Metereologia 24 h

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sexta-feira, 16 de outubro de 2020

O politicamente correcto é ser CUMPLICE por omissão?

 

Ele não presta! - disse-me a M., referindo-se ao novo inquilino.

Ela havia acabado de chegar a casa. Ele tinha acabado de comer e subir ao quarto. Quis saber o que se passava. A M. ficou escandalizada por ele ter deixado restos de comida dentro do lava louça. Tirou uma fotografia e vai enviar à agência para se queixar. Tal como fez com o JA.

Sabem o que eu pensei quando ela me disse para ir espreitar o lava louças e fez aquela cara de censura extrema? 
-"Tu fazes o mesmo".


Nunca que ela remove os restos de comida. Já falei disso aqui, não já? Sei que sim, mas se calhar foi no único rascunho no qual desabafei tudo, sem publicar. Até o rapaz uma vez me mencionou isso. Mas nós relevamos. Ninguém é perfeito e temos de ir fechando os olhos a coisinhas aqui e ali. 

É que não quero receber aqueles comentários: "Se calhar o problema és tu e vais ter problemas em todas as casas" 

Como se eu não tivesse capacidade para ser compreensiva e ainda assim também ter vontade de desabafar o que não me agrada. Um anónimo deixou hoje este comentário no meu post sobre ajudar os outros:

Porque não pratica essa teoria dentro de casa? Ser generosa sem esperar nada em troca? Já tentou ser mais generosa e compreender que cada ser humano é diferente e aceitar isso? Enquanto isso não acontecer nunca vai viver bem em grupo, seja nessa casa, na anterior ou numa no futuro! 


Adoraria publicar este comentário no post em que foi deixado não tivesse reparado que é anónimo. Porque acho que quem não tem colhões para se identificar quando sabe que vai escrever algo que a outra pessoa pode ou não gostar de ler, é porque no fundo não quer ajudar. Só quer criticar. 

Além disso, considero esta observação desadequada. Se eu não tentasse compreender as diferenças de cada um não me metia em metade das alhadas que acabo por viver. Pessoas como a M. sabem bem de quem gostam e de quem não gostam. É uma forma de ser. Agora, tal como é sugerido pelo anónimo: elas tentam compreender alguma coisa? Não. Vai começar uma campanha interminável de censura e de perseguição com vista a fazer com que o novo inquilino saia daqui.

Foi o mesmo que fizeram comigo. Dá para entender isso?
Não acho correcto. Seja eu o alvo ou só o observador.

Penso que o melhor seria falar, primeiro apontar para o que nos incomoda e pedir para a outra pessoa ter mais cuidado da próxima vez. E não ir a correr fazer queixinhas a todos os outros colegas e há agência. Primeiro dá-se oportunidades às pessoas, só depois, se estas não perceberem, é que se pode decidir cortar de vez. Ou estou errada. Acho que estou. Sinceramente, acho. Por tudo o que já vivi. 

Mais uma vez, passei por isso também noutra situação. O de ser cortada. E até hoje me dói. 

Sim, mas devo ser eu que estou errada. Tenho a certeza que sim.
Os que discriminam dão-se bem e eu vou-me incomodando ou recriminando estes comportamentos e dou-me mal.

Ao menos desta vez não é comigo. Não sou o alvo. E nunca vou ser. 

Devo ficar contente com isso.

É deixar andar. Fico no meu canto. 


sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Serão as hormonas?


No emprego passei por uma situação...
Então não é que me deu uma coisa?

Peço que me expliquem, quem já passou por isto. É estranho mas... sabemos nós, mulheres, que por vezes "dá-nos" umas coisas, geralmente perto da altura da menstruação descer. Um supervisor chegou-se até mim e disse:
-"Portuguesinha, na segunda-feira tu colocas-te duas encomendas no sítio errado e estavam à espera delas noutro. Tu falas muito e acho que é por isso. Quero que te foques".
- "Claro" - respondi-lhe.

Cada vez que algo falha no emprego, que seja de minha responsabilidade, sinto-me triste. Mas concordei e não levei a mal. Acontece, todos erramos uma vez ou outra. A segunda-feira foi um dia muito cheio de trabalho, com confusão pelo meio, muitos a dar ordens, a trocar as coisas dos lugares onde as tinha estipulado, etc. Não levei a mal o que disse, mas depois as palavras ditas começaram a afundar dentro de mim e a ecoar dentro do meu ser. E subitamente mudei de temperamento. 

Senti-me revoltada. 

Porquê? Porque não achei correcto da parte dele concluir que cometi uma distracção por "falar demasiado". No máximo, falar demais torna-me mais lenta, mas não menos focada. Acho que ele aproveitou a ocasião para "meter" essa crítica e isso revoltou-me mais. Mas concordo com ele, no que respeita a falar um pouco em excesso. Eu própria já havia chegado à mesma conclusão e não estava a gostar muito. Até nisto estou a deixar de me reconhecer. Sempre fui meio calada - todos me censuravam por isso. Agora dou por mim a falar, por vezes nada de relevante... Não é só fisicamente que já me estranho, existem outras características que também mudaram muito. 

O erro até podia não ser meu, já que muitos mexem nas encomendas e trocam-nas de lugar. Quem garante que isso não aconteceu? Fiquei ainda pior ao recordar os erros diários cometidos pelo rapaz que está para regressar de férias. Erros esses ainda em efeito já com ele dias fora. Que notasse, ele não era repreendido. O que vi foi a sua preguicite aguda passar impune e ainda ser acobertada por este superior com quem ele partilha a nacionalidade polaca, mais um outro. 

Não me incomoda que me chamem a atenção, sei que é para meu bem. Mas então porque quem comete erros amiúde não recebe o mesmo trato? Senti-me injustiçada e a revolta espalhou-se mais em mim. 

O meu "falar demais" não surge do nada. Tem uma origem bem intencionada. 
O novo rapaz quando chegou, não abriu a boca. Não fez uma única pergunta o dia inteiro. Não se apresentou, ficou parado por duas horas, à espera que alguém lhe desse atenção, lhe atribuísse uma tarefa. E talvez por isso mesmo, ninguém quis saber dele. O que estranhei, visto serem todos tão afáveis. Eu, que tenho um cromossoma defeituoso de "mãe-vai-e-ajuda", dirigi-lhe a palavra, perguntei-lhe como se chamava, expliquei-lhe como as coisas mais ou menos funcionavam por ali e procurei incutir no rapaz - que revelou pouca vontade em fazer o que fosse - um pouco de gosto e a sensação de ser útil. 

Isto sem me armar em autoridade. Foi só mesmo para ajudá-lo a se inserir. Afinal, aquilo é um grupo de pessoas boas e descontraídas, que passam o trabalho todo a rir, a fazer piadas, a meterem-se uns com os outros... Mas o rapaz, mudo e calado, com ar sério, sem uma única tentativa para mostrar interesse por alguém ou alguma coisa, destoou. Talvez por isso, depressa os restantes nem lhe prestaram atenção. Ficou horas de pé, com ar perdido, não fez absolutamente nada nem mostrou ter iniciativa. Aquilo mexeu com a minha noção de cordialidade e dever. Identidade portuguesa, talvez? Em suma: acabei por ser a pessoa com quem ele gosta de falar. Acho que ele não troca mais do que três palavras com outros, por não se interessar. Eu elogio-o aos outros e elogio os outros a ele, estabelecendo assim pontes de comunicação. Depois de o inserir, afastei-me para outras funções, e deixei-o para ser ensinado pelo outro rapaz. Os dois não pareceram trocar muitas palavras. 

Ele é boa pessoa. E não é nada de fugir ao trabalho, como deu a entender. Ou talvez isso seja por minha influência, que o tratei bem sem o julgar e o elogiei. Não sei. Mas sei que é boa pessoa, bem melhor pessoa e trabalhador do que dá ares de ser. Não é rápido, mas é confiável, prestativo e não te deixa na mão. É lamentável que o julguem sem perceberem bem o que ali está. 

Como trabalhamos juntos, é natural que estejamos na conversa. O próprio meio incentiva isso com os exemplos dos outros que nos rodeiam. Mas confesso: gosto quando chega a hora de almoço e ele parte. Gosto de ficar sozinha aquela hora, concentrada nas tarefas que executo. É quando lhe dou mais "gás".

Preparava-me então para esse começo quando o supervisor disse-me aquilo. Foi rápido, porque a sua superiora logo o "desviou" dali, por algum motivo. Acho que ela percebeu que existiu ali um aspecto que foi longe demais. Aquela ali tem olhos de gavião e sentido de oportunidade de relógio suíço. É liberal mas aparece sempre atrás de mim nos únicos instantes em que pretendo fazer uma chamada telefónica e a única vez que perguntei se podia imprimir algo no computador, após andar três semanas a aguardar o melhor momento. Lá estava ela, silenciosa, atrás, a observar se aquilo com que me ocupava fazia parte da função. 

Irra!

O outro desaparecia por quartos de hora, horas... e ninguém o marcava como esta me marca. Parece jogadora de futebol em campo: está sempre a controlar os horários e a fazer de tudo para que não existam mais horas extra. 

Sei que quando a ela me "queixei" do rapaz, não era só ele que ia ficar de "vigilância", seria eu também - se não principalmente. Ele continuou sem nada fazer e eu... até sinto que tenho as dias ao WC controladas. Tudo isto subiu-me ao pensamento, mais as experiências de vida e... fiquei cheia de raiva. 

Fiz o trabalho todo speedado, sem me preocupar muito com detalhes. A atirar ruidosamente com as coisas... embora não de propósito. Simplesmente não querendo saber. 

Comecei a pensar que a minha alteração súbita de humor tinha algo mais que sensação de injustiça, tinha também uma origem hormonal. A pré-menopausa deve andar a rondar e essa ideia também me deprime. 

Passada a hora, o rapaz regressou e então fui eu almoçar. Estava tranquila, relaxada, fui para o jardim, despedir-me daquele cantinho... Levei uma salada fantástica que tinha preparado anteriormente, com "tudo" dentro. Relaxei e comi bem, nem sequer estava a pensar em problemas.

Regresso ao emprego e...
Raiva.

Será hormonal??

Todos me perguntavam se eu estava bem e eu a pensar que estava. Só não sorria por tudo e por nada, como é habitual. Aliás, se eu não sorrir tenho um ar terrivelmente sério, cansado ou aborrecido. Comecei a sorrir como uma pateta alegre para ver se assim deixava de ser consideravelmente bombardeada com este tipo de questões. Não é culpa minha que quando estou relaxada, os meus lábios tenham os cantos de boca para baixo e os olhos tenham olheiras. 

Nisto alguém me diz algo insignificante e eu sinto os meus olhos a lacrimejarem. Assusto-me. Disfarçadamente sigo para ao WC. Quando vejo o meu olhar ao espelho tenho os olhos vermelhos! A minha mãe tem razão: quando estou mal nota-se logo pelos olhos.

Mas o que podia fazer? 
Olha o que me havia para dar... Chorar??
Estava fora de questão!!

Não ia por-me ali a choramingar. Ia aguardar até chegar a casa e então chorar o quanto me apetecer. 

Consegui recuperar-me, secando os olhos aguados em frente à ventoinha. A vermelhidão também desapareceu. Até outra pessoa me perguntar: "O que tens?" Aí respondi que estava preocupada. "Com o quê?" - quiseram saber. "Com o emprego". 

E é verdade. Dentro de mim está a ansiedade, o receio, o temor... de passar por tudo o que passei no passado. O temor de voltar a estar sem um bom emprego até o próximo verão... Medo, temor, desespero.

Assim que mencionei a palavra "emprego", vieram-me lágrimas aos olhos e "fugi" discretamente para o WC. Novamente. 

Caraças!

Isto tem também um quê de hormonal, não acham?
Não é só as más experiências de vida e os traumas por elas deixados. Temo estar perto da menopausa.

Que dizem vocês?



quinta-feira, 9 de maio de 2019

Isto é racismo ou uma infelicidade?


Um apresentador da BBC foi sumariamente demitido por ter feito este tweet


Acusações de RACISMO caíram-lhe em cima. O tweet foi logo apagado e o profissional pediu desculpas, justificando que só pretendia parodiar o "circo" mediático. De nada lhe adiantou. O seu acto foi punido radicalmente: despedimento. 

Virou párida!

Quem o vai contratar agora, que toda a nação o condena e foi publicamente demitido?


Eu pergunto para onde caminha o mundo quando este disparate acontece. É mais importante não levantar ondas, não chatear ninguém, publicar coisas que não levantem consternação, do que aceitar que a vida também traz humor, que as pessoas cometem erros, que vão dos pequenos aos grandes. 

A BBC emitiu de imediato uma declaração:
"Foi um erro grave de julgamento e vai contra os valores que nós, como estação, pretendemos incorporar"

LOL. Um erro grave, contra valores. Nada de reprimendas, nada de um aviso "da próxima vez...". Não. Tocou na família real, cortem-lhe a cabeça!

Mas o pior é que as instituições, nomeadamente a BBC, pensa como muitas hoje em dia:

"está a levantar problemas? Temos de afastar a imagem da nossa empresa desse berbicacho! Envia um comunicado a dizer que estamos consternados, foi um acto isolado da exclusiva responsabilidade do indivíduo e que não nos identificamos com o que ele fez. Demite o gajo já!". 

Quero saber onde está o racismo?
O que é racismo, afinal?
Racismo contra o chimpanzé
Onde está a descriminação por cor de pele?


Também há umas semanas o New York Times removeu um cartoon sátiro de um cartonista português exibindo a mesma atitude de subserviência e RECEIO. "A imagem era ofensiva e foi um erro publicá-la" - disse o "conceituado" jornal. 

São uns vendidos. 

Je suis Charlie.
Sempre


domingo, 26 de junho de 2016

Liberdade de imprensa e o lado do microfone


Ao deparar-me no facebook com uma partilha de uma página que pedia a "todos" para bloquear a CMTV no canal MEO, percebi uma coisa muito importante que está a ser negligenciada nesta história toda do microfone lançado ao lago: A liberdade de Imprensa.


Digam-me: vocês têm noção do quanto existir liberdade de imprensa é importante para a sociedade? 

É quase como oxigénio - na minha opinião.


Tão importante quanto respirar!


E é por isso que agora largo o humor atribuído a esta história e vou falar do ponto de vista do «micro». Não interessa se é a CMTV, a SportTV, a BenficaTV... 


 Um repórter tem um trabalho a realizar. Cabe-lhe tentar chegar o mais longe que conseguir, para trazer mais informação, para fazer uma melhor cobertura de um acontecimento, etc. 

Ao ver a página a pedir para bloquearem o Canal só por causa deste incidente, cheirou-me claramente a censura. A abuso de poder. E não gostei. Acho bem mais escandaloso do que qualquer outra coisa até então relacionada com este episódio. Estão a incentivar um boicote com base nisto?? E os insultos que o «pasquim», como gostam de o referir, tem sofrido desde então? 


É o Ronaldo uma máquina de merchadising inatingível, todo poderoso, que não pode ser arranhada? É crime um repórter legalmente credenciado chegar perto da «vedeta» e lhe fazer uma pergunta cliché?

E decidem que a penitência por tamanha ousadia passa por insultar o repórter, a estação para qual trabalha e sancionar/censurar um meio de comunicação social. E este, seja qual for, é um pulmão português. 

Hoje foi a CMTV, amanhã vai ser outro qualquer que interfira com o humor do cacre. É isso?

Censura...

É isto que as pessoas acham certo?



Ronaldo não é mais que ninguém. E neste aspecto tenho de concordar com as palavras da Ana S. no seu blogue Escrita Desajeitada - ela que escutou em direto uma destas «espécimes» defensoras a todo o custo dos comportamentos das vedetas. 

Que muitos estejam dispostos a se juntar ao fanatismo ou que a máquina de celebridade do Ronaldo esteja tão bem oleada que possa gerar estes movimentos "anti-qualquer coisa", é ao mesmo tempo assustador e um atentado à Liberdade

Ronaldo até pode ter tido as suas razões. Mas são dele. Os teleespectadores em casa não têm nenhuma. Queixam-se do quê? De poderem estar confortavelmente sentados no sofá da sala enquanto 22 tipos correm por um campo de futebol atrás de uma bola? E de poder assistir com detalhes ao ponto de perceberem cada gota de suor que lhes corre no rosto? 


Curem-se. 


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Manter a casa limpa


Estava a pensar deixar os comentários neste blogue com publicação imediata. Afinal, durante estes 8 anos, recebi pouco spam e nunca apanhei com um comentário mal educado, maldoso, agressivo, ofensivo. Porque não deixar fluir? O universo tem maneiras de nos explicar porquê... 

Lá apareceu a excepção. E pelos vistos, pode ser daquelas que te «persegue» obsessivamente por outros cantos. Lamentável. Por causa de uns sem-educação, que se autoproclamam melhores e mais inteligentes, pagam todos. 

Os comentários vão continuar a ser publicados após aprovação. É apenas sensato. 
É como gostar de manter a casa livre de sujidade.