Metereologia 24 h

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domingo, 26 de janeiro de 2020

Footpath Rage


Footpath Rage quer dizer "Raiva no Passeio".

Este é um tema que já quis abordar. Diz respeito ao equivalente do Road Rage (Fúria na Estrada) que descreve um comportamento de certos automobilistas que estão sempre zangados e a mandar vir, mostrando adoptar uma condução agressiva.

Eu sou peão. Peão profissional!
E como tal, tenho já uma certa tarimba. 
Aqui no UK não se diz sidewalk (isso é americano!), diz-se Footpath... então sofro, desde que cá cheguei, de footpath rage.




Enerva-me. Imediatamente. Posso estar super feliz mas basta uma coisinha relacionada com certos comportamentos tanto de outros peões, como de automobilistas, para me azedar o dia. 

Quando estive em Portugal até fiquei a sentir-me MARAVILHADA, porque todas as pessoas no metro posicionavam-se corretamente. E todas estão tão apressadas quanto eu! Mas não perdem a classe, a educação, a etiqueta. E, principalmente, não exibem a arrogância como se fosse um troféu. Sei que podem questionar-se mas, enquanto em Lisboa, todas as pessoas que encontrei no metro, sem excepção, pediram desculpa pelo mais ligeiro encontrão. Todas corriam para as escadas rolantes mas posicionando-se para ceder passagem a quem as quisesse subir... e pedindo desculpa quando não eram rápidas o suficiente! Foi uma lufada de ar fresco e familiar que acolhi com deleite.  
Ver a multidão com estes comportamentos quase que dá vontade de chorar, pela surpresa da falta diária que exemplos destes nos fazem. Nem tinha percepção do quanto em Lisboa as pessoas são bem educadas! 

Nesta parcóvia a algumas horas de Londres... Já vos conto!!

O Reino Unido abriu o seu primeiro supermercado somente depois da 2º GG
(12-01-1948) E vejam nesta imagem, já de início... nenhuma regra de circulação e comportamento!

SUPERMERCADO
Empurrava um carrinho, tenho pessoas paradas à direita a ver coisas numas prateleiras, então vou para o meio, já que quatro passos à esquerda, um casal acabou de se agachar até ao chão para espreitar algo na prateleira mais rasa. Uma mulher sem sacos, sem carrinho, bem vestida, com o cabelo solto e louro platinado, faz a curva e entra no mesmo corredor, atrás do casal agachado. Ao invés de ficar PARADA nesse lugar para me ceder passagem, pois já estou no meio do corredor com o carrinho em frente da barriga, desvia-se do casal, metendo-se à minha frente e pára. Fica ali parada, como se não tivesse acabado de se transformar num empecilho e eu tivesse de lhe ser grata. Há direita tenho pessoas, à esquerda tenho pessoas, ao meio, a bloquear-me a passagem, pôs-se ela. Demasiado "chique" para se desviar.  

Também fico parada. Uns segundos, a tentar perceber como sair dali... porque as pessoas aqui no Reino Unido não funcionam com regras de etiqueta que nós, portugueses, seguimos por instinto! Como por exemplo... não nos tornarmos um empecilho para a circulação dentro dos supermercados ou centros comerciais.

Só consegui sair do súbito cult-de-sac (a expressão usada aqui no UK para "beco sem saída", curiosamente, nada inglesa) quando um deles se moveu. Os da direita. Só então pude manobrar o carro para a direita para me desviar da tipa.

E a reacção dela quando a ultrapasso? 
Com um ar de desdém, como se tivesse razão de queixa, diz:
-"You are welcome!"  (Não tem de quê!)

Ainda queria que lhe agradecesse por se fazer de empecilho e forçar-me a ter de empurrar o carrinho aos zig-zags. 

É o tipo de comportamento estúpido que mexe com a minha tranquilidade interior!

Vocês talvez não saibam, mas aqui no UK os ingleses têm muito o hábito de insultar as pessoas de RUDES. E fazem-no, principalmente, com estas atitudes de desdém, dando a entender que a outra pessoa lhe deve um agradecimento ou pedido de desculpa. Para mim, exibir este tipo de atitude é o a própria definição de uma pessoa RUDE. Mas na cabecinha deles... acham que os outros é que são escumalha e eles estão correctíssimos.

Esta tipa pertencia, sem dúvida, a este grupo de gente.

Respondi-lhe logo: "Queria o quê? Que passasse por cima das pessoas agachadas no chão?".

Ela fingiu não ouvir, com aquele ar superior que os ingleses gostam de meter e provavelmente a desprezar-me pelo meu fraco inglês que, naquele momento, não saiu da melhor maneira. É que me enerva esta arrogância e petulância que a maioria exibe com vaidade e altivez. 

Mostram-se cheios de soberba, mas comportam-se em lugares públicos como se nunca tivessem sido apresentados a regras básicas de boa etiqueta. É que as ignoram totalmente. Nunca foram ensinados. Não tiveram aulas de boas-maneiras! E a culpa deve remeter para o tal Rei que rompeu com a Igreja Católica... porque em países onde o catalocismo durou mais tempo, regras de etiqueta e boa educação foram passadas de geração para geração. Dar prioridade aos mais velhos, ceder passagem à pessoa certa, não caminhar atrapalhando o caminho de outros, seguir numa direcção a direito e desocupar a outra para quem vem na direcção oposta...

Eles não se comportam assim. Não aqui onde moro, vos garanto. Vá lá, sabem conduzir carros e cumprir essas regras, porque o código de estrada está escrito. Como não há nada escrito a ensinar como se comportarem em supermercados, passeios, etc, têm comportamentos que lhes deixa expostos à sua ignorância, como se fossem selvagens que nunca foram apresentados à civilização moderna. 

O post já vai longo, por isso este assunto vai ser por partes. `
Ainda tenho de falar (claro), do que é ser peão no passeio. Ui! Aqui é ainda melhor!!!

Bom Domingo.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Supermercado onde criança NÃO ENTRA


Vocês achariam bem se alguém estipulasse que supermercados/hipermercados não são lugares para se levarem crianças?

Olhem, eu acabei de constatar que a ideia agrada-me e faz sentido.
E por isso decidi vir aqui fazer o post.

As minhas razões prendem-se com o que vejo: as crianças saltam por todo o lado, não param quietas. Desde que cheguei ao UK irritam-me mais os adultos nos supermercados do que as crianças. Mas aqui todos transportam crianças e bebés de colo por toda a parte. Bloqueando um corredor inteiro sem estranharem.

O UK só tem bad people
O Reino Unido não aprendeu esta regra.
Os supermercados só têm gente que não a conhece!


desisti de frequentar o supermercado que tem os produtos que mais gosto por causa de não conseguir circular direto. As pessoas param no meio dos corredores para falar, mantendo uma certa distância umas das outras, as crianças brincam com os carros, fazem cambalhotas, dançam, saltam soltas à frente do teu carrinho...

Os que usam as cadeiras electrónicas pensam mesmo
que todos têm de se desviar do seu caminho.

Hoje virei para um corredor e como sempre, espreito antes para ver se posso ir à vontade na direcção que tomei. Estavam duas crianças, uma do lado esquerdo outra ao centro a saltitar e uma mulher que presumi ser a mãe, à direita do corredor, parada a olhar produtos e estava mais perto de mim que as crianças. Então decidi avançar com o carrinho de compras pelo espaço entre a pessoa que estava parada, pois as crianças estavam a saltitar. E nesse instante tão rápido em que avanço com o carrinho, a mulher gira no seu eixo e embate no carrinho. Peço-lhe muita desculpa, senti que se magoou com a roda do carro. Quando já a tinha passado ela diz-me que eu devia ter mais cuidado porque estava a olhar para a esquerda. Ao que lhe respondi que ela é que virou subitamente, lamentei que se tivesse magoado mas tinha visto as crianças e não tinha tido alternativa de passagem.


E é assim: aqui as pessoas não têm a mesma noção de educação pedonal que nós temos em Portugal. Mesmo nos passeios, são capazes de mudar de direcção e vir contra ti ao invés de se desviarem para os cantos para permitir a boa circulação dos transeuntes. Nos supermercados onde estão é onde param. Não encostam o carrinho a um canto como nós fazemos. E são capazes de vir três a avançar na tua direcção, uns ao lado dos outros ocupando todo o corredor, sem um ao menos se meter em fila indiana para que o que vem na direcção oposta possa passar.



É um stress e as pessoas ainda mandam bocas se quiseres andar com o teu carrinho a um ritmo normal. Uma mulher disse ao amigo que haviam "corridas" só porque a ultrapassei após estar uns bons segundos a andar passo-a-passo atrás dela. Não creio que seja «correr» tentar andar a um ritmo normal!



E pronto.
Se calhar sou eu que sou uma azelha...
Mas em Portugal isto acontecia-me menos vezes. Vejo pessoas a desviarem-se quando esticas um braço para alcançar um produto. Vejo empregados a sair do meio do caminho... Aqui bem que podes esperar que se desviem. Eles metem-se mais no caminho e deixam os carrinhos com o stock no meio dos corredores. Um horror.

Há saída da caixa, puxava eu o meu carrinho com compras em linha reta pelo percurso desempedido, quando um casal com o seu carrinho parado começa a empurrá-lo horizontalmente para o centro do corredor. Aí tive de dizer: "Cuidado à esquerda!". Porque eles não se apercebem que ali é uma zona de circulação e não devem bloqueá-la!!