Metereologia 24 h

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sexta-feira, 3 de abril de 2020

Saí de casa



Conto trabalhar todos os dias para a semana que vem. Quem sabe, turnos de 12 horas. Se mos forem propostos, talvez os aceite. Percebi que, nessas condições, não teria outra oportunidade para ir às compras e decidi sair de casa. 

Estando agora a evitar beber água - pelo menos a cá de casa, pois desconfio que não me faz bem, precisei ir comprar sumos e leite. E lá fui, passando por duas outras lojas pelo caminho, em direcção ao Lidl, que fica a 30m de caminhada do local onde vivo. 

Não é que tenha valido muito a pena (já não tinham ovos, massas, papel higiénico nem vê-lo, produtos de higiene, limpeza etc) mas fui lá principalmente para ter snacks para mordiscar enquanto estiver a fazer turnos longos. 

Trinta libras depois, foi praticamente só isso que comprei. Não trouxe o leite - temi não ter espaço para o transportar. Não trouxe carne - temi não ter espaço para a preservar. Numa casa partilhada, não dá para armazenar produtos a teu belo prazer. 

Cebolas, bananas, cenouras, sumos em pacote, pacotes de bolachas qb, chocolates, salsichas, tomate pelado, detergente para a louça, azeite, iogurtes, vinagre - acho até que comprei coisas que não teria comprado não fosse o receio de vir a precisar delas e não as ter disponíveis. É que não pretendo ir às compras muitas mais vezes. 

Mas sabem porquê estou a fazer este post? Sabem porquê saí de casa? Porquê fui às compras?

Porque estando em casa, neste contexto, é inevitável.
Parece que regrido emocionalmente.
Estou de volta a Setembro de 2019. 

Ele.
No meu pensamento quando estou na cama, quando estou no duche. Em toda a parte, a toda a altura. Desejado pelo meu corpo e chorado no meu olhar.
Ele é veneno


Para o «matar», tive de sair.

terça-feira, 10 de março de 2020

O facebook indiscreto

O Facebook continua a sugerir-me amigos do tempo da carochinha. Um deles conheci tinha ele 18 anos. Um miúdo impetuoso, revoltado, com cabelo muito farto e encaracolado, que usava pela altura dos ombros. Enrolou-se com a colega de trabalho, de trinta e poucos anos de idade, casada e com filha bebé. Oh melhor, ela é que gostou de seduzir um rapazinho encantado com a sua desenvoltura e que não conhecia nada da vida. Engravidou dele, o que levou ao divórcio e nunca mais soube de mais nada. 

Até este momento em que o facebook mos mostrou. Ele não é  mais aquele rapazinho que a minha memória guardou. No seu lugar surge um homem bem afeiçoado, de cabelo visivelmente grisalho, liso e de corte curto, algumas rugas de expressão bem visíveis em torno dos olhos e envergando fato e gravata. 

Como posso eu ainda ser jovem se o "puto" tá homem feito de cabelos grisalhos? 

Já agora, ela, agora cinquentona, está na mesma. Ou até melhor. Não lhe vi as rugas que em mim já estão por toda a parte na expressão facial (e na altura eu era bem mais nova que ela, com rosto de boneca de porcelana).  Arranjou mais dois filhos a somar aos dois que já tinha pela altura em que perdi contacto. Aparenta ainda estar melhor conservada do que quando a conheci. Zero rugas! Não estou a exagerar. É a pura verdade.

Viver a vida como te dá vontade e ser feliz com quem te apetecer no momento. 
Deve ser esse o segredo da perpétua juventude. 

Ela é que fez bem. Assumiu-se uma cougar (uma puma devoradora de homens) quando o termo ainda não tinha sido inventado.


Assim como este rapaz está diferente, maturo, experiente, vivido e seguro de si, é também assim que o vi (a ele). Vi tudo isto e mais ao olhar nos seus olhos. Vi-lhe o futuro. Consigo senti-lo como pessoa daqui a muitos anos para vir. Vai ficar tão charmoso e interessante. Queria lá estar lá para o constatar.

Ela preocupou-se com a diferença de idades? Com o marido? O casamento? Não!
E ele tinha 18, não 28. Quase novo demais para poder ir para a cadeia por pedofilia.
E eu aqui com as minhas dúvidas de treta.

Devíamos todos fazer o mesmo que ela.
Follow your heart

domingo, 1 de março de 2020

Mensagem de Fé


Recebí no messenger uma daquelas mensagens: "passe a outro e verá que amanhã aquela questão vai resolver-se e o seu desejo será realizado. Em nome do anjo disto e daquilo".

Nos momentos de fossa profunda uma pessoa põe fé em tudo. Partilhei a mensagem, desejando que desse resultado.

É o dia seguinte. A minha mente sempre a levar-me de volta para ele. Um colega pede-me que acompanhe uma visita que está para chegar até a cafetaria. Subitamente pensei que seria espantoso se fosse ele a visita a aparecer-me na frente. Existia essa possibilidade pela profissão. Lembrei-me de imediato da mensagem partilhada que me garantia que nesse dia o que mais queria ia realizar-se. E é inegável: o que mais quero ainda é  lhe falar e estar com ele.

Surge-me então a pessoa. Não é ele. Claro, não podia ser. Era outro. Percebi que mais afável (o que não é nada difícil), uma pessoa mais doce e simpática. Ia fazer um turno de 15h. Só por isso sabia que não podia ser ele. Trabalho árduo de muitas horas, ele dispensa. Mas não enquanto esteve comigo. E isso fez-me acreditar que ele era muito melhor do que apregoava. Pelo menos vi-o assim.

É nele que os meus sentimentos e desejo ainda repousam. Praticamente 24h por dia. Que retrocesso, Deus Meu! Ainda estou para descobrir qual a finalidade disto tudo - se de facto é como dizem: existe um propósito para tudo o que nos acontece na vida. Penso nele e sofro horrivelmente. O pior é que sei, sinto, que tudo isto, estas emoções e sofrimento, não teriam razão de existir, caso tivessemos falado. 

É tão simples! Uma conversa. Franca, honesta, pontos nos "is". 
Porque será que o mais simples e fácil é o mais negado?
E porquê sofremos quando é tão simples deixar de sofrer? Temos na nossa posse ferramentas para a cura e todas começam com D I Á L O G O.

Sei que podia abdicar de todos eles (sentimentos), tivesse eu a oportunidade de falar sobre tudo isto com ele.

Suspeito que ele nem está mais aqui. Na cidade, nas redondezas até mesmo no país. 
Faz o tipo que coloca distância. Deixa de passar pelos lugares, é como se nunca lá tivesse estado. Nunca mais frequenta aquele sítio.

O que me dói quando o imagino a seguir feliz com a sua vida sem perder um segundo a pensar na minha, é saber que pôs-se a caminho de espírito confortado, porque eu ajudei-o a acreditar mais em si a todos os níveis. Encheu-se com a auto-estima que lhe dei e foi entregar-se a outro alguém.

Em troca, deixou-me de rastos.
E nem sequer lhe dá comichão.


Ser "boa pessoa" é uma MERDA.
Como não admirar as Rebeccas?

Na próxima encarnação vou ser uma bitch, uma cabra, uma sacana, uma besta, uma... Rebecca. 


terça-feira, 19 de novembro de 2019

Analogias da vida e o frio


Menos dois graus, carros cobertos de gelo lá fora e saio à rua com umas finas calças de polyester. Uns jeans não facultam o mesmo nível de protecção térmica. Uso-as sempre, seja inverno ou verão, na praia ou na cidade. Sem meias de algodão, collans de lycra ou qualquer outra coisa que forneça uma extra camada protectora entre mim e o frio.

Não há como não pensar que em Portugal isto nunca foi possível. Gelei e congelei por anos e anos, a caminho da escola, vindo da escola, indo a qualquer parte. As temperaturas em Portugal não descem tanto, no entanto o frio é de rachar e sair à rua uma experiência desgastante. Tudo porque o frio tem no vento o seu melhor aliado. Aqui quase não o há, e por isso aguenta-se muito bem temperaturas baixas. 


Continuo a pensar (bastante) nele. Mas sinto que começo a ficar resignada. Contudo, dói-me. Lembranças são agora mais do que aquelas que pensei possível. Por vezes rio, porque lembro de algo que ele disse em que tinha razão. Por vezes sofro, porque sinto falta da sua companhia. Quero falar-lhe e saber coisas sobre si. Foi muito pouco tempo, por incrível que pareça. Não cheguei a saber quase nada do todo que agora necessito. Sinto falta do seu olhar. Que não encontro no dos outros. Um olhar intenso, facilmente confundido como inexpressível e difícil de ler. Em simultâneo seguro e extremamente inseguro de si. Saudades desse olhar a adocicar para mim. E o riso, que nunca queria dar a ninguém, mas não continha comigo.

Fui estúpida. Devo ter sido, algures. Ele também. Fomos ambos e não há como voltar atrás. O pior é que ainda sou, para estar a pensar e a sentir assim. Não consigo não pensar. É pior que doença que se cura com medicamentos ou cirurgia. O desejo machuca. E tudo isto é, ao mesmo tempo, bonito e patético. Fosse ele permanecer um pouco mais de tempo comigo e este idealismo saudosista encontraria resistência nos seus defeitos que agora pouco se fazem lembrar. Detectei alguns, mas não tive tempo de lhos fazer ver pela perspectiva de terceiros e acabei por ser vítima deles. 

Não dei o devido valor às qualidades. Que também tive pouco tempo para perceber. Mas que foram responsáveis por agora estar neste estado. Qualidades essas que não tenho como saber ao certo se estavam ali geradas por mim e, no dia a dia, eram pouco usadas por ele. Não deu tempo. Só sei que, um momento a mais que tivesse comigo, e ele ia apaziguar o que quer que seja que o tumultuou. 

Não sei até hoje, se a ideia sempre foi fazer-me uma coisa casual ou se gerou-se ali qualquer coisa autêntica. Foi totalmente inesperado. Pelo menos para mim, que até só o entendi tarde demais. Esquecê-lo... nã. Substituí-lo? Quem é mulher sabe que não acontece assim. Agora mais do que nunca, não existem outros na face da terra. Dele lembro todos os dias, a toda a hora. Isto é errado! Eu sei. Posso estar a perder a chance de  conhecer muita gente bonita por estar fixada numa só. Mas tiro conforto no facto de sentir que estou a começar a ficar um tanto resignada. Já não era sem tempo! Enquanto isso, ainda fantasio. Um dia encontro-o na rua, ele vai fugir vamos falar, esclarecer tudo e fica tudo bem... 

Que desperdício!!!
Que sina desgraçada a minha, tudo dá sempre tão errado tão inesperadamente.

Ainda querem que não acredite que existe aqui bruxedo dos fortes?

Nem adianta tentar avançar com o comboio... algo está seriamente a sabotar os trilhos pelo caminho.
Viver com a vida sabotada requer uma coragem do caraças!