sábado, 21 de setembro de 2013

Olha o gordo, parece um Porco!

A beleza é muito mais do que textura, cor, pele... é alma!

Nunca fui pessoa de chamar "gorda" a outra. Nem nada do género. Nem me lembro de alguma vez isso acontecer. Mas devido a estar a assistir a um programa sobre a obesidade em excesso e estar a escutar os relatos emotivos destas pessoas sobre as vezes em que escutaram lhes dizerem coisas deste género e bem piores fez-me ter vontade de vir aqui escrever sobre este aspecto da nossa sociedade.

Quando vejo este tipo de programas não me restam muitas dúvidas. A maioria destas pessoas sofrem de uma coisa e tão somente uma a que todos nós podemos nos relacionar. São mais sensíveis, mais emotivas.

E é este tipo de pessoas que a sociedade decide punir, chamando-lhes nomes feios ou apontando-as nas ruas como se tivessem algum defeito de carácter quando a única coisa que têm é gordura a mais? Isso é crime que afecta essas pessoas? Será que pensam que o obeso já tem a sua cota-parte de aborrecimentos e não precisa de reforços?

Quando as pessoas são muito mais emotivas do que a "norma" ou se rebelam ou se resignam. Quem se rebela procura problemas, procura o crime ou as drogas e tende, no geral, em revelar um carácter mais egoísta. Quem se resigna procura outro tipo de mazelas, outra forma de se magoar. Uma dessas é procurar o conforto na comida.

Obviamente também existem casos de pessoas gordas com mau carácter e pessoas nas drogas com bom carácter, esta não e uma constatação escrita numa tábua em madeira como se fosse um mandamento. Mas julgo que é uma dedução que faz sentido para muitos casos, se não mesmo a maioria deles. E estas pessoas obesas que vão a um programa de TV dar o seu testemunho e expõem assim grandes feridas emocionais, são ultra-vulneráveis. Estão a fazer aquilo que no dia-a-dia se recusam a fazer e evitam ao máximo: se expor. O dia delas é passado de uma forma algo reclusa, para assim evitarem algum comentário ou atitude discriminativa com base na sua aparência. Pelos relatos acho-as afáveis, simpáticas, carinhosas. E carentes. Quem não é, de vez em quanto, carente? E quem não corre, algumas vezes, até ao frigorífico nessas alturas? Então porquê algumas pessoas jogam mais lenha na fogueira?


Bom, talvez por já ser tarde e estar a preparar-me para adormecer as minhas capacidades cognitivas para deixar este assunto escrito de uma forma mais clara estejam a falhar, mas pronto, era isto que me apetecia vir escrever.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Partilhe as suas experiências e sinta-se aliviado!