quarta-feira, 3 de julho de 2013

O governo português CAI ou não CAI?

Quando o Passos Coelho foi eleito primeiro-ministro, fiquei triste e lamentei o resultado das eleições. Não sei bem porquê - pois entendo pouco de política, mas entendi-o assim. Alarmes soavam. O principal sinal de alarme, para mim, foi perceber a "histeria" de felicidade de alguns conhecidos que sempre entendi que gostavam apenas era de ser do contra. Isso aliado à descoberta de que Passos tinha quase nenhuma experiência política. Mas isso pareceu ser de pouca relevância para os seus defensores. A este tipo de pessoas só lhes interessava a COR do partido que chegava no poder. O que outros partidos viessem a fazer só merecia escárnio, comentários depreciativos e oposição cerrada - lixando-se a sociedade. De modo que o apoio a Passos vindo de pessoas que há anos havia percebido não serem capazes de uma análise isenta, foi um alerta. Só lhes interessava ver no poder a cor laranja, nas figuras do primeiro-ministro e do presidente da república. A "obsessão" pelo laranja foi cega - a meu ver.

Outros gostaram de Passos Coelho por ser "charmoso" e um "belo homem" - LOL! Como se o aspecto fosse qualificação. Queriam tanto a mudança e se ressentiram tanto contra Sócrates, que se viraram também à "cor" partidária por aquele ostentada: a "rosa" - que diziam murcha e assim a celebravam anos a fio nos cartazes propagandistas laranjas. Mas Passos venceu as eleições. A maioria - que votou nele, ficou muito contente. Paulo Portas aproveitou a oportunidade como líder do CS-PP para criar uma coligação governamental e estabelecer assim uma maioria. Todos celebraram a vitória. Andavam todos tão esperançosos, com certezas de que seria agora com Passos Coelho que o país finalmente ia entrar nos eixos, que eu só soube repetir: "Espero que tenhas razão". "Tomara que sim".

O tempo passou e acho que já se pode concluir que a intuição é mesmo uma coisa fantástica
Passos não tem sido governante que esteja a conduzir o barco para porto seguro. E Cavaco, que também não foi grande coisa como primeiro-ministro, continua produzindo os mesmos maus resultados como Presidente.

Sobre Cavaco, Miguel Sousa Tavares, numa entrevista dada ao jornal "Negócios", disse de sua opinião: "Nós já temos um palhaço. Chama-se Cavaco Silva. Muito pior do que isso, é difícil" - declaração que naturalmente fez o visado levantar um processo de Ofensa à Honra junto à Procuradoria Geral da República, que hoje arquivou o processo. Prevaleceu o direito à liberdade de expressão uma vez que as declarações foram consideradas críticas políticas e não pessoais e a palavra "palhaço" foi utilizada na sequência de uma questão anteriormente colocada. 

Porém, diante dos factos mais recentes - a demissão de Gaspar, ministro das finanças ontem (pedida afinal há 8 meses), seguida hoje do mais escandaloso pedido de demissão de "Paulo Portas - compra-submarinos-e-endivida-o-país-em-milhões", não sei como lidar com eles. Não gosto de líderes que assumem uma responsabilidade e depois viram-lhe as costas, desistindo de lutar e procurando se distanciar dos que estão a "afundar o barco". Até respeito quem não vira as costas - mas não consigo respeitar quem parece fechar os ouvidos, tapar os olhos ou ficar mudo quando devia falar. Nesse caso, não será o virar as costas a atitude consequente? Tudo indica que este governo não tem condições para se manter em funções e há quem diga que nem está mais a governar, não tem o quê. (Deve andar só a privatizar e a fazer acordos prejudiciais com a Troika),

Que estas pessoas deviam "stepaside" - se afastar do governo, seria, provavelmente, a atitude mais correcta mas, quem os irá substituir? Eleger um novo governo através das eleições antecipadas e por cores... parece-me inútil e mais do mesmo. Mais uns tantos anos perdidos até se "descobrir" se o rumo que os novos governantes estão a dar ao país é satisfatório ou desastroso. Não me parece que possamos perder tempo.  Ou arriscar! Tem de se colocar alguém mais apto ao leme do governo, mas alguém que já se confie nas capacidades e não se vá "à descoberta", como foi o caso da eleição de Passos Coelho (se formos a ver existe algo de patético nisto de um povo eleger numa altura crítica um governante a quem falta experiência política - e esta bem se tem evidenciado ao longo destes 2 anos de mandato). E os estragos entretanto feitos, de anos e anos de má gestão, terão reparação ou os "buracos" no casco de portugal ainda têm muita água para deixar entrar?





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