quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Hope it comes true

 




 Agora ja estou bem. Mas fiquei afectada com um comportamento do rapaz que apanhou a bebedeira. Durou apenas 3 segundos, mas foi o suficiente para me fazer sentir triste, chorosa e revoltada.

Trabalhei durante a noite de 30 para 31. (Adoro!). Chego a casa e sei que tenho de aproveitar para fazer o que mais precisar de ser feito nesse espaco de tempo. Cozinhei, Lavei roupa, tomei um duche. Todos ainda dormiam ou ficaram pelos quartos e foi um bom momento de descontracao. Ate pareceu que podia usufruir do espaco da casa como se vivesse na minha. 

Pelas 9 tudo estava arrumado, limpo e no lugar. Subi entao ao quarto no intuito de descansar. Mas lembrei-me que as lojas ja tinham aberto e nao fosse eu precisar de alguma coisa antes do feriado de amanha chegar, decidi ir as compras.

Visto-me, desço as escadas. Entro na cozinha. O rapaz abre imediatamente a porta do quarto e lança-se cozinha a dentro. 

Abro de imediato a porta das traseiras que nao estava trancada e saio. Ele ja esta dentro da cozinha no lavatorio. Assim que fecho a porta ele vai e tranca-a. Sem saber se sai para ir so despejar a reciclagem que segurava para de seguida voltar. Reparo que tambem abriu a janela. A mesma que me PROIBIU e me reprendeu por abrir na manha do dia de Natal! Justificando-se com o frio. Hoje as 9.30h, hora que isto se deu, o termometro marcava -2 graus.  



O que se passou do Natal para ca? Ja nao tem frio? Ou é so ele que pode abrir janelas e deixar portas destrancadas durante a noite?

Foi uma atitude provocatoria. E so o que ele tem demonstrado ha meses. 

Chama-se a isso assedio. E e uma especie de violencia domestica. Afecta a psique. E dei por mim a perceber que ja me estou a sujeitar a um pouco mais do mesmo.... 

Nao pode ser. 

E a ingratidao dele? Ao me tratar assim? Mas nao lhe quero falar porque percebi que nao me respeita. De quem nao sabe mostrar respeito nao de pode esperar atitudes correctas.

Noutra noite passava da 1 da manha, apos dormir a tarde e noite toda no meu quarto, acordo e desço a cozinha. Nao existem sons de pessoas em actividade na casa. Nao faço barulho para alem daquele inevitavel para todos: a porta range e tambem as tabuas do soalho. Tenho o rosto ensonado, o cabelo vermelho solto, nao quero ou espero ver alguem. Chego ao último  degrau, viro para a cozinha e ele sai de rompante do quarto dele que fica a entrada mal eu dou cinco passos. Esta sempre a fazer isto. Nao dá espaço. Quer coagir, expulsar. Espionar. A impor a sua presenca muda mas fisicamente agressiva. Numa ocasiao fechou a porta comigo do lado de fora. Isso e bullying. 

Qual a possibilidade matematica de nunca conseguir ficar sequer dois minutos sozinha naquele espaco nem sequer a horas muito impróprias? Trabalho de noite e durmo de dia. Estou desperta exatamente naquele intervalo em que eles raramente estao. Porque podem  ficar acordados a ver filmes ate as 3 ou 6 da manha. Vao dormitando mas depois  acabam ppr adormecer. Se conseguir tempo para mim, sei que e ai.

Esta a querer confinar-me ao quarto. A querer fazer-me sentir mal. Mas nao vou querer saber. No vou reagir.

 A menos que a ocasiao se ponha. um tipo que me vira as costas e grunha entre dentes palavras que nao soam bonitas, alguem que se fecha ao dialogo, nao sabe ter uma conversa. So monologos em que a razão esta sempre do seu lado. Foi por perceber que se fechava ao dialogo que entendi que nao me tinja respeito.

E sendo assim fez pouco caso da simpatia que por ele nutria e nao mostrou dar valor a todos os boms gestos que tive para com ele. E passo a numerar alguns:

1) Chamei-lhe a ambulancia quando teve o problema de coracao

(Esta accao nao me deu creditos para merecer um dialogo)

2) Encontrei a carta do hospital no meio de outras e enfiei-lhe debaixo da porta. Era a avisar que se nao lhes desse certas informações necessarias para o processo clinico, teria de pagar os custos do tratamento que recebeu que era superior a 10.000 euros. O prazo para o fazer terminava nesse mesmo dia dali a uma hora. Salvei-lhe o BOLSO que e sempre onde um grande golpe custa mais. A carta estava ali fazia 15 dias. Ele proprio nao se importou em verificar a correspondencia. Eu regressei de Portugal nesse dia e fiz logo isso. Podia nao o ter feito. Agora arrependo-me de o fazer. Porwue pelos vistos tambem este gesto de atencao - entre outros, valeu ZERO para merecer que me escutasse quando lhe pedi  mais que quatro vezes para o fazer. O hospital ja o vinha a querer contactar fazia tempo. E ele ignorava. Estava eu em Portugal de ferias quando o hospital me liga a mim. Por ter feito a chamada para o 112, em ultima estancia procuraram chegar a ele atraves de mim. Interrompi as minhas  ferias para me ocupar com caso dele por umas horas. Contactei-o. Dei-lhe o  numero de telefone. Ignorou. Nao fez caso.

3) quando regressou das ferias dele tendo gasto todo o dinheiro que tinha (para fingir ser rico diante da familia) e disse nao ter para compras comida, alem de lhe dizer para se servir da minha, fui as compras e trouxe comida so para ele. Acho o gesto bonito.

Mas nada disto valeu do que quer que fosse. No primeiro contratempo virou as Costas e nao me escutou. Por uma coisa de pouca ou nada valia, por algo que podia coagitar que, se Calhar, fez por me fazer pensar como pensei.

Nao quis saber. Duvidou do pouco que consegui lhe dizer a respeito da sua reputacao me ter sido dada assim que entrei na casa ( ver post que fiz a respeito). 

Desrespeitou-me tratando-me com desprezo e indiferenca. Depois da outra casa... ja nao morro se alguem se comportar assim. Problema dele! O meu valor sei-o eu... e esta na altura de saber estar a altura da mulher fantastica que no fundo sou. 

Mas este nao vai ser o tema do meu ultimo post do ano! Irei fazer outro em breve. Aguardem.



quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Lendo uma mensagem antiga no email

 

Na busca da password do portal das Finanças, fui ter a uma mensagem de email remetendo ao ano de 2002. Enviada por uma pessoa inesperada. Li o loooongo texto em Francês. Deve ter sido enviado a todos na lista de contactos e por isso o recebi. Mas acho que nunca o tinha lido - até agora. 

Estas coisas são engraçadas. Toda uma vida fica registada numa conta de email.

É como ser transportado de volta ao passado.


PS: Como é obvio, não é uma conta do (péssimo) google. Tomem cuidado que o mais provável é que mais tarde ou mais cedo estraguem também o blogger. Mas falarei mais sobre isso depois - já estou a adiar faz três meses :) 


Biju, biju

Bonne Anné!. 

Evitando me envolver

 O mais frequente de acontecer é existirem brigas antes e depois de ir para o emprego. Nao comigo, mas entre os outros tres na casa. 

Cansa - e impede-me de descansar, estas vozes alteradas que discutem no piso de baixo. Onde, no WC maior, quando acendem a luz a ventoinha faz uma barulheira que se escuta e se sente a vibrar no chao do meu quarto e me impede de ter a tranquilidade que busco e preciso. Duas horas consecutivas ficou a ruidosa ventoinha a funcionar. No dia anterior, a mesma coisa. Desci duas vezes para a desligar e de todas as vezes foi deixada ligada, ninguém estava a usar a divisão.

Ja escutei tanto este ruído de ventoinha que apanho em dose dupla (wc de cima fica ao lado da parede em pladur onde encosto a cabeça para dormir) que desenvolvi uma intolerância. A simples vibração é uma tortura. Quando entro na cozinha e a luz que activa um terceiro ventilador que ali existe esta ligada, tenho de a desligar de imediato. Esta, ao contrário das do WC, desliga o ruido de imediato, nao tem um atraso de 15m como as outras. É um alivio e uma satisfação que nem sei como começar por explicar.

Mas isto tudo para contar que "hoje" depois de entrar em casa vinda do emprego la pelas 6.30 da manhã, soube que aquela era a minha única oportunidade para cozinhar e me alimentar com algo que realmemte nutre. Tinha espinafres para consumir e um pacote de natas que expirava. Nao gosto de desperdicio. A única maneira que gosto de consumir espinafres e fazendo uma quiche. Atirei para dentro do tacho com espinafres e sal favas minusculas que comprei congeladas que mais nao eram que ervilhas enormes. Depois de cozidos, esmaguei para ficar em pure. Meti cenoura ralada. Pedacos de presunto e de chourico de carne. Milho. Refoguei as carnes em cebola com manteiga para lhe dar um gosto especial e depois passei todo o preparado pela frigideira. No final com a massa pre-comprada ja a forrar o tabuleiro e com um "entalao" dado no forno, espalhei a mistura e despejei por cima as natas batidas com uma noz de manteiga derretida. Mas ainda nao tinha acabado! O toque final foi colocar salsa fresca por cima.


Depois tive de lavar e arrumar a louça toda, limpar o fogao, mesa e remover a lama de cada orificio da scooter que usei para chegar a casa mais depressa. Cada vez que a uso no inverno, fica uma desgraca. E tenho todos os cuidados em nao passar por cima de poças de agua, lama, folhagem... so que é impossível. Esta cidade nao tem pisos que nao estejam esburacados, remendados, desnivelados, cheios de bueiros e de porcaria. 

Limpar a scooter e tarefa para levar uma hora. Mas vale a pena, saber que depois posso transporta-la tranquilamente para o quarto sem que corra o risco de deixar sujidade pelo chão. 

Antes que alguem se levantasse e ocupasse o WC deixando no ar o aroma da caganita matinal, fui tomar um duche rapido. Depois peguei nas embalagens para reciclar, abri a porta da rua e despejei-as no contentor a entrada do portao. Regressei, levei tudo para o quarto e finalmente, tinha chegado a hora de descansar.

Em suma: eram 9 da manha quando subi para descansar. E logo ai comecaram os tres a se levantar. Logo se iniciou uma discussao. E nao paravam. Isso mais o irem ao WC e nao desligarem a ventoinha... Dormir, eu? Nao ia conseguir. 

Percebi que a rapariga nao tinha descernimento para perceber que o rapaz ficava satisfeito por discutir. Entao decidi enviar-lhe um texto: "Tenho escutado as discussoes. Querida, se aceitares um conselho meu, nao fales com ele. Evita-o. Nao deixes que ele te tire o sossego".

Isto desenrolou uma longa conversa por texto mas a mensagem essencial que lhe queria dar era " nao entres na dele". 

E que subitamente os dois rapazes que nao se falavam sequer, e quando o faziam era para brigar, comecaram a falar-se sem picardias. De onde isso surgiu? Eu percebi logo. Nao foi nada coincidencia. Na vespera a M. Discutiu com o que ja ca estava e o mais recente escutou e ficou todo satisfeito. Foi como se validassem o que ele pensa dela. Ele viu o caminho aberto para criar mais confusoes, ja que mais alguem na casa tambem sentia o mesmo da M. ao ponto de a mandarem "Calar-se e  foder-se" entre outras coisas muito desrespeitosas ditas no decorrer das discussoes. 

Nao que ele esteja errado. A M. de facto exagera. Quando nao gosta de uma pessoa essa pessoa nunca faz nada bem. E ela aponta dedos em todas as direccoes. Dedos que facilmente podiam se virar para si mesmo, mas que ela nem sequer admite a possibilidade de estar errada.

Mas achei por bem dar-lhe esse conselho. Alem de sair beneficiada porque acabam-se as discussoes, tem outra consequencia: sem ela a alimentar a necessidade de brigas dos rapazes, esta uniao oportunista deles os dois regride aos atritos. Unidos por odio... e conveniencia. Nao gostei. Se ela nao der trela a nenhum, os dois deixam de a poder usar. Ela virou a "cola" da relacao. Mas no fundo um Jamais vai aceitar o outro. 

Vai que o rapaz "mais recente" bate a porta do quarto da M. para lhe devolver as palavras que ela lhe esta sempre a reperir. "Limpa as tuas merdas. Ha sempre coisas tuas por todo o lado. Isto propaga o Covid". E a reaccao da M. foi, calmamente, dizer que nao que falar com ele e fechar-se de volta no quarto.

Ele fechou-se no dele a soltar gritos. Tanto de felicidade por a provocar como de frustracao por aquela ultima provocacao nao ter surtido as hbituais trocas de insultos e acusacoes.

Senti muito orgulho da M. 

Soube, pela primeira vez em semanas, ter a postura correcta. Nao se alimenta pessoas destas. Ignora-se. A M. é dificil mas nao acho correcto faltas de respeito. Ela nem percebe que ja permitiu que ambos a desrespeitassem a um nivel que jamais vai recuperar ease respeito de volta. A qualquer oportunidade, os insultos pronunciados vao ser feios. Inadmissiveis. Bem fez a rapariga que saiu. Ela percebeu para onde isto ia rumar, fez as malas e foi viver a sua vida noutro ambiente sem dramas. 

Faria o mesmo se tivesse a sorte de encontrar um ambiente promissor que reuna o que procuro em termos de localizacao.  

Depois da vivencia na outra casa, tenho outras formas de sentir. Nao tenho mais apego a casas. Por mais confortavel que me sinta no meu canto. Sei que nada foi feito para durar. Se durar e porque algo esta errado e geralmente e a pessoa que mais tempo tem de casa que causa atritos porque essa longevidade equivocadamente lhe confere um sentido de direitos e propriedade excerbados. 

Gracas aquilo que passei na outra casa, vejo muito melhor aquela linha que separa... A linha dos limites do respeito. Uma linha para a qual tinha uma tolerancia elastica.  Mas que agora deixou de ser de borracha maleavel para ser mais firme. 

Se alguem me disesse os insultos que ja disseram a M. eu SABERIA na Hora que aquela pessoa Perdeu toda a nocao de RESPEITO. E por isso que nao me relacciono com o rapaz. Percebi que ele nao me respeitava. E isso, mais que uma duzia de bebedeiras, é o que nao se pode admitir. 

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domingo, 27 de dezembro de 2020

Mudancas capilares

 Despertou em mim uma enorme vontade de pintar o cabelo. Cansada de esperar por melhores dias para entregar a minha cabeleira as maos de um profissional, ja que o virus fechou salões de estética, optei por pintura caseira. 

A esse respeito existem umas coisas que precisam de saber sobre mim:

1) gosto de ser ousada mas discreta.

2) nao tenho medos em arriscar.

3) qualquer coisa, a tesoura corta e o cabelo cresce.


A cor natural do meu cabelo é castanho-escuro. Na maioria da minha vida tenho-o mantido assim. Por muito que goste de ousar a verdade e que também sou meio hippie: deixo-o crescer e mantenho-o no seu natural. Quando dou por ele, chega-me ao rabiosque. Depois ando quase sempre com o cabelo apanhado, o que faz com que o meu lado que gosta de um bom corte e uma certa apresentacao seja aquele que e posto de lado.

Mas agora apetece-me brincar. Faz dois anos que o mantinha virgem e sem corte.   Tinha decidido nao mais deixa-lo crescer tanto mas ai veio o corona. Faz ja ano e meio que sei como quero cortar o cabelo a seguir: curto atras a rocar na nuca, mas comprido a frente... se ele permitir.

O corte curto e ousado tera de esperar por maos que sabem o que fazem mas com a cor posso começar já a brincar. Se e para estragar, entao mais vale me divertir.

Para as minhas nuances comprei purpura e framboesa rebelde.


Sabia de antemao que estas cores vibrantes e ousadas iam ser discretas no meu cabelo escuro. Sabia ate que podiam nem se ver. Excepto o vermelho, esse sempre sobressai. 

Dividi o cabelo em seccoes e fui fazendo como se fossem petalas de um malmequer: uma sim, outra não, cada uma alternadamente foi pintada com cores diferentes. 

As instrucoes de aplicacao nao eram claras, ja que facultavam tantas alternativas. Segui o instinto. Numas madeixas meti a cor misturada com um pouco de condicionador, noutras pus a tinta diretamente. Apliquei sobre o cabelo seco, pois fiz isto no quarto e nao estava para fazer grande lixarada. 

Uma madeixa ou outra  foi molhada em agua quente e depois apliquei a tinta. O resultado ainda nao esta a vista, porque decidi meter papelotes e enrolar o cabelo. Vou mante-los ate amanha. Mas ja da para ver a cor: muito discreta, quase imperceptível. Nota-se o vermelho mas nao o purpura. O que queria era estas cores a aparecer nos reflexos ao sol. Acho que isso consegui. Comprei clareador mas a ideia de extrair a cor natural do cabelo nao encaixa bem comigo. Por enquanto prefiro adicionar, sem ter se subtrair. O meu fio e a minha cor continuam a existir debaixo da cor artificial, que é semi-permanente. Nao gosto das que nao saem com lavagens, so com o crescimento do fio. Nao tenho essa paciencia ou perfil para ficar "presa" a um tom que so é mantido com idas regulares ao cabeleireiro para re-pintar as raizes a cada tres semanas. 

Pretendia fazer uma brincadeira que vi no youtube. Mas, na falta de material, tive sorte: encontrei embalagens de tina para cabelo no unico supermercado aberto no dia a seguir ao Natal. E nao hesitei.

Por enquanto o meu lado discreto é o que esta a dominar esta fase experimental. Nao significa que mais para a frente o lado ousado nao predomine. Ou mesmo aquele que perde o interesse e volta ao estado hippie 🤣🤣

Que vos parece?



sábado, 26 de dezembro de 2020

Roubo de Natal

 

Enquanto eu estava no meu quarto adormecida, alguem aproveitou-se do facto de ter enchido o frigorifico com mantimentos e rouba-me ovos e iogurtes. Era dia de Natal!

Descobri de madrugada, depois de me levantar para ir ao WC e ver isto: 


É a Lua, passando atraves do vidro da janela.
Parece uma estrela. Aquela brilhante de Belem.

Achei tao significativo.

Depois desci para fazer torradas e ao abrir o frigorifico recem-armazenado para buscar manteiga, notei as coisas mexidas.

Nao ha volta a dar. 
Nunca mais vou sentir-me a vontade para deixar comida ali. Tenho chouricos e queijos que a familia enviou de Portugal que nao posso ali colocar. A casa e mantida uma fornalha, quando desci estava a marcar 27 graus.  Nao ha alimento que suporte tais temperaturas se deixado fora do frio.



Na manha de Natal o rapaz (que nao me fala) segue-me a cozinha para me ORDENAR a nao abrir as janelas da casa. "Já disse à M. para te dizer isto DUAS vezes!". Tratando-me como se fosse uma criminosa. WTF???

Agora não posso abrir uma janela? Tem policia cá em casa. Já tinha reparado faz muito tempo. Cada vez que ele me escuta a descer as escadas e ir a cozinha, sai do quarto e finge ir so WC ou ir  fumar, mas é só para espionar. Passa com aquele olhar de quem espera apanhar-me a fazer algo errado so para poder implicar.

E conta com a M. como moça de recados. A M. quer é ver o circo a pegar fogo. Ela não quer saber do bem estar de ninguem sem ser o dela.

Vem a M. EXIGE que eu nao feche as janelas porque o virus propaga-se se nao entrar ar novo e vai abre todas as janelas, inclusive a porta, principalmente se, na altura eu estiver na cozinha, vestindo uma t-shirt. O ar frio e chuvoso so a incomoda quando e ela a levar com ele. 

Dei por mim a perceber que ja nao tenho direito de decidir nada. Querem mandar em mim.  O que nunca se deve permitir que nos façam. Foi assim que tudo começiu na outra casa: eu a ceder e sem direitos. Se virava para a esquerda, direita, ficava quieta, falava ou não falava, estava sempre mal e sofria bullying por isso.   A temperatura que nao se pode tocar, as janelas que antes não podia fechar, agora nao posso é abrir.... Que mais virá a seguir?

Não posso permitir.


sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Descobri uma pérola neste natal

 

Pus-me a ouvir música natalícia e entre dúzias delas (comecei com a portuguesa, "Nesta noite branca sou um boneco de neve" dos Anjos) saltei para clássicas antigas cantadas por celebridades americanas como Elvis Presley, Frank Sinatra, Louis Amstrong etc. E eis que me deparo com uma canção que já tinha escutado antes mas nunca tinha realmente prestado atenção. A letra é sassy, atrevida, picante e controversa. Para uma música de natal é muuuuuito ousada. Mas a voz da cantora... é de outro mundo.

E assim descobri uma artista do passado que me esteve a deliciar este dia de Natal. Aqui fica o seu álbum, seguido de um vídeo com um excerto da sua vida. Perca um tempinho que vale a pena.


Boas Festas.


Ela canta em inglês, francês, espanhol e julgo que árabe. Aos 37m a canção é sobre Portugal. (nós temos a versão coimbra). Começou como bailarina, cantora e atriz. Foi "banida" pelo presidente dos Estados Unidos por opinar no Casa Branca contra o envio de soldados para combater na guerra no Vietnam. A CIA fez um dossier de difamação que ela desconhecia que estava a interferir com a sua carreira.





quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

VUi202012/01

 O nome do novo INIMIGO.


Alerta maxima para a zona onde estou. 60% dos novos casos de Covid em Londres dizem respeito à nova estirpe. Para a qual vacina alguma existe.

Isto nao regride!

E eu ja começo a desesperar. 

😭

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

 Ontem estava a sentir-me deprimida e sem proposito. Tanbem me senti  com as esperancas defraldadas porque, a pesar de ser pouco, a existencia de uma vacina para o covid veio dar esperanca no retorno de alguma normalidade: nomeadamente poder viajar, ir a um restaurante, um hotel... ja me imaginava  a fazer frequentes viagens. E eis que anunciam que existe uma nova estirpe do virus covid-19 aqui no UK. Foi o suficiente para me entristecer.


Como se nao bastasse tenho de admtir que um novo fenomeno ocorre na ninha vida:  as vezes quando apanho sem querer o meu reflexo ao espelho, a imagem que este me devolve é a de um rosto diferente daquele que contava ver.

Nunca pensei vir a passar por semelhante coisa. Imaginei que ia saber aceitar qualquer mudanca na vida de forma gradual, com uma atitude de orgulho, segurança e graciosidade. 

Nao esta a ser bem assim. 

Mas tambem, nada corre como desejariamos.

Por vezes tambem se surpreendem com o vosso reflexo?

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domingo, 20 de dezembro de 2020

Sentir em vida e na morte

 A quem enviei um postal personalizado de boas festas e so soube retribuir por terceiros (out nem isso) esta dispensado de vir ao meu funeral, OK?

Quem nao que sabe ter um gesto Tao simples em vida nao o venha fingir na morte.

Boas Festas.

Sem Natal

 Este ano nao vai existir Natal.

Este ano nao conta para a minha quilometragem. Nao vai existir Natal e tive um terrivel dia de aniversario. La consegui extrair de 2020 uns dias de ferias de verao que me souberam bem porque os passei sob a luz de Lisboa. Mas tirando isso... 

Este foi o ano de clausura, o ano para de fazer introspeccoes, para se olhar para dentro. Ja que dentro foi onde tivemos de estar.

Vou estar a trabalhar ate a vespera de Natal e espero que assim se repita nos dias seguintes. Quando estou de folga, durmo. 

Muito provavelmente e assim que vou passar o dia de Natal. Nem Irei dar por ele. O que me fez perceber que nao tenho de forcar nenhum ritual. Sera o que me aprazer fazer.

Nao reunir toda a familia em casa para fazer Natal e uma vontade de minha mae faz decadas.  Sera cumprida este ano. Mas ainda montaram a arvore e o presepio.

Por aqui nao existe nem vai existir um unico efeito de Natal. Sempre imaginei que algo se is arranjar. Mas o destino sempre nos troca as voltas. Nao me custa nao celebrar o Natal. Nao gosto e do ambiente de casa. Cada um por si e todos a espera do dia em que o novo inquilino va embora e com isso se recupere alguma harmonia e se consiga voltar a ter a casa arrumada. 

Estou cansada de entrar nos WC e sentir cheiro a urina como se fossem wc de uso publico.

 Mas nao me iludo: muita coisa vai continuar mal depois dele sair. A M. vai continuar com as suas manias e habitos.  Agora meio ofuscados pelos do rapaz mas sempre a vista. Ocupa quase todo o frigorifico, mal vaga um espaco ela toma conta. Queixa-se todos os dias de sujidade que ele deixa ao usar o forno mas ignora a sujidade deixada no fogao. E essa é toda dela. Continua a usar as cadeiras da sala como cabides para os seus casacos e todas as migalhas que espalha pelo chao quando abre o seu armario e se serve de pao, cereais etc, ficam pelo chao. Ja ocupou mais uma gaveta do congelador e a pequena prateleira que desocupei no frigorifico ja la tem fruta a aprodecer e latas que ali vao ficar para nunca serem usadas. 

Por is criterios dela quem merecia sair da casa?

Todos menos eu. 😁🤣

Feliz Natal 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

7.15 e a vaga ja esta ocupada

 Entrei em casa as 7.15 direta para o WC. Estava decidida: fazer um xixi e cama!

Mas mal entro, vejo a luz acesa. Já lá estava alguém. Claro. Ninguem esta a chegar nem a ir para o trabalho. Mas todos querem ser os primeiros a usar a divisão. E são sempre os mais demorados a acharem-se com mais direitos.

Enfim. Subi para o quarto e vou esquecer o xixi. Decepciona-me apenas. Porque sei que sempre, mas sempre, ao chegar a casa vinda do emprego, esta sempre alguém no meu caminho.

Quando todos saiam para trabalhar ainda va lá. É natural horarios se sobreporem e tem de se coordenar bem as coisas. Mas estão todos em casa! Chegar na qualidade de unica pessoa vinda do emprego e ainda assim nao conseguir "vaga" é... enervante. 

Ter de levar com pessoas ja de pe na cozinha ou no WC nao permite que relaxes aquela beca que e suposto e que anseias quando se esta a trabalhar a imaginar o momento de chegar a casa.

Conhecem o keu horário. Por que nao facilitar?






 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Absorvendo o espirito pelos outros

 Pelo percurso a caminho do emprego paro brevemente para apreciar efeitos da quadra natalícia. 





Saí mais cedo de casa para espairecer. O colega que nao tem chave para entrar porque a mes e meio nao a vai buscar com o senhorio estava a berrar palavrões e a tocar a campainha freneticamente para lhe abrirem a portá. Provavelmente ele está de saída por este e outros comportamentos que revelam não saber conviver numa casa partilhada.


Feliz natal






Adoptada

 Adoptei esta árvore de Natal.

Já que não tenho uma em casa nem ninguém se sente com o espírito natalício. Está no meu emprego e já é a "minha" árvore de Natal. Estabelecemos uma ligação. Aqui usam-se anjos no topo da árvore, ao invés da estrela. O que têm a dizer disso?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Irrita-me profundamente que me façam o que ele me fez.

  Vinha eu a subir o passeio pelo lado esquerdo, vejo um homem a vir no passeio mais ao centro. A medida que nos aproximamos o gajo encosta-se a sua direita, a minha esquerda. Onde ha arbustos. Nao me desvio. Assim que os dois chegamos ao mesmo lugar eu paro, ele para e fica a olhar para mim. Eu que venho a subir, siu mulher, estou no sentido correcto e nao alterei a direccao com que ja caminhava é que tenho de me desviar do tipo.

Esrou a caminhar em passo denmarcha faz hora e meia. Ja tive de esperar camioes, carros etc passarem quando estou para atravessar uma via ou sairem do passeio para poder continuar a marcha. E mesmo na reta final, estando eu bem, sendo eu a que segue em esforço (subida) e sendo mulher, um homem nao me da prioridade.


Espero que tropece e bata com a cara no asfslto 🤣🤣

domingo, 13 de dezembro de 2020

Objectos antigos que não me importava de voltar a ter

 Quando era criança via-os ha minha volta. Acho-lhes imensa piada e lamento que tenham sido descontinuados.

Havia nos idos anos 60 e 70 utensilios altamente sofisticados e portateis. Ao ver a série Uma família as direitas percebi que na altura (1972) as pessoas endireinhadas transportavam um aparelho minusculo que tocava musica escolhida por si (antes do walkman e nao era um radio a pilhas), transportavam fotografias num formato minusculo que viam por uma caixinha (talvez fossem slides mas só que não) e comunicavam-se muito bem e com rapidez, usando o telegrama para mensagens urgentes.

Nao me pareceu que o telemovel ou mesmo a internet fizesse falta. Nao que me queixe da sua existência. Somente da dependencia que criam e do seu funcionamento estar limitado  à existencia de eletricidade (que no caso de catastrofes tende a desaparecer e em lugares remotos nao existe) e que funcione a baterias, objectos altamente poluentes para o mundo e pouco acessiveis em caso de necessidade. A sua limitada capacidade de manter energia para o smartphone funcionar tornam-no impratico para longas saidas em acampamentos, exploracoes ou em caso de emergencia numa situação involuntária de atraso ou retenção, nenhuma bateria te da mais de 24h sem exigir nova carga. O que so funciona enquanto o mundo estiver bem. Existindo guerras, restricoes, desentendimentos politicos (Brexit) ou mesmo doencas (Covid), tudo fica compremetido. Os acessos sao cortados, todos usam o teu equipamento para espionar ou escolhem o danificar enviando virus informáticos.

Mas isto são outras conversas.

Sem mais demoras. Ei-los:

  




Ainda tem algum destes?

sábado, 12 de dezembro de 2020

Mudanças tardias no outono da vida

 Considero o anterior post um tanto estupido mas desta vez nao o vou ocultar.

Passado todo este tempo (desde o verao de 2019) os efeitos daquela reaccao quimica no cerebro que o autista do filme (post anterior) descreve estao, finalmente, quase sumidos.

Sabem o que realmente dura mais como sofrimento? A atitude. Deixar de estar contactavel, deixar de usar o numero de telemovel.

Antes de qualquer paixonite me apanhar de surpresa, mostrei-me impecavel como pessoa. Simpatica, prestavel, presente, amiga.

A paga por ser assim tem sempre de ser tao desprezivel e me magoar tanto? 

Estas coisas so acontecem comigo? Porquê acontecem comigo? - exatamente por ser assim.

Nunca soube "borrifar-me" e nunca fui apologista "primeiro eu". Nao sei como explica-lo. Sei que tambem nao aparento isso e so quem se chega perto o percebe. Muito perto ate se incomoda.

Nao foi so este golpe que abalou severamente a minha estrutura emocional em 2019. Ainda tive de passar por pior com a situação na casa. Tudo junto foi dose para matar uma manada de elefantes.

Ja passei por outras decepcoes na vida. É o que conheço melhor, o que me é familiar. Mas estas que vieram mais recentemente em dose letal para elefantes (e, pensando bem, ja tive muitas outras anteriormente) pareceram - finalmente - causar uma tenue mas significativa mudanca em mim.















Vi o rosto dele

 Na procura de fotografias para fazer uma surpresa de natal, encontrei a foto dele.

Lembram-se, num post anterior, ter dito que andei a procura porque olha-lo podia desencadear em mim o ridículo da situação e travar o afecto?

Pois então: voltei a olhar. O que aconteceu?

Nao gostei do que vi.

Quando percebi que nutria por ele uma emoção especial, havia escrito também a postura dele: calado, isolado e a querer isolar-me também. Mencionei que nao gostava de o ver na foto que lhe tirei, pois tem olhos frios, de sociopata.

Nesta foto que tirei em grupo, ele surge com o mesmo olhar. Encontra-se a olhar de esguelha na minha direcção, tão consciente da minha presença como eu estava inconsciente da sua. 

Gosto muito de um pequeno video de tres segundos em que o fiz sentir-se encabulado e por isso riu-se a esconder o rosto. Adoro. Amo.

Mas o tipo nas fotos... incomoda-me.

Parece-me um predador. Lentamente a tecer uma teia. Terá sido esse o caso?

O tempo dado para a presa cair na rede expirou e o aranhiço abandonou o local e foi montar teia noutro lado.

Seria impossivel para mim saber como ia reagir se voltasse a o ter a frente dos olhos. Ou ouvir a sua voz sempre inalterada que mexe um pouco comigo. Mas se fizer foto-terapia, sou ate capaz de eliminar de uma vez por todas qualquer vestigios desta silly doenca cerebral que é a paixonite. 

Estive a ver um filme intitulado "The night clerk" (o recepcionista noturno). Neste um rapaz autista com o sindroma de Aspergen explica a atraccao que sente por uma mulher desta forma:


Concordei com tudo. Excepto a parte final. Irei sempre discordar da parte final. Estive perto disso e nao foi por sentir amor. Foi pela ausencia de quem amei. Morre-se sempre pela falta. Nao pela capacidade de o sentir. Não concordam?











sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Uma familia muito estupida

Senti falta do cheiro das gavetas dos moveis no quarto dos meus avós, ainda há instantes. Mas assim, muito! 

Nao sei se era mogno, cedro ou outro tipo de madeira. Sei que emanava um odor proprio que me agradava. O perfume invadia as minhas narinas cada vez que abria uma gaveta e era tão bom!  

Hoje é uma memoria olfativa que gostava de repetir.

Tenho uma familia muito "estupida", que via todos os pertences dos "velhotes" como "inútil  lixo" e por isso sem necessidade de existir.

Ja eu gosto de coisas antigas. Desde sempre, mesmo em menina. Gosto de moveis centenarios, de materiais puros. Sinto falta dessa genuinidade e da craftmanshift (artesanal) dos objectos. 

Nao que a mobilia do quarto dos meus avos fosse uma peca de museu cravada com martelo e estopro. Era o que na altura (anos 60) existia do mais barato, num misto de fabrico em serie mas ainda no seu inicio. 

A meu ver, eram moveis feitos para durar. Elegantes, de traços de arte moderna: linhas simples e rectas, com pes em madeira. 

Imagem retirada da net 


Ja nao se fazem moveis assim. Todo o encaixe das gavetas era em madeira. Talvez por isso o cheiro... o perfume que agora tanto me apeteceu voltar a cheirar.

Gostava de ter guardado aquele mobiliario. Mas nunca ninguem me escutou na familia ou valorizou os meus sentimentos. Muito menos então. Seria inutil expressa-lo (ainda assim mencionei-o algumas vezes) porque so me insultariam. 

"Onde vais meter a mobilia? Na tua casa???".

Entao dei por perdido, como tanta outra coisa que hoje alguns recordam e querem saber o paradeiro. 

Fui agora abrir uma caixa de madeira que tem impressa a palavra "memorias".

Quando a abri para tentar perceber o que gostaria de ver lá dentro, queria ter sentido o cheiro do movel dos meus avós. Ao invés disso recebi um odor ligeiramente desagradável num misto de cola, quimicos e plastico.

Pensei ca comigo: ainda tens um longo caminho pela frente ate te tornares realmente uma caixa de memorias. Precisas de calor humano, de aromas e personalidade.

Não sei se terei o que lá meter. Mas sei qual a primeira coisa que quero que tenha: aroma. Madeira.  E a peça em metal dos pastorzinhos ajoelhados a adorar Nossa Senhora de Fatima inserida num pedaço de madeira com cortiça.  Pertenceu aos meus avós que a mantinham no topo da mesa de cabeceira.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Colegas de quarto

 Os insectos não me incomodam de todo, excepto se invadirem o meu espaço pessoal. No meu quarto e somente ai, assim que começou o frio, começaram a aparecer joaninhas.

Ontem de noite abri uma frecha minuscula da janela para entrar ar. Subitamente vi algo a voar. O insecto parou na parede. Era uma joaninha.

Ponderei o que fazer... nao gosto de os esmagar, mas também nao consigo relaxar sabendo que ficam pelo quarto a criar ninhos, a por ovos e a nascerem larvas. Porque e isso que um insecto faz. É o seu ciclo de vida.

Com um pedaco de papel peguei na joaninha mas a malandra libertou-se e voou algures de volta para o meu espaço.

Passada uma hora vejo-a no candeeiro. Devia estar a procura de calor - pensei eu. Ponderei em deixa-la ali ficar. Parece inofensiva - tentei convencer-me. Mas ai aproximei-me para a fotografar e vi uma perna malandra a esticar e recolher freneticamente. Ela estava a fazer alguma... 

Teve de ser. Lamento sempre. Muito. Mas...

Li que as joaninhas secretam uma substancia que cheira muito mal. Se apanharmos uma devemos lavar as maos de seguida. Em alguns casos a substancia pode causar problemas embora elas sejam muito venenosas é para outros predadores. As joaninhas sao carnívoras, podem virar ate canibais, comem bastante para o seu pequeno tamanho e deliciam-se especialmente com purgoes, sendonpor isso usadas para combater pragas nas colheitas. Elas libertam ferormonas para atrair outras joaninhas e dai poderem virar pragas num espaço doméstico. 
Nao as quero "demonizar". Prefiro sabe-las um simbolo de sorte e prosperidade.

Ainda assim acho que nao as quero como colegas de quarto. Espero que continuem a me visitar ocasionalmente mas depois sigam rumo para outro lado.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Chocolateira, me confesso

 


Conprei este as sete da manhã. Pelas sete da tarde ficaram dois na caixa. Nao sou nada gulosa. Olhem, nao sei porque comi tantos. Souberam-me bem. Sao só 200g....

Edição limitada. Tambem tem sabor a morango. Decidi experimentar porque decerto so aparecem agora no natal.

E vocês?

Quais são os vossos chocolates da epoca?


Amor proprio

 O post anterior era tão estúpido que decidi elimina-lo. Quem o leu decerto concorda.


😘

sábado, 5 de dezembro de 2020

Experimentando çomidas do supermercado - 1

 

Comprei para experimentar.

Basicamente sao tres salsichas e o resto é para deitar fora. Nao vale o dinheiro dado. E foi barato, agora imaginem o mau que é.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Cordialidade e aspecto

 Hoje sai a rua de olhos pintados e brincos nas orelhas. No percurso habitual que faço tenho de atravessar muitas ruas e rotundas .

Em todas apanhei um veiculo a passar ao mesmo tempo que eu. A diferença é  que todos cederam passagem ou abrandaram em reconhecimento à minha presença.

Costumam buzinar depois de passarem, acelerar ao me verem ao meio da estrada ou meter a primeira assim que o semaforo fica verde  o que aqui e quase imediato. E hoje ate fui eu que incorri a passar um tanto nao-na-minha-vez.

Acho que encontrei a solução para deixar de ser tao gratuitamente enxovalhada. Não  me agrada que seja esta. Revolta-me. Mas vou experimentar. Um teste social. 




r







Ninguém devia viver passados os 50

 






 










quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Alemanha nazi

 O fundador da empresa onde estou presentemente a trabalhar deve ter ligacoes consaguineas com a alemanha nazi.

1) Não gostam que as pessoas vão ao WC durante o expediente

2) Num turno de 10h facultam uma pausa de 30m e depois outra de 10m.

3) Estão sempre a controlar com quem embirram com a postura de um guarda prisional a olhar para um recluso 

4) Pensam que ainda estamos no tempo da escravidão: dizem as pessoas que elas trm de trabalhar o tempo que eles pedirem depois da hora do fim e se nao estuverrm satisfeitas com isso ha muita gente na rua a procura de emprego.

5) nao existem horas certas para as pausas. É quando lhes apetece. No turno  de hoje a primeira foi as 16h a segunda agora , as 20h.

O turno  começou ao meio-dia e termina daqui a 50m. E a pausa vem so agora. 

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Tenho de me benzer para ter paz?

 Enquanto trabalhava e sentia o cansaço, olhava pela janela para ver se ainda havia'luz do sol. Quando fosse a hora da pausa, queria apanhar um pouco daquele dia antes que desaparecesse.

Quando essa meia-hora chega, encontrar um lugar para sentar é essencial. Com a cantina cheia de pessoas que não cumprem o distanciamento social, tiram as mascaras e se poem a conversar ruidosamente, fui mesmo para a rua. Ai procurei um lugar silencioso e tranquilo para ficar. Acabei por encontra-lo ao atravessar a estrada. 

As 17h o sol ja nao se via, a luz estava lusco-fusga mas acabei por conseguir o meu intento de ficar em paz. 

Quando decido pegar no telemóvel e dar entrada a um post neste blogue, dou comigo a escrever umas linhas quando uma voz fala comigo. 

-Hum? - é o som que emito ao mesmo tempo que olho para a pessoa que me abordou.

- é a porteira?

- não.

- que rude! - diz um homem depois de avançar uns passos e se poe com o telemovel a tirar fotografias a um edificio empresarial fechado.

Sinto-me atordoada. O que aconteceu? Porque estava a ser insultada?  Encontrei um canto para ficar sossegadinha, aparece-me uma pessoa a fazer-me uma pergunta sou cordial a responder e ela insulta-me? 

Fiquei atonita. Parva com aquele disparate. Acabei por trocar umas palavras de altercacao com o individuo. Abordei um colega para que fosse testemunha do assedio verbal do qual me senti vitima. Ameacei chamar a policia. O que teria feito, não fosse precisar de ir trabalhar em 10 minutos.

Fiquei a tremer de espanto e ainda atonita. Como de um simples  "nao" sem qualquer malicia ou entoação que fosse aquele individuo partiu para a violencia verbal??

Em qualquer situacao normal a pessoa que faz uma pergunta a um desconhecido e recebe uma cordial resposta returque "obrigado". Mas nao aqui.

A atitude de soberba e arrogancia. Ar de superioridade. Gozo. Ate me disse nao procurar trabalho porque era dono de uma empresa. Como se isso o tornasse superior ou mais importante e de maior valor que a pessoa que ele confundiu por porteira por estar sentada do lado de fora de um portao de uma empresa claramente abandonada. 

Ele chamou-me de rude, depois estupida e mandou-me foder. 

Acho que tenho de me benzer. Ou arranjar alguma especie de proteccao ou algo para afastar mas energias. 

Porque ja e a segunda vez que me isolo durante uma pausa no trabalho, escolho um cantinho quieto para ficar sossegada e do nada me aparece alguem que se poe a maltratar-me.

É que me estragou logo o dia.

Disse-lhe que o estava a filmar e ele apontou o telemovel dele a mim para tirar uma foto. Fiquei nervosa. Falei com um tom indignado enquanto ele mantinha um tom arrogante mas inalterado. A pior especie de pessoa que existe. Escumalha que se acha com direito a enxovalhar. Perguntei-lhe o nome. Respondeu. Sei quem é e onde o encontrar, somente por me ter dito que tinha uma empresa. O google mostrou o resto. A cara do monstro é esta:

 


Desejo que a sua empresa va a falencia e so lhe sobrem muitas dividas para entao ter de ir procurar um emprego e descobrir como é andar nos meus sapatos. Digo já: não  teria jamais capacidade para os suportar. 

21h de trabalho fiz eu ontem. Sem maltratar quem fosse. O "patraozinho" aqui deve la saber o que e isso. Há tanta gente com melhor educacao e mais bem formada que tambem esta a atravessar maus momentos e nem por isso anda ai a ofender mulheres gratuitamente. 

Se existir lei de retorno, por esta atitude que teve hoje vai encher-se de dividas, perder a empresa e junto com ela a soberba e depois que va trabalhar no duro junto de pessoas simples como eu, com chefes sempre na perna a dizerem para fazeres melhor, nao gostando que vas ao WC, exigindo que estejas disponivel para trabalhar  sem parar 12h por dia em troca de um salario mínimo.

 D. K. o teu destino está selado. 

Por vezes penso que vim parar numa terra cheia de pessoas mal formadas. Se não tomar cuidado  transformo-me num deles.

Mas que DIREITO têm de interromper o meu merecido e tranquilo descanso para o conspurcar com fel?

Maldito.


sábado, 28 de novembro de 2020

Quebrar o passo

 Gostava de atrair boa sorte e dinheiro como atraio transito quando vou para atravessar uma estrada ate entao nao movimentada.




sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Sem noção

 "Estás sempre em casa!"- diz-me a M  depois de disparar um "vais trabalhar hoje?" assim que saio do quarto, onde permaneci tres horas .

A M. sofre do mesmo síndroma do qual padecia o rapaz da primeira habitação. Quem esta lembrado? É o sindrome do "quero a casa so para mim". 

Ele, 50 anos, so trabalhava aos fins de semana e ficava por casa todos os outros dias. Ainda assim sabia-lhe a pouco.  Cada vez que via um de nos tres de folga, logo nos aconselhava a ir passear, aproveitar o dia. Dizia: "Acho que nao devias ficar em casa. Digo isto para o teu bem. Fazia-te bem ir dar uma volta. Podes apanhar o comboio até outra cidade..."

Uma pessoa com turnos rotativos com horarios doidos, que todo o final de turno entra'em casa arrebentada, muitas'vezes direta para a cama sem duche por nem conseguir dar um passo mais e quando finalmente consegue um dia para descansar, tem um colega na casa a dizer-lhe repetidamente isto.

Percebe-se logo o que realmente pretendem.

A M. queixou-se que vai regressar ao trabalho ja para a semana.  "É muito dificil acordar as sete da manha e chegar a casa la para as sete da tarde"- diz-me. Concordei. Mesmo sabendo que nao o vai fazer todos os dias. "Pensei que ainda tinha uma semana mas o lockdown termina na proxima... queria continuar por casa, entendes o que quero dizer?"

Respondi que nao sabia, porque nunca estive em forlorn. (ficar por casa a receber salario mas sem trabalhar).

O que sei eu realmente sobre o que isso é? Como a pessoa se sente por ter de abandonar esse conforto de meses ou semanas e regressar a rotina?

Nao sei absolutamente nada.

Durante a reclusao obrigatoria devido a pandemia estive sempre a trabalhar fora de casa. Foi ate o meu periodo mais requisitado. 

Ha coisa de tres meses arranjei dois empregos. Porque um ja estava a ser menos regular. Nem por isso me deu mais tempo livre, porque quando se conta em ir trabalhar e no ultimo minuto recebe-se a mensagem de cancelamento, todo o teu dia girou a volta daquele compromisso. As coisas que deixaste de fazer e o que podias ter feito e nao fizeste por priorizares o descanso antes da labuta.  Muito esforço, pouco salario. 

A decisao de conseguir um segundo emprego pareceu logica. E consegui, mesmo nestes tempos dificeis. Foi o emprego que deixei na terça-feira. Teve ser. Estava a ser muito menos regular do que o prometido, com a inconveniência dos dois turnos dados por semana estarem sempre a coincidir com os atribuidos no outro trabalho. Andava a perder saude e dinheiro.

Na quinta-feira consegui outro emprego. Esta e a novidade que ainda nao havia contado. É prematuro e nao quis azedar a coisa por a mencionar cedo demais. É num armazém (é o unico tipo de emprego que tem sobrevivido ao Covid). Aquele que deixei era o de uma empresa  Americana, noneadamente a conhecida Amazon. Foi a minha segunda experiencia com empresas americanas em solo ingles e em termos de organização e simpatia estao no meu top do raking. Esta nova é alemã. Primeira impressao: desorganizada. A ver vamos.

Ja tive de cancelar o primeiro turno - para amanhã de tarde, por o final coincidir com o inicio de um turno que me ofereceram a ultima da hora na empresa a qual sempre vou dar prioridade: a primeira. 

Ja trabalho com eles faz dois anos, conheco os cantos a casa e... ganho bem - se tiver horas para fazer.

Nenhum outro lugar em parte alguma vai pagar proximo do que ganho ali. Em uma semana na Amazon, com dois turnos de extenuante trabalho, apos pagos os impostos, fazia menos do que com um unico dia de trabalho na empresa original. Fui percebendo que estava a prejudicar a minha saude e a comprometer o meu desempenho na empresa que nao quero abandonar. 

Tive de sair.

Em termos de pessoas que ali encontrei e ate de sistema de trabalho, foi uma perda. Mas tambem exigem muito de ti, fisicamente. Nem todos conseguem manter um ritmo acelerado continuo por varias horas, para atingir o target numerico. Principalmente quando a empresa exige que se cumpram as regras do covid, e impoe uma distancia de 2m a todos os trabalhadores. Tinham instalado  cameras biométricas que toda a hora enviavam um relatorio. A minha temperatura corporal era medida todos os dias a entrada e mascaras e desinfectantes estavam disponiveis por todo o lado.

Na empresa original muitos nao usam mascara, ninguem cumpre distanciamento chegando a roçar uns nos outros, existiram casos positivos de Covid e nao isolaram os trabalhadores em contacto com o infectado/a. Alem disso tudo e mantido muito porco, sujo e desorganizado. 

Existem aspectos positivos mais e menos bons em tudo.

O que me fez especie foi mesmo o comentario da M. 

No ultimo mes ando a sair de casa as 3 da manhã, para, por vezes, so regressar por umas horas e voltar a sair para mais um turno inteiro de trabalho noutro lugar. Passei 24 ou 48h sem vir a casa realmente para ficar. O meu cérebro ficou a sentir que dois ou tres dias foram apenas um.  No passado domingo sai as 4 da manha do emprego1, onde entrei as 22h de sabado, para apanhar o autocarro as 4.10, descer na estacao, apanhar um transfer e chegar as 4.30 ao emprego2. Para recomeçar a trabalhar no duro, a suar e sem tempo de ir ao wc mesmo tendo vontade. Porque não deu para parar. E ali fico a trabalhar ate as 13h. 

Apanho novamente o transfer, depois outro autocarro e finalmente chego a casa as 14h, nao tendo dormido a noite, tendo saido as 21h do dia anterior e sabendo que era para sair novamente as 18h so para regressar as  23h e voltar a sair as 3am para a Amazon e regressar as 14h do dia seguinte, já uma segunda-feira. 

Em casa o "dia inteiro" (tirando as horas que andei na cidade para ir assinar o contrato e passar pelo supermercado) só fiquei realmente ontem. Contrariada, porque a ultima da hora quando menos esperava,  cancelaram-me o turno pelo qual ansiei a semana inteira, por contar que pudesse vir a durar 12h.

E vem a M. que não sai para o emprego dizer-me que me vê sempre em casa e quer saber se pelo menos hoje vou trabalhar.















 


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Humor inteligente e actual

 

*Piadas Atuais*😂🤭😂


🦜- Troco massa, arroz e açúcar por papagaio.  Preciso de falar com alguém.


🏃🏻‍♂- Se virem que saí do Grupo, adicionem-me outra vez. É o desespero para sair para algum lado.


🦸🏻‍♂- Nem nos meus sonhos mais loucos imaginei entrar mascarado no Banco.


✋🏻🤚🏻- Nunca pensei que as minhas mãos iam consumir mais álcool do que o meu fígado.  Nunca...


💀- A Quarentena parece uma série da NETFLIX: Quando parece que vai acabar, vem mais uma temporada.


😷- A máscara até tem coisas boas... No supermercado passei por 2 tipos a quem devo dinheiro e nem me reconheceram.


📆- Queixaram-se que 2020 tinha  poucos feriados.  Como estão agora?


😜- Preciso de manter distância social com o frigorífico. Testei positivo para gordura abdominal.


👨‍👩‍👧‍👦 Alguém sabe se a segunda quarentena se repete com a mesma família? Ou podemos trocar?


🖥 Faltam duas semanas para que nos digam que faltam duas semanas para nos dizerem que faltam duas semanas...


⏳ Não vou acrescentar 2020 à minha idade. Nem sequer usei!


😟 Queremos nos desculpar  publicamente com 2019 por tudo o que falamos mal dele.


🙎🏻‍♀ Essas mulheres que pediam a Deus que os maridos ficassem  mais  tempo em casa... Estão satisfeitas agora? 


🚰 A minha máquina de lavar roupa só aceita pijamas... Coloquei umas calças de ganga e ela mandou-me a  mensagem #ficaemcasa 😷🏠.


🎉 O primeiro que eu vir 👁 em 31 de Dezembro a chorar pelo ano que se vai, vou enchê-lo de porrada.


💉 Depois de passar por toda esta angústia, só nos falta dizerem que a vacina será um supositório.


👨‍🦱👩🏼‍🦱 Sinto-me como se tivesse 15 anos novamente: Sem dinheiro na carteira, com o cabelo comprido, pensando no que fazer com a minha vida e sem permissão para sair. 


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

 Estava na pasta dos emails "por enviar".

Sera que cheguei a faze-lo?

Dizia: 

Vou para Portugal. Podemos nos encontrar mais uma vez? Bloqueaste-me do whatsapp. Quando percebi isso achei que ias fazer o mesmo ao meu email e presumi que nao ias responder caso te enviasse um sms ou fizesse um telefonema. Presumi certo, nao foi? Mas quem é que age assim com alguem de quem gosta? Por algum motivo cortaste-me abruptamente da tua vida e esse teu gesto tem vindo a causar-me muito sofrimento. Preciso de saber o que se passa nessa tua cabeça. Gosto de ti. Preocupo-me. Vamos nos encontrar para falar, o que for... Nao ha nada a temer nisso, certo? Tenho sentido a tua falta.

Esta mensagem estava na pasta de rascunhos da minha conta de email. Data de Setembro de 2019. Sera que cheguei a enviar?

Acho que sim, enviei. Mas devo ter usado outra conta de email. Tenho muitas e na ocasiao senti que tinha de abrir outras so para ter a certeza de chegarem a este destino. 


Que pena que nunca respondeu. Teria lhe estendido o convite para viajar comigo. Casa de graça, duas semanas frente ao mar, com um pais inteiro por explorar.

Tudo se perdoa. Mas o querer falar com alguem e essa pessoa nao permitir, nao dispor de um segundo do seu tempo para to dar, é cruel e desumano. 

Se ages assim com quem tratou bem de ti e gosta de quem és, o que reservas aos teus inimigos?


terça-feira, 24 de novembro de 2020

 O nome dele é Roberto.

Neste meu ultimo dia de trabalho perguntou-me se tinha facebook ou whatsapp. Despedi-me dele dizendo que foi um prazer e quem sabe um dia nos voltavamos a cruzar num armazem por ai.

Caminhava pela cidade quando me'"bateu". Porque nao lhe dei o meu numero de telefone? Nao tinha mal algum. Podia vir a ser um amigo. Foi verdadeiro o seu espanto e descontentamento quando soube que eu ia embora. Tal como foi  com as outras colegas brasileiras que la encontrei e a quem havia contado ontem dessa decisao. Uma ate fez questao de me dar boleia. Ele perguntou-me se eu tinha trocado contacto com elas. 

É porque provavelmente nao gostaria de perder o contacto comigo.

Afinal, quantas mais ocasioes posso eu ter na minha vida daqui adiante em que alguem, homem ou mulher, principalmente mais jovem, mostre interesse em manter contacto comigo?

Naquele local conheci pessoas pertencentes a um leque bem mais vasto da vida, pessoas oriundas de todos os cantos do mundo, simpaticas, cultas, inteligentes e bem educadas.  É o que vou sentir falta. 

Foi pouco tempo mas valeu pela atmosfera, os rostos e as conversas.

Ele veio ao pensamento...





segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Actualizacao laboral

 

Amanha, mais exatamente daqui a 6h, começa o ultimo turno de trabalho que vou fazer no meu segundo emprego. Decidi terminar o contrato. Com muita pena minha. Na actual conjectura nem sei se faço bem, mas decidi assim e agora e continuar para a frente.

Combinar os dois trabalhos precarios na esperanca de ganhar o de um, nao resultou. Em termos financeiros sai prejudicada porque tive de priscindir daquele que da mais dinheiro por sempre apanhar parte do turno do novo. E o novo so me estava a dar dois dias por semana.

Em termos de saude o novo emprego exige demasiado esforço no ombro e faz-me gastar todas as energias nas primeiras horas da funcao. 

Dormir é aquela coisa que raramente acontece durante os dias de trabalho e a unica coisa a acontecer de modo intermitente e continuo nos dias de folga. 

Hoje despertei as tres da manha para comecar as cinco. Dolze horas depois iniciei outro turno menor no primeiro emprego. E finalmente cheguei a casa, para descansar. A sensacao de tirar os sapatos é indescritivel. Mas dura pouco porque novamente as tres da manhã...

Pela ultima vez.

O mais triste disto tudo é que nao ganho nada melhor ou nada especialmente satisfatorio. É so  mesmo para sobrevivencia.

PS: Temo que o meu ombro nunca va ficar como de antes. Temo que sare mal posicionado, inpedindo-me para sempre de poder chegar com as maos as Costas. E que falta me faz fazer esses gesto todos os dias! 









domingo, 22 de novembro de 2020

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

The blues

 "The blues" é estar com uma certa tristeza e desanimo. É assim que me sinto.

Em casa os roubos continuam. Fiz queixa a agencia que me aconselhou a chamar a policia. Chamar a policia porque andam a roubar bens alimenticios??

A M. Saltou logo de contentamento. Mas eu nao quis dar esse passo. Se fiz mal ou bem o tempo dirá. Roubaram-me uma garrafa de vinho vintage engarrafada ha 20 anos, que trouxe comigo de Portugal para beber numa ocasiao especial. '

Sim, talvez seja o novo inquilino o responsavel por todas estes desaparecimentos. Mas tambem me ocorre que possa ser um dos outros, aproveitando que as suspeitas recairiam logo noutra pessoa.

Desmotivei e fiquei a sentir-me triste.

Ate cancelei o trabalho que ia comecar amanha as 5am. Nao me sinto nada motivada para executar aquela funcao. O meu ombro pode parecer estar optimo, mas ainda nao recuperei a 100%. Sinto sempre uma pontada de dor faça o que fizer. Ate mesmo agora ao teclar no smartphone. Ter continuado a trabalhar nessa condicao ate pode ter prejudicado as minhas hipoteses de obter shifts com regularidade. Aos olhos dos gerentes, posso ter parecido mais vagarosa ou limitada e ser essa a razao de nao me darem mais  tantos shifts.

Mas isto posso ser so a minha tristeza a falar. 

Na quarta feira recebi a temivel mensagem de cancelamento para um shift que so ia acontecer na sexta. Percebi que sao estas mensagens o que mais afecta as minhas emocoes. Duas horas depois, o cancelamento para o shift daquele dia.

Tiraram-me todos os que tinha para a semana inteira. De dois passei a nada. 

Dizem que estes cancelamentos sao aleatorios. Mas nao e verdade.  Podem significar que te vem como dispensavel no rol dos muitos que por la andam. Por algum motivo, cai nesse grupo.

O que me entriscece muito.

Os colegas da casa estao em forlorn... significa que continuam a receber salario mesmo sem ir trabalhar. A M. Esta feliz porque pode fazer outras coisas... mas isso nao é novidade. Quando me mudei para esta casa ela tinha recomecado a trabalhar nessa semana, apos tres meses em forlorn. As queixas sobre ter uma chefe psico começaram de imediato e so pararam quando ela voltou a nao ir trabalhar. 

 As nossas conversas demoravam-se longamente nesse tema. A M. Consegue envolver todos nos seus dramas. De modo que a casa inteira andava chocada com o descaramento da chefe dela. Ate que passado uns tempos questionei-me ate que ponto o que a M. Contava da chefe que a demonizava por completo, podia ter fundamento. Comecei a ver o ponto de vista do outro lado. E percebi que a M. Nao teve  tempo de ter tantos desentendimentos com a sua chefe se tinha acabado de regressar ao trabalho apos uma ausencia de tres meses.

Por isso agora esta feliz. 

Esse e um luxo ao qual nao me posso dar. Se  nao trabalhar, nao ganho. Simples. E ainda tenho as financas a dizer-me que lhes devo 100 libras que mas vao descontar na carga fiscal... Assunto que ainda tenho de resolver. Afinal eu pago os impostos todos. Das 120 libras que ganho por dois shifts no novo emprego, 23 sao para descontos. Algo nao esta bem mas o governo nao quer saber. Os pequeninos sao sempre roubados. Seja comida seja nos impostos.

 


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

A melhor série de humor de todos os tempos

 A melhor serie de sempre foi feita há muitos e muitos anos. É americana e foi filmada durante a presidência de Nixon.

Afirmo com todas as letras: trata-se da melhor sitcom alguma vez feita. É completa. Tem todos os ingredientes para isso. Quanto mais anos passam, mais actual permanece. Mudam as referencias politicas, jamais mudam as situacoes.

Continuamos a experenciar a vida da mesma forma e a ter as mesmas preocupacoes e alegrias que as retratadas naquela historia. Mesmo nao existindo nela a tecnologia de que hoje estamos tao dependentes. Mesmo que na altura em que a serie foi filmada se tivesse o costume de enviar telegramas.

Ao rever os episodios, a minha gargalhada nao e menos fresca. Parece que descubro sempre algo novo, que me emociona e me faz crescer. Uma nova referencia politica, uma previligiada espreitadela aos pensamentos e eventos daquela decada, em que a america estava enfiada na guerra do vietnam. Mas existiram outras guerras, com iguais consequencias para a economia e para a sociedade.

Esta serie tem tudo. 

Faz rir e faz pensar. Tem muita identidade. Total autenticidade. Nao é "uma casa na pradaria" mas consegue emocionar-nos sem a ajuda de um cenario colorido ou bem decorado. Esta serie deu origem a mais duas ou tres. Todas fantasticas, pioneiras e premiadas, mas que nunca mais passaram na TV portuguesa.

Está a ser emitida agora na RTP memória as 22h ou 3 da manhã. Voces que nunca viram e nao se imaginam a gostar de algo tao datado, vejam. Se nao gostarem, permitam-se a continuar a ver. De todas as series familiares que alguma vez existiram pelas decadas adentro ate chegarem aos padroes que conhecemos hoje - esta nunca perderá o pódio. Continua actual e atingiu a imortalidade.

 

  








quarta-feira, 18 de novembro de 2020

O roubo de alimentos

 Tenho deixado de fazer muitos posts brincalhoes, ironicos ou reflectivos.

Acabo por escrever mais sobre as preocupações e conflitos. Mas acho que isso e natural. 

Fiz uma maratona de trabalho que começou no passado Domingo e terminou na terça de manhã. Quando chego a casa e vou para tirar o pao, reparo que ja nao está inteiro. Alguem abriu o saco e cortou quase metade. 

Ja tinha pedido para nao mexerem na minha comida. Se por algum motivo de maior o fizessem, pedi para que deixassem um bilhete a explicar. 

Nao adiantou nada.

É uma falta de respeito. E uma provocação.

Tive de deixar claro o meu descontentamento. Escrevi um bilhete dizendo que nao compro comida para eles. Pedi para que cumpram a regra mais basica de convivio em casas partilhadas: nao mexer nas coisas dos outros. 

Deixei etiquetas a identificar os espacos que me sao destinados e escrevi que era para os auxiliar a compreender onde nao devem mexer, tal como se faz com as crianças.

Depois contei a agencia que faz as vezes de senhorio o que se estava a passar.

É a terceira vez que isto acontece. Na primeira procurei saber quem foi e nao dar muita importancia, porque eram chocolates. A segundo foi com pao e achei muito desrespeitoso. Pedi para nao o voltarem a fazer e caso o fizessem, deixassem uma explicação num bilhete. 

Passados 3 dias repetem a façanha?

É  provocação. 

Decidi demonstrar uma postura mais intolerante e incomodada com a situação. Nao quero que se venha a repetir uma quarta. Como a agencia reagiu dizendo que nao ia aceitar mais queixas do genero, espero que quem quer que seja que ande na boa a tirar comida perceba que é para acabar já.

Temos um enorme supermercado a tres minutos de caminhada da casa... nao ha realmente necessidade de andarem a tirar do frigorifico  comida dos outros.

Este tipo de comportamento transforma-se em padrao se nao for travado de inicio. 

Depois das experiencias na outra casa, pode me custar muito, mas ja nao fecho totalmente os olhos para com provocacoes.







 

 

domingo, 15 de novembro de 2020

Deem-me espaço, sff!




 Sabem quando só pretendes algo rapidamente, coisa de dois minutos, e nao pretendes encontrar ninguem?

Faz dias que não consigo ficar a sós. 

A casa pode estar silenciosa, sem ruidos de gente de um lado para o outro. Se aproveitar esse instante para ir à cozinha tirar algo do frigorifico com ideias de seguida subir novamente ao quarto, sei que em segundos aparece alguem. 

Nao importa a que horas o tente fazer. Tanto pode ser as três da manha, como as seis e meia. Ou sete. 

Esta gente nao dorme??

Estou a ir ou a chegar do emprego. Cansada. Sabe bem ficar apenas uns minutos sozinha e em silencio, sem que para isso seja preciso ir logo fechar-me no quarto. Tenho horarios noturnos e mais ninguem na casa os tem. Não há realmente justificação para andar a esbarrar em pessoas. Deem-me espaço, sff.

Só eu estou a ir trabalhar. Dois deles tambem podiam fazê-lo mas preferem a preguiça. Porque pagam-lhes na mesma. Então para quê se ralarem? Ficam por casa, desocupados. Vao as compras, vao passear... mas nao saem para trabalhar.

(Discordo totalmente desta postura. Mas isso é um à parte). 

Nesta clausura de ócio deixam de ter o que fazer e com o que se preocupar. Por vezes sinto que descem só para observarem o que posso estar a fazer. Escutam os meus passos a descer as escadas em madeira e decidem vir atras. 

Tambem e quando  lhes da vontade para tossir a grande e a francesa (o rapaz) sem cobrir a boca, porque  isso e para mariquinhas. 

Ou então, quando estou na cozinha, entram como quem nao quer a coisa só para olhar o que faço. 

Quando cheguei do trabalho sexta-feira de madrugada, ainda o dia não tinha raiado, decidi que ia tomar um duche, lavar a roupa e preparar o que comer. Mal ponho  a chave a porta vejo logo o rapaz, a preparar-se para sair pela outra porta para ir fumar. Lá se vai a chance da solidao matinal. Ponho a roupa a lavar na máquina e vou para o duche. O tempo todo oiço ruidos fortes na cozinha. Lá se vai aquele silencio sepulcral e tranquilizador que tanto almejava... 

Quando saio para preparar algo para comer, já não lá esta ninguem. Mas também, empatei-me no duche propositadamente para isso.

Reparo que o micro-ondas foi deixado aberto. Achei por isso que tinha sido a M. A autora dos ruidos que ouvi enquanto estava no duche, porque já presenciei que, pela manhã, ela é ruidosa na cozinha e deixa a porta do microondas aberta. 

Cortei um pao que tirei do frigorífico, estou a enfiar duas fatias na torradeira e aparece-me a M. Que se poe a preparar algo para ela também. Logo me pergunta porquê o frigorifico esta aberto. (Para depois ser ela a deixa-lo assim). Fica ali parada, a olhar para o frigorifico, maos a cintura, com ar de censura. Só o ja começar com as implicancias ja me chateia porque me priva da tranquilade com que sonhava por chegar a casa aquela hora. 

Pao com queijo e torradas nem é coisa para demorar muito a preparar. Mas foi tempo que nao me foi concedido.  Podia ser. Faço questao de os deixar a vontade quando precisam do seu espaço. Podiam fazer o mesmo comigo. Principalmente se sou a única a sair para trabalhar e estou a chegar do emprego, com fome, cansada e são sete da manhã! 

 

              O manipulo da porta das traseiras

Estamos todos a tentar manter a distancia de dois metros devido a pandemia. Quando estou na cozinha lavo o manipulo da torneira com sabao, limpo superficies, nao toco na porta do frigorifico sem ser com um papel guardanapo, caso contrario estou sempre a ter de lavar as maos por de seguida ter de tocar em comida. 

Dai a porta ficar aberta, enquanto retiro o pao, a manteiga e desvio do caminho tudo o que esta na frente, para voltar a encaixar tudo de volta na prateleira que me foi concedida como se um jogo de tetris se tratasse.

A M. Apareceu, abre com as maos a torneira que eu lavei e por esse motivo terei de a lavar novamente ou tocar nela com algo descartável. Tambem tem o habito de falar por cima do tacho de comida que tenho ao lume e esses pequenos gestos acho que sao evitaveis. Numa cozinha pequena em que nos cruzamos para abrir armarios, quando estamos tambem a tentar manter a distancia de dois metros por causa da pandemia. Nao seria mais sensato deixar cada qual usar o espaço à vez?

Eu e a M. Temos muito presente a preocupação de contágio. Ela nao fala de outra coisa. E ate ligou para a linha do Covid a fingir sintomas para receber de graça um kit de teste. Ela teme que o novo rapaz esteja doente. O antigo também. Esta convencida disso.

Por isso somos as que tem mais cuidados ao tocar nas superficies como a porta do frigorifico e a manter as coisas limpas. Mas ela nao nota quando é ela a falhar. So percebe as falhas dos outros. 

Nessa madrugada a M. perguntou-me se estava zangada (porque lhe respondi que o frigorifico estava aberto porque eu o queria aberto) disse-lhe que nao, mas depois mudei para um sim. De certa forma. E apontei para a bancada. Uma gosma vermelha e seca estava em destaque. Mas nao roubava de todo o protagonismo das brancas e das migalhas por todo o lado. 

Vai ela, que sempre diz que é "ele" que deixa tudo sujo e faz gestos e caretas de nojo, sai-se com esta: "ah, esta vermelha acho que fui eu, ontem de noite".

Lol.

Depois da senhora da limpeza ter cá vindo fazer o que lhe compete, o vidro do duche no WC  de cima ficou quase translucido. Durou apenas instantes. Duas horas de M. Dentro do Wc e olhem o resultado:

                         Estas marcas sao do lado de fora!

Limpinha e asseada era a que saiu.
No wc dela este vidro estava sempre translucido.