Metereologia 24 h

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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Chá de vinho do Porto

 

Descobri que ate gosto.

Ahah. Mas também, fui eu que inventei!



Dica: fica melhor com uma casca de limão e cheirinho do seu sumo.

Vão experimentar?

quinta-feira, 26 de março de 2020

Calor do meu país


Está neste momento 12 graus em Santo Idelfonso. Como é que o sei? Desde que regressei de Portugal que o meu telemóvel indica-me essa temperatura "local". Penso que não se actualizou geograficamente.


Não me importei. Gosto de ter essa ligação com o meu país e aqueceu-me o coração noutro dia ao final da tarde, quando a temperatura indicada foi de 19 graus.


quarta-feira, 27 de junho de 2018

No Porto


Vale a pena ler o relato de uma alternação (palavra gentil) entre três mulheres e um segurança, na noite de S. João, no porto, enquanto esperavam um autocarro. 

Há tanto de português nisto... 
E não menciono o racismo.
Pelo simples facto de uma das mulheres ter chegado DEPOIS e "cortado" a fila (foi juntar-se às amigas que estavam na frente) um gajo impediu-a de tal (tal é a ânsia pelo assento) e tudo resultou e murros no rosto, sangue, insultos, cuspidelas - uma violência desnecessária. 


A polícia?
Não mugiu nem tossiu.



Tudo porque passou à frente na fila do autocarro...
E aqui na terrinha de sua Majestade, o que me irrita é que esse conceito de ordem de chegada é inexistente. 

As pessoas enfiam-se no autocarro de forma ordenada mas, não por ordem. Não têm noção dessa ética social. É o primeiro que se chegar na porta e todos aqueles que fizerem fila dupla atrás. Nada de respeitar a chegada, posso ser a primeira e não existir ninguém mais por uns bons 10 minutos. Não faz diferença. Aqui na cidade onde estou não respeitam ordem nem dão prioridade a idosos na entrada do veículo. Têm prioridade nos assentos da frente  - como em Portugal. Mas antes disso... esqueçam. 

Se fosse reagir assim por cá... por entrarem no autocarro fora da ordem de chegada... 
Ai, ai. 
Apenas bufo, abano a cabeça ou reviro os olhos.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Portuguesinha sou e faço questão de ser

Quando fui ao Porto fiquei hospedada numa pousada(?) dirigida por uma senhora simpática, que tinha na voz uma entoação que achei curiosa. Por isso perguntei-lhe se era ali da zona. Não nasceu em Portugal. Não recordo agora o país onde disse ter nascido, mas sei que já vivia neste há uns 40.

Horas depois oiço a porta do quarto frente àquele no qual estava, abrir para um novo hóspede, ali conduzido pela mesma senhora afável. Ela pergunta-lhe o mesmo que perguntou a mim, desta forma: "O senhor vem de Lisboa?". E ele responde:

-"Sim venho de Lisboa, vivo lá"."Mas sou aqui do Porto! É daqui que eu sou".

-"Ah" - diz a senhora. "Não é por nada mas isto aqui é melhor que lá em baixo".

E depois ficam ali numa alongada troca de ideias, não maliciosas, sobre a forma de receber e de estar do Porto e as de lá "de baixo", concluindo que eles ali sabiam receber melhor e em Lisboa as pessoas eram «diferentes». 

Achei curioso "tropeçar" assim do nada com esta muita falada «rivalidade» entre um ponto do país e outro. Nem sei se posso chamar-lhe assim, mas fui um nadita de nada exposta à superfície dessas ideias. 

Antes de partir, entrei num café franchising e dirigi-me para a caixa, onde duas mulheres estavam a ser atendidas na compra de uns bolos de aniversário. Existiam também duas empregadas atrás do balcão. As duas clientes estavam a terminar de ser atendidas e quando vejo a segunda funcionária dirigir-se para a frente do balcão diversificado em bolos, salgados e sandes, vou para lhe falar: "Bom dia, queria...." mas esta dirige-se às duas mulheres que já estavam a ser atendidas. Que ficaram atrapalhadas. E assim foi informada pela colega:
-"Já estou a atender estas senhoras".

Naturalmente deduzo que vai virar-se para mim, ali ao lado das clientes. Mas sai do balcão e ignora-me. Não acho normal mas não dou importância. Fico a torcer para ser atendida pela empregada que parece ter paciência e simpatia para as conhecidas clientes dos bolos de anos. Entra mais alguém no café e fica atrás de mim. A empregada fujona regressa e dispara: 
-"Quem está a seguir?" - e sem sequer me olhar na cara, olhando por cima da minha cabeça mas sabendo que eu estou ali à alguns minutos porque não é cega, vira-se para a mulher atrás de mim e começa a atendê-la.

Achei rude, mas descartei a hipótese de qualquer má intenção. Talvez tivesse num mau dia. Talvez até fosse uma distracção ou estivesse de implicância com a outra colega. E ali fiquei «pendurada», agora realmente à espera que as clientes indecisas do bolo de aniversário se despachassem para poder pedir o meu hamburger. Ao menos a rapariga que as atendia parecia cordial e paciente. As indecisas não se despacham mas a funcionária que me ignorou sim. Empata-se mais um bocadinho de costas para o balcão até que ao virar-se para a frente, comunico-lhe:

"Bom dia, quanto custa o hamburguer?
- "Tudo um euro. O que é que quer?" 
-"Quero um hamburguer" - digo com simpatia. Depois acrescento uma observação qualquer a respeito de me sentir melhor comendo isso a bolos, que tinham bom aspeto, ou algo assim do género e estava a ser simpática. Mas a jovem rapariga atrás do balcão continuou uma pedra de gelo que nem contacto visual fez comigo.

Agradeço-lhe novamente. -"Obrigada". Não me responde e vira a cara, o corpo, para fazer outra coisa qualquer. Tinha pago o hamburguer, agarrei-o da bancada onde foi colocado com alguma brusquidão dentro do saco de papel que pedi "para levar", mas acabei por sentar-me numa mesa para o degustar tranquilamente. Estava a chover a potes lá fora!!


Sento-me e logo reparo numa mesa vazia, só com chávenas de café sujas, com um lenço de senhora em cima da cadeira. E penso: "Alguém deve ter-se esquecido disto aqui". "Se avisar uma empregada, pode ser que a pessoa ainda esteja aqui e o recupere". E vai que tento chamar a rapariga, a mesma que me «atendeu», que está agora a passar um pano no tampo de algumas mesas. "Olhe, desculpe... " "Se faz favor..." - Nada. Continua com o mesmo problema de audição que demonstrou ter de início.

Insisto: "Desculpe, acho que alguém esqueceu aqui este lenço". Ela olha pela primeira vez nos meus olhos, mas não diz nada e vira-se para o lenço. Algo realmente frio e aparentemente intencionalmente discriminatório emana do atendimento desta rapariga. Ela avança para puxar o lenço da cadeira - sem nada me dizer mas aí um rapaz diz que o lenço lhe pertence. Ora, eu já havia reparado no rapaz, sozinho sentado noutra mesa. Pareceu estar ali a observar os outros ou a fazer tempo, sem propósito e sem consumo. Até me ocorreu que, se não dissesse que o lenço estava ali este podia levá-lo, pois parecia agir algo estranho. Um lenço feminino pertencente a um homem? Jamais me ocorreria tal coisa, mas tudo bem e, com simpatia, olhei para o homem e disse:
-"Ah, desculpe, como não vi ninguém aqui pensei que tinha sido esquecido".

E não dei muita mais conversa, limitei-me a, finalmente, começar a saborear o meu hamburguer com tranquilidade e em sossego. Não era um bom hamburguer - longe disso, mas deu para encher o estômago.

Depois saí. Mas devido à chuva, ainda me alonguei na porta, que tinha uma área pequena e isolada. Ajeitei bem as coisas que carregava, cobrir-me com o capuz e fechei bem o impermeável. 


Estava quase para voltar para dentro porque ocorreu-me comprar algo para consumir durante a longa viagem de regresso. Mas ao virar-me para o interior, subitamente senti que não era bem vinda ali. Que me queriam na rua. Senti-me mal atendida. E arrependi-me de não ter dito à rapariga: "Desculpe, eu estou aqui" quando me ignorou e se virou para clientes que já sabia estarem a receber atendimento. Ou ter-lhe dito "Olhe que sorrir não dói" quando lhe estava a ser cordial e mostrou-se antipática.  


Conclui que este tipo de pessoas não se limitam a sugar as boas energias, são também venenosas. Caso contrário não estaria um ano depois, a lembrar-me dela. O melhor a fazer é chamar logo a atenção da pessoa. Se existir confronto, uma troca infeliz de palavras, deve ser melhor do que sentir a má vontade e nada dizer. O veneno que estas pessoas emanam acaba por contaminar. 

Se for verdade que o povo do Porto é mais simpático no atendimento, esta rapariga deitou tudo por terra. E foi com esta última impressão que abandonei a cidade. Posso dizer que a senhora da pousada foi simpática, mas também tinha esse interesse, né? Simpatia sem interesse, só o de uma jovem caixa de supermercado, que prestou um atendimento sorridente, atencioso e bem disposto. Saí dali a desejar muita sorte e fortuna àquela jovem rapariga simpática e que estava a esperar um filho.


E nestas recordações comecei a refletir nisto de se insistir em separar e avaliar o carácter das pessoas pela região... Algo que abomino. Já me senti descriminada por ser de Lisboa. Quando fui estudar fora da cidade. Uns foram antipáticos sem motivo, outros simpáticos, ambos com ideias préconcebidas das «boas» oportunidades de vida em Lisboa. Passados todos estes anos posso dizer que foi legítimo, existiu realmente uma discriminação. Que me apanhou de surpresa, que me apresentou a algo que desconhecia, por não praticar: o preconceito. 

Gosto de pessoas porém sou algo distraída, nessa distracção incluo regionalismos e sotaques. Posso estar a falar com alguém e não dar conta, não identificar nada de diferente. Meu avô nasceu no Porto. Aliás, praticamente toda a família veio do Norte. Sempre o ouvi falar comigo aqui em Lisboa e nunca achei o seu falar diferente do meu falar. Ele dizia bassoura e eu dizia vassoura. Só isso. Talvez tenha percebido melhor o quanto gostava da forma como falava e porquê, depois que se foi. Porque ficou a saudade. Cada vez que oiço alguém falar igual a ele, e digo isto não só nas palavras, mas no jeito de se expressar, na construção de ideias, o meu coração enche-se de carinho. 

E foi assim que me emocionei com o testemunho ocular de um senhor na televisão, aquando um tiroteio num hostel no Porto, em Janeiro. Ai Jesus, que ele a falar parecia tal e qual o meu avô! Nem todos parecem mas há algo na educação que uma certa geração recebeu que ficou-lhes nas palavras, nos gestos, na entoação, e me é familiar.

Meu avô jamais teria entrado naquele café, sentido o que eu senti e deixar a coisa ficar como ficaram. Ia dar uma lição de humildade e boa educação ao mal educado que não soubesse fazer o seu trabalho. Era bem capaz de dizer umas curtas verdades, deixar o outro encurralado sem argumentos e dizer: "Não bolto mais aqui!".

Fiquei a pensar na senhora da hospedaria, que se sentia tão pertencente àquela cidade, porém tinha todas as suas raízes num outro país. Do rapaz que vivia e trabalhava em Lisboa mas que fez questão de se diferenciar como nascido ali. E eu... que conheci pouco sem ser esta cidade onde nasci (e mal, ainda por cima) e no entanto tenho todas as raízes no Porto, em Viseu, em Castelo Branco, Amarante... locais onde os meus viveram por anos e cuja genética carrego. Mais que Lisboeta, Portista, o que for, sinto-me portuguesa. Sinto-me portuguesinha - só mais uma entre muitos.









sábado, 14 de fevereiro de 2015

Diferenças entre Lisboa e Porto?

Não querendo colocar a mão num ninho de vespeiro, vou partilhar a impressão com que fiquei após ter estado (finalmente) na cidade do Porto.

Aviso já que esta é uma opinião baseada na "primeira impressão" - as que quase nunca são justas. Vale o que vale somente por isso. Tanto para o bem, quanto para o "menos bem" :D


Então cá vai: LX versus PT

A impressão com que fiquei é que as pessoas do Porto são mais simpáticas. Têm uma carga menos "pesada" na forma de estar. Um energia mais positiva e talvez menos de "fado" (depressiva).

A cidade em si não é tão escura quanto parece- apesar de nunca ter visto o sol a brilhar. Quando chove isso não causa nem metade das inconveniências lisboetas. A chuva não veio acompanhada de rajadas de vento, caiu direitinha ou oblíqua, como um chuveirinho. Em Lisboa fica-se encharcado em dois minutos e as rajadas de vento são tantas e tão simultâneas que é como ser chicoteado com água e frio.

Andar na chuva na cidade do Porto é, por isto, mais agradável. Mas também o é devido ao piso. Mais cinzento mas sem buracos, com boa escoação de água, não tive de me preocupar uma única vez onde metia o pé, não tive de contornar "lagos" formados a meio do percurso, poças de água nem recebi aquele "chuveirinho de água suja" com a passagem dos automóveis na estrada. Em 30 segundos a pisar Lisboa esta foi a primeira enorme diferença que notei: chovia mais, estava mais frio e ia escorregando e caindo umas quatro vezes, devido ao piso excessivamente molhado. Desviei-me de dezenas de poças de água de todos os tamanhos.

Achei o Porto muito turístico e sem atrativos locais. A maioria das lojas estão fechadas a um sábado, mesmo cafés que anunciam o sábado dia de são valentim. Abertas só mesmo as dos chineses e um ou outro café e casa de refeições. Claro que, existe uma pequena excepção para o centro turístico e os pontos turísticos em particular. Nota-se que muito comércio, à semelhança da capital, está há muito fechado e abandonado. Mesmo nas ruas mais frequentadas.

O que mais me surpreendeu? A afluência das pessoas a levar flores até ao cemitério (oriental). Aquilo parecia um shopping, cheio de gente. Uma afluência incrível, a um sábado. Ou será que o "dia dos namorados" tem algo a ver?? Também à porta do cemitério deparei-me com o que mais me impressionou nesta viagem.

O que mais me impressionou? A miséria. A miséria que está por toda a parte e se reproduz e multiplica. Vi um casal a tirar folhas de couve do interior de um contentor do lixo. E uma idosa a espreitar o interior de outro. Não vi um único homem portuense que estivesse a fazer alguma coisa de útil. Nas lojas encontrei mulheres a trabalhar mas os homens -que os havia em demasia - esses deambulavam por ali, parados a ver o tempo passar, ora a fumar. Muitos com aparência de desocupados ou sem abrigo.

E infelizmente, não se pode olhar "dois mississipis" para nenhum, que são capazes de imediatamente se comportarem como se tivesses demonstrado interesse.

O "homem do norte" ficou muito mal representado a meus olhos. A bem dizer a verdade, a determinadas alturas cheguei a sentir algum receio. Eram muitos, quase todos o mesmo ar de andarem por aí... a fazer nada. Suspeito ter sido tomada como prostituta umas tantas vezes quando atravessava uma determinada avenida. Um homem, do outro lado da estrada, que estava parado perto da montra de uma mercearia para a qual eu estava a espreitar, deve ter achado que o mirava, fez-me um aceno e piscou-me o olho.Achei nojento. Outro que nem vi bem, só percebi ser muito velho, quando passei, virou-se lançado para mim, que acho mesmo que me ia abordar como abordaria uma prostituta. Numa rua muito movimentada e turística, um velho passa por mim e lança-me um piropo vulgar que eu faço por ignorar. E a lista  continua... Só pervertidos e tarados. Nada de charmosos, inteligentes ou interessantes. Eu sei que já não estou tão jovem mas passei a suspeitar que devo parecer bem pior, para ser abordada por homens que me tomam por uma daquelas que "prestam favores". De um simples "se faz favor" e um "obrigada" podem deduzir que uma mulher está a demonstrar algum interesse neles a nível sexual. Devo estar mesmo acabada.

Os "homens do norte" têm uma certa fama de serem os "machos" que vão direto ao ponto sem muitos rodeios, mas se isso é o que vi, é apenas deprimente e ultrajante.

A simpatia das pessoas que atendem no comércio foi, como disse, geral. Mas como não existe pano que não tenha nódoa, numa determinada cantina de comida low cost encontrei a excepção. Numa jovem rapariga que começou por me atender mas quando comecei a falar já estava a prestar atenção a duas clientes já atendidas ao lado. Estive quase para virar as costas e ir embora. Segurei esse impulso por estar numa cidade que não conhecia, para dar uma oportunidade e não julgar de imediato a atitude da pessoa. Passado um minuto volta a dar-me atenção e ainda por cima repete que as clientes já estavam a ser atendidas por uma sua colega. Sou atendida, para logo a seguir voltar a ser ignorada. Sabem aquela empregada que não esboça um sorriso, nem te olha na cara e depois faz que não ouve? Resisti à tentação de lhe perguntar se era de Lisboa ou natural do Porto, ahahahah! (também, certamente não me responderia). Este local também pareceu frequentado por alguns indivíduos de aparência mais estranha, que ali ficam sem consumir nada, sentados nas mesas, com ar estranho e muito próximos de ti.

E pronto: justo ou não.
Eis a primeira impressão.
Digam "sim" ou "não".


PS: De uma forma generalista, tendo a concluir que a SIMPATIA é algo que existe em mais força em cima (no norte) e vai-se perdendo até chegar lá abaixo (no sul). Porque para ser sincera, tirando poucas excepções, os algarvios também não gozam lá de uma boa reputação nesse sentido. E são os próprios que por vezes o dizem.