sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Rir para combater a tristeza

 Porque é nos momentos mais tristes das nossas vidas que precisamos sorrir.


Dona Ana decide comemorar o seu 80º aniversário passando essa noite num bom hotel. Chega lá, regista-se, fica com um quarto simpático, com um mini frigorífico e uma televisão. Na manhã seguinte, faz o check out e o empregado entrega-lhe uma conta de 500 euros.

Chocada com o valor, Ana pergunta:
-"Quero saber porque é que o preço é tão alto!"
-"É o valor do quarto".

-"Mas eu nem tomei o pequeno-almoço! Não pode ser tão caro! Quero falar com o gerente!"

Chega o gerente, D. Ana reclama e diz que acha o valor muito caro por apenas uma noite de estada. O gerente responde:
-"Este hotel é cinco estrelas, tem uma piscina interior aquecida, um jacuzzi nas suites, serviço de massagens, uma sala de cinema, outra para conferências, um parque de diversões e uma sala de jogos".

-"Mas eu não usei nenhuma dessas coisas!" - responde D. Ana.
-"Mas podia, elas estão disponiveis" - responde o gerente.

Cada vez que D. Ana sublinhava que não usou nenhuma das comodidades do hotel, o gerente respondia que estas estavam disponíveis para serem usadas.

Irritada, D. Ana decide passar um cheque. Preenche-o e entrega-o ao gerente.

-"Mas isto é um cheque de apenas 50 euros!" - diz o gerente.
- "Decidi descontar 450 euros por ter dormido comigo".

-"O quê?!?! Mas eu não dormi consigo!!"

-"Mas podia, eu estive disponível".

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Falta de diálogo

 

Considero a recusa em falar com alguém uma das piores formas de desrespeito ao próximo.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Sem máscara no supermercado

 

Entrei no supermercado e fui para a fila para pagar os artigos. Ninguém está a cumprir a distância de dois metros. Tudo bem... também poucos estavam preocupados em seguir pela direcção indicada pelas setas espalhadas pelo shopping e pelas ruas da cidade. Irritou-me ter de ser eu a ter de me desviar para o lado contrário, porque manadas de gente assim que começava o meu percurso nunca estavam na faixa certa de andamento. Putos, adolescentes, na maior galhofa, sem máscaras, a rir e a rir e a falar uns com os outros meio aos berros, sem se preocuparem em fechar a boca ao se cruzarem com outras pessoas. Cruzamento esse que não era para acontecer se soubessem seguir uma simples regra: a direcção para a qual aponta a seta.

Mas agora estava no supermercado, todos usavam máscara porque é obrigatório e só me tinha de preocupar com a distância. Assim que penso nisto, uma pessoa coloca-se atrás de mim. Não cumpre a distância social, vem a falar ao telemóvel e não tem máscara. 

Isso mesmo: não tem máscara.

Dou uns passos à frente para me aproximar da pessoa com máscara e me afastar da que não tem. O homem, alto, negro, sempre a falar ao telemóvel, também se aproxima. Tenho uma mão a segurar a scooter por isso faço questão de a colocar entre mim e ele. Ao menos não vem colar-se. Serve de pouco consolo, visto que fala e fala e fala ao telemóvel de boca descoberta. Cada vez que mexe os lábios está a projectar saliva para cima dos que lhe estão próximos.


Revolta-me. Da última vez que fui a este supermercado aconteceu o mesmo! Um homem, sem máscara, a falar ao telemóvel, posicionado atrás de mim. Isso dá uma taxa de 100%!

Já escolho aquele super por ser menor e, por isso, existirem mais possibilidades de todos cumprirem as regras. 

Mas é demais. Perguntei à rapariga na caixa - uma menina, se não é obrigatório usarem-se máscaras em supermercados, explicando que é a segunda vez consecutiva que tenho um homem atrás de mim a falar ao telemóvel sem máscara. Ele estava mesmo atrás, pelo que pode ter escutado. Mas não quis saber. A atitude dele foi passar-me à frente assim que terminei de pagar rapidamente as minhas compras com contactless, compras essas que fui enfiando na mochila ao mesmo tempo que dialogava. Não quis recibo e fiz o que faço sempre: não empato o andamento, tento ser o mais rápida possível. 

Ele ri-se, abana a cabeça e diz-me para me despachar que há muita gente à espera. 

Teve este descaramento. À saída passa novamente por mim e chama-me "Bitch".


Este tipo de coisa faz-me sentir desapontada com a humanidade. Já não me apetece sair  para ir 
as compras. Havia banido um supermercado, uma loja e agora, pelos vistos, estou a ficar sem alternativas. Quando saio para fazer compras quero, além de obter artigos que possa precisar, relaxar. Descontrair a cabeça de problemas que possam insistir em pairar.  Tem acontecido o contrário.

Ando a ficar deprimida com isto do Covid. Se bem que, no fundo, ainda existe outra razão, que ainda doi mais. Aquela... Mais ainda agora durante o COvid do que se este nunca tivesse existido. Agora que os nossos convívios estão limitados, conhecer novas pessoas, sair com elas, ir ao cinema, etc, é quase uma fantasia, custa ainda mais gerir isto.

Por isso quero que este Covid desapareça depressa. O numero de infectados aumenta para valores gigantes e estas pessoinhas não usam nem máscara, nem escudo facial! Oh pá... sinto-me chateada. Com vontade de chorar. Assim nunca mais vamos lá. A "normalidade" nunca mais vai regressar. Quero muito ir viajar. Preciso. Quero entrar num avião, ir para outro lugar, conviver, regressar... Mas asssim NÃO DÁ. Se for a Portugal ver a família depois do Natal - viagem que já tenho marcada, impõem-me uma quarentena e se ficar de quarentena não tenho como sair para ir trabalhar, logo, não ganho dinheiro. Se quebrar esta regra sou tratada como uma criminosa, sou vigiada e mantida sobre vigilância. E estes indivíduos que não cumprem uma única regra saem impunes!

Queria dizer isto ao homem do supermercado. Dizer que por causa de gestos egoístas como o dele, não posso ver os meus, estar com a família, abraçar alguém descontraidamente. Já uso máscara desde Fevereiro e sinto-me frustrada com o quase nenhum progresso de tanta precaução. A pesar de toda a prevenção que se tem tido desde então os números aumentam e porquê? Porque uns energúmenos como aquele gajo acham-se acima dos outros. E desrespeitam todos. Preferem ser um infectado que anda a espalhar o vírus a todos com quem se cruzam. (e ainda devem chular o estado).



sábado, 24 de outubro de 2020

Expectativas e o marketing

 Quando apareceu no mercado ate apreciei o gelato Vianetta. Claro, a parte favorita é o "estaladiço chocolate" como dizia o anuncio televisivo. Aquele "crack" que se ouvia quando a faca atravessa o centro de camadas de chocolate intercaladas pelo gelado de baunilha já dava vontade de o trincar.



Porem, se tal gelado ainda existe, faz muitos anos que a semelhancas ficam-se so no nome.

Vejam o que promete a caixa e  a realidade.

Deviam actualizar a fotografia da embalagem exterior para o que realmente se encontra la dentro. Vergonhoso esta sovinice enganadora. 





quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Sinais de aproximidade do Corona

 Hoje de madrugada fiquei a saber que o meu local de trabalho teve o primeiro caso comprovado de Covid.

Agora, apenas algumas horas depois, vim a saber que tambem uma familia no predio onde meus pais viver, acusou positivo. Devem ficar isolados ate tudo passar. So que nao. Tem um animal  e foram passear o cao.

Pela porta principal que passam, of princes e maçanetas que tocam e a propria respiracao , porque aquelas mascaras de papel nao previnem aquele virus em particular de atravessar.

Desejo-lhes uma passagem pelo virus sem grandes problemas. Sao assintomaticos, por isso sentem-se bem e e natural que pensem que nao sao um grande risco como transmissores e ir passear o cao com mascaras de papel nao ameaca ninguem. 

So que nao...

Noutro dia senti-me incomodada com a situacao em que estamos. Andava nas compras e nisto um homem bem atras de mim aproxima-se a falar ao telemovel e sem mascara, todo apressado. EU, que passo o dia a tentar distanciar-me de pessoas que parecem fazer de proposito e ficarem proximas, disparei:

- naO venha atras de mim ainda por cima a falar porque nao tem mascara!

Ao ponto em que chegamos...

Mas e verdade: ele podia carregar o virus dentro dele e por aquele momento transmiti-lo a tantos outros. A lei obriga que se use mascara nos supermercados. E so o que pedem, custa assim tanto??

E que ele, o Covid esta a aproximar-se. A fechar o circulo... sao mais casos agora do que durante o lockdown. E os governors nao querem instalar um novo lockdown por isso estao mesmo a dizer para nos contaminarmos uns aos outros.

Sinais de perigo?

 Comecei a pensar nisto no dia em que dispus apenas de duas horas para comprar um bilhete de aviao e regressar ao Reino Unido.

Ate entao estava por Portugal mas a questao e que o meu instinto teimava que aquele dia de Agosto ia ser o limite. E nao e que foi mesmo?

Desse dia a diante a quarentena para quem entrasse em inglaterra ia ser obrigatoria. Querendo escapar a isso e so a desejar trabalhar, optei por gastar muito dinheiro numa passagem de ultima hora. Mas pensei que ia compensar e e recuperar esse gasto na primeira semana de trabalho. 

E o que me acontece? Ao fim de dois dias, caio da scotter e parto o ombro. Muito azar. Ou sorte disfarçada disso?

Afinal sai de Portugal para trabalhar e escapar a 14 dias em casa em isolamento e sem ordenado. Agora ia ficar na mesma em casa sem trabalhar, por motivos de força maior.

Podia ter permanecido em Portugal e voltar dali a mais dias, adicionando mais 14 de quarentena, porque foi dar ao mesmo. Depois do acidente que podia muito bem nao ter consequencias de maior mas teve, tirei 2 semanas para recuperar do ombro o melhor possivel, acabando por ficar mesmo 14 dias em casa. A diferenca é que pude sair e ir ao supermercado, ao parque, as lojas, etc.

Regressei de seguida ao trabalho - a semana passada, so para receber apenas 3 turnos, ter um cancelado e fazer apenas dois. 

Estou agora na segunda semana pos regresso, o ombro nao esta totalmente recuperado, mas disfarça bem para os movimentos que tenho de fazer. Tenho apenas dois turnos marcados, sendo que um vou ter de cancelar ou sair mais cedo. Porque arranjei um novo emprego, a fazer o mesmo, num armazem longe para caraças. Como nao sei como vai correr, nao quero dispensar o primeiro. Do qual ate gosto mais. O problema e que este nao passa seguranca nenhuma em termos de cuidados com o Covid.

Agora mesmo fomos informados que surgiu o primeiro caso na empresa. EU olhei em volta para o grupo de pessoas e so eu uaava mascara ou qualquer tipo de proteccao. E ja e assim faz... semanas. 

 Nos trabalhamos todos em contacto uns com outros e em rotatividade. A limpeza das zonas e quase inexistente. Nao se pratica a distancia social- muito pelo contrario. Um homem no Grupo mencionou que a empresa nao estava a cumprir as regras do governo, porque nao isolou as pessoas que estiverem em contacto com o infectado para lhes fazer o teste. Ele era uma dessas pessoas.


Epá... eu acho que sao sinais para me afastar deste sitio por uns tempos. E talvez ficar no outro. Onde a regra que vai imperar- dizem,  sera controlar por cameras de vigilancia os 2 m de distancia ao tirarem uma fotografia a cada minuto.

O que acham?

Perigo de Covid na Costa?

















nicio n

izem-me que preciso de 3 meses para recuperar totalmente. 










 






quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Sera que vai haver festa?

 Estou a pensar fazer um convivio ca em casa, entre todos nos. Aproveitar que o Halloween esta a porta e usa-lo como pretexto para fazer uma "festa", para quebrar a monotomia e rotina domestica.

Quando para ca me mudei existiam dois aniversarios e se fez um convivio onde todos estavam receptivos em se conhecer.

Desde entao os jantares juntos sao quase inexistentes.

Comuniquei a ideia a todos. A M. disse logo que nao contassem com ela. Aos poucos vou mencionando que a coisa vai mesmo para a frente, para ver se a receptividade melhora. 

Disse-me que fez uma festa ha 10 anos e chega-lhe. Expliquei-lhe que ser durante o halloween e so um pretexto para voltarmos a conviver juntos. Nao e uma celebracao da data que quero fazer. Estou é a usa-la para nos juntar a mesa, sem que depois cada um va para o seu lado.

Mas estou um pouco preocupada. Tem sido sempre a M. aquela que toma as decisoes. É a lider, o que ela diz os oitros acabam por fazer. Tendo uma vontade contraria a minha, e sendo eu menos persuasiva que ela, nao sei se os outros nao se vao deixar influenciar. 

Ambos tambem querem uma festa. Acharem boa ideia. Mas nao passam dai.

O que me preocupa na realidade, é o alcool. Quero um convivio sem alcool porque temo que os rapazes nao sabiam quando parar. Gostam ambos de beber e fazem parte do grupo que nao desassocia festa do beber em demasia.

Perturbou-me o que vi ontem, quando desci a cozinha. O rapaz estava a fumar a porta e mal conseguia equilibrar-se. Conpletamente embriagado. Os olhos serrados numa expressao que me incomodou ver. 

Falou comigo e, quanto olhei para ele e percebi o seu estado, o meu coraçao sentiu-se conprimido. Saiu-me da boca:

- Nao gosto de te ver assim.

- vais deixar de gostar de mim?

-claro que nao.

-mas IRAs.

- so se tu quiseres.

- eu nao quero.

Custom-me muito velo naquele estado. Mas o que me custou mais ainda foi ver a expressao da M. Tranquilamente sentada a mesa, a comer. Olhou para mim e esbocou um leve sorriso como quem diz:

-"Eu nao te disse que ele era um bebado? Nao quiseste acreditar agora ve com os teus proprios olhos!".

Senti que lhe era indiferente que ele estivesse naquele estado. E  eu fiquei tao incomodada que pensei que teria de lhe falar sobre isso quando ficasse sobrio no dia seguinte. Alias, ate consegui imaginar que ele proprio ia mencionar o assunto, porque é o que sempre faz. Ja esteve bebado antes. Quando vim para esta casa disseram-me que ele tinha problemas com a bebida, que ficava bebado e nao sabia quando parar. A M. disse-me  para nao colocar a garrafa de vinho que estava o oferecer-lhes no frigorifico porque ele podia bebe-la toda e para nao a partilhar num jantar com ele.

Eu gosto de ver o lado melhor das pessoas, por isso registei mas nao o descriminei. Quero conhecer as pessoas primeiro e chegar as minhas conclusoes. 

No tal jantar para o qual me convidaram e que mencionei aqui, ele surpreendeu-os por recusar o alcool que a M. lhe deu e optar por sumo de laranja.

Mencionei isso aqui na ocasiao.

Ele já tentou parar de beber e de fumar, mas nao passou de dias. 

 É mais o tempo que esta em casa afectado do que aquele em que nao esta. E brinca com isso.

É boa pessoa e alguem facil de se gostar a primeira. É ate preocupado e atencioso, tenta nao incomodar a casa com o fumo forte do vicio, arruma atras de si, pede desculpa se acha que pode ter incomodado alguem.

Noutro dia ate o elogiei, dizendo que o achava isto tudo.

 Por isso nao esperava o que aconteceu de seguida. 

Foi trabalhar logo cedo e no regresso entrou logo para a sala, onde eu me encontrava.

-Ola, como estás?

Percebi que esperava que eu mencionasse a bebedeira da noite anterior. 

Mas nao ia entrar ja no assunto. Ele ainda nao tinha tomado o seu duche ou sequer despido as roupas de trabalho e tirado a mochila. 

Respondi que estava bem e justifiquei porque me encontrava no sofa com o computador, o telemovel e outras parnafenalhas. (A ligacao wifi esta sempre a ser interrompida e fui posicionar-me perto do router ).

Nisto aparece a rapariga mais nova e ele entra logo no tema:

- Desculpa se fiz algo ontem a noite... Estava bebado? Nao me lembro de nada.

- Se estavas bebado?? Meu.... estavas e muito. Como nao te lembras de nada? - respondeu a K.

Eu e a M. tivemos de ficar contigo para nos certificar-mos que nao te magoavas. 

A conversa passou da porta para o corredor nesta altura e eu percebi que era mais entre os dois. Se ela e a M. Passaram tempo com ele, deve ter sido depois de eu o ter visto, ou antes. Mas nao deve ter sido por tanto tempo assim. Ate porque a M. nao estava nada preocupada, pide perceber. Se ficou diante da presença da K. Foi para nao parecer mal.

A conversa continuou, com ele a rir e a achar engraçado e todo aquele comportamento a ser, como tanta vez se faz, suavizado com humor. Afinal, uma pessoa bebada que mal se aguenta de pe e como um palhaço de circo: faz rir. Faz-nos querer apontar o dedo e rir da sua figura.

Foi isso que o rapaz fez no domingo, quando veio ter comigo depois de ter vindo da rua onde foi fumar. Disse-me que viu um homem totalmente bebado na rua, a querer tirar um pau de uma arvore. Riu-se e, como se a patetice de um fosse pior que a patetice de outro, comentou: eu nunca estive assim tao bebado.

Ate ontem.

Ouvindo a colega a dizer-lhe que ele estava mesmo muito bebado, ele a contar-lhe que nao se lembra dencomo chegou a casa, e, no geral, a tornarem a situacao humoristica, eu abri a boca para que ouvissem a minha voz: "you were really bad".

E nisto lembrei-me de mencionar os alcoolicos anonimos. Como de certa forma estava fora da conversa, porque fiquei no sofa e eles foram para o corredor e estavam na galhofa, decidi enviar um link dos AA por whatsapp. 

Aproceitando o clima de chacota em torno do assunto mas tambem a querer ser seria. Acho wue e uma opção a ser estudada.

Ele vem ter comigo e pergunta:

-"seriously?"

- "yes"- respondo eu, recordando como me afectou o coracao ao ve-lo naquele estado.

O que me salvou de me sentir deprimida e triste nessa noite foi por casualidade ter encontrado um talkshow de entrevistas de muito humor no youtube. Acabei por gargalhar muito e aquela compressao no coracao que ganhei ao ve-lo naquele estado foi ficando em segundo plano. Se desse, no dia seguinte, ia partilhar com ele tudo isto.

Comecei a ve-lo a passar de la para ca e senti uma ma energia. 

 Passado um bocado regressou, de fones nos ouvidos. Mesmo aquilo que se faz quando nao se quer ser abordado por outra pessoa. Pegou na vassoura e passou no corredor onde tinha pisado com as botas da rua ( eu nao disse que era atencioso?).

Virou-se para mim e perguntou:

-Sabes quando foi a ultima vez que a empregada de limpeza apareceu?

- acho que foi a semana passada.

Continuou a zanxaguear e eu abordei o assunto. A reaccao dele foi comecar a sair dali. Chamo-o e digo:

-"Podes falar comigo?"

-"Sim... (soou a nao). Vou por a caneca no quarto"

- "Fazes sempre isso quando vou para falar contigo"

Calei-me. Foi tao rapido que ja se tinha enfiado no quarto e me deixado a falar com a parede.

Nao saiu de la. Eu comecei a sentir-me mal. O meu coracao estava novamente comprimido, mas desta vez por mim.

Saiu do quarto, passou por mim, nada disse, ignorou-me. Muito calmamente, perguntei-lhe se estava chateado comigo.

- Sim. E nao vou falar. 

- OK.

Voltou a desaparecer e reaparece, para me perguntar isto:

-"Ja conheceste algum alcoolico de perto?"

-"nao".

 -"porque um alcoolico e alguem que nem sai da cama e assim que acorda so pensa em beber e nao consegue funcionar". "Disseste que eu era alcoolico. Porque disseste isso".

- "para ja, isso vem de tras. Nao fui eu que disse. Quando me mudei para esta casa disseram-me isso".

Ele volta a desaparecer. E eu a pedi-lhe para que fique para conversarmos. Aquele trato estava a causar-me grande mal estar. So lhe pedia para conversarmos e todas estas palavras foram ditas as mijinhas, entre silencios e andança dela para ca, deixando-me sempre pendurada nas palavras. EU queria deixar tudo esclarecido e aquela pessoa nao queria escutar nada. Pareceu-me infantil. Se eu ficasse chateada assim que perguntei a pessoa se falava serio, ia aproveitar para saber os seus motivos. Nao existindo qualquer precedente de desentendimentos entre duas pessoas, nao vejo porque nao se estar receptivo a um dialogo. 

Mas aquilo deve ter-lhe batido numa recordacao passada qualquer que, a meu ver, o fez reagir de uma forma mais intolerante comigo.

Calou-se quando lhe pedi para parar e falamos, despareceu, reapareceu, a segurar um cigarro abriu a porta das traseiras e disse: como e que te disseram que eu era alcoolatra se quando tu apareceste na casa eu so ca estava a dois ou tres dias?

Abri a boca para lhe pedir se podia parar para falamos. 

Nao, vou fumar. 

E fechou a porta a mais um pedido meu para dialogo.

Nas duas horas que se seguiram saiu e entrou no espaço, fez comida no forno, lavou louça, aqueceu agua e ignorou-me sempre.

Antes disso so lhe tive tempo de dizer:

- "I just want you to know that this that you are doing is upsetting me a lot".

Chorei. O primeiro dissabor na casa e vem de um nada. 

Seu que entretanto ele ja deve ter desabafo algo com a M. Resta-me perceber se ela estava, de alguma forma, a desejar que algo do genero tivesse a acontecer. 

Enfim. Veremos.

Se estive mal certamente nao era a minha intencao. E isso podia ter ficado claro se os meus pedido de dialogo fossem atendidos. A partir do momento em que fecham a porta a comunicacao, tens legitimidade para te sentires magoado com essa atitude.

E como pode uma pessoa sem qualquer lembranca do que fez na noite anterior julgar a percepcao de alguem que estava sobrio?

Pensar em procurar os AA para mim e como ir ao psicologo. Nao tem de se ser maluquinho. Os as podem prevenir antes que o quase vire definitivo. 



- "


Refeito da bebedeira- como quase sempre pela manha sabe-se la como, s coisas mudassem como kidarsm.


as o que me fez ao chegar a casa


Custom-made maid ainda ver a M. Tranwuilamente sentada a mesa, a comer. Olhoubpara mim e esbocou umnleve sorriso como quem diz:

-"Eu nao te disse que ele era um bebado? Nao wuiseste acresitar agora ve com os teus olhos".

Ela estava a falar com ele e continuous, enquanto jantava a sua refeicao. Aquilo incomodar-me ainda mais. Ja notei que o rapaz procura a M. E parece querer a aprovado dela para alguma coisa. Mas ela rejeita-o. Nada do wue ele faca vai mudar isso. Ela nao vai ser mais simpatica do wue ja e, nem mais compreensiva. E ele tenta, ou simplesmente desiste e acaba por fazer o que ela quer. Como por exemplo, tirar as suas coisas do armario da cozinha que tinha vindo a ocupar. 

A interaccao dos dois nao e positiva. Cada vez que conversam, ela critica-o, ele exaspera-se e vai a correr para o cigarro. Nao creio que a M. Se preocupe com esta causa-efeito.

EU ja me agastei- de uma conversa que comecou por ser a tres, por ser ignorada e os dois comecarem a desconversar. Nada serio oi desagradavel em termos de semantica. So ideias diferentes e teimosa. S que ele se enervate porque nao consegue que ela veja o seublado ou concordo com ele. Parece querer isso. E sai para ir fumarberva ou beber alcool.

Como fazer uma festa de convivio se a propria reuniao despoleta na mente de alguns a necessidade de consumir alcool?

Vai ser um convivio alcool free, talvez boring. Muito provavelmente o rapaz vai sair para o comprar e tudo pode descansar para o "inivitavel".


A m. Quer mais ter razao do que o evitar. Para quem e tao critica, ela tambem tem esqueletos no armario. Tambem fuma. Antes dizia que era por causa da patron, so 3 cigars por dia. Mas depois via-a a fumar mais que isso. Agora que quase largou o emprego, esta a fumar ainda mais. E o rapaz disse que ela lhe pediu para que lhe areanjasse erva.

Ele e que se recusou. E algo que muitos fumadores viciados tem: uma necessidade de impedir outros de cair na armadilha da qual nao pretendem sair.

Por isso me custa ver o rapaz assim. Ele e boa pessoa. Mas a ir por este caminho, nao se vao safar. E a M. que ae acha melhor, diferente e no controlo dos seus vicios, e menos solidaria. 

Sou a unica nao fumadora da cada.

Para essa festa esrou a pensar servir pizza, umas bebidas sem alcool, e colocar umasndecoracoes. Ja estive a tsstar a minha ideia de uma festa fluorescente. Olhem o resultado:





segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Chá de vinho do Porto

 

Descobri que ate gosto.

Ahah. Mas também, fui eu que inventei!



Dica: fica melhor com uma casca de limão e cheirinho do seu sumo.

Vão experimentar?

sábado, 17 de outubro de 2020

Aprendendo

 
Descobri que o novo inquilino também não é muito apreciado pelos restantes. 

Falei com a rapariga do andar de baixo e perguntei-lhe o que ela achava da opinião da M. Disse-me para não me deixar influenciar pela opinião da M. a meu respeito (que sou muito boazinha) porque é feio ficar a julgar alguém se a pessoa não te fez nada de mal. E confidenciou-me que não gosta dele. 

Quis saber porquê.

Ontem de noite antes de ir trabalhar, ouvi os dois a conversar por muito tempo na cozinha. Até desci para verificar o que se passava e vi que os dois estavam ambos na cavaqueira, sentados a comer, cada qual o seu prato. Geralmente a rapariga (vou dar-lhe agora o nome de K) prepara a comida e enfia-se no quarto. Não fica pela cozinha connosco, embora seja sempre simpática e afável. 

Aquela aparente sintonia em que a escutei gargalhar mais que uma vez, deixou-me um tanto tristonha. Pois gostava que ela já tivesse esse comportamento connosco. Ao mesmo tempo fiquei feliz, porque pelo menos ela não estava a ser radical como a M. 

Entendi que aquele convívio tão incomum por parte dela era por uma questão tão simples quanto serem ambos ingleses. Fica diferente e deve dar vontade de ter uma conversa com alguém que percebe cada palavra que usas do teu vocabulário e tem raízes assentes na mesma cultura social e up-bringing. 

Por isso não contava que a opinião dela já tivesse estabelecida. 

Ele fe-la lembrar demasiado o ex namorado, com quem manteve um relacionamento em que ela se sentia diminuída e com pouca autoestima. Contou-me que ele estava bêbado, conversou muito e fez uns comentários que ela não gostou. Inclusive, disse que ia bater-lhe à porta para irem beber uns copos. A típica cultura social de pubbing.

Acho que ele quis ser demasiado simpático muito depressa. E isso muitas vezes não cai bem. Não demonstrar ser capaz de limpar atrás de si pelos padrões da casa, praticamente o condenou. Não é desorganizado, nem deixa coisas sujas. Pelo menos por enquanto. A não ser que a taça que está por lavar na cozinha seja dele. Mas foi por ter lavado o prato e não ter recolhido os restos que ficaram presos no gargalo, que a M. o "sentenciou" de vez como indesejável. Tirou uma fotografia e está a munir-se de provas para apresentar "queixa" à agencia. 

Se eu apresentar as minhas, será que ela também é considerada indesejável e é expulsa?  

Por outro lado, eu estou a aprender. E tanto aprendo com um quantos com outros. Com a M. tenho aprendido que tenho de expressar mais o que penso e o que sinto. E uma coisa que me tem vindo a transtornar, é os ruídos que fazem no WC.

Já aqui disse: este é ao lado do meu quarto. Mais precisamente o duche fica na cabeceira da cama. E a grossura da parede de pladur é... de uma mão?

Não importa os centímetros. A realidade é que tem sido muito difícil descansar porque cada vez que fecho os olhos para o fazer alguém lá entra e oiço o estrondo da porta a ser fechada ao empurrão, seguida do trinco. Depois seguem-se outros ruídos mas o da porta... é aquele "gatilho" que me desperta. E foi o que aconteceu hoje, duas horas depois de ter adormecido.

Não é justo para mim mas também não é culpa de ninguém. Se eu não comunicar que me incomoda, os outros não tem como saber e não têm porquê alterar o seu comportamento. Por isso, aprendi com a M., decidi falar com todos. 

Ao longo do dia, à medida que os fui vendo e iamos conversando, quando achei oportuno mencionei isso. Primeiro aos dois do andar de baixo. Aos do andar de cima - a M. e o novo inquilino, tive de aguardar. O novo inquilino - talvez por instinto ou por nos ter escutado a falar dele, não deu ar da sua graça o dia todo. Só o vi de manhã, quando cheguei e ele se preparava para sair. Penso ter sido ele que regressou duas horas depois - porque assim mo disse que ia fazer, e bateu com a porta do WC. Dez minutos depois, aquela porta volta a bater. E assim não dá. 

Surpreendeu-me quando a cama vibrou e a cabeceira tremeu. Tenho pendurado no candeeiro por cima uma gracinha com um sino, e este estava a abanar. 

Não é culpa de ninguém. A casa não é das melhores em termos de acústica. Mas tenho de falar que me incomoda, aliás, priva-me do descanso que necessito para ir trabalhar. 

Encontrei a M. na rua, quando ia ao supermercado. Ao regressar, eu, ela e o rapaz que já cá estava, ficamos um pouco na cozinha na conversa. Foi quando lhe disse sobre os barulhos do WC.

Ela não reagiu mal mas não esperava que reagisse na defesa. Parece que não se pode dizer-lhe nada, que ela assume que é um ataque pessoal. Lá concordou que, se me incomoda, tenho de falar. Afinal, é o princípio que ela defende. (Mas não praticou ainda com o novo inquilino). A reacção dela foi dizer: "Não sou eu!".

Quando regressei de portugal não encontrei um utensílio de cozinha e perguntei se o tinha visto. A reacção dela foi como se a tivesse a acusar: 
-"Não, não vi o teu .... Não sei do teu... e não mexi no teu..."

Acho que consegui suavizar a coisa mas notei que fazer uma pergunta à M. sobre o paradeiro de algo ou como alguma coisa mudou de um estado para o outro (inteiro para partido, por exemplo), pode alterá-la.

Mesmo que não diga nada, sente-se na sua energia, no comportamento. Por dentro, nunca se sabe ao certo o que a M. está a pensar. Só sabemos que quando quer, ri e está bem disposta. Mas não é sempre. 

Entretanto ela já usou o WC e pela primeira vez desde que me mudei para cá, foi de um silêncio exemplar. Ela pode dizer que não é ela mas, quando era só ela que o usava, a minha vida não foi facilitada. O entra e sai repetitivo, fecha-abre imediato, barulhos de coisas a cair faziam o ruído de grandes estrondos... e não esquecer como deixou o espaço sujo e não pareceu dar conta disso.

Chega uma nova pessoa, e é tudo o que ela vê.
Ou melhor: tudo o que volta a ver.

Outra coisa que ela fez na noite anterior, foi um grande, mas grande mesmo, barulho pela cozinha. Eram já quase 21h. Pressenti que o fazia para chamar a atenção. Sabem, como as crianças fazem? Barulho para alguém aparecer e lhes dar a atenção que querem?

Assim senti que era como a M. estava a se comportar. Por isso não desci. E o ruido continuou, continuou, pareciam garrafas a bater umas nas outras, tachos, portas... 

O rapaz do andar de baixo mordeu o isco. Não sei o que falaram, mas sei que demorou tempo. E imagino o resto. A M. não estava contente, e por isso caminhava pesado e fez o barulho todo. 

Na manhã seguinte deixou a porta do seu armário semi-aberta, de modo a mostrar que estava cheio de coisas. Por seu lado, o armário onde se guarda a louça para cozinhar, os tachos, panelas, tampas, frigideiras, travessas etc, estava bem mais vazio. 

Hoje pude confirmar: ela removeu algumas coisas de lá. Talvez lhe pertencessem e não quer mais disponibilizá-las ali. Agora não sei. Ela tem o hábito de cozinhar grandes quantidades. Mas não consome nada de imediato. Guarda tudo no frigorífico, geralmente ainda no próprio contentor usado para ir ao lume. Então um dos tachos está há quase 5 dias na sua prateleira. Na terça-feira, a K. dispensou metade do espaço da sua prateleira no frigorífico para o novo inquilino o ocupar. Achei muito atencioso e querido da sua parte. Pois de todos na casa, ela e o rapaz são os que menos espaço ocupam. Sendo que o frigorífico só tem quatro prateleiras e somos cinco, alguém sai prejudicado. 

A M. é egoísta nisto também. Ela ocupa o seu espaço e assim que vê espaço livre noutro lugar, sempre consegue lá enfiar algo seu. É isso que não gosto e é por essa razão que estou a tentar "boicotar" as suas tentativas ainda não reveladas de ficar ainda com mais espaço nos armários da cozinha. 

Isto são longas histórias "dó-mesticas" ahah.

Por agora fico por aqui. 
No espaço que a K. disponibilizou para o novo inquilino está, desde terça feira, uma taça grande cheia de arroz branco. Ocupa praticamente tudo. A quem pertencerá? Há M. pois claro. Despudorada, insensível.  

Contudo, à chegada do novo inquilino, escreveu-me mensagens a dizer que ele vai precisar de espaço de armários na cozinha. Quando o rapaz pediu foi no WC e não quer saber dos armários, diz que não tem nada para colocar lá ou no congelador. Ainda assim, para mim, o espaço dele fica reservado para ele.

O problema é que a M. está a ver se consegue armazenar mais coisinhas dela por aí. Quando cheguei ela "roubou" o armário que me tinha sido destinado por ser o maior. Jurou que precisava e eu não insisti, por ela já estar há mais tempo (duas semanas) na casa e por achar que mais haveria para tomar. Só que não havia, tive de inventar um espaço. Então disse: "quando ele (JA) sair, então eu fico com o armário dele".

Vai que fiz isso. Só que ao invés de ficar com tudo, ocupei metade. Deixei o resto para o rapaz, que também o quis. Ao reparar que ele deixou uma prateleira vazia, optei por estudar como os meus taparwares iam ficar ali distribuidos. Mas fi-lo mais porque subitamente senti que aquele espaço vazio tinha de ser ocupado. Caso contrário a M. ia enfiar coisas ali e depois nunca mais as ia tirar, jurando a pés juntos que precisa e não tem onde as por.

É a pessoa que tem tudo "mais" na casa. O quarto "mais" espaçoso, "mais" espaço no frigorífico (ocupa todas as prateleiras laterais até que eu ocupei uma para mim e reservei outra para o próximo que necessitasse) e está sempre a enfiar coisas dela nas prateleiras dos outros colegas. Tendo espaço suficiente na sua. 

Acho que é insensível da parte dela e egoísta. Não é porque a pessoa tem espaço naquele momento que não vai precisar dele assim que regressar de uma ida às compras, por exemplo.

Desconfio que a M. está mal humorada, assim como estava no dia em que deixou papel higiénico na bancada, porque já vinha com a ideia de ocupar mais espaço nos armários. E eu impedi. Oficialmente, o espaço é meu para ocupar. Partilho-o sim, mas com aqueles que têm menos espaço que ela. Apanhou logo cedo o armário maior e ainda assim inveja o alheio. 


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

O politicamente correcto é ser CUMPLICE por omissão?

 

Ele não presta! - disse-me a M., referindo-se ao novo inquilino.

Ela havia acabado de chegar a casa. Ele tinha acabado de comer e subir ao quarto. Quis saber o que se passava. A M. ficou escandalizada por ele ter deixado restos de comida dentro do lava louça. Tirou uma fotografia e vai enviar à agência para se queixar. Tal como fez com o JA.

Sabem o que eu pensei quando ela me disse para ir espreitar o lava louças e fez aquela cara de censura extrema? 
-"Tu fazes o mesmo".


Nunca que ela remove os restos de comida. Já falei disso aqui, não já? Sei que sim, mas se calhar foi no único rascunho no qual desabafei tudo, sem publicar. Até o rapaz uma vez me mencionou isso. Mas nós relevamos. Ninguém é perfeito e temos de ir fechando os olhos a coisinhas aqui e ali. 

É que não quero receber aqueles comentários: "Se calhar o problema és tu e vais ter problemas em todas as casas" 

Como se eu não tivesse capacidade para ser compreensiva e ainda assim também ter vontade de desabafar o que não me agrada. Um anónimo deixou hoje este comentário no meu post sobre ajudar os outros:

Porque não pratica essa teoria dentro de casa? Ser generosa sem esperar nada em troca? Já tentou ser mais generosa e compreender que cada ser humano é diferente e aceitar isso? Enquanto isso não acontecer nunca vai viver bem em grupo, seja nessa casa, na anterior ou numa no futuro! 


Adoraria publicar este comentário no post em que foi deixado não tivesse reparado que é anónimo. Porque acho que quem não tem colhões para se identificar quando sabe que vai escrever algo que a outra pessoa pode ou não gostar de ler, é porque no fundo não quer ajudar. Só quer criticar. 

Além disso, considero esta observação desadequada. Se eu não tentasse compreender as diferenças de cada um não me metia em metade das alhadas que acabo por viver. Pessoas como a M. sabem bem de quem gostam e de quem não gostam. É uma forma de ser. Agora, tal como é sugerido pelo anónimo: elas tentam compreender alguma coisa? Não. Vai começar uma campanha interminável de censura e de perseguição com vista a fazer com que o novo inquilino saia daqui.

Foi o mesmo que fizeram comigo. Dá para entender isso?
Não acho correcto. Seja eu o alvo ou só o observador.

Penso que o melhor seria falar, primeiro apontar para o que nos incomoda e pedir para a outra pessoa ter mais cuidado da próxima vez. E não ir a correr fazer queixinhas a todos os outros colegas e há agência. Primeiro dá-se oportunidades às pessoas, só depois, se estas não perceberem, é que se pode decidir cortar de vez. Ou estou errada. Acho que estou. Sinceramente, acho. Por tudo o que já vivi. 

Mais uma vez, passei por isso também noutra situação. O de ser cortada. E até hoje me dói. 

Sim, mas devo ser eu que estou errada. Tenho a certeza que sim.
Os que discriminam dão-se bem e eu vou-me incomodando ou recriminando estes comportamentos e dou-me mal.

Ao menos desta vez não é comigo. Não sou o alvo. E nunca vou ser. 

Devo ficar contente com isso.

É deixar andar. Fico no meu canto. 


Penso e desisto?

 

Ultimamente tem-me invadido o pensamento com muita regularidade. Quase a mesma que de início. O problema é que o pensamento vai à casa das emoções e o problema está todo aí.

O novo emprego que vou começar, para o qual recebi instruçoes hoje cedo, faz-me muito lembrar disso. Se eu for a pensar, não fico bem. Então o melhor é mesmo não pensar. Mas depois quero pensar. Porque tenho saudades e vou lá buscar uma lembrança... 

Enfim.

Uma merda. 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Ajudar os outros

 

Consegui um novo emprego. Devo começar para a semana. Não é permanente (o que é hoje em dia?) mas deve durar até o final do ano.

O que mais gostei foi que eu partilhei esta oferta de emprego e a contratação imediata com duas colegas. Uma sabia que não tinha emprego e tem dois filhos que cria sozinha. A outra está melhor da vida, mas sempre foi um pouco minha amiga em momentos em que precisei e achei por bem lhe dizer, não fosse ela precisar. 

Ao invés de guardar só para mim para não ter concorrência, partilhei com quem achei que também estava a precisar. E isso fez-me sentir bem. Mesmo que não conseguisse o emprego, se por minha intervenção uma delas o conseguisse, ficaria bem na mesma.

Em momentos de necessidade, precisamos de nos ajudar uns aos outros. 

E quem sabe, um dia, somos nós os ajudados.

Deviamos praticar mais esta doutrina. 



quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Uma mudança que não aconteceu e a (previsível) reacção da M dois dias depois

 Tinha acabado de sair daquele quarto ainda a segurar a fita métrica na mão quando me aparece há frente um homem desconhecido.

-"Ola. Eu vim morar para esta casa."

E assim se resolveram as minhas duvidas a respeito de me mudar para o quarto que ainda estava vago.

Foi o armário.  Aquele armario dentro da parede que me seduziu. Isso e a tranquilidade serena que senti ao la entrar. Dar mais 150 libras mensalmente por ele e que me fez hesitar.

Porem, nesse dia 12 era o que ia fazer. Colocando uma contra proposta de menos 50 libras, ja que todos na casa estão a pagar esse valor a menos pelos seus quartos, todos eles maiores que aquele.

Sempre escolhi um quarto com base no sentimento que me causa ao entrar. E aquele surpreendeu-me. 

O que ocupo agora e o mais espaçoso de todos os singles que já ocupei. Mas não funciona tao bem em termos de arrumação. Maior não significa melhor aproveitamento do espaço. Isso e um equívoco que muitos cometem. Depois invejam-me por conseguir enfiar mais coisas num espaço menor, sem conpreenderem que isso se deve à minha capacidade de aproveitamento de espaços aliada aquele que este já fornece. É o que me da vantagem sobre os demais. 

De todos os quartos que vi quando procurava mudar de casa, aquele que ocupo agora é o maior e mais harmonioso. Mas logo lhe detectei problemas de armazenamento. O guarda-vestidos e das dimensoes de um armario de vassouras. Tem a largura de uma tabua de engomar e a profundidade exata para se pendurar um casaco e fechar a porta. 

Pormenores destes contam. Compensa ter uma cómoda com três gavetas. Mas é um volume enganador de armazenamento extra. Só complementa a falta de espaço do guarda-vestidos ao invés de acrescentar-lhe valor.

Este tipo de questões não são mais do que um bom desafio feito a minha medida. Venci todos os espacos pequenos que tive de ocupar, fazendo-os parecer maiores. As dimensoes desses quartos repudiavam todos a quem os mostrei e, sinceramente, essa reacção fazia-me confusão. Nunca entendi bem porque todos só apreciarem quartos com camas de casal. Sem espaço para outra coisa senão passar de um lado para o outro da cama. 

O problema que me incapacita de aproveitar bem o espaco que tenho agora nem e este - sem duvida o mais desafiante que tive ate hoje. A questão e que o quarto é muito quente no verão. Em Julho e Agosto a temperatura que se fez sentir "expulsou-me" constantemente do quarto. Quando dava por mim, estava lá em baixo. Onde instintivamente me sentia melhor.

Agora que a estação mudou e esta de chuva, o quarto tornou-se "habitável". Agora fico mais tempo dentro dele do que fora dele. Tem uma janela que abre toda para fora, o que e uma vantagem sobre todas as outras na casa e uma raridade no reino unido. 

Mas no verão, e preciso manter a porta e janela aberta para provocar uma corrente de ar, so para se conseguir respirar. Sei que não vou gostar de passar por isso novamente, caso ainda me mantenha na casa para o ano que vem. Sim, porque depois da péssima experiência na casa anterior, não sinto que vá me apegar muito mais às coisas. Há sempre outros espaços, outros lugares para se ser feliz.

Esta seria a primeira vez que fazia intensão de mudar de quarto ficando na mesma casa. Anteontem a  rapariga do andar de baixo pediu-me para lho mostrar (deixaram a porta aberta) e ficou muito animada, dizendo que era mais espaçoso que o dela, que a diferença de dinheiro era "pouca" e, já que o quarto estava aberto, ia passar a usá-lo para fazer as suas coisas ali (ela é actriz mas trabalha como modelo e por vezes tem de fazer sessões de fotografia e video).

Eu, que já usava o quarto para, por vezes, ficar no sossego por uns instantes, para estudar como estar ali dentro me fazia sentir, perante a possibilidade de o perder percebi que queria mesmo tentar ficar com o ele. A pesar dos meus receios iniciais por ficar ao lado das escadas e debaixo da cozinha, é o mais silencioso da casa. E eu prezo muito isso. Nenhum outro tem essa característica. Os colegas pensam que têm os melhores quartos, mas a meu ver, o melhor e único habitável, é o meu e o que estava vago. O resto, pela exposição ao ruído, nem considero.

Nessa segunda-feira o primeiro ministro Boris Johnson ia, naquela tarde, ditar o seu parecer sobre um possível lockdown. A minha colega disse-me que era possível que ninguém pudesse mudar de casa, o que ia significar que ficariamos com o quarto vazio e a casa somente para quatro pessoas. Se assim fosse, ia mesmo usar a contra-proposta para conseguir o quarto ao mesmo preço que os outros pagam pelos deles. Acho que a agência ia preferir ganhar mais dinheiro, sabendo que não ia alugar mais quarto algum. 

Mas apareceu este rapaz - que logo disse que era o patrão que lhe pagava as contas. Este mostrou-lhe a foto no site, ele achou que o quarto era de uma dimensão agradável, viu a fotografia da cozinha, achou limpa e arrumada, e disse sim.

Ainda nesse dia tinha "atirado a moeda ao ar" para tentar perceber se o meu encanto pelo quarto valeria a pena a despesa extra, estando a situação do emprego a ficar cada vez mais precária e tendo eu uma renda tão baixa no quarto actual. A moeda disse "não mudes" mas eu ia arriscar. O destino decidiu por mim. 
 

Desde essa tarde de segunda-feira, mal dei pelo novo inquilino. Estranhei ter-se enfiado quase de imediato no quarto sem parecer necessitar de arrumar pertences seja onde for. Suspeito que nem colocou lençois ou qualquer coberta na cama antes de se deitar nela. 

Ao chegar tomou de imediato um duche e enfiou-se logo no quarto. Nem lhe vi malas ou pertences. Só desceu para saber a password da internet e voltou a fechar-se lá. A M. deu pelo desaparecimento de uma das toalhas que mantém no WC - hábito dela que nunca apreciei - e veio ter comigo a perguntar se a tinha escondido.

A hipótese mais obvia, para mim, foi pensar que o novo rapaz a tinha usado, já que tinha tomado um duche. Ela, eu e ele falámos um pouco no corredor quando ela foi espreitar o WC depois dele tomar banho. Ela disse-lhe o seguinte: 
-"Há uma casa de banho lá em baixo que é maior que esta. Podes usá-la". "Esta é pequena e já é para nós as duas".

Ao que eu respondi que eu não tomo banho na de cima, mas na debaixo. E ainda lhe digo que, por mim, pode usar as duas. Eu é que, para o duche, uso apenas a de baixo.

A M. depois chamou-me à cozinha e disse que eu não a apoiei. Porque ela não quer que ele use o WC de cima. Porque é "um homem". Hoje já me veio dizer que ele não puxou o autoclismo e que deixou urina por todo o lado.

O mesmo que dizia do JA!

Eu não vou ter muita paciência para a maldicência e má vontade da M. para com o novo inquilino. Agora conheço-a melhor. Sei que está tudo na cabeça dela. Voltou a dizer-me que se for simpática como eu sou, que as pessoas fazem o que querem. Não posso dizer que não tem razão, porque o passado me diz que tem, e não é pouca. Mas chiça... temos de estar sempre em pé de guerra insatisfeitos com cada nova pessoa que aparecer logo de caras?

Ela diz que não precisa de ver mais nada, que já percebeu tudo. Não gosta dele e não o quer cá em casa. Vou ter de escutar esta lenga-lenga cada vez que ela se cruzar comigo. 

Devo dizer que ele ter usado uma toalha que não era dele para se secar, também achei de mau tom. Tinha acabado de chegar e deve ter confundido uma house share com um hotel. Os hotéis têm pessoas que limpam a tua sujeira, te fazem a cama, te metem toalhas no WC... 

Foi a primeira coisa que lhe disse quando ele contou como veio cá parar: "O meu patrão é que pagas as contas, ele mostrou-me uma fotografia do quarto, achei que tinha boas dimensões e depois quando vi a fotografia da cozinha arrumada e limpa, disse que sim". Ao que lhe respondi: Mas está limpa porque nós limpamos depois de sujarmos. Porque a senhora da limpeza não limpa nada (facto). Ele respondeu que não podia dizer que era uma pessoa muito limpa, porque não era verdade. Eu gostei dessa sinceridade. Considero-me uma pessoa muito arrumada, principalmente quando envolve áreas comuns, mas não me acho boa em limpezas. Apenas limpo. 

Fiquei dois dias sem ver um e outro. A M. apanhou-me agora na cozinha e repetiu aquilo que eu já esperava. O mesmo discurso que usou para o JA, está agora a usar para o novo rapaz. E não gostei dela querer empurrá-lo para o WC do andar de baixo. Primeiro porque eu tinha acabado de informar todos (e pedir) se podia usá-la. A de cima nunca foi boa para mim. A M. partiu uma peça muito importante da torneira da água quente. Todos os banhos no piso de cima são feitos com água com má pressão, ou muito quente, ou gelada. Não dá. 

Fui experimentar o duche do piso inferior e foi como se tivesse descoberto o céu...

Não vou querer partilhar isso com quatro pessoas só porque a M. não gosta de gajos a usar o mesmo WC que ela. Como disse, agora já a conheço melhor. E sei que ela não é a pessoa limpa que diz ser. Deixou aquele WC terrivelmente sujo e não quis saber. 

É até bom que o divida com um gajo, porque assim faz o que fez esta manhã quando o foi usar depois dele: desinfecta tudo. Dá-lhe a limpeza que se recusou dar enquanto o partilhou só comigo.


O quarto, depois de dois gajos lá dentro, se voltar a ficar disponível, vai estar num estado mais... lamentável. Ele nem deve ter limpo o chão - que ficou sujo, ou a cómoda, que o pintor que cá veio arranjar a parede, deixou empoeirada de branco.

Os outros colegas estao satisfeitos com os quartos que tem, convencidos que têm o melhor. Eu acho-os todos altamente inconvenientes para estar. Ora pela localizacao- perto de onde sempre se escuta barulhos- ora pela amplitude grande mas sem aproveitamento de espaço. Paga-se por mais, mas recebe-se menos.

O quarto que vagou e o melhor em todos esses aspectos. Nao e perfeito, mas e o melhor da casa. A nova rapariga percebeu isso quando lho mostrei e temi que ela quisesse ficar com ele. Todos sabem que eu estava a pensar nisso. Mas neste tipo de coisa nao ha lealdade. Tanto assim e que a M. depois de ver o quarto ocupado, disse-me que era pena, porque se calhar tinha um amigo para o ocupar. A M. não tem uma ideia original nem que a vaca tussa. Fui eu que mencionei que ter perguntado a agencia quanto pediam pelo quarto não queria necessariamente dizer que o queria para mim, podia ser para um amigo. Ao que ela quis logo saber que amigo era esse. Ficou com caraminholas na cabeca. Não se pode dizer nada do que se deseja à M. ela emula tudo. Agora entendo que até o desejar ir para Londres e não se calar com isso, não passou de uma emulação à realidade do rapaz que saiu cá de casa quando para cá me mudei. 

Ja ocultei da M. a aquisição de uma certa coisa por ja saber que de seguida ia escutar: "eu tambem estava a pensar em comprar um. Eu preciso para..."

Foi assim com tudo na casa. Quando optei por improvisar uma sapateira ao invés de adquirir um movel proprio, fui ver se esta ficaria bem no corredor. A M. claro, mal me escutou a abrir a porta do quarto saiu do dela para espreitar. Ao ver o que tinha na mao, como e que ela reagiu?

"eu tambem estava a pensar em comprar um. Eu preciso para..."

ARGH.

Se pensou e quis, porque não o fez? Teve mais tempo que eu. Reage assim com tudo o que trago para casa: o cesto de duche que ela comecou a usar para armazenar as suas coisas sem me pedir permissao, o cabide que perguntei se ela se importava que o colocasse la... as prateleiras que pedi a agencia se podia colocar na parede. Para tudo escutei dela o comentario: "eu também preciso disso e estava mesmo a pensar que preciso...".

Ela emula doenças e desejos. Mas peca por nunca manifestar essas impressões antes que outra pessoa o faça.

Ela também se queixa muito do emprego que tem. Eu quis contar tudo aqui, mas fui adiando. Também não queria que me viessem dizer que sou eu que estou errada, que estou a implicar, a comparar com a Gordzilla.... Somos mais na casa. De momento ela reduziu os dias de trabalho. Hoje devia ter ido trabalhar. Mas não foi. Cá para mim ela desistiu ou foi demitida. Não imaginam o que ela contava da patroa. Fê-la um monstro manipulador e psicopata - palavras dela. Com o tempo comecei a perceber que a mulher podia ter tudo isso mas que também existia um outro lado da história. 

Quando me mudei para esta casa a M. tinha começado a trabalhar naquela semana. E eu já comecei a ouvir as suas histórias de como não suportava a patroa. Ninguém que fica 3 meses em casa a receber, quando regressa ao emprego, tem logo stresses elevadíssimos. Agora anda por casa - o que não é muito agradável porque ela faz o tipo que gosta de criticar o que os outros fazem, a forma como deixam as coisas... enfim. Não é muito simpático. Não é má, mas é um tanto egoísta. 

Até há momentos eu estava na sala, sentada no sofá. Ela aparece e começa a rondar. De imediato tenho a sensação que está a ver se eu saio dali. Abre a porta da cozinha e deixa o ar muito frio entrar. Não me incomodo, a pesar dela ter vestido o casaco e eu estar de manga curta. 

O que pensei: "Está em casa. Quer que os outros não estejam. Está há espera que eu saia para abrir a porta a alguém". 

E o que acontece assim que subo ao quarto?
Exatamente isso.

A M. é previsível. E egoísta. Critica nos outros atitudes quando exibe suas mais criticáveis. Não é bonito, numa casa partilhada, ficar "à espera" que alguém saia para trazer alguém para dentro. Não é bonito andar a perguntar "não vais trabalhar hoje?" - para saber a que horas pode meter uma pessoa cá dentro. 

De todos que cá moram, ninguém abusa desta maneira. Uma vez a rapariga do andar de baixo trouxe a sobrinha de dois aninhos e foi direta para o quarto. Nem sequer ouvi a miúda. Nem a vi sair, nem nada. Mas não levei a mal. A M. fez logo uma careta. Só ela pode trazer gajos cá para casa? Só ela pode convidar amigos? Sim, porque também se enfurece quando o rapaz traz amigos. Diz que fazem barulho. 

E ela? Que estava agora a falar alto no único lugar que temos para partilhar na casa? 
E trá-los para aqui para os alimentar ou caraças... 

Tá sempre a dar-lhes comida. A questão é que só temos um espaço em comum. Se ela o ocupar e fazer o que fez agora, ouviu-me descer as escadas, veio à porta, meteu a mão e disse que a ia fechar para "não fazer barulho"... uma pessoa sente que, na realidade, está a ser escorraçada. Não pode usufruir da casa em que vive porque alguém que desistiu de trabalhar e quer ficar por casa sem fazer nenhum, está mais preocupada em ter uma vida amorosa e nem é capaz de dizer: "olha, um amigo vem aí". Fica a rondar a casa, a ver se cada qual está enfiado no quarto ou a trabalhar, para tomar conta do espaço em comum: a cozinha/sala.

Acho... egoista. Cá está. É sempre o conforto dela que está em primeiro lugar. E falam alto que se farta. Consigo escutar com a porta fechada - a minha e a da cozinha. Não teria mal algum, não fosse ela fazer um escândalo cada vez que escuta a voz  de outras pessoas. 

Só espero que não ponha o gajo a cá morar. Se acha que os que pagam têm de sair porque ela não gosta de partilhar o WC com eles, não tem direito de impor um gajo nesta casa. E o mesmo que vi cá na segunda-feira, antes de ter saído para trabalhar. Ontem, terça, não sei se cá esteve porque dormi a tarde e noite inteira. Mas aposto que esteve. Já está demasiado confortável na cozinha. Daqui a nada vai usar o WC, tomar um duche... este gajo "já pode".  Já não receia o contágio por Covid nem nada. 

Gosto da M. mas estas coisinhas começam a tirar-me do sério.


terça-feira, 13 de outubro de 2020

Preciso de mimos

 Preciso de mimos.


Aquele abraço...

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Kennedy assassination: mistery solved!

 Um filme chato com Roberto de Niro no principal papel a fazer de mafioso, acaba de desvendar um grande mistério: Quem matou os Kennedy.



 

domingo, 11 de outubro de 2020

Distanciamento social

 O distanciamento social chegou à pastelaria...






sábado, 10 de outubro de 2020

O que andas a fazer, Portuguesinha?

 Apresento-vos a minha Beatriz Costa.



Não é bonita??

Hoje nao estava com grande vontade para me enfiar na cozinha. Mas acabou por acontecer.

A intenção era fazer uma sopa de abobora. Uma coisa leva à outra e terminei por fazer tambem uma quiche de fiambre e cogumelos. Usando a abobora como recipiente.

Separei as pevides e ia para as desidratar, quando o google me sugeriu outra opção que me apeteceu experimentar: assa-las no forno. 

É lá que estão e vao ficar umas quatro horas, a 50 graus centígrados. Um assado lento...

Nisto chega a M. 

Nao sabia que era ela porque quem entrou nada disse. Alguem tinha pousado papel higiénico ao lado da minha Beatriz.

Seria de esperar escutar algum comentario a respeito da presença da minha franjinhas. Afinal, nao e todos os dias que se entra em casa e aparece uma abobora à nossa frente.

A M.  voltou à cozinha onde eu ainda me encontrava e nada disse. Quando lhe falei, notei que tinha optado por colocar os phones nos ouvidos.

Muito estranho o comportamento dela. Mas é ela. Por isso é que evito(amos) estar ca em baixo quando ela chega.

Tento(amos) dar espaço uns aos outros.

Acho que foi a primeira vez que ela me encontrou na cozinha a acabar de preparar comida, desde que ca moro. Pareceu-me que ficou chateada. Mas pode estar assim por inumeras outras razoes.

Perguntei-lhe se estava bem, quando veio la de fora onde foi fumar um cigarro. Disse que sim mas respondeu de forma seca, sem querer manter contacto visual ou iniciar uma conversa. Ao inves de andar, pisava pesado pela cozinha, como alguem apressado que ja esta atrasado para um conpromisso. 

É assim a M. Cheia de humores. Se ha pessoa a quem o rótulo de bipolar poderia ligeiramente encaixar, é ela. De leve, felizmente!

Todos temos direito a ter momentos bons e outros menos bons. Com a M. é risada ou entao esta atitude. Foi fechar-se no quarto. Deve estar a escutar os videos de meditaçao dos quais se alimenta como se fossem oxigenio.

Ela e boa pessoa. Nao tem malicia, embora veja-a por todo o lado. Nao tenta prejudicar os outros, o que muito louvo. Mas sente-se que nem sempre sabemos o que vamos encontrar. É melhor dar-lhe espaço e deixar que seja ela a queixar-se que nao nos tem visto.

Gostam da minha Beatriz? Aqui ficam mais umas fotos da bebé!










sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Limpando a Casa

 
Hoje deu-me para as limpezas. O cheiro desagradável que consegui sentir pelas narinas a dentro estava a incomodar-me. Não sabia o que se tratava. Por isso decidi ir até ao caixote do lixo, onde na véspera a M. tinha-se queixado, mais uma vez, que havia mau cheiro. 

Mas ela tinha despejado o saco. Quando abri o cesto, vi que estava quase cheio até cima. E o cheiro vinha de lá. Além disso, faz quase duas semanas que temos a cozinha infestada de mosquitos. Até deixei um papel humorístico colado no frigorífico, à semelhança de outros que lá coloquei, mas a respeito da situação dos mosquitos.

Queria livrar-me de tudo: a sujidade, o cheiro, os mosquitos. Apeteceu-me.

Então lá fui eu, a inquilina com um ombro partido, pegar no cesto de 50L. Levei-o lá para fora, coloquei detergente da louça para o interior e, como gosto de fazer, despejei-lhe água a ferver. Usei a esfregona para lavar por dentro, visto que o cesto é fundo e eu não tenho grande mobilidade de movimentos tendo o ombro partido. 

Resultou muito bem. Esteve um pouco de sol e ali o deixei a secar. Mas depois não gostei... parecia-me que ainda conseguia cheirar ao de leve um odor desagradável. Trata de despejar lixívia e esfregar de novo. Gostei mais. 

Lavei as bancadas, varri o chão e lavei-o com lixivia. Aproveitei e tirei as dedadas e sujidade que estavam à semanas na porta do frigorífico. Aguardava que alguém "se tocasse". Ou seja: que alguém percebesse que deixa marcas porque abre as portas com as maos sujas e sentisse que tinha de limpar atrás de si. Mas como ninguém o fez, decidi aproveitar que estava numa onda de satisfação com as limpezas e limpei isso também. Abri as portas do congelador para poder aceder à mancha castanha no chão e também essa esfreguei. 

Infelizmente acredito que não vão passar nem 24h até eu notar um sinal de descuido por parte de alguém. Tudo o que mencionei: o mau cheiro, as dedadas, a sujidade... é mais da responsabilidade da M. 

Ontem ela queixou-se a mim que "alguém na casa" deixava mau cheiro no caixote. É para aí a quinta vez que mo diz.  "Não és tu. Eu sei que não és tu" - diz-me com sinceridade. Quando ela cisma, eu sei que não se cala com um assunto. Todos os dias vai "notar" aquilo, mesmo que não haja nada para notar. 

Estive para fazer um post disto. Porque não me agrada que ela esteja sempre a implicar com "os outros". Até me fez pensar que o Karma existe! Eu, vítima que fui na outra casa deste tipo de comportamento, aqui ninguém implica comigo. Pelo contrário: sou aquela que todos acham, ou aparentam achar, que deixa tudo limpo e arrumado atrás de si. 

É mesmo o Karma a funcionar. A dar-me o oposto daquilo que vivi e aquilo que me é devido. Amén.

Agora quando a M. regressou a casa, disse-lhe o que tinha feito. A reacção dela não foi de surpresa. "Cheirava a peixe" - disse-me. Respondi-lhe que não sabia. Mas ela estava naquele instante a fazer uma refeição de peixe. E percebi que era o mesmo cheiro. 

Foi ela!!

Claro que foi ela. É sempre ela. Diz que é os outros, mas é ela. Bagunçada, suja... Acho até que fez de propósito.

Ontem ela passou o dia inteiro em casa. E foi chato. Era outra coisa que ia para mencionar quando fizesse um post sobre isto. 

Ela começou a lavar roupa na máquina eram umas nove da manhã. De tardinha, lá para as 17h, a máquina ainda estava a funcionar. Foi máquinas e máquinas de roupas seguidas, sem parar. E os outros? Quero dizer: ela fez duas máquinas ou quatro na terça-feira. Tudo bem, pode fazer outras na quinta. Mas ela passou o dia inteiro nisso. Acho demasiado. E penso que é uma demonstração de egoísmo. Porque por mais necessidade que se tenha, há que pensar que outro alguém também poderá querer lavar algo naquele dia. 

Roupa que a M. 
Deixou cinco dias em cima das cadeiras.
Um dos casacos ainda o tem la.


Mas o que me aborrece mais na M. e sem dúvida que ontem ela fez isso, é que ela também vai para a cozinha e de lá não sai. Faz lembrar demasiado as experiências que passei com a Gordzilla. Não porque cozinha, atenção, mas porque o que faz deixa sempre um cheiro pestilento pela casa que não desaparece nem quando já chegamos à madrugada!

Neste instante, o mesmo cheiro de ontem, o mesmo cheiro de hoje pela casa inteira, é o que se faz sentir novamente: cheiro a peixe.

APOSTO que ela despejou' sem grandes cuidados' os restos pestilentos para dentro do caixote que eu passei a manha a lavar e nem quer saber.

Ontem, quando ela fez uma pausa, desci ao primeiro piso e tive de espalhar ambientador. O cheiro era horrível. Já o conseguia sentir no piso de cima, com a porta fechada. Mas pensei que era provisório, porque cada vez  que se cozinha algo, obviamente que tem de existir cheiro. Mas este depressa vai embora. Só que não. Com ela, tal como com a Gordzilla, o cheiro é incomodativo e parece que fica entranhado nas paredes. Acho que nenhuma das duas gosta de usar o exaustor ou abrir uma janela. Têm esse hábito somente se o seu nariz sentir-se incomodado com a cozinha dos outros.

Eram 18h o cheiro persistia. Não me sentia bem, decidi sair de casa para arejar. Ir ao supermercado. Regressei passava das 20h. Para minha supresa absoluta, a máquina de lavar roupa estava a funcionar. Consigo perceber que dentro dela giram as toalhas que a M. deixa sempre penduradas no toalheiro aquecido do banheiro. 

Mas quem é que usa uma máquina de lavar roupa de manhã até de noite??
Não acho normal.

Até me enoja um bocadinho. Porquê? Porque a renda da casa inclui todas as contas. E isso, para pessoas como a M., significa que pode usar à descrição, paga sempre o mesmo. Eu acho que abuso é abuso, exagero é exagero e que se devem manter hábitos normais. Não é porque não lhe faz diferença no bolso que deve ligar o aquecimento ao máximo 24h por dia. Tudo se paga. Se não for hoje, será quando a situação melhorar. E depois, face aos gastos, ou aumentam a renda, ou decidem parar de arrendar a casa porque dá muita despesa e pouco lucro.


Disse que me enjoava um bocadinho porque são exatamente pessoas como a M. que, se um dia tiverem a própria casa e tiverem de pagar cada grama e consumo de água, luz, gaz, vão mudar radicalmente de hábitos, passando a apagar todas as luzes onde não estão, a juntar roupa para lavar de uma vez só, a deixar de ligar o aquecimento a toda a hora. Não sou muito poupada, mas também não sou exagerada Façam-se 2 ou 10 máquinas de roupa por semana, pode-se não pagar mais por isso. Mas em termos ambientais não é nada bom para o ambiente. 

Há que ter bom senso.


 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

E o que fazer às 2 am??

 Talvez não saibam mas tenho ficado em casa para dar uma adequada recuperação à lesão. Fiquei uns três dias sem fazer nada. Só a dormir e acordar. Mas nisto, há uma coisa que ainda não consigo fazer: acertar o meu sono com a noite. De dia durmo - ou melhor, de tarde, e de noite estou acordada. 

Talvez se deva a todos estes meses a fazer este horário. Talvez seja porque sempre fui meio noturna. Mas acho que de tudo, foi a mudança de estação. 

O que pode uma pessoa com o uso total de apenas um braço fazer??
Quase tudo. Na realidade, acho que faço tudo. Devia fazer menos e cuidar mais de ficar quieta. Mas é difícil para mim. 

Depois de uns dias de "molho total", comecei a sentir vontade de fazer alguma coisa mas produtiva. Adiado à muito, estava a ideia de "fazer a baínha" aos cortinados. Como o meu quarto é menos alto que todos da restante casa, os cortinados rastejam pelo chão. Deram-me a sugestão de prender com fita adesiva e, tendo cá em casa um rolo com boa aderência e dentro da cor do cortinado, essa era uma das actividades que estava a adiar fazer até poder mexer o braço.

Mas ontem de madrugada (são agora 6am) apeteceu-me. COMO É QUE UMA PESSOA COM UM SÓ BRAÇO "BOM" FAZ PARA PUXAR UMA FITA COLA DO ROLO, DOBRAR UMA BAINHA DE UMA CORTINA E PRENDÊ-LA A DIREITO COM O ADESIVO?

Assim: 


Primeiro, dobra e prende uma extremidade. Depois usa a porta do armario para a prender e a verticalidade para aplicar a fita a direito! 😂😂

Nao sera um ombro partido que me para. 🤭

Isto foi ontem de madrugada. Hoje fui para a cozinha preparar uma pizza (tinha terminado de assisir à gala do Big Brother Revolução) e senti-me tao bem, que nao adiei e decidi também fazer o pudim de ovos que vinha a adiar. 

E como se faz um pudim de ovos as 2am??

Assim:

Esta e a receita original. Como tive de improvisar num pequeno tacho por falta de forma, reduzi a quantidade.  Fiz mal. Afinal o tacho nao era tao pequeno assim. Mas o que interessa é o sabor e esse esta divinal.

Devem estar a pensar: vinagre???

E para colocar no tabuleiro com agua onde vai a cozer o tacho! Impede o metal de escurecer. No meu caso nem impediu muito. Tive de esfregar bem para tirar as manchas escuras e devolver o brilho ao tacho. Mas isso foi porque este nao ficou submerso em agua. E agora que penso nisso, fiz o pudim de ovos no forno. Provavelmente nem teria sido necessario o tabuleiro.


Ah! Mas antes de despejar o preparado na forma, é preciso untar com caramelo líquido. Decidi nao comprar e tentar fazer em casa. O resultado nao foi grande coisa mas recomendo.


E é tao bonito ver o açucar atingir o ponto caramelo!

Foi ao forno a mais ou menos 180 graus, no simbolo da ventoinha. E ficou assim:



Pode nao ser de comer com os olhos. Mas o gosto é delicioso!

E já agora, a pizza saiu assim:


DELICIEM-SE.




 






domingo, 4 de outubro de 2020

Wc as 7 am?- UPDATE

 Sao 7 da manha e a M. Vai ao WC. 

Os ruidos vindos dali intrigam-me. Suspeito que algo possa estar a acontecer. 

Ela puxa o autoclismo três vezes. Não é habitual. Sai, desce à cozinha, sobe. Volta a entrar no WC. 

Temo que danifique algo e depois esconda isso. Ela é muito inclinada para danificar. No wc ja partiu o suporte de rolo de papel higienico, avariou o autoclismo e fingiu não perceber e não ter sido ela, partiu uma peca da torneira do duche que faz falta para a poder girar e quando me mudei paraa casa já encontrei o cabo do piaçá partido. Cada vez que a oiço lá dentro, é certo que vou também escutar um estrondo de algo a cair ao chão. Não teria mal algum, não fosse isso acontecer 90% das vezes. Estando a minha cabeça encostada na parede ao lado, é impossível não estremecer com o estrondo.

Já aqui contei nos posts anteriores o estado em que ela deixou o WC esta semana. Pois ontem, quando chegou, foi direta à casa de banho. Não pensei nada sobre isso. Estava ocupada e não liguei. Só de madrugada lá entrei e notei algo castanho avermelhado, já seco, em volta do tampo da sanita. Apressei-me a limpar. E deixei os tampos erguidos, porque gosto que se veja que tudo está limpo. 

Agora voltei a lá entrar, já depois dela ter saído. Quando vi um monte de papel higienico dentro da sanita, disse: "Ai, ai, ai!".

Três descargas e o papel ainda está no fundo da sanita? Temi que ela a tivesse entupido. E virado as costas, como quem não sabe de nada. 

Percebo que já estou a viver com este tipo de receios: o receio de quem não sabe o que vai encontrar quando quiser usar o WC. E não gosto. Vou ter de falar com ela. Porque assim não dá. Não é justo comigo.

Claro, dei a descarga para me certificar que tudo estava bem. O papel higiénico desceu. Só para deixar à vista que ela deixou merda por limpar. 

Foi ainda pior.

Não gostei. Parece que está a fazer de propósito. Todo o santo dia arranja forma de piorar o aspeto da casa de banho. São agora 8.30h e ela já voltou a deambular pela casa. Desce e sobe. Abre e fecha portas. Escutei alguém ir ao WC só para se assoar. E fiquei a pensar: querem ver que trouxe companhia?

Se trouxe, espero que o tenha encaminhado para o WC do andar de baixo. Porque o de cima, como ela o deixou, deve ter vergonha de mostrar a um gajo.

Não consigo dormir agora, com este tipo de coisa no pensamento. 

Na cozinha, quando desceu, deixou a sua tigela branca - que faz questão de usar para não usar as da casa devido ao Covid - dentro do lavatório cheia de um doce de chocolate. Fiquei zangada. Caga o WC e depois vai comer chocolate. E deixa ali a tigela para lavar quando bem lhe apetecer. ELA, que tanta vez criticou os outros na casa por muito menos. Ela, que assim que a nova rapariga virou as costas deixado uma tigela na bancada, logo me chamou a atenção. Não demostra qualquer hesitação em apontar dedos a terceiros. Caramba! Não lhe sobra uns tantos para os apontar a ela mesma?


JÁ AGORA um aparte curioso:
Se forem a entrar nos quartos de cada um de nós, provavelmente o mais arrumado é o dela. Os dos outros três é meio-meio. Mas digo-vos: Dividir a casa com os outros dois, é na boa. Têm-se mostrado bem mais respeitadores dos espaços comuns do que ela. Lavam a loiça logo a seguir a usarem - ou quase, e ela, por vezes, deixa panelas de um dia para o outro. Não ocupam mais espaço do que precisam e costumam limpar a bancada. Já ela deixa migalhas por todo o lado. Principalmente no chão. 

É só para reflectirem: quando se julga um livro pela capa. Se calhar, entrando nos quartos de cada pessoa, acha-se que a mais limpinha é aquela que tem o quarto mais limpinho e arrumado. Mas não é. É até o oposto! A Gordzilla também tinha uma vaidade tão grande que o seu covil tinha de estar imaculado quando alguém ia lá espreitar. Ficou mais de meia-hora a esfregar as paredes - numa ocasião. 

Mas é exatamente só aparência. O que valorizam é o que os outros vão pensar ao entrar e ver o quarto. Querem passar uma imagem perfeita - que não corresponde à realidade. Só nas suas cabeças. Já pessoas mais genuínas, não são obcecadas com isso. É também uma questão de egoísmo. A M. pensa só nela - como pude verificar por ocasião do termómetro (a forma como falou não cheguei a mencionar aqui, foi mais ou menos: "Se eu quero 27 graus, fica 27 graus, não vou tirar por vocês".

Eu não sou grande coisa nas limpezas mas tenho uma característica fantástica: limpo atrás de mim. Limpo enquanto cozinho. Lavo os tachos antes de começar a comer. E lavo o prato de seguida. Não deixo migalhas ou sujidade na bancada. Cuido para não fazer sujidade, que assim fica mais fácil para limpar. A nova rapariga faz basicamente o mesmo. O rapaz, também. 

Quando me mudei a M. só falava que queria o JA daqui para fora. Estava longe de imaginar que ia nutrir um desejo idêntico por ela. Gosto dela para conversar, quando não lhe dá para ser repetitiva. Para partilhar casa? Não estou a gostar. 


ACTUALIZAÇÃO:

Para encerrar este assunto, falei com a M. e perguntei-lhe o que aconteceu na casa de banho para estarem marcas tipo estrias na pele pelo vidro do duche e pelo suporte das toalhas. 

Ela não sabia o que eu queria dizer. Se sabia, soube enganar-me bem. Fiquei com a impressão de que ela é totalmente CEGA para a confusão que deixa atrás de si. 

Acham isto imperceptível?

Como ela se mostrou tão minuciosa quando foi para encontrar sujidade feita por outros, naturalmente jamais me ocorreu que fosse incapaz de ver qualquer sujidade onde fosse, por menor que fosse. 

Disse-me que ia limpar. Mas limpou muito mal. O vidro continua manchado e nota-se que ela nem passou o pano até baixo. Parou a meio. Seja como for, porque lhe falei do assunto, na boa, ao inves de o deixar a remoer dentro de mim, o incomodo que sentia desapareceu.

Sei que nunca vou ter o wc limpo como deve de ser. Não é esse o tipo de pessoa que a M. é. Quando ela usa o banheiro, é como se uma bomba tivesse explodido: fica creme por todo o lado!