Tudo começou com nomes. Nomes de pessoas. Eu costumava ter
um «base de dados» com mais de 2500 artistas na cabeça, dos quais era capaz de
dizer tudo sem a mínima dificuldade mas um belo dia ao me lembrar de um rosto,
o nome não me veio à memória. Isto passou a acontecer mais vezes, até com
pessoas do meu relacionamento.
De início a dificuldade podia ser imperceptível, coisa de
segundos, mas eu sentia-a de imediato como algo «diferente». Relevei, como
sempre relevamos estas coisas. São «esquecimentos», é normal, acontece de vez
em quando. Se calhar é porque estamos cansados, o dia foi longo, estamos
adoentados, etc.
Depois surgiram momentos em que tive alguma dificuldade em
lembrar o nome de objectos. Como por exemplo, utensílios de cozinha. «Dá-me aí
“aquela coisa”» - um mal que sempre identifiquei em minha mãe e agora estava a
reproduzir. Nas conversas também comecei a notar dificuldade em usar palavras
mais adequadas porém mais complexas, acabando por optar pelo uso de palavras
simples para completar um raciocínio. Como isto muitas vezes acontecia quando
me sentia exausta, fosse no final do dia ou após uma noite muito mal dormida,
relevei. São coisas que acontecem, fruto do cansaço, da alimentação não equilibrada, noites mal dormidas e
da falta de estímulo, certo?
Um belo dia estava a olhar para o manjerico de Santo
António e por mais que tentasse me lembrar do nome da planta, não consegui.
Recorri a um «truque» que acho ser eficaz. RELAXAR. Descontrair e voltar a
olhar para a planta. NADA. Aquilo estava a fazer-me confusão. Então eu não
conseguia lembrar-me daquilo?? Tive de pedir «ajuda» e perguntar, como quem não
quer a coisa:
- «Ai, como se chama mesmo aquela planta?»
-“O manjerico?”
- “Sim, o manjerico…”
Passado umas semanas, voltei a precisar mencionar o
manjerico e voltei a não me lembra do nome!
E se tudo isto for já um sinal de propensão para o mal de
Alzheimer?
nota: (O resto do texto agora não interessa nada LOL!)
A ver vamos!...:-))
ResponderEliminarNão é caso para rir mas fazer o quê se isso acontecer...nem sabemos que está a acontecer!
Abraço
Rosa, no início a pessoa sabe sim, mas o que faz é relevar e agarrar-se aos momentos de normalidade para descartar a gravidade da situação :)
EliminarAinda não é uma doença a que os próprios afetados dêm a devida importância, não temos esse «culto» para com as doenças do intelecto :) Quem sofre delas resigna-se por entendê-las como "doenças da velhice" e tal como a própria velhice, não se podem evitar.
Acho que há que mudar de mentalidade a esse respeito (e contra mim falo), não vá acontecer o mesmo que ao Michael J Fox, que começou a sofrer de Parkinson, também supostamente doença de idade avançada, antes dos 30 anos. :(
Eu nao tou com Alzheimer e sou uma esquecida de primeira
ResponderEliminarAhah!
EliminarMas falo de um esquecimento diferente desse da distração. Falo daquela palavra que está a chegar ao neurónio ms subitamente desaparece e não regressa e que te era tão recorrente que nem havia razão para se "perder" pelo caminho LOL;)