Eu "cresci" aqui.
Costumava brincar aos Domingos neste jardim. E para meu espanto encontrei esta fotografia antiga, talvez de inícios da década de 50 e fiquei tão surpresa que soltei um ahhhhh extraordinário. A minha surpresa nem é tanto verificar o quanto era diferente a paisagem 30 anos antes de eu aparecer por lá, para apanhar pinhões e subir nas árvores. A minha surpresa mesmo, foi essa pequeníssima árvore plantada nesse local, em primeiro plano. Exatamente no local onde se não me engano está ainda hoje uma árvore que, pelo seu tronco meio "encovado" me permitia subir alto e ficar dependurada num dos ramos.
Ooooooh!
Que engraçado é ver como uma árvore cresce em apenas 30 anos e como todas elas cresceram e envelheceram mais outros 30 anos nesse local. Infelizmente algumas também já partiram - vítima de desleixo humano ou doença - quem sabe? Há uns anos passei por lá para recordar esses tempos e fiz questão de visitar uma das árvores que me dava mais prazer subir, por seu tronco se dividir em dois em forma de "V" bem junto da zona relvada. Tenho fotos em menina junto a essa árvore. Mas quando lá fui, a árvore havia desaparecido. Os sinais do abate ainda presentes, com pedaços mal cortados de madeira por todo o lado. Trouxe um. Uma lembrança de uma árvore, como se fosse uma relíquia santificada.
Esta sua recordação, em forma de texto, transportam-nos para o passado, mais ou menos longínquo mas que desperta em nóa alguma saudade, muita saudade.
ResponderEliminarCusta perceber que a bem de algo a que se chama progresso e desenvolvimento, algumas coisas tenham sido 'atropeladas', não só pelo tempo mas pela necessidade humana de destruir para construir, por vezes coisa nenhuma ou simples aberrações arquitectónicas.
Se o local que a foto documenta é o que me parece - ressalvo esta situação - a modernidade não trouxe grandes melhoras.
Mais pedra, mais cimento e mais uns 'cobres' para os bolsos de uns quantos.
'As árvores morrem de pé', alguém disse.
Aquela a que se refere terá morrido como?
Perceber isto é, quanto a mim, mais importante que saber como nasceu a que lá está.
Manias minhas.
Um abraço e um bom fim de semana.
Por momentos pensei que tinhas crescido na igreja...
ResponderEliminarsempre boas as recordações que os lugares nos deixam. Há sempre surpresas quando regressamos aos locais onde crescemos...
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