Metereologia 24 h

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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

A Glória da Tragédia

 Acho que desde o incêndio do chiado em 1988 que Lisboa não tinha tido uma catástrofe tão chocante e tão marcante. 

LISBOA, Chiado, 25 de Agosto de 1988


Só sinto tristeza. 

              LISBOA, Calçada da Glória, 3 de Setembro de 2025




No incêndio de 1988 os riscos e danos foram imensuráveis mas materiais. Vidas, só uma pessoa e um bombeiro, infelizmente, morreram. Ontem, num simples instante, a vida de 16 foi ceifada e muitos outros ficaram feridos. Mas podia ter sido MUITO PIOR. Tivesse o ocorrido acontecido quando os dois se cruzam acima, a gravidade traria dos dois para baixo sem freios, a alta velocidade. Sem a existência da curva o eletrico de cima teria embatido no de baixo e a força da colisão teria arrastado os dois volumes que pesam toneladas para o meio da avenida da liberdade. Matando muitos mais.

RIP a todos. 
Os mortos já estão com o senhor, na sua paz. 

Aos sobreviventes, desejo que recuperem sem grandes problemas ou traumas. Mas isto foi traumático até para quem não estava no local. Isto é chocante.  


(Foram decretados 3 dias de luto)


segunda-feira, 8 de julho de 2024

A proximidade entre o totalitarismo e a liberdade

 

Nas ditas sociedades livres descobri, com surpresa, que existe muita coisa semelhante com a FALTA de liberdade que se ouve falar nos regimes totalitaristas. 

A imposição de pré-julgamentos e o controlo de comportamentos parece ser o que ambas têm em comum. 

Talvez com o que imaginamos ser algumas diferenças no "peso" dessas imposições. Contudo, elas estão lá: as imposições. Apenas umas são mais disfarçadas que outras. 

Digo-vos já: fico feliz por ter nascido em Portugal.
Com todas as falhas que tem, é ainda o lugar mais livre e equilibrado em que vivi. 


Entrei na Poundland ontem de manhã, quase ao abrir. No autofalante de som ambiente da loja escuto uma voz a falar. Geralmente são anúncios a divulgar produtos ou a pedir doações. Nem presto muita atenção. Mas a "introdução" deixa-me intrigada. É diferente do que será de esperar de um comercial. Mais ou menos o "anúncio" dizia assim:

"É bom andar em compras com calma e em silêncio. Portanto faça as suas compras nesta loja com calma. Seja respeitoso para com os empregados. Eles estão aqui para ajudar". 

Até disse em voz sussurrante: 
"Mas isto é a Coreia do Norte???"

Sou só eu que acha um ABSURDO a "injecção" destas mensagens vindas do nada, a mandar as pessoas comuns, que estão ali a usar o espaço público sem causar qualquer conflito "ficarem calmas e serem respeitosas". Não pode ser... Imagino este tipo de atitude num país totalitário. Governado por um ditador. Daqueles que manda cortar cabeças se não lhe obedecerem ou fazerem as vontades. Se não lhe fazerem referência e o venerarem. 

Mas em Inglaterra, dito país do primeiro mundo, existirem "anúncios" públicos a mandar as pessoas agirem de uma certa forma... a mandá-las "acalmarem-se" e fazerem as compras "quiet"... 

É pá!
Me desculpem mas isto de país livre tem pouco. Tem muito mais de país controlador que vai "injectando" na mentalidade do povo atitudes que devem recriminar e que devem louvar, sem que estes sintam vontade de QUESTIONAR o que seja. 

 


a base em comum. 


sábado, 1 de julho de 2023

Post no armário: a VERGONHA dos Professores

 

Dando início à publicação com atraso de "posts por fazer" nenhum outro é mais importante que este. NO DIA DE CELEBRAÇÃO DE PORTUGAL, o primeiro ministro esteve em Peso da Régua a discursar e uma manifestação de PROFESSORES (!!!) com cartazes com a caricatura do ministro onde lhe espetavam lápis nos olhos e lhe conferiam um focinho de porco, expressou assim o seu "desagrado" para com as condições da função. 

Pelo caminho, pois o ministro mais a esposa, caminhavam até o local onde iam almoçar, os manifestantes gritavam "Preto", "Monhé". 

PROFESSORES fizeram isto??
Tenham vergonha!

Ninguém que se preze a carregar esse título se pode sequer chamar de professor, quanto mais julgar-se um. 

Chamo a isto bulling e assédio. Não honraram sequer a presença da esposa, o sagrado que é a família, o dia especial - DIA DE PORTUGAL. Fizeram uma imundice. Podiam não estar a envergar, mas o focinho de porco estava, na realidade, no rosto e alma de cada um destes manifestantes. VERGONHA para a classe!

Se é esta a "categoria" de profissionais que temos a ensinar as nossas crianças, então não é de surpreender que esteja a crescer o número de indivíduos quase iletrados, rapidamente prontos para a pancadaria, socos, insultos, murros. Pura e bruta violência. Nem antigamente, durante a pobreza salazarista, os pobres privados de ensino alguma vez expressariam este género de pobreza espiritual. Porque tinham famílias e essas famílias, ainda que pobres em tostões, transmitiam valores e ensinavam o que é de mais importante de ensinar: VALOR DO TRABALHO, RESPEITO, CIVISMO, EDUCAÇÃO, ÉTICA. Está a promover-se a ignorância? A Xenofobia?

É isso, senhores Professores?

Temo que toda uma geração de professores que sabiam honrar o nome e profissão já tenha desaparecido. Resta-nos uma nova geração, uma que faz jus à malandragem, ignorância, violência que vemos sair das escolas. 

Revoltados ou cansados, até podem ter razão, mas não é através da ignorância do insulto e o recurso patético da caricatura xenófoba que se obtém qualquer resultado favorável. O ministro foi eleito por uma maioria. Respeitem isso. Estava a cumprir o seu papel e acompanhado da esposa. Ambos foram sujeitos a vis insultos e ele mais a esposa tiveram de sentir na pele a rejeição devido à origem e cor de pele, o ódio, a vontade de magoar e ferir. Temeram o pior. Até estranho que não tenham atirado ovos e tomates na sua direcção. Que triste. 

Entretanto, como se sabe, existem sempre umas maças podres entre pessoas com um objectivo nobre. Quero acreditar que foi o caso. Após a polémica - em que alguns dizem que o ministro "exagerou" na sua reacção para "desviar" as atenções das reivindicações dos professores, a FNE (Federação Nacional de Educação) lançou um comunicado.

VER AQUI.

Dizem que os cartazes não são racistas. Bom, a esse respeito quero salientar uma coisa que considero deveras importante. Estando a viver no Reino Unido, onde ao mínimo sinal de "desvio" «caem-te» em cima, em muito APRECIO E DEFENDO O DIREITO e a liberdade de expressão. Aqui, sem dúvida alguma, existiriam perseguições, a opinião pública iria pedir a cabeça de cada manifestante e o autor da caricatura seria preso e acusado. 

Acho isso um EXAGERO. E quero SALIENTAR A IMPORTÂNCIA da Liberdade. 

Porque não é só a liberdade de um, é a de todos. O "politicamente correto" é um cancro que se alastra rapidamente e os primeiros a serem afectados são os miseráveis e pobres de espírito. Todos aqueles que são cobardes mas retêm as suas tendências para insultar e fazer bulling, "saem do armário" quando o politicamente correcto é instalado. Sentem que têm as "costas quentes" e assim, cresce nas redes sociais, nos grupos, em todo o lado, o número de indivíduos que se acham no direito de maltratar os outros porque o "politicamente correcto" assim lhes permite. 


Então, ao mesmo tempo que condeno uma atitude destas - se de facto aconteceu como relatado, também defendo que deve 
sempre existir o espaço para que tome lugar. Para que ninguém TEMA e RECEIE expressar-se e ser logo cruxificado. 


Que PORTUGAL se mantenha LIVRE. 

Muitas nações que se auto-intitulam como tal são-no muito pouco. Principalmente no que respeita aos movimentos dos seus cidadãos

Por um planeta onde as pessoas se respeitem e sejam Livres.

domingo, 2 de abril de 2023

Cheated of my life

 

Foi um comentário no youtube que me fez repensar tudo. Meus pais são vivos. Se a ordem das coisas for a usual, irei os perder antes da minha vez também chegar. Não sei como será quando isso acontecer. Comecei a temer essa altura. 

Mas depois de ler aquele comentário, comecei a pensar noutra perspectiva que tal mudança traz para as nossas vidas. Ficará mais solitária? Sim. Mas terminará também uma co-dependência. 

O comentário foi o desabafo de uma mulher que, no leito de morte da mãe, a ouviu dizer: "Agora vais poder COMEÇAR A VIVER". 

Essas palavras, e a admissão da própria que, a pesar da dor, nesse instante foi exatamente o que aconteceu, ressonou dentro de mim. 

Em vez de focarmos-nos na perda, deviamos focarmos nos ganhos. 
A nossa vida re-começa. Não temos mais aquela pessoa ali que, pode parecer para bem mas, se calhar, também é para mal, está disponível e nos exige disponibilidade. 

Achei muito interessante aquela mãe saber que estava, de certo modo, a impedir a filha de viver e dizer-lhe que a sua morte significava liberdade para ela. Mas que coisa linda de se dizer. Talvez o derradeiro gesto realmente altruísta de mãe. 

Porque, sejamos sinceros, altruísmo em mãe está muito sobrevalorizado. A maioria é capaz de actos altruístas mas tem sempre uma base egoísta. Acho até que o egoísmo pesa mais na balança dos pais que outra coisa. Pelo menos a minha experiência assim o diz e, até hoje, é algo que constato diariamente. Eles, contudo, estão alheios a essa realidade. Preferem interpretar as coisas com a conotação tradicional. É mais cómoda e soa melhor. Porém, não é a realidade. 


 

quarta-feira, 30 de março de 2022

A Austríaca

 No emprego onde proliferam pessoas da india e paquistão, conheci uma austríaca. A presença desta nacionalidade no UK é novidade para mim. É a primeira. 

Coloquei-lhe algumas perguntas sobre o país e ela também gostou de partilhar alguns factos. Disse-me, por exemplo, que existem "certas palavras" que os austríacos não pronunciam e assuntos sobre os quais não falam (ditadura? Liberdade condicionada?). Relacionados com a segunda guerra mundial. Depois falou-me que "aquele símbolo com quatro pontas que os alemães usavam na guerra" (não mencionou a palavra suástica nem a palavra Nazis) é ilegal na Aústria. Se alguém for "apanhado" a desenhá-lo é condenado, no mínimo, a seis meses de prisão

Falou-me que é casada com um inglês e mora no Reino Unido porque o marido não fala Alemão. Ao que lhe perguntei se na Aústria não o aceitavam para o integrar na sociedade se ele falasse só inglês. Respondeu que não. Tem de falar alemão.

Falou-me também que tem uma filha na escola e a professora, em certa ocasião, chamou-a para lhe dizer que algumas palavras austríacas que a criança pronunciava estavam a prejudicar o seu inglês. Como muitas mães destes tempos, ela passou-se, começou verbalmente a destratar a professora, dizendo-lhe para não se meter. Também a condenou por ensinar às crianças uma canção em francês que, segundo ela, tinha má pronuncia. Disse à educadora que não tem nada de ensinar uma língua que não domina e que ela sabe falar cinco idiomas. E deixou de ir a reuniões a menos que fosse muito importante. 

Na Áustria, aos fins-de-semana tudo está fechado. Somente uma piscina pública para algumas braçadas poderá estar aberta. De resto tudo fecha, são dias de descanso (isso não serve para mim, posso não fazer nada mas precisar de algo e não ter, viver num deserto subitamente, não me soa bem). 

Com tudo isto, a Aústria perdeu, aos meus olhos, muito do seu "encanto" que possuía por me ser desconhecida. Parece-me uma sociedade pouco aberta à influência estrangeira, não assimila quem não mimicar um deles e continua a dar um poder extremo à figura de Hitler e aos eventos da IIGG ao "proibir" que se fale do assunto e interferindo com a liberdade de expressão e criatividade ao não permitir que se desenhe suásticas. 

Disse-lhe isso mesmo: "Acho mal. Antes de ser um símbolo nazi era um símbolo de paz" - disse-lhe. Ela sabia isso, porque num dos edifícios parlamentares deles, existe uma suástica. E já lá estava ANTES de Hitler subir ao poder. 

Pois se o Hitlerzinho apoderou-se de um desenho com mais de 5.000 anos para criar um símbolo que representava terror. Acho que devíamos parar de lhe dar essa importância e restituir ao símbolo a sua conotação pacífica. Hitler está morto e não existe mais. Para quê continuar a dar-lhe esse poder?

Catástrofes vão e vêm e este mundo continua a ter muitas. Se aprendêssemos com todas as do passado. Mas desaprendemos muito depressa as lições que as tragédias nos ensinam. 

De bom, falou-me que vive perto da capital, que em dez minutos de carro está nas montanhas e pode ir esquiar, e em uma hora atravessa a fronteira e visita outro país. Isso soa a algo maravilhoso. Mas parece-me que é mais maravilhoso para os que ali nascem e ali se crescem. 

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Isolamento quebrado para ir colocar o teste no correio

 Estou autorizada a "sair" de casa para ir colocar o teste no marco do correio (especial para colheita de testes Covid).  Lá fui, munida de máscara e óculos. Evito as artérias mais congestionadas de gente, vou pelos caminhos com menos aglomerações e nisto, um homem sentado num banco, ao sentir-me passar, levanta o pescoço, abre a boca e tosse duas vezes de propósito para me atingir.
Mas mesmo de propósito. Não lhe apeteceu tossir e fê-lo no momento que ia a passar. Fê-lo porque percebeu que ia passar na sua frente e ele, como um cão que late, abriu a boca e forçosamente tossiu para me atingir. 

Um acto que considero criminoso, nos dias que correm. 

Mas o que fazer? 
O homem pareceu-me ser um desses que andam à deriva. Ainda assim, não é desculpa. Sacana. A espalhar os seus germes em cima de mim. Intencionalmente. 

Isto fez-me perceber que quero ainda mais permanecer dentro de casa. 
Quem diria? Eu, que nunca fiz confinamento nem a ideia pareceu que encaixasse comigo. 

O que vejo lá fora NÃO ME AGRADA.

Eram quatro da tarde e os pubs já estavam abertos, com as suas esplanadas a ocupar metade do espaço. Já não há "mascarados" nas ruas. As ocasionais máscaras que se vêm já nem estão no queixo: estão no pescoço! 

Os mais novos, que ainda nem vacina receberam e que são a faixa etária que mais gosta de aglomerados e festas, já entram nas lojas sem usar máscara. E ninguém lhes diz nada. 

E pessoas ou items deixados pelo chão das ruas? Denunciando que aquele espaço está a ser reclamado por um sem abrigo? Vi tantos!! Igual ao que estava ou ainda pior ao antes da pandemia. 

Uma rápida passagem pela cidade para ir colocar uma encomenda no marco de correio e devo ter visto cinco situações destas.  

Tudo é para mim uma visão triste e não me identifico com o que me cerca. 

A verdade é que a única coisa que me prende a esta cidade é o meu emprego - e o ordenado que consigo tirar dele. O resto não mais me diz nada. Nunca foi um local muito bonito de se viver - mas para quem não tem automóvel para viver em bairros familiares ditos - sossegados - a cidade cumpre bem o seu papel em termos de acessibilidade de transportes. Cidade por cidade, todas no UK são iguais. Têm as mesmas lojas, as mesmas ruas, as mesmas casas... 


quinta-feira, 24 de junho de 2021

O Negócio do COVID


Viajei para Portugal no dia em que se soube que o UK ia colocar o país, na terça-feira seguinte, na lista ambar. O que significa que o meu regresso não seria mais efectuado com Portugal na lista verde. As implicações são grandes - e daí as correrias de estrangeiros em Portugal para o aeroporto. Pessoas que tiveram de encurtar as suas férias porque não poderem dar-se ao luxo de permanecer em isolamento. 

Essa é a condição de ter um país na lista Ambar de viagens. Ao chegar ao UK, tem de se efectuar um isolamento de 10 dias à chegada

Pensam que é só isso?

Não. Não é. As implicações são maiores.

PRIMEIRA FASE

Para embarcar do UK para Portugal, é preciso efectuar, no máximo até 72h antes da partida, um teste negativo ao Covid. Não é qualquer um teste que é aceite, só o PCR. Custam 100 euros.

 Sabendo que no regresso vão exigir outro, calculo que outros 100 euros serão gastos. No total, 200 euros só em testes ao COVID. Um investimento que achei que valia a pena, visto que sentia falta de Portugal. Saudade e necessidade de voltar a estar sobre a luz de Lisboa, já tão distante e a cair no esquecimento. Tirando esta necessidade física e sensorial, outros motivos mais importantes tornaram a viagem essencial. Burocracias que não consegui resolver à distância, como renovação de documentos de identidade e urgências médicas. 

Pisei na minha terrinha com tudo encaminhado. Só tinha de aguardar DUAS SEMANAS para a renovação dos documentos de identidade na loja do Cidadão. Mas era tempo demais. Bóris Johnson ia revelar, dia 21 de Junho, novas medidas. Temi que ele fosse fechar o espaço aéreo, tal como o fez no ano anterior. Bem organizado, podia suportar os 10 dias de isolamento de modo a não me prejudicar com o emprego. Este é oscilante, variável, pelo menos essa realidade permite-me viajar. Escrevi um email ao serviços de Notariado da loja do Cidadão a pedir (a explicar) porque necessitava de antecipar a data para algures antes do dia 21 - altura em que o Boris Johnson, PR do UK, ia anunciar novas medidas. 

Todos têm medo das decisões do Bóris, porque foram sempre não benéficas e põem todos a correr desesperadamente de um lado para o outro, frustrados por terem os seus planos arrasados. No Verão passado, apenas duas semanas depois de ter decidido abrir o espaço aéreo a Portugal, Bóris anunciou que o ia voltar a fechar.  (lembram-se???).

Eu lembro, porque fui uma das pessoas que correu para o aeroporto para comprar um bilhete - que quase não encontrava em lado algum, muito menos um directo para o aeroporto de meu interesse. Lá consegui com uma companhia aerea na qual nunca tinha viajado ou ouvido falar. Foi a minha salvação, e custou-me pouco mais de 200 euros.

Desta vez, e tendo ele acabado de meter Portugal na lista ambar, temi que voltasse a fechar o espaço aéreo. Todos os naturais e emigrantes trabalhadores que não podiam se dar ao luxo de 10 dias de isolamento já estavam no país, a contribuir para o PIB. Os que ficaram para trás, naturalmente seriam os reformados, os jovens em férias, os "menos úteis".  

O que ia impedir Bóris de fechar o espaço aéreo, que esteve, inclusive, PROIBIDO a viagens não-essênciais? 

Por isso pedi à loja do cidadão encarecidamente para me anteciparem a data em que me poderiam atender, imaginando que haveriam desistências. A resposta foi imediata e a marcação foi antecipada uma semana antes da data inicialmente prevista. 48h antes da temida terça-feira das decisões: dia 21 de Junho de 2021. 

Foi então que antecipei a viagem de regresso para o dia 20. Teve um custo adicional de 60 euros.

A estada em Portugal foi prolífera: consegui ir ao dentista, tratar de assuntos nos bancos, actualizar os meus dados, recuperar um investimento expirado em certificados de Tesouro que tinha realizado seis anos antes - quando os media fizeram um grande alarido sobre aquele ser o último ano em que as taxas de juro valiam a pena e depois tudo ia mudar. Descobri que o dinheiro seria depositado automaticamente na minha conta - uma conta que entretanto foi fechada - exatamente por volta do ano do investimento. 

Quis então saber para onde foi o dinheiro - já que não o recebi. O assunto pareceu-me complicado - com a pessoa a me dizer que o dinheiro foi transferido. Eu já a pensar que a Caixa Geral de Depósitos aceitava dinheiro em contas inexistentes, a imaginar a burocracia que daí advinha, mas tudo se resolveu em segundos. Assinei uns papéis e aguardo que a quantia seja depositada na conta - que convenientemente é nos correios. Não sei se é por isso que facilitaram, não entendo as implicações. Mas posso dizer-vos uma coisa: estou satisfeitíssima com o banco CTT. Nunca nenhum outro banco foi tão simplista e menos inconveniente. Não só não me enchem de marketing, não tentam impingir-me este e aquele serviço, seguros de saúde, investimentos de poupança - NADA. Talvez o facto se explique com quantia baixa que lá tenho. Ainda assim, não me massacram.

O mesmo não posso dizer com a Caixa Geral de Depósitos ou o Santander - que exatamente por não verem grandes números na conta, arranjaram maneiras de me fazerem pagar extras. O Santander então foi asqueroso. A mulher que me atendeu, irascível e abrasiva no trato, chegou mesmo a dizer-me que não tinham interesse em manter contas de clientes como eu.

Uau! 

Voltando ao tema central: O custo de uma viagem de ida e volta do UK para Portugal tendo o Covid como restrição. O que eu não entendi bem nas regras de Portugal ser colocado na lista de países AMBAR, significando que 10 dias de isolamento serão exigidos - é que TINHA DE COMPRAR ANTECIPADAMENTE um outro teste ao Covid-19 para o dia 2 e dia 8 após a chegada. 

Três dias antes da partida para o UK fiz um teste PCR ao Covid. Custo? 100 euros.

Na manhã da partida, não me deixam embarcar. Faltava-me o papel de passageiro. Tinha-me esquecido disso! Como? Não sei. Pensei ter passado tudo a pente fino. Mas não seria difícil preencher um na hora. Afinal, considero-me PIONEIRA, pois o ano passado, cumprindo à risca o que o site do Governo dizia, preenchi às pressas um desses documentos, na altura do êxodo antes que o espaço aereo fechasse, e depois ninguém mo pediu! Fui eu que o mostrei aos serviços de Fronteiras ao chegar ao UK, perplexa que ninguém mo tivesse solicitado em todas as etapas anteriores.

Anyway...

Desta vez, sem esse papel nem embarque fazia. A Easyjet foi bastante clara. 

Passager location form

Seria rápido preencher e poderia mostrar o comprovativo online. (Graças a deus pela internet, a tecnologia e os smartphones). Estou no aeroporto com o check in feito dias antes, pronta a deixar a mala de porão e já a ter de correr para embarcar a tempo.... tendo que passar pela morosa segurança... e perder tempo caso me separem as malas depois de passarem pelo raio-X...

Mas ainda dava tempo. Comecei a preencher aqueles infindáveis dados... até que chego à realização de que se não comprasse um KIT ao teste ao Covid simultaneamente, o passager location form não seria concluído e finalizado

E sem este preenchido, não me deixavam embarcar!

Era obrigatório a compra antes da viagem. 

Não sabia. Pensei que ia comprar o kit à chegada no aeroporto. No mesmo laboratório onde fiz o teste para partir, que fica, convenientemente localizado a dez passos da saida de passageiros. Às pessoas que perguntei informações antes de viajar, só me souberam dizer que não sabiam, que tinha de consultar o site do governo. O que fiz. Mas de alguma forma, esta noção de compra antecipada ou simultanea não surgiu. Para ser sincera, acho que não está bem explicada. Porque poderia tê-la comprado antes mesmo da viagem, caso soubesse que não podia comprá-la no regresso. 

O site do passanger location form fornecia um link com inúmeros, centenas na realidade, de nomes de LABORATÓRIOS que providenciavam o KIT. Carreguei no primeiro existente, estava com pressa. Tanta pressa.... E muito calma para a urgência com que deparei. Depois de colocar os dados do número de cartão de Débito, etc, etc.. carrego para finalizar e não é permitido. 

Fico atónita. Tento cinco vezes mais. Os minutos a passar, a consciência de que teria de correr para a porta de embarque... Até que li com atenção a mensagem que surgiu cada vez que tentei comprar o Kit e não deu resultado: "NÃO PODE COMPRAR O KIT NO MESMO DIA DA VIAGEM".

A sério???
Então era inútil. 

Nunca que alguém que não preencheu o formulário antecipadamente ia conseguir viajar. Estava eu mais outras três pessoas, estrangeiras, inglesas, na mesma situação. Agachados no chão do aeroporto, encostados num pilar, a tentar finalizar aquela operação. 

Para quê? Se não se podia COMPRAR o kit sem o qual não se completa o formulário?

Falei com o funcionário da Easyjet que me respondeu para continuar a tentar, porque antes de Portugal ser colocado na lista Ambar, pelos vistos a compra de kits de testes era possível no próprio dia. Eu tomei como verdadeira as palavras escritas no formulário. Ainda assim decidi fazer batota. Ao invés de dizer que ia viajar naquele dia, coloquei a data do dia seguinte. E assim procedi com todo o preenchimento do formulário novamente. No final, após preencher pela sexta vez os dados bancários, pareceu-me que as etapas seguintes continuava sem ter sucesso. 

Desisti. Perdi a viagem. Faltavam 30 minutos para a porta de embarque fechar. Mesmo sabendo que eles nunca cumprem esse horário, pareceu-me absurdo ter esperança, visto que não me permitiam viajar sem o documento e este estava dependente de uma compra de um teste ao COVID, que só podia ser realizada até 24h antes.

PORQUE NÃO INFORMAM AS PESSOAS DISSO??

Porque o que interessa é FAZER DINHEIRO. 

Mesmo à custa de uma pandemia mundial.


Não foi fácil ouvir as reprimendas da minha família que, naturalmente, culparam-me pelo desconhecimento. 

Em casa, comecei o processo por etapas - todas pescadinha de rabo na boca - para adquirir nova viagem. Teria de fazer outro teste ao Covid para embarcar. (100 euros!) Porque - estupidamente, fiz o anterior exatamente três dias antes da suposta viagem. Tivesse eu feito um dia depois e ainda estaria válido por mais 24h. Tanto o formulário do teste ao Covid como para completar o Passenger location form precisava de ter o número de assento e de voo. Mas não ia comprar a passagem sem antes ter o Kit e certeza de que iria conseguir realizar com sucesso um outro teste ao Covid. E o Kit era comprado ao preencher o Passager allocation form.

Sorte ou azar meu - a realidade é que, naquelas muitas tentativas efectuadas no aeroporto, acabei mesmo por fazer a compra. Talvez aquela com a data de partida alterada foi a que teve sucesso. Mas poderia eu viajar com uma data diferente da usada durante a aquisição do kit, tendo fornecendo dados de voo de uma viagem não realizada? Teria esse Kit informações anexadas a ele tornando-o de uso exclusivo?

Precisava saber. Já havia gasto 160 libras, que foi o custo do KIT. Não poderia sequer imaginar que me iam pedir para comprar um novo Kit porque perdi uma viagem, indo realizar outra. Não iam pedir para também comprar um segundo Kit, ou iam?? 

Depressa percebi que, tendo recebido o código de compra, podia utilizá-lo quantas vezes quisesse. O que achei estranho. Para isso bastava-me obter o código de um outro passageiro qualquer, provavelmente nem iam comparar dados e descobrir o acto. Ou quem sabe, poda até ter inventar um. Pelo menos para conseguir embarcar. Depois, à chegada, lá comprava um Kit de verdade, que ainda ia cumprir o dia 2 e 8 exigidos. Mas eles não colocam a possibilidade de se fazer testes à chegada, caso não se consiga na partida. O que acho de mau tom. Deviam equacionar esta hipótese, principalmente durante as primeiras viagens.

Sabendo que tinha todos os dados comigo, comprei uma passagem na TAP para a manhã do dia 22. Acabei por preencher o formulário de viagem com o código de compra desse kit, marquei um novo teste ao Covid para essa mesma tarde - tendo optado (e descoberto) que podia realizar um Antigénico, com um custo bastante inferior (30 euros).

Mas algo não estava bem. Algo não batia certo. Não consegui relaxar. A ideia de partir no DIA A SEGUIR às medidas anunciadas por Bóris Johnson deixavam-me apreensiva. Ele podia optar por fechar o espaço aéreo com efeito IMEDIATO. Nas noticias estava claro que Lisboa e outros concelhos estavam a escalar rapidamente em casos Covid e nesse mesmo dia, Lisboa passou para o Estado Vermelho. Tudo ia fechar novamente. A reacção de um país estrangeiro diante dos números não é nenhum quebra-cabeças: para mim fecharem o espaço aéreo ia ser a consequência.

Nunca tive dúvidas de que um novo lockdown vai ser implementado. Gostaria é que essa constatação fosse mais gradual. No meu entender, mal se "abrem as portas" e se deixa as pessoas sair, logo os números começam a aumentar imenso. 

Para mim o que os governos fazem é abrir uma pequena janela por esta altura das férias de Verão e tentam esticá-la o máximo possível. Mas o Covid, a propagação do virus - que nenhum especialista consegue controlar - nunca vai permitir que a normalidade regresse tão depressa. 

A vacinação não é uma solução, nem sequer funciona para o desconfinamento. Bastaram duas, três ou quatro semanas após a abertura dos comércios para os números escalarem ao que, segundo li, só tem comparação com a primeira fase de confinamento. 

Aqui em inglaterra, onde sempre achei que a maioria da população não cumpre NADA das regras de precaução, as vacinas estão bem mais adiantadas. Enquanto estive em Portugal, recebi mensagens diárias para marcar a SEGUNDA dose. Esta já estava marcada, pelo que a mensagem fez-me confusão. Tal como ditava a lei, ficou automaticamente marcada para umas tantas semanas após a primeira dose - que tomei em Abril. Em Maio telefonei para o número facultado caso quisesse alterar a data porque pretendia viajar já com a segunda dose. Foi-me dito que era IMPOSSÍVEL ANTECIPAR a vacina. Porque não podiam ir contra o sistema informático, que só permitia alterações após quatro ou seis semanas da data da primeira dose. 

Por isso muito me surpreendeu que, chegando exatamente essa data, me andassem a telefonar - porque além de mensagens também me telefonaram, para que fosse tomar a segunda dose de imediato. Ora... estando eu em Portugal, dificilmente poderia receber a segunda dose. E tendo que ficar em isolamento por 10 dias, mais adiada essa dose teria de ficar. 

Se me tivessem dado ouvidos... 

O Bóris, assustado com os números de infeções, decidiu vacinar todos rapidamente. Mas é tarde... e não vai surtir os efeitos desejados. A vacinação não é a cura. Não impede a contração do virus. Existe uma maior ameaça de momento: a variante Delta, 60% mais contagiosa e impossível de rastrear a origem.

Isto é assustador.

Pelos factos, estamos PIOR AGORA  do que durante a primeira fase, sem a vacina, sem o teste. Pelo menos no que respeita à propagação do virus. Essa ganhou mais força. Embora tenhamos alguma arma para o combater - a vacina, é quase como ir para uma batalha munido de uma agulha, quando o inimigo tem espadas.

Resta-nos a vantagem de saber que, com apenas água e sabão, se destrói a sua armadura. 

Mas quem diz que a população gosta de se munir dessas armas??

Por alguma razão a peste Negra afligiu toda a Europa lá em séculos passados...

Limpeza e Higiene era algo pouco importante.

Percebi que estaria em permanente angústia nas próximas 48h, por ter comprado uma passagem na TAP para o dia 22. Decidi então antecipar a viagem para o dia 21, sabendo que tinha de correr com a papelada, pois iria viajar dali a 16h. Alterar a viagem do dia 22 para o dia 21, mesmo tendo adquirido a passagem há menos de duas horas, ia custar mais 100 euros. (Dá para acreditar?). Por causa dos CUSTOS que a TAP cobra por alterações. Ao contrário da Easyjet, a companhia não tem uma isenção de 24h, caso queiras mudar de ideias. Comprar a passagem novamente, custaria cerca de 85 euros. É muito... mas subitamente, quando fui online, o preço desceu novamente para os 65 euros - valor que estava apresentado pela manhã, apenas horas antes. E então decidi comprar. 

Acabei por comprar TRÊS passagens de regresso ao UK, só podendo usar UMA. 

Nisto, chega o dia 21, aterro em Londres, e o Bóris fica MUDO por mais UM MÊS.

Ora, ora!

Ele sabe muito bem o que terá de fazer: fechar tudo. 

Mas como isto mal abriu, e para não ficar mal, por um mês ele vai deixar as pessoas se contaminarem umas às outras, achando que já estão livres para passear e ir onde quiserem... depois, daqui a um mês o verão já terá tido algum tempo para ser gozado, ele vai fechar as portas. Porque se pensa que a vacinação vai ajudar, eu tenho dúvidas...

RESUMO:

Viagem: easyjet: 140euros TAP: 140 euros

Testes ao Covid: 100 (ida) + 100 (volta) + 30 (volta 2)  + 160 (isolamento dia 2 e 8)  = 390 euros

Renovação de documentos de identidade: 100 euros

Consultas médicas: 40 euros

Tudo por duas semanas em Portugal.

Se valeu a pena?
VALEU!

No fundo... é só dinheiro. Este vai e vem.

Mas a possibilidade de estar onde desejo - a liberdade de movimentos - essa vale ouro.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

O Facebook eliminou-me sem mais nem menos!!!

 

Despertei para descobrir que a conta que mantinha no Facebook por anos e anos foi desactivada. Sem mais nem menos, de um momento para o outro e SEM AVISO.  

Acham isto normal?
Numa democracia??

Dizem os americanos que têm a Nação mais livre do mundo. Auto-intitulando-se "defensores da liberdade". E a empresa americana que é o Facebook ELIMINA sem sequer um pré-aviso uma conta de uma pessoa normal, que não fez nada de errado?

 Pergunto-me se a comunista China seria tão extrema! Ao menos neste país sabia com o que podia contar... opressão, liberdade limitada, controlada...

Com este gesto da americana Facebook, passei a nutrir uma certa admiração por quem mostra aquilo que é. Não suporto posições CINICAS, de quem fala em liberdade mas exerce opressão.


Quando fui para aceder à conta que deixei aberta e tinha usado apenas umas cinco horas antes, só apareceu uma mensagem a dizer que tinha sido DESACTIVADA por me fazer passar por uma FIGURA PÚBLICA. 

Mas isto é a sério??
JAMAIS tal pode ser sequer insinuado como verdade. 

Para quem chegou a viver perto dessa eventualidade e sempre fugiu dela, sinto-me até magoada nos meus princípios. Mas com base em que argumentos podem eles afirmar um disparate destes?? 

Acho que é alguém mal intencionado que denuncia o nome umas tantas vezes já que o facebook permite isso e até o incentiva. Como o facebook é algoritmos, eles eliminaram a conta e não querem saber de ir verificar se é verdade ou não

Que conceito de liberdade, justiça e democracia!!

Nos últimos dias não deixei comentários em qualquer publicação. De terceiros só publiquei duas notícias de domínio público sobre a história de Portugal, por as achar por demais interessantes. Na semana passada, estive em directo com vídeos a mostrar a paisagem do Tejo... e nada mais. 

Sempre cuidadosa, sempre sem expor outros ou a mim mesma. E, claro, nunca me fiz passar por nenhuma figura pública!! 

Após meses de quarentena em que fiquei sem computador, vir a portugal deu-me a oportunidade de relaxar a jogar Farmville, um jogo que só existe nesta plataforma. E por isso adormeci lá pela madrugada, a ver filmes antigos e a instruir-me musicalmente, deixando a conta do Facebook aberta. 

Devo ter criado um HATTER algures no espaço de tempo de cerca de uma década em que abri esta conta. O único "candidato" que me lembro sentir ter potencial para fazer isto foi um wanna-be fotógrafo. Uma vez, julgo que durante a quarentena, na sequência de um inocente comentário humorístico sobre um tema leve, surpreendeu-me receber um comentário dirigido a mim, não ao tema, com uma observação presunçosa de quem se acha certinho e correcto. Ao que lhe respondi -fazendo-lhe ver o meu direito numa sociedade livre de me identificar no Facebook com o cognome que quiser - que ele, por usar nome "de gente" (que foi como se referiu a mim) não era por isso mais honesto ou menos mentiroso que aqueles que escolhem não se expor tanto.

Defendo que cada qual se expõe como quiser. Este indivíduo criou uma conta de facebook para se promover. Por isso toda a conta era essencialmente auto-retratos e belas fotos. E, claro, usou o nome pelo qual quer ser conhecido. 

Mas isso não lhe dá o direito de criticar quem não é assim. Eu e muitos outros, nunca pretendi usar o facebook para autopromoção. A rede social era apenas uma ferramenta de comunicação e informação, que comecei a usar apenas para jogar um jogo em comunidade. Nunca ali publiquei uma fotografia minha ou de outra pessoa, a menos que não fosse claro de quem se tratava. Tenho fotos lindas de flores, paisagens... de mim, contra o sol, em silhueta ou de rosto coberto até aos olhos pela máscara facial. O meu nome, porque não consigo mentir, é o verdadeiro, composto de um conjunto de diminutivos. Não expõe a minha identidade a qualquer um que tenha fins obscuros. Só aqueles que eu quero ou sabem quem eu sou têm acesso a me encontrar na rede social. Não o inventei, não menti, não me fiz passar por ninguém. Sou eu mesma. Não sou sequer, uma produção da pessoa que pretendo ser (que é como muitos usam a rede social). E depois está nas regras do facebook: uma pessoa pode criar uma conta com outro nome SIM, desde que não se faça passar por outra pessoa. 

Ora... eu nem interajo com ninguém sem ser a minha família. Falo com uns familiares no messenger. Eles sabem que eu sou eu. Eliminarem-me o facebook por ser suposto estar fazer-me passar por um famoso???

Isto é CALÚNIA e MALDADE.

Discordo com esta postura anti-democrática. O facebook não procura banir os verdadeiros infractores. Permite que qualquer pessoa denuncie outra e como consequência,  parte para a eliminação da conta,  sem sequer se preocupar com a legitimidade ou intencionalidade da denúncia. 
É tão fácil quanto isso gritar: "LOBO!". Os criadores do facebook aceitam isto. Os estúpidos "controladores de conteúdo" do facebook, preguiçosos pelos vistos, limitam-se a eliminar contas sem sequer ver a LEGITIMIDADE das acusações.

Não concordo! Não concordo, não é deontológico, não é democrático. Estão-se nas tintas para o incómodo que isso vai adicionar À vida do utilizador. E o que é pior, é muito facilitador a terrorismo, a ciberbulling... no Facebook qualquer um pode eliminar a conta de outra pessoa, só porque o deseja castigar!

Agora não posso mais aceder aos conteúdos que publiquei "há 8 anos" - como o facebook sempre lembrava. Os vídeos que lá coloquei (dos passeios que dava pelos parques), perdidos. Ainda bem que nunca usei a plataforma para guardar nada mais pessoal. Agora estaria arrependida. Eh pá... curem-se.

Gostava era de lhes escrever uma bela carta a dizer o que penso deles. Mas não posso. Porque estão inacessíveis. 




Por princípio não vou PEDIR para reactivar a conta. 
IMPLORAR, PEDIR para me devolverem o que ilegitimamente me tiraram. Ao que sujeitam uma pessoa cumpridora e responsável... é execrável.

A possibilidade de recuperar a conta existe, SE lhes der um número de telefone. (embora duvide que funcione). Ora, eu não dei um número de telefone quando foi para abrir a conta. Porque haveria de dar agora? O meu princípio rege-se pela preservação de informação pessoal.

Se querem realmente tornar possível a recuperação de uma conta roubada sem qualquer justificação ou LEGITIMIDADE, então permitam que o faça pelo meio com que a abri: conta de email.


Há uns bons anos, para poder jogar Farmville em comunidade, pois ninguém carregava nos links que precisava para progredir no jogo, a solução passou por criar contas duplas, triplas, novas...  no facebook. A única plataforma onde o jogo se encontra a funcionar. 

Era conveniente para a rede social ter este jogo em exclusivo, pois tinha imensa popularidade e o número de jogadores crescia. De tal forma, que prejudicou o mesmo. As pessoas deixaram de se ajudar umas às outras, as tarefas no jogo tornaram-se muito árduas e exigiam muito tempo. Só aqueles com mais de mil "vizinhos" conseguiam jogar o jogo e progredir. Porque alguém, entre mil, sempre carregava nos seus links. Eu e com quem eu jogava, não tinhamos sorte e tinhamos de procurar 1000 links para carregar. Depois estes passaram a CADUCAR passados dois ou três clicks de outros utilizadores. 

O jogo tornou-se árduo e a intenção era só uma: fazer com que a pessoas comprem tokens para progredir, que é o que os pais fazem hoje em dia com os jogos de fortnite das crianças, etc. Passavam-se dias e não recebiamos ajuda. Não dava para progredir ou completar uma tarefa antes do tempo esgotar. O que era muito frustrante. De gratificante, o jogo facilmente passou a frustrante. Para solucionar isso criou-se uma segunda, terceira, quarta conta... para carregar nesses preciosos links e seguir caminho. 

Por isso sei o que é ter outras contas no facebook. Nem por isso usei-as para me fazer passar por outra pessoa. A plataforma é clara: não é proibido inventar nomes, o que é proibido é dar informações falsas ou fazer-se passar por outra pessoa, seja ela figura pública ou não.

Coisa que jamais faria. 

Não entendo. Eu nem gosto de ter o perfil público. Não tenho data de nascimento à vista, não preencho as partes inquisitivas "onde nasceste? Onde estudaste? Qual a profissão? Estado Civil? Nome da escola primária, nome da escola secundária, nome da universidade frequentada, curso e grau" e todos esses excessos de invasão de privacidade. Quando é para comentar algum assunto, faço-o, mas não uso palavrões ou insultos. Não há motivos para terem feito o que fizeram.

Mas já que o fizeram, agora fiquem com ela.
E espero que se danem na bolsa, a curto e a longo prazo.

O facebook desiludiu em GRANDE.

Cuidado. Um dia vai ser o blogger...
o Gmail...

Este universo do ciberespaço é tudo menos correcto.


domingo, 14 de junho de 2020

A regeneradora ida ao parque e o direito à LIBERDADE

Foi no dia 31 de Maio. Decidi sair do ambiente toxico que é a casa, atravessei a rua e fui para o parque.

Estava tao bonito ao pé do lago que decidi partilhar um excerto ao vivo no Facebook.

Foi entao que me ocorreu: porque nao fazer um video do parque?

Tenho muitos excertos mas nenhum video em concreto. Ha um Plano, de uma casa num certo angulo que quero filmar novamente. Com a Luz certa, que e quando o relvado nao tem sombras, so reflete a banhada pelo sol.

Fiz desse mini projecto o meu entretem. Achei que me ia fazer bem voltar a treinar o cérebro para pensar em termos de enquadramentos, planos, sequencias. Ocupando-o com algo bom, ao inves do veneno que me andava a consumir por dentro. Ao ponto de, na véspera, ter quase desistido. Nao via nada de bom no meu caminho, so desgraças.

Enquanto filmava (pouco espaco no telemovel), senti-me bem. Pela primeira vez em dias, nao estava arrasada.

Com cuidados, fui filmando. Como estava sem espaco no telemovel, tive de apagar coisas. Isso levou tanto tempo que o relvado diante da casa ganhou sombras.

Nos bancos em frente do casario, Nao me passou despercebido os homens ali sentados, que me observavam e pareceram incomodados com o meu telemovel erguido na direcao da casa.

O parque estava cheio de pessoas. Naturalmente, tentei fazer os planos sem apanhar ninguem. Mas cada vez que conseguia enquadrar o espaço vazio na lente do telemovel,  alguem aparecia para "invadir" o plano. Um parque sem pessoas não mostra realmente a vida que tem. Por isso até gostei daqueles "figurantes" invasores. Tive apenas muito cuidado para nao mostrar ou apanhar grandes planos e preserver um pouco a identidade.

Agora, se isso é obrigatorio em espacos publicos? Não!!

Se estas num parque e alguem esta a fazer um video do mesmo, apareceres nem que seja de relance pode ser uma eventualidade. Quando se esta em espacos publicos devia-se saber disto.

Contudo, senti por parte de todas as pessoas um certo reparo na minha presenca por estar de telemovel a filmar.

Ao longe, a Malta sentada nos bancos do casario, nem pontos negros eram no video. Mal dava para se notar que ali estava gente. Mas mostraram-se inquietos como se estivesse a fazer zoom nas suas caras.

Quando ia para filmar  o lago, surge um grupo que se mete na frente. O que fiz? Continuei a filmar, de longe em travelling até chegar perto. Ficou ate melhor, porque passei por entre as suas silhuetas. Mas claro eles estranharam um pouco. Nada disseram mas senti-o.

O mesmo aconteceu do outro lado mais resguardado do lago. Estava vazio, preparava-me para descer e filmar de uma certas perspectiva, quando oiço uma voz de crianca que nao para de falar. Quando se filma apanha-se o som e por isso esperei que tivesse de passagem. Mas dirigia-se com a Mae para onde eu me dirigia tambem. O parque é publico, Nao posso esperar te-lo vazio, por isso vou me adaptando. Acabo por as deixar entrar no plano. Mas atrapalham-me os de transicao. A "mae" lanca-me olhares furtivos e percebo que nao gosta de ver alguem de telemovel na mao a filmar as aguas e os patos no lago.

Nao quero incomodar e acabo por seguir para outra area do parque: a relvada. É uma extencao tao vasta que pretendo descobrir como melhor a captar à medida que a vou sentindo.

Nisto uma bola de futebol é chutada na minha direcao. Quase me derruba a scooter.
O problema era que a tinha de vigiar e transportar ao mesmo tempo que fazia o video. Aponto o tm a filmar para o cilindro à medida que o devolvo ao "jogador" e neste movimento, vou dando passos para tras. Sempre atenta, percebo uma mulher de bicicleta, fora da ciclovia e ja na relva. Estranhei mas pedi desculpa e deixei que ela encurtasse o meu plano, pois parei o movimento e a filmagem. Ela vira-se para mim  ela que nem estava em cena, e pergunta, em tom agressivo:

-"Pediste autorizacao para filmar as pessoas no parque? Nao podes filmar pessoas".

Ate aquele momento eu estava bem. Como já não me sentia fazia tempo. Subitamente deixei de estar. Graças a ela, à ignorancia dela e das outras pessoas e por me sentir desrespeitada na minha integridade. Mas limitei-me a desviar o olhar do dela e afastei-me, ignorando-a.

Estragou-me o momento. Que estava a ser regenerador, numa altura em que me encontrava ha varios dias muito deprimida.

Ela deve ter-se sentido vitoriosa. "Ameaçou-me" com a sua atitude e eu "fugi" amedrontada- deve ter pensado. Porque eu estava a agir errado - deve ter pensado. Só que nao estava.

Quase lhe gritei que estava num lugar publico e estava a filmar o parque.  Se queria que nao filmasse pessoas, entao que saissem dali.

Percebi o quanto estava emocionalmente fragil porque esta interaccao deprimiu-me novamente.

Passados tantos anos, (mais de vinte!) Em que estudei as leis sobre isto, ainda vigora a ignorancia. E o que é pior: a ignorancia diante de uma realidade muito mais controlada e video-vigiada.

A cada passo que damos estamos a ser filmados. Provavelmente so no WC é que nao existem cameras instaladas. Cada vez que atravesso a passagem de nivel, ha cameras a filmar. Quando entro em shoppings e supermercados, parques de estacionamento, tudo tem videovigilancia.  Empresas, instituicoes, lugares publicos em espacos fechados etc. Estao a filmar cada movimento teu.

E NÃO usam equipamento reles, como um telemovel que nao capta o rosto das pessoas. Mas é dos telemoveis que as pessoas revelam uma fobia estupida.

Nao podem ver uma pessoa a segurar um numa posicao estranha, que logo pensam estar a ser filmados. E sentem-se roubados do seu direito. Mas nao pensam nesse mesmo direito à privacidade quando se passeiam pela Primark, e estao tao à vontade em cafes e esplanadas que exibem comportamentos de foro mais privado, como meter o dedo no nariz, por exemplo.

Essas cameras que os vigiam, (porque é VIGILANCIA nao é filme inocente), essas sim, na pratica, estao a remover a privacidade. Mas como estao fora de vista, ou escondidas... no teto, ninguem se incomoda. Fazem zoom ate os pelos dentro do nariz de uma pessoa, mas nao tem problema.

O problema é um individuo num lugar publico aberto e solarengo, com o seu telemovel, a gravar um dia belo.

E depois tem a estupidez Humana. Alem da ignorancia. E que o ser humano e tao estupido que se a camera que o filmasse fosse daquelas profissionais, e houvesse uma equipa de duas ou quatro pessoas de volta da filmagem, isso ja nao as repele. Ao inves disso, Atrai. Fazem por aparecer. Se for uma equipa de reportagem, tentam aparecer no enquadramento. Se for um filme, meter o nariz e tentam tambem chamar a atencao da camera.

Aparece uma pessoa com um telemovel e estas mesma pessoas ficam iradas. Porque so entao lhes interesse pensar em preservar o seu direito à privacidade.

Burros.

Bom, mas isto para informar que nao e proibido tirar fotografias ou fazer videos  em LUGARES PUBLICOS.

Estao a imaginar um grande concerto? E voces la no meio da multidao a tirar selfies?
A registar a multidao?

Nao vem mal algum nisso, pois nao? Acham natural, se calhar nem pensam que pode "invadir a privacidade" alheia.

Parques e jardins? A mesma coisa.
Nao é proibido. É legal.

O ilicito esta na intencao. Se alguem parecer focar-se em alguem em particular, ou numa crianca, ai é outro tipo de registo. Nao se dece VIGIAR alguem. Mas quando se esta a filmar um dia na Praia, no parque, um passeio em torno do lago... give me a brake!

Ganhem juizo, pessoinhas.
Pensem.
Pensem.

Façam como eu, que me removo do lugar ou viro a cabeca cada vez que alguem esta a tirar uma foto e penso poder estar no enquadramento. Quantas vezes so por atravessar a Praça do comercio do arco da rua Augusta ate o cais das colunas nao fui eu "vitima" de flashes?

Devo estar nas fotos e videos de uns 100 turistas.
Porque o espaco é publico. E todos podem tirar fotos nele.

Se nao fosse assim, viviamos numa ditadura, onde possuir equipamento de registo audiovisual seria um crime com pena de prisão por ser encarado um atentado ao Estado.

A LIBERDADE tem muitas caras.
É preciso defender as CAUSAS CERTAS.

E isto aplica-se tambem à actual situacao das manifs contra a autoridade /o "racismo". Nao se deixem agora levar por manobras de distracao. Precisamos da policia hoje mais do que ontem. E dos bons! Nao a hostilizem ou diminuam. So se faz isso com legitimidade, nao com leviandade.

Agora que o governo quer levantar restricoes ao Covid, a este virus mortal que ainda nao nos abandonou, precisamos da policia para repor a ordem e manter a seguranca.

Quem vai fazer isso?

Nao podemos deixar tudo à merce dos vândalos. Nao alimentem odio.

Tambem estao a sair da quarentena tudo o que é bandido, infractor, carteirista, ladrao.

E todos eles estao com "sede e fome" para voltar a praticar os seus atos. Querem roubar, assaltar e ate pior.

Vai ser esse rapazinho a segurar no cartaz "policia bom é policia morto" que vai dar o peito as balas?

Pela LIBERDADE e PELA ORDEM.
RESPEITEM-SE.








quinta-feira, 9 de maio de 2019

Isto é racismo ou uma infelicidade?


Um apresentador da BBC foi sumariamente demitido por ter feito este tweet


Acusações de RACISMO caíram-lhe em cima. O tweet foi logo apagado e o profissional pediu desculpas, justificando que só pretendia parodiar o "circo" mediático. De nada lhe adiantou. O seu acto foi punido radicalmente: despedimento. 

Virou párida!

Quem o vai contratar agora, que toda a nação o condena e foi publicamente demitido?


Eu pergunto para onde caminha o mundo quando este disparate acontece. É mais importante não levantar ondas, não chatear ninguém, publicar coisas que não levantem consternação, do que aceitar que a vida também traz humor, que as pessoas cometem erros, que vão dos pequenos aos grandes. 

A BBC emitiu de imediato uma declaração:
"Foi um erro grave de julgamento e vai contra os valores que nós, como estação, pretendemos incorporar"

LOL. Um erro grave, contra valores. Nada de reprimendas, nada de um aviso "da próxima vez...". Não. Tocou na família real, cortem-lhe a cabeça!

Mas o pior é que as instituições, nomeadamente a BBC, pensa como muitas hoje em dia:

"está a levantar problemas? Temos de afastar a imagem da nossa empresa desse berbicacho! Envia um comunicado a dizer que estamos consternados, foi um acto isolado da exclusiva responsabilidade do indivíduo e que não nos identificamos com o que ele fez. Demite o gajo já!". 

Quero saber onde está o racismo?
O que é racismo, afinal?
Racismo contra o chimpanzé
Onde está a descriminação por cor de pele?


Também há umas semanas o New York Times removeu um cartoon sátiro de um cartonista português exibindo a mesma atitude de subserviência e RECEIO. "A imagem era ofensiva e foi um erro publicá-la" - disse o "conceituado" jornal. 

São uns vendidos. 

Je suis Charlie.
Sempre


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Ainda sobre as touradas...vamos ao circo?


Assusta-me a sociedade que clama ser esclarecida e justa, quando apenas segue o «politicamente correcto» .

O mal que daí advém pode ter consequências tão perniciosas que para mim só encontram equivalência "naquela" doença: Tal como um cancro, aparece como coisa boa, mal se nota, cresce vertiginosamente em questão de dias e quando se vai a ver, pimba! Já fez todo o mal que podia causar, de forma devastadora e impiedosa.

Reflicto nisto. No porquê e fundamento das acções humanas. Porquê são as touradas agora alvo de calorosas críticas, chocantes contra-manifestações envolvendo sangue e alvo de um discurso na sua maioria, repelente, vil, odioso?

É desta forma que o Ser Humano gosta de colocar o seu ponto de vista?
Quando me oponho a algo, é assim que hajo? Destilando ódio e incompreenssão, escudando-me no facto de achar que tenho razão e faço parte de uma maioria? A coragem em ir contra uma ideia, uma instituição, uma prática, é maior se não fores minoria?

Choca-me a linguagem de um certo tipo de "oposição". Como posso identificar-me com alguém que, naquilo que clama ser a defesa de um animal, deseja a morte aos seus semelhantes?

Uma coisa é respeitar a vida no seu todo e pedir para que um espetáculo como a tourada, que envolve um animal a ser espetado, remova a parte do seu sofrimento. Outra é exibir comportamentos de ódio, clamar palavras de morte. 

Isto de alguém achar-se "dono da verdade absoluta" escudado que se sente por estar naquele lado da sociedade "politicamente correcta", sentido que faz parte de uma maioria e sentindo-se protegido e apoiado, pode ser socialmente extremamente pernicioso. 


Choca-me ver publicações no facebook a mostrarem um touro a pular as bancadas, a subir os degraus e misturar-se com a multidão e ler "BEM FEITO! SÓ TÊM O QUE MERECEM!", "FEZ-SE JUSTIÇA DIVINA".

Mas isto é coisa que se diga?? Pessoas em pânico a quererem fugir com medo de serem magoadas por um animal com quilos de peso e uma enorme força e estes "seres humanos" inundados de uma bondade tão grande que se preocupam e lutam para salvar qualquer animal de um qualquer sofrimento não hesitam - é que não hesitam - em abrir a boca para desejar a morte, sofrimento ou mutilação de uma multidão de pessoas. Onde se podem encontrar crianças, adolescentes, velhinhos, adultos, jovens... até o pai deles. Não querem saber. O politicamente correcto que não reflecte, que não procura entender as razões e os motivos para algo, que não escuta o outro lado e não abre um diálogo para se fazer entender e ser entendido, porém impõe, ASSUSTA-ME.

E são cada vez mais, os ignóbeis.

Não as considero nobres defensores de coisa alguma, se para defender uma causa, desejam, celebram ou se satisfazem com a desgraça ou morte de pessoas.


Na tourada não há "maus" nem "bonzinhos". Existe uma prática muito semelhante a qualquer outra desportiva, mas envolvendo um animal. Não é caça à raposa - onde cães são usados para matarem as ditas, não é tiro aos patos... é tourada. Tourada é talvez uma das poucas actividades envolvendo Homem e Animal em que o Homem realmente se coloca em risco. Tiro aos patos só coloca os patos em maus lençóis. O homem só tem de ser paciente e ficar deitadinho... não é para todos. Caça à raposa? A mestria está na capacidade do homem em saber aguentar-se bem em cima de um cavalo por horas e horas sem se acidentar e na forma como treinou o seu cão. Tudo isto para no final do dia ver se consegue atingir o seu objectivo. Quem é que vai vencer? O caçador ou a sua astuta presa? Estas actividades têm a sua razão de ser, não acho que deviam ser proibidas. Apenas controladas, para que sejam executadas de forma a não prejudicar a população animal nem permitir abusos da parte do Homem/caçador. 

Na tourada, é tudo o que descrevi acima com a diferença do animal poder retaliar. É talvez a única prática de que me recorde em que existe essa possibilidade. Aos patos e às raposas nem sequer é dada essa chance. Eles só tentam fugir. Na tourada, o objectivo é o confronto com o animal. O homem, confiante na sua vitória, na sua perícia adquirida pelo treino. Mas sempre sem ter a certeza diante da besta...

A tourada é só uma outra forma das muitas que o ser humano inventou  durante a sua existência milenar para se desafiar, para se testar, para proporcionar espetáculo, para exibir as suas adquiridas capacidades de mestria em determinadas áreas. 

Os "maus" que encontro em tudo o que é exemplo que possa me lembrar, são as pessoas que se acham as donas da verdade absoluta e se tornam fechadas e intolerantes. Continuamos a ser os piores animais à face da Terra. Agora "civilizados" e muito longe das necessidades primárias de caçar para comer, de matar para se manter vivo, agarramos-nos ao "desporto" do SOCIALMENTE CORRECTO. Desporto esse, muitas vezes executado sem sair da cama ou do sofá.

Se um dia tudo regredir às necessidades ancestrais, e desaparecer a eletricidade, que é o que nos permite ter tudo do que dependemos, estas pessoas vão ser as primeiras a se tornarem umas selvagens. A matar para comer, querendo lá saber do sofrimento e do sangue... 

Não me identifico com aqueles que acham que não fazem nada de errado ao desejarem a morte de uma pessoa só por essa pessoa ter escolhido como actividade a profissão de toureiro. Não me identifico com palavras de intolerância extrema, de CONTENTAMENTO pela morte do semelhante. Posso não sentir simpatia por tais práticas mas se existem, porquê existem? Desde quando? Para que servem? Faz mal existirem? Devem ser eliminadas? Podem ou devem ser alteradas?

Existem uma série de questões que trazem ao de cima a vontade de um diálogo e de um debate. Torno-me mais tolerante se conseguir resistir à tentação de me juntar à "manada" do socialmente correcto, que vê o mundo apenas com duas cores: o preto e o branco. 


*Nota:
Procurando ilustrações da caça à raposa, desporto popularizado como britânico, descobri que a prática foi PROIBIDA em terras de sua Majestade em 2005. Muito antes disso, já era proibida na Escócia. Em Portugal é permitida. A viver no Reino Unido, sinto muito mais na pele os efeitos perniciosos do "socialmente correto" e sei que fica-se mais vulnerável como cidadão a práticas de injustiça e abuso. Vai-se lá entender! Mas é verdade. Aqui na terra que votou no Brexit por motivos pouco políticos, não há instituição pública ou privada onde não sejas invadido com cartazes a "avisar" que não se toleram comportamentos "abusivos" com o staff, e que é esperado de ti um comportamento exemplar. WTF?? Estão a tratar a população como crianças acéfalas?? É insultuoso, mas eles não se dão conta o quanto. Já passaram da barreira da compreensão. Estes "recados" em tom de ameaça (dizem que chamam a polícia caso não te comportes) estão mais para o comunismo do que para a democracia. A verdadeira LIBERDADE está na possibilidade de DECISÃO. De opção e de BOM SENSO de parte a parte. Proibir, deve-se proibir medidas extremas e definitivas que podem, a longo termo, provarem-se erradas - como a pena de morte, a posse de arma de fogo sem medidas de controle eficazes (EUA) ou o uso da bomba atómica. Para o resto sou cada vez mais defensora da LIBERDADE DE ESCOLHA. É esta e o bom senso que constituem a verdadeira democracia. 

domingo, 26 de junho de 2016

Liberdade de imprensa e o lado do microfone


Ao deparar-me no facebook com uma partilha de uma página que pedia a "todos" para bloquear a CMTV no canal MEO, percebi uma coisa muito importante que está a ser negligenciada nesta história toda do microfone lançado ao lago: A liberdade de Imprensa.


Digam-me: vocês têm noção do quanto existir liberdade de imprensa é importante para a sociedade? 

É quase como oxigénio - na minha opinião.


Tão importante quanto respirar!


E é por isso que agora largo o humor atribuído a esta história e vou falar do ponto de vista do «micro». Não interessa se é a CMTV, a SportTV, a BenficaTV... 


 Um repórter tem um trabalho a realizar. Cabe-lhe tentar chegar o mais longe que conseguir, para trazer mais informação, para fazer uma melhor cobertura de um acontecimento, etc. 

Ao ver a página a pedir para bloquearem o Canal só por causa deste incidente, cheirou-me claramente a censura. A abuso de poder. E não gostei. Acho bem mais escandaloso do que qualquer outra coisa até então relacionada com este episódio. Estão a incentivar um boicote com base nisto?? E os insultos que o «pasquim», como gostam de o referir, tem sofrido desde então? 


É o Ronaldo uma máquina de merchadising inatingível, todo poderoso, que não pode ser arranhada? É crime um repórter legalmente credenciado chegar perto da «vedeta» e lhe fazer uma pergunta cliché?

E decidem que a penitência por tamanha ousadia passa por insultar o repórter, a estação para qual trabalha e sancionar/censurar um meio de comunicação social. E este, seja qual for, é um pulmão português. 

Hoje foi a CMTV, amanhã vai ser outro qualquer que interfira com o humor do cacre. É isso?

Censura...

É isto que as pessoas acham certo?



Ronaldo não é mais que ninguém. E neste aspecto tenho de concordar com as palavras da Ana S. no seu blogue Escrita Desajeitada - ela que escutou em direto uma destas «espécimes» defensoras a todo o custo dos comportamentos das vedetas. 

Que muitos estejam dispostos a se juntar ao fanatismo ou que a máquina de celebridade do Ronaldo esteja tão bem oleada que possa gerar estes movimentos "anti-qualquer coisa", é ao mesmo tempo assustador e um atentado à Liberdade

Ronaldo até pode ter tido as suas razões. Mas são dele. Os teleespectadores em casa não têm nenhuma. Queixam-se do quê? De poderem estar confortavelmente sentados no sofá da sala enquanto 22 tipos correm por um campo de futebol atrás de uma bola? E de poder assistir com detalhes ao ponto de perceberem cada gota de suor que lhes corre no rosto? 


Curem-se. 


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Não deixem morrer Charlie

Fez-me confusão que em menos de UM ANO, começasse a ver pelos pequenos media movimentos que, "cansados" da expressão "Je suis", decidiram ridicularizá-la. Para os que já esqueceram e para os que NUNCA ENTENDERAM o significado de «je suis charlie» e se cansaram com a repetição (tadinhos, atrapalhou os seus posts sobre roupa, e instagram weeks), aqui ficam uns desenhos. Pode ser que desta forma entendam.







Brilhante










UM LÁPIS, várias velas. Mensagem soberba!


  

O AMOR É MAIS FORTE QUE O ÓDIO
o perdão da redação Charlie Ebdo
ousadamente ilustrado com um simples beijo.

A maggie sempre foi a mais inteligente da família...



A liberdade é a MAIOR ARMA que as pessoas de paz têm contra o terrorismo. "Je suis Charlie" foi um momento especial de união global, representou um batalhão de gente armada com a paz a fazer frente aos senhores do terror. E todos, juntos, afirmaram: "Não temos medo". Coragem, determinação e união. Decerto deve ter colocado muitos terroristas a tremer nas pernas. Sim, porque não tenho dúvidas: os cobardes tremem.

Se Charlie morrer, morremos todos nós.
Pensem seriamente nisto.