Alguma vez tiveram a sensação de que umas pessoas não te estão a falar direito e de repente percebes que não te contactam de todo? Subitamente, vindo do nada, viram-te as costas e demonstram desprezo?
Pois acho que aconteceu comigo, há mais de uma década. E ainda hoje não sei o que aconteceu. Se é que algo aconteceu. Pois nada me disseram, eu nada fiz, só posso conjecturar. Seja o que for, o resultado para o meu lado parece ter sido o mesmo. Pessoas com quem lidava e convivia, subitamente revelam total desinteresse e vontade de sequer falar um minuto ao telefone. Têm pressa e precisam desligar. Dias depois não atendem mais um só telefonema, não dão retorno a chamadas perdidas nem respondem a algum email ou SMS.
Como nada fiz para desencadear uma reacção em cadeia destas, na altura não liguei o desconfiómetro. Tem sido com a passagem do tempo que a ocasional lembrança tem custado cada vez mais. Quanto mais o tempo passa, mais dolorosa a lembrança é. Lembro de pormenores, da minha inocência em não estranhar que uma pessoa a quem avisei que ia ligar na manhã seguinte e que queria me visitar, subitamente não atendesse o telefone nas seguintes 24h, naquelas que devem ter sido umas 20 tentativas de me comunicar. Preocupada que algo lhe pudesse ter acontecido, mais do que preocupada comigo.
Mas depois uma atitude como esta, somada a outra, a outra, e ainda a outra, tudo com pessoas diferentes mas por volta da mesma altura ainda que em dias diferentes, faz o desconfiómetro disparar. Passa-se algo! E ninguém me diz nada! Essa é a pior parte - a ignorância. Colho os frutos da sentença sem saber de que crime me sentenciaram. Que grande injustiça, não passam de carrascos!!
E é uma atitude cobarde destas que não entendo, jamais entenderei. Porque pessoalmente, quando sinto que algo está mal entre mim e outra pessoa e as coisas chegam a um limite que já não dá para equívocos, vou esclarecer as minhas dúvidas com essa pessoa. É a primeira com quem quero falar, geralmente não falo com outros nem para "dividir" e desabafar as dúvidas que me assolam.
A ausência desta postura nos outros me entristece. Por vezes até me revolta! Fico a pensar como seria se eu fosse uma pessoa má. Com atitudes desprezíveis e uma conversa odiosa, ao invés do coração mole e bom de que tantos ainda tiram proveito. Posso, aliás sei, que não sou nenhuma perfeição de pessoa. Tenho falhas que por vezes são mal interpretadas. Mas não sou uma pessoa má! Nestes dolorosos instantes gosto de imaginar que existe equilíbrio cósmico que vai trazer até todas as pessoas as consequências dos seus actos. Que as vai iluminar, fazer entender, arrepender e, se for o caso, procurar o perdão. Mas estou a fantasiar. Porque a justiça nesta terra não é para todos.
A falta de franqueza e honestidade parece pautar a maioria do comportamento social contemporâneo. Acho que a umas gerações atrás as pessoas na sua maioria eram mais diretas, mais sinceras, mais espontâneas e com noções mais adequadas do que é viver uma amizade. Hoje mais parece existir um jogo de interesses, um calculismo frio, quer-se tirar proveito das pessoas por qualquer motivo. A difamação é um recurso que não constrange muitos, nem a traição. É lamentável.
sábado, 28 de setembro de 2013
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