domingo, 23 de julho de 2023

Domingo sem trabalho e a "Mãe, é um cócó!"

 

Senti-me chateada quando "perdi" a oportunidade de ir trabalhar este Domingo. Fiquei por casa a tentar arrumar coisas mas cansando-me, quando de repente, percebi que precisava era sair. Arejar. Sair daqui. 

O que vestir?
Ando sempre com a mesma roupa. Para este tipo de saída tinha de usar algo que se prestasse a algum dano e fosse prático. Uma T-shirt... mas qual? Umas são de dormir, outras para trabalhar... Para usar... Lembrei-me que tenho T-shirts pretas arrumadas. Nunca as uso. Não são totalmente pretas: têm dizeres. Não me senti confortável em usar nenhuma. Os dizeres... não me apetecia. Nisto vejo uma toda preta e fico feliz. Reparo que está do avesso. Quando a viro vejo que não é lisa. E quando vejo o que é solto uma gargalhada gigante! ADOREI a t-shirt. Havia esquecido que a tinha comprado. Talvez o tenha feito há dois ou mesmo três anos. 

Apeteceu-me ir a um parque a uns 30 minutos a pé, que tem um lago grande e muita natureza para me maravilhar. Não me arrependi. Sendo Domingo - não gosto de andar pelas ruas. Há sempre muita gente, mal se pode andar. Entrar no supermercado sinto que é um grande erro, quase como que pedir para ser massacrado. A quantidade de passagens bloqueadas por carrinhos de bebé e as vezes em que se tem de parar porque uma criança corre sem prestar atenção jogando-se contra ti, os gritos, os choros, os encontrões, a má educação, gente a passo lento e vagaroso que ocupa o corredor inteiro sem deixar espaço para se circular, ou aqueles que param. Os domingos são cheios destas e outras peculiaridades e eu aprendi que prefiro trabalhar. 

Ao passar pela praça da cidade, escuto um homem dizer: "Este Domingo está uma porcaria". Curioso, porque achei que este Domingo estava uma maravilha. Além do sol ter substituído a chuva, notei só então que podia circular à vontade pela praça. Havia espaço. Não a tinham enchido de "barraquinhas". Os "rabos-de conversa" que escutava à passagem também me pareceram incomuns ao habitual. Pessoas a discutir assuntos interessantes e pessoas mais variadas. Acho que nunca tinha apanhado algo assim.

Não pensei que a T-shirt fosse chamar a atenção, mas percebi que sim. Principalmente por parte das crianças, que lhe achavam graça. Não diziam nada antes de passar por mim mas depois diziam logo:

-"Mãe! É um cócó!" - disse uma menina, que me fez rir. 


"Merdas acontecem" - disse um menino aos pais após a minha passagem, em voz baixa, como se tivesse descoberto um código. 

Continuei a caminhar rumo ao parque até que escuto o som de música, gritos de emoção e vejo cores e luzes de carrocéis e outras atracções de feira. Era mesmo isso que estava a ocorrer num parque intermediário. Passei para ver. Mas, claro, só para entrar já é preciso pagar. Fiquei de fora. Nunca tinha visto aqui nesta "cidade" onde as pessoas são tratadas como de terceira classe, equipamentos tão diversificados e interessantes. Havia o "martelo", o "sobe e desce", o carrocel de cadeiras. Interessante. Mas não para mim, cujo cérebro tende, depois de ter atingido a "puberdade", a sentir-se zonzo e com ânsia de vómito caso o corpo vá "chocalhar" dentro de uma máquina.  


Chego rapidamente ao parque. Apesar de muita gente, excepcionalmente foi possível caminhar quase com o espaço todo para mim. Muitas pessoas, contudo, espaço suficiente. Nem no inverno consegui momentos assim. 


A natureza linda. A começar pela súbita presença de 28 gansos "do Canadá" - segundo repetiu pelo menos cinco vezes um transeunte. Mais quatro que encontrei na água - embora existissem mais, podem imaginar o tamanho do lago. Também existem cisnes, patos e outras aves. Além de peixes, claro. 

A natureza faz-me bem. Fascina-me sempre. Nunca me canso dela. 




Após muito caminhar, filmar e fotografar, decidi tomar um gelado. Duas libras e 80 cêntimos depois, descobri que aquele foi, até ao momento, o melhor gelado do ano. Denso. A menina ao balcão estava ainda a aprender e notava-se o nervosismo. Quase que a bola de gelado caiu do cone assim que lhe ia dar a segunda lambidela - não estava bem apertada contra o dito. Mas os meus reflexos foram rápidos, aha. Outra surpresa foi ter escolhido o sabor que escolhi! Conseguem perceber qual foi?


Pelo caminho para o parque havia apanhado dois ramos de alfazema/lavanda. No retorno, pretendia apanhar mais. Já estão todos quase secos - com a chuva e o a presença quase perceptível de agosto, já não estão em flor. Era agora ou ter de esperar para o ano!  


Fotografei e filmei mais umas belezas e não resisti em apanhar uma flor naquele jardim. Uma hortênsia azul. Eram lindas!! 

Na volta colhi mais sete ramos de lavanda e fiquei muito satisfeita com o resultado quando as coloquei num vaso. Nem foi preciso fazer nada. 


                                    As hortênsias ficaram na Teresinha. 

Nunca tenho um fim de semana livre. Estou sempre a trabalhar. Não imaginava que ia poder gostar de ter este dia livre como gostei hoje. 

3 comentários:

  1. Fizeste tu muito bem e senti que ficaste de alma lavada:)
    Adorei o post porque é muito animador!
    Beijos e bom dia

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  2. Bom dia
    Afinal não foi uma tarde de domingo de cócó, antes pelo contrário.

    JR

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  3. Há domingos bons como outro dia qualquer.... tudo depende da nossa energia e prespectiva ... go girl :)

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