Vou contar-vos tudo: Tive hoje o primeiro dia numa nova função. Fui para experimentar se gostava e para ganhar algum dinheiro. Como estas empresas que precisam de pessoal por um curto período de tempo ficam longe, em locais isolados, a agência de emprego combinou que um dos seus agenciados que já lá trabalha vinha apanhar-me de carro.Um aviso: Para compreenderem melhor o que vou relatar tem de ler o post A Troca de Gary e Um Domingo Produzindo.Um rapaz chamado Craig vinha apanhar-me de carro e o veículo era um mini cooper vermelho. Voces lembram-se de ter falado que conheci um rapaz giro no "novo" trabalho e assim que me decidi a conhecê-lo, aquele era o seu ultimo dia?Foi trabalhar para outro lado. Chamava-se Greg e o que não contei foi que ele conduz um mini cooper vermelho. Igualzinho a este:
Quando escutei o nome Craig lembrei-me do Gary, mas até este instante não havia percebido que o nome não era o mesmo. Nessa empresa também existia um Greg e já não recordada do nome do "rapaz giro" e lembrando-me de um Greg, associei Craig ao afinal Gary. (São parecidos, quase de pronúncia idêntica eheh).
Apareceu um rapaz jovem, com um carro idêntico ao do Gary, com a excepção de que estava tão sujo, tão imundo, por fora e por dentro, que mal dava para perceber as cores.
O rapaz pareceu porreiro, despreocupado, mas conduziu de forma imprudente nas manobras, na velocidade e até no facto de gostar de escrever mensagens no telemóvel ao mesmo tempo que manobra o volante. Além disso, aprecia escutar música rap com letras muito sugestivas, em som alto, a viagem inteira. No regresso, foi pior, porque outras pessoas a quem também deu boleia começaram a fumar e como havia escutado as conversas que tiveram durante o expediente sobre o consumo de drogas que gostavam de fumar e de como um deles preferia escolher os charros, caso voltasse a ser apanhado a conduzir drogado e tivesse de optar, comecei a recear ter a vida em risco e não chegar viva ao Natal, ehehe!
Mas depois, a música alta, o fumo em segunda mão... aquilo até começou a saber bem. Deve-me fazer falta umas passas! E eu não conduzo, putz! Porque não? (pergunta: Será que ajudava a esquecer??)
No final do dia, indecisa entre o ficar e o ir embora, escutei o cansaço e decidi dizer à agência que não ia voltar para aquele trabalho. Não fiquei muito segura quanto à minha opção, mas o trabalho em si é de lascar! Ainda assim pensei em aguentá-lo, pelas duas semanas que me foi proposto. Mas foi o trato da gerente que me fez considerar abandonar a função antes que me arrependesse. Passadas algumas horas, com dores nas costas por estar há horas de pé, apoiei-me ligeiramente na mesa e continuei o trabalho. Era o meu primeiro dia, caramba! Até estava a sair-me bem e a ser veloz para alguém que acabou de começar e estava cheia de dores - pelo menos assim achei. A gerente chega-se ao pé de mim e diz:
-"Não podes estar assim e tens de ser mais rápida porque vocês as duas têm tudo isto para embrulhar".
E foi-se embora. Ao que desabafei:
-"E querem que as pessoas fiquem? Nem sugeriu uma técnica para ser mais rápida, só disse tens de ser mais rápida".
Ora, gerentes assim... não quero eu. Se tenho de mostrar eficácia, espero que a gerência saiba mostrar competência e aptidões na abordagem para com as pessoas. Tem de saber falar e dar o exemplo. Não exigir resultados sem sequer ensinar como se faz o que seja.
O trabalho é fabril, não é difícil, mas consiste na repetição cansativa de gestos. E existem cotas a alcançar. Números exorbitantes para a quantidade de pessoas a executar as tarefas e mais ainda para duas iniciantes, como eu e a outra a quem ela fez referência. Para quem estava no seu primeiro dia de trabalho, achei que a gerente mostrou ter uma atitude infeliz.
Quero isso para mim??
Ou vou começar a cortar com o que discordo?
Decidi cortar.
Decidiu cortar e fez muito bem!
ResponderEliminarEu faria o mesmo. Mesmo precisando de trabalho, não nos podemos rebaixar a todos!
Há que haver respeito.
Maria, lição talvez aprendida (ainda sou iniciante) um tanto tarde. Mas (efeito d'ele) sinto-me a mudar um pouco. É que a EU autêntica, jamais desistiria. Ia pensar que TALVEZ a atitude da gerente fosse um acaso, uma interpretação, uma infelicidade e ela até podia ser boa pessoa. E com base nisso, ia continuar a sujeitar-me.
EliminarAcredite, EU SOU ASSIM. Ou fui... não sei.
Quem me conhece bem sempre se irritou com esta minha forma de ser, porque sabe que só me prejudica.
Dei por mim a impor respeito e a reagir! Hoje uma colega que nunca vi mais gorda, daquelas que acha que sabe tudo, mal comecei a trabalhar, disse-me que não podia fazer "azul", tinha de ser "verde". Respondi: "Posso fazer azul e posso fazer verde. Outra a dar-me ordens? Não!".
Ando a "fazer frente às pessoas!". Estou espantada comigo. Não é que até agora não tenha agido assim por incapacidade, tem sido mesmo por ser crente de que tudo é uma questão de interpretação e factores que podem ser ocasionais. Sempre espero o melhor das pessoas e dou-lhes tempo para o mostrarem, se não o fizerem logo.
Começo a não querer fazer isso.
E fez muito bem. Minha avó sempre dizia que "quanto mais te abaixas mais se te vê o cu" ou seja quanto mais cedemos, mais estamos sujeitos ao abuso.
ResponderEliminarAbraço
Como eu sei isso, Elvira!
EliminarMinha mãe que repete-me essa expressão vezes sem conta, ainda não sabe que, finalmente, a sua filha começa a mudar... Ela já havia perdido a esperança. Mas olhe que sinto que o desgosto serviu para cortar pessoas e não permitir que me magoem mais. Tanto já sofri... porque deixei. Por ser como sou que, não sendo um defeito, não me traz benesses algumas.
Fico contente por a ver por cá!
Espero realmente, mesmo que leve mais tempo, que recupere muito bem e volte a sentir-se em forma. Aqui fica o meu desejo de Natal :)
Abraço