Metereologia 24 h

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sábado, 26 de setembro de 2020

Sinais de Furia : 27

Um pormenor importante aconteceu na casa: o rapaz que a M. não gostava, fez as malas e foi embora. Uma nova pessoa estará para vir. 


Com esta saída, a M. perdeu o seu principal alvo de implicância. Temo que não demore a encontrar um substituto. 

Despertei eram 1.30h da manhã. E desta vez, sem pesadelo, Ahah. 

Tinha sede.

Fui ao WC. 


Nisto, senti a divisão muito, muito quente. Queimei-me no radiador de toalhas. Nem notei que estava totalmente vazio. A M. deixa sempre toalhas e panos ali, nunca os tira. 

Senti necessidade de ir verificar quantos graus apontava o termómetro digital de aquecimento central. Foi apenas ontem que o coloquei de volta na programação automática, alterando a temperatura para valores de um a dois graus mais altos, visto  já não ser verão. Tinha sido colocado na temperatura manual porque durante o pico de calor, continuava a ligar-se. 

Desci então à cozinha para beber água e verificar o termómetro, que fica à entrada. Assim que entro deparo-me com um estendal de roupa. Percebo que é da M. que chegou a casa pelas 19h. Foco-me no que quero fazer: verificar a temperatura. 

Sabem quantos graus estavam?

27 graus!!

Acho que é uma atitude egoísta por parte da M. colocar um valor tão elevado porque quer secar as suas roupas rapidamente. A ausência de espaço para as secar foi o problema que detectei nesta casa assim que a visitei. Foi a própria M. e todos os que cá moravam a achar que a minha insatisfação com esse detalhe não tinha razão de ser, porque eles secavam as roupas nos quartos, sem problemas. 

Secar roupa no quarto? - minusculo como o meu é? Criar humidade? A ideia não me agradou. O que me safa é saber que lavo pouca roupa de cada vez e espaçadamente. Devo dizer que este detalhe dos hábitos de cada qual na lavagem da roupa também me surpreende. Noto que usam a máquina todos os dias. Para dizer a verdade, desde que cá cheguei ainda não fiz 10 lavagens. Devo andar perto, mas ainda não fiz. Vejo a nova rapariga, a M. e o rapaz a serem muito mais assíduos. Muitas vezes usam a máquina de lavar roupa todos os dias, em dose dupla. Será que os meus hábitos de higiene precisam de ser mudados?

Além de hoje de noite, a M. lavou roupa anteontem. A nova rapariga fez duas máquinas também. E o rapaz, ao chegar do emprego, atira a roupa para dentro da máquina e lava-a. Para dizer a verdade, já tive alguns momentos em que quis usar a máquina mas encontrei-a ocupada - vezes e vezes seguidas. Decerto que outros passaram pelo mesmo. É normal, numa casa partilhada. Há que aceitar. DESCOMPLICAR é a regra.

Ontem encontrei uma brecha - ninguém em casa, ninguém a usar a máquina. Lavei os lençois de cama e cobertor, que bem precisavam. Saíram da máquina quase secos e coloquei-os no quarto com a janela aberta, esperando um raio de sol. Secaram de imediato. Quando não dá para ser assim, gosto de secar a roupa perto dos radiadores. mas não a deixo horas nos radiadores. E estou sempre atenta, para a retirar assim que possível. Nunca nada fica de um dia para o outro ou horas e horas nos espaços em comum. Prefiro isso a aumentar a temperatura da casa inteira, incluindo a dos quartos onde todos dormem, para secar a minha roupa rapidamente.

Foi uma das falsas acusações da Gordzilla... se me permitem o aparte para relembrar a injúria.

Baixei a temperatura e dirigi-me até ao frigorífico para tirar um pouco de água e matar a sede. É então que reparo numa coisa. Que me deixa alarmada. A M. estava furiosa. Consegui perceber essa energia no ar. Mas é ela, que se diz uma espécie de detector sensorial, que consegue sentir a energia de todos, mesmo quando dorme. Ia para relatar aqui mais detalhadamente este seu traço de personalidade. Estou em falta, por isso faço agora um aparte para esse fim.

Quando o rapaz teve o seu problema de saúde, não demorou tempo algum para ela relatar que também passou pelo mesmo quando era mais nova. Dias depois dele regressar, ela diz-se com falta de ar e dor no peito. Depressa chega à conclusão que tem o mesmo problema do G. Marcou uma consulta médica, faltou ao emprego e foi consultada para esse fim. Mas nada saiu dali e pelos vistos, as palpitações e outros sintomas que jurava ter, não regressaram. 

Não pensem que não a apoiei por, no fundo, achar que ela imita o que se passa com os outros. Mesmo nessa condição, se existe a possibilidade de haver um problema de saúde, que se consulte um médico. Mas tal como desconfiei, ela regressou e nunca mais sentiu nada. 

Só voltou a sentir problemas de saúde quando eu mencionei que andava a sentir-me com falta de energia e cansada, após subir as escadas. Disse-lhe que por vezes isso me era normal, por ter anemia e problemas de tiroide. Não demorou mais que umas horas e ela estava a queixar-se do mesmo. Mais uma vez, diagnosticando-se com anemia e dizendo que tinha de ir ao médico. 

Também isso lhe passou.

A situação mais flagrante foi quando soube que eu me lesionei. Ela não soube logo. Não a vi nessa manhã, andamos desencontradas. Pensei que ela ia perguntar-me assim que me visse, se algo se passava, porque quando entrei em casa lesionada e ela estava no WC, soltei vários gritinhos de desconforto enquanto trocava de roupa e desinfectava as feridas. Ela deve ter escutado. Surpreendeu-me que não tivesse desconfiado, visto até que está sempre atenta a sons.

Na casa já outros sabiam, ela foi a última a saber. Foi na noite a seguir, depois de eu ter ido ao hospital, que lhe disse que havia me magoado no braço. Ia para lhe dizer que estava partido, mas ela interrompeu-me de imediato, para dizer que também ela tinha sentido dores na mão e no braço, não conseguindo os mover por muito tempo. Só tive tempo de lhe dizer: "Mas eu sei porquê estou assim. Caí". 

Ela não percebeu a gravidade, ficou estagnada no facto de ter despertado com os sintomas que presumiu serem identicos aos meus. Voltou a repetir-me isto no dia seguinte, a queixar-se de dores e preocupada com a sensação de imobilização. 

Mas ainda não sabia que eu tinha partido um osso do corpo. Pensou que era outra coisa. No dia seguinte viu-me com o braço no suporte de repouso. Quando percebeu que eu tinha um diagnóstico médico, havia ido ao hospital, tirado uma radiografia e descoberto que fracturei o ombro, foi quando mudou de discurso. Disse-me que consegue sentir a minha dor, a minha energia. 

Afinal, um osso partido não pode ela alegar ter. 

Autoproclamou-se então uma espécie de detectora de doenças alheias. Ainda que tenha falhado detectá-las no momento em que ocorreram e só as sentir depois de tomar conhecimento das mesmas. Quem sabe? Provavelmente tem mesmo este dom mais desenvolvido. Ou se calhar, é uma boa maneira de se convencer que não tem antes uma doença mais relacionada com o foro psicológico.


Mas que vi eu quando me dirigi ao frigorífico, que me revelou que ela estava furiosa??

Dois panos atirados para o topo do mesmo. Panos que não são os dela, pertencem aos outros dois da casa e com os quais embirra.

 O frigorífico é muito alto. Ninguém coloca nada ali. Não faz sentido ser aquele o local para panos. Mas eu sei, porque ela quase todos os dias mo diz, segurando com nojo um deles e desviando-o do lugar onde o encontrou, que a enerva chegar a casa e ver os panos desdobrados em cima da bancada. 

Se era assim que eles estavam quando ela chegou ontem de noite, eu não sei. A última vez que os vi, estavam enfiados na barra do fogão, onde já estao outros dois, que são dela. Foi a senhora da limpeza que os prendeu ali. 

Como foram parar em cima do frigorífico só posso especular. Mas acho que especulo corretamente. Resta-me tentar entender qual vai ser a reacção dos outros dois na casa, quando precisarem do seu pano e perceberem onde foram colocados.

O rapaz está por um fio... acho eu.

Ele gosta dela, muito. Mas não consegue mudá-la. Não consegue agradá-la. Não consegue fazê-la ver o seu ponto de vista, ela está sempre em desacordo. Com isso ele sente-se rejeitado, incompreendido, vítima de implicância. Fica enervado com as constantes observações e reprimendas que ela lhe faz. Foi isso que o fez desejar mudar de casa. Disse-lho a ela, como quem deixa um aviso. Mas ela não se emocionou. Ou recuou nas suas atitudes. Ele acabou por ficar mas cada vez que ela volta à carga mais implacavelmente, sinto-o a voltar a ter esses pensamentos.

Ele não tem chance com ela, consigo perceber agora. Noutro dia ela confidenciou-me que se irritou com ele, por a interromper quando ela estava a falar. Foi num momento que ambos estavam a falar de um assunto. eu estava presente. Achei que a conversa fluiu naturalmente. Não detectei nenhum atropelamento abusivo. É natural, por vezes, as pessoas falarem algo em cima do que outra diz, para completar, acrescentar. Qualquer pessoa de fora não teria visto nada de anormal ou detectado a presença de uma pessoa insatisfeita com o comportamento de uma outra.

Ela está sempre a confidenciar-me destas coisas em relacção a ele. Disse-me que lhe parecia a ela que ele queria alguma coisa dela, mas que ela não quer saber dele. O que ele quer é sentir que pode conversar com ela e ser escutado. Quer o normal...

Enfim...

Quem nasce para lagartixa jamais chega a jacaré.  


Quando ao rapaz-que saiu, o JA, fez ele muito bem. Muito bem mesmo! Eu também faço as malas e parto para outra assim que perceber que não serei aceite pelos restantes. Bastou-me aquela experiência. Acho que foi uma aprendizagem bem intensiva, que me passou a lição. 

Ter visto o mesmo acontecer com outra pessoa fez-me entender que é assim mesmo que a vida é. E de nada adiantava ao JA tentar agradar. Porque o olhar e a cabeça dos restantes estava pré-formatada na narrativa que lhes foi injectada. Fosse o que fosse que ele fizesse, a tendência dos outros é procurar o errado e não ver o certo. 

Acho que o JA se esforçou um pouco para não incomodar. Notei nele alguns cuidados que não lhe vi antes. Mas ainda assim não eram suficientes. Na realidade, de nada adiantavam os seus esforços. Tinha sentença passada. Herdada até por ex-inquilinos. Ou se anulava e se deixava pisar - como aconteceu comigo, ou fazia as malas e ia embora. 

É sempre a melhor opção - a de ir embora. Nunca se sabe o que se vai encontrar noutro lugar. Mas com sorte, ele vai partilhar casa com pessoas que não se incomodam com a sua maneira de ser e o aceitam.

Creio que não corro novamente este risco. A atmosfera é simplesmente diferente. Nunca nada será perfeito, conflitos podem surgir. Faz parte. Mas aqui estou à vontade. Não fui forçada a alterar quem  sou, abandonar o melhor de mim, por isso "incomodar" os outros. Não preciso deixar de cozinhar para ceder espaço a quem não larga a cozinha e sei que não vão acusar-me de a deixar suja assim que me vêm a acender um bico de fogão ou a ligar a torradeira.

Sou eu mesma. Limpo tudo. Cozinho para mim mas, por vezes, também a pensar em todos. Se estes estiverem com vontade, há comida que chegue. Estão à vontade para se servirem de algumas coisas específicas. Penso que ninguém tem problemas comigo. Mas o melhor mesmo, é nem ter mais este tipo de receio a assombrar-me. Aos poucos, recupero-me. Fortaleço-me.
E na cura, percebo o quanto afundei... a dimensão do mal a que me sujeitei. 

Mas sobre isso não vou mais pensar.


Quando surgir a oportunidade, tenho a certeza que a M. vai desabafar comigo o que a irritou. Vi a vela queimada no WC - sinal dos seus rituais para se equilibrar espiritualmente. Há sempre algo feito pelos outros que a desalinha, que a incomoda. Ela até se esforça muito. Pelo que me contou, estaria sempre a explodir com todos que a rodeiam se não fizer o seu "treino" diário. 

Gosto da M. mas... confesso... preferia não viver com ela. Sou mazinha??

Espero que não. 


quinta-feira, 26 de março de 2020

Calor do meu país


Está neste momento 12 graus em Santo Idelfonso. Como é que o sei? Desde que regressei de Portugal que o meu telemóvel indica-me essa temperatura "local". Penso que não se actualizou geograficamente.


Não me importei. Gosto de ter essa ligação com o meu país e aqueceu-me o coração noutro dia ao final da tarde, quando a temperatura indicada foi de 19 graus.


terça-feira, 19 de novembro de 2019

Analogias da vida e o frio


Menos dois graus, carros cobertos de gelo lá fora e saio à rua com umas finas calças de polyester. Uns jeans não facultam o mesmo nível de protecção térmica. Uso-as sempre, seja inverno ou verão, na praia ou na cidade. Sem meias de algodão, collans de lycra ou qualquer outra coisa que forneça uma extra camada protectora entre mim e o frio.

Não há como não pensar que em Portugal isto nunca foi possível. Gelei e congelei por anos e anos, a caminho da escola, vindo da escola, indo a qualquer parte. As temperaturas em Portugal não descem tanto, no entanto o frio é de rachar e sair à rua uma experiência desgastante. Tudo porque o frio tem no vento o seu melhor aliado. Aqui quase não o há, e por isso aguenta-se muito bem temperaturas baixas. 


Continuo a pensar (bastante) nele. Mas sinto que começo a ficar resignada. Contudo, dói-me. Lembranças são agora mais do que aquelas que pensei possível. Por vezes rio, porque lembro de algo que ele disse em que tinha razão. Por vezes sofro, porque sinto falta da sua companhia. Quero falar-lhe e saber coisas sobre si. Foi muito pouco tempo, por incrível que pareça. Não cheguei a saber quase nada do todo que agora necessito. Sinto falta do seu olhar. Que não encontro no dos outros. Um olhar intenso, facilmente confundido como inexpressível e difícil de ler. Em simultâneo seguro e extremamente inseguro de si. Saudades desse olhar a adocicar para mim. E o riso, que nunca queria dar a ninguém, mas não continha comigo.

Fui estúpida. Devo ter sido, algures. Ele também. Fomos ambos e não há como voltar atrás. O pior é que ainda sou, para estar a pensar e a sentir assim. Não consigo não pensar. É pior que doença que se cura com medicamentos ou cirurgia. O desejo machuca. E tudo isto é, ao mesmo tempo, bonito e patético. Fosse ele permanecer um pouco mais de tempo comigo e este idealismo saudosista encontraria resistência nos seus defeitos que agora pouco se fazem lembrar. Detectei alguns, mas não tive tempo de lhos fazer ver pela perspectiva de terceiros e acabei por ser vítima deles. 

Não dei o devido valor às qualidades. Que também tive pouco tempo para perceber. Mas que foram responsáveis por agora estar neste estado. Qualidades essas que não tenho como saber ao certo se estavam ali geradas por mim e, no dia a dia, eram pouco usadas por ele. Não deu tempo. Só sei que, um momento a mais que tivesse comigo, e ele ia apaziguar o que quer que seja que o tumultuou. 

Não sei até hoje, se a ideia sempre foi fazer-me uma coisa casual ou se gerou-se ali qualquer coisa autêntica. Foi totalmente inesperado. Pelo menos para mim, que até só o entendi tarde demais. Esquecê-lo... nã. Substituí-lo? Quem é mulher sabe que não acontece assim. Agora mais do que nunca, não existem outros na face da terra. Dele lembro todos os dias, a toda a hora. Isto é errado! Eu sei. Posso estar a perder a chance de  conhecer muita gente bonita por estar fixada numa só. Mas tiro conforto no facto de sentir que estou a começar a ficar um tanto resignada. Já não era sem tempo! Enquanto isso, ainda fantasio. Um dia encontro-o na rua, ele vai fugir vamos falar, esclarecer tudo e fica tudo bem... 

Que desperdício!!!
Que sina desgraçada a minha, tudo dá sempre tão errado tão inesperadamente.

Ainda querem que não acredite que existe aqui bruxedo dos fortes?

Nem adianta tentar avançar com o comboio... algo está seriamente a sabotar os trilhos pelo caminho.
Viver com a vida sabotada requer uma coragem do caraças!



sábado, 11 de março de 2017

Uma peculiaridade cá minha


Tenho uma preferência pessoal: tento tomar banho quando sei estar sozinha em casa.
Sou assim desde criança.


Quando me pegava a procurar a origem dessa peculiaridade encontrei como motivos o facto de poder estar em sossego, em paz, sabendo que mais ninguém vai querer utilizar a divisão ao mesmo tempo, para fazer coisa menos agradáveis (e menos perfumadas).

Mas só há uns dias, quando estava no duche é que se «fez luz». Tudo voltou à memória quando a água passou de morna a gelada. Foi então que me lembrei da principal razão que deu origem a esta preferência desde tenra idade. 

Não posso contar nem pelas mãos de uma pequena aldeia com poucas dúzias de habitantes a quantidade de banhos que tomei que subitamente se transformaram em duches de água fria. Foram muitos, por muitos anos. Rotineiros choques térmicos... que me levaram a desenvolver esta preferência. 



sexta-feira, 21 de junho de 2013

Primeiro dia de VERÃO

O google informa: hoje é o primeiro dia de verão!!
E ilustra magnificamente esse momento. 


O que estão a achar deste PRIMEIRO DIA DE VERÃO?


Aqui na alface o vento 
abana as copas das árvores 
até mais não.