terça-feira, 30 de julho de 2013

Se o George Clooney conhecesse Portugal abandonava a Itália!

A propósito do post anterior - sobre a beleza da cidade de Lisboa, lembrei do seguinte:

Se George Clooney conhecesse Portugal, abandonava a Itália!

Bom, digo isto porque segundo a imprensa ele escolheu aquele país como residência porque lá observou uma coisa espantosa: os trabalhadores a regressarem do trabalho para casa a assobiar, sem pressa e com a enxada às costas. Querido Clooney, por cá a UE tornou um pouco difícil as actividades agrícolas e praticamente forçou os nossos muitos agricultores e pescadores a largar a enxada e as redes de pesca mas ainda vais encontrar - e em plena cidade, quem cultive em hortas improvisadas. O gosto pela "enxada" não abandona este povo que adora conviver com a natureza.

Quanto ao peixe, encontra-o ainda em muitos dos mercados municipais espalhados por todos os cantos de Portugal - uma maravilha a não perder. Como povo entre nós somos resmungões e para nós tudo está quase sempre mal - é um defeito é verdade, mas fazêmo-o com humor e por alguma razão acolhemos bem e estamos bem dispostos e divertidos. Somos curiosos mas não somos intrometidos e avistar uma celebridade não é nada de extraordinário. Os jovens falam todos inglês fluente e outras línguas também. Os mais velhos podem não o fazer mas sabem comunicar e ser acolhedores sem que a barreira linguística atrapalhe - característica comum a todo o povo, independentemente da idade. Quando um novo morador aparece e entra na rotina, passa a ser um de nós e é bem vindo. Comida? A melhor do mundo! Bem, a minha opinião é de quem nasceu portuguesa e cá viveu a maior parte do tempo. Como tal é suspeita. Não experimentei os estilos de comida que imagino que o excelentíssimo Clooney provou mas mesma assim arrisco: temos da melhor gastronomia, e a preço de chuva. Mas se quiser provar disto aprece-se sr. Clooney, pois a UE também andou a interferir na qualidade dos alimentos, expulsando os nacionais e forçando as importações de produtos claramente de qualidade inferior à nacional. 

Arroz Doce - doçaria típica portuguesa

"ODE" a Portugal

Já fui turista em Itália, por uns dias, e tal como intuía, sr. Clooney, em comparação com este país quase tudo é semelhante. A mesma fauna, semelhante flora, a mesma cor, quase a mesma luz, os mesmos grafitis, quase os mesmos comboios raquíticos e outros mais modernos, etc. Mas em minha modesta opinião Portugal e Lisboa em particular ainda saem a ganhar quando comparada a Roma e talvez Itália. Pois de comida por lá a pastelaria é um horror de sabor idêntico e artificial - pelo menos o foi para mim durante a breve visita tipicamente turística. A qualidade da água é de fugir de tão má que é, até a engarrafada é de estranhar para quem está habituado a outras texturas e frescura. Embora Roma tenha bicas em cada rua e Lisboa as tenha visto desaparecer, a nossa água é de superior qualidade. Espaços verdes no meio da cidade de Roma é vê-los como miragens! São poucos, tão poucos que mais depressa se sente os efeitos dos 35ºC de calor do que o prazer de uma sombra. E quem fala de espaços verdes também fala de locais para se sentar, sem se ser forçado a consumir. Bancos de jardim ou bancos de passeio não recordo de ter visto nenhum em Itália. Era a turistada toda sentada nas escadarias - e não é porque são bonitas, é porque o pessoal está cansado e não tem alternativa! De tudo isto Lisboa não padece. Temos escadarias, bairros catitas, espaços verdes por todo o lado, jardins de todos os tamanhos e bancos para as pessoas se sentarem - sem terem de consumir. E não tivéssemos nós sido influenciados pelos romanos, também aqui temos muitos ruínas romanas, vestígios e heranças dessa cultura. Temos também bastantes monumentos históricos - não tivéssemos nós sido há 500 anos um povo das descobertas marítimas. Cada rua, sua estátua ou busto - Lisboa é praticamente um museu ao ar livre. Quanto a um castelo no lago Como, não temos. Isso não, porque temos castelos mas falta-nos o lago. Porém temos mar, praias de encantar, quedas de água, cachoeiras, barragens e rios. Servi-lhe-ia, sr. Clooney, o Castelo de Almourol? Não está habitável e está longe de se poder transformar num lar mas é um castelo no meio do rio - o único na europa. Lanchas não pode usar, tem mesmo de ser um barquinho a remos. Para usar lanchas terá de ir para a barragem de castelo de Bode. Mas pense só na economia no combustível e na manutenção sr. Clooney. Para não falar na pegada no meio ambiente ser nula em poluição. E ainda tem a vantagem de fazer exercício braçal - tão útil que é para uma estrela de Hollywood. E sem precisar de ir ao ginásio! 
Castelo de Almourol
Poderia continuar mas vou terminar por aqui, sr. Clooney, a exposição dos factos que me fazem acreditar que se conhecesse Portugal, deixaria de viver na Itália. What else? Temos cafés e esplanadas por toda a parte. Venha cá beber um nespresso!  


Translating:
If George Clooney came to Portugal, he would leave Italy

Well, I say this because according to the press Clooney has chosen lake Como in Milan, Italy has a residence because he made a visit there and when he watched a man passing by slowly, whistling and caring a hoe in his back he felted those people knew how to live. Well mr. Clooney, we have that here too. The European Union almost eradicate this way of life by making it hard to make money with agriculture and fishing activities. But if you accept the invitation to came here, you'll find out that this simple ways still survive. I say this because some of us that live in the «big» city to this day maintain an improvised vegetable garden.  The taste for the "hoe" and the fishing nets has not left us, you see?

You can find fresh and shiny silver fish in the several markets still surviving all over the country. A beauty not to be missed. As people, we portuguese are kind of whiny between ourselves - although we are a very good humored people. In spite of that sad "fado" for some reason we receive and accommodate well, are well disposed and funny. We are curious but not pushy and seeing a celebrity is not something from another world. Most of the youngsters speak english fluently, but those who don´t have no problem communicating with the foreigners with good will and gestures. No language barrier will stop us from helping out, that's is quite interesting to watch.

If someone came to live here and adopt our routines, it will became has one of us very quickly. FOOD you ask? It is the best. Ok, you may be thinking my opinion is suspect and it is true I did not taste every food styles that exist in the world to be able to compare it to ours. But even so, I will have to go on a limp and say it is the best. Food and wine it is what normally tourist point out  has the best first pleasure from this country. But if you wish to taste this mr. Clooney, please hurry because UE has played out with this too. 

Sweet Rice - typical portuguese confectionery 

"ODE" to Portugal

For a few days I came to be a tourist in Italy and has my intuition was saying mr. Clooney, both countries are similar in almost everything. They have the same fauna, similar vegetation, almost the same color and light, the same grafitis, almost the same old metal train carriages along with some other more modern, etc. But in my modest opinion Portugal and Lisboa still came out winning. The food here it is best and the confectionery in particular, is soooooo bad in Rome - at least it was for me during my tourist staying.

The quality of the water in Italy it is to run away from, it is not good and even the bottled one feels strange and unsatisfying. Although Rome have it's water drinking founts all over the place and Lisbon has seen it's ones disappear along the years, still water here has a superior quality to it.

Green spaces, you ask? Well, in Rome they're mirages. Where are they? So few of them that one sooner feels the effects of a 35ºC heat than the pleasure of a shadow. The same appends with benches. Most of them are in places where one is obliged to consume some kind of food or beverage. Gardens and sidewalks benches are hard to find in Rome or Italy. The tourists are seen seated in street stairs not because it'sa beautiful place, but because they're are tired and in need to seat somewhere. From shadows, gardens, parks and sidewalks benches Lisbon does not eager for. Here you can also find many street stairs, long, long ones, has well typical 1900's neighborhoods with gardens and green vegetation everywhere. Our sidewalks benches are for people to seat down without having to consume anything. And have I mentioned we too have sea? The most ocidental part of Europe guess where it is? Here!

Cape Espichel
Had we not been influenced by roman culture, we also have lots of roman ruins, legacies from another time and age. Has a people that developed a significant role in discovering the world by seas about 500 years ago, there's also several historical monuments - enough to tired one's up.

Every street has it's statue or bust - Lisbon is practically an open street museum. In spite all this, we don't have a castle in a lake. Oh, don´t think this country lacks castles. Au contraire. They are so many for such a small country. We just don´t have one in a lake.

But we have the sea, enchanted beaches, water falls, dams and rivers. Would it be nice to you, mr. Clooney, the Almourol Castle?  It's not habitable and it's far for being so but it is a castle in the middle of a river - the only one in Europe. You cannot get there by speedboat, to ride in one you'll have to go to Castelo de Bode's dam. To reach Almourol's Castle you will have to use a small paddle boat. Just think about the positive aspect to it: you'll save money in gasoline and also in maintenance, mr. Clooney. Not to speak of the ecology footstep - a paddle boat equals ZERO pollution. And has the extra advantage of being a exercise a Hollywood movie star is always in need. You won't even have to go to the gym!

Almourol's Castle
I could go on and on but it's time to finish this exposure of facts, mr. Clooney. They make me believe that if you came to Portugal you would not wanna leave. What else? We have coffee shops all over the place. Came in and take an nespresso!  


segunda-feira, 29 de julho de 2013

A Aldeia de Lisboa

Sou da opinião que Lisboa é uma cidade maravilhosa porque tem as suas raízes nas tradições aldeãs e não as perdeu totalmente para o progresso. Não perdeu o cheiro, a brisa, a luz, o verde, as flores e nem os seus recantos de encantos.


E é com esta intro que vou falar da notícia que acabei de ver na TV, sobre o novo Código da Estrada e a circulação em bicicletas. Existe, em Lisboa, muita boa gente que adoptou a bicicleta como o seu meio de transporte. Acho isto extraordinário. Não por andarem de bicicleta, que também adoro e entendo perfeitamente, mas por o fazerem entre tantos veículos cuspidores de poluição. Por o fazerem em estradas grandes e movimentadas. Acho que é a prova de que por mais que o progresso chegue a Lisboa, esta terá sempre as raízes em hábitos ancestrais, sobreviverá sempre este lado mais "aldeia" e natura que muitos carregamos no ADN.


Meu avô costumava ir e vir de e para o trabalho de bicicleta. Não sei quantos quilómetros fazia mas como vivia em Lisboa e trabalhava fora da cidade levando cerca de duas horas de deslocação em cada sentido, vou imaginar que seria uma valente distância. Mas na altura, década de 50 ou mesmo 60, a estrada era de terra. Chegava coberto de pó, voltava cheio de pó. Se a estrada principal não era alcatroada, também não tinha automóveis :) Pelo que só posso imaginar o quão agradável conseguia ser o percurso. Mesmo com as dificuldades óbvias - principalmente no inverno e com chuva e frio, com a estrada de pó a virar lama - uma maratona numa já maratona - imagino. Mas o aspecto da poluição não se colocava. 

Hoje coloca-se. 

Também eu, nos longíquos anos 2000/2001 utilizei a bicicleta muitas vezes em Lisboa para me deslocar para o trabalho. Lembro perfeitamente que adorava. Na altura ainda não existiam vias para bicicleta, pelo que ia pelas estradas. Tinha cuidado redobrados por partilhar a mesma via que os automobilistas mas achava totalmente natural e viável. Contudo, de lá para cá continuo a gostar de andar de bicicleta mas já não me imagino a fazê-lo para este tipo de deslocações. E não sei bem explicar porquê. Talvez porque fiquei sem bicicleta e nos entretantos em termos de saúde e energia algo mudou, ou talvez porque a consciência ou o receio tornou-se mais forte ou a capacidade para manter o sentido de alerta apurado esteja preguiçoso. Não sei. 

Gosto destas bicicletas em que o tronco
viaja direito mas por cá não me parece
que se possa usufruir desta forma da bicicleta.
Ainda mais usando um vestido curto e
umas sandálias fashion. Porém pode ser a solução
para se ver automobilistas a ser simpáticos.
Todos os dias vejo ciclistas a passar, a subir a íngreme rua como se não custasse - e sei que custa, a descer agradavelmente rápido, enfim, muitos ciclistas - alguns em passeios de família com os filhos, passam nesta zona. Nesta e noutras, porque os há por todos os lados, faça chuva ou faça sol. O parque que tenho aqui ao lado também está sempre com pessoas de todas as idades. Desde crianças a idosos. Uns a jogar futebol, outros a passear os cães, outros a correr, a andar de bicicleta, de patins, de skate... Acho esta faceta de Lisboa muito agradável. 

Talvez passe despercebida a muitos, na azáfama do dia-a-dia, mas Lisboa mantém os seus laços com a natureza e uma vida mais simples. E talvez nunca os perca. E é por isso que é uma cidade tão encantadora. Recentemente decidi ir a pé até um centro comercial, num percurso paralelo a uma estrada principal movimentada. Enquanto pude, fi-lo por entre as habitações mas um pouco afastada do passeio. Depois a partir de um certo ponto é mesmo preciso continuar pelo passeio. E esse ponto de mudança é um Pinhal. Sempre me surpreende que, no centro de uma cidade como esta e ao lado de uma movimentada estrada, se possa encontrar um pequeno Pinhal. Ali uma pessoa pode despender uns segundos e fazer um "reset". É a ironia de contrastes. É agradável respirar fundo o ar de Lisboa naquele lugar, ao mesmo tempo que vejo e escuto o barulho dos automóveis a passar ao lado. Depois continuei o percurso pelo passeio, que está repleto de árvores e arvoredos. Muitos em plena flor, trazem aromas agradáveis. Muito diferente do lado oposto, quase sem uma árvore ou uma sombra. 

Tomara que nunca desapareçam estes elementos vitais para a qualidade de vida da cidade e da população. O progresso não justifica a morte. 

sábado, 27 de julho de 2013

Ah, olhem só!!

Eu "cresci" aqui.



Costumava brincar aos Domingos neste jardim. E para meu espanto encontrei esta fotografia antiga, talvez de inícios da década de 50 e fiquei tão surpresa que soltei um ahhhhh extraordinário. A minha surpresa nem é tanto verificar o quanto era diferente a paisagem 30 anos antes de eu aparecer por lá, para apanhar pinhões e subir nas árvores. A minha surpresa mesmo, foi essa pequeníssima árvore plantada nesse local, em primeiro plano. Exatamente no local onde se não me engano está ainda hoje uma árvore que, pelo seu tronco meio "encovado" me permitia subir alto e ficar dependurada num dos ramos. 

Ooooooh!
Que engraçado é ver como uma árvore cresce em apenas 30 anos e como todas elas cresceram e envelheceram mais outros 30 anos nesse local. Infelizmente algumas também já partiram - vítima de desleixo humano ou doença - quem sabe? Há uns anos passei por lá para recordar esses tempos e fiz questão de visitar uma das árvores que me dava mais prazer subir, por seu tronco se dividir em dois em forma de "V" bem junto da zona relvada. Tenho fotos em menina junto a essa árvore. Mas quando lá fui, a árvore havia desaparecido. Os sinais do abate ainda presentes, com pedaços mal cortados de madeira por todo o lado. Trouxe um. Uma lembrança de uma árvore, como se fosse uma relíquia santificada.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A história viva dos nossos cantos da cidade de Lisboa

Encontrei neste site com informações turísticas o seguinte texto:


E fiquei um pouco triste. Triste porque refere algo que não vai existir mais. Que é aquele pedaço dos Olivais onde foi construído a Expo98. Já foi estipulado que não mais será Olivais e sim uma nova freguesia - a do Oriente
O nascimento de uma nova freguesia até pode ser motivo de contentamento, ainda mais uma que já vai ter um nome com uma história recente mas marcante. Todas as Nações estiveram presentes em Lisboa para divulgar seus países, histórias, culturas, hábitos etc, nesse ano de 1998, naquela que foi a Feira Internacional Mundial  do ano. Será uma freguesia que já conta uma história. Mas de todo o imenso espaço que a exposição mundial ocupou, parece-me que será apenas aquela fracção de Santa Maria dos Olivais com vista para o Tejo a que vai ser expropriada para constituir a freguesia do Oriente. E por alguma razão, fiquei triste. Talvez porque existe sempre um tanto de tristeza quando algo que era deixa de ser - tão somente isso. Talvez porque tiram dos Olivais a última ligação que tinha com o Rio, o derradeiro pedaço de caudal aguado que lhe "pertencia". É como romper os laços com a "mãe" água. Ficou só terra... com poços, mas terra.
Os da minha geração vão conhecer sempre a origem da freguesia do Oriente (vulgo parque das Nações). A geração seguinte também, mas pela terceira a memória morrerá. Passará a existir nos livros e em poucas bocas que ainda se lembram que antes mesmo de ser Oriente, era Olivais. E tinha séculos de história como Olivais. 

Fica estranho, mas a vida continua. É como imaginar onde ficaria a "Toca" no romance Os Maias da Eça de Queirós, referida apenas como localizada nos Olivais. Se for para aqueles lados agora será "Oriente" e não é a mesma coisa :) 

Por outro lado, é assim mesmo a vida das cidades. Olivais por exemplo, tem uma história fascinante - fui agora pesquisar. Como a maior freguesia de Lisboa com cerca de 10,66 km², já foi concelho (1852 - 1886) e tinha então 22 freguesias, onde se incluíam a de Loures e Sacavém, num total de 223 Km². Porém existe como freguesia desde o longínquo ano de 1397 e já englobou  toda a zona do Tejo até Santa Apolónia! Dizem que surgiu de uma lenda, quando a imagem da Santa Maria apareceu no interior do tronco oco de uma Oliveira. Tal como a futura freguesia do Oriente, também surgiu de uma história marcante. Mas de cuja memória agora só os livros podem relatar e mesmo estes já não se equiparam ao que deve ter sido a memória de quem então viveu. Por enquanto não será esse o caso da futura freguesia do Oriente, que por ainda se encontrar na fase perinatal vai, de certeza, por algumas décadas fazer parte do consciente de muitos que até ali viajaram para visitar, trabalhar ou ali conheceram os respectivos conjugues ou tiveram os primeiros namorados, durante a Expo 98. São vivências e emoções recentes, ainda presentes, mas que vão desaparecer na terceira geração.

Autocarro numa estrada de Lisboa - 1952
É a vida. A lembrar-nos a todos que tudo muda, até os lugares (ou principalmente os lugares). 
Oiço os relatos de pessoas que foram viver para Sacavém, Moscavide, Olivais lá na década de 40, 50 e esforço-me por conseguir imaginar como terá sido. Mas por mais que tente, a imaginação não consegue reproduzir a lembrança, entendem?  Estas pessoas contam histórias de lugares que não tinham quase nenhuma edificação - tudo era mato, com estradas de terra e pó ou, com sorte, as principais estradas eram calcetadas com as típicas pedras cúbicas escuras que, algures por Lisboa, ainda podem ser observadas - ainda mais se a espreitarem de algum buraco mal alcatroado. 



É história, são vidas. São pequenas grandes coisas






Relatos da cidade de Lisboa:

Largo do Camões, Lisboa, lançamento da primeira pedra do Monumento - 1862
in Revista Municipal CML Nº44, ano 1950

Excerto de um texto publicado na Revista Municipal da CML - 1948
sobre a passagem de Júlio Verne por Lisboa
in Revista Municipal CML Nº44, ano 1950
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Privatização dos CTT até o final do ano - a morte anúnciada

A PIOR notícia da noite é descobrir que este governo decrépito e nem sequer ainda construído, decidiu na quinta-feira PRIVATIZAR os CTT.

Bolas, pá! Acham que fazem dinheiro vendendo empresas que dão lucro e que são exemplares no seu funcionamento. Ao invés de fazerem por aumentar as exportações e atrair investidores, vendem Portugal! Até crianças com noções básicas de economia entende o erro de tal decisão. Socorro! Deve gritar Afonso Henriques e todos os que a espada bradaram para criar este "Portucale". Se ressuscitarem teriam de as bradar de novo e começariam por tirar do poder estes que por cá andam a fingir que sabem o que fazem.

Ministra das Finanças vai à TV

Mas o que se passa com os políticos e as suas passagens pelos estúdios de televisão?
Ora aí trabalham como comentadores, ora se prestam a ser longamente entrevistados...

Oi? Alguém percebe aqui algo errado?
Costumam fugir que nem ratos das dezenas de jornalistas que correm até eles com perguntas e microfones, cada vez que existe razão de notícia. Mal respondem e são evasivos como se lidassem com um bando de pobres pedintes maltrapilhos que fedem e são por isso inconvenientes. Mas para ir à TV parece que a postura é diferente. Dá-lhes para se "confessar", parece que ali é um "palco" onde podem interpretar a sua personagem.

Bom, mas vim escrever este tópico para dizer que na minha opinião Maria Luísa Albuquerque mentiu. Ao ir para a televisão acabou por me passar essa impressão. Em televisão não são só as palavras que falam. Existem outros elementos visuais que se detectam. E para mim a confirmação chegou quase de imediato assistindo a essa postura não verbal. Não costumo me enganar com as pessoas quando uma lente nos separa. A TV parece que tem um filtro, um que consigo ver. É a linguagem não verbal. Quanto mais verdadeira queria parecer, mais anti-natural pareceu.

Mentiu.

MENTIU ou não MENTIU?

Bom, temos a "garantia absoluta" da inocência da Ministra, dada pelo Primeiro Ministro Passos Coelho ao Presidente da República Cavaco Silva, que logo tratou de se escudar com ela. Cavaco fez questão de ir para a televisão contar essa "confidência" de reunião ministral, escudando-se e descartando de si mesmo qualquer futura responsabilidade na decisão de ter uma suspeita de corrupção no seu governo.

Ai, existem tantas coisas estupidamente erradas nisto tudo que é até exaustivo numerá-las!
A mais irónica é o PR incutir tanta credibilidade a um primeiro ministro desacreditado. Em dois anos de governação e no pico de uma crise de governo que meteu mais ministros na rua do que alguma vez visto, Passos Coelho tem agido durante todo o seu mandato como os três macaquinhos do chinês: sou cego, surdo e mudo

Não clarificou o povo, não escutou, finge que não vê. Vai o digníssimo Presidente da República e refugia-se nas palavras de um ministro desacreditado? E o que é pior: desacreditado pelas próprias acções? Merece Portugal ser governado por um ministro destes e o que é pior, por um Presidente destes? 

Ui! Cavaco não tem espinal medula para analisar por ele mesmo o caso da ministra? Vai "de palavra", uma que hoje tem menos valor que um cêntimo furado?? Estamos mal arranjados com políticos assim!!

Cresce em nós, Portugueses, a legítima sensação de revolta contra estes governantes, que são apanhados a mentir ou a ardilar com tanta clareza quanto a incompetência de uma criança para roubar. E tal como uma criança, juram que não foram elas que roubaram o pirulito, enquanto o seguram atrás das costas e têm a boca toda lambuzada e suja de doce. Apanhados em flagrante, mas a "culpa" é da oposição! Vejam só. Protestam inocência e a "culpa", neste caso, segundo um militante do PSD, é do PS, que pediu esclarecimentos à Ministra sobre as novas provas que reforçam ainda mais a culpabilidade. Se mentiu é grave, ainda mais porque o fez em declarações prestadas à Assembleia da República (que para a semana vai fechar para férias). A culpa, segundo o PSD, é da oposição!! Ai que já não posso com esta perseguição e difamação como medula política deste partido :( Os outros restantes partidos querem a demissão da Ministra, o PS pediu esclarecimentos, mas para o PSD os outros não contam (julgam estes) e só lhes interessa é ferir e denegrir a oposição mais forte, o PS, usando para isso tantos rostos da casa quanto possível. Variam os rostos acusativos mas não varia o conteúdo propagandista anti-ps. Desde os tempos dos cartazes "a rosa murchou" que não gramo quem pensa que fazer política é difamar com ironia e sarcasmo o partido opositor em vantagem. Ainda mais fora de campanha e recorrendo a meios de comunicação de massa visuais, como os outdoors, como foi tantas vezes o caso.

Tratam os portugueses como se fossem estúpidos. Descoberta a careca, continuam a tratar. E dizem e fazem coisas ainda mais parvas, querendo com isto enganar ainda mais o povo português. E esperam que resulte!

Até tem resultado, para estarem no poder. Só pode ter resultado, não é mesmo?
Mas está na hora do povo saber separar PROPAGANDA e manipulação dirigida às massas de actos e ideias políticas úteis para a nação.

Cada dia só se confirma cada vez mais que este governo Coelho Cavaquista alaranjado e seus agregados têm de sair dali para fora. Ali não é o seu lugar. 

Já estava mesmo a ver que nestes escândalos todos quem ia escapar como um gato que cai sempre de pé é, mais uma vez, Paulo "submarino" Portas. Agora mais caladinho que nem um predador a aguardar que a presa "se esqueça" que ele anda por perto... E lá consegue o cargo de vice! O que ele quer, ele obtém. Por entre o povo consegue-o dizendo-lhes o que este espera ouvir, andando pelas feiras a beijar tudo o que é pessoa, usando como "uniforme" uma boina e um blusão, bem "à povo". Autêntica propaganda e acções de marketing descarados - não política. Por entre os seus sabe-se lá que estratégias utiliza, mas duvido que sejam decentes. 

Mas uma coisa está claro até para quem não vê. Nenhuma destas pessoas merece ou honra as funções lhes conferidas (de uma forma secundária) pelo voto democrático do povo. Enquanto permanecerem no governo são um perigo para a Nação.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Santa ignorância (a minha)! REVOLTAS e REVOLUÇÕES

Vou assumir publicamente que só hoje com uma pesquisa pois gosto muito de entender como se vivia em tempos que já lá vão, é que descobri que, durante apenas 9h, existiu uma "revolução" em Lisboa, no dia 26 de Agosto de 1931. (morreram 40 pessoas, cruzes!)

Está certo que os portugueses sempre andaram um pouco de "costas voltadas" para os factos históricos, baralhando tudo. E acontecimentos de curta duração e muito localizados não ficam na memória colectiva. Mas não devia eu ter sabido desta revolta? Talvez nos bancos de escola? Ou será que ouvi mas esqueci? Pois se tinha uma vaga ideia da um "distúrbio" por volta de 1926, nos conturbados anos pós instalação da república e soube que mesmo depois do 25 de Abril de 74 existiram tentativas de derrubar o regime que tomou o poder, pelo meio parece que existiram muitas revoltas durante o regime do Estado Novo. Encontrei aqui um link com uma lista impressionante de acontecimentos - quase todos ignorados por aqueles que não estudam a história de Portugal com proximidade. Datam de 1926 e continuam até 1974! Continuamente, todos os anos, um ou mais distúrbios, revoltas por toda a parte. Com excepção apenas de dois anos: 1939 e 1940. São 46 anos contínuos de distúrbios!!

E agora pergunto eu: onde ficou o «espírito» de revolta e acção dos portugueses desde então?
É que percebi que nunca se deixou de lutar, de tentar tirar do poder um regime que não satisfaz. Vivemos agora um momento claro em que a maioria dos Portugueses não concorda e não quer ser governado por aqueles que nos governam. Mas revoltas, revoltas, pesadas, népia.



sábado, 20 de julho de 2013

Só me apetece votar PS

Uma declaração do dignissimo presidente da República escandalizou-me. A propósito do acordo não estar a correr sobre rodas (que outra coisa no meio deste caus não seria de esperar, uma vez que os dois partidos no poder já não se entendiam) disse ele com uma prontidão raríssima de lhe encontrar e com uma desenvoltura de quem quer dar a atender que agora não tem qualquer responsabilidade na questão, que "os portugueses têm de saber distinguir as intenções dos políticos que estão no governo e daqueles que querem estar".

A sério? A sério, Cavaco?


A sério que vais tentar colocar todas as culpas desta governação nas costas do partido que não esteve a governar e com maioria? A sério que todo este esquema de "salvação nacional" que meteu o PS como bombeiro e agora dizem que este é que não quer apagar o fogo, só serviu para isso?

A sério...
Este governo já está a pensar naqueles que vão governar "amanhã", já começam a fazer a campanha da difamação. Tirem estas pessoas do poder. Não posso mais com artimanhas. Esquemas, estratégias manhosas que visam, mais uma vez repito isto, não ajudar o país, mas os próprios umbigos!


Antes falhar dando o voto a um governo PS (agora sem Sócrates) do que correr o risco de lá colocar qualquer outro. Porque é o que se vê. E é inadmissível. Havendo a oportunidade de governar, a prioridade destes governantes continua a ser a mesma: não é esclarecer o povo, é difamar a oposição. Querem é cuidar dos próprios umbigos. E o país? Onde fica o país??

Já não voto no PS faz muuuuuuitos anos.
Está na hora de regressar, pelos vistos. E não é por ser a "oposição". Existem outros partidos menores que também o são. É pelo discurso mesmo. É por algures por ali ter escutado palavras que me pareceram sérias e verdadeiras. Uma característica que procuro sempre nos políticos. Cansa-me intuir tanta falsidade e oportunismo.

Criar uma reputação

Existe uma coisa chamada reputação, que é a fama que a pessoa tem. 
A reputação é criada por terceiros ou pela própria pessoa, quando refere-se a si mesma nos termos com os quais ser relacionado/a.

"Eu sou empenhado, trabalhador, exigente mas amigo" - dizem vezes sem conta. 

Ora os outros, que mal conhecem o indivíduo, escutam isto ser dito diversas vezes repetido pela boca do próprio. Depois escutam as mesmas palavras espalhadas pelo próprio na boca de terceiros. E quando precisam de explicar a outros quem a pessoa é, já têm um "cliché" implantado na cabeça: "Ele é uma pessoa empenhada, trabalhadora, exigente mas amiga". - e é assim que o descrevem. 

E assim se cria um REPUTAÇÃO.


Deixem-me confessar nisto que acredito: raramente uma pessoa tem o valor-face com que se apresenta. Pelo que esse tipo de reputação dificilmente se aproxima da verdade. Falta-lhe outras características bem mais vincadas da personalidade do indivíduo e, sem elas, a sua essência verdadeira não é conhecida. 

E essas características dão-se a conhecer melhor com o convívio. Existem diferentes formas de se criar uma reputação, mas creio que a que referi parece ser a única utilizada. Aquela a que todos devíamos recorrer, que consiste em avaliar primeiro as pessoas pelas suas acções, feitos, pensamentos e carácter e daí concluir o valor que têm, parece-me que caiu em desuso. 

Não sei quanto a vocês mas agora que estou a pensar nisso, acho que nunca falei de mim dessa forma propagandista para me dar a conhecer a alguém. Porém estou recordada de conhecer muitos novos colegas assim: começam logo por se adjectivarem repetidamente. 

E as "reputações" hoje em dia criam-se assim. Avalia-se o superficial, faz-se uma avaliação com base numa primeira e curta impressão, "engole-se" a auto-propaganda. As pessoas crêem no que querem acreditar, em oposição ao que deviam acreditar. E isto é prejudicial a si mesmas, aos outros e à sociedade. Tornamo-nos como sociedade, incapazes de realizar uma avaliação equilibrada. Quase que se desaprendeu a pensar individualmente para se ceder à tentação do raciocínio propagandista, pensado por outros com um determinado fim sempre egoísta. E isto é tão nocivo, tão perigoso que prejudica tudo, como por exemplo, a capacidade de avaliar os políticos que nos governam.

E o exemplo da autenticidade deste conceito pode ser retirado dos reallity shows, onde indivíduos que geralmente revelam graves falhas de carácter estranhamente, a maior parte das vezes, se singram os vencedores. As pessoas criam uma imagem fantasiosa com base na auto-propaganda do indivíduo que a saiba bem vender e nisto não admitem falhas ou críticas ao seu "ídolo". Reagem a qualquer avaliação - por vezes até as positivas mas que lhes passam ao lado como tal, "cuspindo fogo" em cima de outros e massacrando outros fãs de outros concorrentes. É um autêntico "vale tudo" na cegueira de manter a reputação auto-criada do indivíduo como verdadeira, mais ainda quando esta já caiu de vez por terra. Vale recorrer à calúnia, repeti-la em spam nas redes sociais e imprensa, à ofensa verbal e quando a ocasião se proporciona, até se recorre à violência física. TUDO porque não toleram admitir que estão efectivamente ERRADOS. Não podem ter apostado no cavalo errado, querem sempre ter razão. Demonstram assim falta de humildade e a incapacidade de assumir um erro e lidar com isso. Escolheram um ídolo, criaram-no e agora trata de manter a imagem tal como foi criada, não como ela é. E é por isso que muitos destes "ídolos" uma vez fora dos holofotes e tendo as suas acções agora retratadas por revistas, caem em termos de popularidade. Normalmente contradizem nas acções o que andaram a propagar durante o concurso, contrariando assim a reputação criada pelos mais obcecados fiéis.

  
Acredito que as pessoas que mais valem a pena conhecer, muitas vezes são aquelas cuja "reputação" nem é tão boa assim ou simplesmente são mais discretas para ter uma "reputação" muito popular. É o que basta. O resto, vem com o tempo. Na primeira introdução dispenso logo ficar a "saber" que estou diante de uma pessoa com "muitos amigos, que ficaram muito tristes quando me fui embora de perto deles, que os tenho a todos, mais de uma centena no facebook, que sou muito profissional e que até desde os tempos de escola todos gostavam muito de mim". Dispenso estas auto-apresentações tão pouco modestas e que, tantas vezes, carecem de outros elementos que também definem a pessoa, se calhar até mais. 
Conclui que quase sempre que um indivíduo tem uma reputação bem enraizada no chão, o melhor é não acreditar em quase nada do que se diz. Porque decerto esta vai carecer de outras características de personalidade bem mais vincadas que o definem mais. Assim economiza-se o incómodo de vir a descobrir, com o convívio, que esta não é de todo merecida.

Se uma mentira for repetida várias vezes, acaba por virar verdade. - Hitler defendia este princípio, sabiam?

sábado, 13 de julho de 2013

Todos a atacar o PS, esqueçam os que nos governam!

Bom, a situação que o PR criou com esta de querer fazer um compromisso de Salvação Nacional incluindo no "bolo" o partido PS, deixou este partido num entalo. Agora todas atenções parecem estar viradas para o PS, todos os dedos se apontam e todas as vozes exigem uma posição.
LOL
Então esqueceram já o governo que ainda está em funções? Que bela cortina de fumo para tirar o foco das questões pertinentes e da desastrosa governação dos que há 2 anos temos sentido os efeitos. Vai um ministro, apresenta a sua demissão irrevogável, no dia seguinte volta para o governo num outro cargo, para depois do PR "escutar TODOS os partidos", decidir fazer este "compromisso" e deixar de lado TODOS os partidos excepto um: o PS.

Numa coisa concordo: se é para fazer esta borrada, então que entrassem TODOS no caldo. Se eu fosse militante do BE ou CDU também ia sentir a rejeição. Mas que estes venham para as TVs fazer campanhas propagandistas só reforça a percepção porquê devem ficar de fora... Foram para as TVs mostrar o seu desagrado com a postura do "entalado" PS em aceitar o estúpido acordo. E de repente, o assunto na boca de todos os políticos não é mais a crise, o país, mas sim as posições do PS. Chiça, que entalanço! NENHUM daqueles partidos alguma vez se vai entender. São pessoas com ideologias e formas de executá-las muito diferentes. NOTA-SE pela postura, sempre pronta a acusar e a meter defeito nos outros. Nenhum parece estar a olhar pelo país, só pelo próprio umbigo. E disfarçam mal, com os mesmos actos propagandistas de sempre. Sinceramente, espero que mesmo encostado entre a espada e a parede o PS consiga, com esta de "colaborar" com o governo, ser o partido que vai olhar para o horizonte e não para os pés. E quem sabe quando o tão desejado PRAZO do pagamento de juros à troika ou o que quer que seja, não existam mais "atentados de bombas de fumo" e que possamos ter um governo conciso, firme, que pare de olhar para os pés, para o umbigo ou de enterrar a cabeça na areia.

Corrente de Oeste

O bom tempo chegou!

Dizem que já vai partir amanhã mas até lá, que tempo perfeito, respirável, com céu nublado mas com muita luminosidade, um ar fresco e húmido. Bendita corrente de ar vinda de Oeste.

É possível sair à rua e fazer de tudo: olhar para o céu, correr, ir para a praia, fazer caminhadas, brincar nos baloiços com as crianças, transportar as compras a pé, tanta coisa. Tudo sem SUAR COMO SE FOSSE DERRETER ou sentir tonturas e fraqueza provocadas pelo calor.

Podem discordar aqueles que amam o calor e os raios UV e se sentem devastados por as temperaturas não regressarem ao desert mode, mas saibam que estatisticamente estas semanas de excessivo calor ditaram o fim da vida a muitos. Morreram só porque estava calor! Todos nós um dia vamos morrer, mas de calor parece-me um injustiça.


FACTOS:
O corpo humano está preparado para funcionar normalmente nos 30 e poucos graus. Cada grau acima de 38 graus corresponde a uma perda de 10% de calor. Dependendo da temperatura e do tempo de exposição ao calor, o corpo humano pode não resistir. Um dos principais perigos do calor excessivo é a desidratação.
"Quando o corpo começa a perder líquido, ocorre a desidratação, a diminuição do volume. O coração precisa bater mais rápido, o rim pode parar de funcionar, causando insuficiência renal. Os raios solares podem danificar a pele, a respiração de ar muito quente pode destruir o tecido pulmonar, impedindo a troca de oxigénio".


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sacudir a água do capote?

Já aqui assumi que entendo pouco de política. 
Mas o que entendo de entretenimento e de viradas de trama dramática compensa a ausência de uma cultura política profunda.


É impressão minha ou a situação política do momento da parte daqueles a quem foi conferido o poder de governar foi SACUDIR A ÁGUA DO CAPOTE?

A sério. Escutei uma intervenção do Paulo Portas (o tal do submarino e da demissão irrevogável) em que exigia do PS uma postura de união e entendimento como se não tivesse sido ele uns segundos antes a destabilizar essa mesma "boa política" que agora exige dos outros. O ministro dos Negócios Estrangeiros, que passou a ministro da Economia e deixou de ser e foi despromovido novamente ao cargo que relegou, agora usa esse mesma posição que ocupa mas que estava louquinho para largar como exemplo de dedicação. LOL! Como se não tivessem sido as circunstâncias e não a VONTADE dele a ditar assim.

E agora dirigem-se ao partido excluído deste governo, que perante a situação agravada de crise e de medidas governamentais fracassadas estabeleceu medidas próprias no sentido de tirar o país das encrencas da troika e muito à vilão exigem que "juntem as mãos" numa acção pacífica. Anos a ver tramas ensinam, mais que não seja, a identificar manhosos e distingui-los dos indivíduos que parecem realmente se importar. E nesse sentido, Santana Lopes, Sócrates e Paulo Portas foram políticos que antes mesmo de chegarem a esferas políticas de maior responsabilidade já me estavam a dizer que não eram de fiar. Passados 15 anos acho que esta habilidade para identificar farsantes é fiável e é uma intuição a utilizar. 


terça-feira, 9 de julho de 2013

Pavilhão de Portugal e o estado da Nação

Julgo que foi há uma semana que vi na SIC Notícias uma reportagem sobre o governo onde se estabeleceu um inteligente paralelo com o estado do Pavilhão de Portugal, construído durante a Expo 98 e até hoje sem rumo definido. Ninguém sabe o que fazer com o pavilhão e assim, por analogia, parece estar Portugal. 



O edifício tem um fascínio arquitectónico singular. Os entendidos em engenharia e arquitetonica tecem-lhe elogios pela sua cobertura única que parece desafiar a lógica e a gravidade. Contudo, esta obra parece vazia de função, transmitindo uma áurea de desleixo e abandono. E assim também está Portugal. É bonito, único e singular, é visitado por quem sabe apreciar a sua unicidade, mas está sem rumo e sem identidade faz tempo demais. Assim como a ausência de organização e planeamento transformaram o Pavilhão de Portugal num espaço de menor interesse, brindado que está com o cheiro e manchas de urina a cada pilar, convertido por uso popular num urinol e talvez em algo mais, pois é comum parecer regularmente frequentado por indivíduos com propósitos ou actividades suspeitas, casais que entre os pilares se escondem para dar azo a intimidades e garrafas de vidro de cerveja vazias ali parecem se acumular. O governo e o país parece teimar em não seguir um destino muito diferente.

A aparente abandono do moribundo pavilhão baptizado com o nome do País, que o representou numa grande feira Mundial e o estado da nação. Destino semelhantes? Se o pavilhão ganhar uma utilidade que nunca teve, poderá o país fazer o mesmo?

Segundo a peça, Siza Vieira, arquitecto responsável pela construção do pavilhão, terá dito que, se não existirem meios para manter a cobertura, então mais vale que venha a baixo

E Portugal? 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cavaco vai usar o machado ou vai colar os cacos?

Ao que parece está nas MÃOS do Presidente da República a DECISÃO de eleições antecipadas e a colocação de um PONTO FINAL ao mandato de quem está ao leme deste barco desgovernado que é Portugal.


Ora, vamos assistir ao ERRO desta maioria PROLONGAR a sua estada no "poleiro" político, ou vamos ver, se calhar pela primeira vez, um presidente na figura de Cavaco com "eles" no sítio? Pau que nasce torto e que teve dois anos de inúmeras oportunidades de se emendar, já não se emenda. Não emenda! Agora ou faz mais estragos ou sai do poleiro e deixa outros tentar fazer melhor. Porque não é difícil fazer melhor. Pior sim, pior é difícil mas fácil se lá se manterem os mesmos.

Saudades do Jorge Sampaio na presidência...
Não sei se de todo teve sempre a atitude certa mas tenho a certeza que em momentos de crise ia saber agir de melhor forma. Ia colocar os interesses do país sempre em primeiro lugar. E não "achar" que é isso que anda a fazer...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O governo português CAI ou não CAI?

Quando o Passos Coelho foi eleito primeiro-ministro, fiquei triste e lamentei o resultado das eleições. Não sei bem porquê - pois entendo pouco de política, mas entendi-o assim. Alarmes soavam. O principal sinal de alarme, para mim, foi perceber a "histeria" de felicidade de alguns conhecidos que sempre entendi que gostavam apenas era de ser do contra. Isso aliado à descoberta de que Passos tinha quase nenhuma experiência política. Mas isso pareceu ser de pouca relevância para os seus defensores. A este tipo de pessoas só lhes interessava a COR do partido que chegava no poder. O que outros partidos viessem a fazer só merecia escárnio, comentários depreciativos e oposição cerrada - lixando-se a sociedade. De modo que o apoio a Passos vindo de pessoas que há anos havia percebido não serem capazes de uma análise isenta, foi um alerta. Só lhes interessava ver no poder a cor laranja, nas figuras do primeiro-ministro e do presidente da república. A "obsessão" pelo laranja foi cega - a meu ver.

Outros gostaram de Passos Coelho por ser "charmoso" e um "belo homem" - LOL! Como se o aspecto fosse qualificação. Queriam tanto a mudança e se ressentiram tanto contra Sócrates, que se viraram também à "cor" partidária por aquele ostentada: a "rosa" - que diziam murcha e assim a celebravam anos a fio nos cartazes propagandistas laranjas. Mas Passos venceu as eleições. A maioria - que votou nele, ficou muito contente. Paulo Portas aproveitou a oportunidade como líder do CS-PP para criar uma coligação governamental e estabelecer assim uma maioria. Todos celebraram a vitória. Andavam todos tão esperançosos, com certezas de que seria agora com Passos Coelho que o país finalmente ia entrar nos eixos, que eu só soube repetir: "Espero que tenhas razão". "Tomara que sim".

O tempo passou e acho que já se pode concluir que a intuição é mesmo uma coisa fantástica
Passos não tem sido governante que esteja a conduzir o barco para porto seguro. E Cavaco, que também não foi grande coisa como primeiro-ministro, continua produzindo os mesmos maus resultados como Presidente.

Sobre Cavaco, Miguel Sousa Tavares, numa entrevista dada ao jornal "Negócios", disse de sua opinião: "Nós já temos um palhaço. Chama-se Cavaco Silva. Muito pior do que isso, é difícil" - declaração que naturalmente fez o visado levantar um processo de Ofensa à Honra junto à Procuradoria Geral da República, que hoje arquivou o processo. Prevaleceu o direito à liberdade de expressão uma vez que as declarações foram consideradas críticas políticas e não pessoais e a palavra "palhaço" foi utilizada na sequência de uma questão anteriormente colocada. 

Porém, diante dos factos mais recentes - a demissão de Gaspar, ministro das finanças ontem (pedida afinal há 8 meses), seguida hoje do mais escandaloso pedido de demissão de "Paulo Portas - compra-submarinos-e-endivida-o-país-em-milhões", não sei como lidar com eles. Não gosto de líderes que assumem uma responsabilidade e depois viram-lhe as costas, desistindo de lutar e procurando se distanciar dos que estão a "afundar o barco". Até respeito quem não vira as costas - mas não consigo respeitar quem parece fechar os ouvidos, tapar os olhos ou ficar mudo quando devia falar. Nesse caso, não será o virar as costas a atitude consequente? Tudo indica que este governo não tem condições para se manter em funções e há quem diga que nem está mais a governar, não tem o quê. (Deve andar só a privatizar e a fazer acordos prejudiciais com a Troika),

Que estas pessoas deviam "stepaside" - se afastar do governo, seria, provavelmente, a atitude mais correcta mas, quem os irá substituir? Eleger um novo governo através das eleições antecipadas e por cores... parece-me inútil e mais do mesmo. Mais uns tantos anos perdidos até se "descobrir" se o rumo que os novos governantes estão a dar ao país é satisfatório ou desastroso. Não me parece que possamos perder tempo.  Ou arriscar! Tem de se colocar alguém mais apto ao leme do governo, mas alguém que já se confie nas capacidades e não se vá "à descoberta", como foi o caso da eleição de Passos Coelho (se formos a ver existe algo de patético nisto de um povo eleger numa altura crítica um governante a quem falta experiência política - e esta bem se tem evidenciado ao longo destes 2 anos de mandato). E os estragos entretanto feitos, de anos e anos de má gestão, terão reparação ou os "buracos" no casco de portugal ainda têm muita água para deixar entrar?





segunda-feira, 1 de julho de 2013

Homenagem aos meus avós

Ultimamente tenho pensado no que consiste em criar 
uma família com sucesso.

Meus avós maternos, com quem privei com proximidade, como grande parte de outras famílias portuguesas tinham uma história bem comum: filhos de gente humilde, filhos de lavradores rurais de várias gerações a viver principalmente da lavoura do seu pedaço de chão, descendentes de faz-tudo e capazes também eles de serem faz-tudo, aprenderam a se "virar" e agarrar as oportunidades que lhes surgissem para facultar algum sustento. Começaram a trabalhar em meninos e não tiveram muitos estudos. Quando atingiram a maioridade acabaram a emigrar para a capital, tal como tantos outros - parentes inclusive, não tivessem como tantos outros, esse instinto simples e claro de que se deve fazer frente à adversidade com mais trabalho, fugir da pobreza dura e cada vez mais difícil e ir para onde se diz que existem melhores oportunidades de sustento.


Acabaram por constituir uma família numerosa de filhos - tendo perdido dois ainda em tenra idade para um acidente evitável e uma doença que facilmente teria cura.


E é aqui que queria chegar. Naturalmente, não foi tudo um mar de rosas. Existiram problemas que devem ser transversais a qualquer família. Cometeram erros como pais, certamente. Mas acredito que os ACERTOS superaram os erros. E agora que se foram isso fica mais claro. Pelo menos para mim. Os seus filhos não podiam ser mais diferentes uns dos outros. Personalidades distintas, formas de estar distintas, opiniões distintas. Não devem ter sido pera doce de criar eheh! E embora cada um seja capaz de apresentar uma lista de acontecimentos familiares infelizes hoje continuam cada qual na sua vida, mas sempre a querer saber uns dos outros.


Meus avós conseguiram sim, criar uma família. Porque souberam realmente fazer com que aquelas pessoas tão diferentes se sentissem unidas umas às outras, se preocupem, se auxiliem. E é POR ISSO, que vejo com muito orgulho que meus avós são um caso superado de duas pessoas que conseguiram criar uma família com sucesso.

E só de imaginar o quão pouco tinham à partida a favor deles... A falta de dinheiro, a falta de instrução, a falta da presença de um dos progenitores (nenhum dos dois teve um dos pais). Existiu, por comparação à maioria dos pais de hoje, uma diferença quase abismal de recursos. No entanto, tomara que os pais de hoje consigam para os filhos o que meus humildes avós conseguiram.