... (parte 1 de muitas ehehehe!)

Seria ter aulas para aprender a tocar piano.
Não quero ser uma grande pianista nem fazer carreira, bastava-me poder expressar algum sentimento através das teclas musicais, ao invés destas teclas de computador que utilizo agora. Ficaria contente se conseguisse tocar algumas peças, só para mim, só porque sinto vontade...



O que acham?
Uma pessoa adulta ainda pode aprender este ofício ou "burro velho não aprende línguas"? 

sábado, 13 de outubro de 2012

O Camião de Ouro da sic já me tramou!


Daqui a 6 minutos o telefone vai tocar.
Assim como tocou meia hora antes.
Do outro lado, uma voz vai tentar vender-me alguma coisa. Ou seja: vai irritar-me!


É assim faz uns dias, pontuais como só uma ligação programada automaticamente por um contador consegue ser. E porquê, perguntam vós, isto acontece?

Tenho um suspeito: o caminhão de ouro do 20º aniversário da SIC!!


Não sou muito dada a participações telefónicas mas, What the hell! Uma vez apenas, não faz mossa e sempre existe a eventualidade... 
Antes de me meter nestas alhadas, costumo fazer o que poucos fazem: vou ler o regulamento. Aquelas letrinhas pequeninas que falam o que acontece aos nossos dados depois de fornecidos, sabem? Leio tudo, tudo e, se a coisa não me agrada, nem participo. Ainda mais quando os passatempos são dos que dão muito trabalho para tão pouco! Como por exemplo, obrigar a pessoa a fazer e receber milhões de likes no facebook em troca de uma frigideira. Nã! Por 20 euros o supermercado vende-me uma, sem stresses.

Mas desta vez não fui ler coisa alguma: peguei no telefone e fiz a chamada. Três segundos depois já terminada, porque é o tempo que levam a dizer "A sua participação ficou registada. Obrigado".

Acontece que mudei de número há bastante tempo e, desde então, NUNCA MAIS recebi destas chamadas inoportunas. Antes era uma vergonha! Só propaganda. O telefone a tocar, tocar, de noite então, incrível como não davam descanso, ora a querer vender um serviço de televisão por cabo, de bancos etc... Irra! Mas quando um número novo substituiu o antigo: PAZ. (escutar aqui o tema musical      )

Tranquilidade absoluta. Se o telefone tocasse era mesmo só alguém conhecido a querer falar. Mais ninguém. Tenho sempre em mente estes inconvenientes quando vou a preencher um impresso onde são pedidos determinados dados. Mesmo para os passatempos mais informais e coisas tais, não levam facilmente os meus dados pessoais, muito menos a morada. Chega de importunância. 

Até que o camião de ouro da SIC passou e "buzinou"!


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A importância de seguir a INTUIÇÃO

Há uns tempos pediram-me que deixasse escrito numa folha de papel umas ideias. Acedi. Era uma espécie de teste, ahah, também não tinha muita escolha. Mas enquanto o estava a fazer, assim que comecei a dar sugestões, a minha intuição começou a dizer: "Não dês, não dês"!
Mas dei. TUDO.

Hoje sou penosamente lembrada deste instante repetidamente. Cada vez que me deparo com a materialização das ideias que dei de mão beijada e cada vez que deparo com a cara do indivíduo escarrapachada na imprensa, é instantâneo, não consigo evitar:
-"Ladrão! Ladrão!"

E é assim que dolorosamente se aprende que se deve escutar a INTUIÇÃO.




PS: é mesmo verdade: os verdadeiros gatunos vestem fato e gravata.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Será que vou sofrer de Alzheimer? - Parte 1



Tudo começou com nomes. Nomes de pessoas. Eu costumava ter um «base de dados» com mais de 2500 artistas na cabeça, dos quais era capaz de dizer tudo sem a mínima dificuldade mas um belo dia ao me lembrar de um rosto, o nome não me veio à memória. Isto passou a acontecer mais vezes, até com pessoas do meu relacionamento.

De início a dificuldade podia ser imperceptível, coisa de segundos, mas eu sentia-a de imediato como algo «diferente». Relevei, como sempre relevamos estas coisas. São «esquecimentos», é normal, acontece de vez em quando. Se calhar é porque estamos cansados, o dia foi longo, estamos adoentados, etc.


Depois surgiram momentos em que tive alguma dificuldade em lembrar o nome de objectos. Como por exemplo, utensílios de cozinha. «Dá-me aí “aquela coisa”» - um mal que sempre identifiquei em minha mãe e agora estava a reproduzir. Nas conversas também comecei a notar dificuldade em usar palavras mais adequadas porém mais complexas, acabando por optar pelo uso de palavras simples para completar um raciocínio. Como isto muitas vezes acontecia quando me sentia exausta, fosse no final do dia ou após uma noite muito mal dormida, relevei. São coisas que acontecem, fruto do cansaço, da alimentação não equilibrada, noites mal dormidas e da falta de estímulo, certo?

Um belo dia estava a olhar para o manjerico de Santo António e por mais que tentasse me lembrar do nome da planta, não consegui. Recorri a um «truque» que acho ser eficaz. RELAXAR. Descontrair e voltar a olhar para a planta. NADA. Aquilo estava a fazer-me confusão. Então eu não conseguia lembrar-me daquilo?? Tive de pedir «ajuda» e perguntar, como quem não quer a coisa:

- «Ai, como se chama mesmo aquela planta?» 
-“O manjerico?” 
- “Sim, o manjerico…

Passado umas semanas, voltei a precisar mencionar o manjerico e voltei a não me lembra do nome!
E se tudo isto for já um sinal de propensão para o mal de Alzheimer?



Neste mesmo instante encontro-me a tentar recordar o nome da cidade de onde minha avó descende. Já falei tanto dela, tem até uma figura célebre que também é de lá, já a visitei e fiz os estudos genealógicos dos antepassados que nela viveram durante 400 anos e no entanto, não me recordo agora do nome. Será isto normal ou um sinal de propensão para Alzheimer? Ah, lembrei! Mas apenas ao fim de mais de meia hora! 

Sim, estou cansada. É verdade. Foi um dia de esforço físico. Alimentei-me mal... sim, é isso. Só pode ser, não é mesmo??? Só pode :(

nota: (O resto do texto agora não interessa nada LOL!)

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

R.I.P. Comemorações 5 de Outubro

O dia de hoje assinala uma data que deve entrar para o calendário da história de Portugal. Inicia-se hoje e ao mesmo tempo duas acções antagónicas: a comemoração do 102º aniversário da Implementação da República e o fim dessa mesma comemoração com direito a Feriado Nacional.



Na varanda do Largo do Município de Lisboa onde a 5 de Outubro de 1910 foi hasteada a bandeira Nacional a sinalizar o início da República, voltou hoje a bandeira a ser hasteada, pela última vez em comemoração à data e pela primeira vez, virada ao contrário.  

A data ficou também marcada por três ocorrências ímpares: Pela PRIMEIRA VEZ, o governo FECHOU as comemorações da Implementação da República na cara do povo, negando-lhe acesso às habituais visitas ao Palácio de Belém e comunicando que as celebrações se realizariam num lugar mais «reservado e em porta fechada» e se transferiam para o Pátio da Galé

E foi neste novo local, mais reservado e restrito, que ocorreram dois protestos, no feminino. Uma mulher de 57 anos ainda no final do discurso do presidente da República fez soar a sua voz de revolta vinda do fundo da sala para protestar que lhe faltava dinheiro, medicamentos, assistência social e que queria falar com  algumas das entidades presentes. A pensionista disse sentir-se desesperada com os seus 224 euros mensais por viuvez e que estaria na miséria absoluta sem a ajuda financeira do filho*.

Diferente abordagem adoptou Ana Maria Pinto, cantora lírica, diferente mas não por isso menos eficiente: irrompeu pela sala a cantar a música "Firmeza", de Lopes Graça. O protesto apanhou todos de surpresa e na dúvida se o mesmo faria parte da cerimónia de celebração mas o ecoar da poesia não deixou dúvidas. Não fazia. ""Não seja o travor das lágrimas/capaz de embargar-te a voz;/que a boca a sorrir não mate/nos lábios o brado de combate./Olha que a vida nos acena para além da luta./Canta os sonhos com que esperas,/que o espelho da vida nos escutaO poder das palavras emocionou os presentes e a cantora, ao contrário da pensionista que foi removida sem violência da sala pelos membros da segurança, terminou de cantar e recebeu uma grande salva de palmas, já não escutadas pelo Presidente da República que havia se retirado por uma das portas laterais.

Uma coisa é certa: para o ano, vão reforçar a segurança e tornar a cerimónia ainda mais restrita e de costas voltadas para o povo. Este, mais afoito e menos pacato que costume, mostra mais uma vez a sua força, o seu destemor, sabendo protestar sem apelar à violência e indo ao coração. Dois protestos no feminino, mater, pátria, uma voz anónima entre o povo, quiçá menos instruída que a outra voz de uma jovem com formação lírica. Ambas diferentes, ambas as vozes em igualdade, unidas em concordância

* Fonte: Expresso


Atrocidades por este mundo

Uma realidade que está longe de nós (?), mas que existe.  :(


1
2

Kosovo, Palestina, Serra Leoa, Sudão, Darfur, Libéria, Uganda, Sérvia, Croácia, Arménia, Síria, Bósnia, Timor-Leste, Tibete, Iraque... nada trava o genocídio

Os maiores da história
(dizem os entendidos)

DEFINIÇÃO
"Crime praticado contra a humanidade, consiste na eliminação sistemática de pessoas tendo como principal motivação as diferenças de nacionalidade, etnia e religião. Quer seja pela destruição directa (Holocausto) ou através de condições de vida insuportáveis

Pensem nesta última parte. Uma forma de genocídio pode ser silenciosa e passar despercebido ao ser facilitado pelas imposições económicas de grandes cooperações e poderes económicos, que devastam regiões privando-as do seu principal sustento e remetem o seu povo para uma miserável existência onde a morte é o destino.

E aqui temos outros exemplos: Índia, México... Ch...   

:(

Os "desconhecidos" ou pouco falados 
na comunidade internacional:

Falun Gong 
(prática espiritual chinesa com perseguição governamental iniciada na década de 90)

Com vídeo (a não perder) : China Uncensored part 1part 2
Sem vídeo
petição e outras informações
Ocultação

domingo, 23 de setembro de 2012

O quadro

Estava a olhar para um quadro feito por mim e lembrei de outros tantos parecidos que criei para oferecer à família. Depois surgiu-me uma lembrança: tive um tio pintor. Quase nada sei dele. E se não fossem pelos quadros, talvez nada existisse que provasse/lembrasse a sua existência/passagem por este mundo. Estou mesmo a ver que um dia, também eu não serei nada nem ninguém na memória dos que cá andam. De mim só sobreviverá o que de material criei.


sábado, 22 de setembro de 2012

A agenda de telefones

A agenda de telefones lá de casa é velhinha, tem alguns anos mas é lá que estão os números de telefone de muitos conhecidos. Um dia fui buscá-la para encontrar um contacto e começo a folhear, folhear  (porque além da «velhice» outra característica da agenda é que nem tudo surge apontado na ordem alfabética) e vou lendo os nomes. De pessoas com quem já não lidamos, de muitos que se sabem perdidos por terem falecido e que simplesmente levaram com um traço por cima, de instituições, consultórios médicos e ex-empregos que já não servem a ninguém...

Marquei o número que queria, esperando ter a sorte de estar correcto e da pessoa não o ter alterado ou dispensado. Chamou, chamou, mas ninguém atendeu. E desliguei o telefone com um só pensamento: espero não ter de lhe colocar um traço por cima!

:)


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O que mais queres na vida?


Não sei se se lembram mas «antigamente» quando alguém nos perguntava o que mais queríamos na vida, ficava mal dizer “quero ser feliz”. Parecia que isso seria uma admissão que não o éramos e essa exposição de fragilidade não era recomendável, pelo menos na adolescência. Ia gerar comentários do tipo: «Ahahah», «porquê? Não és?», «Tens algum problema?» e a temível: «O que se passa?».

Mas a internet veio mudar tudo isso. Quem não sabe do que estou a falar não vai saber entender. Só passou a ser aceitável assumir assim os sentimentos mais secretos e íntimos quando a blogosfera os tornou públicos em massa e depois vieram os blogues.

Não que não se pudesse dizer que se queria estar em paz, em sossego ou mesmo em felicidade mas não como resposta à pergunta directa e frontalO que mais desejas na tua vida”? A esta o habitual era mencionar os desejos materiais. Ninguém te ia aborrecer se a resposta fosse algo do género “quero comprar um carro”, “ter uma casa”, “casar” etc. Mas jamais «ser feliz». Era um pouco TABU.

Então das vezes que me atiraram com essa pergunta à cara, assim de froche, respondi qualquer outra coisa com um sorriso aparentemente normal nos lábios. Também posso ocasionalmente ter desconversado («sei lá») e minimizado a importância da pergunta e da resposta, recorrendo à ironia e brincadeira. A verdade é que, nem por uma única vez, disse o que realmente mais importância tinha para mim. A resposta sempre foi «SER FELIZ».

E enquanto a pessoa ia de rosto em rosto fazer a mesma pergunta, ninguém ousava responder: «ser feliz». Vinham os carros, as casas, o dinheiro, os bens materiais e as ambições profissionais e económicas, mas jamais esta que, para mim, é a verdadeira e imutável ambição.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Onde estavas no dia 11 de Setembro?


Lembro-me perfeitamente do que estava a ser para mim o dia 11 de Setembro de 2001 e como fiquei a saber o que estava a acontecer nas duas torres World Trade Center. Foi a primeira coisa que me gritaram quando entrei em casa: "Sabes o que aconteceu? Dois aviões bateram nas torres gémeas em Nova Iorque. Anda cá ver. É a sério, está a dar na televisão".

De início nem entendi sobre o quê estavam a falar. Perante a insistência e o relato do pouco que se sabia que havia acontecido, lá olhei para a televisão e a imagem que aparece é a de uma torre em chamas, com muito fumo.

Não parecia real e demorou a assimilar. Parecia uma cena tirada de um dos muitos filmes-catástrofe americanos. Parei a respiração ao ver aquilo e fiquei mais triste. Qualquer tragédia que resulta na perda de vidas humanas é triste e lamentável em qualquer parte do mundo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Experiências num TAXI




Não aprecio andar de Taxi. Não consigo sentir-me à vontade e das poucas vezes em que o fiz, o motorista mostrou pouca ou nenhuma simpatia.

Uma das primeiras vezes foi numa mudança de casa, em que foi preciso levar até a TV... o tipo ficou chateado porque não gostou da distância do percurso e começou a dizer que tinha de cobrar mais e que fazia um favor...


Da segunda vez foi do aeroporto para casa e o mesmo aconteceu. O taxista foi muito resmungão e reclamou bastante, deixando cair pesadamente as mãos no volante, dizendo que os taxis do aeroporto não servem para fazer curtas distâncias e que o estava a fazer perder outros clientes.

Da terceira e mais longa distância, o taxista perguntou-me se conhecia a morada e ao ouvir um "não" de minha parte, «enganou-se» no caminho que queria seguir e escolheu o trajecto
que até eu que não conhecia a morada mas conhecia aquele traço de estrada, sabia que era o PIOR caminho para se escolher. ELE, taxista, NÃO SABIA, e por isso o taxímetro continuou a contar enquanto eu impacientemente esperei que a viatura se livrasse dos semáforos vermelhos que abriram e fecharam três vezes antes de os conseguir-mos passar. Ter feito o que restava do percurso a PÉ teria sido mais rápido e económico.
Passados os semáforos, o taxi faz uma curva e chega ao destino. O caminho que ele não escolheu, não tinha semáforos...

Mais recentemente com duas crianças para uma ida ao cinema, o taxista não disse uma palavra e chegados ao destino diz apenas o valor que o taxímetro marca. Entrego-lhe o dinheiro e ele o troco, com menos 0.5 cêntimos. Há saída uma das crianças murmurou o que achei que só eu tinha percebido: "o homem do taxi ficou com 5 cêntimos para ele" - afirmou genuinamente surpreendida.


Ainda que pretendesse arredondar o valor, o facto de ter sido o taxista a fazê-lo de livre vontade não abona a favor da integridade na profissão de motorista de taxi. Ainda que se esteja a falar apenas de 5 cêntimos, acontece que foi exactamente esse o valor que me faltou na bilheteira do cinema para completar o pagamento! É para que se veja que 5 cêntimos é um valor baixo, mas pode fazer a diferença.


Quanto aos motoristas de taxi, de facto não guardo as melhores das impressões por aqueles poucos que me calharam e não aprecio mesmo recorrer a um taxi para me deslocar. A atmosfera é demasiado intimista e a proximidade pode virar constrangimento em certos momentos, especialmente se existir um silêncio incómodo. Quando em comparação com o autocarro, o taxi perde por não poder facultar uma atmosfera de abstracção e distanciamento.

O curioso em todas estas situações que relatei, é que a todos estes taxistas resmungões e aldrabões acabei por dar gorjeta de 2 euros. Porque o fiz? Ainda não sei... talvez para que lhes pese na consciência e talvez porque era a última vez que a eles ia recorrer.

Para me compensar deste desalento, numa ocasião apanhei um taxi e o motorista foi muito prestativo. A distância, essa, era bem considerável, tendo no final pago uma corrida de cerca de 30 euros. Por isso não posso dizer se uma coisa está relacionada com a outra mas a verdade é que acabei por recorrer aos serviços deste taxista mais vezes, recomendei-o a outras pessoas e simpatizei com ele. Mostrou-se sempre simpático e cumprimentava-me ao me ver passar. Foi tão marcante que disse a mim mesma que, se um dia viesse a ganhar o prémio do euromilhões ia dar 100 euros àquela pessoa, só por ter sido prestativo como foi. O engraçado é que umas semanas depois recebi um outro gesto de grande prestatividade de um outro motorista de autocarro e graças a este, decidi fazer uma aposta. Os números que escolhi saíram no sorteio, mas na azáfama do trabalho havia deixado o boletim semi-preenchido em casa. É irónico mas ainda espero ter novamente esta oportunidade, pois caso ganhasse um grande prémio tenho a certeza que ia fazer questão de retribuir.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

SUBMARINOS



Mas para quê precisámos nós de DOIS submarinos??
Já na altura (2008) não entendi mas agora que o caso foi arquivado e ainda por cima devido à sonegação de documentos, a coisa faz-me mais espécie.


Mas para quê precisa ou alguma vez precisou PORTUGAL de DOIS SUBMARINOS?? Já tinha os que bastassem! Adquirir duas latas para enferrujar no oceano, que além de um custo ABSURDO para um país pequeno e endividado (mais de 1000 milhões de euros) é também uma compra de problemas com despesas e manutenção elevadíssimas??

Na altura entristeceu-me e ficou como uma espinha presa na garganta. E agora esta arranha ainda mais, quando como "povo" penso nos MILHARES gastos nesse supositório marítimo de sucata velha... Anda o governo a cortar nos pequenos, nos pobres, a criar leis pouco felizes para o país e a fazer listas negras das famílias que falharem o pagamento de uma mensalidade de gás ou electricidade e nisto pergunto: E os GRAÚDOS, PÁ???

Em vez de se preocuparem com 5 ou 75 euros, troquitos no total, que tal preocupem-se antes com 5 ou 75 MILHÕES?? Comprar submarinos para alimentar o quê?? Até os EUA abandonaram o programa espacial porque sabem que os milhares fazem falta e são melhores empregues noutros sectores. Submarinos de metal para "passear" no mar ou naves espaciais de metal para "passear" na estratosfera... tudo a mesma coisa.

E parem de privatizar, estão a vender até a mãe! Até uma criança entende este principio básico: se um GOVERNO começa a VENDER todos os bens que possuí,  fica sem nada!!  
Lá foi agora o Pavilhão Atlântico (Parque Nações, Lisboa), tudo o que houver é atirado à lenha...  Decerto nem será o bem mais valioso a ir para a fogueira mas fala-se em privatizar a TAP (serviço transporte aéreo) e isso já é outra coisa... Isso... vendam-se!! A China  já tem uma cota-parte da nossa dívida, já nos "invadiu" faz mais de 10 anos com as suas lojinhas de artigos rascas que tiraram negócio a muitas outras nacionais...  (e que tal ir atrás destes a ver se registam as vendas, coisa que nunca vi uma loja chinesa fazer e ver se não fazem fuga de impostos??) O que por aí se mantém é feito na China ou noutro país qualquer que EXPLORA crianças e miseráveis... ESTE não é o RUMO no qual queria ver o meu lindo PORTUGAL.


Decerto que não sou só eu que sabe que nasceu num país maravilhoso. Já Camões O sabia e O celebrizou em verso em 10 poéticos e estonteantes cantos, Tomás Ribeiro dedicou-Lhe um inspirado poema onde O dizia um jardim à beira-mar plantado... Os estrangeiros que cá vivem depressa Lhe reconhecem as características ÚNICAS e cada vez mais raras desta proximidade de vida, deste saber... PAREM DE VENDER PORTUGAL AOS LOTES!!!

A JUSTIÇA dos homens pode ser estupidamente ineficaz, mas a de DEUS nunca fecha os olhos... Estes submarinos, se razão houver, ainda vão servir de supositório a quem de direito!

Governantes, ganhem brio. Tomem tento, sacrifiquem-se pelo país ao ponto de lhes darem sangue se a isso for... Não é para ficar parado no tempo, é para manter a IDENTIDADE e a LIBERDADE. Este país e este povo tem uma identidade que aos poucos parece estar a ser roubada por uma comunidade internacional... Se nos COMPRAREM, não seremos nada nem ninguém. Seremos uma miragem no deserto, um povo conquistado que mantém o lugar mas já não reina porque não é reino...

Tomem tento nestas palavras:

Heróis do Mar, 
Nobre POVO,
NAÇÃO valente 
E imortal...

Levantai HOJE de novo 
o ESPLENDOR de PORTUGAL!


(ver versão completa neste link PT-UK)

Pelas brumas...  
da memória...
Ó PÁTRIA, sente-se a voz,
Dos teus egrégios avós
que há de guiar-te à vitória.

Ás armas! Ás armas!
Sobre a terra, sobre o mar.
Ás armas! Ás armas!
Pela PÁTRIA lutar!
Contra os canhões, marchar, marchar!



BRUTAL!!!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Degelo da Gronelândia, uma catástrofe?

Vou partilhar convosco um dos meus maiores "sonhos" que gostava de realizar ainda com alguma juventude: conhecer o Ártico e o Antárctico, o polo Norte e o polo Sul. Estas ou qualquer outras regiões onde o gelo seja praticamente o único protagonista da paisagem. Deve ser catártico, pacífico.... 

Sinto-me de luto quando leio notícias devastadoras como o recente degelo da Gronelândia que, em apenas QUATRO dias perdeu 97% de tudo o que lá existia!!!! Não sentem o mesmo? Uma perda desmesurável, um incómodo de luto, algo assim que assusta muito e deixa-nos preocupados? 

Imagens-satélite da NASA, captadas nos dias 8 e 12 de Julho, altura de Verão na região.
Um fenómeno de degelo até então nunca antes observado.
.
E no dia 16 de Julho o glaciar de Petermann, na Gronelândia soltou uma ilha de gelo duas vezes maior que a cidade de Lisboa. São 120Km2 de gelo que fica à deriva no oceano ameaçando as rotas marítimas do Atlântico Norte.
Imagem satélite do momento da separação do glaciar Petermann

Quando era mais nova e sabia que ia gostar de visitar um lugar assim, pensei sempre que teria tempo, porque para sempre o gelo ia continuar a estar onde sempre tem estado: nos pólos. Mas em apenas uns dias, uma catástrofe destas parece deixar uma mensagem muito clara sobre a forma como tomamos tudo por garantido. Em apenas meia-vida ou 2 dezenas de anos, aquilo que sempre lá esteve está a deixar de estar e se não me apressar não restará NADA para ser visto.

(Video of an icebergue breaking appart.  Ps: no, that is not "pretty cool") .
Até me informei sobre as recentes expedições turísticas à Antárctica, local onde cada vez mais se tenta levar turistas. Porque só assim, não é? Os preços vão de uns mínimos 15000€ a 35000€, por baixo, por alguns 6 ou 7 dias, em que as roupas e tudo o demais que suponho necessário para aguentar temperaturas muito abaixo de zero não estão incluídas no preço, como é óbvio. E estudei alternativas. Graças ao canal de tv myZen, que me mostrou o Pepito Moreno Glaciar, na Argentina (que julgava calorosa), na região da Patagónia, percebi que se calhar este "sonho" pode realizar-se em outra escala, de outra forma... até um dia, quem sabe, chegar aos pólos. O problema de algumas regiões onde se podem observar belos glaciares é que existem conflitos e guerrilha, uma ameaça de instabilidade ou pobreza social que não tão poucas vezes como gostaríamos de julgar, conduzem a raptos de estrangeiros e assassinatos. No parque Nacional dos Glaciares, onde entre outros se encontra o "Pepito", julgo que é possível fazer escalada no gelo, fazem-se passeios (trekking) pelo glaciar, pelo interior de seus túneis naturais, pesca desportiva e passeios de barco (apinhados de turistas). .
(Glaciar Pepito Moreno)