Dei por mim a perceber que queria falar com o homem que me dá boleia do emprego até ao parque do supermercado. E não gostei de perceber isso. Acho que ele terá de ser um dos que "vou cortar".
A última vez que ele me deu boleia, foi no dia 29 de Outubro, aquela que mencionei aqui. Foi ele que ma ofereceu por mensagem, sem sequer me ter visto no emprego. Nessa noite que ele ficou a conversar comigo no parque de estacionamento até depois da meia-noite, mostrou-me fotos da sua viagem em família e contou-me muito sobre si. Daí para cá, têm existido troca de mensagens, todas elas começando pela oferta da boleia.
Desde que fui seguida por um indivíduo numa dessas ocasiões em que não apanhei boleia com ninguém e fui a pé, pensei em contar-lhe. Na segunda-feira, ele viu-me no trabalho, chamou por mim e falámos brevemente. Nessa noite porém, preferi apanhar boleia com uma colega que me deixa a meio do caminho e o resto faço a pé. Na terça-feira, também foi ele que meu viu sentada na área de convívio e cumprimentou-me, embora eu tenha estranhado a frieza. Nem parou, continuou percurso - o que nunca antes tinha feito. Tal como na véspera, no final do turno, se eu esperasse um quarto, meia-hora, ele disse-me que podia dar-me boleia. Mas preferi vir a pé e enviei-lhe uma mensagem nesse sentido. Ele ligou-me, para dizer-me que estava perto e perguntar se eu já tinha saído. Disse que sim, que me apetecia caminhar e que não queria que ele se apressasse. "Eu nunca tenho pressa" - respondeu-me.
Ainda me perguntou se queria que apitasse se me visse a caminhar na estrada no seu regresso, mas respondi-lhe que não devia ver-me, pois tinha cá para mim que ele ia demorar-se e pelo tempo que ia levar, eu já devia estar perto de casa. Decido entrar no supermercado para uma compra urgente (mais um grande doce de chocolate quase todo comido nessa noite) e nisto acho que o vejo num dos corredores. Era bem possível, já numa outra ocasião encontrei-o ali.
Decido cumprimentá-lo. Ele mostrou quase indiferença e pareceu não querer conversa, continuou a olhar para as embalagens de comida que segurava, aparentemente indeciso quanto ao que levar. Já na primeira vez que o encontrei no supermercado, logo no dia a seguir à primeira segunda boleia, altura em que me contou que pela manhã ia justificar-se sobre um incidente no emprego, ficou claro que não queria muita conversa. Bastava-lhe um simples cumprimento, algo quase imperceptível, de colegas que não trocam mais que isso em palavras.
Também com vontade de chegar a casa, não puxei conversa, não perguntei se havia chegado à muito tempo, se me viu na estrada... Decidi deixá-lo em paz e despedi-me: "Bom, vemos-nos amanhã... ou não". E fui embora.
Antes das 11h da manhã seguinte um novo SMS dele: "Olá. Chego tarde esta noite e eles querem que faça um pouco mais de horas. Provavelmente vou terminar pelas 23, 23.30. Se ainda estiveres por perto, és bem vinda a uma boleia".
Uma coisa que registei na grande conversa que me deu naquela noite no parque de estacionamento, foi ter-me dito que, se achasse que eu lhe dava sinais de interpretar a boleia como outra coisa ele ia inventar uma desculpa e dizer que já não estaria disponível.
Disponível ou não, eu é que não quero confusões. Chega-me aquela pela qual passei, que até hoje não sei o que me atropelou. Já lhe disse que pego boleia dele se o vir no trabalho. Se não o vir, não conto com ele. Não me parece bem. Ao que ele respondeu: "Somos amigos, não tem problema, eu dou-te boleia".
O que percebi é que já tinha coisas que lhe queria contar, não pude e já estava a adiar essa ideia para uma melhor ocasião. NÃO GOSTO DISSO. É-me demasiado familiar. E depois... se ele é todo afável dentro de um contexto e não o é diante de outro em que há pessoas e/ou CCTV por perto... dá que pensar.
Por via das dúvidas... só com uma vara de 10 metros!
Por via das dúvidas... só com uma vara de 10 metros!
Fazes bem em manter a distância.
ResponderEliminarBjs
Magui, mija ali" --»
EliminarAhahah!
Quis que rimasse. Gostei de ler o teu blogue, também ele de opinião e coisas pessoais. Não sei como ir a todos os blogues que leio, pelo que peço às pessoas para comentarem no post do cão, na barra lateral. Facilita-me a vida.
Li muitos dos teus posts e comentei extensamente. Concordei com muita coisa, elogiei-te o humor e a ironia (é um traço que aprecio na tua escrita). Mas não concordei com tudo. (Ainda bem, não podemos ser todos cordeirinhos eheh).
Espero que visites mais vezes e encontres algum interesse neste blogue.
Cumprimentos
Essas pessoas não inspiram confiança e podem ser perigosas.
ResponderEliminarEstá a precisar de fazer amizades, conviver, sair, conversar ( ao fim de semana) .
Esses homens são apenas interesseiros e aproveitadores com umas e outras. Beijinho e felicidades