segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A velhice, o emprego e a minha pensão

Quando ingressei no mercado de trabalho senti quase de imediato dificuldade. Antes mesmo do contrato de trabalho acontecer, disponível apenas fora da área de formação, primeiro surgiram os ditos "estágios". A grande maioria não remunerados ou apenas fornecendo despesas de deslocação. Estes estágios de poucos meses eram largamente praticados pela maioria das empresas na área, que assim beneficiavam dos conhecimentos frescos e recentes dos jovens a preço de nada. A "experiência" obtida pelo estagiário - muitas vezes de pouca relevância prática - foi a cenoura apresentada diante dos seus olhos. No final do tempo de estágio, o estagiário sabia que ali a sua estada ia terminar, pois ficava mais económico para a empresa colocar um outro estagiário nas mesmas precárias condições e assim continuar a usufruir de matéria prima jovem, motivada e com ideias novas, a custo zero. 

Os estágios foram outra forma de adiar o óbvio da crise que viria claramente a assolar esta primeira razia de juventude formada no ensino superior, pós 25 de Abril. Eles adiavam a constatação de que o volume de emprego não suportava a quantidade da procura. Principalmente a procura qualificada. As universidades estavam a formar jovens que não teriam espaço no mercado laboral. Mas enquanto isso, adiava-se a fácil constatação do problema, visto que uma licenciatura durava seguramente cinco anos. Cinco anos de contribuições de propinas e despesas relacionadas com o investimento. 

Quando comecei a trabalhar, antes mesmo até, estava cheia de energia, de vontade, cheia de capacidade para trabalhar muito. E já tinha uma boa noção no que me ia meter e como as coisas funcionam. Não era ignorante, embora fosse ingénua mas mais por ter bom coração e ser no fundo uma pessoa idealista do que por ignorar o que me rodeia. O que mais queria era começar a trabalhar e nunca mais terminar. Fazer os meus descontos religiosamente e o quanto antes, para garantir alguma segurança na velhice. 

Mas os primeiros anos foram decepcionantes na medida em que os empregos surgiram intercalados por meses sem emprego. Os contratos de trabalho precários, a prazo, que ditavam que ao fim de "X" tempo ias embora. Os empregos obtidos através de empresas de contrato de trabalho temporário. Ninguém contratava diretamente, ninguém oferecia boas condições de remuneração, todos exigiam horas extra gratuítas. Fui para o estrangeiro, por gostar da função, mas também ela era temporária. Quis ficar por lá,  mas a família fez-me voltar. Retomei a procura por emprego. Nada fácil. E assim se passaram os primeiros cinco anos, depois os primeiros dez. Empregos precários, intercalados por períodos de desemprego. Os tais descontos que queria fazer são hoje uma realidade distante. Descontei tanto quanto não descontei. Não por vontade, mas por circunstância. Não vou poder contar com a segurança dos descontos para assegurar a velhice. Isso me preocupa mas já o constatei como uma realidade dura que aí vem. E toda a velhice merece ser assegurada financeiramente. Era jovem e já a pensar na velhice, mas de pouco me serviu. Quando oiço meus pais e outros como eles a refilar pelos cortes nas suas pensões, a falar das dificuldades económicas, mas com tecto e meios de subsistência minimamente aceitáveis, fico a pensar para comigo se percebem a sorte que têm. Porque apesar de tudo, a velhice deles está garantida e a vida está assegurada. Têm pensão, coisa que eu não vou ter. Direitos de assistência médica especiais devido à anterior função de um dos conjugues. Eu e tantos outros não vamos chegar à velhice com nada disso.  

Já nem penso tanto no futuro. De pouco me adiantou. Nem no presente. Vai-se indo.... A enorme força motriz que me inundava o peito foi totalmente desperdiçada em tentativas e mais tentativas. Tenho plena consciência de que muita boa energia é desperdiçada por este país, que levianamente deixa escapar jovens extremamente capazes, produtivos e com grande vontade de trabalhar. E quando tanta coisa é desperdiçada, e outra tanta tão mal feita ou dificultada, não se agoira nada com optimismo. E na verdade, não se deve olhar mesmo. Mas uma coisa eu sei: é vital uns ampararem os outros. E embora gostasse de ser eu aquela que virá a ter capacidade suficiente para se aguentar e ainda auxiliar quem precise, provavelmente vou pertencer à categoria de pessoas com uma certa idade que precisam de ajudas. E infelizmente terá de ser assim. No passado amparamos os nossos idosos com reformas acima das suas contribuições. Baixas é certo, para o nível de vida, mas altas para as próprias contribuições, curtas no tempo devido ao desconto tardio ou outras falcatruas da altura, pois tudo isto chegou depois do 25 de Abril, após uma vida inteira de trabalho que não foi contabilizado. Isto eu sei: temos todos de ser uns pelos outros, para que a malha da sociedade não colapse. Se isso vai colocar mais peso sobre os ombros dos nossos filhos, é algo que se tem de acatar. Se será sobre o peso dos nossos idosos, terá de se acatar. Não se pode é deixar cair a malha social, para o buraco fundo que é a pobreza e a miséria, do qual uma vez lá dentro dificilmente se consegue recuperar. E é por isso que trabalhamos. 

domingo, 29 de setembro de 2013

Primeiras impressões - o discurso das autarquicas

Não gostei....

De conhecer "a cara" do novo presidente da Câmara Municipal do Porto. Rui Moreira parece um galã. Isso é um mau sinal...
Já no passado o povo elegeu o candidato mais garboso, um tal de Passos Coelho, que era giro e tal. Pois... é esse o receio.

Do discurso de Manuel Alegre. Tão vitorioso, tão pouco humilde. Até pode ter razão, não lha tiro, mas é mau político se não desconfiar que "gabar-se" na bocas das urnas é algo que pode cair mal.


GOSTEI....

Do discurso de Manuel Pisarro, o candidato derrotado do PS à câmara do Porto. Tirando a parte final que é sempre um exagero exacerbado louvar a própria cidade e os habitantes (mas cliché), teve postura e palavras adequadas à situação. E o que é mais importante: pareceu sincero.



Espero, desejo e aguardo com ansiedade os quatro anos de governação do candidato independente que venceu a Câmara do Porto. Também eu, aqui em Lisboa, votei num independente para a freguesia. Vamos esperar para ver o que vai dar... Assim como temos de aguardar para ver o que Rui Moreira vai conseguir fazer pelo Porto. Parece cheio de boas intenções e agrada-me que tenha um discurso próximo à linguagem do povo. Contudo, como vai ser depois de começar a lidar com a viciada máquina política? A ver se não põe o pé na poça ou se a puser, que a saiba tratar :) Boa sorte! Parte uma perna. Merda! Carago! E todas as expressões que os supersticiosos acreditam serem bom agoiro. 

Guilherme Pinto, outro independente eleito para a Câmara de Matosinhos. Também ele discursa sobre as críticas ao regime partidário. E menciona que vai cumprir as DUAS promessas da campanha eleitoral. Emprego e solidariedade. As pessoas são mais importantes. Olé!

Isto promete. Vamos aguardar.
Portugal inteiro precisa das pessoas certas no governo.

Cumpri o meu dever como cidadã e não custou nada!

E pronto. Está feito. Desloquei-me até às urnas de voto e votei. Não demorou mais tempo do que aquele que leva a entrar num WC público e sair rapidamente devido ao mau cheiro. 


Saí de casa no pico da chuva que horas mais cedo ameaçava cair mas não caía. Debaixo de muita água a vir do céu e saltando o melhor que conseguia as pocinhas de água depositada no chão. Cheguei à escola de voto já ensopada, desejosa de sair o quanto antes dentro dos jeans molhados que já me atingiam os ossos. Mas porque será que em dia de eleições sempre, mas sempre chove? E bastante? Será que é um sinal? Um mau sinal porque, ao contrário do que se diz para os casamentos, não creio que a chuva traga muita sorte para um dia de decisões importantes e praticamente irrevogáveis.  (não irrevogável à la Paulo-submarino-Portas).

Regressei a saltar as mesmas poças de água que encontrei no caminho para lá. Principalmente os lençóis com uma faixa rodoviária de largura, que se encontram nas bermas dos passeios, junto às estradas, devido à forte precipitação e à deficiente escoação de águas pelos "bueiros" que os candidatos dizem que vão manter limpos. Vamos a ver se é desta que cumprem!


Em quem votei?
Bom, o voto é secreto mas posso divulgar que votei. Desta vez não deixei nenhuma casinha em branco. Dobrei cada boletim de voto sem precisar "despistar" quem me vigia "mimicando" o gesto de quem efectua uma rubrica num papel.


Ao abandonar os portões escolares reflecti no facto de ter votado. De tê-o feito exatamente como meus avós já teriam feito logo pelas primeiras horas da manhã, se fossem ainda vivos. E depois telefonariam à família, para nos avisarem que já haviam votado e para não nos esquecermos de ir votar também. Reflecti nos restantes membros sobreviventes da família que me são mais próximos. Em cinco, só eu voto. Acho lamentável que numa família próxima de cinco pessoas, só eu pratico o direito a voto. Desta vez ainda apresentaram uma nova desculpa, a falta de uma urna electrónica para se poder votar em casa. Mas a verdade é que, se em décadas não exerceram o seu direito de voto e a essa responsabilidade viraram as costas, não é certamente por maior comodidade que agora iam deixar de virar. Os argumentos futuros para continuar a não exercer o direito de voto apenas iam mudar, não cessar. "Ah, aquilo não funciona! É muito complicado, tem-se de introduzir os números de cidadão, depois o nome, depois isto ou aquilo! Não percebo nada! Eles que façam as coisas mais simples. Não estou para perder tempo". - Não tenham dúvidas que seriam estes o tipo de argumentos. 

E se ver futebol fosse um direito exclusivo aos que votam?

Me entristece esta falta de remorso. Trata-se de um simples gesto de grande importância cívica. O único que nos é pedido pelo governo, que nos aproxima da política e nos torna parte do processo eleitoral. Eu não seria capaz de ficar de bem com a minha consciência, se soubesse que em dia de voto optei por ficar na preguiça a ver televisão, a vagabundar oua reclamar da vida. Tenho até razões para reclamar, mas prefiro levantar o rabiosque e cumprir as minhas obrigações. Mas estes familiares não estão a salvo. Já lhes "puxei as orelhas" e lhes lembrei que nas próximas, as presidenciais, vão ter de votar. É neste tipo de situações que admiro ainda mais meus falecidos avós pois, apesar de muito pouco instruídos, claramente não lhes faltava a noção de dever como cidadão votante. A maioria dos filhos e netos não herdaram essa percepção. Ah, como é bom às vezes ser a ovelha negra da família!

Talvez esta nova geração de votantes, os que acabaram de fazer 18 anos, venham com uma consciência diferente da maioria das gerações que lhes antecedem. Porque já chegaram à maioridade a temer os efeitos da crise, a ter noção de que a política afecta as suas vidas, os seus sonhos, as suas aspirações. 

Uma grande gap geracional ocorreu entre a geração o pós-25 de Abril e a actual. Mais de 30 anos de gerações votantes com as costas muito voltadas para o acto eleitoral. Mas creio que, finalmente, a juventude abriu a pestana para a importância de acorrer às urnas. Agora é esperar!

Apesar de estar a chover torrencialmente, tal como das outras vezes, e as outras vezes acabaram por não serem experiências assim tão boas, esperemos que não seja a chuva um mau presságio. Mas não nos iludamos: os próximos anos não vão ser melhores. Se não forem mais complicados, já é muito bom!! Vem por aí muita dificuldade e retrocesso. Não vai ser numa única eleição que as coisas se vão resolver. Mais algumas gerações de jovens bem instruídos podem chegar à idade adulta com escassas oportunidades de um bom futuro.

NAS PRÓXIMAS eleições, as presidenciais, espero que a adesão seja massiva. 
Nada de ficar em casa! Podem ir passear, mas antes há que votar. 
Quanto querem apostar que a adesão à estreia da Casa dos Segredos 4mais logo na TVI, não vai ter tanta abstenção? 

Territorios e reconquistas Chinesas


Carregue na imagem para ver melhor. Trata-se de um gráfico removido da Wikipédia sobre locais onde foram filmadas cenas para quaisquer filmes da saga 007. Por curiosidade temos Portugal na lista. Mas não é por Portugal que coloquei aqui este excerto. É pela CHINA.

A China conseguiu invadir as economias alheias com os seus produtos e lojas de qualidade inferior. Soube explorar o povo até à escravatura para aumentar o tesouro do país e assim poder comprar empresas no exterior e até, ser credores de parte da nossa dívida. Mas não foi só desta forma que a China conquistou bens e dinheiro. Conseguiu recuperar de volta territórios mundiais pertencentes a outros países com simples acordos. Hong Kong era Britânica e Macau portuguesa, até 1999.

Não entendo muito de política mas entendo de conquistadores. E parece-me existir aqui uma irresistível vontade de conquistar cada vez mais, da forma que realmente se conquista as coisas: pela economia. Qual guerras com armas, qual quê! As verdadeiras conquistas são cerebrais.

E assim a China passou a ser um país que desde a queda do muro de Berlim expandiu-se além fronteiras.
Eu só fico a pensar, eu que não entendo de política, quanto custaria a venda de um território, de um país. Se Macau tivesse sido vendido à China, hoje esta não teria de comprar parte da nossa dívida, nos emprestar dinheiro a juros... E nós não estariamos na enrascada em que estamos! Dar Macau e perdoar dívidas externas milionárias...  Mas por acaso agora perdoam a nossa??

Não que critique o altruísmo, porque faria o mesmo. Mas não governo nada sem ser a minha vida. Não governo um país e toda a sua população, não tenho os seus interesses como obrigação profissional, pelo que a generosidade só pode ser aplicada conforme o que se doa é nosso ou pertence do povo. Têm os governantes direito de doar territórios e perdoar dívidas quando o povo está a crescer na pobreza?

Enfim, reflexões....
E amanhã (hoje) já se vai às urnas, escolher mais alguns para nos governar. Esperemos que bem, pois tão precisados estamos!!

XX

sábado, 28 de setembro de 2013

Se eu fosse má

Alguma vez tiveram a sensação de que umas pessoas não te estão a falar direito e de repente percebes que não te contactam de todo? Subitamente, vindo do nada, viram-te as costas e demonstram desprezo?

Pois acho que aconteceu comigo, há mais de uma década. E ainda hoje não sei o que aconteceu. Se é que algo aconteceu. Pois nada me disseram, eu nada fiz, só posso conjecturar. Seja o que for, o resultado para o meu lado parece ter sido o mesmo. Pessoas com quem lidava e convivia, subitamente revelam total desinteresse e vontade de sequer falar um minuto ao telefone. Têm pressa e precisam desligar. Dias depois não atendem mais um só telefonema, não dão retorno a chamadas perdidas nem respondem a algum email ou SMS.

Como nada fiz para desencadear uma reacção em cadeia destas, na altura não liguei o desconfiómetro. Tem sido com a passagem do tempo que a ocasional lembrança tem custado cada vez mais. Quanto mais o tempo passa, mais dolorosa a lembrança é. Lembro de pormenores, da minha inocência em não estranhar que uma pessoa a quem avisei que ia ligar na manhã seguinte e que queria me visitar, subitamente não atendesse o telefone nas seguintes 24h, naquelas que devem ter sido umas 20 tentativas de me comunicar. Preocupada que algo lhe pudesse ter acontecido, mais do que preocupada comigo.

Mas depois uma atitude como esta, somada a outra, a outra, e ainda a outra, tudo com pessoas diferentes mas por volta da mesma altura ainda que em dias diferentes, faz o desconfiómetro disparar. Passa-se algo! E ninguém me diz nada! Essa é a pior parte - a ignorância. Colho os frutos da sentença sem saber de que crime me sentenciaram. Que grande injustiça, não passam de carrascos!!

E é uma atitude cobarde destas que não entendo, jamais entenderei. Porque pessoalmente, quando sinto que algo está mal entre mim e outra pessoa e as coisas chegam a um limite que já não dá para equívocos, vou esclarecer as minhas dúvidas com essa pessoa. É a primeira com quem quero falar, geralmente não falo com outros nem para "dividir" e desabafar as dúvidas que me assolam.

A ausência desta postura nos outros me entristece. Por vezes até me revolta! Fico a pensar como seria se eu fosse uma pessoa má. Com atitudes desprezíveis e uma conversa odiosa, ao invés do coração mole e bom de que tantos ainda tiram proveito. Posso, aliás sei, que não sou nenhuma perfeição de pessoa. Tenho falhas que por vezes são mal interpretadas. Mas não sou uma pessoa má! Nestes dolorosos instantes gosto de imaginar que existe equilíbrio cósmico que vai trazer até todas as pessoas as consequências dos seus actos. Que as vai iluminar, fazer entender, arrepender e, se for o caso, procurar o perdão. Mas estou a fantasiar. Porque a justiça nesta terra não é para todos.

A falta de franqueza e honestidade parece pautar a maioria do comportamento social contemporâneo. Acho que a umas gerações atrás as pessoas na sua maioria eram mais diretas, mais sinceras, mais espontâneas e com noções mais adequadas do que é viver uma amizade. Hoje mais parece existir um jogo de interesses, um calculismo frio, quer-se tirar proveito das pessoas por qualquer motivo. A difamação é um recurso que não constrange muitos, nem a traição. É lamentável.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A minha AVÓ

Ahah!

Lembram-se de no post anterior ter feito referência à minha avó? E a forma como ela encarava e dizia as coisas? Pois esta senhora não é minha avó mas podia bem ser. É isto que muito admiro nas pessoas mais idosas. Têm a sinceridade na boca. São francas e não o escondem. Dizem o que têm a dizer na cara, não é nas costas porque não foram educados assim. Não vão para as redes sociais, não usam de palavras mansinhas na presença da pessoa e totalmente agressivas na ausência. E acima de tudo, dizem o que dizem mas não desejam mal a ninguém. Não aproveitam a situação para vincular ódios e manifestar agressividade.

As minhas avós, os meus avós, eram assim, como esta senhora. ADORO!
Se eu estivesse no lugar dela faria a mesma coisa.

Podem até não ter muito saber ou possuir os factos todos e decerto que não têm muita escolaridade nem entendem de esquemas políticos mas na sua postura simples acabam muitas vezes por enxergar melhor, porque vêm o essencial e isso é o que basta. Tudo o que é palha, tudo o que é para "boi dormir", passa ao lado ahahah! Esta senhora é uma das últimas de uma geração muito especial. Deliciem-se.


PS: Ao contrário de alguma crítica acho que Passos foi homem ao aparecer na frente desta mulher e ao tentar dialogar com ela. Não a ia convencer (ah, não conhece a fibra destes "velhotes") mas não fugiu com dois beijinhos e trá, lá, lá.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O voto em BRANCO


Vou abrir mão do sigilo de voto que jamais pensei violar para falar da prática do voto em BRANCO.

E se o faço é por acreditar que é importante dar o testemunho e demonstrar o quanto é perigoso recorrer a ele como forma de demonstrar que não existe um único candidato capaz de convencer o eleitor de que é a pessoa certa para o cargo. Um que nos transmita confiança, segurança, credibilidade. 


Vim falar que nas últimas eleições senti que este era um voto perigoso por permitir que não se ofereça resistência e oposição. Não impede que os "virus" políticos se propaguem. E refiro-me à política propagandista e extremista, que nesta última eleição saiu claramente vitoriosa. 

O que quero dizer é simples: alguém vai sempre parar ao poder. Queremos que esse alguém seja a pessoa mais indicada para o cargo. Então temos de votar. Porque um deles vai ser o governante! Não tem volta a dar. Cabe ao povo assumir essa responsabilidade. E se ninguém convencer, optem pelo voto de confiança - mesmo sendo tão difícil de dar, mesmo que tal acto nos embrulhe o estômago. E digo isto tendo praticado o voto em branco desde o tempo de Sócrates. Mas nunca como nas presidenciais anteriores senti que era um voto inútil e que mais valia ter sido usado para colocar um travão na ambição desmedida de muitos que agora estão no poder.

Se para mais nada servir, se não for para colocar um candidato DECENTE no poder, que sirva para o oposto: para impedir que o mais INDECENTE lá chegue. Isto é muito importante. É algo que, de uma forma ou de outra, com uma percepção extraordinária para quem era pouco instruído, os mais velhos sabiam no seu âmago. Lembro de minha avó dizer: "Eu vou votar. Se eu não for vai para lá aquele bandido do .... que eu não gosto nada dele e vai mandar em todos, não é? Tirar as reformas aos velhos, tirar-nos as coisas e fazer maldades. Eu não vou deixar.". Tãaaaao simples. Tão certo. 

 - - - V O T E  -  -  - 

Ano de eleições é outra coisa!

Devia ser véspera de eleições autárquicas todo o ano!

Na minha zona melhoraram com uma obrazeca um pequeno espaço que durante décadas era só um pequeno terreno de pedras por onde as pessoas passavam ou um carro ocasionalmente estacionava. Se era urgente ou necessário tornar aquele pedaço de terreno mais bonito, não. Não era vital. Mas que vai ficar melhor, vai.

E é por isto que devia ser véspera de eleições autárquicas todo o ano! Assim o povo ia poder ver melhorias a olhos vistos. Todos os dias, ao dobrar uma esquina, ia suspirar: Uau! Olha o que estão a fazer agora! Uau! O buraco no asfalto foi tapado durante a noite. Uau! Plantaram árvores onde faziam falta. Etc, Etc...

Já estão a entender a coisa, certamente.

No entanto a obra parece ter dias em que simplesmente fica parada. Agora com canteiros que demarcam o espaço onde se presume que árvores serão plantadas, no entanto sem estar ainda calcetado ou relvado. Ainda não sei bem o que de lá vai sair, pois embora a obra seja de pequena envergadura, a pressa em a finalizar não parece ser grande, O que não esqueceram logo de início foi colocar um cartaz a dizer "Lisboa melhora" ou algo do género. Mas também este não revelava mais nada. Muito menos o custo da obra ou o tempo previsto para a sua conclusão.

Também a bem ou a mal, só para alguns ou não, a câmara lançou uns meses antes das eleições as Hortas Urbanas - espaços criados para a horticultura que muitos Lisboetas já praticam há anos em terrenos baldios. Passei por um hoje e embora ainda falte plantar e ver frutos, o espaço parece limitado mas maravilhoso. É pena que decerto que nem 1% daqueles que se candidataram conseguiram obter terreno, nem numa nem na outra freguesia com espaço disponível.

Por isto tudo é que digo: devia ser época de eleições autárquicas todos os anos!


O discurso político e optimista de quem recusa os factos

Passos Coelho:

Afirmação: -"Ainda temos um longo trabalho pela frente"
Resposta: Não. Tu tens é de sair da frente para outros poderem começar o trabalho.

Afirmação: "Portugal está a recuperar, prevêem-se melhorias"
Resposta: "Portugal jamais vai recuperar dos desaires deste governo. Prevêem-se piorias, lá está ele em negação!"

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Indecisões autárquicas - H E L P!

Como sempre desde que atingi a maioridade, pretendo deslocar-me até às urnas de voto para contribuir com a minha decisão para eleger quem vai ocupar a cadeira política da minha cidade e freguesia.

Acontece que não é fácil. Não é nada, mas nada fácil.
Primeiro que tudo, onde está a informação do programa de candidatura dos candidatos? Demorei a ter acesso, até que uns panfletos começaram a inundar a caixa de correio. Eu leio essa treta toda, sabiam? Pois é. Leio. Ao menos tomo atenção a tudo o que atiram lá para dentro. 

Vai que abro a candidatura de um com a lista de TUDO o que pretende fazer pela freguesia. Muito bem, é uma longa lista, nada em particular me chama a atenção mas ao segui-la consigo mentalmente riscar quase todos os itens. Acções de Limpeza urbana... porque será que não acredito nem um pouco em nada do que lá vem escrito? Ah, já sei. Por descrédito. Por viver há uma década e picos neste canto em particular desta freguesia e saber que aquilo que ali vem escrito é um monte de mentiras. Que em todo este tempo o desleixo tem sido ofensivo. "LIMPEZA E DESENTUPIMENTO DE SARJETAS" ou "RECOLHA REGULAR DOS DEJECTOS CANINOS", por exemplo. É para rir. Só pode. Quanto aos dejectos, o povo ainda coloca o lixo no respectivo colector (colocado na véspera de uma anterior eleição) mas recolher? Está sempre a abarrotar de porcaria e a última vez que passei por um tinha até um pombo morto e a decompor-se esbarrado contra o suporte, certamente já ali conduzido pela acção do vento. 


E o que dizer das sarjetas? Se toda a berma do passeio acumula duas ou três gerações de detritos de outono, obviamente que as sarjetas estão na sua maioria entupidas. São reservatórios de húmus. Aquando a "gripe A" acumulavam também as máscaras que se colocavam a tapar a boca. Virou natal por essa altura porque as máscaras eram como flocos de neve na paisagem. Viam-se espalhadas pelo chão, pelo relvado, penduradas nos arbustos e ramos de árvores e a entupir as sarjetas. Ainda tenho fotografias dessa catástrofe algures, se achar coloco aqui. Se nem num caso de epidemia os cuidados mínimos de limpeza urbana prestados pela freguesia foram satisfatórios, o que dizer dos restantes dias do ano? 

Mudo de lista. Venha outro candidato e diga-me, senhor candidato, o que pensa fazer por esta freguesia? Ah, e tal.... faço o mesmo que os outros mas vou ser mais generalista. O que vou fazer é melhorar este e mais aquele jardim. LOL? Os jardins que foram recentemente melhorados, senhor candidato? Então vai querer ficar com os louros de um trabalho que já foi feito? Se diz que vai fazer ciclovias, aplicar relvado, colocar isto ou aquilo... Senhor, nesses jardins isso já foi feito. Não vai querer fazer outra vez, pois não? Partindo do princípio que não vai deitar abaixo para fazer igual e assim justificar gastos com dinheiro que não tem, então trata-se de uma candidatura que deixa a desejar. Fazer ciclovias, sinceramente... Se uma ciclovia fosse construída para cada candidatura daqui a nada já não existiam passeios! Tudo vira ciclovia. JÁ EXISTEM. Esta candidato só quer construir o que já existe. Ou então está assim tão desactualizado. Das duas possibilidades nenhuma abona a seu favor. Não, esta lista está mais que excluída.


Vem o terceiro. Uma lista não partidária. Leio. Normalmente não coloco muita fé devido a notar-se algumas vezes se tratarem de pessoas muito idealistas mas pouco políticas ou, o que é pior, só propagandistas. Mas esta lista não acusa ninguém, diz que vai fazer algo. O quê? O mesmo que os outros. Até mesmo a promoção do "uso da bicicleta com uma ciclovia". Não sei bem o que isto quer dizer. Porque essa de meterem a palavra "ciclovia" em todas as candidaturas como se fossem construir alguma é para rir. JÁ EXISTEM!!! Hello? Acordem... Já existem. 

Precisam é de algumas REPARAÇÕES, já que no recente vendaval de ABRIL deste ano, as árvores que tombaram fizeram sérios danos nos "passeios de calçada e na ciclovia" - palavras que os candidatos tanto gostam de incluir nos seus programas. E garanto: desde ABRIL até HOJE, quase mês de Outubro, NENHUM, ZERO, NADA, absolutamente NADA foi feito para arranjar a calçada. Nem os buracos deixados pelas árvores. Nem a ciclovia que ficou cheia de rachas e sulcos com a movimentação das raízes. As árvores caídas, convém frisar, foram removidad por PARTICULARES que durante a noite ali apareceram com motoserras e levaram-nas às postas. E não, não eram empresas contratadas nem eram da câmara de Lisboa ou da junta de freguesia. Desses ainda se aguardam acções!!


Estão a entender os dilemas de um cidadão votante?
O que fazer? Por favor esclareçam-me.
Aceitam-se sugestões.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Jorge Jesus é crucificado

Ontem vi um filme excelente na televisão. Chama-se Crimes Pensados*. Pensei cá para comigo que dificilmente se vê um filme assim. Um filme de origem americana que mostra decisões políticas, decisões sociais e comportamentos individuais e de massas e neles expõe a reflexão e a clareza como poucos o conseguem fazer. É um filme que não mostra as coisas pelo habitual filtro patriótico que eleva toda e qualquer decisão americana ao heroísmo. Não justifica ou desculpa nada. Fala de liberdade colectiva e individual, de direitos e de ameaças. E aborda o pânico colectivo, o histerismo e as posições extremistas ou radicais.

E é por esse lado que vou abordar a notícia que hoje vi na TV sobre a suposta agressão de Jorge Jesus (treinador do Benfica) à polícia. Na realidade o que me chamou a atenção no noticiário da TVI foi o pivot ter dito:
-"Na opinião de X, Jorge Sampaio devia ter sido logo preso".

Say What??
Onde andei eu e o que aconteceu durante a madrugada para estarem a noticiar que um ex-presidente da República merecia ter sido logo preso?

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Naturalmente foi uma gaffe do pivot. Mas foi preciso passar a notícia para se perceber que se tratava de Jorge Jesus e não o outro Jorge. Entra a VT e vejo imagens num campo de futebol de um monte de gente a segurar alguém pelo braço e um outro a fazer aquele gesto reflexivo de afastar quem está a prender e torcer o braço de outro. Depois vejo esse alguém a ser puxado por três silhuetas com dizeres "Polícia" nas costas. E de seguida entra um debate onde um comentador desportista defende "a fogueira", por assim dizer, como castigo para o herege. Vem outro e diz que não aconteceu nada demais e nenhum radicalismo deve ser aplicado.

E então o filme que vi de véspera voltou à lembrança. Que belo filme!

É que nele fica claro que existem pessoas que optam por usar certas situações de equívoco como pretexto para destilarem o seu ódio e incitarem a prática colectiva do histerismo. Pessoas que não são capazes de agir com isenção e imparcialidade. Que preferem puxar um dos lados da venda da Senhora Justiça para incitar à violência, ao ódio, ao fanatismo. 

Para uma sociedade como a nossa, que faz pouco tempo que saiu de um regime político opressor, tal uso da liberdade me deprime. Ainda bem que hoje temos esta liberdade, de poder criticar tudo e todos. De poder ir contra as decisões daqueles que nos governam e poder dizê-lo como de direito. Ou poder fazer o contrário. Temos direito ao pensamento livre. Mas a leviandade com que alguns tratam esta liberdade que não foi por mim conquistada já que nela já nasci, mas que outros tiveram de conquistar por mim, é algo que me entristece. 

No entanto sinto que todos os dias "lutamos" para ter e manter essa liberdade. Porque tem de se falar e expor as injustiças. Porque todos os dias, em diversas situações quotidianas tantas vezes nos confrontamos com situações que trazem à tona as noções mais básicas de direito, justiça e liberdade. 

No filme, tal como nesta situação futebolística, uma acção artística que causou polémica foi tratada como um acto de terrorismo e um dos ambiciosos policiais queria fazer daquele caso um exemplo para não se brincar com coisas sérias. Ao mesmo tempo, se isso lhe fosse útil para ser promovido, seria óptimo. A punição para o artista devia ser severa, com um máximo até 20 anos de cadeia para assim dissuadir outros artistas de proceder com igual ousadia. Um outro policial e seu superior defendia que o histerismo não é bom concelheiro e que não existiu intenção de causar dano. Abordou a carta da primeira ementa, o outro praticamente defecou nela. Enfim, vejam o filme que vão entender melhor.

A questão aqui, comparativamente à notícia sobre a agressão de Jorge Jesus, (que meus olhos não viram) é que percebe-se que alguns estão a se aproveitar de uma situação perfeitamente inocente e que surge de um equívoco para despoletar conflitos e polémicas. Que mau uso para a liberdade! Mas enfim, têm direito a ela e isso é que é o melhor de tudo. Mas deviam polvilhá-la com bom senso. O que tantas vezes falta. Ao invés de, neste caso, tentar incendiar ainda mais as coisas, como um tal de Nero fez a Roma e dizer que foram os cristãos... Tirando proveito do fanatismo do futebol e do clubismo. E seguem a exigir acções extremas de punição e multa sobre algo que não tem qualquer gravidade. 

De um grão de areia querem fazer uma montanha, entendem? Tudo porque desgostam de uma pessoa. Mas DESGOSTAR de alguém não nos deve privar do nosso sentido de justiça

O filme abordava isto muito bem, através de um suposto pedófilo. JULGAR antes mesmo de dar oportunidade de um julgamento honesto. Passar logo uma sentença sem antes conhecer bem os factos. É a precipitação para a acção, o sensacionalismo e o radicalismo. Atitudes tão contrárias a uma sociedade justa e tão mais adequadas a regimes opressores como o comunista na China, o ditador da Coreia do Norte, os dois pesos duas medidas das sociedades praticantes de diferentes direitos sociais entre seres humanos baseados apenas no estatuto ou no sexo, etc.

Não é por esse caminho que queremos rumar, pois não?


Veio-me à lembrança o tal cartaz autárquico que trazia na imagem uma jovem toda produzida, com roupa, maquilhagem e cabelo pouco comuns de se verem em cartazes políticos mas habituais para festas. E pergunto-me até agora porquê algumas pessoas subtraíram esse cartaz de blogues e páginas criadas sobre cartazes? (além da ameaça de processo judicial da visada). É que uma coisa é a difamação - coisa que o cartaz não pratica, outra é a liberdade de informação. Como pode uma página de "tesourinhos autárquicos" cujo âmago de criação é abordar todo e qualquer cartaz político excluir um como se nunca tivesse existido? 

A LIBERDADE e o DIREITO do cartaz existir deve ser mantida. Não ocultado como se nunca tivesse ocorrido. Isso é opressor porque ele não era ofensivo nem atentou contra ninguém. Fez parte da história destas eleições e como tal merece estar numa página como todos os outros. O que impede agora que outros não exigem também a remoção dos seus cartazes, caso achem que não ficaram bem vistos na fotografia? A acção de remoção como que a passar uma borracha abre um precedente que legitima a que qualquer outro que se ache prejudicado por um cartaz exija o mesmo direito à remoção. E havendo um precedente automaticamente a sua alegação tem legitimidade. Não é isso uma manipulação? É. Porque remove um pedaço da verdade. O problema existiu, o cartaz existiu e alguns comentários depreciativos foram feitos. A questão não é o cartaz, é o tal uso da liberdade com excesso de libertinagem. Mas o cartaz por direito pertence ao mesmo lugar que todos os outros. 

A liberdade é um bem precioso. A igualdade é um direito precioso. A justiça é outro direito precioso. Muitos não vivem nenhuma destas dádivas como deviam vivê-las por este mundo a fora. Digam o que disserem, é uma enorme bênção esta que nos trouxe a revolução dos cravos. 


*Strip Search, no original, do director, escritor e actor Sidney Lumet

Um jardim povoado é um jardim abençoado!

Perto de mim existe um jardim ao qual sempre gostei de ir. 
Há uns anos chegou a ser meio perigoso andar por lá. Não se via viva alma, era mais um local que era atravessado para se ir do lugar A para o lugar B. O relvado abandonado a palha no verão, verdejante mas com dois metros de altura no inverno, sujidade por todo o lado com folhas secas a amontoarem-se em respeitáveis pilhas e lixo por todo o lado. Parecia mais frequentado por pessoas de índole duvidosa. Uns tantos já tocados pela bebida que ali deixavam garrafas e garrafas vazias, outros com aparência suspeita, que andavam de um lado para o outro, sem fazer nada em particular, como que atentos a quem passava a ver se tinham sorte. Gostava de ir para o jardim mas nesta altura passei a ter mais cuidado e a certas horas acabava por não lá ficar.


Depois veio a crise. E as coisas mudaram. Aos poucos, mudaram. Começaram a cuidar do relvado, do arvoredo e a tratar do lixo circundante. Logo depois surgiu a ciclovia e julgo que deve ter sido por causa deste projecto que o espaço ressuscitou e lhe devolveram alguma dignidade. 


Subitamente o lugar ganhou mais vida por se encher de pessoas. Tornou-se mais seguro frequentar o jardim. Timidamente as gentes foram aderindo aos prazeres do ar livre. O vento nas árvores, as folhas e seus assobios, os cantos das aves...  Era ver as crianças a brincar ali todos os dias, com os pais, os idosos sentados nos bancos, a conversar e os desportistas a fazer jogging. Dava gosto após um stressante dia de trabalho passar pelo jardim e descontrair. As crianças ou adolescentes a jogar futebol na relva, a jogar raquetes, a levantar papagaio, a correr, a brincar, a passear os animais, a andar de skate, de patins, de bicicleta, triciclo ou de trotinete. Muita vida, e que bem que tudo aquilo fazia.

Mas o que começou a aparecer em maior número crescendo exponencialmente foi os praticantes de desporto, corrida e exercício físico em geral. De início uma meia-dúzia, sempre os mesmos, depois cada vez caras diferentes. Mas estes rostos traziam uma postura diferente e vestiam diferente também. Fatos mais dirigidos à prática do desporto, ao invés das clássicas t-shirts e sweat jeans. Muito compenetrados nos seus exercícios, executados com um saber que se notava vir de prática de ginásio. É mesmo verdade quando dizem que as pessoas abandonaram as mensalidades nos ginásios para passar a fazer o mesmo a custo grátis nos parques e jardins. 

Mas recentemente vi algo que achei um tanto estranho. Não foi a primeira vez que vi um personnal trainer a dar exercícios para uma pessoa os executar, mas foi a primeira vez que vi alguns acessórios de ginásio passarem a ser usados no pavimento do jardim. Entre flexões, contracções, extensões e sobre as instruções vocais do instrutor, uma pessoa fazia a sua ginástica em cima de um tapete de ginásio. 
Não é nada de muito estranho, tendo em vista que o espaço entretanto ganhou equipamento próprio para exercício, como máquina de fazer remo. E ganhou também um parque para as crianças subirem e descerem de escorrega. Mas ao mesmo tempo pareceu estar um tanto deslocado. 

Eu gosto de ir para o jardim ocasionalmente acompanhada por um livro. Gosto e não me incomodam os barulhos naturais do ar livre. Mas por alguma razão não me apeteceu sentar no único banco disponível que ali estava porque era mesmo ao lado do instrutor de fitness, que gritava: "Um, dois, três, quatro, cinco". "Agora estica a perna, isso, assim. Um, dois, três, quatro, cinco".

Sabem, é que eu nunca gostei de ginásios! Só entrar naquela atmosfera fazia-me querer sair. Máquinas todas enfiladas, pessoas mecânicas, um espaço fechado e confinado, com luz artificial mesmo de dia, semi-escuro, com ar viciado de suor e algo a tentar o disfarçar... Mil vezes o ar livre. Sempre fui assim. Então algo de estranho se deu quando vi o "ginásio" no meio do parque :) Por um acaso reparei que no outro banco uma rapariga que tentava ler um livro levantou-se nesse instante e foi embora. Terá também ela se sentido incomodada?

O espaço é grande, é livre e todos podem fazer o que quiserem. Alguns ficam na relva a relaxar, outros iniciam uma cavaqueira conversa de comadres, muitos passeiam e bicicleta, outros aproveitam e passeiam ali os cães, alguns andam alegremente soltos no espaço. Hoje vi um labrador que dava tantas voltas a todo o jardim que achei que era o melhor corredor de todos! E fazia sempre aquela rotina, parando sempre na "box" para atestar (uma poça de água). Achei-lhe muita piada. As moscas pousam em cima de tudo e é assim, maravilhoso! Normalmente vou andar ou ler para o jardim. E neste último caso prefiro a companhia do vento, dos ruídos distantes, dos pássaros e do ocasional avião que passa no céu. Vozes e conversas escuto todo o dia. Ali vou para escapar a isso, para poder estar um pouco em silêncio no meio de sons que fazem bem.


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A senhora?


Todos nós passamos por aquele momento em que alguém nos dirige a palavra com referência a uma certa idade. A minha primeira vez foi aos 24 anos, numa caixa de supermercado.

-"A senhora vai pagar com dinheiro ou cartão?"

A miúda que me atendia não podia ser muito mais nova que eu mas ainda assim dirigiu-se a mim e atirou-me aquele "senhora". A primeira vez causa sempre impacto. É tão estranho como nos enfiarem escaravelhos debaixo da epiderme. Até então era "a jovem" ou simplesmente o trato vinha na primeira pessoa do singular. 

-"Vai pagar com dinheiro ou cartão?"

Hoje, novamente, uma rapariga mais jovem mas não tanto assim dirigiu-se a mim e perguntou: 
-"A senhora vai para onde?"

Chega de mansinho, como quem está só de passagem e pá! Um dia gruda e não descola mais. Aquele trato por "senhora" já nem teve o impacto estranho de antigamente. Começa a invadir o meu espaço gradualmente, como quem não quer a coisa. Um "senhora" aqui, outro ali. Hoje um, amanhã dois, daqui a uns tempos uns cinco, até que um belo dia todos me vão chamar de senhora! E o que é pior: vão acrescentar: "mas está muito bem conservada para a idade que tem!" Brrrrr!!!  

sábado, 21 de setembro de 2013

Olha o gordo, parece um Porco!

A beleza é muito mais do que textura, cor, pele... é alma!

Nunca fui pessoa de chamar "gorda" a outra. Nem nada do género. Nem me lembro de alguma vez isso acontecer. Mas devido a estar a assistir a um programa sobre a obesidade em excesso e estar a escutar os relatos emotivos destas pessoas sobre as vezes em que escutaram lhes dizerem coisas deste género e bem piores fez-me ter vontade de vir aqui escrever sobre este aspecto da nossa sociedade.

Quando vejo este tipo de programas não me restam muitas dúvidas. A maioria destas pessoas sofrem de uma coisa e tão somente uma a que todos nós podemos nos relacionar. São mais sensíveis, mais emotivas.

E é este tipo de pessoas que a sociedade decide punir, chamando-lhes nomes feios ou apontando-as nas ruas como se tivessem algum defeito de carácter quando a única coisa que têm é gordura a mais? Isso é crime que afecta essas pessoas? Será que pensam que o obeso já tem a sua cota-parte de aborrecimentos e não precisa de reforços?

Quando as pessoas são muito mais emotivas do que a "norma" ou se rebelam ou se resignam. Quem se rebela procura problemas, procura o crime ou as drogas e tende, no geral, em revelar um carácter mais egoísta. Quem se resigna procura outro tipo de mazelas, outra forma de se magoar. Uma dessas é procurar o conforto na comida.

Obviamente também existem casos de pessoas gordas com mau carácter e pessoas nas drogas com bom carácter, esta não e uma constatação escrita numa tábua em madeira como se fosse um mandamento. Mas julgo que é uma dedução que faz sentido para muitos casos, se não mesmo a maioria deles. E estas pessoas obesas que vão a um programa de TV dar o seu testemunho e expõem assim grandes feridas emocionais, são ultra-vulneráveis. Estão a fazer aquilo que no dia-a-dia se recusam a fazer e evitam ao máximo: se expor. O dia delas é passado de uma forma algo reclusa, para assim evitarem algum comentário ou atitude discriminativa com base na sua aparência. Pelos relatos acho-as afáveis, simpáticas, carinhosas. E carentes. Quem não é, de vez em quanto, carente? E quem não corre, algumas vezes, até ao frigorífico nessas alturas? Então porquê algumas pessoas jogam mais lenha na fogueira?


Bom, talvez por já ser tarde e estar a preparar-me para adormecer as minhas capacidades cognitivas para deixar este assunto escrito de uma forma mais clara estejam a falhar, mas pronto, era isto que me apetecia vir escrever.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Brincar às casinhas é a MAIOR ambição?

No fundo, no fundo, será que a maior ambição de uma mulher - aquela que a faz sentir realizada, é "brincar às casinhas"?

Por mais moderna que uma jovem rapariga seja acaba quase sempre, tenho observado, por seguir o caminho traçado décadas antes pela sua avó.

Arranja namorado. Junta-se ao namorado. Preocupa-se em cozinhar para o namorado e faz disso o centro do seu universo doméstico. Resigna-se em apanhar as cuecas do chão, a lavar e a passar-lhe a roupa. Passado uns meses começa a fazer pressão para ele "soltar" a pergunta: "Queres casar comigo?" O coitado, coagido e já sem ter como escapar porque se esgotou o tempo das borlas, faz a pergunta, sempre receoso de algo correr mal ou escutar um não - vai-se lá entender o eterno complexo masculino para com a rejeição. Ela diz logo: "sim! Sim! SIIIIIM!" e acabam abraçadinhos e aos beijinhos. Depois começa o frenesim e o stresse em torno dos preparativos para a cerimónia. Que vestido vou usar? Como escolher? Quanto gastar? Onde fazer o copo de água? Quem convidar e como dispor dos convidados que não se falam? Surgem os problemas com as pessoas que se metem a dar palpites e acham que sabem tudo. Finalmente o momento chega e passa. Estão casados e nada é realmente diferente, a não ser a sensação de posse. Poucos meses depois a etapa que se segue é: "e se tivéssemos um filho"? Amooor, vamos fazer um filho? Não seria bom ter uma criança nossa?" E vai o homem adia a assustadora ideia de ter de prover por uma boca extra receando falhar até que finamente se rende à ideia. Depois vêm os stresses da gravidez. Os problemas que as outras pessoas criam ao se intrometerem demais e os gastos. Ah, os gastos!! O lar como paraíso vira um lar com preocupações económias, monetárias e logísticas! O romance escasseia e existe muita cobrança. As ilusões de uma vida de "principe e princesa da Walt Disney" caem de vez por terra. A criança nasce e começa tudo de novo nos afazeres domésticos: cuidar do marido e da criança. Apanhar as cuecas de um, limpar a fralda de outro. Ao menos esta última é uma novidade.

Trata-se apenas de uma constatação. Nada contra este que julgo ser o percurso natural.
Mas está tão batido que me espanta que hoje existam tantas raparigas a segui-lo sem se darem conta que estão a segui-lo. As diferenças com o antigamente são na realidade poucas. E trata-se tão somente do casamento ter de existir antes da união e da consumação. Tem também outra diferença, que é o facto desta mulher de hoje ter de trabalhar o triplo, pois também tem ocupações FORA do lar.


Por vezes me interrogo se é assim que uma mulher quer viver a sua vida, ainda tão subserviente e serviçal ao homem e aos filhos. No entanto se vejo uma excepção que represente um pouco de abandono a alguns desses "deveres" como os de uma mãe para com um filho, detesto-o! Acho atroz. Mulheres que preferem ficar o dia todo no trabalho e não têm tempo para dar senão um beijo ao rebento enquanto este já vai para a cama de olhos fechados... também não acho correcto. Uns querem TUDO sem investir nada, outras dão tudo sem perceber nada. Perguntam-me então o que é correcto? Pois, não sei mas sei somente isto: a mulher tem de parar de fazer tudo. Dividam-se as tarefas. Eles precisam entender, até porque eles vêm de nós e não vamos querer ter filhos que um dia vão tratar as mulheres um tanto como suas criadas pessoais.

Não existe perfeição, não é?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Os perigos que ameaçam as crianças

Quando somos crianças as nossas mãe alertam-nos para os perigos que podemos vir a encontrar ao andar "por aí" na rua. Um desses perigos, no caso das meninas, são os homens estranhos, desconhecidos, que se "metem" connosco, oferecem algo e querem que os sigamos.

-"Nunca aceites nada de ninguém! E nunca entres no carro de alguém, mesmo que seja um conhecido! Não aceites nada que te ofereçam, nem um rebuçado, porque pode estar envenenado. Existem homens maus que querem envenenar meninas, para depois as levarem e fazerem coisas más. Olha sempre para trás e se vires alguém a seguir-te corre! Não deixes que te alcance." - dizia a minha mãe.

Penso que todas as mães tinham este discurso na década de 80. Tinham?
No entanto nessa altura ainda pude viver com alguma "liberdade" tendo em vista os muitos "perigos" que podiam acontecer. Para começar a responsabilidade de ir para a escola e voltar era inteiramente minha desde a escola primária (6 anos). Hoje em dia acho que poucos pais deixam uma criança tão nova sair sozinha pelas ruas. Eu faria o mesmo, provavelmente.

Quando a escola ficou mais longe, passei a andar de autocarro. Ou ia a pé, se desse tempo. Mas nunca que me iam deixar à porta da escola, de automóvel. Hoje creio que a realidade é mais esta que outra. Pelo menos no caso das crianças que podem frequentar o ensino privado. Mas creio que no público também possa ser o caso de muitos jovens.

Os tempos mudaram, mas os perigos permanecem. Não sei se as crianças de hoje estão menos "preparadas" para reconhecer "perigos" do que as de antigamente. Arrisco a dizer que NÃO. Estão tão bem preparadas quanto poderiam estar. Porque têm muito mais acesso à informação e a meios para a obter. Porque estão mais a par do quê consistem "esses males" de que nós adivinhávamos por instinto. Porque sabem estar atentas a comportamentos fora da norma e gostam de ficar entre os seus, porque são mais vivas e tenazes para qualquer comportamento que soe desadequado e impróprio.






terça-feira, 17 de setembro de 2013

Joaquim Mendes, 62 anos, falecido hoje no incêndio de 23 de Agosto


A comunicação social dá atenção às mortes mas não fala dos feridos. Os feridos só são mencionados e chorados quando viram mortos. Mais uma pessoa morreu em consequência de um incêndio a que foi prestar assistência. Um homem de 62 anos, autarca. Pena que não se presta homenagem e a mesma atenção aos muitos feridos com queimaduras que estão a tentar recuperar nos hospitais. Pena que é preciso morrerem para virar notícia e se saber que andaram num combate a um incêndio. Não acham?

domingo, 15 de setembro de 2013

A política do país

Em relação ao post anterior acho que posso dizer que me enganei numa coisa. A minha noção de política também está desactualizada. Ainda a julgo composta, essencialmente, de pessoas bem formadas, com boas noções do que estão a fazer, ainda que possam divergir. Políticos bem intencionados que têm a melhoria do País e do seu povo acima de desejos particulares. Mas não é nada disso. Cada vez mais parece-se com uma palhaçada trapalhona. É por isso natural que os palhaços desejem o pódio do circo.

Mas que Portugal esteja a caminhar para o tipo de candidatos como por vezes se descobre existir lá fora, nos EUA, Canadá e Itália, etc, onde desde prostitutas a perfeitos idiotas sem a mínima insinuação de inteligência concorrem é um conceito pavoroso. Ou seja: o mundo da ficção audiovisual como a TV e as redes sociais e o marketing e propaganda estão a mesclar-se em demasia com politiquices. Catastrófico! 

Sabiam desta? (A candidata contra a liberdade de expressão)

Estava a ler na revista Domingo do Correio da Manhã a história sobre os posters dos candidatos a cargos políticos que pretendem ser eleitos nas próximas eleições autárquicas. Ao que parece e segundo a matéria, muitos são cómicos, ora porque a foto não é lisonjeia, ou porque escolheram um péssimo slogan. Mas o primeiro caso em particular perturbou-me. Decidi vir escrever sobre ele. Ou melhor, sobre a reação que suscitou na visada.


Já alguém ouviu falar de uma Carla Neves? E de um tal de escândalo de proporções nacionais devido à imagem do seu poster de campanha? Não?? Nem eu! Nunca até este momento. Mas ao que parece, a candidata julga-se tão importante que diz que se tornou a pessoa mais famosa de Portugal.

E quer isto candidatar-se a um cargo político para governar o país!
Mas vamos por partes.

O cartaz mostra cinco pessoas, naquilo que é uma montagem de photoshop. Os três primeiros são homens, todos retratados na mesma posição e pose, a quarta pessoa é esta tal de Carla Neves e a quinta um outro homem também numa posição semelhante às dos outros, mas sem a clássica postura de olhar para a câmara. 
Quem fez o poster precisou de uma fotografia do grupo, claro está. E, no que eu deduzo ser a urgência e a má comunicação de que decerto não é o projeccionista o culpado, precisou de uma foto desta Carla Neves. Deram-lhe ou a que deu para colocar mostra a candidata vestida como se fosse para uma festa. Tem um vestido sem alças cor-de-rosa, o cabelo apanhado num grande alto e com a franja comprida a cair para a frente, brincos enormes redondos vermelhos e está maquilhada. Como se tivesse sido fotografada numa festa de casamento, daquelas que as pessoas aparecem por vezes over-dressed e over-hair do mas já é de se esperar.
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Conta a reportagem que o cartaz, por ter uma candidata assim vestida, recebeu mais atenção por parte do público, que, surpreso, comentou nas redes sociais os trajes da candidata à união de Freguesias de Adeganha e Cardanha (Trás os Montes). Exactamente tudo o que foi dito não sei nem é o que me interessa. O que importa é que a "máscara" caiu a esta Carla Neves que, num acto de ironia, diz e muito bem: "conseguem ver o coração das pessoas na armação do cabelo ou na cor dos lábios? Eu não". 

Não, não se consegue mesmo. E é por isso que a forma como aparece vestida não me aquece nem arrefece. Consegue-se contudo, perceber o coração das pessoas na forma como reagem às coisas que lhes acontecem. E o que fez a Carlinha? 

Segundo a revista, que transcreve uma citação da própria deixada no seu facebook, Carla exigiu que fossem removidos todos os cartazes, do espaço público e do site oficial de José Manuel Aires, o actual vice-presidente e candidato à Câmara de Torre de Moncorvo. E fez ainda pior: atentou contra o princípio da liberdade de expressão ao enviar mensagens a detentores de blogues e páginas de facebook - como euzinha aqui e muitos de vocês que me lêm, ameaçando-os (palavra escrita no artigo) com processos judiciais se não retirassem de imediato a sua imagem. E na realidade, se se for a googlar por este caso, não se encontra mais a dita ilustração. 

Mas pergunto agora eu: Carla, dá para ver o coração das pessoas se estas ameaçam outras? Sendo que os ameaçados são também aqueles que a Carla teria de jurar querer servir honradamente e conquistar pelo voto! São cidadãos de um país do qual a Carla quer pertencer ao governo. E o que um governo faz? Qual é a sua "profissão"? Eu digo, porque muitos que tentam governar se esquecem: o governo serve os interesses do país e do seu povo. Não o ameaça! 

Chiça. Se uma pessoa desta estirpe, que não aguenta um zum-zum e faz ameaças de processos judiciais e sei mais lá o quê reage assim porque alguém comentou as suas roupas, vamos querer dar-lhe poder decisivo? Hell, no!

Revela imaturidade, falta de preparo, conhecimento do mundo da política e traquejo dentro e fora dela, a meu ver. Podia ter usado toda a situação a seu favor. Mas enterrou-se. Se eu fosse candidata a algo não ia deixar os preparos em mãos alheias e ir "para fora" enquanto preparavam a minha campanha. É uma declaração total, a meu ver, de desconhecimento e falta de preparo e maturidade. Entendo até todos os possíveis "ses" a favor da candidata mas gosto que um concorrente mostre-se zeloso e empenhado, que acompanhe tudo passo a passo, envolva-se o mais que conseguir e um pouco mais além. Agora argumentar, como vão ler mais adiante, que não foi ela que escolheu a foto porque nem sequer estava nas redondezas não abona nada, mas nada a seu favor, não vos parece?

Mas ainda tem mais. Ah! Tem muuuuuito mais.
Em resposta às críticas que recebeu Carla terá dito:
"Caríssimos amigos, como já todos repararam/viram, fui a escolhida para entrar na linha dos mais famosos de portugal, no que toca às eleições autárquicas. Haja boa disposição, não má educação. A minha foto era horrível (também acho), mas a dor de cotovelo de muita gente é pior." - Hell no! Ela não disse isto!! Disse? Ela ousou defender-se com o clássico ataque "invejosos"? LOL.

"Digam-me, conseguem ver o coração das pessoas na armação do cabelo ou na cor dos lábios? Eu não, mas estou pronta para aprender com vocês. (novo ataque). Não fui responsável pela escolha da foto, pois não me encontrava cá quando isso aconteceu, mas obrigado a quem a escolheu, pois neste momento sou certamente a pessoa mais amada de meu querido Portugal. A todos os meus "ridículos" fãs (pimba! Não resistiu a dar outra ferroada e a demonstrar onde está a dor de cotovelo), um grande beijoooo".

Acho que Karla (com "k" na página do facebook) anda a ver reality shows a mais. Julga ela que está a participar num?

sábado, 7 de setembro de 2013

Cheira bem, cheira a Lisboa? Não! A QUEIMADO!!

A propósito de dois recentes post anteriores:

São 5.50h da manhã e estou bem acordada. Ainda falta muito para amanhecer. Pela janela aberta entra um odor inconfundível que depressa inunda o ar de casa. Cheiro de queimado. Vou fechar a janela e confiro: o cheiro vem de fora, todo o ar na rua está com esse cheiro.

 WTF? Ás 5 e tal da manhã não deflagram incêndios! Ainda mais numa mata qualquer distante. Portanto, o cheiro vem de onde? Estará a decorrer algum acidente? Não? Será de queima descontrolada ou de queima de fábrica?

Não sei. A noite está silenciosa. Nem um automóvel circula na estrada neste sábado de madrugada. O único som audível ao ouvido humano vem do outro lado, da direcção do aeroporto, o zumbido de um jacto, é natural. O cheiro a queimado é que não é, ainda mais nesta hora.

É tão perturbador não poder respirar uma atmosfera livre de pestilência. Ainda mais quando nos preparamos para ver o dia amanhecer. O ar da manhã devia servir como um balsamo, um energizer. Quando a actividade humana nos impede de usufruir disso algo está terrivelmente mal.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Ser mãe ou não ser mãe, eis a questão...

Porquê só chamam mães àquelas que tiveram um parto?

Há muitas mais mães que essas, felizmente. Há até crianças de 14 aninhos que já são mães, faltando-lhes apenas experiência de vida. E também existem pais que só foram biologicamente pais. Há mães de parto que dão cabo dos filhos e lançam para a sociedade indivíduos com as "articulações" aleijadas. E existem outras sem qualquer parentesco ou parto que são "mães" que criam seres sadios. O bom é quando uma mãe de parto é também uma mãe sã que cria um filho são. Mas também existem muitos exemplos em que não é isso que acontece. Deve a sociedade julgar a mulher sem filhos que é mais mãe que as mães que parem mas não sabem bem criar?



domingo, 1 de setembro de 2013

Radioactividade no Oceano Pacífico

A propósito do que tenho vindo a falar nos últimos posts.

Até me arrepia.
Tenho tendência para a predição, só espero que não seja o caso.


Recorte revista Domingo, do CM, nº 12501